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Doutrina dos dois reinos

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Doutrina dos dois reinos é uma doutrina cristã protestante que ensina que Deus é o soberano do
mundo inteiro e que ele governa de duas formas. Ela é defendida por luteranos e tem sido
Luteranismo
historicamente defendida também peloscalvinistas[1], apesar de os neo-calvinistas adotarem uma
visão diferente chamadatransformacionalismo (ou "mandato cultural").

Segundo esta doutrina, Deus governa o mundo, o reino da mão esquerda, através de governos
seculares (e, embora este ponto seja frequentemente mal-entendido, também eclesiásticos) por
meio da lei, ou seja, pela espada e pela compulsão pela força; e governa o céu, o reino da mão
direita e seu reino espiritual, ou seja, os cristãos (no sentido de serem uma nova criação que
Selo de Lutero
espontânea e voluntariamente obedecem) através doevangelho ou da graça.
Livro de Concórdia
A doutrina dos dois reinos é simplesmente outra forma do ensino caracteristicamente luterano da
Teologia
Lei e Evangelho. O livro oficial que define oluteranismo, o "Livro de Concórdia", compilado em
1580, faz referência a um sermão de Martinho Lutero sobre tema de 1528, pregado no 19º Sacramentos & Ritos
domingo depois da Trindade em Marburg e sobre os dois reinos ("Os Dois Tipos de
Justiça").[2][3] Neste sermão ele afirma que o reino mundano (mão esquerda) inclui tudo o que Globalmente
podemos ver e fazer com nossos corpos, o que inclui completamente e especialmente o que quer
História
que seja feito na igreja. Ele faz esta distinção para que fique claro que no reino celestial (mão
direita), a única coisa que está incluída é a fé em Cristo. "Somente Cristo" (Solus Christus) e Missionários
"somente a fé" (sola fide) são slogans luteranos refletidos desta forma.
Teólogos
A base bíblica para esta doutrina está na distinção que São Paulo faz em Romanos 8[4] entre o Luteranismo portal
corpo físico e o espírito. Esta interpretação marca a ruptura de Lutero com a tradicional
compreensão escolástica deste capítulo, que ensina que, nesta dicotomia, o corpo é o vício, o profano e o secular enquanto que o
espírito é a virtude, o sagrado e o eclesiástico.

Lutero, por outro lado, via este contraste como um movimento da verdadeira virtudes, que incluíam especialmente o sagrado e
eclesiástico e qualquer ato de retidão que possamos realizar ou que é visível, para apenas a retidão (ou "justiça") invisível da fé em
Cristo, que, no sermão supracitado, ele afirma que é "sem significado na terra exceto para Deus e para uma consciência
atormentada".[5]

Índice
Pensamento de Martinho Lutero
Teologia Reformada
Respostas e influência
Catolicismo Romano
Ortodoxia oriental
Ver também
Referências
Bibliografia
Ligações externas
Pensamento de Martinho Lutero
Martinho Lutero usava a frase "dois governos" ao invés de "dois reinos". Sua doutrina com
Philip Melancthon, que depois foi chamada de "dois reinos", afirmava que a igreja não deveria
exercer um governo terreno e os príncipes da terra não deveriam governar a igreja e nem se
intrometerem no assunto da salvação das almas[6]. O modelo agostiniano da "Cidade de Deus"
foi a base para a doutrina de Lutero, mas ele avança[7]. Ele se deparou com tipos
aparentemente contraditórios na Bíblia. Algumas passagens exortavam os cristãos a
obedecerem os soberanos acima deles e a pagar de volta o mal com retribuição, mas outras,
como no Sermão da Montanha, exortam a passividade frente à opressão. Lutero as reconciliou
e, ao fazê-lo, assumiu uma posição intermediária entre católicos romanos, que entendiam o
segundo tipo de passagens bíblicas como uma forma de ideal para uma classe mais perfeita de
cristãos, e cristãos radicais, que rejeitavam qualquer autoridade temporal. Lutero, por sua vez,
propôs que o mundo estava dividido entre os verdadeiros cristãos e os não cristãos e que a
espada é necessária para conter o mal cometido pelos não cristãos. O reino espiritual,
Estátua de Martinho Lutero composto pelos verdadeiros cristãos, não precisa da espada. As passagens bíblicas lidando
em Dresden, Alemanha.
com a justiça e a retribuição, portanto, são voltadas apenas ao primeiro reino. Cristãos, porém,
só deveriam utilizar a espada contra malfeitores e nunca contra si próprios. Lutero também
utiliza esta ideia para descrever a relação entre a igreja e o estado. O reino temporal não tem autoridade para coagir em assuntos
pertinentes ao reino espiritual. Ele tinha em mente a forma na qual a Igreja Católica Romana havia se imiscuído nos assuntos
seculares e o envolvimento dos príncipes nos assuntos eclesiásticos, especialmente a proibição da impressão de novas cópias do
Novo Testamento.[8]

Deus ordenou dois governos: o espiritual, que pelo Espírito Santo sob Cristo estão
“ os cristãos e os piedosos; e o secular, que contém os não-cristãos e os maus de
forma a obrigá-los a manter a paz exterior. [...] As leis do governo mundano não se ”
estendem além da vida e da propriedade e o que é exterior sobre a terra. Pois
sobre a alma Deus tem poder e não deixará ninguém governar além de Si.
Portanto, onde poderes temporais presumem prescrever leis para a alma, ele
invade o governo de Deus e só engana e destrói almas. Desejamos tornar isto tão
claro que todos poderão compreender e que príncipes e bispos possam perceber
quão tolos são quando tentam coagir as pessoas com suas leis e mandamentos a
acreditarem em uma coisa ou outra.
Lutero proibiu que cristãos permitissem que governantes temporais se
intrometessem em seus corações em assuntos de fé declarando que "se você se
entregar a ele e deixá-lo levar embora sua fé e seus livros, você terá
verdadeiramente negado a Deus". Porém, em todos os assuntos temporais, os
súditos devem obedecer e receber bem o sofrimento cristão:

Devemos estar sujeitos ao poder


“ governamental e fazer o que ele comanda
desde que ele não constranja nossa ”
consciência e legisle apenas sobre assuntos
exteriores. [...] Mas se ele invadir o domínio
espiritual e constranger a consciência, sobre a
qual apenas Deus deve presidir e governar,
não devemos obedecer de forma nenhuma,
mesmo à custa de nossos pescoços. A
Mosaico da "Cidade de Deus" na
autoridade temporal e o governo não se
Catedral de Aachen, Alemanha.
estende para além dos assuntos que são
externos e corpóreos.
Teologia Reformada
Por causa da influência do neo-calvinismo, acredita-se geralmente que os calvinistas ("reformados") tenham defendido
historicamente uma visão significativamente diferente da doutrina dos dois reinos conhecida como transformacionalismo. Na
realidade, porém, Calvino e outros reformados ortodoxos posteriores claramente distinguiam entre a redentora obra de salvação de
Deus e a obra terrena da providência; eles defendiam que Ele atuava de forma diferente em cada reino e percebiam esta obra
redentora como parte do domínio da igreja enquanto que a obra terrena estaria sob o domínio das autoridades civis. O teólogo escocês
Andrew Melville é especialmente conhecido por articular esta doutrina e o escocês "Second Book of Discipline" claramente define as
esferas da autoridade civil e eclesiástica. Grandes teólogos ortodoxos, como Samuel Rutherford, também utilizaram conceitos e a
terminologia dos dois reinos.Francis Turretin ampliou o desenvolvimento da doutrina significativamente ao ligar o reino temporal ao
status de Cristo como Deus eterno e criador do mundo e o reino espiritual com seu status como filho encarnado de Deus e redentor da
humanidade[1].

A aplicação reformada da doutrina diferiu da Luterana na questão do governo exterior da igreja. Os luteranos se contentaram em
permitir que o estado controlasse a administração da igreja, uma visão compartilhada no mundo reformado por Thomas Erastus. Mas,
de maneira geral, os reformados seguiram o exemplo de Calvino que insistiu que a administração exterior da igreja, incluindo o
direito de excomungar, não deveria ser entregue ao estado[1].

Respostas e influência
A articulação por Lutero da doutrina dos dois reinos teve pouco efeito na realidade prática do governo eclesiástico nos territórios
luteranos durante a Reforma[6]. Com a emergência do conceito do "cuius regio, eius religio", as autoridades civis passaram a ter
grande influência sobre o formato da igreja em seus domínios e os luteranos foram forçados a ceder muito do poder concedido aos
oficiais da igreja a partir de 1525[9]. Em Genebra, porém, Calvino conseguiu, depois de muita luta, estabelecer, sob as "Ordenações
Eclesiásticas", uma forma de governo eclesiástico com muito mais poder. Mais importante ainda, o Consistório de Genebra recebeu a
[10].
autoridade exclusiva para excomungar membros da igreja

James Madison, o principal autor da Primeira Emenda à Constituição dos Estados Unidos, creditou explicitamente Martinho Lutero
[11]
como o teorista que "abriu o caminho" ao prover uma distinção apropriada entre as esferas civil e eclesiástica.

A distinção de Lutero foi adotada por John Milton, autor de "A Treatise of Civil Power", e John Locke, que posteriormente ecoou a
doutrina em sua obra:

Existe uma sociedade dividida em duas da qual quase todos os homens do mundo
“ são membros e desta organização dividida em duas eles devem obter uma
felicidade dupla; viz. A deste mundo e a do outro: e daí emergem estas duas ”
sociedades seguintes, viz. religiosa e civil[12]
O sociólogo Max Weber também trabalhou com as tensões implícitas na doutrina dos dois reinos de Lutero em seu ensaio sobre a
natureza dos políticos, "Política como Vocação".

Catolicismo Romano
A Igreja Católica tem uma doutrina similar chama de "doutrina das duas espadas", expressa na bula papal "Unam Sanctam",
publicada em 1302 pelo papa Bonifácio VIII. Nela, Bonifácio ensina que há apenas um Reino, a Igreja (neste caso, a Igreja Católica)
e que a Igreja controla a "espada espiritual" enquanto que a "espada temporal" é controlada pelo Estado. A espada temporal é descrita
como hierarquicamente inferior à espada espiritual, o que permite que a Igreja influencia a política e a sociedade de maneira geral.

Ortodoxia oriental
Apesar de os papas de Alexandria terem tido uma imensa influência sobre o Império Bizantino até o século VI, a igreja copta, não
calcedoniana, geralmente era contrária ao casamento da autoridade eclesiástica com o poder político, pelo menos desde que se tornou
evidente que a ortodoxia calcedonianismo tornar-se-ia a posição cristológica oficial da Igreja Bizantina (pejorativamente chamada de
"melquita", que significa "do rei"). A Igreja Copta, que abrange a maioria dos cristãos egípcios, jamais tentou controlar ou subverter
o histórico governo islâmico do Egito.[13]

Ver também
Separação da Igreja e do Estado
Teologia do Domínio
Teologia do Reino
Teologia Política
Sinfonia

Referências
ect=true&db=afh&AN=5754446&site=ehost-live) .
1. VanDrunen 2007. Journal of Religious Ethics. 20 (1): 93
2. «Section 9, Article VI. The Third Use of the Law», 9. MacCulloch 2003, p. 164.
Formula of Concord (http://www.bookofconcord.org/sd-
10. MacCulloch 2003, p. 238.
thirduse.php).
11. Madison (1821), To Schaeffer (https://books.google.co
3. Marburg sermon (http://www.orlutheran.com/html/mlse
m/books?id=I6tLmjLqRfAC&pg=PA242&lpg=PA242&d
marb.html) (full text), OR Lutheran.
q=madison+luther+%22led+the+way%22&source=web
4. Romanos 8: &ots=ndGIJRRB-h&sig=46eyaJhyh-XpAOUFbaoyWIza
5. Luther (1900), Werke [Works] (http://www.thirduse.co UH4#PPA242,M1) (Books) (scan), Google.
m/?p=10), XI St. Louis ed. , Third use, p. 1726ff. 12. Locke, John, On the Difference between Civil and
6. MacCulloch 2003, p. 157. Ecclesiastical Power (https://books.google.com/books?
7. Gritsch 1986, p. 48. id=AmYMAAAAYAAJ&pg=PA300#PPA300,M1) (Books)
(scan), Google.
8. Sockness, Brent W (1992).«Luther's Two Kingdoms
Revisited» (http://search.ebscohost.com/login.aspx?dir 13. «Encyclopedia Coptica»(http://www.coptic.net/Encyclo
pediaCoptica/). Egypt: The Christian Coptic Orthodox
Church
ect=true&db=afh&AN=5754446&site=ehost-live)
.

Bibliografia
VanDrunen, David (outono de 2007), «The Two
Gritsch, Eric W (1986),Tracy, James D, ed., «Luther Kingdoms Doctrine and the Relationship of Church and
and the Modern State in Germany», Kirksville, MO, State in the Early Reformed Tradition», KC library,
Sixteenth Century Journal– via Questia |capítulo= Journal of Church and State, 49 (4): 743–63,
ignorado (ajuda). doi:10.1093/jcs/49.4.743Predefinição:Subscription
MacCulloch, Diarmaid (2003),The Reformation: A required.
History, New York: Penguin.

Ligações externas
The two ‘Kingdoms’ (PDF), AU: Lutheran Church, Commission on Social and Bioethical Questions, 2001
.

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