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Alessandro Batistella*
Resumo
Patrimônio e representações
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Patrimônio e representações: o significado dos monumentos em Passo Fundo (RS) - Alessandro Batistella
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Cadernos do CEOM - Ano 27, n. 40 - Histórias Locais e Imaginário Social
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Cadernos do CEOM - Ano 27, n. 40 - Histórias Locais e Imaginário Social
Fonte:fotos do autor.
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Patrimônio e representações: o significado dos monumentos em Passo Fundo (RS) - Alessandro Batistella
Fonte:fotos do autor.
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Cadernos do CEOM - Ano 27, n. 40 - Histórias Locais e Imaginário Social
do europeu.
Ademais, alguns estudiosos e pesquisadores locais, ao escreverem
sobre a história local, revelam fortes preconceitos raciais e religiosos
ao referirem-se aos indígenas, estigmatizando-os como “selvagens”,
“como entraves ao progresso e à civilização”.
Os caboclos também são esquecidos pela história oficial de Passo
Fundo. Estes passaram a habitar a região do futuro município de
Passo Fundo por volta do final do século XVII.Muitos eram utilizados
como mão de obra nas bandeiras paulistas, mas não regressaram a
São Paulo, permanecendo na região e mestiçando-se com grupos
indígenas locais. Por sua origem mestiça, os caboclos formaram
um grupo marginal que, segundo Aldomar Rückert (1997, p. 28),
costumam estar esquecidos nos estudos relativos ao campo e à
questão agrária no Brasil meridional. Assim, o caboclo constitui-se
em uma espécie de desbravador desconhecido pela história oficial.
Outro grupo que também foi sistematicamente colocado à margem
da história local foram os afro-descendentes, que, durante muito
tempo, foram totalmente excluídos. No entanto, desde o ano 2000, são
timidamente referenciados em um simples monumento, esquecido
na praça Itália.
Fonte:fotos do autor.
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Patrimônio e representações: o significado dos monumentos em Passo Fundo (RS) - Alessandro Batistella
Fonte:fotos do autor.
Figuras 5 e 6 –Monumento em homenagem a Garibaldi (à esquerda) e Anita (à
direita), localizado na praça Itália
Fonte:fotos do autor.
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Cadernos do CEOM - Ano 27, n. 40 - Histórias Locais e Imaginário Social
Fonte:fotos do autor.
Fonte:fotos do autor.
Fonte:fotos do autor.
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Patrimônio e representações: o significado dos monumentos em Passo Fundo (RS) - Alessandro Batistella
Fonte:<www.panoramio.com>.
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Cadernos do CEOM - Ano 27, n. 40 - Histórias Locais e Imaginário Social
Fonte:foto do autor.
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Patrimônio e representações: o significado dos monumentos em Passo Fundo (RS) - Alessandro Batistella
Fonte:<caminhosdosmuseus.wordpress.com>.
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Cadernos do CEOM - Ano 27, n. 40 - Histórias Locais e Imaginário Social
Fonte:fotos do autor.
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Patrimônio e representações: o significado dos monumentos em Passo Fundo (RS) - Alessandro Batistella
Fonte:fotos do autor.
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Cadernos do CEOM - Ano 27, n. 40 - Histórias Locais e Imaginário Social
Fonte:foto do autor.
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Patrimônio e representações: o significado dos monumentos em Passo Fundo (RS) - Alessandro Batistella
Figura 15 –Caravela
Fonte:<www.pmpf.rs.gov.br>.
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Cadernos do CEOM - Ano 27, n. 40 - Histórias Locais e Imaginário Social
Fonte:<www.panoramio.com>.
Fonte:<www.pmpf.rs.gov.br>.
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Patrimônio e representações: o significado dos monumentos em Passo Fundo (RS) - Alessandro Batistella
Fonte:foto do autor.
Fonte:foto do autor.
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Cadernos do CEOM - Ano 27, n. 40 - Histórias Locais e Imaginário Social
Fonte:<www.livroerrante.blogspot.com>.
Considerações finais
Notas
*
Professor do curso de História da Unoesc Xanxerê. Doutorando em História pela Universidade
Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
1
Para François Hartog (2006), essa “patrimonialização galopante” é uma consequência do
presentismo, isto é, o regime de historicidade em que está atualmente inserida a sociedade
ocidental, caracterizada por um “presente massivo e onipresente” e, ao mesmo tempo, um
sentimento de pessimismo e de insegurança com relação ao futuro da humanidade. Portanto,
como o futuro não émais uma “promessa de esperança, mas uma ameaça”, não émais “um
horizonte luminoso para o qual marchamos, mas uma linha de sombra”, a confiança no pro-
gresso foi substituída pela preocupação de guardar e preservar o planeta e a humanidade.
2
Conforme Pierre Bourdieu (1989, p. 10), os símbolos são os instrumentos de conhecimento
e de comunicação, tornando possível o consensus acerca do sentido do mundo social que
contribui fundamentalmente para a reprodução da ordem social:a integração “lógica” é a
condição da integração “moral”.
3
Cf. Foucault (2006).
4
“Os símbolos podem ser considerados derivados dos signos, quer dizer, do conj unto de ele-
mentos conhecíveis e repertoriáveis, mas que, ao mesmo tempo, se propõem como fantasmas
do significado que retém uma parte do obj eto que designam.”(PESAVENTO, 1995, p. 21).
5
Roger Chartier (1990, p. 17) lembra que:“As lutas de representações têm tanta importância
como as lutas econômicas para compreender os mecanismos pelos quais um grupo impõe, ou
tenta impor, a sua concepção do mundo social, os valores que são os seus, e o seu domínio.”
6
“Como é sabido, a eficácia simbólica depende de muitos fatores, entre os quais estão a
contextualização dos símbolos em práticas e discursos e o nível de consenso de que gozam
referentes e significados.”(PRATS, 2004, p. 29).
7
Conforme observou Llorenç Prats (2004, p. 29):“A principal virtude de um símbolo é sua
capacidade para expressar de uma forma sintética e emocionalmente efetiva uma relação
entre idéias e valores. Dito de outra forma, o símbolo tem a capacidade de transformar as
concepções e crenças em emoções, de encarná-las, e de condensá-las e fazê-las, portanto, muito
mais intensa. Essa capacidade de condensação e motivação se vêreforçada quando se dáuma
condensação dos atributos que as legitimam [...]”.
8
Conforme Llorenç Prats (2004, p. 31):“[...]a identidade, do tipo que sej a, é também uma
construção social e um fato dinâmico, embora com um razoável nível de fixação e perdura-
ção, e que toda formulação da identidade é unicamente uma versão dessa identidade, um
conteúdo outorgado a um determinado rótulo. Portanto, podem coexistir, e de fato coexistem
normalmente, distintas versões de uma mesma identidade, que habitualmente se articulam em
relações de complementaridade ou oposição, embora também pode acontecer que se ignorem.
[...]toda versão de uma identidade, se expresse como se expresse, éideológica, pois responde
a algumas idéias e alguns valores prévios, normalmente subsidiários de alguns determina-
dos interesses, ou, [...]que em qualquer versão da identidade se estabelece pelo menos uma
relação dialética entre a realidade, as idéias e os valores, e os interesses de quem a defende
e compartilha. O patrimônio, ou melhor dizendo, as diversas ativações de determinados
referentes patrimoniais, são representações simbólicas destas versões da identidade [...]. As
representações patrimoniais podem afetar a todo tipo de identidade (e assim ocorre), porém,
pela sua mesma natureza, referem-se principalmente às identidades políticas básicas, quer
dizer, locais, regionais ou nacionais.”
9
Cf. o conceito de estratégia de Michel de Certeau (2008).
10
Além dos nacionalismos e da formação de Estados nacionais, também contribuíram para as
primeiras noções de patrimônio (e suas políticas preservacionistas), embora em graus e for-
mas diferentes, o romantismo e a chegada da era industrial. Mais detalhes, ver Choay (2006).
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Em outras palavras, nesse momento a noção de patrimônio estava restrita à sua dimensão
“pedra e cal”.
12
“A memória, essa operação coletiva dos acontecimentos e das interpretações do passado
que se quer salvaguardar, se integra em tentativas mais ou menos conscientes de definir e de
reforçar sentimentos de pertencimento e fronteiras sociais entre coletividades de tamanhos
diferentes:partidos, sindicatos, igrej
as, aldeias, regiões, clãs, famílias, nações, etc. A referência
ao passado serve para manter a coesão dos grupos e das instituições que compõem uma socie-
dade, para definir seu lugar respectivo, sua complementariedade, mas também as oposições
irredutíveis.”(POLLAK, 1989, p. 9).
13
Obviamente, a maior parte da população ignora a grande maioria dos monumentos, estátuas,
bustos ou placas simplesmente porque não se reconhecem nesses símbolos, que, na verdade,
apenas representam a memória e/ou história e/ou identidade de um determinado grupo
político, social, étnico, etc.
14
Cf. Hall (2005).
Referências
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Abstract
W ith the premises that the historical and cultural patrimonyare part
of a symbolic systems of a certain society, this article aims to analyze
some monuments built in the cityof Passo Fundo (RS), demonstrating
that those are closelylinked to the struggle between representations
of local elites.