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Bíblia
IBADEP Instituto Bíblico da Assembléia de Deus -
Ensino e pesquisa
Liçã o 1 - 0 E v a n g e lh o de M a t e u s .................................. 15
Liçã o 2 - 0 Ev a n g e lh o de M a r c o s .................................... 39
Liçã o 3 - 0 Ev a n g e lh o de L u c a s .......................................63
Liçã o 4 - 0 Ev a n g e lh o de J o ã o ........................................ 87
Re fe rê nc ia s B i b l i o g r á f i c a s ................................................ 137
Lição 1
O Evangelho de M ateus
Autor: Mateu s
Data: Cerca de 60 d.C.
Tema: Jesus, o M e s s i a s 1 e Rei
Pa la v ra s- C h a v e : Cu mp rir , O R ei no dos
M ateus c é u s , Fil ho do H om e m , Filho de Deus,
Igreja
Ve rsí cu lo s- c hav e : Mt 23.31-39
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2. Faz a lin ha ge m de Jesus re tr o c e d er até Abraão (Mt
1.1-17);
3. D e cl a ra repe tidas vezes que Jesus é o “Filho de
D a v i ” (Mt 1.1; 9.27; 12.23; 15.22; 20.30,31;
21. 9,15; 22.41-45);
4. Usa p r e fe re nc ia lm e nt e a te rm in olo gia ju da ic a, com o
“reino dos c é u s ” (um s inô nim o de “reino de D e u s ” ),
por causa da reve rente relutâ nci a dos ju d e u s quanto
a pro nu nc ia re m lit e ra lm e nt e o nome de Deus;
5. Faz referê ncia a co st um es j u d a ic o s sem maiores
ex pl ic aç õe s (pr ática essa dif erente nos dem ai s
Evang elh os) .
Este Ev a n g e lh o , porém, não é
e xc lu s iv a m e n te ju d a ic o . Assim com o a m e n sa g e m do
pr ópr io Jesus, o Ev a n g e lh o segu ndo Mate us visava, em
últ im a análise, à igreja inteira, reve lan do fi el me nte o
e s c o p o 1 universal do Ev a n g e lh o (Mt 2.1-12; 8.11,12;
13.38; 21.43; 28.18-20).
O Se nho r Jesus Cristo é o tema deste livro,
desde o Prim ei ro versí cu lo até ao último. Jesus Cristo
foi tudo para Mateus. Não sabemos se ele vira o Senhor
antes de ser c ha m a do do seu posto de trab al ho ou não.
É Pr ov áv e l que sim, por que com o hom em de neg ócios
esta ria aco st um ad o a fa z er bons cálculos e a to m a r as
suas decisões, base ad o na cert eza das coisas. O Mes tre
o ch am ou , e, sem diz er uma só Palavra, Mate us de ixo u
tudo e O seguiu. Este Ev a n g e lh o foi escrito por um
h o m e m convicto da verda de a respeito de Jesus Cristo,
sem lugar para q u a is q u e r dúvidas. Seu pro pósi to ao
es c re ve r foi c o n v e n c e r os seus patrícios, os ju d e u s , de
que Jesus de Na za ré é o Messias, o Rei prom et ido , o
R e d e n to r do mu ndo e a Ún ic a esp e ra nç a dos ju de us.
N e st e E va ngel ho há mais referências ao Antigo
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T e s ta m e n to do que em todos os outr os três E va nge lh os
ju n to s ; e o pr o p ó s it o de tais c it açõ es é a c u m u l a r as
provas de que Jesus Cristo é o M e s si a s dos hebreus.
A utor
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P a s sa n d o a gora ao m e sm o E v a n g e lh o
s eg und o Mat eu s, le mo s que passou por ali o M est re, e
que viu um h o m e m c h a m a d o Mate us e o cham ou. E,
le van ta nd o- se , O seguiu. Depois, no vers ícu lo dez,
lemos: “E sucede u que, e st an do ele em casa, à mesa,
m ui to s pu bli ca nos e pe ca dor e s vieram e to m a ra m
lugares co m Jesus e seus d is c í p u lo s ” . O nde os
e va nge lis ta s d iz e m “ casa d e s te ” e “em sua próp ri a
c a s a ” , com o era de e sp e ra r-s e falando de um a casa
alheia, Mat eu s, co m o toda a na tu ra lid a de, diz
s im pl esm en te : “ s en ta do à m esa em c a s a ” . Com toda a
cer te z a estava fala ndo de sua próp ri a casa, sem dar-se
c on ta de que se id e n ti fi c a v a co mo o autor da história.
Tal ev idência, im p r e m e d it a d a , é de grande valor.
O te s t e m u n h o universal da Igreja P r im it iv a a
favo r de Mate us não te m outra e xpli caç ão a não ser a
de que Mateu s v e rd a d e ir a m e n te escreveu o prim ei ro
E van ge lho . M at e us não teve suficiente pre e m in ê n c ia
entre os apó stol os pa ra que lhe a tri buí s s em tal honra
com o fim de dar mais peso ou aut ori da de à obra. C om
tudo isso, Mate us teve toda s as qualida des n e ces sár ia s
para escrevê-lo.
De vi do ao e m p re g o que ocu pav a no gove rno,
é raz oáv el supor-se que teve uma boa e duc a ç ã o ou
cultura; portanto, dev ia c onhe ce r bem a língua
hebraica, tanto co mo o grego, com o re quis ito para
oc upa r seu cargo na co le t o ri a de Caf arnau m. E s ta ria
hab ili ta do a escrever, q ue r em hebraico, que r em grego,
po rqu e não há c er te z a se este Ev a nge lh o ap areceu
pr im ei ro em he bra ico ou prim eiro em grego. Os anos
que passou co m o Se nhor, com o um dos apó sto lo s,
c ap a c ita ra m -n o, co m re fe rê nci a ao material, a fim de
ser o hi s to ri a do r de sta m a ra v il h o s a vida. Ele foi um
dos que se a cha va m no cen á c ulo em Je ru sa lé m , depois
da asc ensão do Se nhor, e no dia de P e nte co s te Mate us
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rec eb e u o Es p ír i to Santo. Teve, pois, tudo o que era
n e ce s sá ri o para poder e sc re v e r um E v a nge lh o
inspirado.
Um e xa m e do home m, sua c ondi çã o antes e
depois de ser dis cípulo, a ju d ar -n o s -á na c o m pre en s ã o
do seu E va nge lh o. Mate us foi c o b r a d o r de im pos to s em
C a f a r n a u m e, portanto, um publ ic a no. De fato, era
d e s p r e z a d o pelos seus pa trícios p orq ue se o c upav a em
c o b r a r deles os im pos tos que e ra m pagos ao Império
R o m a n o , seus co n q u is t ad o re s e o presso res. É provável
que fos se do parti do dos h e ro dia nos e se for certa esta
su po siç ão , te mo s o caso de um j u d e u que c o nh ec ia bem
as prof eci as do Antigo T e s t a m e n t o a resp eito do
M es si as , que havia de vir, da tribo de Judá, p o ré m que
as a plic av a e rr o n e a m e n te ao Rei H erodes. A m ai ori a
dos he ro di a no s havia p e rd id o a e sp e ra n ç a em um
M es si as que cu m p ri ri a todas as coisa s preditas pelos
prof eta s, e pu nha sua c onf ia nça em H erodes, o idumeu,
cren do que al gum dia o lib e rta ria de Roma. Quer
M a te u s p e rt e nc e s se a esse parti do q ue r não, sabemos
que ser via a H erod es e que era p ro f undo co n h ec e d o r
das Esc ritur as .
Q u a n d o Jesus Cristo o c h am ou, Levi pôs-se
de pé im e d ia ta m e n te e, sem dizer um a palavra, deixou
tudo e O seguiu. O que antes serv ira a Her odes, o
m e ssi as falso, pass a agora a servir a Jesus Cristo, o
M es si as verdadeiro. O que antes fazia de seus
p a t r í c i o s 1 um negócio, obr ig a n d o -o s a pag ar impos tos
ao opresso r, agora vai a eles com a divi na m en sag em
de Deus. O que antes c o nhe c ia as pro feci as, poré m as
in te rp re ta v a mal, ou não as cria, agora as conh ece , crê
nelas, in te rp reta -as c or re ta m en te e as e n si n a aos outros.
N ão há dú vid a de que M at e us se r e goz ij av a em ter
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en co n tr ad o o ve rd a de ir o Mes si as, o Rei dos ju de us. E m
todo s os E va nge lh os não se en co nt ra va uma só p a la vr a
dita por Mate us du ra nt e o mi nistério do Se nh or Jesus
na carne, porém, de po is da ressur reiç ão , foi ele o
prim eir o a e sc rever o seu Evang el ho. Alguns dos
“P a i s ” diz em que e sc re ve u prim eiro em hebra ico e é
muito possível que ass im fosse porqu e ele q ue ri a
e nt re ga r a mensagem aos ju de us. O lugar
tr a di c io na lm en t e aceito em que escreveu é Je ru sa lé m .
Mas, logo se sentiu a ne ce s si da de de uma versão no
id iom a grego, e o m e sm o autor a faria, porqu e não
apre sen ta os ca ra c te rís tic os de uma obra tradu zi da,
mas, sim, a de um tr a ba lh o original. Pelo fato de Papia s
dizer que Mate us e sc re v e u p ri m ei r am e n te seu “ L ogia ”
ou “P a l a v r a s ” de Jes us em hebraico, muitos crêem que
Mateus escreveu um livro dos discursos do Se nhor em
hebraico, e depois e sc re veu o Ev a nge lh o co m p le to em
grego.
Data
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N a pr ov id ê n c ia de D eus, o E v a n g e lh o chegou
pr im ei r o aos ju d e u s , e é m u ito lógico s upor que a
p r im e ir a narrativa, po r escrito, da v id a de Jesus Cristo,
que é d ir ig id a p r in c ip a lm e nte aos ju d e u s , fosse
p ro d u z id a ou escrit a primeiro. É ta m b é m natural que
Mat eu s, h o m e m for ma do qua nd o Cristo o c h am ou, e
que an dou c om Ele durante todo Seu min istério, por
sua m e s m a idade e exper iênc ia, fos se usado co mo o
in s tr u m e n to do Espírito Santo pa ra es c re ver o prim eiro
Ev a n g e lh o , antes do j o v e m M ar co s ou do c o m pan he ir o
de Paulo, o méd ic o Lucas.
Le v a n d o -s e em con ta as co nd iç õe s ex istentes
em J er usa lé m , depois da re ssu rr eiç ão , e as persegu içõ es
que tão de p re s s a dis per sar am os crentes, en quan to os
a pós tol os fi ca ram na cidade, p o d e m o s ver as coisas que
c o n tr ib u ír a m para a n e ce s si d a d e de um E van ge lho
escrito para os jud eu s. É pos sív e l que Mateus
es c re ve s s e o seu E va ngel ho lá pelo ano 45, depois de
Cristo, ou talvez mais tarde. A tr ad iç ão afirma que,
depois de q u in z e anos de m in is té rio em J erusa lé m, Levi
saiu dali para prega r nas na çõe s estr ang ei ras, e que
de ixo u atrás de si seu Ev a n g e lh o em he braico, como
uma c o m p e n s a ç ã o de sua ausência. C o m toda a certeza
o E v a n g e lh o , segundo Mat eu s, em grego, foi escrito
antes da que da de J er usa lé m (Mt 24) e a data provável
pode c on si d e ra r- s e com o o ano 50 depois de Cristo.
Chave de C om preensão
Cristo é Rei.
Foi rejeitado, cruc ifi cad o, re ssu sci tad o, mas
ainda é um Rei, e algum dia p ro va rá isto.
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palavras que se refe re m à m e di da cronológ ic a. Ligue
Mateus, tam bé m, co m os a co nt e c im e nto s futuros.
P ropósito
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das p e ss o a s esc olh id a s pe los ju d e u s para a c o m u n id a d e
cristã. “ O Rein o de De us vos será tirado e será dado a
uma na ção que dê os seus fr u to s ” (Mt 21.43).
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As cinco princ ipa is narra tiv as deste
E v a n g e lh o são:
1. Jesus efetua obras pode ro s as em te s t e m u n h o da
rea lid ade do seu reino (Mt 8,9);
2. Jesus d e m o n s t ra mais pro f u n d a m e n te a pre s en ç a do
reino (Mt 11,12);
3. A p r oc la m aç ã o do reino prov oc a opos içã o dive rs a
(Mt 14-17)
4. A viagem de Jesus a J e r u s a lé m e sua última se m a na
ali (Mt 21.1 -26.4 6);
5. A prisão, cruc ifi c aç ã o e ressu rr eiç ão de Jesus dentre
os mort os (Mt 26.47 -2 8. 20) . Os três últi mo s
versículos deste E v a n g e lh o regis tra m a Gra nde
C om is sã o de Jesus a seus discípulos.
As C aracterísticas do Livro
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c u m p re , a p re se nt a ndo farta e vid ê n c ia a favor de Jesus
de N aza ré, que por Sua gen eal ogia , na sci me nto ,
m in is té ri o, morte e re ssu rr eiç ão , pro v o u ser o Mes sias
pr om e tid o. Sem dúvida, estas prova s a ju da r am a muitos
ju d e u s a crer em Jesus Cristo, e c o n f ir m a r a m a fé dos
que j á era m crentes, da ndo a eles os meios para
re s p o n d e r aos adver sár ios do E va ngel ho.
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a) dura nte seu m in is té rio na Galiléia;
b) qua nto à e sc a to lo g ia (as últimas coisas a
acontecer).
4. Este Ev a nge lh o, de modo especí fic o, ide ntific a
e ve nto s da vida de Jesus com o sendo cu m p ri m e n to
do Antigo T e s ta m en to , com mais frequ ên ci a do que
qu a lq u e r outro livro do Novo Te st am en to ;
5. M e n c io n a o Rein o dos Céus (Reino de Deus) duas
vezes mais do que qu a lq u e r outro Evang el ho;
6. M ate us destaca:
a) os padrõe s de retidão do reino de D eu s (Mt 5 - 7 ) ;
b) o p o d e r divino ora em operaçã o no reino, sobre o
pe cado, a doença, os de mô nio s e a morte;
c) o triu nfo futuro do reino, na vitória final de Cristo,
nos fins dos tempos.
7. Mate us é o único E v a n g e lh o que m e n c i o n a a igreja
com o e n tid a de futur a pe rte nce nte a Jesus (Mt 16.18;
18.17);
8. Mate us é a “porta de v a i - v e m ” ou livro de transição
entre o Velho e o N ovo Te st am ent o;
9. Há mais de 60 referências ao Velho T e s ta m en to , e
cerca de 40 citações literárias do Ve lho Te s ta m e n to
em Mate us ;
10. U ma frase car act erís tic a é “ para que se c u m p r i s s e ” .
>11. Mate us apre sen ta um a árvore ge nea ló gic a que traça
J a li n h a g e m m e ssi ân ic a até o Rei Davi;
12. Dois dos mais im por ta nte s discursos de Jes us são
e n co nt r ad os aqui: o Serm ão da M o n ta n h a (Mt
cap ít ulo s 5,6 e 7); e o discurso no M onte das
Olive ira s (Mateus capít ulos 24 e 25);
13. Um qu ad ro in c o m u m dos a co nte c im e nto s da era
pres ente é visto p ro f et ic a m en te no cap ítulo 13, onde
sete pa rá bo la s fo r m am um quadro. 1
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C risto R evelado
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Q uestionário
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A dvento do Rei
(M t 1.1-2.23)
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silêncio que durou 18 anos. S o m e n te a palav ra
“ c a r p i n t e i r o ” esc larece o que ele est ev e fazendo. Jesus
se pre pa ro u durante trinta anos para três anos de
ministério.
Que grande lição para nós! M uit os de nós
nos im p a c ie n ta m o s co m a ne c e s si d a d e de estudar.
P a re c em o s não c om p re en d e r o valor que Deus dá ao
preparo do homem. A Bíblia nos m o s tr a que os guias
do povo tiveram de s ubme te r- se a um pe río do de
preparo antes de re a liz a re m a m is são de que foram
encarr eg ad os. V e ja m Abrão, José, Josué, E s te r e
outros.
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ve nce r todas as tentaçõ es, até sua vitória final e
asc en são ao céu, co mo S e n h o r de todos (Ve ja IC o
10.13).
Todo reino tem suas leis e padrõe s para
co ntro le de seus s ú d i t o s 1. O reino dos céus não faz
exceção. Jesus de cla rou ter vindo, não para r e v o g a r “,
mas para c u m p ri r a lei.
Do alto p ú lp ito de um monte, Jesus p re gou o
serm ão que co nt ém as leis do seu reino (Mt 5,6 e 7).
Se a s oci e da de h u m a n a adotasse os seus
padrões, o mund o a ndaria em ordem. Um dia de acordo
com seus ensinos seria um pe d a c in h o do céu. E m vez
de anarquia, reina ria o amor. Cristo mos tra que o
pe cad o consiste não só em al gu ém c om et er o ato, mas
ta m b é m no mot ivo que o r ig in ou o ato (V ej a Mt
5.21,22,2 7,28 ). O S e rm ã o da M o n t a n h a e sta b e le c e a
co ns ti tu iç ã o do reino.
Jesus não s o m en t e pregou, co mo ta m b é m
re uni ram outros a seu redor. Era ne ces sár io org a n iz a r
seu reino e e st a be le c ê -l o em bases- mais a mp la s e
perma nen te s. Jesus tem ainda uma grande m e n s a g e m
para o mu ndo e prec isa de nós para proc la má -l a. As
idéias espirituais têm que se vestir de pessoas hu m a nas
e inst itu iç õe s para lhes s ervi rem de coração e cérebro,
mãos e pés, com o meios de div ulgação.
Onde Jesus foi en co ntr ar Seus
c ol ab ora do re s ? Não no te m plo entre os dou tores da lei
e os sacerdotes; tão pouc o os bu sc ou nas ac a de m ia s de
Jer usalém. A c hou -os à b e ir a -m a r co ns e rta nd o suas
redes. Jesus não c h a m o u nobres e poderos os,
esc ol he ndo antes “ as cousa s loucas do m u ndo para
e n v er go nh ar os s á b i o s ” ( I C o 1.27).
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N ote algu ma s das a d ver tê nc ia s e instruções
de Jes us aos dis cí pulos , de claradas em M at e us 10.
Quais for am ? Se esses requisitos são ain da exigidos
hoje, você pode diz er que é dis cíp ulo de J es u s?
A p a la v r a “r e i n o ” aparece mais de 45 vezes
em M at e us, pois este é o E v a n g e lh o do Rei. A
e x p re ss ã o “reino dos c é u s ” , mais de 25 vezes, e não
figura mais e m n e n h u m dos outros E v a nge lh os. Das
quinz e pa rá bo la s registradas por M at e us , um bom
n úm e ro delas diz: “ O reino dos céus é s e m e lh a n te .. .”
Jesus c o m p a r o u o reino de Deus (Mt 13): ao semeador,
ao jo io , à se m e nte de mostarda, ao f e rm e n to na massa,
ao te sou ro e sc ond id o, à pérola de gra nde va lor e à rede
de pescador.
Es sas parábolas, c h am ad as de “ misté rio s do
reino dos c é u s ” (Mt 13.11) de s c re v e m qual será o
resu ltad o da pre s en ç a do E v a n g e lh o de Cristo no
mun do, na é po ca presente, até a Sua volta, quando
então se re a liz a rá a ceifa (Mt 13.40-43).
Rejeição do Rei
(Mt 16.21-20.34)
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Som en te o E v a n g e lh o de Mate us m e n c i o n a a
pa lav ra “ ig re ja ” (Mt 16.18). A palav ra ve m de
“ Eclésia ” (no grego) que si gnifica “ os c h a m a d o s para
fo r a ” . Visto que nem todos c re ria m nele, Cris to disse
que “c h a m a r ia ” qu a lq u e r um, ju d e u ou gentio, para
pe rte nce r à Sua igreja, que é Seu corpo. C o m e ç o u a
e st ab el ece r planos para a ed ifi c aç ã o de um novo
edifício, um novo corpo de pess oa s que incluís se tanto
ju d e u s com o gentios (Ef 2.14-18).
Q ua ndo se a ch a ra m longe da agitação em que
viviam, Jesus fez a seguinte pe rg un ta aos dis cípulos:
“Qu e m dizeis que eu s o u ? ”
Pe rgu nta im p o r ta n te hoje em dia! Feita
prim eiro por um obs cur o galileu na quele lugar dis tante,
vem ecoa ndo através dos séculos para se to r n a r a
pergunta suprema. Que p e nsa m vocês de C ris to ?
Aquilo que os homens p e n s a m de te rm in a o que são e o
que fazem. As idéias que s ust en ta m a re s pei to da
indústria, riqueza, governo, moral e religião, m o ld a m a
so ciedade e m od if ic a m vidas.
Os discí pulos t r a n s m it ir a m a Jesus re sp osta s
dadas pelos home ns, e era m tão variadas co mo são as
de hoje. Todas c o n c o r d a v a m que Jesus era uma pe sso a
ext raord iná ria , no m ín im o um profeta ou al guém
dot ad o de dons so brenaturais.
A seguir tra n s fo rm o u Jesus a pe rg unta do seu
aspecto geral para o particular: “Po rém vós, quem
dizeis que eu s o u ? ” Faça a si m esm o esta pe rgunta. Po r
muito im po rt an te que seja no seu sentido geral, é muito
mais im po rt an te para ca da um de nós, esta p e rg unta
pessoal. N in g u é m pode fu gir dela. U ma re sp osta neu tra
é impossível.
“Tu és o Cristo, Fi lh o do Deus v i v o ! ” -
e xcl a m ou o im pu ls iv o e ard oro so Pedro. Es ta c onfis sã o
é grande porqu e ex alta a Cristo co mo Filho de D eus, e
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re c on hec e a Sua divindade. Jesus disse a Pe dro e aos
dem ai s dis cípulos: “ Sobre esta rocha edific arei a minha
ig re ja ” . Era o que Ele ia fazer - co ns tr uir um a igreja da
qual Ele m e s m o seria a pe dra de esquina.
Pela primeira vez a sombra da cruz projetou-
se no c a m i n h o dos discípulos. A parti r dess e tempo,
Jesus c o m e ç o u a levantar o pano que en co b r ia o futuro
e a m o s tr a r aos dis cípulos o que iria a co n te c er (Veja
Mt 16.21).
V itória do Rei
(Mt 21.1-28.20)
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Jes us p r o n u n c i a 1 o c h a m a d o do M o n t e das
Oliveiras. Pred iz a c o n d iç ã o do mu ndo após Sua
asc ensão e até sua volta em glória, para j u l g a r as
nações pelo tra ta m e nto que d is p e n s a ra m a Seus irm ãos,
os j u d e u s (Mt 25).
Te m os fo c a li za d o alguns dos ponto s
c u lm in a nte s da vida de Jesus. Ao e ntra rm os no
Getsê ma ni agora, c o m e ç a m o s a pe ne tr ar nas so mbras.
Vemos o Fil ho de A bra ão, o Sacrifício, mo rr en do pa ra
que todas as nações da terra sej am ab enç oa das por ele.
Jesus foi mort o po rqu e a fi rm o u ser Rei de Israel.
R es s ur giu dos mortos p orq ue era Rei (At 2.30-36).
A pe sa r de gra nde n úm e ro de dis cí pulo s
a cred ita r em Jesus e segui-Lo, a opos içã o dos ju d e u s
era cruel e de lib e ra r am matá-lo.
Mate us não é o único que registra as te rríveis
c ir cu ns tâ nc ias da pa ix ão do Salva dor; ele, porém, nos
faz sentir que as e x p re ss õ es de zom bar ia, a c oro a de
espin hos , o cetro, a ins cr iç ã o na cruz - todo aq uele
e sp et ácu lo de escá rnio enfim, p ro v a m Sua c on diç ã o de
Rei.
D e po is de p e r m a n e c e r seis horas p e n d u ra d o 1
no mad eiro, Jesus ex piro u, não apenas por c au sa dos
sofrim en tos físicos co mo ta m b é m de um coraçã o
partido, por levar sobre Si os pecados do mun do.
O uvi m os o seu grito de triunfo: “Tudo está
c o n s u m a d o ” . Ele a ca ba va de resg ata r a dívi da do
pecado e Se torna o R e d e n t o r do mundo.
Isto, porém, não é tudo o que e n cer ra a
história da redenção. Jesus foi c olo cad o no tú m ulo de
José de A ri m a té ia e ao terc eiro dia ressurgiu, co n fo rm e
anunciara. Era a s upr e m a pro va da Sua realeza. Os
home ns p e nsa ra m que Ele tivesse mo rr id o e o Seu reino
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fracas sad o. Pe la Sua ressurreição Cristo as s e gu ro u aos
dis cí pu lo s que o Rei vivia e que um dia re to rn a ria para
e st a b e le c e r Seu reinado na terra.
Jes us an uncio u o seu p r o g r a m a e uma hora
de crise atingiu a his tória do C ris tia nism o. O clímax
e n c o n tr a - se na grande comissão: “To da a a uto rid ad e me
foi dada no céu e na terra. Ide, po rta nto , fazei
dis cí pu lo s de todas as nações, b a ti z a n d o -o s em nome
do Pai, do Fi lh o e do Espírito Santo; e n s in a n d o -o s a
gu a rd a r toda s as cousas que vos tenho ord en ad o. E eis
que estou c onvo sc o todos os dias até à c o n s u m a ç ã o dos
s é c u lo s ” (Mt 28.18-20).
F o r a m env iados com que in c u m b ê n c i a ? A de
inv a di r o m u n d o co m exércitos e pela e s p a d a su bm et er
aos h o m e n s ? Não, mas “fazer dis cí pulo s de todas as
nações”.
Do monte da Sua ascensão os discípulos
pa rti ra m em diversas direções e, pro s se gu in do, j á tem
a lc an çad o os confins da terra. O C ri s ti a n is m o não é
religio so na cional ou racial. Não c o n h ec e limites de
m o n ta n h a s nem mar, porém, en volve todo o mundo.
Q ua nd o falamos de servo não querem os
ne c e s sa ri a m e n te dizer que se trata de al guém que faça
traba lho s servis. Servo é aquele que prest a serviços.
Cristo disse: “Mas o ma ior dentre vós será o vosso
s e r v o ” . Nest e sentido o presid ente da re p ú b li c a é o
servo do seu país. E o ma ior dos cidad ão s porqu e serve
ao m a io r n úm e ro de pessoas. Disse Jesus: “Eu vim não
para ser servido, mas para servir e dar a m in h a vida em
resgate por m u i t o s ” .
36
Q uestionário
37
Lição 2
O Evangelho de M arcos
D e n tr e os quatro Ev a n g e lh o s, M ar co s é o
relato mais c o n c i s o 1 do “prin c íp io do E v a n g e lh o de
Jesus Cristo, Fil ho de D e u s ” (Mc 1.1). E m b o r a o autor
não se id en ti fi q u e pelo nom e no livro (o m e sm o ocorre
nos dem ai s Ev a ng e lh os ), o te s t e m u n h o pr im it iv o e
un â n im e da igreja é que João M a r c o s foi quem o
escreveu. Ele foi criado em J e r u s a lé m e pe rte nce u à
pri m ei r a geração de cristãos (At 12.12). Teve a
opo rt u n i d ad e im pa r de co lab orar no m in is té ri o de três
apóstolos: Pa ul o (At 13.1-13; Cl 4.10; Fm 24), B a r n a b é
(At 15.39) e Pe dro ( I P e 5.13). S e gu ndo Papias (c. de
130 d.C.) e outros pais e cl e s iá s tic os do século II,
M ar co s obt e ve o c ont eúd o do seu E v a n g e lh o através da
sua ass oc ia ç ã o co m Pedro, e sc re ve u- o em R o m a e
d e st in ou -o aos crentes de Roma.
39
A utor
D ata
Propósito
40
p e río do da p erseg ui çã o, ou c o m o uma resposin |m iimiil
à pe rs eg ui ç ã o. Sua intenção era fo r ta le c er os iilu e n i-»
da fé dos crentes ro ma nos e, se n e ce s sá ri o I o h m \
in s pi rá -lo s a sofrer fielm en te em prol do Evan ge lho ,
ofe re c e n d o -l h e s com o m ode lo à vida, o sof rim en to, n
morte e a re ssu rr eiç ão de Jesus seu Senhor.
41
C aracterísticas E speciais
O Servo Preparado
(Mc 1.1-13)
42
cl im a esp ir itu a l do povo de Israel m ud o u , c o n tr ib uin do
para a p re g a çã o do ca m i n h o da ple na r e ve la ç ã o de Deus
por seu Fi lh o e nc arna do, Jesus Cristo.
J o ã o B at is ta foi o prim eir o a pregar as boas-
nova s a re s pe ito de Jesus; sua pre g a ç ã o é c on d en s a d a
por M a r c o s em um único tema: a p ro c la m a ç ã o de Jesus
Cristo que viria, a fim de ba tiz ar seus seguid ores no
E sp íri to Santo. Todo s aqueles que a ce ita re m Cristo
co mo S e n h o r e S a lv a do r de vem p r o c la m a r que Jesus
co n ti n u a sendo o que batiza no Es p ír i to Santo: “Ele...
vos b a ti z a rá com o Espíri to S a n to ” (Mc 1.8; At 1.5,8;
2.4; 38,39; M t 3.11).
J esu s foi ba tizado co m o bat is mo de João em
o b e d iê n c ia a um preceito da lei. “P or que assim nos
c o n v é m c u m p r i r toda a j u s t i ç a ” (Mt 3.15). “Logo ao
sair da água, viu os céus ra s gar e m -s e e o Espírito
d e sc e n d o co m o p o m b a sobre e le ” (Mc 1.10).
M a r c o s diz: “E logo o Es píri to o impe liu
para o d e s e r t o ” , o que revela a ra pid ez com que se
mo ve o E sp íri to (Mc 1.12) “E ” ind ic a co ntin uid ad e,
m o s tr a n d o que a tentação, tanto qua nto o ba tismo , faz
parte da pre pa raç ã o do Servo para Sua obra.
O Servo T rabalhando
(Mc 1.14-8.30)
A pr oc la m a ç ã o e a c o n cr et iz a çã o do reino de
Deus foi o p ro pós ito da obra de Cristo. Foi o te ma de
sua m e n s a g e m na terra (Mt 4.17). Qu a nt o à fo r m a de
m a n if e s t a ç ã o do reino, existem:
O reino de D eu s em Israel.
No An tigo T e s ta m en to , o reino visava
pr e p a ra r o c am i n h o da salvação da hum an ida de. De vi do
à reje içã o de Jesus, o Mes si as de Israel, o reino foi
tirado dest a nação (Mt 21.43).
43
O reino de Deus em Cristo.
O reino esteve presente na pe sso a e na obra
de Jesus, o Rei (Lc 11.20).
44
t a m b é m Seus servos? P o d e ri a alguém senão um rei ou
im p e r a d o r e xi gi r tal co isa? E v i d e n te m e n te em sua voz
o u v ir a m a voz de Deus.
É int eress an te not a r que Jesus não e sc olh e u
n e n h u m ocioso. C h a m o u para segui-lo ho m e n s
o c up ad os e be m sucedidos. Todo s p o d e m t ra n s fo rm a r
suas oc up aç õe s em ins tru m e nto s a serviço de Cristo.
C om o foi re ceb ido o seu c ha m a d o ? “E nt ão eles
de ix a r a m im e d ia ta m en te as redes, e o s e g u ir a m ” (Mc
1.18).
45
Jesus não só como m é d ic o do corpo, co mo ta m bé m da
alma. “ Q ue m pode p e r d o a r pecados, senão um, que é
D e u s ? ” (Mc 2.7). To do pe c a d o é c om et ido contra Deus,
e s om ent e Ele pode perdoar. “Ora, para que saibas que
o Filho do h o m e m tem sobre a terra aut ori da de para
perdoa r pecados... Eu te mando: Le vanta-te, toma o teu
leito, e vai para tua c a s a ” (Mc 2.9-12).
En c o n tr a m o s em M arcos 3.13-21 a narrativ a
da esc olh a dos doze. N o te m o versículo 14, onde
e n co nt r am os porque J esu s escolhe u esses home ns -
“para esta rem com E l e ” .
46
2. H a v e r á difere nte s rea çõe s ante o Evan ge lho , da parte
do mun do. Uns ouvirão, mas não e nte nderão (Mc
4.15; Mt 13.19). Uns crerão, mas depois se desvia rão
(Mc 4.16-19). Uns pe rs ev e ra rã o e fruti fic arão em
di ferente s pr op or çõe s (Mc 4.20).
S.^Os i n i m i g os da Pa la vr a de Deus são: Satanás, os
c u id ad os deste mu ndo , as ri que zas e os prazer es
pe c a m in o s o s desta vida (Mc 4.15,19; Lc 8.14).
47
• A fé do inter ess ad o baseia -s e no po de r de pe rs uas ão
das pa la vr as hu m a na s mais do que na d e m onst ra ç ã o
do Es pír i to e do pod e r de Deus ( I C o 2.4,5).
48
“C o m p a i x ã o ” (Mc 6.34).
O termo original é splagchnizomai, o qual
d esc reve u m a em oçã o que c o m o v e a pe sso a até o
íntimo do seu ser. Fa la da tr is te za que al guém sente
pelo so fri me nt o e i n f o r t ú n i o 1 do pró xim o, j u n t a m e n t e
c om o desejo de ajudá-lo. É uma c ar ac te rís tic a de Deus
(Dt 30.3; 2Rs 13.23; SI 78.38; 111.4) e do seu Fil ho
Jesus Cristo (Mc 1.41; 6.34; 8.2; Mt 9.36; 14.14;
15.32; Lc 7.13).
Os fariseus e os escribas co m et ia m o pe c a d o
do legalismo. O le gal ist a substitui co m pa la vr as e
práticas exter nas as atitudes internas re que rid as por
D eus, ori undas do nov o na sc im e nto , operado por D eu s
e pelo Espíri to (Mt 5.20; 5.27,28; 6.1-7; Jo 1.13; 3.3-6;
Is 1.11; A m 4.4,5). Tais pess oa s h onra m a D eu s c om
seus lábios, en qu an to de coração estão longe dEle;
e x te r n a m e n te pa re ce m ju s to s, mas no seu íntimo não o
a m a m de verdade.
• L e ga lis m o não é s im p le s m e n te a ex ist ên c ia de leis,
r e gul a m en to s, ou regras na co m u n id a d e cristã. Pelo
contrá rio , legal ism o tem a ver co m os motiv os pelos
quais o cristão c o n si d e ra a vontade de Deus à luz da
sua Palavra. Q u a lq u e r m otiv o para se c u m p r i r
m a n d a m e n to s e regras que não parta de uma fé viva
em Cristo, do p o d e r r e g e n e ra d o r do Es pírito Sa nt o e
do desejo sincero do crente de obe dec e r e de
ag radar a Deus, é le ga li sm o (Mt 6.1-7; Jo 14.21).
• O cristão, neste te m po da graça, co nti nua su jeito à
instruç ão, à d is ci plin a e ao de ver da obe diê nc ia à lei
de Cristo e à sua Palavra. O No vo T e s ta m en to fala
da “lei perfeita da li b e r d a d e ” (Tg 1.25), da “ lei
r e a l ” (Tg 2.8), da “ lei de C r i s t o ” (G1 6.2) e da “ lei
do E s p í r i t o ” (Rm 8.2).
49
Os fariseus e os escribas p e ca v a m por
c ol oca r a tradiç ão h um a na acima da rev e la ç ã o divina
(Mc 7.8). Aqui, Jesus não está c o n d e n a n d o toda e
q ua lq ue r tradição, mas as que entram em conflit o com
a Pala vra de Deus. Tr adi çã o ou regra deve ter base nas
verdades corre latas das Escrituras (cf. 2Ts 2.15). As
Es crituras Sagradas são a únic a regra infalível de fé e
conduta; j a m a is ela deve ser anu lad a por idéias
hu ma nas (Mc 7.13, Mt 15.6).
“Do coraçã o dos h o m e n s ” (Mc 7.21).
Nest e trecho, “c o n t a m i n a ” (Mc 7.20)
significa esta r separado da vida, salvaç ão e c o m unhão
de Cristo por causa dos pecad os que p ro vê m do
coração. Nas Esc ritur as , “c o r a ç ã o ” é a to ta lid ad e do
intelecto, da e mo ção , do desejo e da v o l i ç ã o 1 do ser
humano. O co ração im puro c o rr o m p e nossos
pe n sa m e n to s, sen timen tos , palavras e ações (Pv 4.23;
Mt 12.34; 15.19). O que n e ce s si ta m os é um novo
coração, tra ns fo rm a do, feito segundo a ima ge m de
Cristo (Lc 6.45).
Os “ fe r m e n to s ” dos fariseus são as suas
tradições religiosas pelas quais de sc a rt a m os
m a n d a m e n to s e a j u s ti ç a de Deus (Mc 7.5-8).
50
bí b li c a ou um E v a n g e l h o secula r e hu m a nis ta .
A c e it a r o “ ferme nto de H e r o d e s ” levaria a igreja a
vo lta r-s e contra Cristo e a sua Palavra.
A c on fis são de fé de Pedro deve ser be m
e n te n d i d a por todos (Mc 8.29). Jesus não diz aos Seus
dis cí pu lo s qu em ele é. E s p e r a que eles o digam. Ao
pe rguntar: “Mas vós que m dizeis que eu s o u ? ” atingiu
o c l í m a x 1 do seu mi nistério.
E s ta va pon d o à pro va o pro pósi to do
tr e in a m e n to a que su bm et eu os doze escolhido s. A
re s p o s ta de Pedro deu -lh e a c er te z a de que Seu alvo
hav ia sido alcançado.
Q u estio n ário
1 O pont o culminante.
51
3. N u m a na rr a ti v a de cenas rápidas, M a r c o s apresenta
J esu s co mo
a ) 0 O Fi l h o de D e us e o Mes sias, o Se rvo Sofr ed or
b ) l I O Fi l h o de D eu s e o M essias, o Rei dos ju d e u s
c ) |_j O Fil ho de D eu s e o Mes sias, o S ac erdote
d ) |_| O Fi lh o de D eu s e o Rei, o Servo So f re dor
4 . 0 Os in im ig os da P a la v ra de De us são: Satanás, os
cu id ad os deste mu ndo , as riquez as e os prazeres
p e c a m in o s o s desta vida
5 . 0 L e ga lis m o é s im ple sm e nte a e x is t ê n c ia de leis,
re g u la m en t o s, ou regras na c o m u n id a d e cristã, não
tem ligaç ão co m os motivos pelos quai s o cristão
c o n si d e ra a vont ad e de Deus à luz da sua Pa la vra
52
O Servo R ejeitado
(Mc 8.31-15.47)
53
aqui é outro: on de há pouc a fé, há p o u c a oração e
j e j u m (Mt 17.19,20,21). Onde há muit a ora ç ão e je ju m
res ult ant e da de di ca ç ão gen uín a a Deus e à sua Palavra,
há a bu n d â n c ia de fé. Se os discípulos ti v e s se m uma
vida de oração e j e j u m como Jesus, p ode ri a m ter
re so lv id o esse caso.
Jesus en sin a aqui que quem se divo rcia por
razões não bíblicas e se casa de novo, peca contra
Deus, c o m e t e n d o ad ultério (Mc 10.11 Ml 2.14; Mt
19.9; I C o 7.5).
N out ra s palavras, Deus não te m obrig a ç ão de
c on si de ra r um divó rcio correto ou legítimo,
s im p le s m e n te p orq ue o estado (ou q u a lq u e r outra
ins tituiçã o hum an a) o legaliza.
1 Que está por natureza i ns epar avel ment e ligado a alguma coisa
ou pessoa.
54
Jesus declarou que o reino era Seu,
a pr e se nt a nd o- se He rdeiro de Da vi, em J erusa lé m,
c on fo rm e a profecia de Zac arias 9.9 (Mc 11.1-11).
A esta altura, no E v a n g e lh o segundo M arcos ,
c o m e ç a m os eventos da s e m a n a da paixão de Cristo
(Mc 11-15), seguidos por sua ressu rr ei ç ã o (Mc 16).
“C a b e ç a da e s q u i n a ” (Mc 12.10).
Cristo é a ped ra “ r e je it a d a ” , r e pudia da por
Israel, mas prestes a torna r- se a pedra an gular do novo
55
povo de D eu s, a igreja (At 4.11,12; ver SI 118.22). É a
pe dra ma is im po rt an te dess a nova e st ru tu ra que Deus
está ed ifi c an do.
“ N em c a s a r ã o ” (Mc 12.25).
Es te ensino de Jesus não sign ifi ca que o
es po s o ou a e sp os a perde rá sua id en tid ad e específica,
de m od o a não se rec on hec er em . Pelo contrário, o
r e l a c io n a m e n to com nos so cô njuge será ma is profundo
e e sp ir itu a l, porém não regido pelos laços conjugais
co mo a co nt e c e na terra.
56
Hb 3.14; 6.11,12; 10.36). A glóri a da salvação final é
descrita em A p o c a li p s e 2.7, 17, 26- 28; 3.5,12,20,2 1; 7.9-
17; 14.13; 21.1-7.
“A b o m i n a ç ã o do a j s o l a m e n t o ” (Mc 13.14). /
Trat a-se da a bo m in a ç ã o que c onta m in a ou
polui aquilo que é santo (Dn 9.25-27).
• A de cla ração de Cristo pode referir-se
p ro f et ic a m en te tanto à in va são de J er usa lé m pelos
roma nos , qua ndo, então, o te mp lo foi destr uído (70
d.C.), be m co mo à c o lo ca ç ão da im a g e m do
Anticristo em Je ru sa lé m , logo antes de Cristo volt ar
para j u l g a r os ímp ios (2Ts 2.2,3; Ap 13.14,15;
19.11-21).
• Isso é, às vezes, c h a m a d o de “prefig ur ação
pr o f é ti c a ” , e xp re ss ão esta e m p re g a d a para de sig na r
dois ou mais e ve nto s vistos co mo se fos sem um só.
Ex e m p lo s disso é a ass oc ia ç ã o entre a prim eir a
vinda de Cristo para pre ga r E va ngel ho; e sua
seg unda vi nda para trazer j u l g a m e n to ; am bos
prefig ur ado s em Isaías 11.1-4; 61.1,2: Zac arias
9.9,10 (Mt 24.44). Da m e sm a maneira, o
d e rr a m a m en to do E sp íri to e “ o grande e terrível dia
do S e n h o r ” estão a sso ci ado s entre si e referidos
com o um só even to em Joel 2.28-31 e Atos 2.16-20;
Marcos 13.19-22.
57
Sua vinda será ine sp e ra da e im in e n te '. Por isso, todos
os salvos de v e m semp re v ig ia r e ser fiéis (Mt 24.42;
24.44; Lc 12.35,36, 38-40, 46; 21.34-36).
E v a ng e lh o (gr. evaggelion) sig nif ic a “boas
n o v a s ” . São as boas nova s de que Deus pro ve u à
salvaç ão dos perdidos, e isto através da e nca rn a çã o,
morte e ressu rr ei ç ã o de J esu s Cristo (Jo 3.16; Lc 4.18-
21; 7.22). S em pre que as boa s novas são pro c la m ad a s
no poder do Espíri to ( I C o 2.4; G1 1.11), elas:
• Têm au to rid ad e de Cristo (Mt 28.18-20);
• R ev e la m a ju s t i ç a de Deus (Rm 1.16,17);
• D e m a n d a m a r r e p e n d i m e n to (Mt 3.2; 4.17);
• C o n v e n c e m do pe cado, da j u s ti ç a e do ju í z o (Jo
16.8; cf. At 24.25);
• O ri gi na m fé (Fp 1.27; R m 10.17);
• T r a z e m salvaç ão, vida e o dom do E sp íri to Santo
(Rm 1.16; IC o 15.22; I P e 1.23; At 2.33,38,39);
• Li be rt am do d o m ín io do pe cad o e de Satanás (Mt
12.28; At 26.18; Rm 6);
• T raze m e sp e ra nç a (Cl 1.5,23), paz (Ef 2.17; 6.15) e
im or ta li da de (2Tm 1.10);
• A dv e rte m sobre o j u í z o (Rm 2.16);
• T r az e m co n d en a ç ão e morte eterna qua ndo
rejeitadas (Jo 3.18).
58
volt am para D eu s m e di a nte a fé em Cristo serão
pe rd oa dos , libertos do p o d e r de Satanás, re c eb e rã o
nova vida e spiritua l, serão feitos filhos de Deus, serão
ba tiz ado s no E sp íri to Santo, e terão acesso a D e us em
todos os m o m e n to s , para re ceb erem m is eric órd ia ,
graça, força e ajuda (Mt 26.28; Hb 4.16; 7.25).
59
3. Q u a n d o Pe dro e os outros dis cí pul os a b a n d o n a r a m a
Cris to, não tinham a v a n ta g e m de qu e m está
c o n s c ie n te do si gnificado moral da morte e x pi at óri a
de C ris to na cruz (Rm 6), ne m ti nham o sup orte da
fé i n s p ir a d a pela sua r e s su rr ei ç ã o dentre os mortos.
N ou tra s palavras, esse tr ec ho bíblico não deve ser
us ado c o m o ju s ti fi c a ti v a pa ra re st au rar ao minis té rio
um lí d e r que, por causa dos seus próp rios pecad os e
re l a x a m e n t o moral, d e l ib e ra d a m e n te re pudio u, na
sua vida pa rticular e espi ri tua l, as qual ifi ca çõe s
ne ce s sá ria s para o m in is té ri o pastoral.
C om o re c e b e ra m este Rei.
A princípio de ra m -l h e as boa s- vin das porqu e
e s p e r a v a m que os libertas se do j u g o de R o m a e os
liv rasse da pobreza. Q ua ndo, porém, entro u i o templo
e m o s tr o u -l h e s que sua m is s ã o era espiritual, pa sso u a
ser od ia do pelos guias re lig io so s c om ódio satânico,
disso r e s ult an do a trama para m at á-lo (Mc 14.1).
A trama dos pri nc ipa is sacerdotes para O
a p a n h a re m por astúcia e o le var em à morte, e o ato de
“ung ir o Seu corpo para a s e p u l t u r a ” , que Seus amigos
r e a li z a ra m - são os temas que abrem o capít ulo 14 de
Marcos.
D epois, vem a his tó ria sempr e triste da
traição po r um dis cípulo Seu (Mc 14.10,11), a
c e le br a ç ão da Pásco a e a ins tit ui ç ã o da Ceia do Senhor
c o m p r i m e m - s e em vinte e cinco curtos versículos.
A c re s c e n ta n d o insulto à inj úria, lemos sobre a ne gação
de Pe dro ao seu Senhor (Mc 14.26-31, 66-71).
A grande m e n s a g e m de Isaías é que o Filho
de De us Se tornaria o Servo de D eu s a fim de mo rr er
para a re de nç ã o do mundo. M a r c o s registra “c o m o ” o
so fr im e n to de Cristo no G e ts ê m a ni e no C alvário
c um pr iu as prof ecias de Isaías (Is 53). “Pois o próprio
60
Filho do h o m e m não veio para ser servido, mas para
servir e dar a sua vida em resgate po r m u i t o s ” (Mc
10.45).
O Servo E xaltado
(Mc 16.1-20)
Q uestionário
61
6. A m u lt id ã o presu mia que o M es si as re st aur ari a Israel
c o m o na ção e gove rna ria
a) O C u lt u ra lm e n te as nações
b) n Es p ir i tu al m en te as nações
c) O M in is t e r ia lm e n te as nações
d) P o li tic a m e nte as nações
62
Lição 3
O Evangelho de Lucas
Autor: Lucas
Data: 60-63 d.C.
Tema: Jesus, o S a lv a do r D i v i n o - H u m a n o
P a la vra s- C ha ve : Oração, ação de graças,
ucas alegria, salvar, Reino, Es p ír i to Santo,
a rre pen dim en to .
V e rs íc ulo - ch a ve : Lc 19.10
63
na pr im e ir a pesso a do plural; ver a in tr oduçã o a Atos).
Pelo s escritos de Lucas, v e m os que ele era um escrit or
cu lto e hábil, um his to ria do r atento e te ólo go inspirado.
S e g u n d o parece, quan do Luca s esc re veu o seu
E v a n g e lh o , a igreja gentia não tinha n e n h u m desses
livros co m p le to ou bem c o n he c id o, a respeito de Jesus.
P r i m e i r a m e n t e Mateus e sc re ve u um Ev a n g e lh o para os
ju d e u s , e Marcos esc reveu um Ev a n g e lh o c o n c i s o 1 para
a igreja em Roma. O m u ndo gentio de língua grega
d is p u n h a de relatos orais de Jesus, dados por
te st em u n h a s oculares, b e m co mo breves tratados
escritos , mas nenhum E v a n g e lh o co m p le to com os fatos
na de vid a ord em (Lc 1.1-4). Daí, Luca s se pro pôs a
i n v e s t ig a r tudo c u id a d o s a m e n t e “ desde o p r in c íp io ” (Lc
1.3), e, pr ov av el me nt e, fez pesq uis as na Pale st ina
e n q u a n to Paulo esteve na prisão em Ce s a ré ia (At 21.17;
2 3 .2 3- 26 .3 2) e terminou o seu E v a n g e lh o perto do fim
da qu el e período, ou pouc o de pois de chega r a R o m a
c om Paulo (At 28.16).
A utor
1 Sucinto, resumido.
64
Propósito
O E v a n g e lh o segundo Lucas c o m e ç a c om as
narra tiv as mais c o m p le ta s da infânc ia de Jesus (Lc 1.5-
2.40), b e m c o m o a presen ta o único v i s l u m b r e 1, nos
Ev a n g e lh o s, da j u v e n t u d e de Jes us (Lc 2.41-52).
D e po is de d e s c r e v e r o m ini st ério de João B a t is ta e
a p resen ta r a g e n e a lo g ia de Jesus, Lucas divi de o
m in is té rio de Jesus em três seções principais:
• Seu m in is té ri o na Gal ilé ia e arredores (Lc 4.14-
9.50);
• Seu m in is té rio du ra nte a viagem final a J e r u s a lé m
(Lc 9.51 -1 9. 27 );
• Sua últ im a se m a n a em J er usa lé m (Lc 19.28-24.43).
E m b o r a os mi la gr e s ocu pem lugar de de st a q u e no
1 Ap arên ci a vaga.
65
re g is tr o de Lucas sobre o m in is té rio de Jesus na
G a lil é ia , o e n f o q u e 1 pri nc ip a l deste Evang el ho
c o n si s te nos en sinos e pa rá b o la s de Jes us durante
seu e xt en s o m ini st ério a c a m i n h o de J er usa lé m (Lc
9. 51- 19.27 ).
C aracterísticas E speciais
66
A P reparação do Filho do H om em
(Lc 1.1-4.13)
N o te o r e s ulta do da vida e do m in is té r io de
João, na p le ni tu de do Espíri to Santo (Lc 1.15).
M ed ia nt e o Es p ír i to Santo, João:
• Pela pr eg açã o c on ven c e o povo dos seus p e ca dos e
os le vam ao ar re p en d i m en to e à c o n v er sã o a Deus
(Lc 1.15-17; ver Jo 16.8);
Pr eg a no e sp ír ito e po de r de Elias (Lc 1.17; ver At
1 . 8 );
• R ec o n c il ia as famílias, e co nduz muitos a u m a vida
de retidão (Lc 1.17).
Jo ão será s em el ha nt e em muitos a sp e c to s ao
d e st e m id o p ro f et a Elias (Lc 1.17; ver Ml 4.5). P o r ser
cheio do Es pír i to Santo (Lc 1.15), será um p r e g a d o r da
retidão moral (Lc 3.7-14; Mt 3.1-10). D e m o n s t r a r á o
m ini st ério do Es pír i to Santo e pregará sobre o peca do,
a ju s t i ç a e o j u í z o (ver Jo 16.8). C o n v e r te r á os
rebeldes, à pr u d ê n c ia dos ju s to s (Lc 1.17; Mt 11.7-15).
Não t r a n s i g i r á 1 c om a sua consciê nci a, n e m p e rv e rt e rá
pri nc ípi os bíb lic os , para c ons e gu ir pos içã o social ou
proteç ão (Lc 3.19 ,20; Mt 14.1-11). Seu pro p ó s it o será
obe dec e r a D eu s e p e rm a n e c e r leal a toda a verdade.
E m suma: Jo ão será um h om e m de Deus.
Deus c u m p re o que os prof etas ha via m
predito. M iq u éi as diz que B el ém seria o lug ar onde
Jesus havia de n a sc e r (Mq 5.2-5), visto ser ele da
Fa mí lia de Davi. Mar ia, porém, m o ra v a em N a za ré , que
fica va a 160 q u il ô m e tr o s de distância. Mas Deus
pr o v id e n c io u para que Ro m a ba ixa ss e um decreto
obrig an do José e M a r ia ir a Bel ém, e x a ta m e n te q u a ndo
67
a cria nça e sta va para nascer. Não é m ar a v il h o s o com o
D eu s usa um decreto de um m ona rc a pagão, César
Au gus to , pa ra fazer c u m p r ir Suas prof eci as? Deus
ainda m o v e a mão dos diri gen te s para re a liz a r os Seus
propós ito s.
68
na sc im e n to (Lc 3.23). Há dif eren ças notá vei s en tre as
geneal ogi as de Lucas e M ateus. T e m os em M at e us a
ge neal ogi a do Rei - Fil ho de Davi - através de José.
Lucas nos dá a Sua ge ne al ogia pa rticula r, pelo lado de
Maria.
“Jes us, ch eio do Es píri to Santo, vo lto u do
Jordão, e foi guiado pelo m e sm o Espírito , no deserto,
dur an te qu a re n ta dias, sendo tenta do pelo d i a b o ” (Lc
4.1,2).
69
Q uestionário ~
2. Po r ap resen ta r a ge ne a lo gi a hu m a n a de Jesus,
re c uan do -a até Adão, Luca s no seu E v a nge lh o deixa
claro que ele escreveu para os
a ) [xl Gentios
b ) |_j R oma nos
c ) |_] Judeus
d ) | | Egíp cio s
70
M ar q u e “ C ” para Certo e “E ” para Errado
71
O M in istério do Filho H om em
(Lc 4.14-19.48)
72
in cred ul id ad e. T e n ta ra m pre ci ptá -l o de um
de sp e n h a d e ir o , porém, ele esc ap ou e foi para
C af ar n au m (Lc 4.29-31).
Ele retira va -s e para os de sertos e ali orava
(Lc 5.16):
• Lucas re ssa lta mais do que os outros E v a n g e lh o s a
práti ca da oração na vida e na obra de Jesus.
Q u a n d o o Espí ri to Santo desceu sobre Jes us no
Jor dã o, Ele est av a ora ndo (Lc 3.21); em certas
oc asiões, afasta va -se das mu lti dõ es para orar (Lc
5.16), e pa ss ou a noite em oração antes de e sco lhe r
os doze apósto los (Lc 6.12). Fico u orando em
p a rt ic ul a r antes de fazer uma pe rg un ta im por ta nte
aos seus di scí pulos (Lc 9.18); por ocasião da sua
tra ns fig ura ç ão , Ele subiu ao m onte a orar (Lc 9.28);
sua tr a ns fi gu ra ç ão oco rreu e st an do Ele orando (Lc
9.29); e e st a va ele a orar antes de e n si n a r aos
dis cí pu lo s a c h a m a d a O ração do Se n h o r (Lc 11.1).
No G e ts ê m a n i, Ele orava mais in te ns am e nte (Lc
22.44); na cruz, orou pelos outros (Lc 23.34); e suas
última s pa lav ras antes de m o rr e r fo ram uma oração
(Lc 23.46). Está regis tra do que Ele ta m b é m orou
depois da sua ressu rr eiç ão (Lc 24.30).
• Ao o b s er v ar m o s a vida de Jes us nos outros
Ev a n g e lh o s, nota -se que Ele orou antes do convite,
Vinde a mim , todos os que estais can s a dos e
op ri m id o s (Mt 11.25-28); Ele orou j u n t o ao túmulo
de L áz aro (Jo 11.41,42) e dura nte a ins tit uiç ão da
Ceia do S e n h o r (Jo 17).
Os ju d e u s odi av am os gentios devido ao
tra ta m e nt o que deles r e c eb e ra m qua nd o no cati veiro da
Babi lôn ia. O lh a v a m - n o s co m despr ezo . C onsi de ra va m -
nos im u n d o s e inimi gos de Deus. Lucas descreve Jesus
d e rr uba nd o as barreiras que se le v an t av a m entre ju d e u s
e gentios, fa z en do do a rr e p en d i m en to e da fé as únicas
73
co nd iç õe s de a dm is são no reino. “E que e m seu nome
se pregasse ar re p en d i m en to de J e r u s a l é m ” (Lc 24.47).
74
7. T ia go de c la ra que um dos a sp ec to s da ve rd a de ir a fé
em C ris to é cu id ar dos órfãos e das viúvas nas suas
aflições (Tg 1.27; cf l T m 5.3-8).
N a int erpre ta ção da p a rá b o la do sem e a do r
(Lc 8.13) por Cristo, Ele m os tra com c la reza que
al gué m po de crer e iniciar uma since ra vida de fé, mas
de svi ar-s e dep ois, por não re si sti r à tentação. Por outro
lado, há os que, ouvind o a Pala vra , a c o n se rv a m num
coraçã o ho n e st o e bom e dão fruto com pe rs ev e ra nça
(Lc 8.15). J esu s ensin a que é es s e nci a l que aqueles que
r e c eb e m a P a la v ra a c o n se rv e m ou gua rd e m (Lc 11.28;
Jo 8.51; I C o 15.1,2; Cl 1.21-23; l T m 4.1,16; 2Tm
3.1 3-15; l J o 2.24,25).
Q u a n d o os doze são e nc a rr e ga dos de pregar
(Lucas 9) r e c eb e m uma gra nde tarefa. Em Mateus
ouvi m os o Se nho r dizer: “ Não tomeis rumo aos
gentios... mas, de prefe rênci a, procurai as ovelhas
perdida s da casa de Is ra el ” . Luca s não regis tra isto, e
diz: “T a m b é m os enviou a p r e g a r ” e “então, saindo,
p erco rri am ... a nu nci a ndo o E va nge lh o... por toda p a r t e ”
(Lc 9.2,6).
75
e n f e r m o s e ex pu lsa r de m ôn io s (Mt 9.3 5-3 8; 10.7,8;
Mc 3.1 4, 15 ; 6.7-13; 16.15,17; Lc 9.2,6; 10.1,9; cf.
4 .1 7- 19 ) . É à vontade de Deus que a pregação do
E v a n g e l h o , hoje, seja a c o m p a n h a d a pela me sm a
d e m o n s t r a ç ã o do Espírito e de p o d e r (Mt 10.1; Mc
16. 15-18; At 1.8; Rm 15.18,19; I C o 2.4,5; 4.20) a
fim de e nf re nt a r o desafio de Satanás nest es últimos
dias ( l T m 4.1; 2Tm 3.1-5).
» As igrejas de hoje não devem se c o m p a r a r umas
c o m as outras, mas com esta m e n s a g e m e padrão do
No vo Te s ta m en to . E s ta m os vendo e e x p e r im e n t a n d o
o reino de Deus da m e sm a m a ne ir a que os cristãos
pr im iti vos .
A paráb ola do Bom S a m a ri ta n o (Lc 10.30)
d e st a c a a verdade de que c o m p a i x ã o e c uida do são
coi sas i n t r í n s e c a s 1 à fé sal va dor a e à obe di ên c ia a
Cristo. A m a r a Deus deve ser ta m b é m amar ao
pró xi m o.
• A vida e a graça que Cristo tr a ns m it e aos que o
ace ita m pro duz e m amor, m is e ri c ó rd ia e c o m pa i xã o
pe los ne ce s sit a do s e aflitos. Esse am or é um dom da
graça de Deus através de Cristo. O crente tem a
re s p o n s a b il id a d e de viver à altura do amor do
Es p ír i to Santo, tendo um coraçã o não end urecido .
• Q ue m afirma ser cristão, mas tem o coração
in se ns ív e l diante do s ofr im e nt o e da n e ces sid ad e
dos outros, de m ons tr a c ab a lm e n te que não tem em si
a vida eter na (Lc 10.25-28 ,31-3 7; cf. Mt 25.41-46;
l J o 3.16-20).
O crente deve a pr e nder a orar por seu
sust en to (Lc 11.3; cf. Mt 6.11), tendo por base quatro
p r in c íp io s bíblicos. Sua pe tição deve ser:
76
• De c o n f o r m i d a d e c om a vo nta de de De us e para sua
glóri a (Mt 6.10,33; I C o 10.31; l J o 5.14,15);
• De m o d o que, por ela, De us d e m o n st re seu amor
p at erna l ao crente (Mt 6.9, 25-34);
• Pa ra s upr ir suas n e ce s si da de s básicas e dar-lhe
c o n d iç õ e s de pr at ic ar os dever es cristãos (2Co 9.8;
l T m 6.8; Hb 13.5);
• P a ra pe di r coisas para si so m e n t e depois de dar
f ie lm e n te a Deus e ao p r óxi m o (2Co 9.6).
O trecho de Lucas 11.20-26 revela três
coisas:
1. O s uces so do reino de D eu s na terra está em
p r o p o r ç ã o direta à de str uiç ã o do p o d e r de Satanás e
à li be rta ção do ho m e m p e rd id o da e scr av idã o do
pe ca do e do d e m o n is m o (Lc 11.20);
2. Sa ta nás lutará co ntra o e s ta b e le c im e n to do reino de
Cris to na terra (Lc 11.24-26; M t 13.18-30; Ap
12 . 12 ) ;
3. Jesus de m o n st ra o seu p o d e r e auto rid ad e divina
sob re Sata nás , ao de rrotá-lo , de sa rm á -l o e despojá-
l o 1 de seu po d e r (Lc 11.20-22; Cl 2.15).
Jesus de clara que é im po s sí vel p e rm a nec e r
neutro no co nf lit o espiritual entre o seu reino e o poder
do mal (Lc 11.23).
• A que le que não se une a Cris to na oposi ção a
Sa ta nás e à in iq uid ad e deste m un d o , posiciona-se,
na rea lid ade , co ntra Jesus Cristo. C ada um, ou está
luta ndo por Cristo e pela j u s ti ç a , ou por Satanás e
pela im pi ed ad e;
• As pa lav ras de Jesus c o n d e n a m q u a lq u e r intento de
p os iç ã o ne utr a ante a in iq üid a de , bem com o
o b e d iê n c ia parcial.
77
Sete espír itos piores... e... hab ita m ali (Lc 11.26).
O assunto aqui fica claro, ante o trecho
paralelo de Mateus 12.43-45 nota, que fala da casa
de socupada.
• A p ass ag em re ssa lta o fato de que na sua c o n v er sã o
(Jo 3.3) o crente deve, não somen te ser liberto do
pe cado, mas ta m b é m , a partir daí, d e dica r- se
to ta lm e nt e a Cristo, à oração, à retidão, à P a la v ra e
ao rec eb im e nto da ple n it u d e do Espíri to Santo;
• Satanás não de ix a de atacar o crente após a sua
conv ersão . Seu p o d e r é uma am eaça c o n tí n u a e
inc es sa nt e (Lc 22.31; ver Mt 6.13). A nos sa
proteç ão contra o p e ca d o e Satanás vem pela nos sa
plena c on sag ração a Cristo e o em pre go de todos os
meios de graça que nos são dispo níve is através de
Cristo (ver E f 6.11).
Jesus c o n d e n a a hipocrisia (Lc 12.1) dos
fariseus e adverte seus discí pulos a se p r e c a v e r e m 1
c ont ra esse pecado na sua própria vida e ministério.
78
O s of rim en to desta m u l h e r alei jada pro ce dia
de um espír ito , i.e., um e m i s s á r i o 1 de Satan ás (Lc
13.11,16; cf. Mt 9.32,33; 12.22; Mc 5.1-5; 9.17,18; At
10.38).
79
que Deus é aquele que, no seu amor, bu s c a a pe sso a
pe rd id a para salvá-la. N e la s a pre nde mo s que:
• É de m á x im a im p o r t â n c i a para o coraçã o de Deus a
no ssa bu sc a dos per d id o s (Lc 15.4,8,20^24);
• T an to De us qua nto o céu se re goz ija m , m e sm o
qua nd o um só p e c a d o r se arrepende (Lc 15.7,10);
• N e nh um labor ou s ofri me nto nosso é d e m as ia do
grande na busca dos pe rdi dos para le vá-los a Cristo
(Lc 15.4,8).
80
• O o fe n d id o deve estar dis po st o a co n ti n u a r
p e rd o a n d o , se o c ulpa do se a rr e pe nd e r sin ce ra m e nte
(Lc 17.4). Qu a nt o a p e rd o a r sete ve zes no dia, Jes us
não está ju s t i f i c a n d o a práti ca do pecado habitual.
N e m e stá Ele di zen do que o cre nte deve p e rm iti r
que al gu ém o ma ltrate ou abuse dele
in de fi n id a m e n te . Seu e nsi no é que dev em os estar
s em pr e di sp os to s a ajud ar e pe rd oa r o ofensor.
81
O S ofrim ento do F ilho do H om em
(Lc 20.1 -2 3 .5 6 )
Os ju d e u s i m a g in a v a m que o M e s si a s seria
um de sc e nd en te de Davi e, portanto, s om en te um mero
gove rna nte huma no. Jesus de m o n st ra que a declar aç ão
de Davi em Salmos 110.1, onde c h a m a seu filho Senhor
(Lc 20.44), indica que o Mes si as é mais que um rei
hum an o; Ele é, ta m bé m , o divino Filho de D eu s (ver SI
110.1,7).
82
Pi or ainda, os Seus amigos O a ban d o n a ra m .
P e dr o ne gou -o e todos o d e ix a r a m e fugiram, e xce to
João, o discí pulo amado. Só Luca s nos con ta que Jesus
olho u para Pedro que a ca ba va de ne gá-lo e, c o m um
olh ar de amor, derrete u o co ração do discípulo.
Jesus diante do p r e t ó r i o 1 de Pilatos; depois
pe rante H e rod es (Lc 23. 1-1 2) , Este é o m e sm o H e ro de s
que ma nd ou d e ca pi ta r Jo ão Batista. D e v id o à tão
grande durez a do coraçã o de Her ode s, Jesus se r e c u sa a
dirigi r-l he uma única palavra. Irado, H erodes,
j u n t a m e n t e com seus sol dad os , z o m b a da reiv in d ic a çã o
de Jesus, afirm a nd o ser o rei dos ju deu s.
Da Via D o l o r o s a até a Cruz (Lc 23.27-3 8) .
Só Lucas m e n c i o n a a pa la vr a Calvário, que é o nome
ge ntio de Gólgota. Luca s de ix a de fora muit a c ois a que
M at e u s e M ar co s re gis tra m, porém, som ent e nele se
e n c o n tr a a oração de Jesus: “Pai, pe rd oa -lh e s, porqu e
não sab em o que f a z e m ” , e a Sua últi ma palavra: “Pai,
nas tuas mãos en tre go o meu e s p ír it o ” (Lc 23.13-46).
Três cruz es se er g u ia m no alto do Calvário.
N u m a delas e sta va um malfeito r, que m orr ia po r seus
crimes. Lucas ta m b é m c ont a esse fato (Lc 23.39-45).
Ele creu no C ord e iro de Deus.
A cena do c al vá rio te rm ina co m o Fi lh o do
h o m e m c la m an do em alta voz: “Pai, nas tuas mã os
ent rego o meu e s p í r i t o ” . De acordo c o m este
Ev a ng e lh o, o c en tu r iã o assim testifica:
“ V e rd a d e ir a m e n te este h o m e m era j u s t o ” .
A c ru c if ic aç ã o e a morte de Jesus são a
es s ê nc ia e o fu n d a m e n to do plano divino da re de nçã o
( I C o 1.23,24). Jesus, que nun ca pecou, m or r eu em
luga r da h u m a n id a d e pecadora. M ed ia n te sua
cruc ifi caç ão , foi pag a a pe n al i d ad e dos nosso s pe cados,
83
e a o br a de Satanás foi desfeita. Agora, todos podem
vo lta r-s e pa ra Deus, co m a rr e p e n d i m e n to e fé em
Cristo, e re ceb er o pe rdão, a salvaç ão do pecado e a
vida eterna.
A V itória do F ilh o do H om em
(Lc 24.1-53)
Q u estio n ário
84
c ) [>1 Oraçã o na vida e na obra de Jesus
d ) |_! C ar id ad e na vida e na obra dos discípulos
85
86
Lição 4
O Evangelho de João
Autor: João
Data: 80-95 d.C.
João Tema: Jesus, o Filho de Deus
Pa la vra s- C ha ve : Crer, test em unha r, vida
V e rs íc ulo s -c ha ve : 3.16; 20.30-31
87
A utor
Tem a
D ata
88
A m e sm a tr a diç ão que localiza João em
E f e s o sugere que ele e sc re v e u seu Ev a ng e lh o na últ im a
parte do século I.
Na falta de prova s substa nc iais do contrá rio ,
a m a io ri a dos eruditos aceita essa tradição.
P ro p ó sito
89
V isão P anorâm ica
90
C a ra cte rístic as E speciais
1 Figura pela qual se sal ient a a o pos ição entre duas pal avras ou
idéias; enantiose.
91
7. A im p o r tâ n c ia do n ú m e ro sete neste Ev a nge lh o: sete
sinais, sete ser mões e sete de clarações “Eu s o u ” dão
te s t e m u n h o de quem J esu s é (cf. a proeminência* do
nú me ro “ s e t e ” no livro de Apocalipse, do mesm o
autor);
8. O e m p r e g o doutras palavr as de dest aq ue como:
“ luz ” , “ p a l a v r a ” , “c a r n e ” , “ a m or” , “ t e s t e m u n h o ” ,
“c o n h e c e r ” , “ t re v a s ” e “ m u n d o ” .
C om entário
92
1. O re la c io n a m e n to entre o Verb o e o Pai.
a) Cristo pr e e x is ti a “ c om D e u s ” antes da criação do
mu nd o (Cl 1.15,19). Ele era uma pe sso a ex ist en te
desde a et ernid ad e, distinto de Deus Pai, mas em
eterna c o m u n h ã o c om Ele.
b) Cristo era divin o ( “o Verb o era D e u s ” ), e tinha a
m e sm a n a tu re za do Pai (Cl 2.9; Mc 1.11).
2. O re la c io n a m e n to entre o Verbo e o mundo. Foi po r
in te rm éd io de Cristo que Deus Pai criou o mu nd o e o
sustenta (Jo 1.3; Cl 1.17; Hb 1.2; I C o 8.6).
3. O re la ci o n a m e n to entre o Verb o e a hum an ida de. “E
o Verbo se fez c a r n e ” (Jo 1.14). Em Jesus, D eu s
tornou -s e um ser h u m a n o c om a me sm a n a tu re za do
hom em , mas sem pe cado. Este é o pos tulad o básico
da encarn açã o: Cristo de ixo u o céu e e x p e r im e n t o u a
c on diç ão da vida e do am bi e nt e huma no ao ent rar no
mu nd o pela por ta do n a s c im e n to hum a n o (Mt 1.23)
Cristo se to rno u o que ele não era
an te ri or m e nt e - ho me m. Não cessou, porém, de ser
Deus. Era D e u s -h o m e m . D ura nte 33 anos viveu ne ste
mu ndo num ta be r nác ul o de carne. Enc a rn a çã o vem de
duas palavras latinas: “in” si gnifi ca ndo “e m ” e “ caro ” ,
“c a r n e ” . Cristo, pois, foi Deus na carne.
C om o foi re c eb id o Cristo, o V erbo ? Ler Jo ão
1.11. Veio para os Seus (judeus) e eles não O
recebe ram. A p re s e n to u -s e ao seu povo co mo Rei,
porém, foi rejeitado.
Q u estio n ário
93
c ) |_J E x - p e s c a d o r
d ) |_| U m dos doze ap ó st o l o s originais de Cristo
94
M in is t é r io P ú b li c o
(Jo 1.19-12.50)
95
disse: “Im po r ta - vos nasc er de n o v o ” . Se J esu s houvesse
dito isso à mu lh e r sam aritana, N i c o d e m o s teria
c on c o r d a d o . Po r causa do seu na sc im e nt o, não era jud ia
e c o m o s am arit an a na da podia esperar. N ic ode mo s,
porém, era ju d e u de na sc im e nto e tin ha direito de
e sp e ra r al g u m a coisa. Foi j u s t a m e n t e a ele que Jesus
disse: “Im po rt a- vos nasc er do alto” .
João 3.16 revela o co ração e o pro pósi to de
Deus para com a humanidade:
1. O a m o r de Deus é s u fi c ie n t em e n te imens o para
a br a ng er todos, i.e., “o m u n d o ” ( l T m 2.4).
2. De us “ d e u ” seu Filho co mo oferenda na cruz por
no sso s pecados. A ex pia ç ã o pro c e de do coração
a m oro s o de Deus. Não foi algo que Ele foi obrigado
a fa z er ( l J o 4.10; Rm 8.32).
3. Crer (gr. pisteuo) inclui três e le m en to s principais:
a) P le na con vic çã o de que Cristo é o Filho de Deus e
o único Salva dor do pe rdi do pecad or;
b) C o m u n h ã o com Cristo pela n os sa auto -s ubmi ssã o,
de di caç ão e obe diê nc ia a Ele (Jo 15.1-10; 14.21);
c) P le na confia nça em Cristo de que Ele é capaz e
ta m b é m quer c on duz ir o crente à salvação final e
à c om u n h ã o com Deus no céu.
4. “P e r e c e r ” é a quase semp re e sq u e c id a palavra em
João 3.16. Ela não se refere à mor te física, mas à
p a v o ro s a realidade do castigo eterno no inferno (Mt
10.28).
5. “ V ida e te r n a ” é a dádiv a que D eu s outorga ao
h om e m qua ndo este nasce de novo. “E t e r n a ”
e x p re ss a não somente a pe rp e tu id a d e da nova vida,
mas tam bé m a qua lid ad e desta vida, como a de
Deus; uma vida que liberta o h o m e m do poder do
pecado e de Satanás, e que o afasta daquilo que é
p ur a m e nte terreno para que ele c o n h eç a a Deus (Jo
8.34-36; 17.3).
96
C o m o os ju d e u s do seu te mp o, N ic o d e m o s
c o n h e c ia a lei de Deus, porém, nad a sabia do Seu amor.
Era h o m e m de e le va da c on d u ta moral. R e c o n h e c ia
Jes us c o m o M es tr e e não co mo Salva dor. É e xa ta m e n te
o que a co nt ec e hoje.
Jesus revelou a uma só m u l h e r a ve rdade da
sua obr a m ess iâ nic a. A presen te hist óri a de m o n st ra o
valor que Ele dá a uma só alma. Fac e a face co m esta
m u lh e r de vida irregular, m o s tr o u -l h e a vida que ela
e st a va levan do. O mo do leviano co m que essa pe ca dora
e n c a r a v a o c a s a m en to não é dif e re nt e da atitude com
que m uit as pe ssoas o e n ca ra m hoje. Cristo não a
c o n d e n o u , mas r e ve lo u-l he que só Ele pode ria ir ao
e n c o n tr o dos seus anseios espir itu ai s, que Ele é a água
da vida. Só ele po de matar a sede. As fontes do m u ndo
não sati sfa zem . Os homens tê m e x p e r im e n t a d o tudo,
mas c o n t i n u a m de sco nte nte s e intr anq üil os . Po r v en tu r a
creu a m u l h e r em Cristo? C om o agiu? Suas ações fala m
mais alto que suas palavras. R et ir ou -s e e pelo seu
si m pl e s te st em u n h o , levou aos pés de Cristo, uma
c id ad e int e ira (Jo 4.1-42).
Ad ora rão... em espír ito e em verdade (Jo
4.23). J esu s en si na várias coisas neste versículo.
• “Em e s p í r i t o ” indica o nível em que ocorre a
a do ra çã o verdadeira. D e v e m o s c o m p a r e c e r diante de
De us co m total sin ce rid a de e num espírito (ou
d is p o s iç ã o de ânimo) diri gido pela vida e ativid ad e
do Es p ír i to Santo.
• “ V e r d a d e ” (gr. aleíheia ) é uma car act erís tic a de
De us (SI 31.5; Rm 1.25; 3.7; 15.8), e ncar nad a em
Cris to (Jo 14.6; 2Co 11.10; E f 4.21), i n t r í n s e c a 1 no
Es pí ri to Santo (Jo 14.17; 15.26; 16.13). Por isso, a
97
a do ra çã o deve ser pre s ta da de c o n fo rm id a d e co m a
ve rd a de do Pai que se revel a no Filho e se recebe
m e d ia n te o Espírito. A qu e le s que p ro p õ e m um tipo
de a do ração que ign ora a ve rdade e as doutrinas da
P a la v ra de Deus de s p r e z a m no seu todo o único
alic erc e da verdadeira adoração.
Ve mos na cura do filho do oficial do rei o
segu ndo sinal da d iv in da de de Cristo. Du ra nte Sua
e nt re vi st a com o centur ião, Jesus leva esse h o m e m a
c o n fe ss a r aber tam en te Cristo co mo Se nh or - sim, e
co m ele todos os seus familiare s (Jo 4.46-54).
F a z en do - se igual a Deus (Jo 5.18-24). Jesus
faz várias de clarações e sp a nto sa s aqui:
1. Deus é seu Pai de um m odo único e exclusivo;
2. Ele m a n té m unidade, c om u n h ã o e au toridade com
Deus (Jo 5.19,20);
3. Ele tem o poder de dar a vida e de re ssu sci tar os
m ort os (Jo 5.21);
4. Ele te m o direito de j u l g a r a todos (Jo 5.22);
5. Ele tem o direito às honras divinas (Jo 5.23);
6. Ele te m o poder de dar a vida eter na (Jo 5.24).
“E grande mu lti dã o o seguia, porqu e via os
sinais que ope rava sobre os e n f e r m o s ” (Jo 6.2):
1. M ila gr es (neste versículo c h am a d o s sinais), são:
a) O pe raç õe s de orig e m e car áte r so brenaturais
(gr. dunam is ; At 8.13; 19.11);
b) P o d e m ser um sinal distintiv o ou marca (gr.
semeion ) da auto rid ad e divina (Lc 23.8; At
4.16,30,33).
2. Os propó sito s dos milag res no reino de Deus são
pelo menos três:
a) Da r te st em un ho de Jesus Cristo, autent ica ndo a
ve racidade da sua m e n s a g e m e c om pro va ndo a
sua iden tidade com o o Cristo de Deus (Jo 2.23;
5.1-21; 10.25; 11.42);
98
b) E x p r e s s a r o amor c o m p a s s iv o de Cristo
(At 10.38; Mc 8.2; Lc 7.12-15);
c) E v i d e n c i a r a era da salvaç ão (Mt 11.2ss.), a vinda
do reino de Deu s, e a in va são do d o m ín io de
Satan ás por Deus.
3. As E s c ri tu ra s af ir m a m que os milag res vão co n ti n u a r
dura nte to da a é poca da igreja.
a) Jesus en vi ou seus discí pulos para pregar a Pa la vra
e o p e ra r mi la gre s (Mt 10.7,8; Mc 3.14,15; Lc
9.2);
b) Jesus de cla rou que todos aqueles que nEle
c re s s e m m e dia nt e a pregaçã o do Ev a n g e lh o
re a li za ri a m as obras que Ele re al iza va e obras
ainda ma ior es do que aquelas (Jo 14.12; Mc
16.15-20);
c) O livro de Atos fala, repetidas vezes, da operaçã o
de mil ag res na vida dos crentes (At 3.1ss.; 5.12;
6.8; 8.6ss.; 9.32ss.; 15.12; 20.7ss.). Esses seriam
os “ s in a i s ” que segu ir iam e que c o n fi rm a ri a m a
pre ga ção do Ev a nge lh o (At 4.29,30; 14.3; R m
15.18,19; 2Co 12.12; Hb 2.3,4; I C o 2.4,5);
d) Os dons de cura e o p o d e r para operar milag res
fa zem parte dos dons que o Espíri to quer
c on c e d e r à igreja no decurso desta pre sen te era
( I C o 12.8ss.28; Tg 5.14,15).
Jesus c ita va a E s c rit ura (Jo 7.38) para
r a t i f i c a r 1 o que dizia, por que a Sa grada Es c ri tu ra é a
próp ri a P a la v ra do seu Pai e, porta nto , a au to rid ad e
su pr e m a da sua vida. A E s c rit ura é, tam bé m, a única
au toridade s upr e m a do cristão. So me nte Deus tem o
direito de d e te r m in a r a regra de fé do h o m e m e seus
padrões de con duta, e quis e xercer essa aut ori da de
revel an do ao h o m e m sua ve rdade n u m livro c h am a do
99
Bíblia. A Bíblia, por ser a Pa la vra e a m e n s a g e m de
Deu s, e xe r ce a m e s m a a uto rid ad e que o próp rio Deus
e xe r c e ri a se fosse fala r-n os diretamente.
A Es critu ra div in a m e n te in s pir a da é a
a ut or id a de final do crente. Idéias huma nas , tradições
e cl es iás tic as ou huma nas , profecias na igreja e supostas
novas revel açõ es ou dout ri nas , tudo deve ser testado
pelo pa drã o das Sagradas Escrituras. Tudo isso ja m a is
terá auto rid ad e em si, a cim a das Esc rit ura s ou
c oe xi s te nt e com elas (cf. Mc 7.13; Cl 2.8; I P e 1.18,19;
Is 8.20).
Pr ofe ss ar le al dad e igual ou m a io r a qu al qu er
a ut ori da de além de Deus (como re ve lad o em Cristo) e
da sua Pala vra in sp ira da é afastar-se da fé cristã e do
senhorio de Cristo. A fi r m a r que q u a lq u e r pessoa,
ins tituição, credo ou igreja possui auto rid ad e relig ios a
igual à reve laç ão in s pi ra da de Deus, ou m a io r do que
ela, equivale à idolatria. Se, portanto, alguém não
s ub m et e suas crenças e sua doutr in a à auto rid ad e da
reve laç ão apost ól ica do No vo Te s ta m en to , colo ca- se
fora do cris tia nis mo bíblico e da salvação em Cristo.
100
c o m p r o v a r se a vida eterna hab ita nele com a sua graça
re g e n er a d o ra e santificadora. Q ue m vive c o m o escra vo
do pe cado, ou nu nc a e x p e r im e n t o u o r e n a s c im e n to
espiritual pelo Es pír i to Santo, ou e x p e r im e n t o u a
re ge neraç ão e spiritua l, mas c ede u ao pecado e voltou à
morte e spiritua l, a qual leva à esc ra vid ã o do peca do
(Rm 6. 16, 21, 23; 8.12,13; ver l i o 3.15).
Não se quer dizer co m isso que os crentes
estão livres da guerra esp iritual c ontra o pecado.
Dura nte nossa vida inteira, teremos de lutar
c on st a n te m e n te c ont ra as pressões do mun do, da carne
e do diabo (ver G1 5.17; Ef 6.11,12). A plena liberda de
da tenta ção e a atração do pecado terão lugar s om ent e
com a re de nç ã o co mp le ta, quan do da nos sa mort e, ou
na volta de Cristo para bus car os seus fiéis. O que
Cristo nos ofere ce agora é o po d e r s a nti fi c ad or da sua
vida, m e d ia n te o qual aqueles que s eg uem o Espíri to
são libertos dos desejos e pa ixõ es da carne (G1 5.16-
24) e c a pa c ita do s a vive rem co mo santos e inc ulp á ve is
diante dEle, em a m or (Ef 1.4).
U m a das melhores coisas que a co nte ceu ao
cego de na sc e nça foi a sua e xcl us ã o de sua religião
anterior (Jo 9.34). Se lhe fosse p e rm it id o p e rm a n e c e r
na sinagoga, teria corrido o perigo de volta r aos
cam in hos tra di ci onai s do j u d a í s m o e, aos poucos,
alienar-se de Cristo e do Ev angelho.
Hoje, a m e s m a coisa po de ac onte c er aos que
são salvos em Cristo, mas que p e r te n c e m às igrejas
morn as ou às o rg an iz açõ es religi os as sem f unda m e nto
bíblico. Se p e rm a n ec e re m num a tal igreja, ou sistema,
poderão pe rd e r o interesse pelo ve rd a de ir o cris tia nis m o
bíblico e voltar aos maus c a m in hos da sua vida
anterior. O m e lh o r é largarmos o que não é de Deus,
para que Cristo se ap ro xi m e de nós ple n a m e n te (Jo
9.35-38).
101
Jesus de clara que Ele é o bo m P a s to r
pr o m e ti d o nas profecias (Jo 10.11 ver SI 23.1; Is 40.11;
Ez 34.23; 37.24).
1. E s ta me tá fo ra de Jesus co m o o Bom Pa s to r ilustra o
c uid ado terno e de vot ad o que Ele tem por seu povo.
É com o se Ele dissesse: “Eu sou, para com todos
aqueles que crêem em m im , o que um bom pa st or é
para as suas ovelhas: cuidadoso, vigilante e
amoroso” ;
2. A caracte rís tic a de Cristo com o o B om P a s to r é que
Ele morreu por suas ovelhas. E isso que, de mod o
ímpar, ressalta a Cristo co mo Pastor. E a mor te de
Cris to na cruz que salva suas ovelhas (Is 53.12; Mt
20.28; Mc 10.45). Cristo é aqui c h am a do o “Bom
P a s t o r ” ; em Hebr eus 13.20 é ch ama do o “ grande
P a s t o r ” ; e em I P e d r o 5.4, o “ Sumo P a s t o r ” ;
3. O min istro do E v a n g e lh o que ocupa esta posiçã o
apenas com o meio de vida, ou de obter honrarias, é o
“ m e r c e n á r i o 1” referido em João 10.12,13. O
verdadeiro past or c uid a de suas ovelhas. O falso
pa st or pensa em pri m eir o lugar em si m e sm o e na
sua posição diante dos homens.
A re ssu rr eiç ão de Lázaro é o “ s in al ” do
E va nge lho de João. Os outr os Ev an ge lho s registram a
ressurr eiçã o da filha de Jairo e do filho da viúva de
Naim. Mas no caso presente, Lázaro estava mort o havia
quatro dias. Na real idade, teria sido mais difícil para
Deus ressuscitar um do que o outro? Todavia, o efeito
pr od uz ido nos líderes foi pro fu ndo (Jo 11.47,48). A
de claração que Jesus fez de si mesm o à Marta, acha-se
aqui registrada: “Eu sou a ressu rr eiç ão e a vida. Q ue m
cré em mim, não morrerá, eter nam en te. Crês i s t o ? ” (Jo
11.25,26).
102
N e ste pe que no versí cul o (Jo 11.35) da
Bíblia, está r e v e la d o o pro fu ndo pe sa r de Deus pelas
tristezas do seu povo. O verbo “c h o r o u ” (gr. dakr uo ),
indic a que, a princí pio , Jesus d e rr a m o u lág rimas e a
segu ir pr a n te o u em silêncio. Que esse fato seja um
co nso lo para todos aqueles que sofrem. Cristo sente por
você o m e s m o p esa r que Ele senti u pelos pa rente s de
Lázaro. Ele ama você de igual modo. E note-se que
este ve rs ícu lo faz parte do livro da B íb lia que mais
res salta a d iv in da de de Jesus. Aqui vem os Jesus, o
Deus feito h o m e m , i.e., o pró pr io Deu s, cho rando.
Deus re a lm e n t e tem amor p ro f u n d o , e m ot iv o e
c o m p a s s iv o por você e pelos outros (Lc 19.41).
A e nt ra da triunfal de J esu s em Jer usa lém.
Seu m in is té rio púb lic o ch ega ra ao fim. Diz o registro
que m ui to s dos princ ipa is guias do povo crer am nele,
sem, todavia, terem feito pública confis são .
Q ue m, neste mundo, a bor re ce a sua vida (Jo
12.25). A b o rr e c e r a pró pr ia vida, aqui, si gnifica a
atitude de va lo riz ar os interesses cel es tia is e esp irituais
muito acim a dos desta terra. Os se gu id or es de Cristo
dão pou c a im p o r tâ n c ia aos pra zer es , filosofias,
suces sos , valores, alvos ou mé to do s do mundo. Os tais
obte rão a “ vida e te r n a ” , pois não e xist e nada tão
preci oso neste m u n d o que eles não d e ix e m por a m o r ao
Se n h o r (Mt 16.24,25; Mc 8.34,35).
103
É m ar a v il h o s o que Jesus tivesse esc olh id o e
am ad o hom en s com o esses. Com exce ção de Pe dro e
João, os restantes p a r e c ia m mais uma coleçã o de
“N i n g u é n s ” . Eram, porém, “ Os S e u s ” e ele os amava.
U m a das e sp ec iali da de s de Jesus é tr a n s fo rm a r
“n i n g u é m ” em “a l g u é m ” . Foi o que realizou com o seu
pri m eir o grupo de seg uidores. É o que vem re a liz a ndo
através dos séculos.
Depois de a n u n c ia r Sua partida, o Se n h o r dá
aos discí pulo s “ um novo m a n d a m e n t o ” , a saber, “que
se a m as s em uns aos o u t r o s ” . “Nisto c onhec erão todos
que sois meus d is c í p u lo s ” . A prov a do dis ci pul ado não
está no credo que re c ita m os, ne m nos hinos que
cant am os , nem no ritual que praticam os mas, no fato de
am armos uns aos outros. A pro porção em que os
cristãos se amam uns aos outros é a m e sm a em que o
mu nd o crê neles ou em seu Cristo. É a prov a final do
dis cipulado. Jesus de novo m e n ci o n a esse m a n d a m e n to
em João 15.12.
O amor (gr. ágape) deve ser a m a rc a
dis tintiva dos seguidor es de Cristo ( l J o 3.23; 4.7-21).
Este amor é, em suma, um amor a b n e g a d o 1 e
sacrificial, que visa ao be m do pró xim o ( l J o 4.9,10).
Por isso, o r e la ci ona m e nt o entre os crentes deve ser
car act eriz ado por uma so lic itu de dedicad a e firme, que
vise al tru ís tic am ent e a p r o m o v e r o sumo bem uns dos
outros. Os cristãos de ve m ajud ar uns aos outros nas
provações, evitar ferir os sen ti me nto s e a reputa ção uns
dos outros e ne gar-se a si me sm os para p r o m o v e r o
mútuo be m -e st a r (cf l J o 3.23; I C o 13; l T s 4.9; I P e
1.22; 2Ts 1.3; G1 6.2; 2Pe 1.7). 21
104
A que le que te m os meus m a n d a m e n to s (Jo 14.21).
G u a r d a r os m a n d a m e n to s de Cristo não é
u m a qu e st ã o de opção para q u e m q ue r ter a vida eter na
(Jo 3.36; 14.21,23; 15.8-10,14; Lc 6.46 -49 ; Tg 1.22;
2Pe 1.5-11; l J o 2.3-5).
1. A n os sa ob e d iê n c ia a Cristo, e m b o ra n u n c a perfeita,
deve por é m ser real. Ela é um aspecto esse ncia l da fé
salví fic a que brota do nosso a m o r a Ele. O am or a
Cristo é o alicerce da v erda de ir a o b e d iê n c ia (Jo
14.15,21 ,23 ,24 ). Sem amor a Cristo, o esforço
h u m a n o de gua rdar seus m a n d a m e n t o s torna-se
legalismo.
2. A pe sso a que ama a Cristo e se esf orça por gua rdar
de mod o corre to os seus m a n d a m e n to s , Ele pro me te
amor, graça, bênçãos especiais e sua real pre sen ça
no seu in te rio r (cf. Jo 14.23).
N e st a pa rá bol a ou a leg or ia de João 15.1,
Jesus se d esc reve como “ a videira v e r d a d e i r a ” e
aqueles que se to rna ram seus dis cí pu lo s, co mo “ os
r a m o s ” . Ao p e rm a n e c e re m ligados nEle co mo a fonte
da vida, fr utificam. Deus é o la v ra d o r que cui da dos
ramos, para que dêem fruto (Jo 15.2,8).
Jes us falara de Seu Pai. Agora, porém, Ele
fala de outra Pe sso a da D iv in d a d e - o Es pír i to Santo.
Se ele, Cristo, tem de partir, m a n d a r á o C o n s o la d o r
para h a bita r com eles. Que m a ra v il h o s a p r o m e s s a para
os filhos de Deus! Jesus repe te-a em João 15.26, e
nova m en te , no cap ítulo 16. Le ia m- nos. Po uc os sabem
dessa pr e s en ç a em suas vidas. E pelo Seu po de r que
vivemos. O Espí ri to Santo não é uma influência. É uma
Pessoa. É uma das três Pessoas da Divi nd a de.
Em João 15, Jesus revela aos discí pulos o
segr edo real da vida cristã. P e r m a n e c e r em Cristo. Ele
é a fonte da vida. P e r m a n e c e r em Cristo, com o os
ra m os da videira. Os ramos não p o d e m separa r-s e do
105
tronco, à vo nta de é t o rn a r a unir-se a ele. P r e c is a m
pe rm a n e c e r para dar fruto. É esta uma figura de nossa
vida em Cristo.
106
O capít ulo 17 c o n té m a oração final de J esu s
por seus dis cípulos. Este te xto reve la os desejos e
anseios mais prof undos de nosso Se n h o r por seus
segui dor es, tanto na que la ocasião co mo agora. A lé m
disso, esta oração é um e xem plo in sp ira do pelo Es pí ri to
de co mo todo pa st or deve orar por seu povo e co mo
todo pai deve orar por seus filhos. Ao orarmos pelos
que estão sob nossos cuid ado s, nosso s pro pós ito s
pr inc ipa is de vem ser:
Sofrimento e Morte
(Jo 18-19)
107
T odos os discípulos, e xce to João,
a b a n d o n a ra m Cristo na hora em que ele mais pre c is a va
deles. D e nt re esses nove desertores está Tiago, um dos
que faziam parte do “círcu lo ín ti m o ” ; N a ta na e l, aquele
em q u e m não havia dolo, e André, o co la b o r ad o r
pessoal.
Na cruz temos o registro da ex pre ssã o
m á x im a do ódio e da ex pr e ssã o m á x im a do amor. De
tal ma ne ir a o home m odiou que cruci fic ou a Cristo. De
tal m an ei ra Deus amou que deu ao h o m e m Vida.
No sso Sa lv a do r realizou na cruz uma obra
ex pi at ór ia completa. Levou sobre Si os nossos pecados,
e ao expirar, declarou: “Está c o n s u m a d o ! ” Era um
brado de vitória. Ele c om pl e ta va a re den ção da
huma nid ad e. Nada ficara para o ho m e m fazer, senão
crer. E ss a ob ra já foi rea liz a da em seu coração?
A salvação tem alto preço. “ Cristo morr eu
pelos nossos p e c a d o s ” ( I C o 15.3).
108
c re s s e m nele com o Deus. Lei a a c onf is sã o da séti ma
t e st em un ha , Tomé, o d u vi dos o (Jo 20.28). Jesus queria
r e m o v e r tod a dúvida de cada um dos dis cípulos.
D e v ia m c u m p ri r a gra nde m is sã o e p r o c la m a r o
E v a n g e lh o ao mund o inte iro (Jo 20.21).
Q uestionário
7. Qu a nt o á N ic od em os po d e m o s a fi rm ar que
a) Não c onh eci a a lei de D eus, mas porém, sabia
do Seu amor
b ) |_J Era um ho me m de ba ix a co n d u ta moral
c ) I_| R e c o n h e c ia Jes us co mo Sa lv a do r e não co mo
Mes tre
dllxl Através de Jesus c on hec e u os ma ra vilh os os
e ns in os sobre a vida eterna, Seu amor, e o novo
na sc im e nto
109
M a r q u e “ C ” p a ra C e r to e “E ” p a ra E r r a d o
110
Lição 5
O Livro de Atos dos A póstolos
Autor: Lucas
Data: C erca de 63 d.C.
Tema: A P r op ag a ç ão triunfal do
E va ngel ho pelo po d e r do Espírito Santo
^o s Pa la vra s- Ch a ve : Jesus, Espír it o,
ressu rreição, apó sto lo , Igreja
Versícu lo- cha ve: Atos 1.8
111
temos o acervo his tór ic o ne ces sár io para bem
c o m p re e n d e rm o s o m in is té ri o e as cartas de Paulo. O
pr o n o m e “n ó s ” , e m p re g a d o por Lucas através de Atos
16.10-17; 20.5- 21.18; 27.1-28.16 ap onta- o como
estand o pr es ent e nas viagen s de Paulo.
Autor
Tema
112
os seus seguidores a “irem p o r todo o m u n d o ” c o m a
i nc om pa rá ve l história do a mo r de Deus.
Propósito
113
dis cí pu lo s que receb erão po de r quando o Es p ír i to Santo
vier sobre eles; poder para serem suas test em unha s:
• E m J e r u s a lé m (At 1-7);
• E m toda a Jud éia e Sama ria (At 8-12);
• Até aos con fins da terra (At 13-28).
Nos capít ulos 1-12, o c ent ro principal
irr a d ia d o r da igreja é Jerusalém. Aqui, Pe dro é o mais
de sta c ad o in st ru me nto usado por Deus pa ra pregar o
Eva ng el ho .
Nos capítulos 13-28, o centr o principal de
irradia ção pa ss ou a ser A nti oqu ia da Síria, onde o
in s tr u m e n to de ma ior realce nas mãos de Deus foi
Paulo para levar o Ev a n g e lh o aos gentios.
O livro de Atos termin a de m o d o repentino
com Paul o em R o m a aguar dan do ju l g a m e n t o perante
César.
Mesmo com o resultado do referido
j u l g a m e n t o ainda pe ndente, o livro te rm in a de modo
triunfante, estand o Paulo prisioneiro, p o ré m cheio de
ânimo e sem im pe dim e nto para pregar e e nsi na r acerca
do reino de Deus e do Senho r Jesus (At 28.31).
Características Especiais
1. A igreja.
Atos revela a origem do po de r da igreja e a
v erda de ir a n at ur eza da sua missão, j u n t a m e n t e com os
princ ípios que de vem norte á-la em todas as gerações;
2. O E sp íri to Santo.
A terceira pesso a da Trin dad e é m e nci ona da
c in qüe nta v e z e s; o batismo no Espírito Santo e o seu
minis té rio ou to rg a m poder (At 1.8), o u s a d i a 1 (At 4.31),
santo t e m o r a Deus (At 5.3,5,11), sab ed ori a (At
114
6.3,10), direção (At 16.6-10), e dons esp irituais (At
19.6);
4. Oração.
Os cristãos p ri m iti vo s de di ca va m -s e à oração
com re gul arida de e fervor, às vezes, oravam a noite
inteira, p r o du z in do resu ltados ma ravil hoso s;
6. Perseguição.
A pro c la m aç ã o do E v a ng e lh o co m po de r
dava origem à opo sição reli gio sa e/ou secular.
8. As mulheres.
Há me nçã o especi al às mul he res de dicadas à
obra c ont ínu a da igreja;
9. Triunfo.
Bar reira alg uma naci onal , religiosa, cultural,
ou racial, nem opos içã o ou perseg uiç ão p u d e ra m
im p e d ir o avanço do Ev angelho.
115
Princípio Hermenêutico
116
P e s s o a l ...................................................I T e s s a l o n i c e n s e s 4 .1 6
Visível .............................................. Ap oc alip se 1.7
Corporal ............................................Mateu s 24.30
L o c a l ....................................................Lucas 24.50
117
não c o m eç a re m a te st e m u n h a r até que fossem
b a ti z ad o s no Espírito Sa nto e revestidos do poder do
alto (Lc 24.49; At 1.4,5,8).
118
obras em n o m e de Cristo e ter e fi các ia no seu
te st em u n h o e pr e ga ção (cf. At 1.8; 2.14-41; 4.31;
6.8; R m 15.18,19; I C o 2.4). Esse po de r não se trata
de uma for ça impe sso al, mas de um a m a n if e s t a ç ã o
do E sp íri to Santo, na qual a presenç a, a glória e a
operaçã o de Jes us estão presentes co m seu povo (Jo
14.16-18; 16.14; I C o 12.7).
119
tudo o que ofende a D e u s, para então p ode rm os
ser “ vaso para honra, s an ti fic ad o e idôneo para o
uso do Se n h o r” (2Tm 2.21);
b) É pr e c is o querer o ba tismo . O crente deve ter
gra nde fome e sede pelo ba tismo no Espírito
Sant o (Jo 7.37-39; cf. Is 44.3; Mt 5.6; 6.33);
c) M u it o s recebem o ba ti s m o com o re sp osta à oração
nest e sentido (Lc 11.13; At 1.14; 2.1-4; 4.31;
8.15,17);
d) D e v e m o s esperar co nv ict os que Deus nos batizará
no Espí ri to Santo (Mc 11.24; At 1.4,5).
120
para fa la r e 3.000 almas foram salvas. C om o
po d e rí a m o s e x p li c a r a c ora ge m do e x - c o v a r d e Pedro,
em se le v a n t a r para prega r a uma m ult id ã o nas ruas de
J er us a lé m ? Qual era o segredo do m in is té rio de P ed ro?
Esta é uma pe rg unt a fr eq ue nte m en te feita aos homens.
Só hav ia uma ex plicação. Pedro e st a va cheio do
Espíri to Santo.
A p ri m ei r a igreja de J er usa lé m foi
e xt ra ord in á ria - org a ni z ad a no dia de Pe nte co s te , com
3.000 me mbr os ! Que glori osos dias se seg uir am , de
“ d o u t r i n a ç ã o ” , “c o m u n h ã o ” , “ sinais e p r o d í g i o s 1” ,
sobre tudo , salvação! “En qua nt o isso, a cr es ce nta va -l he s
o Senhor, dia a dia, os que iam sendo s a l v o s ” (At 2.47).
E este o ve rd a de ir o objetivo da Igreja.
Questionário
121
3. Quanto aos en si na m e nto s da Palavra de Deus a
respeito do batismo no Es píri to Santo é incorreto
diz er que
a ) |_] P e rm a ne ce na vida do crente med ia nte a oração,
o te st em unh o, a adoraçã o no Espírito
b ) D É para todos que pro fe ssa m sua fé em Cristo;
que na sceram de novo
c ) R Ocor re várias vezes na vida do crente e move-o
à c on sag ração à obra de Deus
d ) |_J O ut or ga rá ao crente ous adi a e poder celestial
para realizar grandes obras em nome de Cristo e
ter eficácia na pregação
122
O Falar em Línguas
1 Dom s obrenat ural con cedi do pelo Espí ri to Santo, que capacita
o crente a fazer enunciados prof ét icos em línguas que lhe são
desconheci das.
2 Pos to em êxtase; absorto, enlevado.
123
prim eiros 120 crentes no dia do Pe nte cos te , e os
demais ba tiz ad os a parti r de então, ti v e s se m uma
c on fir m a ç ão física de que realmente re c e b e ra m o
batismo no Espíri to Santo (cf. At 10.45,46). Desse
modo, essa ex p er iê n c ia p odia ser c o m p r o v a d a quan to a
tempo e local de re ceb im en to. No decu rs o da história
da igreja, s em pre que as línguas co mo sinal foram
rejeitadas, ou ignoradas, a verdade e a e xp e r iê n c ia do
Pente cos te foram distorcidas, ou total me nte
suprimidas.
124
est ranha s com o o fazem os de mô nio s. A B íb li a nos
adv erte a não crermos em todo espírito, e av er ig ua rm os
se nos sas ex periências e spi ri tua is pro ce dem re a lm e n t e
de De us (ver IJ o 4.1).
1. Som e nte de vem os a cei ta r as línguas se elas
p r o c e d e r e m do Espíri to Santo, como em Atos 2.4.
Es se fenôme no, segundo o livro de Atos, deve ser
e sp on tâ ne o e res ult ado do d e rr a m a m en to inicial do
Es pí ri to Santo. Não é algo apre ndi do, nem e nsi na do,
co mo por e xem pl o ins tru ir crentes a p ro n u n c ia r
sílabas sem nexo.
2. O Espí ri to Santo nos a dver te cl aram en te que nestes
últi mo s dias surgirá a pos ta s ia dentro da igreja ( l T m
4.1,2); sinais e m arav ilh as ope rados por Satanás (Mt
7.22,23; cf. 2Ts 2.9) e obre iro s fraudu le nto s que
fin ge m ser servos de De us (2Pe 2.1,2).
3. Se al gué m afirma que fala noutras línguas, mas não
é de di cad o a Jesus Cristo, n e m aceita a a uto rid ad e
das Escrituras, ne m o b e d ec e à Pala vra de D eu s,
q u a lq u e r ma ni fe st aç ão so bre nat ur al que nele oco rra
não pr ové m do Espíri to Santo ( I J o 3.6-10; 4.1-3; Mt
24.11- 24; Jo 8.31).
Testemunho em Jerusalém
(At 3.1-8.3)
125
(At 4.4). As au toridades orde na ram aos ap óst olo s que
não p r e g a s s e m a Cristo, mas essa oposição só fez a
igreja p r o s p e ra r (At 4.18,31).
“ Pois ne nhum neces sit ad o havia entre eles,
por quan to os que pos suí am terras ou casas, venden do-
as, traz iam os valores c orr esp onde nte s, e de posit av a m
aos pés dos apóstolos; então se distribuía a qua lqu er
um à m e d id a que alguém tinha n e c e s s i d a d e ” (At
4.34,35).
A igreja prim iti va ensin av a o c o m u n i s m o 1?
Nunca. N in g u é m era obrigado a desf azer -s e do que
possuía. Não se esperava isso de ne nhum convertido.
Q ua ndo al gu ém trazia o que tinha, era ato esp ontâ ne o
seu. A igreja torna ra-se tão de spr end ida das coisas do
mun do, que muitos ve ndi am todos os seus bens e
d e p o si t a v a m os valores aos pés dos apóstolos para
serem d is tr ib uí dos “ à med ida que al guém tinha
n e c e s s id a d e ” .
Na vida dos apóstolos, o poder e sta va no fato
de suas vidas se ajust are m à do Cristo ressurreto. Hoje
a atitude do m u ndo é de ver para acreditar. Aqueles
cristãos pr im it iv o s m os tra ram ao mu ndo o que eram.
Sua vida e co n d u ta pro vam que você é crente?
126
em teu po de r? Por que fo rm ast e este d e s í g n i o 1 em teu
coração? Não mentis te aos hom en s, mas a D e u s ” (At
5.3,4).
E essencial que os crentes re c o n h e ç a m a
im por tân ci a do Espíri to Santo no plano divi no da
redenção. Se m a pres enç a do Espíri to Santo nest e
mundo, não hav eria a criação, o universo, nem a raça
hu m a na (Gn 1.2; Jó 26.13; 33.4; SI 104.30). Se m o
Espíri to Santo, não te ríamos a B íblia (2Pe 1.21), n e m o
N ovo Te s ta m e n to (Jo 14.26, I C o 2.10) e ne nhum po d e r
para pr o c la m a r o Ev a n g e lh o (At 1.8). Sem o E sp íri to
Santo, não haveria fé, n e m nov o nascime nto , n e m
santidade e ne n h u m cristão ne ste mundo. Este e stu do
e x am in a alguns dos e n s in a m e n to s básicos a resp eito do
Espíri to Santo.
127
A Obra do Espírito Santo
128
3. O Es píri to Santo é o agente div in o para o serviço do
Se nhor, re ve st in do os crentes de po d e r para re a liz a r
a obra do Se nho r e dar te st em un ho dEle.
Es ta obra do Espírito Santo re la cio na -s e co m
0 ba ti s m o ou co m a ple nit ude do Espírito. Q ua ndo
somos ba tiz ado s no Espírito, r e c eb e m os po de r para
te s t e m u n h a r de Cristo e tra ba lh ar de mo do eficaz na
igreja e diante do mu ndo (At 1.8). R e c e b em o s a m e sm a
unção di vin a que desceu sobre Cristo (Jo 1.32,33) e
sobre os discí pulo s (At 2.4; ver 1.5), e que nos capac ita
a p r o c la m a r a Pal av ra de Deus (At 1.8; 4.31) e a operar
milagres (At 2.43; 3.2-8; 5.15; 6.8; 10.38). O plano de
Deus é que todos os cristãos atuais r e c eb a m o ba tismo
no E sp íri to Santo (At 2.38,39). P a ra rea liza r o traba lho
do Senhor, o Espírito Santo o u t o r g a 1 dons esp irituais
aos fiéis da igreja para ed ifi caç ão e for ta le c im e nto do
corpo de Cristo ( I C o 12-14). Estes dons são uma
m a ni fe st a ç ã o do Espí ri to através dos santos, vis ando ao
be m de todos ( I C o 12.7-11).
129
fo r m am um todo, não h a v e n d o plena separação entre
elas. A lg u é m não pode ter:
1. A nova vida total em Cristo;
2. Um santo viver;
3. O po de r pa ra te st em u n h a r do Senhor ou
4. A c o m u n h ã o no seu corpo, sem exercitar estas quatro
coisas. Po r exemplo: um a pe sso a não pode co nse rv a r
o ba tis mo no Espírito Sa nto se não vive u m a vida de
retidão, p r od uz id a pelo m e sm o Espírito, que ta m b é m
quer c o n d u z i r esta m e s m a pessoa no co n h ec im e n to
das ve rdades bíblicas e sua obe diê nc ia às mesmas.
Os discípulos pe rs ist ir am em pregar a
Pala vra (At 5.12-42).
Os saduceu s que não criam na ressur reiç ão ,
senti am-s e n o va m en te ag itados porque os discí pulos
c o nt in ua va m a pregar a ressu rr eiç ão de Jesus. A pe sa r
de terem la nçado os a póst ol os no cárcere, Deus abriu
as portas da prisão e os fez sair (At 5.19).
A opo sição c e nt r al iz ou- s e em Estevão. Ler
as e xp eriên ci as regis tra das em Atos 6 e 7. Es te vão era
leigo e um dos prim eir os diáconos. É descrito com o
“ ho m e m cheio de fé e de p o d e r ” (At 6.8). Te mo s
registro de um dia apenas da sua vida - o último.
130
Paulo, sem o saber, na rea lid ade c o m e ç o u
na que la oc asi ão sua obra de e sp a lh a r o Ev angelho. Ler
Atos 8.3. A pe rs egu iç ão faz o c ri st ia nis mo avançar,
com o o vento esp al ha o fogo.
Fil ipe e st ab el ece u-s e em Samaria. Jesus
dissera: “ Ser -me-eis te st em un ha s em... S a m a r i a ” . Fil ipe
prega va Cristo e estava sendo mu ito bem sucedido (At
8.6-8). Deus, porém, tinha outra mis são para ele.
M an d o u - o de ix ar a obra que se e xpa ndia e ir “para a
ba nda do sul, no c am in ho que desce de J er usa lé m a
Gaza” .
O e t í o p e 1 co nv er tid o pelo traba lho de Filipe
levou, sem dúvida, o Ev a ng e lh o ao grande c ontin en te
da África. O Ev a ng e lh o estava a c am in ho dos confins
da terra.
A pr im eir a me nçã o que temos de Saulo foi
por ocasião do ap ed re ja me nt o de Estevão. O martírio
deste pa rece ter in fl am ad o o p e rs eg uid or da igreja.
Saulo e sta va em luta c om uma c on sc iê nci a que tinha
sido de spertada. Foi por isso que Jesus lhe falou na
o
visão, dizendo: “D ura co us a é re c a l c i t r a r e s ' c ontra os
a g u i l h õ e s ” (At 26.14).
Saulo causou grande mal à igreja! Qua nto
mais idô ne a e inte ligente for à pessoa, tanto mais dano
pode causar, qua ndo do m in a d a por Satanás.
131
c on seg uir am chegar a Antio quia ? (At 11.19-21)
Alguém de cl a ro u que o c ris tia nis mo dos prim eir os dias
é “ U m C o n to de Duas C id a d e s ” - Je ru sa lé m e
Antioquia.
Até o capítulo 12 de Atos vimos o início da
igreja em J erusa lé m, tendo Pedro por líder. De Atos 13
a 28 iremos ver Paulo e a Igreja de Antioquia. Esta
cidade pass a a ser a nova base de operações. To rn ou-s e
o novo c ent ro da igreja para levar a mis são de Jesus
“até os con fins da te rr a ” . E m A nti oquia for am eles
cham ad os cristãos pela p rim eir a vez (At 11.26).
A p rim eir a via gem mi s si onár ia c om eç ou em
Antioquia, partind o Paulo e Barn abé em direção ao
ocidente (At 13.2,3). O m a io r e m p re e n d im e n to do
mundo são as missões, e temos aqui o início dessa
grande obra. C om e ço u ju s t a m e n t e com o devia, numa
reunião de oração.
E n qu a nt o Paulo e B arnab é prega vam o
E van ge lho sob persegu içõ es e privações, os oficiais da
igreja em J er us a lé m pro c ur a vam a re sp osta para uma
das pe rgu nta s mais perturbad oras: “D eve um gentio
tornar-se ju d e u e aceitar as suas leis e ritos, antes de
pode r ser c r i s t ã o ? ” (At 15.1) Paulo e Barnabé nada
haviam dito a respeito da lei de Moisés. Decl arav am
apenas: “ Crê no Senho r Jesus e serás s a lv o ” .
M uitas pessoas, hoje em dia, não têm uma
noção muito clara do que pre ci sam faz er para serem
salvas. Ja m a is al cançaremos a salvação por nosso
próprio mérito, e ne nhu m esforço de nos sa parte no-la
dará, pois “pela graça sois salvos... e não de obra s” (Ef
2.4-9). A lei a nin guém salva. M ost r a apenas como
somos pecadores.
C heg a ra m a uma im por tan te decisão naquela
reunião. D e sc o b ri ra m que Deus ia agora “ constituir
dentre eles um povo para o Seu n o m e ” (At 15.14). Iria
132
fo rm ar a Sua Igreja c om aqueles a que m c h am a s se .
Paulo e B ar nab é p a rt ir a m pa ra a sua seg unda via gem
m is si oná ri a a fim de visitar as igrejas que ti nha m
estabe lecid o e os novos crentes. Depois de um
d e s e nte nd im e nt o en tre ele e Barnabé, Paulo to m ou
Silas, seu novo amigo, e co m ele atravessou a Sír ia e a
Cilicia. Em Listra e n co ntr ou Ti mó teo , a quem hav ia
treinado para ser p r e ga do r deste precioso E v a n g e lh o
(At 16.1).
133
M e s m o na pris ão o grande pre ga dor e ev angelista
c o n d u z i r a m a Cristo os servos do próprio palácio de
Nero (At 27. 1-28.24).
D u ra n te a prisão Pa ulo escreveu mu ita das
suas epíst ola s. Foi num a c ad e ia em Roma, en quant o
e sp e ra va ser exec uta do a q u a l q u e r mo m e nt o, que ele
e sc re ve u 2T im óte o, dizendo: “ Qua nto a mim, estou
sendo j á ofere cid o por libação, e o tempo da minha
pa rti da é chegado. Com ba ti o b o m co mb at e, completei
a carreira, guardei a f é ” (2T m 4.6, 7).
Fi n a lm e n te o am ado apóst ol o foi co ndena do
e d e c a p i t a d o 1. Sua alma he ró ic a foi libertada e o seu
corpo frágil sepultado.
Pa ulo tr a ns fo rm ou o c ris tia nis mo dos seus
limites est reitos em uma in fl u ê n c ia mundial. Luto u por
de rr ub a r as barreiras que e x is t ia m entre j ud e u e gentio,
entre servo e livre.
Atos é o único livro ina cab ad o da Bíblia.
O bs erve a ma nei ra b r u s c a 21 c om que termina. De que
outro m odo pode ria term ina r? C o m o po de ria hav er uma
n arrativ a c o m ple ta da obra e da vida de uma pesso a que
ainda vive? No sso Senhor, que re ssu sci tou e ascendeu
ao céu, ainda vive. Do centro - Cristo, pro jeta-se às
linhas em todas as direções, mas “ os confins da te rra ” ,
ainda não foram alcançados. O livro marca apenas o
começ o. O Ev a nge lh o de Cristo prossegue! Estamos
ain da vive ndo Atos.
134
Questionário
135
Os Evangelhos e Atos___________
R eferências B ibliográficas
137
IBADEP - Instituto Bíblico das Igrejas Evangélicas Assembléias de Deus do Estado do Paraná
Av. Brasil, S/N° - Cx.Postal 248 - Fone: (44) 642-2581
Vila Eletrosul - 85980-000 - Guaíra - PR
E-mail: ibadep@ibadep.com - www.ibadep.com