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UM OLHAR SOBRE A PRESENÇA DAS

POPULAÇÕES NATIVAS NA
INVENÇÃO DO BRASIL

Antonio Carlos de Souza Lima


Imagem dos índios
O Modo simplificador e estereotipado pela
historiografia mais tradicional e pelos livros
didáticos que a reproduzem.

O Objetivo do autor: discutir o que há nas estruturas


cognitivas profunda e longamente inculcadas na
maneira de pensar a história brasileira que
orientam a percepção

- Estruturas permitem a reprodução de um certo


universo imaginário em que os indígenas
permanecem como povos ausentes, imutáveis,
dotados de essências ahistóricas
Imagem dos índios
O Nos livros didáticos – como objeto de
preconceito:

- Nunca saem dos primeiros capítulos dos


livros didáticos;

- Referidos vaga e genericamente como um


dos componentes do povo e da nacionalidade
brasileiros;

- algumas vezes tidos como vítimas de uma


terrível “injustiça histórica”, os verdadeiros
senhores da terra.
Imagem dos índios
O Deficiências na imagem:
- Não são atores históricos concretos,
dotados de trajeto próprio
- Não participantes de guerras pelo controle
de espaços geográficos específicos,
inimigos,
- Muitas vezes aliados, beneficiários e
instrumentos dos conquistadores,
presentes até hoje em tudo o que se passa
em muitas regiões do Brasil.
Imagem dos índios
O Deficiências na imagem:

- Incapazes de se reelaborarem

- Eternos portadores de alguns mesmos


“traços” que dariam a especificidade do
Brasil

- Diluição dos traços logo após a chegada do


colonizador.
O Postura política e metodológica:
- Semear certa “descrença metódica” entre os
alunos:
(i) fazê-los sentir que nada é como já foi, que
nem tudo caminhou para o mundo de
agora e que o futuro está em nossa
capacidade de produzi-lo
(ii) perceber as condições de produção
anteriores de certas realidades sociais,
muitas vezes esquecidas nas práticas do
presente
Postura política e metodológica
O Problematização: descoberta do Brasil

- transpõe-se um movimento face à natureza


(a descoberta) para um processo social (a
conquista)

- Retira-se e reitera-se um fator decisivo que


torna um totalmente diferente do outro, isto
é a violência física e simbólica.
Postura política e metodológica
O Visões e apreensões sobre o Brasil frutos de
processos historicamente apreensíveis de
invenção – signos da nacionalidade
O Brasil é concebido enquanto uma unidade
social homogênea, cuja trajetória:
- começa em: 1500
- tem passo decisivo na independência
política de Portugal
- concluída no plano social, desde o início do
século XX.
O Discussão sobre a ideia de conquista:

1. conquista enquanto noção é uma


modalidade de guerra (e
destruição/violência aberta)

- domínio sobre populações reduzidas pela


força militar, suas terras, seus recursos
naturais são apropriados num processo que
extrapola a violência física
O Discussão sobre a ideia de conquista :
2. Implica em produção de novas
relações/identidades sociais: apresenta-
se como violência simbólica.
- contato interétnico enquanto fator de
criação social.

3. Conquistas (no plural) - dispositivos


políticos eram em sua maioria muito
distintos.
O Realidade ilusória:
- ler o passado político brasileiro como
naturalmente redundando em um Estado
ligado a uma nação integrada.

- tudo é processo, é luta e devir?


O Restituição de dois dados para que a
presença indígena não continue
desapercebida

1º dado: caráter de modelo que a forma


histórica Estado nacional tem assumido em
todas as áreas de investigação das Ciências
Sociais.
- Crítica à construção da história da
humanidade e ideário político liberal-
burguês: fórmula um Estado = uma nação
O Restituição de dois dados para que a
presença indígena não continue
desapercebida

2º dado: como a Antropologia percebeu as


populações não ocidentais - as nativas às
Américas  maneira que impregnou também
a produção historiográfica
- Visão evolucionista unilinear
Estado, Nação e os Índios
O Abordagem de N. Elias

- pensar separadamente em processos de


formação do Estado e de construção da
nação.

- perceber a existência de um grau de


heterogeneidade para muito além da “fusão
de raças
Estado, Nação e os Índios
O Abordagem de N. Elias
- por de lado uma “data” e um “fato”
fundadores da nacionalidade
- processos são formas de integração de
redes sociais (e de seus valores, signos,
símbolos) distintas entre si
- podem não redundar em Estados
(mono)nacionais: o recrudescimento das
diferenças nacionais (ou étnicas)
Estado, Nação e os Índios
O Abordagem de N. Elias
- Etnicidade como elemento indispensável no
entendimento da contemporaneidade para
além das ideologias universalistas

- Exemplo: no leste europeu, ou no mundo


em geral, demonstram ser a reflexão acerca
da diversidade
Estado, Nação e os Índios
O Abordagem de Geertz:

- demonstrar a inseparabilidade entre ação


política e ação simbólica.

- exercício da atividade política e os


instrumentos de áreas míticas e
sacralizadas.
Estado, Nação e os Índios

O Presença do índio quase que permanente


na mídia desde o início deste século:
enquanto imagem idealizada pelo grande
público.

- Associação dos índios em associação com


as notícias grandiosas de empreendimentos
de ocupação territorial  espécie de elogio
a um “bandeirantismo” sempre revivido.
Estado, Nação e os Índios

- Papel moderno da mídia:

(i) (re)invenção permanente de tradições


nacionais

(ii) ênfase da imagem do índio como objeto de


preocupação por parte dos poderes
públicos, ao ponto de motivarem a
produção de livros.
Estado, Nação e os Índios
O Destruição das populações nativas como
melhor prova para o mundo “civilizado” (os
norte-americanos e europeus) do
“barbarismo” brasileiro.
O Cidadão comum oscila entre:
(i) constatação da iniquidade e da violência
física que caracterizam o Brasil
(ii) pergunta quanto a se este “passado” nativo
não é nosso principal obstáculo face ao
futuro
O Perguntas:
- “Mas não é muita terra para pouco índio?”

- “não se atrasará o desenvolvimento e a


integração nacional com a concessão de
terras maiores do que os territórios de
países europeus?

- Não estaremos agindo erradamente,


descumprindo nossa missão de levar os
nativos a evoluir?
Estado, Nação e os Índios
O Presença indígena em faixas de fronteira
internacional  política internacional contra
a definição de terras para populações
nativas, historicamente empurradas para os
confins do país.

O Bases para a formação de futuros Estados


independentes do brasileiro, para o
separatismo e a fragmentação de nosso
“gigante em berço esplêndido”
Estado, Nação e os Índios
O Duas ideias fundamentais sobre a situação
indígena:

1. Visão de Estado dominante nos livros


didáticos e no linguajar na sala de aula

2. Relaciona-se à necessidade de nos


despirmos de certas vaidades da
intelectualidade
Estado, Nação e os Índios
1. Visão de Estado dominante nos livros
didáticos e no linguajar na sala de aula:
- entidade quase material;
- sem conflitos;
- confunde-se com sua dimensão
burocratizada e seu exercício de governo, e
não enquanto relação social;
- como espécie de sujeito único, bom ou
mau;
Estado, Nação e os Índios
- Estado é o tutor legal dos índios: verdade do
ponto de vista jurídico, mas não em termos
sociais
- Impede de perceber:
a) As distintas redes sociais que, em disputa,
ocupam, simultânea ou alternadamente,
os aparelhos de governo;
b) As práticas cotidianas de exercício de
poder e sua perpetuidade.
Estado, Nação e os Índios

2. Necessidade de nos despirmos de certas


vaidades da intelectualidade:
- é comum que a história das relações entre
índios e aparelhos de governo seja
confundida com a história das propostas de
ação estatal na esfera indigenista.
- Intelectuais como principais atores –
positivistas ortodoxos e o imaginário político
brasileiro.
Condicionantes antropológicos de novas
representações sobre os índios

O Segundo dado: modo como a Antropologia


percebeu por muitas décadas as populações não-
ocidentais, sobretudo as nativas às Américas,
maneira que impregnou também a produção
historiográfica.
Condicionantes antropológicos de novas
representações sobre os índios

O Nascimento institucional da antropologia e visão


evolucionista unilinear dos povos não-europeus

O Prática ligada aos museus de história natural:


colecionismo de artefatos nativos enquanto modo de
preservação

O Evolução da Antropologia: percepção sistêmica das


sociedades indígenas  entender a diferença e a
singularidade de formas distintas de existência social
humana ao longo do espaço e do tempo
Condicionantes antropológicos de novas
representações sobre os índios

O Gênese de formas sociais nativas: concebida como


em relação às formas do(s) conquistador(es),
sobretudo às suas estruturas de poder - dominação

- interação assimétrica de grupos sociais e a


produção de novas realidades sociais marcadas
por maneiras de hierarquizar e construir o
entendimento da realidade.
Condicionantes antropológicos de novas
representações sobre os índios

O Abertura de novas formas interpretação para vida


cotidiana: considerar as historicidades indígenas
- populações nativas nunca estiveram paradas
estagnadas num tempo lendário intocável.

O Importância das trajetórias das populações nativas


para o entendimento de processos como a
sociogênese dos aparelhos de poder de Estado em
para o adequado entendimento de “histórias
locais”.
Condicionantes antropológicos de novas
representações sobre os índios

O Sobre as histórias locais: temos


ensinado/aprendido uma história e uma geografia
pouco sensíveis aos fenômenos acontecidos em
múltiplas escalas e múltiplos tempos, reificando o
plano “nacional” e a cronologia do Estado nação.

O História mais próxima da trajetória das populações


indígenas e de suas historicidades
O LÍNGUAS INDÍGENAS

https://pib.socioambiental.org/pt/c/no-brasil-
atual/linguas/troncos-e-familias

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