Академический Документы
Профессиональный Документы
Культура Документы
Bom dia, professor Rogério; Bom dia, professor Luiz Felipe; Bom dia, professor Timóteo.
Fui orientada pelo professor Timóteo Ferreira, a quem agradeço imensamente pelo apoio e
dedicação na orientação, que tornou possível o desenvolvimento deste estudo.
Meus cumprimentos aos colgas e familiares, o meu muito obrigada pela presença e apoio.
Desse modo, o objetivo geral foi identificar os fatos motivados que ensejaram uma
regulamentação desigual no tocante à aplicação do crime de estupro para um cidadão civil e
comparação com um militar e o reflexo dessa diferenciação na sociedade.
Para tanto, no I capítulo foi abordado a evolução do crime de estupro no Brasil, destacou-se na
evolução histórica as Ordenação Afonsinas, Manuelinas e Filipinas, posteriormente, tratamos
do crime de estupro no Código Criminal do Império de 1830; no Código Criminal da República
de 1890 e na atual legislação, Código Penal de 1940, se fez necessário constar na evolução
histórica a inserção do crime de estupro no rol de crimes hediondos com a lei 8.072/1990, bem
como realizada uma breve análise das inovações introduzidas com a lei 12.015/2009 no crime
de estupro.
Observa-se que os povos antigos já puniam com grande severidade os crimes sexuais, dentre os
quais se destacava o crime de estupro.
Conceitua-se o Direito Penal Militar como um ramo especializado do direito penal e consiste no
conjunto de normas jurídicas que tem por objeto a determinação de infrações penais com suas
consequentes medidas coercitivas em face da violação.
Os militares são os profissionais que se dedicam exclusivamente à carreira militar, que têm como
preceitos básicos a hierarquia e a disciplina. A condição de militar é conferida aos integrantes
das Forças Armadas, os que compõem os quadros da Marinha, Exército e Aeronáutica (militares
federais) e os policiais e corpos de bombeiros militares (militares estaduais).
Quanto à competência da Justiça Militar, caberá à Justiça Militar Federal julgar os crimes
cometidos por integrantes das Forças Armadas da união e a Justiça Militar estadual julgará os
crimes cometidos por integrante da Policia Militar ou Corpo de Bombeiro Militar.
No segundo capítulo, foi aprofundado o estudo dos princípios aplicáveis aos crimes contra a
dignidade sexual, especificamente, os princípios da dignidade da pessoa humana e da
proporcionalidade. A dignidade humana é um relevante princípio calcado no respeito ao
próximo e na garantia do mínimo existencial do mínimo existencial do homem na sociedade,
objetivando efetivar os direitos fundamentais. Em se tratando da dignidade sexual, os
indivíduos devem respeito à vida sexual dos seus pares, o Estado deve proteger a dignidade
sexual dos indivíduos sem distinção de gênero.
Antes da referida lei, o crime de estupro nas duas legislações recebia tratamento idêntico, tanto
no preceito primário, que é a descrição dos elementos específicos do crime, quanto no preceito
secundário que é a pena cominada. Cuja descrição era a seguinte: “Constranger mulher à
conjunção carnal, mediante violência ou grave ameaça, pena reclusão: 3 a 8 anos”.
Com o advento da lei 8.072/1990, foi dada nova redação ao crime de estupro do CPB, a pena
que era de 3 a 8 anos, passou a ter punição mais severa de 6 a 10 anos. O legislador não estendeu
essa modificação aos crimes tipificados no CPM, acarretando a não observância aos princípios
da igualdade e da proporcionalidade. A jurisprudência do Supremo Tribunal Militar é uníssona
quanto a não aplicação da lei de crimes hediondos na seara da Justiça especializada, uma vez
que a Lei foi categórica em apenas mencionar os crimes tipificados no CPB.
A desproporção em relação ao crime de estupro no crime de estupro das duas legislações era
tão somente no preceito secundário, o que de fato já constatava uma grande violação.
19 anos depois, o legislador promulgou a lei 12.015/1990 que alterou o Título VI da parte
especial do CPB, que deixou de utilizar a nomenclatura “Dos crimes contra os costumes”,
passando a ter denominação “Dos crimes contra a dignidade sexual”. A inovação legislativa
acabou por reconhecer que tanto o homem quanto a mulher podem ser vítimas do rime de
estupro, além de revogar o art. 214 (atentado violento ao pudor) e uni-lo ao art. 213, portanto
o crime de estupro no CPB é considerado conduta única, pois abarca a conjunção carnal e o ato
libidinoso. Mais uma vez o legislador esqueceu da existência do CPM, a lei 12.015/09 nada
mencionou acerca dos crimes contra a dignidade sexual tratados no referido Código.
Além disso, apresentamos dois projetos de lei: a PL 6691/2009 que teve origem no Senado
através do Projeto de Lei do Senado nº 89/09, de autoria do Senador Magno Malta, que tramita
apensado no Congresso Nacional com a PL 5233/2016 de autoria do Deputado Dr. João. As duas
PLS propõe alterações na Lei penal militar a fim de adequá-lo à lei penal comum, a justificativa
se deu pelo fato do Congresso Nacional ter aprovado a Lei 8.072;/90 e nada ter mencionado o
CPM.
Diante do exposto, é possível afirmar que a legislação penal militar necessita urgentemente
sofrer modificações em seus dispositivos penais que tipificam os crimes sexuais, em especial, o
crime de estupro, para que deem a mesma punição previsto no CPB, tendo em vista que, após
mudanças realizadas no CPB, tornou-se completamente diferente da redação existente no CPM,
tratando assim, condutas iguais de maneira completamente diferente.
As mudanças propostas pelos projetos de Lei 6691/09 e 5233/16 não são adequadas, visto que
as modificações propostas trazem apenas uma adequação da pena, fazendo com que a
tipificação dos crimes sexuais no CPM passem a ter penas mais severas. Desta forma, é
indispensável que a modificação do tipo penal do estupro no CPM traga também a expressão
alguém no lugar de mulher, é necessária a incorporação do crime de atentado violento ao pudor
ao crime de estupro no CPM, para que o agente não responda por dois crimes distintos e sim
por um único crime, assim como, ocorre na legislação comum. O legislador deve guardar a
proporcionalidade entre os Códigos.