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Direito Empresarial – Exame da OAB

Teoria e exercícios comentados


Prof. Gabriel Rabelo – Aula 02

APRESENTAÇÃO

Olá, meus amigos. Como estão?!

É com um imenso prazer que estamos aqui, no Estratégia Concursos, para


ministrar para vocês mais uma aula do Curso de Direito Empresarial para o
Exame da OAB.

Hoje, falaremos sobre os seguintes tópicos:

- Sociedades personificadas
- Sociedades em nome coletivo
- Sociedades em comandita simples
- Sociedades simples
- Sociedades limitadas

Vamos à aula!

Forte abraço.

Gabriel Rabelo.

SOCIEDADES

O Código Civil dispõe que:

Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado:

II - as sociedades;
VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada. (Incluído pela Lei nº
12.441, de 2011) (Vigência)

Portanto, embora sejam pessoas jurídicas, cumpre lembrar que nem todas as
sociedades possuem personalidade jurídica (já estudamos os exemplos da
sociedade em comum e em conta de participação).

Outro aspecto interessante é que as sociedades personificadas, quanto ao


objeto, podem ser simples e empresárias. Segundo o Código Civil:

Art. 982. Salvo as exceções expressas, considera-se empresária a sociedade


que tem por objeto o exercício de atividade própria de empresário sujeito a
registro (art. 967); e, simples, as demais.

Parágrafo único. Independentemente de seu objeto, considera-se empresária a


sociedade por ações; e, simples, a cooperativa.

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Art. 983. A sociedade empresária deve constituir-se segundo um dos tipos


regulados nos arts. 1.039 a 1.092; a sociedade simples pode constituir-se de
conformidade com um desses tipos, e, não o fazendo, subordina-se às normas
que lhe são próprias.

O que nos interessa, agora, é o estudo do artigo 983.


Basicamente temos o seguinte. A sociedade simples
tem objeto não empresarial. Além disso, tem um
regramento, uma forma estatuída no Código Civil,
que lhe é própria. Todavia, se ela não quiser adotar a
forma de sociedade simples pura, poderá se constituir com a forma de um outro
tipo societário.

Por exemplo, dois médicos se reunem para constituir uma sociedade simples,
mas querem limitar a responsabilidade a responsabilidade pelos atos sociais.
Nesta hipótese, o objeto é simples, mas a sociedade poderá adotar a forma de
sociedade limitada. Ok?

Essa regra vale para os seguintes tipos societários: sociedade em nome


coletivo, sociedade em comandita simples, sociedade limitada.

As sociedades cooperativas são sempre simples e as por ações são sempre


empresárias.

REQUISITOS COMUNS PARA CONSTITUIÇÃO DAS SOCIEDADES

A doutrina prega que são requisitos comuns para a constituição de uma


sociedade:

Requisitos comuns para a constituição de uma sociedade:

- Agente capaz,
- Objeto lícito, possível, determinado ou determinável,
- Forma prescrita ou não defesa em lei.

Não há uma definição legal sobre o que vem a ser objeto lícito, possível,
determinado ou determinável. A Lei 8.934/94 dispõe:

Art. 35. Não podem ser arquivados:

I - os documentos que não obedecerem às prescrições legais ou regulamentares


ou que contiverem matéria contrária aos bons costumes ou à ordem pública,
bem como os que colidirem com o respectivo estatuto ou contrato não
modificado anteriormente;

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Ademais, sobre a forma, o contrato ou estatuto deve ser escrito (pois deve ser
registrado, solene (distinta de outros documentos) e plural (pois não há forma
estabelecida por lei).

Ademais, é imprescindível aos diversos tipos societários:

- Affectio societatis: é a disposição dos sócios


em contrair uma sociedade.
- Pluralidade de sócios: As sociedades são
compostas por no mínimo dois sócios. Não existe
sociedade com apenas um sócio. Esta situação, se
existir, é excepcional ou transitória. São exceções
à regra de pluralidade de sócios: subsidiária
integral (único acionista é sociedade brasileira),
empresa pública formada exclusivamente por
recursos públicos do ente criador, sociedade em
que se perde a pluralidade, devendo esta condição
ser reconstituída em 180 dias, sociedade por ações
em que sobra um único acionista, permanecendo
assim até, no máximo, o ano seguinte ao da
assembléia que verificou.
- Constituição de capital social: todos os tipos
societários possuem capital social, que é o
montante aportado pelo sócio para ingressar no quadro societário.
- Participação nos lucros e perdas: é nula a cláusula que exclua sócio de
participar dos lucros ou das perdas (Código Civil, artigo 1.008)

SOCIEDADES PERSONIFICADAS

Passaremos a falar agora sobre as sociedades personificadas. Começando pelos


tipos societários mais simples.

ASPECTOS COMUNS À SOCIEDADE EM NOME COLETIVO E ÀS


SOCIEDADES EM COMANDITA SIMPLES

Prezados alunos, antes de iniciarmos os estudos acerca das sociedades ditas


contratuais, existem basicamente quatro tipos societários constituítos por
contrato, a saber: sociedade em comandita simples, sociedade em
nome coletivo, sociedade em conta de participação e sociedade
limitada.

A sociedade em conta de participação já fora vista na aula passada. De igual


sorte, estudaremos as sociedades limitadas adiante.

Concentremo-nos nas sociedades em nome coletivo e nas sociedades em


comandita simples. Há regras gerais extraídas do Código Civil que servem para
subsidiar a existências de ambos os tipos societários. Gravemos:

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- São sociedades de pessoas, isto implica dizer que a cessão de cota social
condiciona-se à concordância dos demais sócios.
- O nome empresarial deve ser formado por firma social, em que somente
poderá transparecer nome dos sócios com responsabilidade ilimitada. Se
determinado sócio possui responsabilidade limitada (no caso da sociedade em
comandita simples), e oferece o nome à composição da firma, passará a
responder ilimitadamente pelas obrigações sociais.
- Somente sócios com responsabilidade ilimitada poderão administrar a
sociedade, inexistindo a possibilidade de uma pessoa jurídica ser sócia de
sociedade em nome coletivo ou sócia comanditada em sociedade.

Anote-se que ambos os tipos societários se encontram em desuso na economia


brasileira.

SOCIEDADE EM NOME COLETIVO

Como de praxe, passemos às disposições do Código Civil sobre a sociedade em


nome coletivo...

Capítulo II - Da Sociedade em Nome Coletivo

Art. 1.039. Somente pessoas físicas podem tomar parte na sociedade em


nome coletivo, respondendo todos os sócios, solidária e ilimitadamente,
pelas obrigações sociais.

Parágrafo único. Sem prejuízo da responsabilidade perante terceiros, podem os


sócios, no ato constitutivo, ou por unânime convenção posterior, limitar entre si
a responsabilidade de cada um.

Art. 1.040. A sociedade em nome coletivo se rege pelas normas deste Capítulo
e, no que seja omisso, pelas do Capítulo antecedente.

Art. 1.041. O contrato deve mencionar, além das indicações referidas no art.
997, a firma social.

Art. 1.042. A administração da sociedade compete exclusivamente a sócios,


sendo o uso da firma, nos limites do contrato, privativo dos que tenham os
necessários poderes.

Art. 1.043. O credor particular de sócio não pode, antes de dissolver-se a


sociedade, pretender a liquidação da quota do devedor.

Parágrafo único. Poderá fazê-lo quando:

I - a sociedade houver sido prorrogada tacitamente;

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II - tendo ocorrido prorrogação contratual, for acolhida judicialmente oposição


do credor, levantada no prazo de noventa dias, contado da publicação do ato
dilatório.

Art. 1.044. A sociedade se dissolve de pleno direito por qualquer das causas
enumeradas no art. 1.033 e, se empresária, também pela declaração da
falência.

A principal característica da sociedade em nome coletivo é a responsabilidade


ilimitada dos sócios que a compõem. Explique-se melhor este ponto.

Primeiro, a responsabilidade sobre os sócios recai, obviamente, somente depois


de esgotados os meios de cobrança do capital social, isto é, do patrimônio
social.

Segundo, o contrato social pode, por convenção


unânime (segundo o artigo 1.039, parágrafo único)
limitar a responsabilidade de cada um. Essa limitação,
contudo, só será válida para a relação entre os sócios.

Os sócios continuarão a responder ilimitadamente perante terceiros,


sendo que a limitação da responsabilidade será apurada em eventual
ação de regresso.

Essa é a inteligência do artigo 1.039 do Código Civil, que passamos:

Art. 1.039. Somente pessoas físicas podem tomar parte na sociedade em nome
coletivo, respondendo todos os sócios, solidária e ilimitadamente, pelas
obrigações sociais.

Parágrafo único. Sem prejuízo da responsabilidade perante terceiros, podem os


sócios, no ato constitutivo, ou por unânime convenção posterior, limitar entre si
a responsabilidade de cada um.

Vamos exemplificar.

A, B e C são sócios de determinada sociedade em nome coletivo, cujo capital


social monta a R$ 100.000,00. Suponha que os sócios tenham firmado contrato
que estabeleça a responsabilidade da seguinte forma: 50% para A, 30% para B
e 20% para C. O credor Y tem um montante de R$ 200.000,00 de crédito
vencido. Ingressou então em juízo para proceder à cobrança.

Esgotado o patrimônio da sociedade, os R$ 100.000,00, teremos um saldo a


pagar a Y no valor de R$ 100.000,00 ainda. Poderá ele proceder à cobrança de
todo o valor do sócio A, por exemplo. A limitação de responsabilidade tem
efeitos interna corporis. Todavia, como A responde tão-somente pela fração de
50% dos prejuízos, poderá reaver o restante em ação de regresso contra B e C.

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É só isso!

Outro aspecto importante das sociedades em nome coletivo, previsto no caput


do artigo 1.039 é que somente pessoas físicas podem integrar o seu quadro
societário! Grave-se:

Sócios da sociedade em nome coletivo  Somente pessoas físicas!

O tema foi cobrado pelo CESPE, no concurso para Defensor Público Federal,
em 2015, com a seguinte assertiva (item correto): Os sócios de sociedade em
nome coletivo devem ser pessoas físicas e podem, sem prejuízo da
responsabilidade perante terceiros, limitar entre si a responsabilidade de cada
um.

A sociedade em nome coletivo é uma sociedade de pessoas, que depende


do consentimento dos outros sócios para que estranhos entrem no quadro
social. Esquematizemos o seguinte:

Esquema para a prova

Sociedades em nome coletivo e sociedades em comandita simples 


Sociedades de pessoas.
Sociedade limitada  Pode ser sociedade de pessoa ou de capital.
Sociedade anônima e em comandita por ações  Sempre sociedades de
capital.

Continuemos...

Art. 1.040. A sociedade em nome coletivo se rege pelas normas deste Capítulo
e, no que seja omisso, pelas do Capítulo antecedente.

Aplicam-se às sociedades em nome coletivo as normas das sociedades simples,


subsidiariamente.

Outro aspecto deveras importante é que a Lei de Falência (Lei 11.101/05) diz
que:

Art. 81. A decisão que decreta a falência da sociedade com sócios


ilimitadamente responsáveis também acarreta a falência destes, que
ficam sujeitos aos mesmos efeitos jurídicos produzidos em relação à sociedade
falida e, por isso, deverão ser citados para apresentar contestação, se assim o
desejarem.

Com efeito, se uma sociedade em nome coletivo vir a falir, todos os seus sócios
também incorrem na mesma conduta, juntos.

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O nome empresarial da sociedade em nome coletivo deverá ser a firma ou


razão social, contendo o nome de ao menos um dos sócios, seguido da
expressão “& Companhia” ao final.

Art. 1.157. A sociedade em que houver sócios de responsabilidade ilimitada


operará sob firma, na qual somente os nomes daqueles poderão figurar,
bastando para formá-la aditar ao nome de um deles a expressão "e companhia"
ou sua abreviatura.

Parágrafo único. Ficam solidária e ilimitadamente responsáveis pelas obrigações


contraídas sob a firma social aqueles que, por seus nomes, figurarem na firma
da sociedade de que trata este artigo.

Se forem sócios de uma sociedade em nome coletivo Gabriel Rabelo da Silva,


Luciano Silva Rosa e Joana Angélica, o nome empresarial deverá ser: “Gabriel
Rabelo da Silva, Luciano Silva Rosa e Joana Angélica”, “Rabelo, Rosa e
Angélica, Restaurante”, “Gabriel Rabelo da Silva & Cia”, etc.

Outro aspecto que merece destaque:

Art. 1.042. A administração da sociedade compete exclusivamente a sócios,


sendo o uso da firma, nos limites do contrato, privativo dos que tenham os
necessários poderes.

Portanto, a administração das sociedades em nome coletivo somente pode ser


feita por sócios.

Resumindo, principais pontos da sociedade em nome coletivo:

- Responsabilidade ilimitada e solidária entre os sócios, subsidiária em relação à


sociedade.
- Sócios podem limitar a responsabilidade entre si, sem prejuízo da
responsabilidade frente a terceiros.
- Sócios só podem ser pessoas naturais.
- Somente sócio pode administrar.
- Adota a firma social como nome empresarial.
- Subsidiariamente, aplicam-se as normas das sociedades simples.

SOCIEDADE EM COMANDITA SIMPLES

Falemos agora sobre a sociedade em comandita simples.

Capítulo III - Da Sociedade em Comandita Simples

Art. 1.045. Na sociedade em comandita simples tomam parte sócios de duas


categorias: os comanditados, pessoas físicas, responsáveis solidária e

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ilimitadamente pelas obrigações sociais; e os comanditários, obrigados


somente pelo valor de sua quota.

Parágrafo único. O contrato deve discriminar os comanditados e os


comanditários.

Art. 1.046. Aplicam-se à sociedade em comandita simples as normas da


sociedade em nome coletivo, no que forem compatíveis com as deste Capítulo.
Parágrafo único. Aos comanditados cabem os mesmos direitos e obrigações dos
sócios da sociedade em nome coletivo.

Art. 1.047. Sem prejuízo da faculdade de participar das deliberações da


sociedade e de lhe fiscalizar as operações, não pode o comanditário praticar
qualquer ato de gestão, nem ter o nome na firma social, sob pena de ficar
sujeito às responsabilidades de sócio comanditado.

Parágrafo único. Pode o comanditário ser constituído procurador da sociedade,


para negócio determinado e com poderes especiais.

Art. 1.048. Somente após averbada a modificação do contrato, produz efeito,


quanto a terceiros, a diminuição da quota do comanditário, em conseqüência de
ter sido reduzido o capital social, sempre sem prejuízo dos credores
preexistentes.

Art. 1.049. O sócio comanditário não é obrigado à reposição de lucros recebidos


de boa-fé e de acordo com o balanço.

Parágrafo único. Diminuído o capital social por perdas supervenientes, não pode
o comanditário receber quaisquer lucros, antes de reintegrado aquele.

Art. 1.050. No caso de morte de sócio comanditário, a sociedade, salvo


disposição do contrato, continuará com os seus sucessores, que designarão
quem os represente.

Art. 1.051. Dissolve-se de pleno direito a sociedade:


I - por qualquer das causas previstas no art. 1.044;
II - quando por mais de cento e oitenta dias perdurar a falta de uma das
categorias de sócio.

Parágrafo único. Na falta de sócio comanditado, os comanditários nomearão


administrador provisório para praticar, durante o período referido no inciso II e
sem assumir a condição de sócio, os atos de administração.

O principal artigo cobrado em provas sobre esse tipo societário é sem dúvidas o
seguinte:

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Art. 1.045. Na sociedade em comandita simples tomam parte sócios de duas


categorias: os comanditados, pessoas físicas, responsáveis solidária e
ilimitadamente pelas obrigações sociais; e os comanditários, obrigados
somente pelo valor de sua quota.

Na sociedade em comandita simples temos duas qualidades de sócios:

Sócios comanditários:

1) Os sócios comanditários, que têm responsabilidade limitada em relação


às obrigações contraídas pela sociedade empresária, respondendo apenas pela
integralização das cotas subscritas. Contribuem apenas com o capital subscrito,
não contribuindo de nenhuma outra forma para o funcionamento da
empresa, ficando alheios, inclusive, da administração da mesma.
Podem, todavia, exercer as atribuições de fiscalização.

Art. 1.047. Sem prejuízo da faculdade de participar das deliberações da


sociedade e de lhe fiscalizar as operações, não pode o comanditário praticar
qualquer ato de gestão, nem ter o nome na firma social, sob pena de ficar
sujeito às responsabilidades de sócio comanditado.

Como a função precípua do comanditário é contribuir para a formação do capital


social, sua prestação pode se dar em dinheiro ou em bens, mas não em
serviços.

O comanditário não pode praticar atos de gestão da sociedade, apenas de


fiscalização. Essa regra, todavia, não é absoluta. O parágrafo único do artigo
1.047 permite que o comanditário seja constituído procurador da sociedade,
para negócio determinado e com poderes especiais.

Resumindo. Os sócios comanditários:

- Podem ser pessoas físicas ou jurídicas.


- Não podem administrar a sociedade, nem aparecer no nome empresarial.
Exceção: negócio determinado e com poderes especiais
- Podem fiscalizar a entidade.
- Obrigados pelo valor de sua quota.

Sócios comanditados:

2) Os sócios comanditados contribuem com capital e trabalho, além de


serem responsáveis pela administração da empresa. Sua
responsabilidade perante terceiros é ilimitada, devendo saldar as obrigações
contraídas pela sociedade.

O Código atribui aos comanditados as mesmas características concernentes aos


sócios da sociedade em nome coletivo (CC, art. 1.046, parágrafo único).

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Resumindo. Os sócios comanditados:

- Somente podem ser pessoas físicas.


- Devem necessariamente
administrar a sociedade.
- Têm o nome na firma social.

Continuando. A firma ou razão social


da sociedade somente pode conter
nomes de sócios comanditados,
sendo que a presença do nome de
sócio comanditário faz presumi-lo
comanditado, passando a responder de forma ilimitada. É essa a conclusão à
luz do art. 1.157 do CC:

Art. 1.157. A sociedade em que houver sócios de responsabilidade ilimitada


operará sob firma, na qual somente os nomes daqueles poderão figurar,
bastando para formá-la aditar ao nome de um deles a expressão "e companhia"
ou sua abreviatura.

Agora, imaginemos um exemplo prático. Determinada sociedade em comandita


simples é constituída pelos sócios A, B, C e D, em que A e B são comanditados
(responsabilidade ilimitada) e C e D são comanditários (responsabilidade
limitada).

Suponha-se que A vem a falecer. O que acontecerá com a sociedade?

Por aplicação subsidiária, entende-se que, em falecendo sócio comanditado (no


caso A):

Art. 1.028. No caso de morte de sócio, liquidar-se-á sua quota, salvo:

I - se o contrato dispuser diferentemente;

Portanto, morrendo A haverá dissolução parcial da sociedade.

Agora, imagine-se que haja a morte de D, sócio comanditário. Haverá, de igual


sorte, dissolução societária? A resposta é não! Conforme a inteligência do
Código Civil:

Art. 1.050. No caso de morte de sócio comanditário, a sociedade, salvo


disposição do contrato, continuará com os seus sucessores, que designarão
quem os represente.

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O nome empresarial deve ser a firma social, acrescendo-se a expressão “&


Companhia”, fazendo-se, ainda, referência ao tipo societário “comandita
simples”.

Em casos omissos serão aplicadas às sociedades em comandita simples as


regras das sociedades em nome coletivo.

Anote-se, outrossim, que a sociedade em comandita simples é contratual,


de pessoas e de regime misto de responsabilidade.

SOCIEDADES COOPERATIVAS

Passemos agora a falar sobre as sociedades cooperativas. As cooperativas têm


seu regramento básico na Lei 5.764/71. Esta lei define a política nacional do
cooperativismo, instituindo o regime jurídico das cooperativas.

Os artigos 1.093 a 1.096 do Código Civil trazem lições supletivas para as


cooperativas.

O primeiro aspecto a se anotar para as cooperativas é que a Constituição


Federal assegurou o direito ao cooperativismo ao estatuir que sua
criação independe de autorização estatal, bem como vedou que o
Estado interferisse em seu funcionamento.

Art. 5º, XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas


independem de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu
funcionamento;

Ressalte-se também que a sociedade cooperativa será sempre


considerada sociedade simples, independentemente de seu objeto.

Art. 982. Salvo as exceções expressas, considera-se empresária a sociedade


que tem por objeto o exercício de atividade própria de empresário sujeito a
registro (art. 967); e, simples, as demais.

Parágrafo único. Independentemente de seu objeto, considera-se


empresária a sociedade por ações; e, simples, a cooperativa.

A cooperativa é, grosso modo, a reunião de pessoas físicas ou jurídicas,


exercentes do mesmo tipo de atividade econômica. Tal união permite a
otimização de custos e negociações de forma a permitir melhores resultados
para seus membros. Muitas vezes os atos cooperativos são beneficiados
também por legislações tributárias.

Um aspecto interessante e digno de nota é que as cooperativas não


possuem finalidades lucrativas. O que os cooperados pretendem é obter

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lucro com as suas atividades próprias, pessoais, e não com as atividades da


cooperativa.

Entre os principais pontos que podem ser cobrados sobre as cooperativas em


concursos é o fato de serem sociedades simples, de pessoas, não sujeitas ao
processo falimentar previsto na Lei 11.101/2005.

Podem adotar qualquer objeto, seja serviço, operações com mercadorias ou


outras atividades. O seu nome deve conter o termo cooperativa, não podendo
utilizar a palavra “banco”. São exemplos claros de cooperativas as agrícolas, as
de seguros e as de abastecimento.

O Código Civil também trata do assunto em seus artigos 1.093 a 1.096. No


caso de omissão da legislação do Código Civil, bem como da Lei 5.764/71,
aplicam-se os dispositivos do Código Civil previstos para as sociedades simples.

Decorem os artigos abaixo, principalmente o artigo 1.094:

Capítulo VII - Da Sociedade Cooperativa

Art. 1.093. A sociedade cooperativa reger-se-á pelo disposto no presente


Capítulo, ressalvada a legislação especial.

Art. 1.094. São características da sociedade cooperativa:

I - variabilidade, ou dispensa do capital social;


II - concurso de sócios em número mínimo necessário a compor a
administração da sociedade, sem limitação de número máximo;
III - limitação do valor da soma de quotas do capital social que cada sócio
poderá tomar;
IV - intransferibilidade das quotas do capital a terceiros estranhos à sociedade,
ainda que por herança;
V - quórum, para a assembléia geral funcionar e deliberar, fundado no número
de sócios presentes à reunião, e não no capital social representado;
VI - direito de cada sócio a um só voto nas deliberações, tenha ou não capital a
sociedade, e qualquer que seja o valor de sua participação;
VII - distribuição dos resultados, proporcionalmente ao valor das operações
efetuadas pelo sócio com a sociedade, podendo ser atribuído juro fixo ao capital
realizado;
VIII - indivisibilidade do fundo de reserva entre os sócios, ainda que em caso de
dissolução da sociedade.

Art. 1.095. Na sociedade cooperativa, a responsabilidade dos sócios pode ser


limitada ou ilimitada.

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§ 1o É limitada a responsabilidade na cooperativa em que o sócio responde


somente pelo valor de suas quotas e pelo prejuízo verificado nas operações
sociais, guardada a proporção de sua participação nas mesmas operações.

§ 2o É ilimitada a responsabilidade na cooperativa em que o sócio responde


solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais.

Art. 1.096. No que a lei for omissa, aplicam-se as disposições referentes à


sociedade simples, resguardadas as características estabelecidas no art. 1.094.

O primeiro aspecto digno de nota é que elas independem de capital


social para funcionarem, posto que ele é dispensado ou variável (CC,
art. 1.094, I). Se existir capital social, não há necessidade de alteração no
estatuto social para que se proceda ao seu aumento ou diminuição.

Com efeito, uma vez que o capital social é dispensado, podemos dizer que os
sócios podem perfeitamente contribuir tão-somente com prestação de serviços.

Outra regra importante é a insculpida no inciso IV, do artigo 1.094, que prega a
intransferibilidade das quotas do capital a terceiros estranhos à
sociedade, ainda que por herança. Tal asserção faz com as cooperativas sejam
classificadas como sociedades de pessoas.

Outros aspectos importantes que podem ser cobrados em concursos:

- Administração da sociedade em número mínimo de sócios, quais sejam, três


membros na diretoria e três membros e três suplentes no conselho fiscal.
- Número ilimitado de associados, a não ser que não haja capacidade
técnica de se prestar serviços a todos.
- O voto é singular, independentemente do número de votos que o cooperado
possua.

Vejam que a FCC abordou este tema do seguinte modo (item correto):

(OAB ES/FCC) Na sociedade cooperativa cada sócio tem direito a um só voto


nas deliberações, tendo ou não capital a sociedade, e qualquer que seja o valor
de sua participação.

A distribuição dos resultados é proporcional às operações feitas pelo


associado, salvo deliberação em sentido contrário da assembleia geral.

Cumpre, por fim, salientar, que, nas cooperativas a responsabilidade dos sócios
pode ser limitada ou ilimitada.

A FCC já andou abordando este aspecto do seguinte modo (item incorreto):

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(DPE SP/2006/FCC) De acordo com o Código Civil, na sociedade cooperativa a


responsabilidade dos sócios é sempre limitada.

REGISTRO DAS SOCIEDADES COOPERATIVAS

Atenção! Sobre o registro das cooperativas, temos o seguinte: as cooperativas


são sociedades simples. Este tipo societário (a sociedade simples) é registrado
no Registro Civil de Pessoas Jurídicas.

Todavia, a Lei das Cooperativas (5.764/71) prega que:

Art. 18. Verificada, no prazo máximo de 60 (sessenta) dias, a contar da data de


entrada em seu protocolo, pelo respectivo órgão executivo federal de controle
ou órgão local para isso credenciado, a existência de condições de
funcionamento da cooperativa em constituição, bem como a regularidade da
documentação apresentada, o órgão controlador devolverá, devidamente
autenticadas, 2 (duas) vias à cooperativa, acompanhadas de documento
dirigido à Junta Comercial do Estado, onde a entidade estiver sediada,
comunicando a aprovação do ato constitutivo da requerente.

Portanto, há uma óbvia contradição! De um lado, as sociedades simples são


registradas no Registro Civil. Contudo, a Lei das Cooperativas ordena que os
atos sejam registrados na Junta.

Alguns tribunais, como o TRF 3ª região, vêm entendendo que as cooperativas


devem se registrar na Junta. A Lei 5.764/1971 vem sendo aplicada em
detrimento do Novo Código Civil, por conta da especialidade.

E nesse sentido decidiu a I Jornada de Direito Civil, que, através de Enunciado,


propôs:

69. Artigo 1.093. As sociedades cooperativas são sociedades simples sujeitas à


inscrição nas juntas comerciais.

Vamos praticar?

1. (FGV/Exame/OAB/2013) Cinco pessoas naturais residentes no município


X decidiram constituir uma sociedade cooperativa e procuraram uma advogada
para a elaboração do estatuto social. Com base nas disposições para esta
espécie societária previstas no Código Civil, é correto afirmar que

A) o estatuto deverá conter cláusula indicativa do valor do capital social, que


será fixo durante toda a existência da sociedade.
B) aplicam-se às cooperativas as disposições do Código Civil referentes às
sociedades anônimas, na omissão da legislação especial.
C) os sócios responderão sempre de forma solidária, ilimitada e subsidiária
pelas obrigações sociais, por ser a cooperativa uma sociedade de pessoas.

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D) se a cooperativa possuir capital social, as quotas serão intransferíveis a


terceiros estranhos à sociedade, ainda que por direito hereditário.

Comentários

Comentemos item a item...

A) o estatuto deverá conter cláusula indicativa do valor do capital


social, que será fixo durante toda a existência da sociedade.

Dissemos que:

Art. 1.094. São características da sociedade cooperativa:

I - variabilidade, ou dispensa do capital social;

B) aplicam-se às cooperativas as disposições do Código Civil referentes


às sociedades anônimas, na omissão da legislação especial.

O item está obviamente incorreto.

As sociedades cooperativas são sempre simples.


As sociedades anônimas são sempre empresárias.

Consequentemente, por contradição lógica, é incabível a aplicação das Lei das


SAs para as cooperativas.

C) os sócios responderão sempre de forma solidária, ilimitada e


subsidiária pelas obrigações sociais, por ser a cooperativa uma
sociedade de pessoas.

O item está incorreto. Segundo o Cödigo Civil:

Art. 1.095. Na sociedade cooperativa, a responsabilidade dos sócios pode ser


limitada ou ilimitada.

§ 1o É limitada a responsabilidade na cooperativa em que o sócio responde


somente pelo valor de suas quotas e pelo prejuízo verificado nas operações
sociais, guardada a proporção de sua participação nas mesmas operações.

§ 2o É ilimitada a responsabilidade na cooperativa em que o sócio responde


solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais.

D) se a cooperativa possuir capital social, as quotas serão


intransferíveis a terceiros estranhos à sociedade, ainda que por direito
hereditário.

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Este é o nosso gabarito.

Art. 1.094. São características da sociedade cooperativa:

IV - intransferibilidade das quotas do capital a terceiros estranhos à sociedade,


ainda que por herança;

Gabarito  D.

SOCIEDADES SIMPLES

Pois bem, já vimos os primeiros tipos societários existentes no direito


societário, como as sociedades em comum, em conta de participação,
sociedades em comandita simples, sociedades em nome coletivo e sociedades
cooperativas.

Passaremos agora a outro tipo deveras importante, a saber, as sociedades


simples.

Já dissemos aqui que as sociedades simples são basicamente aquelas que


não exploram o seu objeto social nos termos do artigo 966 do Código
Civil, ou seja, não exploram o seu objeto de forma empresarial.

Exemplificamos, com o artigo 966, parágrafo único do Código Civil, que fala
sobre as sociedades formadas por profissionais intelectuais, de natureza
científica, literária ou artística. Por exemplo, uma sociedade de médicos,
arquitetos, dentistas, artistas. A condição, contudo, é que o exercício da
profissão não configure elemento de empresa.

Vimos também que outro exemplo clássico de sociedade simples é a sociedade


cooperativa, independentemente do objeto exercido (CC, art. 982, parágrafo
único).

Além destas, não podemos nos olvidar da sociedade de advogados e da


sociedade rural, desde que optem por registrar-se no Registro Civil de Pessoas
Jurídicas.

DAS FORMAS ADOTADAS PELAS SOCIEDADES SIMPLES

A sociedade simples sempre terá objeto não empresarial.

Quanto à forma, a sociedade simples pode ser organizada segundo as regras


que lhe são próprias, estatuídas nos artigos 997 a 1.038 do Código Civil. Caso
não queira, poderá também se registrar como sociedade limitada, sociedade em
nome coletivo e sociedade em comandita simples.

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Grave-se! Sociedades simples podem adotar as regras que lhes são


próprias no código civil ou constituir na forma de sociedade limitada,
em nome coletivo ou em comandita simples.

É o que propõe o artigo 983 do Código Civil:

Art. 983. A sociedade empresária deve constituir-se segundo um dos tipos


regulados nos arts. 1.039 a 1.092; a sociedade simples pode constituir-se
de conformidade com um desses tipos, e, não o fazendo, subordina-se
às normas que lhe são próprias.

Portanto, uma sociedade simples poderá ser:

- Sociedade simples pura.


- Sociedade simples constituída sob a forma de sociedade limitada.
- Sociedade simples constituída sob a forma de sociedade em nome coletivo.
- Sociedade simples constituída sob a forma de sociedade em comandita
simples.

Se uma questão de prova perguntar o se as sociedades simples podem adotar


qualquer tipo societário específico das sociedades empresárias, responda com
um sonoro não. E por quê? Pois as sociedades simples não podem se
revestir sob a forma de sociedades por ações. As sociedades por ações,
lembrem-se, são sempre sociedades empresárias (CC, art. 982, parágrafo
único).

Estudaremos aqui, basicamente, as sociedades simples em sua forma pura. O


tema se encontra haurido nos artigos 997 a 1.038 do Código Civil.

REGISTRO DAS SOCIEDADES SIMPLES E NOME UTILIZADO

As sociedades simples devem ser registradas no Registro Civil de Pessoas


Jurídicas do local da sede, como se depreende do já visto artigo 1.150 do
Código Civil:

Art. 1.150. O empresário e a sociedade empresária vinculam-se ao Registro


Público de Empresas Mercantis a cargo das Juntas Comerciais, e a sociedade
simples ao Registro Civil das Pessoas Jurídicas, o qual deverá obedecer às
normas fixadas para aquele registro, se a sociedade simples adotar um dos
tipos de sociedade empresária.

A espécie de nome empresarial utilizado é a denominação – não se baseando


em nome civil, mas, sim, em nome fantasia – acrescida da expressão S/S ou
a razão social, baseando-se, neste caso, no nome dos sócios.

Art. 997. A sociedade constitui-se mediante contrato escrito, particular ou


público, que, além de cláusulas estipuladas pelas partes, mencionará:

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II - denominação, objeto, sede e prazo da sociedade;

Art. 1.155. Considera-se nome empresarial a firma ou a denominação adotada,


de conformidade com este Capítulo, para o exercício de empresa.

Parágrafo único. Equipara-se ao nome empresarial, para os efeitos da


proteção da lei, a denominação das sociedades simples, associações e
fundações.

Anote-se que conforme o entendimento do artigo 1.150 do Código Civil, se a


sociedade simples resolve adotar um tipo societário como a sociedade limitada,
em nome coletivo ou em comandita simples, continuará promovendo sua
constituição no Registro Civil das Pessoas Jurídicas. Entretanto, o cartório
deverá adotar as regras estabelecidas para o registro destas sociedades.

Veja como isso foi cobrado na prova de Procurador da AGU, pelo CESPE, em
2010 (item incorreto): Marcelo e Antônio decidiram constituir sociedade simples
adotando a forma de sociedade limitada. Nessa situação, o registro de seus
atos deverá ser feito no Registro Público de Empresas Mercantis a cargo das
juntas comerciais.

O CONTRATO SOCIAL DAS SOCIEDADES SIMPLES

As sociedades simples possuem natureza contratual. Esse contrato social deve


ser escrito, e pode ser particular ou público.

Uma vez assinado a sociedade deverá requerer a inscrição do contrato social no


Registro Civil das Pessoas Jurídicas do local de sua sede, em um prazo de 30
dias (CC, art. 998). O contrato deve estar autenticado e, havendo procurador,
deverá constar também a procuração (CC, art. 998, parágrafo 1º).

Algumas cláusulas são essenciais que constem do contrato social. Essas


cláusulas estão elencadas no artigo 997 do Código Civil, que transcrevemos:

Art. 997. A sociedade constitui-se mediante contrato escrito, particular ou


público, que, além de cláusulas estipuladas pelas partes, mencionará:

I - nome, nacionalidade, estado civil, profissão e residência dos sócios, se


pessoas naturais, e a firma ou a denominação, nacionalidade e sede dos sócios,
se jurídicas;
II - denominação, objeto, sede e prazo da sociedade;
III - capital da sociedade, expresso em moeda corrente, podendo compreender
qualquer espécie de bens, suscetíveis de avaliação pecuniária;
IV - a quota de cada sócio no capital social, e o modo de realizá-la;
V - as prestações a que se obriga o sócio, cuja contribuição consista em
serviços;

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VI - as pessoas naturais incumbidas da administração da sociedade, e seus


poderes e atribuições;
VII - a participação de cada sócio nos lucros e nas perdas;
VIII - se os sócios respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações
sociais.

Grosso modo, o contrato será particular ou público, conforme seja elaborado


pelos sócios ou siga modelo previamente existente no Registro Civil,
respectivamente.

MODIFICAÇÃO DO CONTRATO SOCIAL

O contrato social obviamente pode ser alterado pelos sócios. Essa


modificação, contudo, tem um quórum mínimo para que seja realizada. Senão
vejamos.

Art. 999. As modificações do contrato social, que tenham por objeto matéria
indicada no art. 997, dependem do consentimento de todos os sócios; as
demais podem ser decididas por maioria absoluta de votos, se o contrato
não determinar a necessidade de deliberação unânime.

Parágrafo único. Qualquer modificação do contrato social será averbada,


cumprindo-se as formalidades previstas no artigo antecedente.

Portanto, se as modificações do contrato se referirem às matérias do


artigo 997, devem ter o consentimento de todos os sócios. Ao revés, se
não versarem, devem ter o consentimento da maioria absoluta dos
votos.

Modificações: Artigo 997? Consentimento unânime. Não é artigo 997?


Maioria absoluta.

Frise-se que este quórum é expresso em termos de capital social, e não em


número de sócios.

Art. 1.010. Quando, por lei ou pelo contrato social, competir aos sócios decidir
sobre os negócios da sociedade, as deliberações serão tomadas por maioria de
votos, contados segundo o valor das quotas de cada um.

§ 1o Para formação da maioria absoluta são necessários votos correspondentes


a mais de metade do capital.

As alterações porventura realizadas no contrato social deverão ser averbadas


no Registro Civil de Pessoas Jurídicas.

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SÓCIOS DA SOCIEDADE SIMPLES

Observando-se o artigo 997, inciso I, percebe-se de plano que os sócios de uma


sociedade simples poderão ser pessoas físicas ou pessoas jurídicas.

Art. 997. A sociedade constitui-se mediante contrato (...) que mencionará:

I - nome, nacionalidade, estado civil, profissão e residência dos sócios, se


pessoas naturais, e a firma ou a denominação, nacionalidade e sede dos sócios,
se jurídicas;

Esses sócios passam a integrar a sociedade mediante a contribuição de capital


social. Segundo o inciso III do artigo 997, o contrato deverá mencionar o
capital da sociedade, expresso em moeda corrente, podendo compreender
qualquer espécie de bens, suscetíveis de avaliação pecuniária. Assim, quaisquer
espécies de bens que sejam suscetíveis de avaliação pecuniária podem integrar
a sociedade.

Capital social:

- Moeda corrente.
- Qualquer espécie de bens, suscetíveis de avaliação pecuniária.

O contrato social deve mencionar o que cada sócio vai entregar para a
sociedade e como vai fazê-lo (CC, art. 997, IV). O código permite que nas
sociedades simples os sócios integralizem sua parte até mesmo com
prestação de serviços (CC, art. 997, V), regra diametralmente oposta
àquela vigente para as sociedades limitadas.

Sociedades simples  Pode ter sócio com prestação de


serviço.
Sociedade limitada  Não pode ter sócio que contribua
tão-somente com prestação de serviços.

As obrigações dos sócios começam imediatamente com o contrato, se este não


fixar outra data, e terminam quando, liquidada a sociedade, se extinguirem as
responsabilidades sociais (CC, art. 1.001).

Como dito, a integralização do capital social pode ser feita através de dinheiro,
créditos, bens ou serviços. Se feita em bens o sócio responderá pela evicção,
indenização e custas judiciais que dela decorram. Evicção é o desapossamento
do bem por causa jurídica. Se o bem for reivindicado por terceiro,
posteriormente à integralização, por direito anterior a ela (integralização) este
responderá pelos danos sofridos pela sociedade (CC, artigo 1.005).

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Assim, se transfiro à sociedade um carro que é pleiteado em uma ação judicial


e, posteriormente à integralização, este veículo deva ser retirado da sociedade,
pois a decisão foi desfavorável, responderei pelo valor do automóvel.

O sócio, cuja contribuição consista em serviços, não pode, salvo


convenção em contrário, empregar-se em atividade estranha à
sociedade, sob pena de ser privado de seus lucros e dela excluído (CC, art.
1.006).

SÓCIO REMISSO

O sócio remisso é que aquele que, após firmar o compromisso de integralizar


fração do capital social, não o fez, ficando então em débito com a sociedade.

Art. 1.004. Os sócios são obrigados, na forma e prazo previstos, às


contribuições estabelecidas no contrato social, e aquele que deixar de fazê-lo,
nos trinta dias seguintes ao da notificação pela sociedade, responderá perante
esta pelo dano emergente da mora.

Parágrafo único. Verificada a mora, poderá a maioria dos demais sócios preferir,
à indenização, a exclusão do sócio remisso, ou reduzir-lhe a quota ao montante
já realizado, aplicando-se, em ambos os casos, o disposto no § 1o do art.
1.031.

Antes de qualquer sanção, é necessário que se faça prévia comunicação


(prazo de 30 dias para adimplir a obrigação, a partir da notificação), como se
extrai do artigo 1.004, par. único, do CC.

Findo o prazo sem adimplemento pode a pessoa jurídica:

1) requerer indenização pelos danos emergentes de mora;


2) reduzir a quota ao montante já integralizado;
3) tomar para si, ou transferir a terceiros a quota não integralizada, excluindo o
sócio remisso, devolvendo eventual contribuição já efetuada, descontado o que
se deve à sociedade.

Fica assim:

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RESPONSABILIDADE DOS SÓCIOS NAS SOCIEDADES SIMPLES

Imaginemos o seguinte exemplo, extraído do concurso para Juiz do TRT/RO,


realizado pela FCC: Em uma sociedade simples formada por três sócios que
subscrevem cotas iguais de R$ 1.000,00 (mil reais), e que, não possuindo mais
patrimônio próprio, assume uma dívida de R$ 30.000,00 (trinta mil reais), o
patrimônio pessoal de cada um dos sócios responde em caráter subsidiário pela
dívida da sociedade, observada a proporcionalidade de R$ 10.000,00 (dez mil
reais) para cada um, salvo cláusula de responsabilidade solidária.

A responsabilidade dos sócios nas sociedades simples está tratada em diversos


artigos do Código Civil. Senão vejamos.

Segundo o artigo 997,

Art. 997. A sociedade constitui-se mediante contrato escrito, particular ou


público, que, além de cláusulas estipuladas pelas partes, mencionará:

VIII - se os sócios respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações


sociais.

E mais...

Art. 1.023. Se os bens da sociedade não lhe cobrirem as dívidas, respondem


os sócios pelo saldo, na proporção em que participem das perdas sociais, salvo
cláusula de responsabilidade solidária.

Art. 1.024. Os bens particulares dos sócios não podem ser executados por
dívidas da sociedade, senão depois de executados os bens sociais.

Portanto, interpretando harmonicamente os dispositivos, teremos a seguinte


situação:

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Responsabilidade dos sócios nas sociedades simples

1) Os bens da sociedade são suficientes para pagamento das dívidas? Sim? Ok!
Tudo resolvido (CC, art. 1.024).
2) Há cláusula que prevê que os sócios não respondem subsidiariamente? Se
houver, a responsabilidade estaria limitada ao montante do capital social.
3) Não há! Acabaram os bens da sociedade e ainda perduram dívidas. O que
fazer? Aplica-se o artigo 1.023. Como cada sócio subscreveu uma cota de R$
1.000,00, assim, todos participam de forma igual das perdas e ganhos sociais.
Assim, a dívida de R$ 30.000,00 deverá ser dividida entre os três, constituindo-
se três frações no valor de R$ 10.000,00.
4) Se houvesse cláusula de responsabilidade solidária, a dívida poderia ser
cobrada de qualquer um deles, ao qual caberia a restituição do valor pago em
excesso a sua proporção do capital social, em ação de regresso.

Repito. A responsabilidade dos sócios na sociedade simples pode ser


limitada ou ilimitada. Explique-se. Quando da contratação de uma sociedade
simples, os sócios possuem a faculdade de escolher se assumirão, ou não,
responsabilidade subsidiária pelas dívidas contraídas em nome da sociedade.
Não assumindo, podemos dizer que estabelecida está a responsabilidade
limitada. Contudo, sendo silente o contrato social, os sócios de uma sociedade
simples responderão subsidiária e ilimitadamente pelas obrigações contraídas.

Por fim, o Conselho de Justiça Federal aprovou enunciado recentemente


estabelecendo que:

10. Nas sociedades simples, os sócios podem limitar suas responsabilidades


entre si, à proporção da participação no capital social, ressalvadas as
disposições específicas.

Um outro aspecto importante que já foi cobrado em concurso é: A e B são


casados. A faz parte de uma sociedade, na qualidade de sócio, e se separa
judicialmente de B. Pode B exigir o seu ingresso no quadro societário, após o
fim do casamento? A resposta é não! Segundo o Código Civil:

Art. 1.027. Os herdeiros do cônjuge de sócio, ou o cônjuge do que se separou


judicialmente, não podem exigir desde logo a parte que lhes couber na quota
social, mas concorrer à divisão periódica dos lucros, até que se liquide a
sociedade.

2. (FGV/Exame/OAB/2015) Perseu, em 2012, ingressa numa sociedade


simples, constituída em 2008, formada por cinco pessoas naturais e com sede

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na cidade de Primeira Cruz. De acordo com as disposições do Código Civil sobre


a sociedade simples, assinale a afirmativa correta.

A) Perseu é responsável por todas as dívidas sociais anteriores à admissão.


B) Perseu responde apenas pelas dívidas sociais posteriores à admissão.
C) Perseu responde apenas pelas dívidas sociais contraídas no ano anterior à
admissão.
D) Perseu não responde pelas dívidas sociais anteriores e posteriores à
admissão.

Comentários

Segundo o Código Civil:

Art. 1.025. O sócio, admitido em sociedade já constituída, não se exime das


dívidas sociais anteriores à admissão.

Portanto, ao ingressar na sociedade, Perseu ficará responsável também pela


dívidas já existentes.

Gabarito  A.

Um outro aspecto importante que já foi cobrado em concurso é: A e B são


casados. A faz parte de uma sociedade, na qualidade de sócio, e se separa
judicialmente de B. Pode B exigir o seu ingresso no quadro societário, após o
fim do casamento? A resposta é não! Segundo o Código Civil:

Art. 1.027. Os herdeiros do cônjuge de sócio, ou o cônjuge do que se separou


judicialmente, não podem exigir desde logo a parte que lhes couber na quota
social, mas concorrer à divisão periódica dos lucros, até que se liquide a
sociedade.

Isso, inclusive, foi cobrado na prova da OAB. Vamos verificar? Hora de


praticar!

3. (FGV/Exame/OAB/2010) Antônio e Joana casaram-se pelo regime da


comunhão parcial de bens. Após o casamento, Antônio tornou-se sócio de
sociedade simples com 1.000 quotas representativas de 20% do capital da
sociedade. Passados alguns anos, o casal veio a se separar judicialmente.
Assinale a alternativa que indique o que Joana pode fazer em relação às quotas
de seu ex-cônjuge.

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(A) Solicitar judicialmente a partilha das quotas de Antônio, ingressando na


sociedade com 500 quotas ou 10% do capital social.
(B) Requerer a dissolução parcial da sociedade de modo a receber o valor de
metade das quotas de Antônio calculado com base em balanço especialmente
levantado, tomando-se como base a data da separação.
(C) Participar da divisão de lucros até que se liquide a sociedade, ainda que não
possa nela ingressar.
(D) Requerer a dissolução da sociedade e a liquidação dos bens sociais para
que, apurados os haveres dos sócios, possa receber a parte que lhe pertence
das quotas de seu ex-cônjuge.

Comentários

Como vimos, o gabarito é a letra c.

Art. 1.027. Os herdeiros do cônjuge de sócio, ou o cônjuge do que se separou


judicialmente, não podem exigir desde logo a parte que lhes couber na quota
social, mas concorrer à divisão periódica dos lucros, até que se liquide a
sociedade.

O cônjuge não pode ingressar na sociedade sem a anuência dos demais, pois
nas sociedades simples é possível a cessão das quotas sociais, desde que haja
concordância dos demais sócios e que seja averbado o respectivo registro.

Gabarito  C.

CESSÃO DE QUOTAS NAS SOCIEDADES SIMPLES

Nas sociedades simples é possível a cessão das quotas sociais, desde que haja
concordância dos demais sócios e que seja averbado o respectivo registro.

Assim, para que um sócio de uma sociedade simples ceda sua parte do capital
social a outro sócio precisará da anuência dos demais, além do registro no
Registro Civil de Pessoas Jurídicas. Isso por que as sociedades simples têm
natureza de sociedades de pessoas.

Essa assertiva já foi cobrada no concurso para Juiz Substituto do TJ MT


2008, com a seguinte redação (item correto): As sociedades simples têm
natureza de sociedades de pessoas.

Ademais, responderá por dois anos, frente à sociedade e terceiros, pelas


obrigações que tinha à época como sócio.

Art. 1.003. A cessão total ou parcial de quota, sem a correspondente


modificação do contrato social com o consentimento dos demais sócios, não
terá eficácia quanto a estes e à sociedade.

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Parágrafo único. Até dois anos depois de averbada a modificação do contrato,


responde o cedente solidariamente com o cessionário, perante a sociedade e
terceiros, pelas obrigações que tinha como sócio.

Portanto, uma vez que é uma sociedade de pessoas, há necessidade de


autorização de todos os outros sócios.

DISTRIBUIÇÃO DE LUCROS NAS SOCIEDADES SIMPLES

Segundo o Código Civil:

Art. 997. A sociedade constitui-se mediante contrato escrito, particular ou


público, que, além de cláusulas estipuladas pelas partes, mencionará:

VII - a participação de cada sócio nos lucros e nas perdas;

Portanto, pela inteligência do artigo supra, vejam que cabe ao contrato social
estipular a participação de cada um dos sócios nos lucros e nas perdas,
a forma como se dará.

Contudo, segundo o mesmo codex, se não houver estipulação no contrato


social, aplicar-se-á o seguinte:

Art. 1.007. Salvo estipulação em contrário, o sócio participa dos lucros e das
perdas, na proporção das respectivas quotas, mas aquele, cuja contribuição
consiste em serviços, somente participa dos lucros na proporção da média do
valor das quotas.

Vejam, pois, que cabe ao contrato social estabelecer a forma pela qual será
distribuído os lucros e absorvidas as perdas.

Não firmando, a regra é a distribuiç ão de lucros na proporção das quotas. Mas e


se o sócio for de serviços? Aí faremos o cálculo pela proporção média do valor
das quotas. Exemplo! A sociedade KLS tem 1.000 quotas do capital social.
Quatro sócios são de capital, com valor integralizado de R$ 100.000,00,
igualmente divididas, e um sócio é de serviço (5 sócios, portanto).

O sócio de serviço não tem participação no capital social. Por isso o Código Civil
dispõe que ele somente participa dos lucros na proporção da média do valor das
quotas. A sociedade teve um lucro de R$ 10.000,00. Como será a divisão? Cada
sócio de capital tem 25% do capital social. Portanto, esse será o percentual do
lucro a que terá direito o sócio de serviço. Os outros R$ 7.500,00 serão
divididos entre os sócios de capital, dividindo-se em 4, já que a proporção deles
no capital é igualitária.

Atenção: Veja que o sócio de serviço, por não participação no capital social,
não arca com as perdas eventualmente existentes.

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Ressalte-se, ainda, que, embora a distribuição de lucros se dê da forma como


estipular o contrato social, nenhum dos sócios poderá ser excluído da sua
distribuição (cláusula leonina).

Art. 1.008. É nula a estipulação contratual que exclua qualquer sócio de


participar dos lucros e das perdas.

Anote-se, por último, que a distribuição de lucros ilícitos ou fictícios acarreta


responsabilidade solidária dos administradores que a realizarem e dos sócios
que os receberem, conhecendo ou devendo conhecer-lhes a ilegitimidade (CC,
art. 1.009).

FILIAIS, SUCURSAIS OU AGÊNCIAS DAS SOCIEDADES SIMPLES

É plenamente possível que as sociedades simples instituam sucursais, filiais ou


agências.

A sociedade simples que instituir sucursal, filial ou agência na circunscrição de


outro Registro Civil das Pessoas Jurídicas, neste deverá também inscrevê-la,
com a prova da inscrição originária (CC, art. 1.000).

Em qualquer caso, a constituição da sucursal, filial ou agência deverá ser


averbada no Registro Civil da respectiva sede (CC, art. 1.000, parágrafo único).

ADMINISTRAÇÃO DA SOCIEDADE SIMPLES

A administração das sociedades simples está prevista nos artigos 1.010 a 1.021
do Código Civil.

Um belo conceito geral para o assunto foi explorado na prova para Auditor
Fiscal da SEFAZ RJ, em 2008, (item correto): São os administradores da
sociedade que, no dia-a-dia, expõem sua vontade, por terem poderes
gerenciais.

Segundo o nosso já falado artigo 997:

Art. 997. A sociedade constitui-se mediante contrato escrito, particular ou


público, que, além de cláusulas estipuladas pelas partes, mencionará:

VI - as pessoas naturais incumbidas da administração da sociedade, e seus


poderes e atribuições;

O primeiro aspecto que merece destaque é o fato de a sociedade


simples não poder ser administrada por pessoa jurídica, já que o inciso
997 faz expressa referência às pessoas naturais.

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Antes de iniciarmos o estudo da administração das sociedades simples, faz-se


necessário dizer uma decorrência lógica trazida pelo Código Civil aos
administradores, que diz:

Art. 1.011. O administrador da sociedade deverá ter, no exercício de suas


funções, o cuidado e a diligência que todo homem ativo e probo costuma
empregar na administração de seus próprios negócios.

Em tempo, não confudamos os administradores de uma sociedade


simples com o seu quadro societário. Os adminsitradores são aqueles que
“tocam” a sociedade no seu dia-a-dia, que estão ali, no suor diário. Os sócios,
por sua vez, são os “donos” da sociedade e não necessariamente precisam
estar ali, acompanhando tudo o que ocorre na sociedade.

Os administradores podem ser apenas pessoas físicas. Contudo o quadro


societário pode ser composto por pessoas físicas e jurídicas. Vejam essa
questão cobrada no concurso para OAB/MG, em 2005 (item errado):

(OAB/MG/2005) As sociedades simples são um tipo de sociedade


personificada, uma vez que seus sócios são necessariamente pessoas físicas.

De acordo com o Código Civil:

Art. 1.011. § 1o Não podem ser administradores, além das pessoas impedidas
por lei especial, os condenados a pena que vede, ainda que temporariamente, o
acesso a cargos públicos; ou por crime falimentar, de prevaricação, peita ou
suborno, concussão, peculato; ou contra a economia popular, contra o sistema
financeiro nacional, contra as normas de defesa da concorrência, contra as
relações de consumo, a fé pública ou a propriedade, enquanto perdurarem os
efeitos da condenação.

Continuemos...

Art. 1.010. Quando, por lei ou pelo contrato social, competir aos sócios decidir
sobre os negócios da sociedade, as deliberações serão tomadas por maioria de
votos, contados segundo o valor das quotas de cada um.

Ou seja, para a tomada de decisões leva-se em conta a maioria do capital social


e não da quantidade de sócios.

Nem todos os sócios de uma sociedade simples são considerados


administradores. A estes (sócios não-administradores) fica afastado, em regra,
o poder decisório. Por isso, o contrato social deve mencionar os sócios (pessoas
naturais) a quem incumbirá o exercício da administração (CC, art. 997, VI).
Contudo, a administração da sociedade, nada dispondo o contrato social,
compete separadamente a cada um dos sócios (CC, art. 1.013).

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Continuemos a falar sobre os administradores.

Art. 1.002. O sócio não pode ser substituído no exercício das suas funções, sem
o consentimento dos demais sócios, expresso em modificação do contrato
social.

Conjuguemos esse dispositivo com o art. 1.019, cujo teor é o que se segue:

Art. 1.019. São irrevogáveis os poderes do sócio investido na administração por


cláusula expressa do contrato social, salvo justa causa, reconhecida
judicialmente, a pedido de qualquer dos sócios.

Concluímos que para retirar administrador sócio investido na administração dos


exercícios de suas funções seria necessária a aprovação dos demais, fato que
só seria possível se o próprio sócio administrador votasse a favor de sua
destituição. Veja, contudo, que o próprio artigo 1.019 prevê a possibilidade de
retirada por justa causa.

Ao revés, se os poderes de administração forem conferidos a sócio por ato


separado, ou a qualquer um que não seja sócio, ainda que no próprio contrato
social, eles serão revogáveis a qualquer tempo. Essa revogação é feita por
maioria absoluta.

Art. 1.019, parágrafo único. São revogáveis, a qualquer tempo, os poderes


conferidos a sócio por ato separado, ou a quem não seja sócio.

Como visto, o administrador pode ser nomeado por ato separado.

Art. 1.012. O administrador, nomeado por instrumento em separado, deve


averbá-lo à margem da inscrição da sociedade, e, pelos atos que praticar, antes
de requerer a averbação, responde pessoal e solidariamente com a sociedade.

Ainda,

Art. 1.014. Nos atos de competência conjunta de vários administradores, torna-


se necessário o concurso de todos, salvo nos casos urgentes, em que a omissão
ou retardo das providências possa ocasionar dano irreparável ou grave.

Assim, se determinada providência tiver de ser inadiavelmente tomada na


ausência de um sócio para que não haja prejuízos irreparáveis a sociedade,
poderão os outros sócios fazê-lo.

Sendo o contrato social silente, os administradores podem praticar todos os


atos pertinentes à gestão da sociedade, salvo a venda ou a oneração de
imóveis, haja vista que dependem da decisão da maioria dos sócios, exceto,

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neste caso, se a operação com imóveis constituir o próprio objeto da sociedade


(art. 1.015).

O administrador deve agir dentro dos limites previstos no contrato social. Se os


administradores agirem com excesso de poderes, a sociedade pode opor esse
argumento a terceiros que a acionem para se ressarcirem de eventuais danos,
de modo a se eximir de indenizar os prejudicados. Haverá, assim,
responsabilidade pessoal do administrador.

Todavia, para que essa teoria ultra vires ocorra, a sociedade deve provar a
ocorrência de pelo menos uma das seguintes hipóteses, previstas no artigo
1.015, par. único, do CC:

- Que a limitação de poderes do administrador estava inscrita ou averbada no


registro próprio da sociedade, situação em que os terceiros não poderão alegar
desconhecimento da exata extensão dos poderes do administrador;
- Que foi provado que os terceiros conheciam a limitação de poderes, ainda que
não averbada; ou
- Que a transação entre os terceiros e a sociedade configurava operação
nitidamente estranha aos negócios da sociedade.

DELIBERAÇÕES DOS SÓCIOS

No dia a dia, as decisões relativas ao objeto social são tomadas pelos


administradores, como, por exemplo, compra de matéria-prima, contratação de
empregados, assinatura de contratos de prestação de serviços.

Contudo, em alguns casos, mais complexos ou relevantes para o andamento da


sociedade, há necessidade de que as decisões sejam tomadas por deliberação
social.

Art. 1.010. Quando, por lei ou pelo contrato social, competir aos sócios decidir
sobre os negócios da sociedade, as deliberações serão tomadas por maioria de
votos, contados segundo o valor das quotas de cada um.

§ 1o Para formação da maioria absoluta são necessários votos correspondentes


a mais de metade do capital.

Assim, frise-se as votações sociais levam em conta a porção do capital social e


não o número de sócios. Deve-se ressaltar que as já estudas matérias do artigo
997 devem ser tomadas por decisão unânime.

Apenas se houver empate na votação é que prevalecerá a maior quantidade de


sócios. E, mesmo assim, persistindo o empate, a decisão caberá ao juiz.

Art. 1.010. § 2o Prevalece a decisão sufragada por maior número de sócios no


caso de empate, e, se este persistir, decidirá o juiz.

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Pergunta interessante é se os sócios de serviços participam das deliberações


sociais. Vejam que o artigo 1.010 diz que: Salvo quando a lei exigir a
unanimidade, as deliberações serão tomadas por maioria dos votos,
contados segundo o valor das quotas de cada um (CC, art. 1.010).

Ora, o sócio de serviços não possui quotas de capital, logo não participa das
decisões quando o Código se contenta com a maioria absoluta do capital (art.
1.010 do NCC).

Veja como este tema foi cobrado no concurso para Auditor Fiscal do Trabalho,
pela ESAF, em 2006 (item incorreto):

(ESAF/AFT/2006) A sociedade simples, regida pelas disposições do art. 997 e


seguintes do Código Civil - Lei n. 10.406/02 - caracteriza-se por garantir a
todos os sócios participação nas deliberações sociais.

DISSOLUÇÃO DA SOCIEDADE SIMPLES

A dissolução não somente possui a propriedade de desmanchar ou romper todo


vínculo jurídico que unia as coisas ou pessoas, anteriormente, como desobriga,
todas as pessoas envoltas no ato ou no contrato dos compromissos, que
possam vir, desde que não tenham qualquer dependência com a situação
desfeita, pela ruptura, que a dissolução ocasiona.

A dissolução de uma sociedade simples pode ocorrer em duas searas:

a) judicial; e
b) extrajudicial.

As causas extrajudiciais são as previstas no artigo 1.033 do Código. Já as


judiciais vêm logo em seguida, arroladas no artigo 1.034, que citamos:

Art. 1.033. Dissolve-se a sociedade quando ocorrer:

I - o vencimento do prazo de duração, salvo se, vencido este e sem oposição de


sócio, não entrar a sociedade em liquidação, caso em que se prorrogará por
tempo indeterminado;
II - o consenso unânime dos sócios;
III - a deliberação dos sócios, por maioria absoluta, na sociedade de prazo
indeterminado;
IV - a falta de pluralidade de sócios, não reconstituída no prazo de cento e
oitenta dias;
V - a extinção, na forma da lei, de autorização para funcionar.

Parágrafo único. Não se aplica o disposto no inciso IV caso o sócio


remanescente, inclusive na hipótese de concentração de todas as cotas da

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sociedade sob sua titularidade, requeira, no Registro Público de Empresas


Mercantis, a transformação do registro da sociedade para empresário individual
ou para empresa individual de responsabilidade limitada, observado, no
que couber, o disposto nos arts. 1.113 a 1.115 deste Código. (Redação dada
pela Lei nº 12.441, de 2011)

Art. 1.034. A sociedade pode ser dissolvida judicialmente, a requerimento de


qualquer dos sócios, quando:

I - anulada a sua constituição;


II - exaurido o fim social, ou verificada a sua inexeqüibilidade.

Nas sociedades de prazo determinado, para que haja dissolução é


necessário consenso unânime dos sócios. Nas de prazo indeterminado é
imprescindível o voto da maioria absoluta dos sócios (CC, art. 1.033, II e
III).

Dissolução:

Sociedade de prazo determinado  Consenso unânime.


Sociedade de prazo indeterminado  Maioria absoluta de sócios.

Sobre as sociedades simples, esse era o principal. Passemos a falar agora sobre
as sociedades limitadas.

SOCIEDADE LIMITADA

Esse assunto é, junto das sociedades anônimas, sem dúvida, o mais cobrado
em concursos quando o tema é direito societário. Até por que a sociedade
limitada é, disparado, o tipo mais utilizado na praxe brasileira. Vamos estudá-lo
em suas minúcias!

A sociedade limitada tem seu regramento no Código Civil, artigos 1.052 a


1.087.

Mas, professor, e se algum tema de relevância não estiver tratado dentro


destes artigos?

APLICAÇÃO DAS NORMAS DAS SS OU LEI DAS SAS

Neste caso, o Código Civil prevê que:

Art. 1.053. A sociedade limitada rege-se, nas omissões deste Capítulo, pelas
normas da sociedade simples.

Parágrafo único. O contrato social poderá prever a regência supletiva da


sociedade limitada pelas normas da sociedade anônima.

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Assim, pela inteligência do caput do artigo 1.053, na omissão do regramento


próprio para a sociedade limitada, aplicar-se-ão as regras tratadas para as
sociedades simples, já por nós estudada.

Contudo, pode o contrato social prever a aplicação supletiva da lei das


sociedades por ações (Lei 6.404/76), como se infere do parágrafo único.

Fica assim:

Aplicação de normas das SS ou SA nas LTDAS

1) Se o contrato social não dispuser sobre o assunto, ser-lhe-ão aplicadas


supletivamente as regras das sociedades simples.
2) Caso haja previsão no contrato, poderão se aplicar as regras das sociedades
anônimas em caráter supletivo.

NOME EMPRESARIAL DAS SOCIEDADES LIMITADAS

Sobre o nome empresarial, devemos levar o seguinte para a prova:

Art. 1.158. Pode a sociedade limitada adotar firma ou denominação, integradas


pela palavra final "limitada" ou a sua abreviatura.

§ 1o A firma será composta com o nome de um ou mais sócios, desde que


pessoas físicas, de modo indicativo da relação social.
§ 2o A denominação deve designar o objeto da sociedade, sendo permitido nela
figurar o nome de um ou mais sócios.
§ 3o A omissão da palavra "limitada" determina a responsabilidade solidária e
ilimitada dos administradores que assim empregarem a firma ou a denominação
da sociedade.

As limitadas operam sob firma ou denominação social,


facultativamente. Exemplos:

a) Pelos sobrenomes dos sócios: Rabelo e Silva LTDA;


b) Pelo sobrenome de um ou de alguns dos sócios: Rabelo & Cia LTDA, ou
Rabelo, Silva & Companhia LTDA
c) Pelo nome completo ou abreviado de um dos sócios: Gabriel Rabelo da Silva
& Cia LTDA ou G R Silva & Cia LTDA.
d) Denominação: Naturale Comércio de Alimentos Ltda.

ASPECTO MAIS COBRADO EM PROVAS

Este assunto está no topo do ranking dos mais cobrados em Direito


Empresarial.

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Gravem! Nas sociedades limitadas é vedada a contribuição que consista


em prestação de serviços. Vejam o texto normativo:

Art. 1.055. O capital social divide-se em quotas, iguais ou desiguais, cabendo


uma ou diversas a cada sócio.

§ 2o É vedada contribuição que consista em prestação de serviços.

Apenas para confirmar o que digo, vejam que esta questão foi cobrada no
concurso para Auditor Fiscal da Receita Estadual, da SEFAZ RS, em 2014
(item correto):

(FUNDATE/Auditor Fiscal/SEFAZ/RS/2014) Na sociedade limitada, é


vedada a participação de sócio cuja contribuição consista em prestação de
serviços.

CAPITAL SOCIAL DA LTDA

O capital social pode ser definido como o montante total de recursos que os
sócios se comprometem a transferir do seu patrimônio pessoal para a formação
do patrimônio da sociedade.

Art. 1.055. O capital social divide-se em quotas, iguais ou desiguais, cabendo


uma ou diversas a cada sócio.

§ 1o Pela exata estimação de bens conferidos ao capital social respondem


solidariamente todos os sócios, até o prazo de cinco anos da data do
registro da sociedade.

Os sócios, no ato da subscrição, poderão comprometer-se a contribuir para a


formação do capital social mediante pagamento em dinheiro, conferência de
bens ou créditos à sociedade, sendo-lhes, entretanto, vedada a contribuição
que consista em prestação de serviços.

Vejam que o caput prevê que as quotas podem ser iguais ou desiguais.
Todavia, não há definição do que vem a ser uma quota desigual. Fato é que não
é possível criar nas sociedades limitadas quotas preferenciais (em analogia às
ações preferenciais existentes nas sociedades por ações).

O DNRC, através da Instrução Normativa 98/2003, a despeito de reconhecer a


possibilidade de quotas desiguais, é claro ao não permitir a criação de quotas
preferenciais para as sociedades limitadas.

IN DNRC 98/2003: 1.2.16 CAPITAL - 1.2.16.3 - Quota preferencial - Não cabe


para sociedade limitada a figura da quota preferencial.

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Em relação à contribuição em dinheiro, ressalte-se que, ao contrário das


sociedades anônimas (Lei n. 6.404/74, art. 80, I), não há para as sociedades
limitadas qualquer previsão legal que exija a integralização de um percentual
mínimo do capital subscrito no ato da constituição da sociedade, tampouco fixe
um prazo máximo para sua integralização.

Em relação à contribuição dos sócios realizada mediante a conferência de bens,


destaque-se que não existe nas sociedades limitadas a obrigatoriedade de
prévia avaliação por peritos ou empresa especializada dos bens conferidos pelos
sócios, tal como ocorre nas sociedades anônimas (Lei n. 6.404/76, art. 8º).

Entretanto, pela exata estimação dos bens conferidos, respondem


solidariamente todos os sócios até o prazo de cinco anos da data do
registro da sociedade (CC, art. 1.055, § 1º).

Assim, por exemplo, se determinado sócio integra à sociedade um veículo que


diz valer R$ 30.000,00, responderão todos (o que declarou e os outros
solidariamente) caso se constate em um processo de execução fiscal contra a
empresa, que o veículo vale menos do que o declarado.

A quota social representa a unidade do capital social. Uma quota pode ter um
ou mais de um dono (co-propriedade de quotas), hipótese em que o
representante exercerá o direito de sócio. A quota dividida entre os sócios,
contudo, não é divisível em relação à sociedade. Para a sociedade, será
apenas uma única quota. É o que se extrai da leitura do seguinte artigo:

Art. 1.056. A quota é indivisível em relação à sociedade, salvo para efeito de


transferência (...)

Este assunto foi cobrado na seguinte forma no concurso para Procurador


Municipal de Salvador, organizado pela FCC em 2006 (item correto):

(FCC/Procurador Jaboatão dos Guararapes/2006) A respeito das


sociedades limitadas, é correto afirmar que as quotas podem ser iguais ou
desiguais, mas são indivisíveis em relação à sociedade.

A integralização do capital social pode ser feita através de dinheiro, créditos ou


de bens. Se feita em bens o sócio responderá pela evicção, indenização e custas
judiciais que dela decorram. Evicção é o desapossamento do bem por causa
jurídica. Se o bem for reivindicado por terceiro, posteriormente à integralização,
por direito anterior a ela (integralização) este responderá pelos danos sofridos
pela sociedade (CC, artigo 1.005).

Vamos treinar?

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4. (FGV/Exame/OAB/2011) A integralização do capital social pode ser feita


através de dinheiro, créditos ou de bens. Se feita em bens o sócio responderá
pela evicção, indenização e custas judiciais que dela decorram. Evicção é o
desapossamento do bem por causa jurídica. Se o bem for reivindicado por
terceiro, posteriormente à integralização, por direito anterior a ela
(integralização) este responderá pelos danos sofridos pela sociedade (CC, artigo
1.005).

Em relação à modificação do capital social das sociedades limitadas, assinale a


alternativa correta.

a) Há direito de preferência do sócio no caso de aumento do capital social,


exercendo, primeiro, esse direito o sócio majoritário, que poderá adquirir todas
as quotas ou quantas lhe interessarem. Após exercido esse direito, caso restem
quotas a serem adquiridas, terá preferência sobre os demais quem tiver maior
número de quotas, e assim sucessivamente.
b) Para que haja aumento do capital social, não há necessidade de os sócios
terem integralizado totalmente suas quotas.
c) Uma das hipóteses para que haja diminuição do capital social é que a
sociedade tenha tido prejuízos que não serão mais recuperados, devendo-se,
nesse caso, haver diminuição proporcional do valor das quotas, tornando-se
efetiva essa diminuição a partir do momento em que for feita a averbação no
cartório competente da ata da assembleia que a aprovou.
d) A diminuição do valor do capital social é direito da sociedade, não podendo
haver objeção por parte dos credores.

Comentários

Comentemos item a item...

a) Há direito de preferência do sócio no caso de aumento do capital


social, exercendo, primeiro, esse direito o sócio majoritário, que poderá
adquirir todas as quotas ou quantas lhe interessarem. Após exercido
esse direito, caso restem quotas a serem adquiridas, terá preferência
sobre os demais quem tiver maior número de quotas, e assim
sucessivamente.

O item está incorreto. Segundo o Código Civil:

Art. 1.081. Ressalvado o disposto em lei especial, integralizadas as quotas,


pode ser o capital aumentado, com a correspondente modificação do contrato.

§ 1o Até trinta dias após a deliberação, terão os sócios preferência para


participar do aumento, na proporção das quotas de que sejam titulares.

Portanto, o direito de preferência se dá no proporção da quotas de que sejam


titulares.

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b) Para que haja aumento do capital social, não há necessidade de os


sócios terem integralizado totalmente suas quotas.

A letra b erra, já que o capital social só pode ser aumentado quando


integralizado totalmente as quotas. Vejamos o Código Civil:

Art. 1.081. Ressalvado o disposto em lei especial, integralizadas as quotas,


pode ser o capital aumentado, com a correspondente modificação do contrato.

c) Uma das hipóteses para que haja diminuição do capital social é que a
sociedade tenha tido prejuízos que não serão mais recuperados,
devendo-se, nesse caso, haver diminuição proporcional do valor das
quotas, tornando-se efetiva essa diminuição a partir do momento em
que for feita a averbação no cartório competente da ata da assembleia
que a aprovou.

Este é o nosso gabarito.

Art. 1.082. Pode a sociedade reduzir o capital, mediante a correspondente


modificação do contrato:

I - depois de integralizado, se houver perdas irreparáveis;


II - se excessivo em relação ao objeto da sociedade.

Art. 1.083. No caso do inciso I do artigo antecedente, a redução do capital será


realizada com a diminuição proporcional do valor nominal das quotas, tornando-
se efetiva a partir da averbação, no Registro Público de Empresas Mercantis, da
ata da assembléia que a tenha aprovado.

d) A diminuição do valor do capital social é direito da sociedade, não


podendo haver objeção por parte dos credores.

Item incorreto. Segundo o Código Civil:

Art. 1.084. No caso do inciso II do art. 1.082, a redução do capital será feita
restituindo-se parte do valor das quotas aos sócios, ou dispensando-se as
prestações ainda devidas, com diminuição proporcional, em ambos os casos, do
valor nominal das quotas.

§ 1o No prazo de noventa dias, contado da data da publicação da ata da


assembléia que aprovar a redução, o credor quirografário, por título líquido
anterior a essa data, poderá opor-se ao deliberado.

E por que os credores podem se opor? Ora, o capital social é a garantia mínima
que os credores têm de pagamento. Portanto, nada mais justo que os credores
possam recorrer de decisões que prejudiquem a satisfação de seus direitos.

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Gabarito  C.

5. (FGV/Exame/OAB/2012) A sociedade limitada encontra-se regulada nos


artigos 1052 a 1087 do Código Civil. Para que ela possa atingir sua finalidade,
necessita de patrimônio, já que sua personalidade é diversa da personalidade
dos sócios. Em relação ao capital e ao patrimônio social desse tipo societário,
assinale a afirmativa incorreta.

A) No momento em que a sociedade limitada é constituída e inicia a atividade


que constitui o objeto social, o patrimônio é igual ao capital social.
B) Na constituição da sociedade há possibilidade do ingresso de sócio cuja
contribuição consista exclusivamente em prestação de serviços.
C) A distribuição dolosa de lucros ilícitos acarreta a responsabilidade solidária
dos administradores que a realizarem e dos sócios que os receberem.
D) O sócio remisso é aquele que não integraliza sua quota na forma e prazo
previstos, podendo, por esse fato, ser excluído da sociedade.

Comentários

Comentemos item a item...

A) No momento em que a sociedade limitada é constituída e inicia a


atividade que constitui o objeto social, o patrimônio é igual ao capital
social.

O item está correto. O patrimônio pode ser compreendido como o conjunto de


bens, direito e obrigações de uma entidade. Vamos dar uma explicação
contábil.

Quando entregamos dinheiro para a sociedade, através do capital social, ou


seja, quando integralizamos, esse dinheiro vai, por exemplo, para o caixa.
Considerando que o patrimônio é o conjunto de bens, direitos e obrigações,
temos que, nesta hipótese, o patrimônio será igual ao caixa, que é um bem.
Logo, o patrimônio é igual ao capital social.

B) Na constituição da sociedade há possibilidade do ingresso de sócio


cuja contribuição consista exclusivamente em prestação de serviços.

O item está incorreto. Segundo o Código Civil:

Art. 1.055. O capital social divide-se em quotas, iguais ou desiguais, cabendo


uma ou diversas a cada sócio.

§ 2o É vedada contribuição que consista em prestação de serviços.

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C) A distribuição dolosa de lucros ilícitos acarreta a responsabilidade


solidária dos administradores que a realizarem e dos sócios que os
receberem.

O item está correto. Segundo o Código Civil:

Art. 1.009. A distribuição de lucros ilícitos ou fictícios acarreta responsabilidade


solidária dos administradores que a realizarem e dos sócios que os receberem,
conhecendo ou devendo conhecer-lhes a ilegitimidade.

D) O sócio remisso é aquele que não integraliza sua quota na forma e


prazo previstos, podendo, por esse fato, ser excluído da sociedade.

O sócio remisso é que aquele que, após firmar o compromisso de integralizar


fração do capital social, não o fez, ficando então em débito com a sociedade.
Pode, sim, o sócio remisso ser excluído da sociedade.

Gabarito  B.

Vamos ver como isso é cobrado?

REDUÇÃO DO CAPITAL SOCIAL

Segundo o Código Civil:

Art. 1.082. Pode a sociedade reduzir o capital, mediante a correspondente


modificação do contrato:

I - Depois de integralizado, se houver perdas irreparáveis;


II - Se excessivo em relação ao objeto da sociedade.

Portanto, havendo perdas irreparáveis ou se for excessivo, podemos diminuir o


capital social. Vamos tratar mormente da segunda hipótese.

Art. 1.084. No caso do inciso II do art. 1.082, a redução do capital será feita
restituindo-se parte do valor das quotas aos sócios, ou dispensando-se as
prestações ainda devidas, com diminuição proporcional, em ambos os casos, do
valor nominal das quotas.

§ 1o No prazo de noventa dias, contado da data da publicação da ata da


assembléia que aprovar a redução, o credor quirografário, por título líquido
anterior a essa data, poderá opor-se ao deliberado.
§ 2o A redução somente se tornará eficaz se, no prazo estabelecido no
parágrafo antecedente, não for impugnada, ou se provado o pagamento da
dívida ou o depósito judicial do respectivo valor.

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§ 3o Satisfeitas as condições estabelecidas no parágrafo antecedente, proceder-


se-á à averbação, no Registro Público de Empresas Mercantis, da ata que tenha
aprovado a redução.

Com efeito, teremos com a redução:

- Restituição proporcional do valor das quotas;


- Caso ainda falte algo a integralizar, abateremos deste valor,
proporcionalmente;
- Haverá redução do valor nominal da quota;
- Os credores quirografários (são, grosso modo, aqueles que não possuem
qualquer tipo de garantia, têm apenas um cheque, uma duplicata, por exemplo)
podem se opor no prazo de 90 dias, a partir da publicação da ata da
assembleia;
- Se o prazo passou e ninguém se opôs ou se restou comprovado o pagamento
da dívida ou depósito judicial a redução se tornará eficaz;
- Depois, basta fazermos a averbação da ata no Registro Público de Empresas
Mercantis.

RESPONSABILIDADE DOS SÓCIOS NAS LTDAS

A responsabilidade do sócio nas LTDAs é restrita ao valor de suas


quotas, porém, os sócios respondem solidariamente pela integralização
do capital social. Esse item também é campeão de cobranças! Levem para a
prova.

Art. 1.052. Na sociedade limitada, a responsabilidade de cada sócio é restrita ao


valor de suas quotas, mas todos respondem solidariamente pela integralização
do capital social.

Ou seja, um fornecedor da empresa que não recebeu seus créditos poderá,


após executado o patrimônio social e não verificada a integralização completa
deste, executar qualquer dos sócios para responder às dívidas até o limite
faltante para a integralização completa do capital, havendo, ulteriormente,
direito a regresso contra o sócio remisso.

Esse ponto deve estar claro. Se a sociedade Alfa Comércio de Alimentos LTDA
tem capital social de 100.000,00, estando somente R$ 80.000,00
integralizados. Os sócios são João, capital de R$ 50.000,00, totalmente
integralizado, e José, capital de R$ 50.000,00, com somente R$ 30.000,00
integralizado. A sociedade foi executada por uma dívida de R$ 100.000,00, e
conseguiu receber os R$ 80.000,00. Poderá cobrar dos sócios o restante? Sim!
Tanto de José, como de João, pois todos respondem solidariamente pela
integralização do capital social. A responsabilidade dos sócios, porém, não é
ilimitada, está restrita ao valor que falta integralizar no capital. Ok?

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Cada sócio responde pelo valor de sua quota e todos terão responsabilidade
solidária pela integralização do capital social. Após esta integralização do
capital, se a sociedade vier a sofrer perdas irreparáveis em razão das operações
efetivadas, proceder-se-á à redução do capital social, diminuindo-se
proporcionalmente o valor nominal das quotas de cada sócio. Segundo o
Código:

Art. 1.082. Pode a sociedade reduzir o capital, mediante a correspondente


modificação do contrato:

I - depois de integralizado, se houver perdas irreparáveis;


II - se excessivo em relação ao objeto da sociedade.

Art. 1.083. No caso do inciso I do artigo antecedente, a redução do capital será


realizada com a diminuição proporcional do valor nominal das quotas, tornando-
se efetiva a partir da averbação, no Registro Público de Empresas Mercantis, da
ata da assembléia que a tenha aprovado.

Assim, se existem 10 sócios com uma quota de R$ 1.000,00 cada, totalizando


um capital social de R$ 10.000,00 e a sociedade tem uma perda irreparável de
R$ 5.000,00. A quota de cada um será reduzida também nesta proporção (50%
neste exemplo).

RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA PESSOAL DOS SÓCIOS POR ATOS


ILEGAIS, OU COM EXCESSO DE PODERES

Segundo o artigo 135 do Código Tributário Nacional:

Art. 135. São pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondentes a


obrigações tributárias resultantes de atos praticados com excesso de poderes
ou infração de lei, contrato social ou estatutos:

I - as pessoas referidas no artigo anterior;


II - os mandatários, prepostos e empregados;
III - os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito
privado.

Pois bem! Esta é, pois, a jurisprudência predominante em nossos tribunais: a


responsabilidade pessoal dos sócios só existirá caso o sócio haja com excesso
de poder ou infração de lei, contrato social ou estatuto.

Tributário. Agravo regimental em agravo de instrumento. Ofensa ao art.


135 do CTN. Responsabilidade tributária do sócio quotista.
Jurisprudência consolidada pela primeira seção do STJ. CDA. Presunção
relativa de certeza e liquidez. Redirecionamento. Cabimento. Inversão
do ônus da prova. Artigo 543-C, do CPC. Resolução STJ 8/2008. Artigo
557, do CPC. Aplicação. ART. 135, III, CTN. Súmula nº 7/STJ. Violação

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ao art. 535, CPC. Inocorrência. 1. A responsabilidade patrimonial secundária


do sócio, na jurisprudência do e. STJ, funda-se na regra de que o
redirecionamento da execução fiscal, e seus consectários legais, para o sócio-
gerente da empresa, somente é cabível quando reste demonstrado que este
agiu com excesso de poderes, infração à lei ou contra o estatuto, ou na
hipótese de dissolução irregular da empresa. [...] (AgRg no Agravo de
Instrumento nº 1246998/BA (2009/0215149-7), 1ª Turma do STJ, Rel. Luiz
Fux. j. 06.04.2010, unânime, DJe 22.04.2010).

CESSÃO DE QUOTAS NAS SOCIEDADES LIMITADAS

Com fulcro no Código Civil:

Art. 1.057. Na omissão do contrato, o sócio pode ceder sua quota, total ou
parcialmente, a quem seja sócio, independentemente de audiência dos outros,
ou a estranho, se não houver oposição de titulares de mais de um quarto do
capital social.

Veja que a cessão de quotas pode ser feita a sócios, independentemente da


anuência. Contudo, se houver um estranho (um não-sócio) ao quadro societário
a cessão não poderá ser resistida por mais de um quarto do capital social.

6. (FGV/Exame/OAB/2010) No que se refere à cessão de quotas de


sociedade empresária limitada, assinale a alternativa correta.

(A) O cedente responde solidariamente com o cessionário perante a sociedade e


terceiros pelas obrigações que tinha como sócio até 3 anos após averbado no
registro competente a modificação do contrato social.
(B) Na omissão do contrato, o sócio pode ceder sua quota, total ou
parcialmente, a quem já seja sócio, independentemente da audiência dos
demais.
(C) A cessão de quotas, consubstanciada na respectiva alteração contratual,
terá eficácia entre cedente e cessionário somente após a sua averbação perante
o órgão competente.
(D) Na omissão do contrato, o sócio pode ceder sua quota, total ou
parcialmente, para terceiro, estranho ao quadro de sócios, somente se houver a
concordância da unanimidade dos demais sócios.

Comentários

Como dissemos:

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Art. 1.057. Na omissão do contrato, o sócio pode ceder sua quota, total ou
parcialmente, a quem seja sócio, independentemente de audiência dos outros,
ou a estranho, se não houver oposição de titulares de mais de um quarto do
capital social.

Portanto, o gabarito é a letra b.

Vamos analisar as alternativas?

(A) O cedente responde solidariamente com o cessionário perante a


sociedade e terceiros pelas obrigações que tinha como sócio até 3 anos
após averbado no registro competente a modificação do contrato social.

A resposta para este item (incorreto) deve ser buscada nas normas que atinem
à sociedade simples, onde se tem:

Art. 1.003. A cessão total ou parcial de quota, sem a correspondente


modificação do contrato social com o consentimento dos demais sócios, não
terá eficácia quanto a estes e à sociedade.

Parágrafo único. Até dois anos depois de averbada a modificação do


contrato, responde o cedente solidariamente com o cessionário,
perante a sociedade e terceiros, pelas obrigações que tinha como sócio.

O prazo, portanto, é de dois anos.

(C) A cessão de quotas, consubstanciada na respectiva alteração


contratual, terá eficácia entre cedente e cessionário somente após a
sua averbação perante o órgão competente.

O item está incorreto. Segundo o Código Civil:

Art. 1.057. Parágrafo único. A cessão terá eficácia quanto à sociedade e


terceiros, inclusive para os fins do parágrafo único do art. 1.003, a partir da
averbação do respectivo instrumento, subscrito pelos sócios anuentes.

Portanto, a cessão tem efeito imediato entre cedente e cessionário. O registro


no órgão competente é somente para dar à operação o chamado efeito erga
omnes, ou seja, contra todos.

(D) Na omissão do contrato, o sócio pode ceder sua quota, total ou


parcialmente, para terceiro, estranho ao quadro de sócios, somente se
houver a concordância da unanimidade dos demais sócios.

Item incorreto, conforme visto no artigo 1.057 do Código Civil.

Gabarito  B.

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7. (FGV/Exame/OAB/2014) Na cláusula décima do contrato social de


Populina Comércio de Brinquedos Ltda., ficou estabelecido que: “qualquer título
da quota de qualquer dos sócios depende da oferta prévia aos demais sócios
(direito de preferência) nas mesmas condições da oferta a não sócio. Caso,
após o decurso de 30 (trinta) dias, não haja interessado, o cedente poderá
livremente realizar a cessão da quota a não sócio”.

Tendo em vista as disposições do Código Civil acerca de cessão de quotas na


sociedade limitada, assinale a afirmativa correta.

A) A cláusula é integralmente válida, tendo em vista ser lícito aos sócios dispor
no contrato sobre as regras a serem observadas na cessão de quotas.
B) A cláusula é nula, porque não é lícito aos sócios dispor no contrato sobre a
cessão de quotas, eis que ela depende sempre do consentimento dos demais
sócios.
C) A cláusula é ineficaz em relação à sociedade e a terceiros, porque o sócio
pode ceder sua quota, total ou parcialmente, a outro sócio, independentemente
da audiência dos demais.
D) A cláusula é válida parcialmente, sendo nula na parte em que autoriza a
cessão a não sócio, eis que ela depende sempre do consentimento de três
quartos do capital social.

Comentários:

Vejamos o que diz o Código Civil:

Art. 1.057. Na omissão do contrato, o sócio pode ceder sua quota, total ou
parcialmente, a quem seja sócio, independentemente de audiência dos outros,
ou a estranho, se não houver oposição de titulares de mais de um quarto do
capital social.

Nota-se, portanto, claramente que o contrato pode dispor de maneira diferente.

Gabarito  A.

ADMINISTRAÇÃO DA SOCIEDADE LIMITADA

Nas sociedades limitadas a administração pode ser exercida por sócios ou


não-sócios.

Atenção! Antigamente, para o exercício da administração por não-sócio,


havia de constar expressa previsão em contrato social. Todavia, o Código
Civil mudou. Essa regra foi dispensada, flexibilizando a nomeação de
administradores nas limitadas.

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c) Esta toma conhecimento da comunicação escrita de Eva; e, em relação a


terceiros, após averbação e publicação da renúncia.
d) o termo de renúncia de Eva é lavrado no livro de atas da administração; e,
em relação a terceiros, após a publicação da renúncia.

Comentários:

Segundo o Código Civil:

Art. 1.063. O exercício do cargo de administrador cessa pela destituição, em


qualquer tempo, do titular, ou pelo término do prazo se, fixado no contrato ou
em ato separado, não houver recondução.

§ 3o A renúncia de administrador torna-se eficaz, em relação à


sociedade, desde o momento em que esta toma conhecimento da
comunicação escrita do renunciante; e, em relação a terceiros, após a
averbação e publicação.

Gabarito  C.

9. (FGV/Exame OAB XXII/2016) Paula, sócia administradora de Nova


Trento Serviços Automotivos Ltda., cujo capital encontra-se parcialmente
integralizado, comunica aos demais sócios que pretende se afastar da
administração e indicar sua mãe Maria para a administração. O sócio Dionísio
consulta seu(sua) advogado(a) para saber a legalidade da indicação e eventual
eleição, porque Maria não integra o quadro social. O(A) advogado(a) respondeu
corretamente que a indicação é

A) legal, desde que seja aprovada pela unanimidade dos sócios diante da não
integralização do capital social.
B) ilegal, porque não existe no contrato cláusula de regência supletiva pela Lei
de Sociedades por Ações.
C) legal, desde que seja inserida no contrato previamente a possibilidade de a
administração ser exercida por não sócio.
D) ilegal, pois o capital social deveria estar integralizado para que a indicação
seja aprovada por maioria de três quartos do capital.

Comentários:

Segundo o Código Civil:

Art. 1.061. A designação de administradores não sócios dependerá de


aprovação da unanimidade dos sócios, enquanto o capital não estiver
integralizado, e de 2/3 (dois terços), no mínimo, após a integralização.
(Redação dada pela Lei nº 12.375, de 2010)

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Gabarito  A.

CONSELHO FISCAL NAS SOCIEDADES LIMITADAS

O Conselho Fiscal é um órgão colegiado, criado para se acompanhar e fiscalizar,


de perto, a gestão da atividade.

As sociedades limitadas podem possuir conselho fiscal, composto por três ou


mais membros, sócios ou não, residentes no país (CC, art. 1.066). Já nas
sociedades por ações é obrigatória a existência de Conselho Fiscal, conforme
determina o artigo 161 da Lei 6.404/76.

Para a prova:

Características do Conselho Fiscal nas Limitadas, caso existente:

- 3 ou mais membros.
- Sócios ou não.
- Residentes no país.

O conselho fiscal possui atribuições previstas no artigo 1.069 do CC. Senão


vejamos.

Art. 1.069. Além de outras atribuições determinadas na lei ou no contrato


social, aos membros do conselho fiscal incumbem, individual ou conjuntamente,
os deveres seguintes:

I - examinar, pelo menos trimestralmente, os livros e papéis da sociedade e o


estado da caixa e da carteira, devendo os administradores ou liquidantes
prestar-lhes as informações solicitadas;
II - lavrar no livro de atas e pareceres do conselho fiscal o resultado dos
exames referidos no inciso I deste artigo;
III - exarar no mesmo livro e apresentar à assembléia anual dos sócios parecer
sobre os negócios e as operações sociais do exercício em que servirem,
tomando por base o balanço patrimonial e o de resultado econômico;
IV - denunciar os erros, fraudes ou crimes que descobrirem, sugerindo
providências úteis à sociedade;
V - convocar a assembléia dos sócios se a diretoria retardar por mais de trinta
dias a sua convocação anual, ou sempre que ocorram motivos graves e
urgentes;
VI - praticar, durante o período da liquidação da sociedade, os atos a que se
refere este artigo, tendo em vista as disposições especiais reguladoras da
liquidação.

É assegurado aos sócios minoritários, que representarem pelo menos um quinto


do capital social, o direito de eleger, separadamente, um dos membros do
conselho fiscal e o respectivo suplente (CC, art. 1.066, §2º).

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DELIBERAÇÕES NAS SOCIEDADES LIMITADAS

Em regra, as decisões da empresa são tomadas por seu administrador ou por


seus administradores. Para decidir sobre a compra de uma matéria-prima,
contratação de um pedreiro, etc. não há necessidade de reunião entre os
sócios.

Todavia, algumas matérias a lei dedicou à deliberação social, sem prejuízo de


outras que estejam previstas no contrato social, são elas:

Art. 1.071. Dependem da deliberação dos sócios, além de outras matérias


indicadas na lei ou no contrato:
I - a aprovação das contas da administração;
II - a designação dos administradores, quando feita em ato separado;
III - a destituição dos administradores;
IV - o modo de sua remuneração, quando não estabelecido no contrato;
V - a modificação do contrato social;
VI - a incorporação, a fusão e a dissolução da sociedade, ou a cessação do
estado de liquidação;
VII - a nomeação e destituição dos liquidantes e o julgamento das suas contas;
VIII - o pedido de concordata (Substituída pela recuperação judicial).

Essas deliberações são tomadas por assembléia de sócios. Porém, nas


limitadas com menos de 10 sócios, podemos substituí-la pela chamada
reunião de sócios. A diferença entre uma e outra encontra-se no rito. A
assembléia está prevista no próprio Código, enquanto que a reunião segue rito
previsto no próprio contrato social.

A reunião ou a assembléia tornam-se dispensáveis quando todos os sócios


decidirem, por escrito, sobre a matéria que seria objeto delas (CC, art. 1.072,
§3º).

As deliberações tomadas de conformidade com a lei e o contrato vinculam todos


os sócios, ainda que ausentes ou dissidentes (CC, art. 1.072, §5º).

O quórum para instalação de uma assembléia é de ¾ do capital social,


para a primeira convocação. Para a segunda convocação, realiza-se com
qualquer número.

Ressalte-se, porém, que o quórum para instalação se distingue do quórum


para deliberação.

Art. 1.076. Ressalvado o disposto no art. 1.061 e no § 1o do art. 1.063, as


deliberações dos sócios serão tomadas:

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I - pelos votos correspondentes, no mínimo, a três quartos do capital social, nos


casos previstos nos incisos V e VI do art. 1.071;
II - pelos votos correspondentes a mais de metade do capital social, nos casos
previstos nos incisos II, III, IV e VIII do art. 1.071;
III - pela maioria de votos dos presentes, nos demais casos previstos na lei ou
no contrato, se este não exigir maioria mais elevada.

10. (FGV/Exame/OAB/2011) A respeito da deliberação dos sócios na


sociedade limitada, é correto afirmar que

a) A assembleia somente pode ser convocada pelos administradores eleitos no


contrato social.
b) As formalidades legais de convocação são dispensadas quando todos os
sócios se declararem, por escrito, cientes do local, data, hora e ordem do dia.
c) A deliberação em assembleia será obrigatória se o número dos sócios for
superior a cinco.
d) As deliberações tomadas de conformidade com a lei e o contrato vinculam os
sócios ausentes, mas não os dissidentes.

Comentários

Comentemos item a item...

a) A assembleia somente pode ser convocada pelos administradores


eleitos no contrato social.

Segundo o Código Civil:

Art. 1.072. As deliberações dos sócios, obedecido o disposto no art. 1.010,


serão tomadas em reunião ou em assembléia, conforme previsto no contrato
social, devendo ser convocadas pelos administradores nos casos previstos em
lei ou no contrato.

Art. 1.073. A reunião ou a assembléia podem também ser convocadas:

I - por sócio, quando os administradores retardarem a convocação, por mais de


sessenta dias, nos casos previstos em lei ou no contrato, ou por titulares de
mais de um quinto do capital, quando não atendido, no prazo de oito dias,
pedido de convocação fundamentado, com indicação das matérias a serem
tratadas;
II - pelo conselho fiscal, se houver, nos casos a que se refere o inciso V do art.
1.069.

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b) As formalidades legais de convocação são dispensadas quando todos


os sócios se declararem, por escrito, cientes do local, data, hora e
ordem do dia.

Este item está correto. É o nosso gabarito. Segundo o Código Civil:

Art. 1.072. § 2o Dispensam-se as formalidades de convocação previstas no § 3o


do art. 1.152, quando todos os sócios comparecerem ou se declararem, por
escrito, cientes do local, data, hora e ordem do dia.

c) A deliberação em assembleia será obrigatória se o número dos sócios


for superior a cinco.

Item incorreto. Segundo o artigo 1.072:

Art. 1.072. § 1o A deliberação em assembléia será obrigatória se o


número dos sócios for superior a dez.

d) As deliberações tomadas de conformidade com a lei e o contrato


vinculam os sócios ausentes, mas não os dissidentes.

O item está incorreto. Segundo o artigo 1.072, parágrafo quinta:

Art. 1.072. § 5o As deliberações tomadas de conformidade com a lei e o


contrato vinculam todos os sócios, ainda que ausentes ou dissidentes.

Gabarito  B.

Vamos ver como isso é explorado?

EXCLUSÃO EXTRAJUDICIAL DE SÓCIO MINORITÁRIO

Segundo o Código Civil:

Art. 1.085. Ressalvado o disposto no art. 1.030, quando a maioria dos sócios,
representativa de mais da metade do capital social, entender que um ou
mais sócios estão pondo em risco a continuidade da empresa, em virtude de
atos de inegável gravidade, poderá excluí-los da sociedade, mediante alteração
do contrato social, desde que prevista neste a exclusão por justa causa.
Parágrafo único. A exclusão somente poderá ser determinada em reunião ou
assembléia especialmente convocada para esse fim, ciente o acusado em tempo
hábil para permitir seu comparecimento e o exercício do direito de defesa.

A exclusão de um sócio, em regra, será feita pela via judicial (como preleciona
o art. 1.030).

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Art. 1.030. Ressalvado o disposto no art. 1.004 e seu parágrafo único, pode o
sócio ser excluído judicialmente, mediante iniciativa da maioria dos demais
sócios, por falta grave no cumprimento de suas obrigações, ou, ainda, por
incapacidade superveniente.

Contudo, a via administrativa (extrajudicial) também poderá ser utilizada para


a exclusão, como via de exceção.

Os quesitos básicos que se impõem para a expulsão extrajudicial por justa


causa são (art. 1.085, CC):

Requisitos para a exclusão extrajudicial

1) Previsão no contrato social;


2) Ato de gravidade praticado por parte do sócio;
3) Assembléia ou reunião específica para este fim;
4) Aviso ao sócio para fins de exercer contraditório e ampla defesa;
5) Quórum de maioria absoluta do capital social para a exclusão.

Algumas pegadinhas que podem cair em concurso

1) A exclusão é feita pela sociedade ou pelos sócios? Resposta: Pelos sócios.


2) Os sócios minoritários e majoritários podem ser excluídos
extrajudicialmente? Resposta: Não! Apenas o minoritário. Vejam que o quórum
é maioria absoluta do capital social. Assim, apenas os minoritários podem arcar
com esta via. Para os majoritários resta a via judicial.

SOCIEDADE LIMITADA DE GRANDE PORTE

São consideradas sociedades de grande porte as que possuam ativo total


superior a R$ 240.000.000,00 ou receita bruta anual acima de R$
300.000.000,00. Alcançando qualquer destes aportes, a sociedade será
considerada como de grande porte, a partir do exercício subsequente.

Em tal hipótese, serão aplicadas as sociedades limitadas as mesmas regras


aplicáveis às sociedades anônimas no que tange à escrituração e elaboração
das demonstrações financeiras.

As demonstrações contábeis deverão ser aplicadas sob a essência do regime de


competência.

REPOSICÃO DE LUCROS

Segundo o Código Civil:

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Art. 1.059. Os sócios serão obrigados à reposição dos lucros e das quantias
retiradas, a qualquer título, ainda que autorizados pelo contrato, quando tais
lucros ou quantia se distribuírem com prejuízo do capital.

Vê-se, pois, que aqui temos a regra de que os dividendos (remuneração dos
sócios pelo capital empregado na sociedade) não pode se dar em prejuízo do
capital social. Ou seja, não podemos reduzir o capital social para pagar
dividendos aos sócios.

Portanto, ainda que de boa-fé ou autorização pelo contrato, a reposição é regra


nas limitadas. Existe uma regra diferente que vige para as sociedades em
comandita simples, que diz:

Art. 1.049. O sócio comanditário não é obrigado à reposição de lucros recebidos


de boa-fé e de acordo com o balanço.

11. (FGV/Exame/OAB/2011) Com relação à exclusão do sócio da sociedade


por justa causa, assinale a alternativa correta.

(a) Como o sócio majoritário possui a maioria do capital social, ele não poderá
ser expulso em razão da vontade dos demais sócios, ainda que haja justo
motivo para tal expulsão.
(b) A deliberação para exclusão do sócio majoritário não remisso deve ocorrer
por assembleia convocada especificamente para tal fim, sendo a deliberação
comunicada ao sócio que se visa excluir, e este deverá, em 48 horas, deixar a
sociedade, podendo após esse prazo ser feita a devida alteração contratual.
(c) Se for ajuizada ação para se efetivar a expulsão do sócio, o juiz somente
poderá verificar os aspectos formais que levaram à exclu-são, como, por
exemplo, se se respeitou o quórum necessário, não podendo examinar o mérito
do ato expulsório.
(d) A justa causa é a violação ou falta de cumprimento das obriga-ções sociais,
sendo que o sócio excluído não perde o valor patrimo-nial de sua participação
societária.

Comentários:

Vamos comentar item a item?

(a) Como o sócio majoritário possui a maioria do capital social, ele não
poderá ser expulso em razão da vontade dos demais sócios, ainda que
haja justo motivo para tal expulsão.

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Acabamos de dizer que o sócio majoritário não pode ser excluído


extrajudicialmente, mas pode ser excluído judicialmente. Neste caso, teremos
de ter a maioria de sócios (e não do capital social).

Art. 1.030. Ressalvado o disposto no art. 1.004 e seu parágrafo único, pode o
sócio ser excluído judicialmente, mediante iniciativa da maioria dos demais
sócios, por falta grave no cumprimento de suas obrigações, ou, ainda, por
incapacidade superveniente.

(b) A deliberação para exclusão do sócio majoritário não remisso deve


ocorrer por assembleia convocada especificamente para tal fim, sendo
a deliberação comunicada ao sócio que se visa excluir, e este deverá,
em 48 horas, deixar a sociedade, podendo após esse prazo ser feita a
devida alteração contratual.

Item incorreto. Dissemos que o sócio majoritário não pode ser excluído
extrajudicialmente.

(c) Se for ajuizada ação para se efetivar a expulsão do sócio, o juiz


somente poderá verificar os aspectos formais que levaram à exclusão,
como, por exemplo, se se respeitou o quórum necessário, não podendo
examinar o mérito do ato expulsório.

Obviamente, por se tratar de ação judicial (já que foi ajuizada) o juiz poderá
adentrar no mérito. Item incorreto.

(d) A justa causa é a violação ou falta de cumprimento das obrigações


sociais, sendo que o sócio excluído não perde o valor patrimonial de
sua participação societária.

Este é o nosso gabarito.

Art. 1.031. Nos casos em que a sociedade se resolver em relação a um


sócio, o valor da sua quota, considerada pelo montante efetivamente
realizado, liquidar-se-á, salvo disposição contratual em contrário, com
base na situação patrimonial da sociedade, à data da resolução,
verificada em balanço especialmente levantado.

§ 1o O capital social sofrerá a correspondente redução, salvo se os demais


sócios suprirem o valor da quota.

§ 2o A quota liquidada será paga em dinheiro, no prazo de noventa dias,


a partir da liquidação, salvo acordo, ou estipulação contratual em
contrário.

Gabarito  D.

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12. (FGV/Exame/OAB/2015) Terezinha, sócia minoritária e administradora


da sociedade Z & Cia. Ltda., com participação de 23% no capital social, foi
excluída da sociedade por ter se apropriado de bens sociais e alienando-os de
forma fraudulenta. A exclusão extrajudicial observou todos os requisitos legais,
tendo sido inclusive, aprovada em assembleia própria, com quórum superior à
metade do capital social. Após a deliberação, foi alterado o contrato social com
a nova composição societária e realizado o arquivamento na Junta Comercial.

Efetuado o registro da alteração contratual, deverá:

a) realizar a liquidação das quotas de Terezinha, com base no último balanço


aprovado; a ex-sócia não responderá pelas obrigações sociais anteriores
porque, na sociedade limitada, sua responsabilidade é restrita ao valor do
capital social.
b) ser dissolvida, cabendo aos sócios remanescentes investir o liquidante em
suas funções; a ex-sócia receberá o valor de suas quotas, apurado com base
em balanço especial, no curso da liquidação, após o pagamento aos credores.
c) reduzir compulsoriamente o capital, sendo vedado aos demais sócios suprir o
valor da quota de Terezinha; esta responderá subsidiariamente pelas
obrigações sociais até dois anos contados da data da deliberação que a excluiu
da sociedade.
d) realizar a liquidação das quotas de Terezinha, com base em balanço especial;
a ex-sócia responderá pelas obrigações sociais anteriores, até dois anos após a
averbação da resolução da sociedade na Junta Comercial.

Comentários

Segundo o Código Civil:

Art. 1.031. Nos casos em que a sociedade se resolver em relação a um


sócio, o valor da sua quota, considerada pelo montante efetivamente
realizado, liquidar-se-á, salvo disposição contratual em contrário, com
base na situação patrimonial da sociedade, à data da resolução,
verificada em balanço especialmente levantado.

Prescreve ainda o CC:

Art. 1.032. A retirada, exclusão ou morte do sócio, não o exime, ou a seus


herdeiros, da responsabilidade pelas obrigações sociais anteriores, até dois
anos após averbada a resolução da sociedade; nem nos dois primeiros casos,
pelas posteriores e em igual prazo, enquanto não se requerer a averbação.

Gabarito  D.

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13. (FGV/Exame/OAB/2013) A respeito das sociedades limitadas, assinale a


alternativa correta.

a) A sociedade limitada, nas omissões das normas estabelecidas pelo Código


Civil, será regida pela Lei 6.404/1976.
b) A cessão de quotas de um quotista de uma sociedade limitada para outro
quotista da mesma sociedade dependerá de prévia autorização estatutária.
c) A sociedade limitada é administrada por uma ou mais pessoas designadas no
contrato social ou em ato separado.
d) Não dependerá de deliberação dos quotistas a nomeação ou a destituição
dos administradores.

Comentários:

Comentemos item a item...

a) A sociedade limitada, nas omissões das normas estabelecidas pelo


Código Civil, será regida pela Lei 6.404/1976.

O item está incorreto. Nas omissões, a sociedade limitada é regida pelas


normas das sociedades simples, salvo se o contrato social dispuser que será
regida pela Lei das Sociedades por Ações.

Art. 1.053. A sociedade limitada rege-se, nas omissões deste Capítulo, pelas
normas da sociedade simples.

Parágrafo único. O contrato social poderá prever a regência supletiva da


sociedade limitada pelas normas da sociedade anônima.

b) A cessão de quotas de um quotista de uma sociedade limitada para


outro quotista da mesma sociedade dependerá de prévia autorização
estatutária.

O item está incorreto.

Art. 1.057. Na omissão do contrato, o sócio pode ceder sua quota, total
ou parcialmente, a quem seja sócio, independentemente de audiência
dos outros, ou a estranho, se não houver oposição de titulares de mais de um
quarto do capital social.

c) A sociedade limitada é administrada por uma ou mais pessoas


designadas no contrato social ou em ato separado.

Item correto. Este é o nosso gabarito. Segundo o Código Civil:

Art. 1.060. A sociedade limitada é administrada por uma ou mais pessoas


designadas no contrato social ou em ato separado.

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d) Não dependerá de deliberação dos quotistas a nomeação ou a


destituição dos administradores.

Item incorreto. Conforme dissemos:

QUÓRUM PARA ELEIÇÃO DE ADMINISTRADORES NÃO-SÓCIOS

a) Se o capital social estiver totalmente integralizado, a eleição depende de


2/3, no mínimo (o contrato pode prever quórum maior), dos sócios (capital
social);
b) Se o capital estiver apenas parcialmente integralizado, a decisão deverá ser
unânime, de todos os sócios.

Já a destituição de não-sócios depende de votos correspondentes a:

DESTITUIÇÃO DE ADMINISTRADORES NÃO-SÓCIOS

a) mais da metade do capital social, se feita em ato separado (CC, art. 1.076,
II).
b) Se não-sócio foi nomeado no contrato social o quórum para destituição passa
a ser de ¾ (três quartos) do capital social (CC, art. 1.076, I).

Quando se tratar de nomeação de sócio para a administração, feita em contrato


separado, o ato deve ser aprovado por maioria absoluta do capital social (CC,
art. 1.076, II).

Gabarito  C.

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QUESTÕES COMENTADAS NESTA AULA

1. (FGV/Exame/OAB/2013) Cinco pessoas naturais residentes no município


X decidiram constituir uma sociedade cooperativa e procuraram uma advogada
para a elaboração do estatuto social. Com base nas disposições para esta
espécie societária previstas no Código Civil, é correto afirmar que

A) o estatuto deverá conter cláusula indicativa do valor do capital social, que


será fixo durante toda a existência da sociedade.
B) aplicam-se às cooperativas as disposições do Código Civil referentes às
sociedades anônimas, na omissão da legislação especial.
C) os sócios responderão sempre de forma solidária, ilimitada e subsidiária
pelas obrigações sociais, por ser a cooperativa uma sociedade de pessoas.
D) se a cooperativa possuir capital social, as quotas serão intransferíveis a
terceiros estranhos à sociedade, ainda que por direito hereditário.

2. (FGV/Exame/OAB/2015) Perseu, em 2012, ingressa numa sociedade


simples, constituída em 2008, formada por cinco pessoas naturais e com sede
na cidade de Primeira Cruz. De acordo com as disposições do Código Civil sobre
a sociedade simples, assinale a afirmativa correta.

A) Perseu é responsável por todas as dívidas sociais anteriores à admissão.


B) Perseu responde apenas pelas dívidas sociais posteriores à admissão.
C) Perseu responde apenas pelas dívidas sociais contraídas no ano anterior à
admissão.
D) Perseu não responde pelas dívidas sociais anteriores e posteriores à
admissão.

3. (FGV/Exame/OAB/2010) Antônio e Joana casaram-se pelo regime da


comunhão parcial de bens. Após o casamento, Antônio tornou-se sócio de
sociedade simples com 1.000 quotas representativas de 20% do capital da
sociedade. Passados alguns anos, o casal veio a se separar judicialmente.
Assinale a alternativa que indique o que Joana pode fazer em relação às quotas
de seu ex-cônjuge.

(A) Solicitar judicialmente a partilha das quotas de Antônio, ingressando na


sociedade com 500 quotas ou 10% do capital social.
(B) Requerer a dissolução parcial da sociedade de modo a receber o valor de
metade das quotas de Antônio calculado com base em balanço especialmente
levantado, tomando-se como base a data da separação.
(C) Participar da divisão de lucros até que se liquide a sociedade, ainda que não
possa nela ingressar.
(D) Requerer a dissolução da sociedade e a liquidação dos bens sociais para
que, apurados os haveres dos sócios, possa receber a parte que lhe pertence
das quotas de seu ex-cônjuge.

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4. (FGV/Exame/OAB/2011) A integralização do capital social pode ser feita


através de dinheiro, créditos ou de bens. Se feita em bens o sócio responderá
pela evicção, indenização e custas judiciais que dela decorram. Evicção é o
desapossamento do bem por causa jurídica. Se o bem for reivindicado por
terceiro, posteriormente à integralização, por direito anterior a ela
(integralização) este responderá pelos danos sofridos pela sociedade (CC, artigo
1.005).

Em relação à modificação do capital social das sociedades limitadas, assinale a


alternativa correta.

a) Há direito de preferência do sócio no caso de aumento do capital social,


exercendo, primeiro, esse direito o sócio majoritário, que poderá adquirir todas
as quotas ou quantas lhe interessarem. Após exercido esse direito, caso restem
quotas a serem adquiridas, terá preferência sobre os demais quem tiver maior
número de quotas, e assim sucessivamente.
b) Para que haja aumento do capital social, não há necessidade de os sócios
terem integralizado totalmente suas quotas.
c) Uma das hipóteses para que haja diminuição do capital social é que a
sociedade tenha tido prejuízos que não serão mais recuperados, devendo-se,
nesse caso, haver diminuição proporcional do valor das quotas, tornando-se
efetiva essa diminuição a partir do momento em que for feita a averbação no
cartório competente da ata da assembleia que a aprovou.
d) A diminuição do valor do capital social é direito da sociedade, não podendo
haver objeção por parte dos credores.

5. (FGV/Exame/OAB/2012) A sociedade limitada encontra-se regulada nos


artigos 1052 a 1087 do Código Civil. Para que ela possa atingir sua finalidade,
necessita de patrimônio, já que sua personalidade é diversa da personalidade
dos sócios. Em relação ao capital e ao patrimônio social desse tipo societário,
assinale a afirmativa incorreta.

A) No momento em que a sociedade limitada é constituída e inicia a atividade


que constitui o objeto social, o patrimônio é igual ao capital social.
B) Na constituição da sociedade há possibilidade do ingresso de sócio cuja
contribuição consista exclusivamente em prestação de serviços.
C) A distribuição dolosa de lucros ilícitos acarreta a responsabilidade solidária
dos administradores que a realizarem e dos sócios que os receberem.
D) O sócio remisso é aquele que não integraliza sua quota na forma e prazo
previstos, podendo, por esse fato, ser excluído da sociedade.

6. (FGV/Exame/OAB/2010) No que se refere à cessão de quotas de


sociedade empresária limitada, assinale a alternativa correta.

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(A) O cedente responde solidariamente com o cessionário perante a sociedade e


terceiros pelas obrigações que tinha como sócio até 3 anos após averbado no
registro competente a modificação do contrato social.
(B) Na omissão do contrato, o sócio pode ceder sua quota, total ou
parcialmente, a quem já seja sócio, independentemente da audiência dos
demais.
(C) A cessão de quotas, consubstanciada na respectiva alteração contratual,
terá eficácia entre cedente e cessionário somente após a sua averbação perante
o órgão competente.
(D) Na omissão do contrato, o sócio pode ceder sua quota, total ou
parcialmente, para terceiro, estranho ao quadro de sócios, somente se houver a
concordância da unanimidade dos demais sócios.

7. (FGV/Exame/OAB/2014) Na cláusula décima do contrato social de


Populina Comércio de Brinquedos Ltda., ficou estabelecido que: “qualquer título
da quota de qualquer dos sócios depende da oferta prévia aos demais sócios
(direito de preferência) nas mesmas condições da oferta a não sócio. Caso,
após o decurso de 30 (trinta) dias, não haja interessado, o cedente poderá
livremente realizar a cessão da quota a não sócio”.

Tendo em vista as disposições do Código Civil acerca de cessão de quotas na


sociedade limitada, assinale a afirmativa correta.

A) A cláusula é integralmente válida, tendo em vista ser lícito aos sócios dispor
no contrato sobre as regras a serem observadas na cessão de quotas.
B) A cláusula é nula, porque não é lícito aos sócios dispor no contrato sobre a
cessão de quotas, eis que ela depende sempre do consentimento dos demais
sócios.
C) A cláusula é ineficaz em relação à sociedade e a terceiros, porque o sócio
pode ceder sua quota, total ou parcialmente, a outro sócio, independentemente
da audiência dos demais.
D) A cláusula é válida parcialmente, sendo nula na parte em que autoriza a
cessão a não sócio, eis que ela depende sempre do consentimento de três
quartos do capital social.

8. (FGV/Exame OAB XX/2016) Na sociedade Apuí Veículos Ltda, a sócia Eva


foi eleita administradora pela unanimidade dos sócios, para um mandato de três
anos. Em razão de insuperáveis divergências com os demais administradores
sobre a condução dos negócios, Eva renunciou ao cargo após um ano de sua
investidura.

A eficácia da renúncia de Eva se dará, em relação à sociedade, desde o


momento em que:

a) a assembleia de sócios ratifica o ato de Eva e, em relação a terceiros, após a


averbação da renúncia.

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b) é designado novo administrador para substituir Eva; e, em relação a


terceiros, após a averbação ou publicação da renúncia.
c) Esta toma conhecimento da comunicação escrita de Eva; e, em relação a
terceiros, após averbação e publicação da renúncia.
d) o termo de renúncia de Eva é lavrado no livro de atas da administração; e,
em relação a terceiros, após a publicação da renúncia.

9. (FGV/Exame OAB XXII/2016) Paula, sócia administradora de Nova


Trento Serviços Automotivos Ltda., cujo capital encontra-se parcialmente
integralizado, comunica aos demais sócios que pretende se afastar da
administração e indicar sua mãe Maria para a administração. O sócio Dionísio
consulta seu(sua) advogado(a) para saber a legalidade da indicação e eventual
eleição, porque Maria não integra o quadro social. O(A) advogado(a) respondeu
corretamente que a indicação é

A) legal, desde que seja aprovada pela unanimidade dos sócios diante da não
integralização do capital social.
B) ilegal, porque não existe no contrato cláusula de regência supletiva pela Lei
de Sociedades por Ações.
C) legal, desde que seja inserida no contrato previamente a possibilidade de a
administração ser exercida por não sócio.
D) ilegal, pois o capital social deveria estar integralizado para que a indicação
seja aprovada por maioria de três quartos do capital.

10. (FGV/Exame/OAB/2011) A respeito da deliberação dos sócios na


sociedade limitada, é correto afirmar que

a) A assembleia somente pode ser convocada pelos administradores eleitos no


contrato social.
b) As formalidades legais de convocação são dispensadas quando todos os
sócios se declararem, por escrito, cientes do local, data, hora e ordem do dia.
c) A deliberação em assembleia será obrigatória se o número dos sócios for
superior a cinco.
d) As deliberações tomadas de conformidade com a lei e o contrato vinculam os
sócios ausentes, mas não os dissidentes.

11. (FGV/Exame/OAB/2011) Com relação à exclusão do sócio da sociedade


por justa causa, assinale a alternativa correta.

(a) Como o sócio majoritário possui a maioria do capital social, ele não poderá
ser expulso em razão da vontade dos demais sócios, ainda que haja justo
motivo para tal expulsão.
(b) A deliberação para exclusão do sócio majoritário não remisso deve ocorrer
por assembleia convocada especificamente para tal fim, sendo a deliberação
comunicada ao sócio que se visa excluir, e este deverá, em 48 horas, deixar a
sociedade, podendo após esse prazo ser feita a devida alteração contratual.

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(c) Se for ajuizada ação para se efetivar a expulsão do sócio, o juiz somente
poderá verificar os aspectos formais que levaram à exclu-são, como, por
exemplo, se se respeitou o quórum necessário, não podendo examinar o mérito
do ato expulsório.
(d) A justa causa é a violação ou falta de cumprimento das obriga-ções sociais,
sendo que o sócio excluído não perde o valor patrimo-nial de sua participação
societária.

12. (FGV/Exame/OAB/2015) Terezinha, sócia minoritária e administradora


da sociedade Z & Cia. Ltda., com participação de 23% no capital social, foi
excluída da sociedade por ter se apropriado de bens sociais e alienando-os de
forma fraudulenta. A exclusão extrajudicial observou todos os requisitos legais,
tendo sido inclusive, aprovada em assembleia própria, com quórum superior à
metade do capital social. Após a deliberação, foi alterado o contrato social com
a nova composição societária e realizado o arquivamento na Junta Comercial.

Efetuado o registro da alteração contratual, deverá:

a) realizar a liquidação das quotas de Terezinha, com base no último balanço


aprovado; a ex-sócia não responderá pelas obrigações sociais anteriores
porque, na sociedade limitada, sua responsabilidade é restrita ao valor do
capital social.
b) ser dissolvida, cabendo aos sócios remanescentes investir o liquidante em
suas funções; a ex-sócia receberá o valor de suas quotas, apurado com base
em balanço especial, no curso da liquidação, após o pagamento aos credores.
c) reduzir compulsoriamente o capital, sendo vedado aos demais sócios suprir o
valor da quota de Terezinha; esta responderá subsidiariamente pelas
obrigações sociais até dois anos contados da data da deliberação que a excluiu
da sociedade.
d) realizar a liquidação das quotas de Terezinha, com base em balanço especial;
a ex-sócia responderá pelas obrigações sociais anteriores, até dois anos após a
averbação da resolução da sociedade na Junta Comercial.

13 (FGV/Exame/OAB/2013) A respeito das sociedades limitadas, assinale a


alternativa correta.

a) A sociedade limitada, nas omissões das normas estabelecidas pelo Código


Civil, será regida pela Lei 6.404/1976.
b) A cessão de quotas de um quotista de uma sociedade limitada para outro
quotista da mesma sociedade dependerá de prévia autorização estatutária.
c) A sociedade limitada é administrada por uma ou mais pessoas designadas no
contrato social ou em ato separado.
d) Não dependerá de deliberação dos quotistas a nomeação ou a destituição
dos administradores.

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