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Campus Universitário de Viana

Universidade Jean Piaget de Angola


(Criada pelo Decreto n. 44-A/01 de 6 de Julho de 2001)

Faculdade de Ciências da Saúde

MONOGRAFIA

INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO

Autor: Teresa Gonçalves Morais da Costa


Licenciatura: Enfermagem
Orientador: Manuel N. Amaral Fernandes

Viana, Julho de 2017


Campus Universitário de Viana
Universidade Jean Piaget de Angola
(Criada pelo Decreto n. 44-A/01 de 6 de Julho de 2001)

Faculdade de Ciências da Saúde

MONOGRAFIA

INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO

Teresa Gonçalves Morais da Costa

Enfermagem

O estudo foi realizado no Hospital Municipal da Samba da Província de


Luanda no II Semestre de 2016
Campus Universitário de Viana
Universidade Jean Piaget de Angola
(Criada pelo Decreto n. 44-A/01 de 6 de Julho de 2001)
EPÍGRAFE

“Oração para livramento esperei confiantemente pelo Senhor; Ele se inclinou


para mim e me ouviu quando clamei por socorro”.

(Salmo:40 /v 1 David)

v
DEDICATÓRIA

Eu dedico este trabalho a Deus pelo fôlego de vida e pela força que todos os
dias me deu para ir a busca destes conhecimentos, dedico à minha mãe Joana Pedro
Gonçalves (em Memoria) por me conceder à vida, onde quer que esteja eu sei que
sempre esteve presente, ao meu Pai Marcelino Bernardo Morais da Costa por ter
sido patrocinador e realizador deste projecto, ao meu esposo Alfredo Salvador e à
minha filha Terivalda Quihungo que estavam sempre presente nesta batalha, às
minhas irmãs, em especial à minha mana Zita Maria Gonçalves Morais da Costa
que nunca deixou de me apoiar.

vi
AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus primeiramente por me ter dado a vida, ao meu pai por estar
sempre presente nesta trajetória, ao meu esposo e à minha filha que apoiou – me
incondicionalmente, aos meus irmãos que sempre estiveram comigo aos meus
colegas que sempre deram-me força e coragem para continuar nesta jornada
académica, aos meus professores que suportaram-me, ao meu tutor, doutor Manuel
Nhanga Do Amaral Fernandes por ter aceite este convite de trabalhar comigo, ao
meu orientador que muito trabalhou para se tornar uma pesquisa real, ao Hospital
Municipal da Samba e não menos importante a Universidade Jean Piaget.

vii
Declaração do autor:

Declaro que este trabalho escrito foi levado a cabo de acordo com os
regulamentos da Universidade Jean Piaget de Angola (UniPiaget) e em particular
das Normas Orientadoras de Preparação e Elaboração da Monografia, emanadas
pelo Departamento de Altos Estudos e Formação Avançada (DAEFA). O trabalho é
original excepto onde indicado por referência especial no texto. Quaisquer visões
expressas são as do autor e não representam de modo nenhum as visões da
UniPiaget. Este trabalho, no todo ou em parte, não foi apresentado para avaliação
noutras instituições de ensino superior nacionais ou estrangeiras. Mais informo que
a norma seguida para a elaboração do trabalho foi a:

Norma APA (6.ª Edição) 

Assinatura:__________________________________________
Data:___/___/___

viii
ABREVIATURAS, SIGLAS OU SÍMBOLOS

OMS – Organização Mundial da Saúde

DAEFA - Departamento de Altos Estudos e Formação Avançada

ITU – Infecção do Trato Urinário

TSA -Teste de Sensibilidade aos Antimicrobianos

PH – Potencial de Hidrogénio

HPV – Vírus do Papiloma Humano

NANDA- American Nursing Diagnosis Assocition

E. COLI - Escherichia coli

SAE – Sistematização de Assistência de Enfermagem

FVs - factores de Virulência

ix
RESUMO

A infecção do trato urinário é uma doença que tem afligido todas as faixas
etárias, e é causado por bactérias, fungos e também por vírus. Portanto são doenças
que afectam mais as mulheres em relação os homens. E vários factores estão
associados ao surgimento desta infecção. Objetivo geral: Avaliar o grau de
conhecimento dos enfermeiros sobre as infecções do trato urinário, no hospital da
samba no II semestre de 2016. Tipo de estudo: foi feito um estudo exploratório
descritivo, quantitativa e qualitativa. A técnica utilizada para a recolha dos dados foi
através de um questionário de entrevista. Resultados: Neste caso conseguimos
alcançar os objetivos pretendidos, durante a nossa pesquisa feita por um
questionário notamos que: a maioria dos profissionais tem a idade compreendida
entre os (20-30 anos) mostrando que são jovens; O sexo que mais predomina na
unidade hospitalar é o feminino correspondendo a (58%); Segundo o nível de
escolaridade notou-se que a maioria tem o curso médio de saúde levando a uma
correspondência de (58%); No que tange ao tempo de serviço notou-se que houve
maior predominância de (1-8 anos) correspondendo a 58%; De acordo as perguntas
feitas para testar o grau de conhecimentos dos profissionais concluímos que a maior
parte dos profissionais têm pouco conhecimento científico acerca das infecções do
trato urinário. Conclusões: Este estudo demonstrou ate que ponto os profissionais
de enfermagem tem o conhecimento das infecções do trato urinário, onde
conseguiu-se notar que tem o conhecimento básico acerca da temática.

Palavras – chave: Infecção Urinaria, Enfermagem, Profissionais

x
ABSTRACT

Urinary tract infection is a disease that has afflicted all age groups, and is
caused by bacteria, fungi and also by viruses. They are therefore diseases that affect
women more than men. And several factors are associated with the onset of this
infection. Overall objective: To evaluate the degree of knowledge of nurses about
urinary tract infections in the samba hospital in the second semester of 2016. Type
of study: a descriptive, quantitative and qualitative exploratory study was done. The
technique used to collect the data was through an interview questionnaire. Results:
In this case we were able to reach the desired objectives, during our research carried
out by a questionnaire we noticed that: most of the professionals are between the
ages of (20-30 years) showing that they are young; The sex that predominates most
in the hospital unit is the female corresponding to (58%); According to the level of
schooling, it was noticed that the majority have the average course of health leading
to a correspondence of (58%); Regarding the time of service, it was noticed that
there was a greater predominance of (1-8 years) corresponding to 58%; According
to the questions asked to test the degree of professional knowledge we conclude that
most professionals have little scientific knowledge about urinary tract infections.
Conclusions: This study demonstrated the extent to which nursing professionals
have knowledge of urinary tract infections, where it was noticed that they have
basic knowledge about the subject.

Key words: Urinary Tract Infection, Nursing, Professionals

xi
ÍNDICE GERAL

EPIGRAFE .............................................................................................................. III

DEDICATÓRIA .......................................................................................................IV

AGRADECIMENTO ............................................................................................... V

DECLARAÇÃO DO AUTOR ................................................................................VI

ABREVIATURAS E SIGLAS ............................................................................. VII

RESUMO .............................................................................................................. VIII

ABSTRAT ................................................................................................................IX

ÍNDICE ..................................................................................................................... X

ÍNDICE DE TABELAS ....................................................................................... XIII

ÍNDICE DE GRÁFICOS .....................................................................................XIV

INTRODUÇÃO .........................................................................................................1
Identificação do problema .......................................................................................1
Objetivo do estudo ...................................................................................................2
Importância do estudo ..............................................................................................2
Delimitação do estudo .............................................................................................2
Definição de conceitos .............................................................................................3
CAPÍTULO 1 – FUNDAMENTAÇÃO TÉCNICO-CIENTÍFICA ......................4
1 – INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO .................................................................4
1.2 – Classificações das infecções do trato urinário (ITU) ......................................7
1.2.1 – Uretrite ......................................................................................................8
1. 2.2 – Prostite .....................................................................................................9
1.2.3 – Cistite ......................................................................................................10
1.2.4 – Pielonefrite .............................................................................................11
1.3 – Etiopatogenia ................................................................................................12
1.4 – Factores de Virulência ..................................................................................14
1.4.1 – Bactérias mais frequentes na ITU ..........................................................15
1.4.2 – Factores hospedeiros ..............................................................................17
1.4.3 – Factores bacterianos ...............................................................................17

xii
1.5 – Factores de Risco ..........................................................................................17
1.6 – Diagnóstico ...................................................................................................19
1.7 – Epidemiologia ...............................................................................................19
1.8 - Tratamento .....................................................................................................21
1.9 – Prevenção ......................................................................................................26
1.10 O Papel do enfermeiro nos cuidados da Infecção do Trato Urinário ............27
1.10.1 Actuação do enfermeiro intensivista no controlo de ITU...........................28
CAPÍTULO 2 – METODOLOGIA .......................................................................32
2.1 – Modo de Investigação ...................................................................................32
2.2– Variáveis ........................................................................................................32
2.3 – Objecto de estudo .........................................................................................32
2.4 – Instrumento de investigação .........................................................................33
2.5 - Processamento e tratamento da informação ..................................................33
CAPÍTULO 3 – .........................................................................................................34
CONCLUSÕES.........................................................................................................53
RECOMENDAÇÕES ...............................................................................................54
BIBLIOGRAFIA .......................................................................................................55
ANEXOS

xiii
ÍNDICE DE TABELAS

Tabela nº 1 - Distribuição dos Profissionais de enfermagem segundo a faixa


etária………………………………………………………………………………..40

Tabela nº 2 - Distribuição dos profissionais de enfermagem segundo o


género……………………………………………………………………………...42

Tabela nº 3 – distribuição dos profissionais de enfermagem de acordo com o


nível de escolaridade……………………………………………………………...43

Tabela nº 4 – distribuição dos técnicos de enfermagem segundo o tempo de


serviço……………………………………………………………………………..45

xiv
ÍNDICE DE GRÁFICOS

GRÁFICO Nº 1 - DISTRIBUIÇÃO DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM SEGUNDO A


FAIXA ETÁRIA……………………………………………………………40

GRÁFICO Nº 2 - DISTRIBUIÇÃO DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM SEGUNDO O


GÉNERO………………………………………………………………….42

GRÁFICO Nº 3 – DISTRIBUIÇÃO DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM DE ACORDO


COM O NÍVEL DE ESCOLARIDADE………………………………………..44

GRAFICO Nº 4 – DISTRIBUIÇÃO DOS TÉCNICOS DE ENFERMAGEM SEGUNDO O TEMPO


DE SERVIÇO……………………………..……………………………….45

xv
INTRODUÇÃO

O presente trabalho fará uma abordagem geral sobre a infecção do trato


urinário nos pacientes do hospital do samba no II º Semestre de 2016.

Falando da Infecção do Trato Urinário (ITU) é uma das doenças infecciosas e


ocorre geralmente em todas as pessoas, com particular impacto nas mulheres e em
todas as idades. E vários factores estão associados ao surgimento desta infecção.

Porém, neste trabalho procuramos convergir muitas informações práticas


adquiridas e constatações feitas ao longo de todo o curso de Licenciatura em
Enfermagem e de maneira concisa e objectiva, estudarmos os vários organismos
responsáveis pelo surgimento desta doença, desde a sua Epidemiologia,
Etiopatogenia, os Factores Hospedeiros, os Factores Bacterianos, as Classificações
das ITU, seus Diagnósticos, Tratamentos e algumas medidas achadas preventivas.

A infecção do trato urinário é uma doença muito comum na vida dos seres
humanos. Com isso, surge a necessidade de estudar este problema para apurarmos e
detectarmos condições predisponentes da infecção e dos surtos de recidivas, avaliar
a presença de lesão da doença e estabelecer condutas para prevenir o agravamento
desta, visando um melhor prognóstico para os pacientes, quer nos hospitais assim
como nas comunidades.

Identificação do problema
Durante o serviço hospitalar prestado na vista de estudante estagiário, fomos
constatando muitos doentes acometidos pela ITU, que da nossa parte consideramos
ser uma patologia que carece de mais atenção dos profissionais de enfermagem.
Sendo assim, surge a nossa questão de partida: será que os profissionais de
enfermagem do Hospital da Samba têm conhecimento técnico-científica sobre a
infecção urinária?

1
Objetivo do estudo

Geral

Avaliar o grau de conhecimento dos enfermeiros sobre as infecções do trato


urinário, no Hospital da Samba no II semestre de 2016.

Específicos

(1) Definir a infecções do trato urinário;

(2) Caracterizar as variáveis socio-demografica dos profissionais de


enfermagem como: idade, sexo nível de escolaridade, tempo de serviço;

(3) Descrever as causas os métodos de prevenção da infecção urinária;

(4) Enumerar os cuidados de enfermagem em pacientes com Infecção do trato


urinário;

Importância do estudo
O Sistema urinário é um dos principais meios de excreção do organismo e por
via dele, obtermos informações importantes sobre o estado fisiológico do
organismo, sobre a presença e a evolução de muitas doenças sistémicas, sobre a
avaliação de certos tratamentos e sobre o estado funcional dos rins. Por isso, o
estudo vai permitir a avaliar o grau de conhecimento dos enfermeiros e neste
sentido pode-se sugerir a realização de sessões e formação, para que os profissionais
possam beneficiar de mais conhecimento sobre as infecções do trato urinário.

Delimitação do estudo
O presente estudo foi direcionado aos profissionais de enfermagem do
Hospital municipal do Samba durante o II semestre de 2016.

2
Definição de conceitos

«Infecção é a invasão de tecidos corporais de um organismo hospedeiro por


parte de organismos capazes de provocar doenças; a multiplicação destes
organismos; e a reação dos tecidos do hospedeiro a estes organismos e
às toxinas por eles produzidas» (Chang & Shortliffe, 2006, p. 53).

A infecção do trato urinário caracteriza – se pela invasão e multiplicação


bacteriana em qualquer segmento do aparelho urinário, ocasionando uma
bacteriúria (presença de bactérias na urina) sintomática ou assintomática. Essa
infecção pode acometer o trato urinário inferior (cistites e uretrites) e o trato
superior, como os rins e a pelve renal (pielonefrites)
(Chang, 2006 p. 48).

Enfermagem é a ciência cuja especificidade é a assistência e o cuidado ao


ser humano, individualmente, na família ou em comunidade de modo integral e
holístico, desenvolvendo de autônoma ou em equipa actividades de promoção,
protecção, prevenção, reabilitação e recuperação da saúde, tendo todo
embasamento científico para tal. O conhecimento que fundamenta o cuidado de
enfermagem deve ser construído na intersecção entre a filosofia, que responde
à grande questão existencial do homem, a ciência e tecnologia, tendo a lógica
formal como responsável pela correção normativa e a ética, numa abordagem
epistemológica efetivamente comprometida com a emancipação humana e
evolução das sociedades
(Masson et al., 2009, p. 23).

Escherichia coli é uma bactéria bacilar Gram-negativa que se encontra


normalmente no trato gastrointestinal inferior dos organismos de sangue quente
(endotérmicos). A maioria das estirpes de E. Coli são inofensivas, mas
alguns sorotipos podem causar graves intoxicações alimentares nos seres
humanos, e são ocasionalmente responsáveis pela recolha de produtos
alimentícios devido à sua contaminação
(Strasinger, 1998,p 54).

3
CAPÍTULO 1 – FUNDAMENTAÇÃO TÉCNICO-
CIENTÍFICA

1 – INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO

As infecções que afetam o canal urinário, ocorrem quatro vezes mais


frequentemente em mulheres do que em homens, sendo mais frequentemente na
idade adulta. Também são comuns em crianças menores de um ano, chegando a
quase 10%. Cerca de 10% das mulheres contrai uma infecção por ano e 60%
relataram já ter tido alguma infecção em algum momento de suas vidas. As
recorrências são comuns, com quase metade das pessoas recebendo uma segunda
infecção dentro de um ano. A pielonefrite ocorre entre 20-30 vezes com menos
frequência que cistite.

Infecções do trato urinário são a causa mais comum de infecções hospitalares,


que representam aproximadamente 40%. Por este motivo mostra-nos a necessidade
de dar-mos mais atenção de como nos prevenir deste infecção nas unidades
hospitalares.

Visto que as infecções do trato urinário (ITU) acometem todas as faixas etária,
e também por ter várias causas pode ser considerada como uma das principais
infecções que acometem o ser humano (Aypak, et al. 2009).

Também podemos afirmar que a ITU é uma das infeções mais comuns na nos
diagnósticos clínicos. Sendo assim podemos identifica-los no exame de sedimento
urinário, através do microscópio de modo directo, pelo método de Gram e pela
urocultura, sendo esta a melhor forma de diagnóstico, que permite a quantificação
dos micro-organismos existentes na urina, e também define o agente etiológico da
infecção. Há muitos anos, que a análise da urina é utilizada como meio
propedêutico.

4
Geralmente a infeções urinaria Ocorrem em homens e mulheres de várias
idades, mas é comummente em recém-nascidos do sexo masculino, idosos e
principalmente mulheres jovens sexualmente ativas (Bachiller et al., 1997).

As mulheres são especialmente afetadas devido as características de sua genitália,


tendo 50 vezes mais chances de adquirir ITU em relação aos homens. Elas possuem a
bexiga com capacidade maior, fazendo o armazenamento de urina por mais tempo,
suas uretras são mais curtas e não possuem as propriedades antimicrobianas como as
existentes no líquido prostático
(Chung, et al., 2010, p. 38).

As infeções do trato urinário são caracterizadas pela hospedagem ou


colonização da bactéria em qualquer parte do sistema urinário como rins, uretra,
bexiga e ureteres. Estima-se que cerca de 50% a 80% das mulheres terão um quadro
de ITU durante a vida (Dachi, 2003).

Para que haja colonização bacteriana, e necessário que ocorra vários factores
como, por exemplo, a gravidez, a obstrução do canal urinário, a contaminação
através da inserção de objetos estranhos, a menopausa, o diabetes, a estase urinária,
os hábitos inadequados de higiene, alteração da flora vaginal, imunodepressão.

As infeções urinárias são classificadas de a cordo a área acometida. Sendo


assim ser classificadas em Cistite, Pielonefrite, Complicada e Não complicada
(Ferreira, 2014).

Cistite caracteriza-se pela colonização bacteriana na bexiga, tendo como principais


sintomas polaciúria, urgência miccional, disúria e nictúria. A pielonefrite ocorre
quando a invasão acomete o rim, podendo estar associada à presença de cálculos
renais e tendo como sintomas febre acompanhada de calafrios e dor lombar. Já a
uretrite é caracterizada apenas pela colonização das bactérias na uretra
(Rosiz et al., 2010).
A infecção pode complicar quando acontece alterações estruturais ou
funcionais no sistema urinário, também quando ocorre uma infecção crônica,
presença de corpos estranhos, utilização de cateteres. Esse tipo de infecção possui
maior risco de falha terapêutica.

5
Segundo Marinho, (2005), afirma que um paciente que é infetado por três
episódios ou mais de ITU num período de 12 meses, será classificado como
portador de infecção urinária de repetição. Geralmente Essa repetição de infecção
acontece geralmente devido a uma reincidência (renovação exacerbada de uma
infecção não curada) ou de uma reinfeção, quando há nova colonização por
bactérias diferentes ou por outras cepas patogênicas da mesma bactéria.

Por isso é de ensuma importância que o profissional de enfermagem conheça


os métodos de prevenção das infeções urinárias, para poder aconselhar ou explicar
ao paciente como ele pode se prevenir contra essas infeções, para que não se
reinfecta.

Masson et al. (2009), diz que existe uma prevalência de 12% a 75% de
pacientes infetados com esse tipo de infecção. Estima-se que de 30% a 50% das
mulheres que tiveram quadro de cistite aguda foram diagnosticadas com ITU
recorrente. Existem casos em que esse tipo de ITU pode ser considerada genética,
caso os parentes de primeiro grau dos pacientes já tenham sido diagnosticados com
essa patologia.

Para que haja infecção, existem três vias pelas quais as bactérias alcançam e
colonizam no trato urinário: via ascendente (uretra), via hematogênica e pela via
linfática

Dentre os microrganismos colonizadores do trato urinário, encontra-se Escherichia


coli, Klebsiella, Acinetobacter, Enterobacter, Proteus e Pseudomonas. A bactéria
Gram negativa Escherichia coli é o patógeno mais facilmente encontrado, sendo
responsável por cerca de 80% dos casos. Esse patógeno é originário da microbiota
intestinal e pode invadir a mucosa genital, atingir o sistema urinário e colonizá-lo.
Devido a presença de fímbrias e adesinas no microrganismo patogênico, ele adere-se
às mucosas urogenitais e resiste à eliminação através da urina, acarretando em uma
bacteriúria intensa e evoluindo para um quadro de infecção
(Nejar et al., 2009 p. 45).

O diagnóstico de ITU é caracterizado inicialmente pela deteção de bacteriúria


onde ocorrerá uma invasão nos tecidos pelos microrganismos, vai gerar os sinais e
os sintomas desse tipo de infecção. Neste caso será necessário um exame
laboratorial que consiste em várias etapas como avaliação e análise físico-química
da amostra de urina coletada do paciente, análise microscópica e a urocultura.

6
1.2 – Classificações das infecções do trato urinário (ITU)

A classificação da infecção urinária é feita segundo o nível de cada diagnóstico


ou da gravidade diagnosticada, e pode classificar-se em infecção do trato
urinário inferior, envolvendo bexiga (Cistite), uretra (Uretrite) ou próstata
(Prostatite) e infecções do trato urinário superior, englobando os ureteres ou o
parênquima renal (Pielonefrite)
(Vieira, 2003, p. 365).
Para calcificarmos as infeções do trato Urinário depende do local em que a
bactéria coloniza. Por isso é importante que o técnico de saúde deve saber a divisão
do trato urinário (tracto urinário inferior ou superior), bem como da predisposição
individual. A pessoa com cistite (ITU inferior) não se sente confortado,
especialmente pré e imediatamente pós-micção, micção frequente ou urgente e dor
suprapúbica. Já na pielonefrite aguda (ITU superior) o doente na maioria das vezes,
tem tido problemas mais grave e é clinicamente identificada por febre, dor lombar,
náuseas e por vezes vómitos.

Visto que as infecções urológicas são doenças muito recorrentes nas unidades
hospitalar Vieira (2003) lhes classifica do seguinte modo:

- ITU baixo não complicada (cistite);

- Pielonefrite não complicada;

- ITU complicada com ou sem pielonefrite;

- Urosépsis;

- Uretrite;

- Prostatite, epididimite e orquite;

Nos adultos a ITU aguda não complicada apresenta episódios de cistite aguda
e pielonefrite aguda em indivíduos saudáveis. Estes casos são comum em mulheres
do que em homens, são encontrados principalmente em mulheres sem anomalias
estruturais ou funcionais relevantes do tracto urinário, sem doenças renais ou
comorbilidades que possam conduzir a consequências mais graves.

7
Considera-se uma ITU complicada aquela infecção que esta associada outros
distúrbios, tais como anomalias estruturais ou funcionais do tracto genito-urinário,
ou a presença de doenças subjacentes que interferem com os mecanismos de defesa
do hospedeiro, que aumentam os riscos de adquirir infecção ou de falhar a
terapêutica.

É de salientar que existem factores que diferenciam a ITU complicada e não


complicada, nestes factores estão a avaliação pré e pós-tratamento, tipo e duração
da terapêutica antimicrobiana e extensão da avaliação do tracto urinário.

1.2.1 – Uretrite

«É a inflamação da uretra. As causas podem ser variadas, contando-se


contudo entre as mais frequentes as infecções. As Uretrite mais comuns são as
infecciosas sexualmente transmissíveis» (Idem, p. 369).

De modo detalhado podemos afirmar que uretrite apresenta dois grandes


grupos, que são as uretrites gonocócicas e as não gonocócicas. No caso das
gonocócicas tem como agente etiológico a bactéria Nesseria gonorrheae.
Diferentemente da gonocócica, as não gonocócicas são causas por vários tipos de
microrganismos invasivos, como vírus, as associadas à neoplasia ou ao condiloma
intra-uretral e uretrite psicogénica.

Segundo Aypak (2009) relata que existem também outras bactérias que
causam a uretrite citando as: Nesseria gonorrheae, que pode desenvolver-se também
na faringe e no canal do ânus, e Chlamydia trachomatis, que desenvolve-se dentro
das células. Outras bactérias que comumente provocam infecções no trato urinário
também causam uretrite, como a Escherichia coli.

Uretrite também pode ser provocada por alguns vírus, especialmente em


decorrência de alguma doença sexualmente transmissível
(DST). Gonorreia e clamídia estão entre as principais doenças venéreas
capazes de provocar a inflamação. Além deles, os vírus causadores
de HPV e herpes simples também parecem estar envolvidos nas possíveis
causas da uretrite. Mas este problema também pode ser causado por causas
8
químicas, como por exemplo com o uso de espermicidas, e por motivos
traumáticos, como uma cirurgia ou presença de um corpo estranho na uretra
(Bacheller et al. 1997. 17)
A maior parte das uretrites são causadas por infecções decorrente da exposição
sexual se proteção. Neste caso tanto os homens como as mulheres estão sob risco
parecido de contrair a doença.

Chang (2006) escreve que especialmente as mulheres estão mais propensas


quando estão em fase reprodutiva e no caso dos homens, se tiverem entre 20 e 35
anos. Uma pessoa que for exposta a muitos parceiros sexuais está sob maior risco
de contrair uretrite. Além disso, ter um histórico de doenças sexualmente
transmissíveis aumenta o risco de se desenvolver o problema.

1. 2.2 – Prostite

«É a inflamação da próstata. Pode ter origem bacteriana ou não-bacteriana e


serem sintomáticas ou assintomáticas» (Idem).

A infecção bacteriana de transmissão local é a causa mais comum da


prostatite, nalgumas vezes as doenças sexualmente transmissíveis são as causas
secundárias como: Gonorreia, Clamídia, e tricomoníase.

Segundo os dados das pessoas que procuram ao médico, 1 em cada 10.000


pessoas, podemos afirmar que a prostatite é uma doença bastante comum. A
hipertrofia benigna da próstata que geralmente afeta pessoas mais velhas têm um
maior risco de prostatite (Dachi, 2003).

É importante saber que a prostite na fase aguda tem como sintomas iniciais o
paciente presença desconforto no baixo-ventre, dor perineal, desconforto ao urinar e
febre com calafrios. Também Masson (2009) diz que caso o quadro permaneça as
glândulas aumentam de tamanho e começam a obstruir a saída de urina com
redução e dificuldade da sua saída. Como a área é afectada geralmente existem
problemas de dor ao ejacular ou defecar.

9
É de suma importância saber que algumas vezes, se a prostatite for causada
por infecções de transmissão sexual muitas vezes é acompanhada por sintomas de
epididimite e orquite. Por isso é bom que o profissional da saúde conheça os
diagnósticos e a diferenças das mesmas.

Portanto, quando acontece este acompanhamento sintomatológico o paciente,


pode apresentar outros sintomas que a acompanham tais como a presença de sangue
na urina, o aumento da frequência e urgência de urinar, dor nos testículos, e a
presença de sangue no sêmen (que é um líquido corporal branco cinzento que seja
segregado pelas gónada dos animais masculinos.).

A história inicial com sintomas compatíveis de prostatite orientará o


diagnóstico. Seu médico fará uma exploração, mediante o exame de toque
retal, para avaliar se a próstata se encontra inchada, dura, quente, sensível, o
tamanho e a possível presença de dor e inflamação dos Linfonodos inguinais.
Também se realiza uma exploração dos testículos para avaliar a sensibilidade,
possível edema do escroto, e as secreções uretrais
(Chung et al, 2010, p. 47)

Posteriormente, se realizará um completo estudo da urina coletada de três


amostras, uma do jato inicial, outra no meio do jato e a terceira no final, onde se
forçará mediante uma massagem prostática a saída de exsudado uretral/prostático.

Segundo Neto, (2003) debruça que a amostra de urina, se existe uma


prostatite, aparecerá com leucócitos abundantes e presença de bactérias, que podem
ser cultivadas e fazer um antibiograma para conhecer a sua sensibilidade aos
antibióticos.

1.2.3 – Cistite

«É uma infecção urinária da bexiga, os seus sintomas são micções frequentes


e imperiais, bem como dor e ardor ao urinar |disúria» (Ostergard, 1982, p. 116).

10
Este tipo de ITU acomete raramente em homens. Portanto elas ocorrem
quando o trato urinário inferior (uretra e bexiga) é infectado por bactéria e fica
irritado e inflamado.

Cistite geralmente afecta mulheres sexualmente ativas de 20 a 50 anos, mas


também pode ocorrer em pessoas que não são sexualmente ativas e de faixa etária
mais jovem. Para Marinho (2005) as mulheres têm maior probabilidade de
desenvolver cistite porque sua uretra é menor, então a bactéria não precisa viajar
tanto para entrar na bexiga, e também devido à distância relativamente pequena
entre a abertura da uretra e o ânus.

O intercurso sexual pode elevar o risco de cistite porque a bactéria pode ser
introduzida na bexiga através da uretra durante a atividade sexual. Uma vez
que a bactéria entra na bexiga, ela geralmente é removida pela urina.
Entretanto, quando a bactéria se reproduz mais rapidamente do que é eliminada
pela urina, ocorre infecção. Fatores de risco para cistite incluem obstrução da
bexiga ou uretra com resultante estagnação da urina, inserção de instrumentos
no trato urinário (como cistoscopia), gravidez, diabetes, nefropatia analgésica
ou nefropatia de refluxo
(Ferreira, 2014, p. 67)

Entretanto, os idosos de ambos os sexos têm risco maior de desenvolver


cistite devido ao esvaziamento incompleto da bexiga associado a condições
com hiperplasia prostática benigna, prostatite e estenose uretral (estreitamento da
uretra). Ainda, a falta de ingestão adequada de fluidos, incontinência fecal,
diminuição da mobilidade são situações que podem elevar o risco de cistite.

1.2.4 – Pielonefrite
«É uma infecção do trato urinário ascendente que atingiu a "pielo" (pelve) do
rim. Afecta quase todas as estruturas do rim, incluindo túbulos, sistema recolector
e interstício. Existem duas formas de pielonefrite, a aguda e a crónica» (Idem).

Geralmente as bactérias que frequentemente causam a pielonefrite são as o


gram-negativos como a Escherichia cole, que são flora normal do intestino. Estas

11
bactérias causam as infecções do tracto urinário (ITUs), e são mais frequentes nas
mulheres.

As pielonefrites são quase sempre complicações decorrentes destas infecções


da uretra, bexiga e/ou ureteres - denominada infecção ascendente. (Brooks, et al.
2000, p. 65). Normalmente os ureteres não recebem urina de volta da bexiga, devido
a mecanismos anti refluxo. Contudo se estes mecanismos devido a anomalias
congénitas ou a inflamação não forem eficazes, o refluxo vesico ureteral de urina
pode transportar bactérias que infetem a bexiga ou a uretra para o rim.

Outra condição que frequentemente leva à pielonefrite é a obstrução do ureter.


A obstrução pode ser devida a litíase renal ("pedra dos rins") ou nos idosos do
sexo masculino a hiperplasia benigna da próstata (uma condição quase
universal a partir dos 70 anos) pode provocar suficiente obstrução também.
Nessa situação, a estase da urina acima da obstrução permite o crescimento
bacteriano, que normalmente seria impedido pelo fluxo constante.
A cateterização de doentes acamados ou com outros problemas das vias
urinárias também é um factor de risco
(Carvalhães, et al. 2007, 37)

O começo é abrupto, com dor na micção (disúria) e maior frequência


(polaciúria) e urgência, inclusivamente acordando o doente à noite (noctúria). Como
em qualquer infecção, há febre, suores, mal-estar. São detectaveis leucócitos em
massas cilíndricas na urina (piúria), devido a terem sido arrastados dos túbulos
cilíndricos pela urina.

1.3 – Etiopatogenia

A Escherichia coli é a mais frequente das ITU superior e inferior. São vários os
outros organismos responsáveis pelas infecções, incluindo S. saprophyticus,
espécies de Proteus, Klebsiella, Enterococcus faecalis, Enterobacteriaceae, e
fungos. Algumas espécies são mais comuns em determinados subgrupos, como
é caso do Staphylococcus saprophyticus em mulheres jovens
(Dachi, et al., 2003, p. 55)

12
Embora a Escherichia coli seja a mais frequente a ITU pode ser causada
também por, fungos e vírus que contaminam o trato urinário (uretra, bexiga, ureter e
rins). Apresentando intensidade que varia desde a colonização assintomática da
urina sem agressão tecidual, até a invasão bacteriana dos tecidos de qualquer uma
das estruturas do sistema urinário.

Para Ostergand, et al, (2009) a mucosa intacta é a barreira efectiva para a


invasão bacteriana. A osmolalidade extrema, o conteúdo elevado de ureia e o baixo
pH da urina inibem o crescimento de muitas espécies de bactérias. Entretanto,
quando a mucosa sofre lesão ou úlcera (devido à inserção de instrumentos ou
cateteres), o pH e a osmolalidade da urina se alteram (como na gravidez).

O mesmo ocorre com elevadas concentrações de glicose nos pacientes com


diabetes mellitus, para os quais existe possibilidade muito maior de que a bactéria
introduzida na bexiga se multiplique e cause infecção. Corpos estranhos, como os
cálculos renais e cateteres, servem como apoio para o crescimento das bactérias e
são fontes de infecções crônicas e recorrentes das vias urinárias.

As infecções do trato urinário podem ser encontradas em todas as faixas


etárias. Nos primeiros meses de vida, o sexo masculino é preferencialmente
acometido. A partir deste período, durante toda a infância e principalmente na
fase pré-escolar, as meninas são mais acometidas por este tipo de infecção. Na
vida adulta, nas mulheres a incidência de ITU se mantém em picos maiores
devido à atividade sexual, gestação e menopausa. Esta prevalência também se
deve ao comprimento da uretra e a localização próxima da abertura anal com o
vestíbulo vaginal
(Vieira et al., 2003).

É importante salientar que a etiologia das Infecções do Trato Urinário


apresenta variações quanto ao gênero, idade, estado geral do paciente, uso prévio de
antimicrobianos e que pode ser adquirida em meio hospitalar ou comunitário.

A infecção pode ocorrer através de três vias que são: A via ascendente, a via
hidatogénica e a via linfática. E das três vias existe a principal via é a ascendente, e,
as bactérias patogênicas encontram facilidades especiais no sexo feminino, já que as
bactérias colonizadoras do intróito vaginal e periuretral estão bastante próximas da
13
uretra. Além disso, a uretra feminina possui menor comprimento o que facilita a
ascensão destas bactérias (E. coli).

Segundo Carvalhães, et al. (2007) afirma que a via sanguínea é uma via menos
importante de infecção, entretanto, assume importância especial nos casos de sepse,
condição na qual as bactérias (S. aureus; Mycobacterium tuberculosis e
Histoplasma spp.) atingem o parênquima renal. A via linfática é demonstrada
experimentalmente através de conexões linfáticas existentes entre os ureteres e os
rins.

1.4 – Factores de Virulência

O termo virulência a apropriado para indicar o grau de patogenicidade de um


organismo, ou por outras palavras, a capacidade relativa de um agente patogénico
provocar doenças. Sendo assim os factores de virulência (FVs) são características
que permitem aos organismos superar as defesas do hospedeiro e causar a doença.
Também podemos afirmar que são as características que conferem à bactéria a
habilidade de aderir ao tracto urinário, persistir e invadir os tecidos do hospedeiro
causando dano. Estes factores também resultam da tentativa de evitar os
mecanismos de defesa do hospedeiro e / ou da estimulação de uma resposta
inflamatória do mesmo.

De acordo o Masson (2009) o paciente com ITU possui substancialmente mais


factores de virulência, em média, em comparação com amostras fecais comensais.
As estirpes uropatogénicas estão adaptadas e possuem muitos factores que facilitam
a colonização da bexiga e sobrevivência no trato urinário, para além da capacidade
de causar dano tecidual.

Estas normalmente transportam grandes blocos de genes, chamados ilhas de


patogenicidade, que geralmente não são encontrados em isolados fecais
comensais e são conhecidas por contribuir para a patogenicidade da bactéria e
para a sua resistência aos antibióticos. As ilhas de patogenicidade codificam
um enorme gama de factores de virulência desde adesinas, toxinas, a
mecanismos de evasão da defesa do hospedeiro
(Najer et al, 2009, p. 57).

14
Demonstra-se que os genes que codificam estes FVs estão localizados no
cromossoma ou em plasmídeos. Alguns genes de factores de virulência podem ser,
por exemplo, exclusivamente cromossómicos, como exemplo pap e hly (codificação
P fímbrias e hemolisina, respectivamente), exclusiva ou principalmente associados a
plasmídeos, por exemplo iss e trat (codificação de proteínas de membrana externa
associados à sobrevivência no soro), ou que ocorrem em qualquer local, por
exemplo afa / dra (codificação para fimbría Dr).

Segundo Aypak et al, (2009) os factores de virulência podem, assim, ser


transmitidos tanto vertical como horizontalmente. Há, porém, outros factores de
virulência que também desempenham um papel fulcral como as adesinas
bacterianas que fornecem às UPEC a habilidade de aderir ao uroepitélio ou a
formação de espécies reactivas de oxigénio extracelulares induzidas por estirpes
bacterianas que resistem à ingestão pelos fagócitos. (Aypak et al, 2009).

Contudo, os dados experimentais e epidemiológicos têm mostrado que


nenhum FV é suficiente para UPEC causar doença. Em vez disso, uma expressão
pontual e gradual de múltiplos factores trabalhando em conjunto contribui para o
sucesso da criação de uma ITU.

1.4.1 – Bactérias mais frequentes na ITU

Existem varias bactérias que podem causar as infecções do trato urinário. Por
isso é importante conhecermos as principais bactérias causadoras da ITU.

Sendo assim, as bactérias mais frequentes são: Escherichia coli,


Staphylococcus saprophyticus, Proteus spp., Klebsiella spp. e Enterococcus
faecalis. E. coli é responsável por 70 a 85% das infecções bacterianas agudas não
complicadas do trato urinário adquiridas na comunidade, e por 50 a 60% das
adquiridas por pacientes idosos admitidos em instituições de saúde (Sepulveda et
al., 2008).

15
Entretanto, quando o paciente adquiri a Infecção do Trato Urinário na unidade
hospitalar, os agentes etiológicos são mais diversificados, predominando as
enterobactérias (bactérias Gram-negativas), com diminuição na frequência de E.
coli (embora esta ainda permaneça habitualmente como causa principal), e um
aumento na frequência de Proteus spp., Pseudomonas aeruginosa, Klebsiella spp.,
Enterobacter spp., Enterococcus faecalis e de fungos, com destaque para Candida
spp.

A infecção urinária no homem é em geral considerada complicada, pois resulta


de uma anomalia funcional ou é secundária à instrumentalização do trato genito-
urinário. Escherichia coli é responsável por 40 a 50% dos casos de ITU no homem.
É possível observar ainda, que tais infecções estão relacionadas a problemas da
próstata, cálculo vesicular, procedimento médico que envolva cateteres e diabetes
mellitus (Chung et al., 2010).

a) De Gram –

- Escherichia coli

- Klebsiella pneumoniae Proteus mirabilis

b) De Gram +

- Staphylococcus saprophyticus

- Enterococcus spp.

- Streptococcus agalactiae

16
1.4.2 – Factores hospedeiros

A obstrução ao fluxo urinário é um factor chave para o aumento da


susceptibilidade à ITU. A êstase urinária resultante compromete os
mecanismos de defesa renais e contribui para o aumento da concentração de
bactérias na urina, facilitando a aderência destas às células uroepiteliais
(Schaeffer, 2001, p. 183).

1.4.3 – Factores bacterianos

Existem três (03) vias segundo a qual facilitam a entrada de bactérias


uropatogénicas, que são:

1ª - «Via ascendente: É a principal via responsável pela invasão das ITU»


(Chung et al., 2010, p. 295).

2ª - «Via descendente: É a via menos frequente de invasão bacteriana do


trato urinário e está mais relacionada com as infecções causadas por
Staphylococcus aureus, Candida spp., Salmonella spp» (Bacheller et al., 1997, p.
719).

3ª - «Via linfática: As bactérias podem ser transportadas pelos vasos


linfáticos regionais a partir do foco séptico para o conduto torácico, podendo
alcançar os rins pela corrente sanguínea» (Idem).

1.5 – Factores de Risco

Quando estamos a fazer o estudo de uma doença é de ensuma importância


conhecermos factores riscos. Por são estes factores que levam o pacientes a contrair
ou estar susceptivel a ter a doença.

Neste caso, um dos factores de risco mais importante associado a ITU não
complicada é a relação sexual. Segundo a anatomia diz que a grande diferença entre
homens e mulheres relativamente ao risco de ITU. Por exemplo o ambiente mais

17
seco em torno da uretra masculina, especialmente com a circuncisão, impede o
crescimento óptimo das bactérias em comparação com a uretra feminina.

De acordo com; Neto, (2003) A actividade antibacteriana de secreções da


próstata nos homens, também é um factor que reduz o risco de infecção urinária em
homens, para além de que existe uma maior distância entre o ânus e o meato uretral.
A prevalência de infecções do trato urinário em mulheres pode ser atribuída ao
comprimento da uretra que proporciona uma barreira eficaz contra a subida
bacteriana. A uretra feminina é geralmente inferior a 5 cm, em comparação com a
masculina que é mais de 15 cm. A microflora genital também desempenha um papel
importante na defesa da mulher contra invasões, portanto, quaisquer alterações (por
exemplo, devido a antibioterapia e os seus efeitos adversos sobre a mesma) pode
aumentar a colonização genital com uropatógenos e o risco subsequente de ITU.

Com as informações dadas pelo autor podemos notar que a maior risco ao
sexo feminino em relação ao masculino. Portanto alem dos factores já citados os
factores do hospedeiro, tais como a receptividade das células epiteliais são também
importantes para o início da infecção.

Por exemplo, a E. coli liga-se com menos avidez às células do epitélio vaginal
saudáveis do que às células epiteliais vaginais de mulheres com ITU
recorrente. A receptividade da célula vaginal também varia em função do seu
estado hormonal. A aderência bacteriana tende a ser maior no início do ciclo
menstrual e em mulheres na pós-menopausa, em comparação com mulheres
antes da menopausa ou na pós-menopausa que estejam em terapia de reposição
de estrogénios predispondo-as a ITU de repetição. A presença de diabetes
mellitus tem demonstrado aumentar a frequência de ITU de repetição de duas a
três vezes
(Ostergard, 1982).

18
1.6 – Diagnóstico

O diagnóstico da ITU baseia-se na presença de bacteriúria associada aos sinais


e sintomas que denotem inflamação de segmentos do trato urinário. Ela é
caracterizada pelo crescimento bacteriano de pelo menos 100.000 unidades
formadoras de colónias por ml de urina (100.000 ufc/mL) colhida em jacto
médio e de maneira asséptica. Em determinadas circunstâncias (paciente idoso,
infecção crónica, uso de antimicrobianos) pode ser valorizado crescimento
bacteriano igual ou acima de 10000 colónias (10.000 ufc/mL).
(Roriz et al., 2010, p. 12)

Segundo Vieira, (2003) afirma que geralmente O diagnóstico das ITU é


seguido através dos sintomas que o paciente vai apresentando, como dor ao urinara
ou sensação de que a bexiga esta cheia. As vezes a urina fica turva ou apresenta
uma leve coloração sanguinolenta.

Então pode-se a firmar que o nível de bacteriúria significativa pode variar de


acordo com a forma de colheita da amostra de urina, o fluxo urinário, a presença e o
tempo de permanência do cateter urinário e até com o microrganismo isolado.

1.7 – Epidemiologia

«A infecção do trato urinária (ITU) “é a terceira infecção mais comum nos


humanos ficando atrás somente das infecções respiratórias e gastrointestinais»
(Nejar et al., 2009, p. 129).

A incidência da ITU é mais comum no sexo masculino no primeiro ano de


vida, devido à maior incidência de má-formações congênitas, como válvula de
uretra posterior, má-formações da uretra (hipospádia, epispádia, etc.) Após tal
período, passa a ser mais frequente no sexo feminino. Na idade pré-escolar,
tende a ser de 10 a 20 vezes maior em crianças do sexo feminino. No adulto, a
frequência de ITU aumenta, também, com predomínio no sexo feminino
(Neto, 2003, p. 365).

Tanto os pacientes da comunidade como os internados em unidades


hospitalares, por Infecção do trato urinário representam um sítio frequente de
infecção representando uma das principais causas de infecção nosocomial.

19
As infeções do trato urinário representam a segunda infecção mais comum no
ser humano. Embora seja mais comum entre as mulheres, é também frequente em
homens na idade mais avançada da vida (Polleto, 2005).

Sabendo que a maior facilidade de contaminação de pacientes da mesma


unidade pelo mesmo micro-organismo (infecção ocasionada pela transmissão de um
microrganismo de um paciente para outro; geralmente, pelo pessoal, ambiente ou
um instrumento contaminado), e também sendo que as mãos dos profissionais de
saúde ser fonte de contaminação, revela-se a necessidade de uma boa higienização
no atendimento a um paciente.

A cada ano, em todo mundo ocorrem, no mínimo, 150 milhões de casos de


Infecção do Trato Urinário sintomática. Nota-se que muitos pacientes com ITU
apresentam infeções recorrentes, e o número de novos casos é, relativamente, baixo.
Em geral, 90% dos pacientes com ITU manifestam cistite, enquanto 10%
desenvolvem pielonefrite. As infecções são esporádicas em aproximadamente 75%
dos pacientes e recorrentes em 25%. Cerca de 2% dos pacientes apresentam
infecções complicadas relacionadas com fatores que aumentam o risco de
estabelecimento e manutenção da bacteriúria. Esses geralmente têm a infecção com
recorrências frequentes. Se fatores que aumentam a gravidade de uma infecção
renal forem incluídos, a frequência de infecções complicadas é aproximadamente
8% (Goldman; et, al. 2009).

A maioria dos autores considera às ITUs como as infeções bacterianas mais


comuns, as quais são responsáveis por 80 em cada 1.000 consultas clínicas.
Ademais, cerca de 15% dos óbitos por insuficiência renal resultam de lesão
secundária à infecção crônica renal. Conquanto as ITUs ocorram com a devida
frequência em crianças até os seis anos de idade e em mulheres jovens, a
prevalência dessas infecções se eleva com a idade, passando a representar doença de
grande importância em adultos idosos.

É importante conhecer e definir com precisão os principais agentes etiológicos


de ITU de cada país, região, e mesmo instituição a fim de otimizar as opções
terapêuticas. Existe uma grande variabilidade internacional e mesmo inter-
regional no que diz respeito à epidemiologia e aos padrões de resistência dos
microrganismos causadores de infeções urinárias. Caso o resultado seja
20
positivo, é importante a realização de teste de sensibilidade aos
antimicrobianos (TSA)
(Rodrigues et, al. 2011, p. 29).

1.8 - Tratamento

O tratamento para infecção urinária normalmente é feito com o uso de


antibióticos receitados por um médico, como Ciprofloxacina ou Fosfomicina, para
eliminar o excesso de bactérias, como Escherichia coli, que estão causando a
infecção. No entanto, também existem alguns remédios caseiros, como o suco de
arando, que podem tratar a infecção quando está surgindo ou que podem ser usados
apenas para completar o tratamento médico.

Além disso, é ainda importante ter alguns cuidados, como beber água e manter
a higiene genital adequada, para acelerar a recuperação e evitar que a infecção
volte a surgir. Os dois principais tipos de remédios usados para tratar uma
infecção urinária são os antibióticos, que eliminam as bactérias, e os
analgésicos, que ajudam a aliviar os sintomas durante os primeiros dias
(Schaeffer, 2001, p. 32)

Os antibióticos só devem ser utilizados quando recomendados pelo médico, no


entanto, os mais comuns para tratar este tipo de infecção incluem: Fosfomicina;
Ciprofloxacina; Levofloxacino; Cefalexina; Amoxicilina; Ceftriaxona;
Azitromicina; Doxiciclina.

Estes antibióticos devem ser tomados até o último dia que o médico
prescreveu, geralmente 7 a 14 dias, mesmo que os sintomas tenham
desaparecido, para garantir que a infecção urinária foi curada. Isto porque, se se
parar de tomar o medicamento antes desta data, as bactérias, como Escherichia coli,
podem não ter sido completamente eliminadas, podendo gerar uma nova infecção
urinária (Sepúlveda, et al. 2008).

21
Já nos bebês com mais de 2 meses, o pediatra geralmente opta por usar outros
antibióticos, como amoxicilina com clavulanato ou sulfametoxazol com
trimetoprima, por exemplo. A fenazopiridina é o principal analgésico receitado
pelo médico, porque sua ação reduz a quantidade de espasmos e anestesia a
bexiga e a uretra, aliviando sintomas como dor ao urinar ou queimação durante
todo o dia. Este medicamento pode ser comprado nas farmácias convencionais
com o nome de Pyridium ou Uristat, por exemplo
(Pina, 2011, p. 29)

Além disso, os analgésicos mais comuns, como Paracetamol ou Ibuprofeno,


também podem ajudar a aliviar alguns sintomas, especialmente quando não são
muito intensos.

Alem do tratamento farmacológico, existem o tratamento natural para infecção


urinária é o consumo de uma fruta chamada arando, ou cramberry, em sua forma
natural, em forma de suco ou em cápsulas. O arando possui elevado teor de
proantocianidinas, substâncias que dificultam a aderência da bactéria Escherichia
coli no trato urinário, diminuindo as chances da doença. Porém, cerca de 70% das
infecções urinárias podem ser evitadas apenas com a devida ingestão de água e, por
isso, recomenda-se ingerir no mínimo 2 litros de água por dia.

O tratamento antimicrobiano da ITU deve-se ter em conta diferentes factores,


como o tipo de ITU e o conhecimento do agente etiológico que provavelmente
está na origem da infecção. Igualmente importante é o conhecimento do perfil
de susceptibilidade aos antimicrobianos desse mesmo agente etiológico.
(Aypak et al., 2009, p. 07)

Para conhecermos os diferentes tipos de agentes uropatogenicos mais


importantes e termos mais informações sobres os seus padrões de resistência, para
nos ajudar a determinar o tipo de tratamento ou mesmo em tratamentos baseados na
sintomatologia do paciente, devemos solicitar a urocultura e antibiogramas de
amostras de urina, provenientes de doentes com suspeita de ITU e o seu estudo
periódico. Assim adequado vamos minimizar o aparecimento de resistências
bacterianas.

É aconselhável, sempre que possível, a antibioticoterapia ser baseada no


antibiograma realizado com uma amostra de urina do paciente. O início do

22
tratamento não deve ser retardado e a terapêutica empírica deve ser instituída após a
colheta da urina para os exames já citados (Carvalhães, et al. 2007).

Alguns autores recomendam o uso de Sulfametoxazol-trimetoprim


(SMZTMP), aprofloxacina ou afloxacina durante 3 dias consecutivos em casos de
cistite. A fluoroquinolona oral, durante sete dias, pode ser usada em pacientes com
pielonefrite aguda; sem náuseas, vômitos e nenhum sinal de hipotensão ou sepse.
As fluoroquinolonas têm sido extensamente utilizadas em adultos, com altos índices
de cura e sem relatos de toxicidade.

De acordo a Sepúlveda, et al, (2008) salienta que em gestantes com cistite de


origem comunitária, algumas contraindicações relativas a determinados
antimicrobianos promovem uma redução significativa com relação às drogas
potencialmente utilizáveis. As possibilidades terapêuticas disponíveis para a
gestante são antimicrobianos beta-lactâmicos, nitrofurantoína e fosfomicina.

É de salientar que para o enfermeiro estar bem dotado a terapêutica é


necessária que tenha as bases farmacológicas e fisiopatológica na sua bagagem de
conhecimento, para evitar iatrogenia e melhorar na qualidade de atendimento ao
paciente.

Quando a cistite ocorre em pacientes do sexo masculino a ciprofloxacina é uma


opção terapêutica e o tempo de tratamento se prolonga para 10 a 14 dias. Caso
o paciente possua mais de 60 anos, justifica-se a realização do exame de
próstata e a solicitação de urocultura e teste de Susceptibilidade a
antimicrobianos deve ser realizada em todos os casos
(Schaeffer, 2001, p. 36).

Visto que um paciente com ITU, principalmente ao sexo masculino se não for
bem tratada e prolongar para 14 dias ou mais pode levar a outras complicações
principalmente aos idosos, é importante que os profissionais de saúde velam na
responsabilidade ao prescrever os fármacos ou a terapêutica e ter um controlo em
base de acompanhamento de um familiar.

Para a pielonefrite adquirida na comunidade e não complicada inicialmente


podemos trata-la em regime ambulatório, mais deve-se sempre as reavaliações a
cada 48h para determinar a efetividade do tratamento. Já para os pacientes com

23
sinais de instabilidade ou com fatores associados à ocorrência de ITU complicada,
neste caso de preferência serem internados. Nestes pacientes o uso de
antimicrobianos endovenosos deverá ser instituído até que se encontrem sem febre
por um período de 48 a 72h, quando a terapia pode ser completada por via oral

Hoje em dia, existem várias formas de precauções que podem ser tomadas
para nos prevenirmos várias infecções causadas por E. coli e entre outros. Por
exemplo na área hospitalar podemos reduzir a incidência de ITU (s) por tirar o
cateter imediatamente de pois do tempo indicado (Carvalhães et al., 2007).

Podemos prevenir por uma profilaxia prolongada as infecções recorrentes


(frequência ≥ a 3/ano ou frequência ≥ a 2 episódios nos últimos 6 meses) com
drogas antissépticas das vias urinárias. As drogas mais utilizadas para fins
profiláticos são a Nitrofurantoína, Sulfametoxazol- Trimetoprim, e as antigas
quinolonas como Ácido Pipemídico ou Ácido Nalidíxico.

Quando a ITU estiver relacionada com a atividade sexual pode-se prescrever


um comprimido após cada relação (Brooks, et al, 2000).

A profilaxia da infecção urinária é indicada principalmente em mulheres com


ITU recorrente, que apresentem mais do que duas infecções por ano, ou quando da
presença de fatores que mantém a infecção como cálculos. Para que se inicie a
profilaxia é necessário que a urocultura se mostre negativa para evitar o tratamento
de uma eventual infecção vigente com subdose de antibiótico.

Existem algumas medidas e recomendações para o manuseio não


medicamentoso de pacientes com ITU recorrente ou com bacteriúria
assintomática: aumento de ingestão de líquidos; urinar em intervalos de 2 a 3
horas; urinar sempre antes de deitar ou após o coito; evitar o uso de diafragma
ou preservativos associados a espermicida (para não alterar o pH vaginal);
evitar banhos de espuma ou aditivos químicos na água do banho (para não
modificar a microbiota vaginal); aplicação vaginal de estrógeno em mulheres
que estão na fase pós-menopausa
(Dachi, et al. 2014, p. 48)
O tratamento medicamentoso é o principal recurso utilizado para tratar uma
infecção já estabelecida. Porém, segundo os critérios da Organização mundial de
saúde (OMS), a ingestão de antimicrobianos só deveria ocorrer após a correta

24
identificação da bactéria e seu respetivo TSA para que seja feita a escolha ideal do
antimicrobiano a ser utilizado pelo paciente infetado

Esses fatos pouco acontecem na prática e os pacientes utilizam empiricamente


antibióticos que muitas vezes são inadequados, o que leva ao aumento da resistência
bacteriana e a falha no tratamento da infecção em questão Dentre os medicamentos
mais utilizados em hospitais, os antibióticos estão entre os mais prescritos, sendo
responsáveis por 20% a 50% dos custos com medicamentos (Carvalães et al.,
2007).

Existem algumas estratégias para a escolha adequada de um antimicrobiano,


avaliando qual o tipo de paciente infectado, qual é o microrganismo colonizador em
questão e qual tipo de infecção está acometendo o paciente. É necessário avaliar o
quadro do paciente para que a escolha do antimicrobiano resulte em maior benefício
terapêutico e minimize a ocorrência de efeitos colaterais

É de salientar que as principais classes de antimicrobianos recomendados para


o tratamento de ITU são: Sulfonamidas, Nitrofurantoína, Quinolonas,
Fluorquinolonas e Cefalosporinas

Nestas principais classes existe a mais utilizada para a terapêutica de ITU que
são as fluorquinolonas (agem através da inibição da síntese dos ácidos nucléicos) e
possuem uma boa função sobre os microrganismos gram negativos (Roriz, et al.,
2010).

Os efeitos colaterais causados pelo uso de antimicrobianos equivalem a 23% de


todas as reações adversas em que se encontram em ambientes hospitalares.
Estudos mostram que os antibióticos estão entre as classes de medicamentos
que mais causam efeitos colaterais, tornando-se um problema de saúde pública
e contribuindo para o aumento com os gastos nos sistemas de saúde. Os efeitos
mais relatados são: febre, reações alérgicas na pele, nefrotoxicidade, rash
cutânea, náuseas, vômitos, diarreia, dor abdominal e estomacal, dentre outros
(Masson et al., 2010).

O uso inadequado de antimicrobianos afeta significativamente a microbiota do


paciente que o utiliza, além de contribuir negativamente, também, para mudanças
na ecologia microbiana de outros indivíduos. Devido ao uso desses medicamentos,
ocorre uma pressão seletiva, fazendo com que as bactérias da flora normal do

25
organismo acabem sendo eliminadas e as patológicas sobrevivendo, levando a um
desequilíbrio. Por isso o técnico deve saber e seguir a lei dos cinco certos, para
evitar as claras consequências causado pelo uso inadequado dos fármacos
antimicrobianos

Segundo Masson, et al., 2010 afirma que algumas falhas no tratamento devem-
se devido a erros cometidos na escolha e na administração desses fármacos como,
por exemplo, a posologia incorreta. A utilização de doses baixas e/ou intervalos
inadequados da medicação pode fazer com que cause a destruição da microbiota
normal. Além disso, o uso de medicamentos sem necessidade, quando o paciente
possui outro tipo de patologia que não uma infecção, leva ao aumento de riscos de
efeitos adversos.

No entanto os profissionais devem ter o conhecimento e informações, porque


ausência de conhecimentos sobre os antimicrobianos e a falta de informações sobre
o histórico dos pacientes que utilizarão esses fármacos também contribui para falhas
do tratamento das infecções (Ferreira et al., 2014).

A profilaxia de infecções urinárias tem sido empregada para contribuir com a


diminuição da utilização de antibióticos. Contudo, a escolha da terapia de profilaxia
adequada depende da constância e das características da recorrência, além da
aceitação do paciente em ter um comprometimento com o regime de utilização
necessário. Os pré-bióticos são microrganismos que auxiliam no tratamento e
prevenção de ITU, porém não há estudos que comprovem a sua real eficácia.

1.9 – Prevenção

Visto que para o melhoramento da saúde de uma comunidade é necessário que


haja prevenção da doença, para isso os profissionais da saúde devem conhecer as
medidas de prevenção da ITU. Sendo assim, as primeiras medidas para a prevenção
e para o tratamento das infecções do trato urinário deve ser a orientação ao paciente
sobre melhorar a hidratação do organismo, aumentando a ingestão de líquidos.

26
Também deve-se orientá-lo sobre cuidados e formas adequadas de higiene íntima
(Pina, 2011).

1.10 O Papel do enfermeiro nos cuidados da Infecção do


Trato Urinário

O enfermeiro exerce um papel muito importante relacionado aos


acontecimentos atribuídos aos pacientes, no que se deve priorizar o processo de
responsabilidade com aos mesmos, diante de todas as técnicas e condutas adotadas
com o objetivo de atribuir melhorias ao estado clínico de cada paciente. Sendo desta
forma, e importante o enfermeiro avaliar esse processo com rigorosa atenção,
através de avaliações e intervenções sobre os sinais que possam indicar uma
resposta de positividade ou negatividade dos cuidados.

Diante disto é fundamental a interação da equipe de enfermagem implantar


medidas para minimizar a incidência e os riscos destas infeções, prevenindo-as
pelo aprimoramento técnico-científico, buscando um equilíbrio entre a
segurança do paciente e o poder que a infecção pode traduzir ao mesmo,
levando em consideração também o custo-efetividade gerado a
instituição. Sendo desta forma é necessário questionar a atuação do enfermeiro
em relação aos procedimento.cateter
(Palleto, 2005, p. 67).
Hoje em dia o grande número de pessoas portadoras de doenças, e agravos,
necessitando do uso do cateter de demora, é muito relevante, isso influencia
bastante no equilíbrio corporal do paciente, já que ele é considerado um corpo
estranho, avaliando desta forma a principal reação do mesmo é tentar a eliminação
deste corpo estranho o mais rápido possível, de acordo com as suas armas. O que
relata mais um motivo favorável a infecção, sendo mais uma atenção a ser
observada e analisada diante do enfermeiro.

É importante destacar também a interação da equipe profissional relacionada


ao cateterismo de demora, pois através da mesma é possível evitar a disseminação

27
da infecção por via cruzada, este tipo de infecção pode ser transmitido
principalmente através das mãos, através de contaminação por fluidos, irrigação
vesical entre outras formas, que são possíveis de serrem evitadas, apenas com
atitudes, realizadas com maior atenção atribuída ao paciente.

O uso do cateter requer ao paciente uma atenção maior, o que se espera da


equipe de enfermagem uma prestação de cuidados e atenção diária evitando
complicações decorrentes da sua utilização. É necessário observar cor, volume
e aspecto da urina drenada, prevenir dobras ou tensões no tubo extensor,
manter a bolsa coletora abaixo do nível de inserção do cateter urinário,
prevenindo refluxo da urina para a bexiga, além de monitorar rigorosamente
sinais de infecção do trato urinário. A equipe precisa estar atenta aos primeiros
sinais de infecção, quanto mais demorado o tratamento da infecção, mais difícil
o combate ao problema, as bactérias se disseminam e ficam mais resistentes,
aumentando as chances de complicações
(Roriz, et al. 2010, p. 58)

1.10.1 Actuação do enfermeiro intensivista no controlo de ITU

Segundo Neves (1983), mesmo que o hospital seja um reservatório de agentes


potencialmente patogênicos, a exposição a esse meio nocivo a saúde não resulta,
obrigatoriamente, em infecção. Para obter medidas efetivas relacionadas ao controle
de infecção hospitalar, é necessário implantar um sistema de vigilância
epidemiológica buscando obter dados mensuráveis com finalidade de identificar
riscos de infecção, avaliá-los, para então implementar medidas de controlo
condizente com a realidade do setor.

Podemos considerar que uma assistência adequada e individualizada é quendo


aplicacamos a sistematização da assistência de enfermagem (SAE). Para Schaeffer
(2001), relata que compete ao enfermeiro o gerenciamento do processo de trabalho
em enfermagem, para garantir a qualidade da assistência prestada. Diz também que
cabe ao enfermeiro assegurar a SAE que independentes da teoria que a embase, as
etapas encontram-se pré-estabelecidas: levantamento de dados; diagnóstico de

28
enfermagem; elaboração; implementação do plano de cuidados individualizados e a
avaliação para possíveis reorientações das intervenções.

No âmbito da SAE no que diz respeito ao North American Nursing Diagnosis


Association (NANDA), uns dos exemplos de diagnóstico em que se enquadra o
paciente admitido na UTI com possíveis fatores de risco mencionados
anteriormente: Risco de infecção; eliminação urinária prejudicada; risco de lesão e
risco de integridade da pele prejudicada.

Já Vieira (2003), ressalta que a SAE é caracterizada como uma metodologia


que organiza e sistematiza o cuidado baseado em princípios científicos,
identificando o processo saúde-doença e as necessidades do cuidado de
enfermagem, contribuindo para intervenções de promoção, prevenção, recuperação
e reabilitação da saúde do individuo. Enfatiza que a implementação da SAE
proporciona cuidados individualizados, assim como direcionam os enfermeiro
perante as decisões relacionadas ao gerenciamento da equipe de enfermagem, além
de permitir o uso de uma linguagem padronizada, favorecendo assim a comunicação
e o levantamento dos dados para um efetivo planejamento da assistência.

Nesse aborda-se que os benefícios oriundos da SAE contemplam não só os


profissionais e clientes como também a instituição, visto que o objetivo da
enfermagem é promover assistência de acordo as necessidades do paciente e da
instituição oferecer serviço efetivo e eficiente.

Acredita-se que na UTI é imprescindível o processo em enfermagem devido a


gravidade de saúde dos pacientes, a dificuldade no momento da entrevista
(considerando a importância da participação dos familiares), o que exige maior
observação e exame físico minucioso, além da necessidade de ação rápida,
segura e efetiva da equipe de enfermagem e reconhece os benefícios
conquistados através da utilização do processo de enfermagem.
(Pina, 2011, p. 56)
É de salientar que não existe taxas de infecção hospitalar ideal, devido cada
UTI ter características diversas e que os profissionais de saúde devem buscar
reduzir ao máximo através das medidas de controlo os elevados índices de infecção.
Estudos como o de Pina (2011), evidenciam que grande parte dos profissionais de
enfermagem é dotada de fundamentação teórica, mas quando observados durante a

29
realização dos procedimentos a grande maioria não atrelam a teoria com a prática.
Mesmo constatando que a não higienização das mãos é considerado um fator
responsável pelas infecções cruzadas, os profissionais continuam ignorando esse
gesto tão simples.

No entanto o enfermeiro intensivista deve atuar de maneira eficaz no combate


e prevenção à infecção hospitalar. Mais para que isso acontece é necessário
desenvolver treinamentos com sua equipa, promover educação continuada
enfatizando a necessidade das técnicas assépticas e interagir com os profissionais
que trabalham no setor e com a comissão de controlo de infecção hospitalar (CCIH)
debatendo critérios para indicação da sondagem vesical sua necessidade e tempo de
duração.

De acordo com a Brooks (2000), abordam que um dos procedimentos que


mais favorece o surgimento de ITU, é a sondagem vesical. Diante dos fatores que
predispõem a aquisição de ITU na UTI, enfatiza o importante papel do enfermeiro
no controlo dessas infecções, principalmente por se tratar de um procedimento que
compete a equipe de enfermagem.

Então as acções de enfermagem entram em todos os possíveis actos de


prevenção e do controlo de ITU relacionada à sondagem vesical. Identificando
assim a importância da efetividade do profissional enfermeiro perante o cateterismo
vesical no intuito de diminuir ao máximo as possíveis consequências, atentando
também por ser o profissional responsável pela coordenação da equipe de
enfermagem, implantação de normas e rotinas ao seu serviço e a optimização do
cuidado através da educação continuada.

30
CAPÍTULO 2 –

METODOLOGIA

31
CAPÍTULO 2 – METODOLOGIA

2.1 – Modo de Investigação

A pesquisa é um procedimento formal, com métodos de pensamento reflexivo,


que requer tratamento científico no caminho para se conhecer a realidade ou
descobrir verdades parciais. E nesta fase, o investigador determina o método e
técnicas que utilizará para obter respostas as questões de investigação
colocadas
(Lakatos & Marconi, 2007, p. 15).

Dada a linha de pensamento das autoras referidas, o presente estudo será


realizado com base numa metodologia científica exploratória descritiva, quantitativa
e qualitativa.

2.2– Variáveis

As variáveis são as seguintes:

Independente: idade, sexo, nível de escolaridade, tempo de serviço.

Dependente: sinais e sintomas, causa, prevenção, cuidados de enfermagem.

2.3 – Objecto de estudo

«População é um conjunto de pessoas que pelo menos apresentam uma


característica comum» (Lakatos & Marconi, 2010, p. 27).

Contudo, pretende-se entrevistar os profissionais de enfermagem do hospital


Municipal da Samba da província de Luanda.

32
«A amostra é uma parcela conveniente seleccionada do universo
(população)» (Idem, p. 28)

Todavia, serão dose (12) profissionais a serem inqueridos.

2.4 – Instrumento de investigação

O instrumento de recolha de informação que foi utilizado para proceder ao


estudo é o Questionário que foram feitas por perguntas abertas e fechadas.

2.5 - Processamento e tratamento da informação

O processamento de dados foi com base os programas informáticos Microsoft


Office Word, cujo processamento foi feito tabelas com apoios em folhas de cálculo
do programa Microsoft Office Excel e apresentar-se-á em Microsoft PowerPoint.

33
CAPÍTULO 3 –

RESULTADOS E DISCUSSÃO

34
Tabela nº 1 - Distribuição dos Profissionais de enfermagem segundo a faixa
etária.

Faixa etária Nº %

20-30 7 58

34-41 3 25

42-52 2 17

Mais de 53 0 0

Total 12 100

Fonte: Questionário do autor

Gráfico nº 1 - Distribuição dos Profissionais de enfermagem segundo a faixa


etária.

Faixa Etária
58
60

50

40

30 25
17
20

10
0
0
20 - 30 34 - 41 42 - 52 mais de 53
Faixa Etária

35
Segundo o gráfico acima referido que indica a faixa etária dos profissionais de
enfermagem inquiridos, pode-se notar que houve maior predominância aos de 20-30
anos de idade correspondendo a (58%), seguido por 34-41 que corresponde a
(25%).

Neste caso podemos afirmar que o hospital é composto por técnicos muito
jovens. Com isso é de afirmar que quando uma unidade for composta de jovens, há
maior vigor no trabalho e pouca experiência.

36
Tabela nº 2 - Distribuição dos profissionais de enfermagem segundo o género.

Género Nº %

Masculino 5 42

Feminino 7 58

Total 12 100

Fonte:Questinario do autor

Gráfico nº 2 - Distribuição dos profissionais de enfermagem segundo o género.

GÉNERO

58
60 42
50
40
30
20
10 Género
0
Masculino Feminino

37
De acordo com o gráfico acima referindo o sexo podemos notar que a maior
parte dos profissionais de enfermagem do hospital são do sexo feminino
predominado com (58%) ao passo que o masculino corresponde a (42%).

Embora mostre um desequilíbrio ligeiro, podemos justificar a predominância


com sendo que as mulheres são as que mais adirem ao curso de enfermagem em
relação aos homens, isto desde os tempos remotos.

Tabela nº 3 – Distribuição dos profissionais de enfermagem de acordo com


o nível de escolaridade.

Nível de Escolaridade Nº %

Técnicos Básicos 2 17

Técnicos médios 7 58

Técnicos superiores 3 25

Total 12 100

Fonte: questionário do autor

38
Gráfico nº 3 – Distribuição dos profissionais de enfermagem de acordo com o nível
de escolaridade.

Nivel de Escolaridade

58
60
50 25
40 17
30
20
10
0
Tecnicos Tecnicos Tecnicos
Basicos Medios Superiores

De acordo ao nível de escolaridade a maioria dos profissionais tem o nível de


técnicos médios da saúde predominando a (58%), seguido dos técnicos superiores
correspondendo a (25%).

Talvez podemos justificar que a mais técnicos médios pelo facto de que a anos
no nosso pais não tinha faculdades de enfermagem, mais sim ensinos de base e
médios de enfermagem. Mais agora temos visto um equilíbrio de escolas técnicas e
superiores de enfermagem.

39
Tabela nº 4 – Distribuição dos técnicos de enfermagem segundo o tempo de
serviço.

Tempo de serviço Nº %

1-8 Anos 7 58

9-17 Anos 2 17

18 – 26 Anos 1 8

Mais de 27 Anos 2 17

Total 12 100

Fonte: Questionário do autor

Gráfico nº 4 – Distribuição dos técnicos de enfermagem segundo o tempo de


serviço.

T E M P O D E S E RV I Ç O

58
60
50
40 17 17
8
30
20
10
0
1-8 anos 9-17 anos 18-26 mais de 27 anos

40
Segundo o tempo de serviço o gráfico mostra maior predominância ao (1-8
anos), correspondendo a (58%) e com menor predominância (18-26).

Podemos justificar que a maior predominância no tempo de serviço


correspondente dos (1-8 anos), pode ser porque a maioria dos profissionais da
unidade serem mais jovens.

41
Questão nº 5 – Grau de conhecimento dos técnicos de enfermagem sobre a
definição da ITU.

Q1 – é uma doença infeciosa.

Q2 – é uma doença causada por bactéria e fungos.

Q3 – doença infeciosa causada por bactérias.

Q4 – infecção que atuam no trato urinário causado por vírus.

Q5 – é uma doença muito perigosa que pode levar a morte.

Q6 – é uma doença infeciosa.

Q7 – é uma doença de caracter infecioso provocadas por bactérias e fungos.

Q8 – é uma infecção que atua no sistema urinário de ambos os sexos.

Q9 – doença infeciosa que pode levar a mulher a não ter filhos.

Q10 – é uma doença infeciosa transmitida através de relações sexuais.

Q11 – doença causada por bactéria infetando o aparelho urinário.

Q12 – é uma infecção produzida por microbactérias e fungos.

De acordo à questão colocada sobre a definição da ITU notou-se que têm um


conhecimento parcial sobre a definição.

De acordo com Paulo Mazili, (2014) defini que Infecção do Trato Urinário
(ITU), conhecida popularmente como infecção urinária, é um quadro infecioso que
pode ocorrer em qualquer parte do sistema urinário, como rins, bexiga, uretra e
ureteres. Esse tipo de infecção é mais comum na parte inferior do trato urinário, do
qual fazem parte a bexiga e a uretra.

42
Ainda outros autores como Kass, Edward, (2002) afirmam que a Infecção
urinária é a presença anormal de microrganismos em alguma região do trato
urinário. Algumas pessoas, especialmente mulheres, podem apresentar bactérias no
trato urinário e não desenvolverem infecção urinária, chamadas de bacteriúria
assintomática.

A infecção urinária é uma patologia que afeta qualquer parte do aparelho


urinário, desde os rins, a bexiga, até a uretra. É decorrente da presença de agentes
infecciosos em alguma parte do sistema urinário, sendo que quando afeta os rins,
recebe o nome de pielonefrite; quando acomete a bexiga, é chamada de cistite;
quando atinge a uretra, recebe o nome de uretrite. A bactéria que habitualmente é
responsável pelas infecções urinárias é a Escherichia coli, que compõe a flora
intestinal normal dos seres humanos.

No entanto, podemos dizer que é de ensuma importância que os técnicos


conheçam as definições das patologias para que lhes facilite prognostica-las.

43
Questão nº 6 – Grau de conhecimento dos técnicos de enfermagem sobre as
causas da ITU.

Q1 – é causada por microrganismo, como bactérias e fungos.

Q2 – são de causas bacterianas, má alimentação, má higiene interna.

Q3 – as principais causas são bacterianas, fungos, principalmente de gram-


negativo e gram-positivo.

Q4 – as causas da ITU são muita dor na bexiga, dor ao urinar.

Q5 – causas bacteriana e fungos.

Q6 – A ITU é causada por via sexual com pessoa contaminada e agua não
tratada.

Q7 – É causada por bactéria Gram- positiva e negativos, e fungos.

Q8 – É causada por bactéria e fungos.

Q9 – A infeção urinaria é causada pelo uso de sanitas não higienizadas, por ter
relações sexuais sem usar preservativo, e também por bactérias e fungos.

Q10 – é causada por bactéria, vírus e fungos.

Q11 – a ITU é causada por bactéria e fungos.

Q12 – é causada por água parada, banhar com agua não desinfetada, usar
sanitas não tratadas.

Segundo as causas notamos que também os profissionais conhecem mais de


modo parcial a causa da ITU.

Segundo Fernando diz que As principais causas são a relação sexual e a


presença das bactérias do trato gastrointestinal que migram por via ascendente da
região perineal até a bexiga. Raramente ocorre pela via hematogênica (circulação

44
sanguínea).Sendo assim comparando com o que mostra Fernando no que refere as
causas nota-se que alguns profissionais conhecem as principais causas da ITU.

E também alguns autores dizem que a infecção pode ser causada por vírus ou
fungos, mas na grande maioria dos casos a infecção é causada por bactérias,
principalmente as bactérias Gram negativas.

Outros afirmam que a ITU é causada por bactérias, fungos e


outros microrganismos que infecta o trato urinário (Rim, ureter, bexiga e uretra). Os
principais microrganismos envolvidos são as bactérias Gram negativas, com
a Escherichia coli sendo a mais prevalente tanto em indivíduos saudáveis como em
pacientes com algum fator de risco como sonda vesical ou em idosos. Essas
bactérias estão normalmente presentes na flora intestinal. O sexo feminino
normalmente é mais afetado devido à proximidade da uretra com o ânus e por ela
ser muito mais curta que a uretra masculina. Quando não tratada adequadamente a
infecção pode causar complicações, levando a infecção dos rins e das vias urinárias
superiores, passando a ser denominada de pielonefrite. Outros gram negativos
importantes são a Klebsiella, Acinetobacter sp e Pseudomonas sp.

No homem, normalmente a infecção do trato urinário está associada com o


aumento da próstata, como na hiperplasia prostática benigna. Um dos mecanismos
de defesa do sistema urinário seria o fluxo constante de urina, responsável pela
"limpeza" constante de bactérias que eventualmente caiam ali. Com a obstrução ou
diminuição desse fluxo, como no aumento da próstata, as bactérias teriam mais
tempo para se estabelecer e proliferar.

Meninos com fimose têm mais facilidade de adquirirem ITU por Proteus
Mirabilis, mas ainda sim o agente Escherichia coli é o mais comum.
Staphylococcus saprophyticus e Enterococcus são uropatógenos gram
positivos. Candida albicans é um exemplo de fungo que causa ITU em indivíduos
debilitados ou imunodeficientes.

45
Questão nº 7 – grau de conhecimento dos técnicos de enfermagem sobre os sinais e
sintomas da ITU.

Q1 – presença de pus na urina, ardor ao urinar, febre e dor de coluna.

Q2 – febres dor de baixo-ventre, dor ao urinar, coloração na urina.

Q3 – dor na coluna, urinar bastante, febre e comichão.

Q4 – urinar bastante, dor na coluna, comichão e febre.

Q5 – comichão nos órgãos genitais, em algumas pessoas dor de baixo-ventre


aparecimento de ferimentos nos órgãos genitais.

Q6 – ardor ao urinar, dor de cabeça e dor na coluna.

Q7 – dor de baixo-ventre, dor na coluna comichão nos órgãos genitais.

Q8 – comichão nos órgãos genitais, em algumas pessoas, dor de baixo-ventre.

Q9 – dor na coluna, coceira nos órgãos genitais, cefaleia.

Q10 – urina de cor amarela, comichão na vagina ou no pénis, e também


ferimentos nos órgãos genitais.

Q11 – inflamação da vulva e dos grandes lábios, lombalgia, cefaleia, coceiras


e dor de bexiga.

Q12 – febres, dor de cabeça, dor de baixo-ventre, ardor ao urinar.

Segundo Lehmam et al (2010) diz que, dentre as manifestações clínicas


observadas em infecções do trato urinário estão: Dor e ardência ao urinar;
dificuldade para iniciar a micção; urgência miccional; vontade de urinar diversas
vezes ao dia e em pequenas quantidades; urina com mau odor e coloração alterada;
Hematúria (urina com sangue) em certos casos.

46
O mesmo autor diz que quando a infecção alcança o rim, o quadro é mais
preocupante, podendo o paciente apresentar febre, calafrios, dor lombar, náuseas e
êmese.

Neste caso segundo o grau de conhecimento acerca dos sinais e sintomas


podemos notar que os profissionais conhecem os sinais e sintomas da ITU,
comparando com o autor a sima citado.

47
Questão nº 8 – grau de conhecimento dos técnicos de enfermagem sobre os
métodos de prevenção, da ITU.

Q1 – Estilo de vida adequado, fazer bem a higiene intima, usar cuecas de


algodão.

Q2 – Evitar usar roupas interiores suja, ingerir constante agua, e também


evitar tomar banho em água contaminada.

Q3 – Banho constante, higiene da roupa interior e não urinar em qualquer


local;

Q4 – Quando estiver no período menstrual fazer mudanças de pensos várias


vezes ao dia, tomar banho com água tratada;

Q5 – Manter um bom saneamento no wc, passa ferro nos biquínis e pensos;

Q6 – usar de preservativos durante o ato sexual;

Q7 – Manter o cuidados com a higiene pessoal, lavar as mãos com bastante


água;

Q8 – Manter as nossas casas de banho limpa, não privar a urina na bexiga por
muito tempo;

Q9 – Urinar em locais seguros, usar sempre preservativos, desinfetar as


sanitas com lixivia;

Q10 – urinar em locais seguros, engomar a roupa interior, manter um bom


saneamento básico no seio;

Q11 – Não usar biquínis muito apertados, ter uma higiene intima adequada;

Q12 – Banhar com águas para, fazer sempre a higiene pessoal, ingerir muita
água.

48
De acordo ao grau de conhecimento acerca da prevenção também notamos que
os profissionais conhecem os métodos.

Segundo Lehmam afirma que para se prevenir das ITUs, é necessário a adoção
de algumas medidas:

 Ingestão de bastante líquido ao longo do dia;

 Evitar reter urina, devendo urinar sempre que sentir necessidade;

 Praticar relações sexuais com proteção;

 Urinar após as relações sexuais;

 Não utilizar antibióticos indiscriminadamente.

Para as mulheres, outros cuidados também devem ser tomados, como:

 Limpar-se sempre de frente para trás, após utilizar o toalete;

 Lavar a região perianal depois de evacuar;

 Evitar o uso por longos períodos de absorvente íntimo;

 Evitar o uso constante de roupas íntimas de tecido sintético.

Porem Isto vai de acordo com as respostas dos profissionais entrevistados.

49
Questão nº 9 – grau de conhecimento dos técnicos de enfermagem sobre a conduta
de enfermagem ao paciente com ITU.

Q1 – Antes de fazer uso qualquer produto de consultar o médico ou


especialista, para fazer os procedimentos dos exames para detetar o tipo de infecção
urinária.

Q2 – Não tomar qualquer medicamento sem a prescrição medica;

Q3 – Beber muita água trata;

Q4 – Seguir o tratamento segundo prescrição medica;

Q5 – Não fazer uso de produtos sem orientação medica, para não provocar
outras complicações;

Q6 – Evitar ter relações sexuais durante o tempo que estiver a fazer a


medicação;

Q7 – Fazer um tratamento medicamentoso segundo a prescrição medica;

Q8 – Não usar o mesmo material de exsudação vaginal;

Q9 – Beber muita água não fazer relação sexual enquanto estiver a tomar a
medicação;

Q10 – Manter sempre a casa de banho limpa, beber muitos líquidos seguir a
tratamento segundo a prescrição medica;

Q11 – Não usa sanitas sujas, trocar varias vezes o penso durante os dias;

Q12 – seguir o tratamento de modo rigoroso para evitar outras complicações,


bérber muita água.

As infecções urinárias em mulheres constituem uma das causas mais presentes


em consultas, sejam médicas ou de enfermagem, junto as unidades de saúde, sendo
a abordagem precoce e a intervenção adequada um fator preponderante para se
evitar complicações ou mesmo internações desnecessárias. O quadro principal de

50
manifestação clinica é a disúria, acompanhada de polaciúria, oligúria e urgência
urinária.

Podemos observar que segundo o grau de conhecimento acerca da conduta dos


profissionais de enfermagem em pacientes com ITUs, tem um conhecimento muito
fraco.

Fazendo uma comparação com o estudo de navarro que diz Uso de roupa
íntimas de algodão e/ou dormir sem as mesmas a fim de promover melhor
ventilação;

Banho de assento com ácido acético (vinagre), (1-2 colheres de sopa em 1 litro
de água) a fim de melhorar sintomas;

Evitar o uso de roupas apertadas ou diminuir o tempo de uso das mesmas.

Observar diferenciação entre os tipos de infecções urinárias.

Convocar os parceiros;

No tratamento medicamentoso o autor orienta:

Metronidazol creme (100 mg/g) por 5 noites;

Metronidazol 500 mg VO de 12/12 horas por 7 dias G

N caso de infecção urinaria grave, outros autores referem-se o inicio com:

Exame físico: palpação abdominal e em Baixo ventre, punho percussão lateral


(Giordano).

Onde pode se notar vários sinais de alerta como: -dor abdominal intensa; -
febre; -dor lombar -punho percussão lateral (Giordano) positivo; -comprometimento
do estado geral; -sinais de desidratação ou choque.

Aumentar ingesta hídrica; Orientar sinais de agravamento do quadro clínico


(febre, dor lombar, dor abdominal) e retornar à unidade ou procurar serviço de
urgência;

51
Se gestante, o enfermeiro não poderá prescrever o tratamento medicamentoso
e deverá realizar interconsulta imediata com médico da equipe, considerando ser a
ITU uma das principais causas de trabalho de parto prematuro.

52
CONCLUSÕES

Com base no que abordamos e analisamos na presente monografia conclui-se


que:

A infecção do trato urinário (ITU) caracteriza-se pela invasão e multiplicação


bacteriana nesse segmento, devido a aderência provocada pela bactéria através de
suas fímbrias e adesinas. O tratamento, normalmente, é realizado com
antimicrobianos.

Neste caso conseguimos alcançar os objetivos pretendidos, durante a nossa


pesquisa feita por um questionário onde notou-se que:

A maioria dos profissionais tem a idade compreendida dos (20-30 anos)


mostrando que são jovens;

O sexo que mais predomina na unidade hospitalar é o feminino


correspondendo a (58%);

Segundo o nível de escolaridade notou-se que a maioria tem o curso medio de


saúde levando uma correspondência de (58%);

No que tange ao tempo de serviço notou-se que houve maior predominância


aos de (1-8 anos) correspondendo a 58%;

De acordo às perguntas feitas para testar o grau de conhecimentos dos


profissionais concluímos que a maior parte dos profissionais têm pouco
conhecimento científico acerca das infeções do trato urinário. Entretanto
conseguimos avaliar o conhecimento científico dos profissionais de enfermagem
empregados a unidade de saúde em estudo.

53
RECOMENDAÇÕES

Este estudo proporcionou a avaliação do grau de conhecimento dos


enfermeiros acerca das infecções do trato urinário.

Para a população recomendamos que evitem se expor aos factores de risco que
levam ao acometimento da bactéria causadora de infecção, como: ter relações
sexuais com mais de um parceiro sem preservativo, fazer uso de latrinas não
higienizada, uso de cuecas de tecidos lãs.

À instituição superior recomenda-se o incentivo de palestras nas unidades


sobre a promoção e a prevenção das ITUs. Produzindo produzem cartazes de
sensibilização.

Para o enfermeiro recomenda-se que se atualizem, aumentando sua bagagem


de conhecimento científico, a fim de proporcionar assistência adequada, sabendo o
momento que necessita de acções simples e complexas, para que, assim, alcance
resultado eficaz em tempo reduzido, não deixando de ter uma visão holística e
humanizada.

É recomendável também que a equipa multidisciplinar estabeleça prioridades


das acções ao paciente de acordo com as necessidades afetadas, avaliar e
acompanhar exames e planejarem uma assistência adequada. Assim como, ter uma
comunicação eficaz com o paciente e sua família, bem como com os outros
membros da equipe.

Também para o Enfermagem que não devemos simplesmente prender em


executar a técnica adequada, realizar as acções que foram prescritas, entre outros,
pois é de grande importância o enfermeiro oferecer apoio psicológico ao paciente e
seus familiares.

54
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Masson, P., Matheson, S., Webster, A. & Craiger, J. (2009). Prevention and
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Neto, O. (2003). Infecção do Trato Urinário. Medicina Ribeirão Preto, vol. 36


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Vieira, M. (2003). Infecção do trato urinário. Medicina Ribeirão Preto, vol. 36

56
57
ANEXOS
QUESTIONÁRIO
1- Dados pessoais

Faixa Etária

20-30 _____

34-41 _____

42-52 _____

53-63 _____

Sexo

Masculino _____

Feminino ______

Nível de escolaridade

Técnico básico ______

Técnico médio ______

Técnico superior _____

Tempo de serviço

1-8 Anos ____

9-17 Anos ____

18-26 Anos ____

27-35 Anos ____

36 -44 Anos ____


Mais de 45 anos ____

2-quais são as causas da I.T.U?

R:_____________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
________________

3-Cita os sinais e sintomas da I.T.U?

R:_____________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________

4- Descreve os métodos de prevenção da I.T.U?

R:_____________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________

5-Quais são as condutas de enfermagem em produtos com I.T.U?

R:_____________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
_______________________________________________________________

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