Вы находитесь на странице: 1из 3

JUDT, Tony. Pós-Guerra: História da Europa desde 1945. Edições 70: 2007, p. 285-325.

(“A Política de Estabilidade”)


Trabalho de análise crítica de leitura da disciplina de História das Relações Internacionais II –
História Contemporânea, do curso de Relações Internacionais da Universidade Federal de São
Paulo, elaborado durante o segundo semestre de 2018 sob orientação do Prof. Dr. Rodrigo
Medina Zagni.

Natália Leal Giardini1

O autor inicia sua obra com 1945 até o início de 1953, analisando que europeus viveram
sob o impacto da Segunda Guerra Mundial prevendo a Terceira. Um ponto ressaltado foi o
fracasso dos acordos de 1919, que ainda estava presente nas mentes dos estadistas e do público,
além disso a imposição do comunismo na Europa Oriental era uma lembrança da instabilidade
ocorrida pós Primeira Guerra Mundial, o autor declara, “O Golpe de Praga, as tensões em
Berlim e a Guerra da Coréia no Extremo Oriente eram lembretes constrangedores da série de
crises internacionais dos anos 30” 2.
Tony Judt afirma que em 1951, os aliados ocidentais declararam o fim do “estado de
guerra” com a Alemanha, mas com uma Guerra Fria cada vez mais intensa não havia um tratado
de paz e sem expectativa da formação de um acordo ou organização eficaz, afinal com crescente
rede de alianças, agências e acordos internacionais o cenário mostrava-se pouca garantia de
harmonia internacional.
Como afirma o autor, esses acontecimentos descortinavam-se diante de uma grande
corrida armamentista internacional.

Tirando proveito da perspectiva histórica, podemos hoje perceber que o Conselho da


Europa, a Comunidade Européia do Carvão e do Aço, a União Européia de Pagamentos
e, principalmente, a Organização do Tratado do Atlântico Norte foram o embrião de um
sistema novo e estável de relações interestatais. Documentos como a Convenção pela
Proteção dos Direitos Humanos, instituído pelo Conselho da Europa em 1950, haveriam
de adquirir um significado duradouro nas décadas seguintes. Porém, na época em
questão, esses documentos, tanto quanto as agências que os publicavam, assemelhavam-
se às alianças e ligas bemintencionadas da década de 1920.Os contemporâneos mais
céticos tinham motivos para prestar pouca atenção em tais documentos. 3

1
Aluna do segundo termo de Relações Internacionais pela Universidade Federal de São Paulo.
2 JUDT, Tony. Pós-Guerra: História da Europa desde 1945. Edições 70: 2007, p. 285.
3 JUDT, Tony. Op. Cit., p. 287.

1
Judt mostra que “aquele recém-descoberto bem-estar” após um conflito militar de
proporções globais, dava lugar às incertezas da Guerra Fria. A internacionalização dos
confrontos políticos e o subseqüente envolvimento dos Estados Unidos contribuíram para
diminuir o ímpeto dos conflitos políticos internos, como explica o autor.
Nas decisões do cenário mundial, o que os russos não queriam era uma Alemanha
Ocidental remilitarizada.

O propósito das políticas soviéticas não era chegar a um acordo com o


Ocidente sobre a reunificação alemã, mas impedir a possibilidade iminente do
rearmamento germânico. Os norte-americanos haviam levantado a questão,
como conseqüência direta da Guerra da Coréia, passados apenas cinco anos da
derrota de Hitler.4

A Europa e os EUA voltaram ao cume das questões, no entanto, as circunstâncias agora


eram diferentes, com a Guerra da Coréia acabada, Stalin estava morto e a OTAN era um novo
ponto do cenário internacional. Como justifica o autor, os EUA ainda procuravam um meio de
escapar da confusão européia na qual haviam sido envolvidos. Para a América, a nuclearização
da Europa era uma forma de sair do cenário eurocêntrico, pois não seria mais necessário prever
uma grande presença militar norte-americana estabelecida na Europa, afinal, segundo o que
explica Tony Judt, havia a expectativa de que a Europa poderia se defender sozinha.
Sobre a questão alemã:

Os imperialistas transformaram a questão germânica numa fonte permanente


de tensão internacional. Os círculos de liderança da Alemanha Ocidental estão
fazendo de tudo para incitar paixões militares contra a República Democrática
Alemã.5

Um fato diferenciado que o autor declara é a informação de que muitos líderes ocidentais
se sentiam aliviados com o surgimento do Muro de Berlim na época. Kennedy e outros líderes
ocidentais concordavam que “um muro através de Berlim era desfecho bem melhor do que uma
guerra”, de acordo com o cenário atual, Berlim era ponto de uma possível ignição de conflito
armado.

4
Ibid., p. 288.
5
Ibid., p. 288
2
O autor encerra a analisa de Berlim declarando que “O Muro pôs um ponto final à
carreira de Berlim como zona de crise no que tocava às questões européias e mundiais e Berlim
Ocidental iniciou um processo de declínio constante, rumo à irrelevância política”.6
Assim, após as questões que envolviam Berlim, as superpotências moveram-se com
rapidez ao que o autor considera “surpreendente” rumo à resolução das dúvidas da primeira
Guerra Fria. A estratégia americana e russa era manter as armas nucleares longe das mãos da
China e da Alemanha Ocidental e tal era a iniciativa do Tratado.
Em suma, as colocações de Tony Judt têm como viés a concepção do cenário político
europeu na década de 1950 e as mudanças que não se concretizaram. O ressurgimento de
Estados democráticos autônomos desprovidos de recursos e vontade para entrar em guerra,
como coloca o autor, e governados por homens maduros cuja convicção política era nula foi
uma questão colocada como não prevista pelo autor, devido ao ambiente de crise do pós-guerra,
identifica a falta de uma estratégia clara e bem firmada entre os Estados no cenário
internacional.

6 Ibid., p. 289.

Вам также может понравиться