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l\iateriais de Construção Civil e Princípios de Oências e Eo&mharia"de

Geraldo Cechella Isaia (Organizador/Editor) ~


© 20 10 mRACON. Todos direitos reservados.

Capítulo 17

Solo como Material de Construção


José Camapum de Carvalho
Universidade de Brasília

17.l Introdução

O s~!º é um dos mat~_riais essenciais na construção civil: se não se


constro1 com ele, constr01-se sobre ele. Daí a necessidade de conhecê-lo
no _estado ~aturai e como material de construção. Por muito tempo, e ainda
hoJe, ensinam-se, nos cursos de engenharia civil no Brasil, as
propriedades e os comportamentos dos solos de região temperada e nas
condições mais favoráveis à segurança e. por conseqüência , mais
antieconômicas. Várias são, no entanto. as pesquisas realizadas, as
dissertações e teses defendidas. sem que se chegue às mudanças
necessárias no conteúdo dos livros didáticos.
Neste capítulo, serão apresentados os solos com uma visão voltada para
o engenheiro brasileiro, considerando a tropicalidade de suas
propriedades e comportamen tos. Não se pode, no entanto, desconsiderar a
mecânica dos solos clássica, pois ela não perde a sua importância; apenas
merece ser por vezes ajustada, por vezes complementada, mantendo-se,
em alguns casos, intocável e irretocável para ser aplicada na solução dos
problemas de engenharia e na realização de projetos.
O capítulo não objetiva dar respostas, mas, sim, mostrar que é sempre
possível obtê-las por meio da prática da engenharia. Os principais
problemas envolvendo obras geotécnicas no Brasil não se dão por
incompetência, mas, sim, pelo não uso da engenharia.
Optou-se por apresentar, no decorrer do capítulo, o embasamento do
tópico tratado , na medida do possível um breve rela~o s~bre caso :eal a ele
associado e, finalmente, algumas observações e duetnzes g~ra1~ para_o
engenheiro. Cabe destacar de pronto que tais observações ~ diretrizes nao
poderão jamais ter O condão de substituir normas, proJetos e estudos
geotécnicos mais aprofundados .
e solo para uso em constrUÇão civil
Os solos devem ser classificados à luz do íntempcrí.Kmo Ko~r!<.1° pela rocha
durante o seu processo de formação. O nível de ínte"?pcrnuno imlndo dcp~ndc de
vários fatores, como rocha de origem, clima, co~d1~õc1, de drenagem,. fauna e
flora. Isso faz com que a maioria dos solos bras1lc1ros assumu. p~oprtc.da~~s e
comportamentos distintos daqueles de região temperada. ~ s condt<,;ocs cl11naticas
favoráveis conduzem muitas vezes a mantos de íntcmpcnsmo espessos e níveis
d'água profundos. Com isso, faz-se necessário considerar, ~~tra lin~ de. construção
civil, os solos em sua essência, os orgânicos, os moles, os mio trop1.cat.1zados, mas
também e, talvez na maioria dos casos no Brasíl , os solos trop1cu1s. Deve-se,
ainda, atentar para o estado saturado ou não saturado cm que o solo Sl! encontra
ou se encontrará.
Os solos são, na literatura geotécnica cJássicâ, ãqUCla originária de regiões
temperadas, classificados com base em propricdãde1-, físicas, tais como cor,
textura e plasticidade. Essas classificações são, no entanto, insuficientes para se
ter uma idéia mais precisa do comportamento hidráulico e mecânico dos solos
tropicais. As tentativas de se obter o comportamento desses solos por meio de
correlações com as citadas propriedades físicas são geralmente fadadas ao
insucesso. Entender o comportamento dos solos tropicab passa necessariamente
pelo conhecimento do perfil de intemperismo em sua essência. Aspectos corno
cor, textura e plasticidade são quase sempre insuficientes, requerendo análises
sobre a estrutura e a composição químico-mineralógica do perfil.

17.2.1 Pe,fil de intemperismo, propriedades e comportamento

A ação do intemp erismo em regiões tropicai s é contínu a e intensa . Mesmo


núnera is primári os como o quartzo, apesar de resh;tírcm hem a ela, não deixam
de sofrer desgast es ao longo do tempo. Esse é um a'>pccto importa nte, pois mostra
a necessi dade de se ver o solo como um material com proprie dades e
compor tament o alteráveis ao longo do tempo. Lima (2003 ), ao estudar maciços
próxim os aos taludes de voçoro cas existen tes no Distrito Federal , mostro u que o
solo, em condiç ões favoráv eis de drenag em , seja em meio saturad o , seja cm meio
não saturad o, passa por proces sos de alteraç ão físico-q uími ca e de
compo rtamen to em espaço s de tempo muito pequcn<Js, da orde m de quinze a
vinte anos. Esse espaço de tempo situa-se dentro da vida útil global da maioria
das obras de engenh aria.
Cardos o (2002), diante da grande varieda de de horizon te~ e ncontrados na
re~ão do Distrito Federa l, apresen tou uma nova pro pc,sta de dc~c, i,ão e.los
ho~on tes em perfis de solos laterític os, preven do, inclusi ve, a c /\ ist( ncia <lo
ho~on te fenu~i noso. Na realida de, essa propo\ ta é uma fü.lapta<.;ãn H. al 11a<la a
partrr das descnç ões de perfis de Martin s (2000 J, Pc1\t<,re ( 1<J<J') ) t d istc ma
Brasile iro de Classif icação de Solos (EMBR APA ~ 19'J'JJ. J\pe~ar dL; ~ ascada
nos solos dos Cerrad os, essa descriç ão pode ~e:,r aplicad a ~m PL'I t , solo
Jaterítico de outras regiões, uma vez que ela mantém .
desenvolvimento do perfil de acordo com o grau de intem . como prece1f:O o
a propos~ de Mart}ns (2000). Desse modo, independen:i ::::~localhse~ do
perfil de mtempensmo pode ser completo ou truncado e a a roe a-mae, .º
variadas espessuras dos horizontes, dependendo basicamentepdres~nttar as ~ru.s
Iocai . o m empensmo
o pe~fil de intemperismo ~ompleto proposto por Cardoso (2002) possui 12
sub-honzontes em que sao contempladas as caracten'stt'cas , ·
· a1 ., · t' · · ·
rwner og1cas e geo ec.rucas ongmadas pelo intemperismo químico s- qu1m1cas,
d
1es o
a base· h t O h . . ao e
topo para . · onzon e , onzonte A, horizonte B, cascalho Iaterítico,
cour~~a ferrugm?~ª· carapaça, zona mosqueada, saprólito fmo ou argiloso,
saprolito ?u saproht? grosso, i:o~ha muito alterada, rocha alterada e rocha sã.
Os.honz~ntes mais su~e~c1ais, nessa proposta, são divididos de acordo com a
Class1ficaçao Morfo-ge?-etlca de Dokuchaev (1883). Dividem-se nos horizontes
O, A e B. Deve-se salientar que se podem aqui inserir conceitos do Sistema
Brasileir? de Classifi~ação de Solos e de seus horizontes diagnósticos.
O horizonte ferrugm?so, normalmente presente em solos tropicais, mostra os
mesmos quatro sub-honzontes (cascalho laterítico, couraça ferruginosa, carapaça
e zona mosqueada) apresentados em Martins (2000). Esses sub-horizontes
representam todas as formas possíveis de esse tipo de horizonte encontrar-se na
natureza. Em descrições de perfis para a geotecnia, essa subdivisão torna-se
importante, pois, na prática, as diferenças das estruturas e teores de oxi-
hidróxidos de Fe e AI entre as subdivisões geram, conseqüentemente, fortes
diferenças entre os comportamentos mecânicos e hidráulicos.
Os horizontes mais profundos seguem as definições de Pastore ( 1995), pois
estas melhor caracterizam as possíveis diferenças do comportamento mecânico
. Mesmo em materiais rochosos .
deixam De modo simplificado, a literatura divide o manto de intemperismo tropical em
solo laterítico, transição (zona mosqueada), solo saprolítico, saprólito, rocha
alterada e rocha sã. O solo laterítico pode ter origem residual ou transportada, mas
maciços o que efetivamente marca as suas propriedades e seu comportamento é o nível de
ou que.o intemperismo pelo qual passou o perfil. Em um manto de intemperismo, um
emmeio centímetro de solo não é jamais exatamente igual ao seguinte, apesar de poder
e de apresentar a mesma cor e aparentar a mesma textura. Sendo assim, o estudo de
uinZe a um solo de fundação ou de uma jazida deve contemplar a análise de alguns perfis
maioria de solo de modo sistemático, fixando-as por cotas altimétricas e não
simplesmente em camadas definidas com base nas aparências físicas como cor e
textura. A título de exemplo da importância desse procedimento, não é raro obras
rodoviárias nas quais se utilizou a estabilização química do solo que compõe a
estrutura de pavimento possuírem trechos que se comportam de modo excelente
e outros que apresen~ problema. Isso geralmente se dá devido ao fato de o
estudo ter sido real zado por camada de solo de cor e textura semelhant~, mas que
?e fato apresei.ta\ m diferenças químico-mineralógicas e estrutura_is. em seu
Interior. Com 1. 1,arte dela comporta-se de modo excelente por exigrr menos
q u e O valor médio de fi ni do pr ev ia m en te co m o o id ea l (ob ra
co nf or m e o es pe ra do po r co rr es po ~ de r uo
; parte comporta-se te or
rt e co m po rta- s~ m a l ro r re qu er er m ai or
tudá~~ (obra ideal), e pa ca m po
a in ap ro pr ia da ). P or is so , na o se te m no 0
en te estabilizador (obr
pôrtamento ho m og ên eo es pe ra do pa ra to da a ob ra .
~ !, Jé m se erra muito n a definição do s si st em as ?e dr en ag em em .so lo s
a
o pr oj et o fu nd am en ta -s e em da do s da li te ra tu ra qu e as so ci am
trop1c rus, qu an do aç ão
ic ai s, ao pa ss ar em du ra nt e a su a fo rm
permeabilidade à textura. Os solos trop am qu as e .s ct np r< !
ur ba çõ es , ap re se nt
p o r processos pedogenéticos, por biot d e m od o di re to . É
ri ed ad es hi dr áu li ca s di fi ci lm en te as so ci áv ei s à te xt ur a
prop
co m u m . ?S so lo s argilosos tropicais ap re se n t~ em , n? es ta d o na tu ra l ,
às do s si lt es e m es m o a da s ar ei as ·
permeabilidades semelhantes in er al óg ic as e es tr ut ur ai s
Os di fe re nt es ní ve is d e al te ra çõ es fí si co -q uí m ic as , m
os pe rf is de so lo de um m od o ge ra l pe rm it em as so ci ar a
pelo s qu ai s pa ss am
rf il co m as pr op ri ed ad es e co m po rt am en to es pe ra ~. o s. O s
posi çã o d o so lo n o pe
en te in te m pe ri za do s (s ol o la te nt 1c o ou
solos mais superficiais, se profundam id os d e fe rr o e
m ad ur o) (F ig ur a 1) , sã o ca ul in ít ic os e ri co s em óx i- hi dr óx
residual em es ta do
sã o co m u m en te ác id os e ap re se nt am -s e g er al m en te
al um ín io ; ut ur a é,
e oe ra lm en te co la ps ív ei s. S u a es tr
agregado; são porosos, b em drenados gr ad ua çã o
, ca ra ct er iz ad a p o r d is tr ib u i; ão d e po ro s b i- m o d al , co m
vi a d e re g ra
aberta.

ra de um solo profundamente intcmperi1ado.


Figura l - Microes trutu

ap re sen ta o m od elo de cu rva cara cte ríst ica d e rc tc n 10 d l' úg ua


A Figura 2 d en te
o d es se tip o de es tr u tura qu e m arca o s so lo s la tc rít ico s~ e e vi
representativ
lo p ar a so lo . A cu rva cara ct erísti ca é u1 n a fc n- an1c t ,,u x ilia r
que ela varia de so
e nto d o co m p o rta m en to d o s "o lo s. N 1;. 1s o , p o r
importante para o en te nd im
exemplo, um solo laterítico que apresente no estad
(Sr) superior ª 60%, será provavelmenie um 80~ ~turàl, grau dê ssfí~
capacidade de carga e pouco susceptível ao fenômen:d ~~vel~ ~m ~
É dito "provavelmente" porque outros fatores co O co""t'aõpottlDDBdação.
solo, podem, apesar da sucção desfavorável p~a :~e~ udde cimen~ do
com que o s?l? . apresente comportamento muito melhor saturaçao, fazer
apresentando 1mc1almente grau de saturação inicial de 30~ · ~~ me~o solo

O
pouco deformável, com maior capacidade de carga poré ª . sera U?J- solo
0

fenômeno do colapso por inundação. É fácil portan'to pem mberus susceptível ao


- d l d' " . , , rce r-se que o estado
de saturaçao o so o e sua mam1ca ao longo do tempo são fundamentais
0
comportamento e desempenho da obra de engenharia. para

100000

10000
-
ar

-
D.
~

~
1000
~ Solo Laterftico
- G - Solo Saprolltico
1 100
-
ar
:::,

10

1
o 20 40 60 80 100
Sr(%)

Figura 2 - Curvas características de retenção de água típicas do perfil de intemperismo.

Abaixo da camada de solo profundamente intemperizado, está a transição,


também conhecida por zona mosqueada. Essa camada apresenta heterogeneidade
já identificável na classificação táctil-visual. Ela apresenta, geralmente, grande
heterogeneidade de propriedades e comportamento (CARDOSO 2002), e sua cor,
textura e composição químico-mineralógica podem variar enormemente de um
ponto para outro na mesma profundidade. Recomenda-se, nessa camada,
trabalhar com os parâmetros críticos.
. Abaixo da zona mosqueada, encontra-se a camada de solo menos
mtemperizada (solo saprolítico ou residual jovem). O solo dessa camada pode
conter minerais primários e/ou minerais de argila expansivos e apresentam
estrutura com distribuição de poros mais homogênea ou bem graduada (Figura 3).
água A expansão dos solos dessa camada pode se associar à mineralogia ou ter origem
dente na estrutura herdada da rocha de origem, como é o caso dos solos formados a
'Jiaf partir de ardó~fa. A Figura 2 mostrada anteriormente apresenta a curva
característica ti pi1.;a lesses solos, na qual a sucção já assume valores elevados para
' p0r
... elevada, aliada geralmente a
. - --..... superiores a 90%. &sa su~cid ade de suporte importante
porosidade, confere a es~ s~lose~~,m confinamento. No entanto,
ão não saturados, mesmo em s1tuaçao d50 ...0 ocasionada pelo aumento da
situação de desconfinamento, a queda da . ~ .a no solo e promov e a atuação
s
umidade provoca perdas sígni~cativas de resi renc•.neralógica. Escavaç ões a céu
do fenômeno da expansão, seJa ela estrutural ou num geralme nte, grande risco.
aberto nesses solos abaixo do nível d'água ofe~e t~ em cortes nele apoiadas é
Além disso, a implantação de estruturas de pavnn~ n em situação desconfinada
geralmente problemática ao longo do tempo, pois, ada aument o de umidade'
ocorrerá expansã o e perda da capacidade de suP?~e a tc"'m sido muito usados e~
· d · bl ·1
detenor an o, assim, o su e1 o. s so O los saprolít icos e
tudos exausti vos devido às
barragens de terra, requere ndo, no entanto ,_ es desagre gabilid ade e
peculia ridades de seu compor tament o. ta1s como
expansibilidade.

* FURNAS TECNOLOGIA
Oetec:tor =SE1
IIAG = 1.00 K X
20µm
1---1
Figura 3 - Micro-estrutura de um solo saprolítico

Os horizontes concrecionados, quando ocorrem, podem se encontrar em


superfície ou subsuperfície e serem mais ou menos ricos em oxi-hidróxidos de
ferro e/ou alumínio. Eles podem ser contínuos, formando as carapaças, ou
apresentarem-se na forma de concreções isoladas, constituindo os cascalhos
lateríticos. Estruturalmente, as concreções podem ser compactas ou apresentarem
vazios, como ilustra a Figura 4. A durabilidade e o desempenho dos solos
concrecionados dependem , eviden temen te , das caracte rísticas química .
mineralógicas e estruturais das concreções. O uso desses materiais cor "amada
de solo compactada requer cuidad o na definiç ão dos equipai 1ll:I to de
compactação , pois energias excessivas ou rolos vibratórios termin i.1111 por
proporcionar a quebra desses agregado con1 ganho de massa específic l ·H"ente
N1g- 5811 X 38JI• 1--i
29-00t-1 998 Dotooto r• SE1 EIIT•2B.08 kV

Figura 4 - Microestrutura interna de um agregado Iaterítico do Distrito Federal.

Além dos solos constituintes dos perfis de intemperismo, existem,


evidentemente, outros com peculiaridades e comportamentos distintos, como as
areias quartzosas , os seixos rolados e as turfas. Os dois primeiros constituem-se
em materiais de construção nobres com comportamento relativamente padrão; já
o terceiro também se faz muitas vezes presente como material de fundação, o que,
via de regra, constitui um problema.
A qualidade das areias e dos seixos tem, quase sempre, grande importância
para a obra que os utiliza. Nesses materiais, aspectos como pureza, forma e
distribuição dos grãos assumem papel relevante.
As turfas, os solos orgânicos e os solos moles em geral apresentam
comportamentos muito ligados a histórias de tensões pelas quais passaram.
Portanto, esse é um traço que os distingue enormemente dos solos tropicais, que,
trar em por sua vez, dependem, isso sim, do intemperismo pelo qual passaram.
'xidos de
aças, ou 1722 Classificação dos solos
ascalhos
entarem A classificação dos solos é feita objetivando a sua utilização ou a previsão de
s solos seu compo1tamento em condição natural. A classificação pode objetivar
únicas. enquadrar o solo em determinada categoria quanto à origem, às propriedades ou
camada ao compo1tamento. A orige m dos solos, quando estes são pouco intemperizados,
toS de é ferram enta auxiliar importante no entendimento das propriedades e do
Il1 par comportamento. De um mod o geral, os comportamentos se assoc iam às
arente propriedades . ,..:oh1 0 estas são de mais fácil e rápida determinação que aque les,
nte a classificação dos solos quanto às propriedades para, em
le.ção prévia, analisar um número limitado de amostras quanto ao
nro.
cJass.ificação quanto ti · I d
às propriedades pod~ ser ,. ~ita evan o-se_ em
cónsideração as características físicas, químicas, mmeralogicas e_ eSlrutura1s do
solo. Cada uma delas tem sua importância; no en~to, _0 Trus comum é_ a
classificação quanto às propriedades físicas. Tal classificaçao e geralmente feita
com base na textura, nos limites de Atterberg ou em ambos·

172.2.1 Classificação dos solos quanto à origem . . .


Quanto à origem, os solos se classificam em res1durus e,. s~dimentar~ ou
transportados. Existem ainda aqueles oriundos de grandes depositos vegetais, as
tutfas.
Os solos residuais são aqueles que permanecem no ~oc~ de formação, daí o seu
nome. Esses solos podem se encontrar muito (residuais madur?s) o~ pouco
(residuais jovens) intemperizados. Os solos jovens são aqueles ainda ncos em
minerais primários, contendo também minerais de argila neo-form~dos. Em geral,
são pouco permeáveis, expansivos e, dependendo da rocha 1:1-ae, apre~entam
comportamento anisotrópico. Os residuais maduros sã? mtemp~nza?o s,
geralmente bem drenados, não expansivos e isotrópicos. São ncos em mmerais de
argila pertencentes ao grupo da caulinita e, à medida que aprofunda a
intemperização, os minerais deste grupo alteram-se para oxi-hidróxidos de
alumínio como a gibsita. Aparentam-se homogêneos, mas podem apresentar
importantes variações ao longo do perfil em termos de composição químico-
mineralógica e do arranjo estrutural.
Os solos sedimentares ou transportados são classificados levando-se em conta
o meio de transporte. São aluvionares os solos transportados pela água,
coluvionares os transportados por ação da gravidade e eólicos os transportados
pelos ventos. Cada uma dessas classes apresenta peculiaridades que lhes são
próprias. Os aluvionares apresentam estratigrafia granulométri ca; os
coluvionares, dependendo do desarranjo sofrido no transporte, apresentam-se
estruturalmente desorganizado s, e os eólicos apresentam geralmente estratigrafia
cruzada devido às mudanças na direção do vento.

17.2.2.2 Classificação dos solos quanto à composição química


As classificações dos solos quanto à composição química objetivam e nquadrar
os solos em determinadas categorias, como é, por exemplo, a classificação dos
solos lateríticos, que levam em conta o teor de sílica e m relação aos teores de
óxido de alumínio (Si03 / Al20 3) ou de alumínio mais ferro (SiO .. / (Al..O~+
Fe~03)). Nessas duas classificações , consideram-s e lateritas verdadeira\ aquelas
cuJa relação é inferior a 1,33, solos lateríticos aqueles com relação em,·e l ,33 e 2
e sol~s ~ão lateríticos os que apresentam essa relação superior a 2.
,, _Qunrucamente, é também comum classificarem-se os solo ~. q uanto a) pH. em
ac1dos (pH<7) e básicos (pH>7). O pH é pa11icularme ntc i1n 1 ante na
estabilização química do solo. Assim, por exemplo, na estabiliza -:o ~
cimento, se o pH do solo encontra-se abaixo do correspo f tecom ou
isoeJétrico, o solo é desestruturado quando este é ~ ~n podenao ~
eventualmente, voltar a se agregar a posteriori. a gi o, o.

I7.2.2.3 Çlassi!icaç~o do~ s?los quanto à composição mineraló ·ca


A classificaçao i:runeralog1ca do ponto de vista da engenharia b~sca en oadrar
0 solo em categon as voltadas para o comportamento como por e ql
· · d ·1 · - . , , xemp o. em
min~rrus e argi a expan~1v~s e n~o expansivos. O grupo das esmectitas, no qual
se s1tu~ ~. . montmonlorutas ! ~ o melhor exemplo de minerais de argila
exp~s1vos; Jª o grupo da cauliruta marc_a bem os minerais não expansivos. É
preciso ter e~ mente que tant? a composição química como a mineralógica são
de grande valia para_ o entendimento das propriedades e do comportamento dos
solos e as d~as prop:1-e?ades atuam de D?-?do interativo. A simples adição de sódio
a um s?l? nco em cál:10, por exemplo,Ja altera enormemente propriedades como
a plastic1dade, mas nao a altera da mesma forma se for uma montmorilonita ou
uma caulinita. Nesse caso, enquanto na montmorilonita se tem aumento da
plasticidad~, _na c!ulini. ta
. _via de regra induz-se a sua diminuição. Logo, fica claro
que a estabilizaçao qunruca de um solo contendo determinado mineral depende
do composto químico usado e dos cátions e ânions nele presentes.

17.2.2.4 Classifi cação dos solos quanto à estrutura


A classificação estrutural, embora geralmente laboriosa, se feita em detalhe tem
grande importâ ncia, pois se associa diretamente ao compor tamento . A
classificação mais relevan te se destina aos solos argilosos, que são divididos em
se em conta
solos de estrutur a floculada, o que lhes confere comportamento mais isotrópico,
pela água, e de estrutu ra dispers a ou orientad a, que é caracter ística de solos de
ansportados comportamento anisotró pico. Destaca-se, no entanto , que nos solos lateríticos,
ue lhes são solos profund amente intempe rizado, essa classificação estrutural perde sua
étrica; os importâ ncia devido ao fato de que as partículas de argila se encontr am
esentam-se majoritariamente aglutina das e imobilizadas nos agregados e microagregados.
stratigrafia dando origem a estrutur as típicas de solos granulares.
Ainda, levando -se em conta a estrutura, os solos são classificados em densos e
porosos, sendo estes últimos geralme nte colapsíveis.

enquadrar 17.2.2.5 Classif icação dos solos quanto às proprie dades físicas
cação dos
teores de 172 2 5 .1 Classificação textural ,, . .. . ..
(A1203+ A classifi cação textura! ou granulo metnca e talvez ª,
mais utilizad a nas
s aquelas construções civis, sobretudo nas de pequen o p~rte. Ela e , nes. se. ~aso, qua~e
sempre realizad a táctil-v isualmente. De modo mais acurado , ela e feita P?r me10
e J,33 e2
de análise granulo métrica . As frações granulo métricas dos solos são class~c adas
em argila (diâinetro e quivale nte "d" < 2 µ,m), silte (2µ,m< d<60µ,m ) , areia fina
0
pJf,efll (60µm< d<0 ,42mm), média (0 ,42mm <d<2m m) e grossa (2mm< d<4,8m m) e
rta11te na
. _ . veus designados como saibro, e a
.Smm). O s sdtes sao mwtaS . ·da Os pedregulhos
-se em duas categorias: a lavada e ª de J8Zl e · - lateríticas ·:r
em ser constituídos de seixo rolado ou dde coartn~fic""'ªS como a ~T'Yhr:1
· é · d d" ·
li:at, aqw, no m nto e se 1scuttrem os
agrega os I uu
d trituração da rocha) =5ua
expandida e a argila calcinada e a brita (esta, produto ª .fi pedregulho e~
5 1
Cabe destacar-s~ que a NBR 9935 (ABNT, 200 ) e assi iv~:; em muito fil"o:.º0
agregado natural merte de forma arredondada qu,e _se d <d<4 smmte fi
(100mm<d<50mm), grosso (50mm<d<25mm), medio ~25mm · . no
(4,8mm<d<2mm). Já a NBR 6491185 (ABNT, 1985) _s1~plesmente os co_~s1dera
· I · 'd - · · uJ·a mruona aparente tem diametro
mm
como matena constltm o por graos mmera:1s e 4 8 O 05
compreendido entre 76 mm e 4,8 mm. Segundo essa no~a, _entre · e ,.
mm se encontra a areia. Ressalta-se que é princípio do Direito que normas mais
recentes de mesma hierarquia derrogam as anteriores. dt1-
Quanto ao cascalho laterítico, embora ele possa ser enquadrado nos tª ,~ de
dimensões da NBR 9935 (ABNT, 2005), é necessário lembrar que ele nao e merte
e quase sempre não é arredondado. ,
A análise granulométrica de solos realizada experimentalmente e. geralmente,
feita por meio de ensaios de peneiramento e sedimentação (~onforme NBR 71~1
- ABNT, 1988). Este último pode ser substituído pelo granulometro a laser, ensaio
ainda não normatizado no Brasil. Essa técnica de ensaio apresenta a vantagem de
ser muito rápida. Enquanto um ensaio de sedimentação req;1er_ pelo menos 24
horas para a sua realização, o ensaio no granulômetro a laser e feito em menos de
fi
10 minutos.
O peneiramento é usado para analisar a fração retida na peneira nº 200
(diâmetro "d"> 0,074mm), dividindo-se em peneiramento grosso (d> 2.0mm) e
peneiramento fino (0,074mm <d< 2,0mm).
Embora, pela norma brasileira NBR 7181 (ABNT, 1988) , seja realizado sobre
a fração que passa na peneira nº 1O (d < 2,0mm), o ensaio de sedimentação
destina-se à análise da fração com diâmetro equivalente inferior a O.074 mm.
Uma vez após o ensaio, a amostra é lavada na peneira nº 200. e a fração nela retida
é submetida ao ensaio de peneiramento fino. Nos solos tropicai . é comum esse
procedimento gerar um degrau na curva granulométric a por falta de continuidade
entre os dois ensaios.
O ensaio de sedimentação é feito com o uso de uma proYeta e de um
densímetro. A norma NBR 7181 (ABNT 1988) prevê a defloculação prévia da
amostra fazendo-se uso do composto químico hexametafo fato de sódio . A
experiência tem mostrado, no entanto, que esse composto qu ín1ico age en1 alguns
solos ricos em ilita, fazendo a agregação das partícula e induzi;do. assi~n, à
subestimação do teor ~e ar§il~. ConvéI:1 destacar-se .. na oportunidade . que um
sol? com textura de argila nao e necessaname nte constituído de n1iner~~;~ k' argila
e vice-versa.
No granulômetro a laser,~ desagregação das partíc ulas é feit.1 por 111 10 do uso
de . ultra-som. Tem-se, assim, que , enquanto a detlocula~ão .10 io de
sedimentação é feita por meio de agente químico . no granulô;11etro cl la por
meio da interven~ão de esforço físico. O solo P.Qde, no entanto ser ~
dois agentes ou, amda, a apenas um deles. Esses efeitos pode , . seii&í~ Ma
se ou somar~se, serem importantes ou desprezíveis. A F i m , ~ ~
resultado.s obtidos no granulômetro a laser para um solo laterí:: ra fu ~
O
intempenzado em quatro condições distintas: no estado natural pro 0
ultra-som, desagre gado quimica mente por hexam etafos f~:sr~ : por
desagregado com o uso de ambos, defloculante químico e ultra-som. 8 0 e

D Natural X Ultra
~om +--- DeOoculante - - Defl. + U. S.
100
90
80
"' 70
!
c:i,
60 r-·-1-++
a, 50 -t---t-t-H --'+Hl--1 -1-
g.
'#- 40
30 "1---t-t-+ +H+tl--~ +-F-Hl+J-4- ,..,,_..,.--.-.r-, ...-~~-"+-~-- --r--+-iH -H+<

20
10 "1---r--+-t- +++-+-

o
0,00001 0,0001 0,001 0,01 0,1 1
Diâmetro das PartícuJas (mm)
ra nº 20()
2,0mm)e Figura 5 - Curvas granulomé tricas de um solo laterítico profundamente intemperizado.

ado sobre Observa-se que, nesse caso, os efeitos se somam, ou seja, a desagregação total
entação corresponde aproximadamente à obtida pelas duas técnicas. A análise
074 mm. granulométrica objetiva avaliar a textura do solo para associá-la ao
la retida comportamento de engenharia. No que tange a essa pretensão, os diferentes
um esse tratamentos dados ao solo podem ser relevantes na medida em que se associem
inuidade aos casos reais. Assim, por exemplo, nos casos de estabilização química do solo
ou da implantação de sumidouros de esgoto e lagoas de estabilização em que
de um ocorre o ataque químico do solo, a defloculação química é relevante, mas não tem
évia da quase nenhuma importância no caso de uma estabilização mecânica por meio da
"dio. A compactação. Nesse caso, a desagregação física ganharia relevância.
alguns Para a análise granulométrica da fração fina dos solos tropicais , é
ssim, à recomendável que se faça o ensaio com e sem a desagregação das partículas. A
ue um diferença entre os dois resultados aponta para o nível de agregação existente e
argila para a estabilidade estrutural do solo diante da ação química e/ou do esforço
físico. Essa dupla análise é útil na avaliação de vários problemas práticos de
engenharia, como indicado no parágrafo anterior. Tem sido verificado também
que solos com alto teor de microagregados apresentam, quando do vazamento de
esgoto, níveis de colapso muito mais importantes que aqueles oriundos de
água potável. Os solos agregados
es de ab~teci men~ de vadaS que os não agregados.
íftlb~·-•p enneabi lidades mais ele eita lo sistema triangular, que
içio textural d'? solo Poc!e ser ~ iise prático. Ela apresenta, no
pouco usado no meio geotécruco, é sun_P ão de solos pedregulhosos
;.M1~ , adeSV&ntagemdenãOCODtemplaracl~r~~ai J(){)o/o), silte (Q a lOQo/o) ~
~is os três eixos representam os teores de argt a
0

areia (O a 1~%). _ com freqüên cia à distribuição


Na class1ficaçao textura!, recorre-se. 0
omporta mento do solo
gran ulométr ica devido à sua relação mais dire~ c'!bm . _c granulo métrica : a bem·
" . . . ti de distn mçao
A Figura 6 apresenta os tres pnnc1prus pos . d diferentes tamanhos. a
graduada, formada por partículas represe~taavas os esmo tamanho ~ a
uniforme, constituída por grãos com aproxim adame: e ~~çã o º1"anulomé~ca
aberta ou mal graduada, que apresenta uma lacuna na s º
das partículas.
• - .. Solo Uniforme -o- - Solo de Graduação Aberta

- - ~ -- r-
• Solo Bem Graduado

100
90
80
ca 70
flJ
flJ
ca 60
a.
CD 50
::,
a 40
';/!. 30
20
10
o
0,001 0,01 0,1 1 10 100
0,0001
Diâmetro das Partículas (mm)

Figura 6 - Tipos de distribuiçã o granulométrica.

Os solos de textura uniforme, respeitados evidentemente a natureza e o


tamanho dos grãos em si, são geralmente mais permeáveis devido aos maiores
vazios existentes entre as partículas. Quando bem graduados, esses vazios são
preenchidos por partículas menores e assim sucessi vamente . Isso contribui, por
exemplo, para a diminuição da permeabilidade e o aumento da 1nassa específica
aparente seca quando da compactação do solo. O solo uniforn1e, dada a
concentração das tensões em número limitado de contatos mineral-n1ineral,
termina exigindo melhor petformance dos minerais . Os solos de granulometria
aberta têm comportamento variável segundo a distribuição dos grfü · Nesses
solos, é relevante atentar, nas situações envolvendo fluxo, para o 1. co de
lixiviação da matriz fina através da grossa. Esse mecanistno pode prop )1 nnar o
.2 .2
17 5 .2 Classificação quanta à pltisti
A classificação d o s solos quanto à plasti

Casagrande e fundamenta-se nas umidades (h," c o
Arterberg (L P - Lm . u·te d PI · · -' itne.:despon n
e astic1dade e L L _ L'im
Plasticidade (IP). O IP corresponde a o Lim 1 ;· • ~~r
ite d e L i e ·Jqutdez) e: n o ~~~
pJas~cidade ( IP = L L - L P ). E s s a cl~ssifica
de clima temperado, re q u e r certo cuidado q ç ã o , a p e s a i: e :w ~ ! ~ ! d ~ E h n í~ li é
oxi-bidróxidos d e ferro presentes nos solos u a n d o é u sa d a ~ ~ a ts e s
tropicais fazempararalmsolos tropicais. O s
estes apresente m Vaiores mais · 1 d . , g e e n te
a r d d e e v a o s d e ln n it e s d e A tt e b e if ,
i c o m q u e
d · d
como solos e q u 1
ª e P~0 r.do .9~e aquela que efetivamenrte argpre , e1ass can o-os
senta (Cardoso,
2002). ~ s e s mesm?s oxi-hidroxidos de ferr
o, ao propiciarem a agregação e
cimentaçao das p a rt íc ~ ~ s , p ro v o c a m a me
aum ento d a lh o ri a d o c o m p o rt a mento mecânico e
0 permeabilidade d o solo.
Cabe lembrar-se q u e , e m b o ra a c l~ s if ic a
ç ã o dos solos quanto à plasticidade
usando a carta d e c.asagrande requerra a
penas o conhecimento dos Limites d e
Plasticidade , d e te rm m a d o segundo a N B
R 7 1 8 0 (ABNT, 1988), e de Liquidez,
obtido s e g u n d ? a NB.R . 6 4 5 9 (A B N
T , 1984), o s li m it e s d e A tt e rb e rg
compreendem a m d a o L u m te d e Contraç
ão (LC), determinado segundo a N B R
7183 ( ~ ~ '. 1982): N~ n o m e n c l~ ~ a in
ternacional segue-se a lí n g u a inglesa, e
esses tres limites - li q m d e z , plasticidade
e de contração - s ã o , respectivamente,
designados p o r w l, w p e w s . O s três limit
es são usados p a ra definir o estado d o
solo. Os solos c o m u m id a d e (h) inferior a
o Limite d e Contração encontram-se n o
Estado Sólido. O s s o lo s c o m u m id a d e en
tre o L im it e d e Contração e o L im it e d e
Plasticidade , e s tã o n o E s ta d o Semi-sólido
. O s solos c o m u m id a d e e n tr e o L im it e
de Plasticidade e o L im it e d e L iq u id
00 e z encontram-se n o E s ta d o Plástico.
Finalmente , o s q u e a p re s e n ta m u m id
a d e s u p e ri o r a o L im it e d e L iq u id e z
encontram-se n o E s ta d o L íq u id o (F ig u ra
7 ).

•---------------------·-----i~·h
Estado Sólido Estado Semi-Sólido Estado Plãstico
Estado Liquido
eza e o
maiores LC LP LL
·os são Figura 7 - Os limites de Atterberg e o estado do
solo .
bui, por
ecífica Em b o ra e x is ta m r e st ri ç õ e s q u a n to a o u
s o dess~ sistema_ d e cl~~sificação p a ra
dada a os solos tr o p ic a is , o s li m it e s d e A tt e rb e rg
tr a z e m in fo rm a ç o e s p ra ti c a s re le v a n te s
·neral, para a p rática d a e n g e n h a ri a . A s si m , p o r exe!11
plo , Camapll1? d e C a r v ~ o .( 2 0 0 6 )
Dletria mostrou q u e g ra n d e p a rt e d as tr in c a s
s u rg id a s n o s re v e s tu n e n to s a~fálti~os
esses Região A ma z ô n ic a é ind u z id a p o r m e c da
a n is m o s d e expai:isão e :e tr a ç a o o ri u n d
co de de g ra d ie n te s d e s u c çã o d e v id os à d e os
s id ra ta ç ã o e r e-h id ra ta 9 a ~ d o s s o lo s q
11at 0 compõem O s u b le it o , a s ub - b as e e a p ró ue
p ri a b a s e . N o c a s o , o s li m it e s d e A tt e rb
e rg
1p· .
ipmg: termo inglé~ qL significa tubulação, cana1 · -
1zaçao.
·vos do que poderá ocorrer in sítu em função das variações de
.,..,..,,~.de modo ilustrativo, eamapum de Carvalho ( 1~85) mosu:ou., para
6 aesestruturado contendo inicialmente umidade supeno~ à do hmite de
O
·aez, que pelo processo de desidratação e conseqüente,retr35ao mesmo ei:a
nêluzido à condição de massa específica correspondente a obt1,da com a energia
de compactação Proctor intermediário. Esses exemplos, a~em de realçar. a
importância dos os limites de Atterberg, mostram que a retraçao, por s~ associar
à sucção, induz tensões elevadíssimas no solo com reflexos diretos no
comportamento. . .
Entender o fenômeno da retração e levá-lo em conta nos pr<?Jeto~. de ~ngenharla
é decisão sábia. Nogami e Villibor (1995) recomendam, no hvro Pavimen~çao
de Baixo Custo com Solos Lateríticos", a secagem ou "cura" do: solos t~opicais
finos após a compactação da base. Temendo o efeito da propagaçao d~ tnncas de
retração com a profundidade e a conseqüente redução da camada efetiva de solo
compactado, Rezende (2003) estudou o efeito desse tratamento p~a um solo do
Distrito Federal, concluindo pela sua eficiência. Faz-se necessano, no en~nto,
certa dose de cuidado e de entendimento dos mecanismos. Nos solos latenticos,
solos profundamente intemperizados, o tratamento funciona bem yo~que neles
atua apenas o mecanismo de retração por ação da sucção/~apil~ndade. ~o
entanto, nos solos saprolíticos, a freqüente presença de nunera1s de argila
expansivos faz com que ocorra a expansão dos mesmos quando do aumento do
teor de umidade.
Ainda realçando a importância dos limites de Atterberg, o limite de liquidez
pode ser utilizado na avaliação do risco de corrida de lama, fenômeno não raro
em regiões tropicais. A avaliação se dá por meio da comparação do índice de
vazios do solo no estado natural com aquele correspondente ao limite de liquidez.
Sendo o primeiro superior ao segundo, o risco existe. É evidente que aspectos
como nível de variação de umidade e, portanto, de sucção e de quebra de
cimentação impostos ao solo são, nesse caso, definidores do nível de risco. O
engenheiro não pode perder de vista que nem as normas nem as informações
constantes da literatura podem substituir a avaliação técnica de cada problema,
sob pena de poder cometer graves e catastróficos erros.

17.2.2 .5.4 Classificações mistas


Os sistemas de classificação mista são os mais usados e levam em conta a :onvenci01
textura e .os limites de Atterberg. São, portanto, sistemas mais completos, mas OOtpOS-dE
nem por isso definem com precisão o real pote ncial de uso dos solos tropicais. propriec
Após a discussão apresentada acerca das classificações textural e com base na
~ -de-p·
plasticidade, faz-se desnecessário dizer que as classificações mi~ta~ também
apresentam limitações quando usadas para elas ificar os solos rop icais
quidez.
profund~ent e intemperizad os, os solos laterítico~. Para o\ ç,olo" pouco emest1
mtempenzado s, como os saprolíticos, no entanto. não ~e podt , i mbrar \açãoe
comportamento destoante da experiência consagrada para os solos ( ·egião ~exr
temperada. tl\etO(l
va as
[)entre ~ si st e~ as mistos a p re se n ~ 1 1
mais geral é o Umficado. A tabela referén
(QUEIROZ D E CARVALHO, 2004). N es se s ls ~ ~
inicialmente em gr os so s (m ai s de 50 % retido na peneira I li
50% passando na _peneira n º 20 0) . N os solos granul O ®O «~
are~ ) ~f il i~ s (a, .1C ll~ iw ;;.,_:
comPosta po r m at s de 50 % retida na peneira de
pedregulho . representados pelo símbolo G (grave}) ~ a 4 ~ S&i'a f:ta:ção grossa ê
so%. têm-se as areias, representadas pela letra S • e composta m $ m , têm-se óS
por menos de
arei as podem se r classificados como bem graduados(~~ffl~s
(Poorlv). siltosos (M - Mjiila) e argilosos (C _ Clay) T pe dr eg ulho s e as
" e l) , m al graduados P
solos granulares. as seguintes classes: G W (p e d re ~ :- :;
J º~ ~ id p a ra os
epedregulho mal graduado), G M (pedregulho siltoso) G C (p
ed re ~ º)i
GP
sW (areia be m ~ d u a ~ a ), SP (areia mal graduada),
araiJosa). A classdicaçao dos solos finos leva em conta a text
º ·· fi ta ·i·
(a SM
re ia si
ur a
lt :a ) ~ ; ~
tiº ·d
(:~?~
d
e uabza como . erramen amu ia ra carta de plasticidad e a p1as c1 a e
e. Assim são classifi d
em siltes e .argilas de al ta (H_- H ig h ) ~lasticidade aqueles com
Limite de Liq:~d~!
(L L ) S~IJt:nor a 5~ % _e em. sdte~ e argilas de baixa (L
- L o w ) plasticidade aqueles
com Lllll~e de _!-,19mdez infenor a ~0%. Com isso, tem-se
como nomenclatura
dos sol.os morgarucos fino~ !1esse sistema: ML (siltes com
baixa plasticidade),
MH. (siltes com al ta J?l~st1c1dade),. C L (argilas com baixa pl
asticidade) e C H
(argilas com al ta pl_?S~c1dade). O sistema de classificação
unificado contempla
ainda. os solos or~arucos, ~d.atando como nomenclatur
a: O L (siltes e argilas
orgâ.I:1~as com baixa plasticidade), O H (siltes e argila
s orgânicas co m al ta
plasticidade) e P t (turfas). Como n a natureza os solo
s geralmente não se
enquadram completamente em u m a única classe textura! (p
edregulho, areia, silte
ou argila), geralmente se adota como descrição o no
me das duas frações
predominantes, d a m ai o r pa ra a m en o r concentração. É co
m u m ainda referir-se,
respectivamente, aos solos de al ta e baixa plasticidade
co m o d e el ev ad a e d e
pequena compressibilidade. N o s solos tropicais, essa asso
ciação p o d e conduzir a
erro de avaliação, p o is , em b o ra a plasticidade possa se r el
ev ad a, isso n ão significa
que o solo é necessariamente compressível.

17.2.2.6 C la ss if ic aç ão M C T2
E xi st em h o je , n o B ra si l, d o is métodos d e classificação
n a m et o d o lo g ia MCT:
conta a o convencional e o ex p ed it o . O co n v en ci o n al se fu n d am en
ta n o co m p o rt am en to
de co rp o s- d e- p ro v a com p ac ta d o s d in am ic am en te , en q u
an to o ex p ed it o se b as ei a
em propried ad es co m o ex p an sã o e re si st ên ci a ao es
m ag am en to d e p eq u en o s
corpos-de-prova p re p ar ad o s a p ar ti r d e u m a m is tu ra so
lo e ág u a p ró x im a ao li m it e
de liquidez. A m et o d o lo g ia co n v en ci o n al d es ti n a- se ao
es tu d o d o s so lo s fi n o s p ar a
uso em es tr u tu ra s d e p av im en to . Já o m ét o d o ex p ed
it o , em b o ra aj u st ad o p o r
correlação co m o s re su lt ado s o b ti d o s se g u n d o o m ét o d
o co n v en ci o n al , é, p el o se u
aspecto ex p ed it o , h o je u ti li za d o n a cl as si fi ca çã o d o s
so lo s e m g er al .
A m et o d o log ia M C T c on v en ci o n al ap re se n ta d a e m N o g am i e V
il ib o r (1995)
objetiva as so ci ar a cl assi fi ca ção ao co m p o rt am en to
e p o te n ci al d e u ti li za çã o d o
2
MCT: M - Min iatura. C - Compactação, T - Tropical. A clas
sificação MCT compreende a determinação de
propriedades mecáníc' hidráulicas de solos compactados a pa
rtir de corpos-de-prova de 50 mm de diâmetro.
•~-= N . tema os solos são classificados quanto ao
OVlauas . esse SIS
d d ' d
I es· os solos e co
rnportamento '·
l atentico
fâdem uas gran est e ~s Ia.terítico (N), conforme apresentados a
'IOIOS e comportamen o nao
solo argiloso laterítico;
areia laterítica;
solo arenoso laterítico;
areia não-laterítica;
solo arenoso não-laterítico;
solo argiloso não-laterítico;
solo siltoso não Jaterítico.
17 2 2 7 Considerações gerais sobre a classificação dos solos d .
- e" sempre um gran
· · o uso do solo com base na class1·fi1caçao
·Definir e
nfirm nsco · A
· - fi · t ·a] de. uso_a ser co ado em
class1ficaçao serve apenas para de 1mr o po enc1
estudos específicos. Ao mesmo tempo, o bom eº. rmm sao termos sem gra~de
significado geotécnico, pois tudo depende da finalidade d<: solo, n~ obra. Assu_n,
por exemplo um solo plástico é um solo ruim? E um solo nao plastlco, uma areia,
por exemplo: é um solo bom? Tudo depende da finalidade. P~a compo r o núcl:o
de uma barragem de terra, o solo plástico é, com certeza, mmto m~lhor que o nao
plástico; entretanto, nessa mesma obra, ao se pensar no matena l de filtro, a
situação se inverte. . .
De um modo geral, é sempre possível delinearem-se algumas diretnze~ quanto
ao uso do solo em função da classificação, e é por isso que elas são feitas. Um
exemplo disso é a associação entre a classificação MCT e o potenc ial d? ma~~rial
para ser usado em estrutura de pavimento como mostrado por Nogarm e Vilibor
(1995).
A escolha do sistema de classificação a adotar depend e da finalida de da
classificação. Assim, por exempl o, quando se vai avaliar a suscep tibilida de do
solo à estabilização, toma-s e impres cindíve l avaliar a suas proprie dades químicas
e mineralógicas. Consid erar de modo isolado aspecto s como cor, textura e
plasticidade induz geralm ente a erros import antes e ao fracass o da obra. Quando
o engenheiro ou geólog o de engenh aria consid era que, por tais caracte rísticas , o
perfil de solo é compo sto do mesmo materia l, o estudo é feito com um material
compos to da mistura das amostr as coletad as a diferen tes profun didades. No
entanto, via de regra, a compo sição químic a e minera lógica do perfil de
intemp erismo varia centím etro a centím etro e faz com que o compo rtamen to
médio ~btido não represe nte mais que um único ponto no perfil . Com isso, como
o matena l usad~ na obra é geralm ente extraíd o por camad a, têm-se trechos que se
compo rtam mmto bem e outros que se transfo rmam em verdad eiros problem a,
coloc~ d~ erronea mente em discuss ão aspecto s como qualid ade da execuç ão e
fisc~z açao da obra ou da técnica de estabil ização usada.
. Finalm ente, cabe observ ar que a eficiên cia dos sistem as de clac..' ifie 1ção está
ligada ao entend imento do que eles signifi cam e de parâm etros t ·e nicas de
nsaio que utilizam. A simples secagem e o deaforroamento.da . • ..-~ ilós
:.Opicais na fase de preparação de amostras já afetam
físicas dos_solos ~· por conseqüência, o c o m p o ~ :=o~é:l:.
. DJalona ~ 80
c1assificaçao. ~ importante .reconhecer que as metodologias de Iassifi
MCf convencional e expedita, apesar de também sarem e . cação
roblema, apresentam o mérito de se fundamentarem co 1:: por esse tipo de
P a limitação de se destinar em tão-somente aos solos ÍI""" IDportam ento do solo
e ""'~·
17.3 Índices õsicos

Apresentam-se, a seguir, apenas os índices físicos mais usuais na en nh ·


-+atizanddo-se aspecto
eiu, s relevant
d I d . d es para proietos e avati~r~n de b geVáriru:1ª•
, .., -,--, o ras. os
outros Eº em ser e es enva os, como e o caso da porosidade (n) e do grau de
saruraçao (Sr).

J73J Teor de umúlade

o teor de umidade (h) é definido como a relação entre a massa bruta de água
(IDoo) e a massa bruta do solo seco (mbs), sendo os resultados apresentados em
=
porcentagem (h (mb/mbs) x 10~). Nos métodos convencionais de laboratório
(DNER ME 213/94), a massa de agua presente no solo é determinada utilizando-
se uma estufa regulada a 105ºC ± 5ºC.
eitas'IUaino A umidade presente em u~ solo reflete um determinado equilíbrio energético,
· lhn 0 qual é função da composição químico-mineralógica e da própria textura do
Il)~
e \rJlibor solo. Assim, para realçar a importância da composição químico-mineralógica,
tomando-se um cristal de quartzo medindo 1 cm3 e triturando-o até apresentar
grãos com as dimensõe~ de partículas de argila, o mineral quartzo continuará a
ºdade da apresentar menor capacidade de retenção de água (umidade) que os minerais de
·dade do
argila. Já, ao se comparar o grão de quartzo original com o quartzo na situação
uúnicas fracionada, este último apresentará, devido à textura mais fina e, portanto,
Xtura e superfície específica mais elevada, maior capacidade de retenção de água. Em
Quando ambos os casos, o que está em jogo é a energia disponível. Assim, quando se faz
a secagem de um solo ao ar ou na estufa a 60ºC ou 105ºC, o que está em jogo,
respeitado o tempo mínimo necessário ao equilíbrio, não é o tempo de exposiç ão,
mas sim a temperatura, ou seja, a energia.
Existem vários método s de determinação do teor de umidade, não sendo rara a
ento detenninação de laborat ório ser feita por técnica distinta da utilizada em campo .
Nesse caso, é impres cindíve l o ajuste entre as duas técnicas por meio de
correlação, sob pena de haver problem as para cumpri rem-se as especif icações de
projeto e , cumpri ndo-as , provav elment e ter-se-á um material com umidad e real
distinta da desejad a.
Na determ inação do teor de umidad e, deve-se levar em conta a
represen tativida de da amostr a em relação ao todo. A quantid ade de amostr a a ser
usada em cada determ inação deve ser compa tível com a técruca de ensaio , com
e natureza do solo. Para os solo"'
ffl.sponíveis e com a rexwra recomenda-se o uso de balanças
equivalente menor que 2 Jlllil), ulares (diâmetro equivalente
· o ~ º (0,01 g); já para os solos ~nos precisas (0,1 g) e, é claro
·or:que2 mm),podem ser utilizadas balanças ue a amostra seja representativ~
com quantidade mais significativa de solo p r q a título geral para os solos finos
do todo e os resultado repetitivos. ~ec~en a;: os solos granulares, 300 g. É
um mínimo de 100 g por detenrunaça? e, Edo pela média de, pelo menos, três
recomendável que o teor de umidade seJa ob
determinações.

17.3.2 Massa específica dos grãos


, - s (p == m N 5 , onde m 5 é a massa
Nos solos tropicais. a mass~ ~specífica dos gr~o r~de i~portância, dada a sua
st
de sólidos e Vs o volume de solidos? rev_e e-st e gal passou o solo e devido à
O
relação com o nível de intemPf:nza~ao pe dqu sidades relativas reais muito
possibilidade de presença ~e ~errus cTe;;hematita (4,9 a 5,3).
2 3 2
distintas, como é o caso da gibsita ~ , ª •. ) , tiaridade que alguns solos
O mais importante. co~tudo. diz r~speito ª pe~~ de ossuírem, no interior
lateríticos granulare~ (lat:ntas ou !atentos) apre~en (Figur!4). Isso pode reduzir
dos seus grãos, vanos nao conectados ao exteno~ d Porém quando ocorre a
enormemente a massa específica dos grãos deterrruna ª· '
· · por exemp 1 o em um processo
ruptura dos agregados. expondo tais vazios, com0 , ' "fi d _
de compactação~ tem-se um aumento substancial da massa esp.,eci ica os graos,
índices físicos que dele dependem, como e O caso da massa
afetando os demais
específica aparente seca. . , . _ ,{+: d -
Outro aspecto relevante diz respeito a vanaçao ?ª mas_sa e~pec~ica os graos
com O tamanho das partículas nos solos tropicais, devido ª,, ~aior ou menor
presença de vazios ou do maior ou menor teor de fe?'o e alurruruo. ,,
Considerando O exposto. é fundamental dete~n_ar a _m~ssa e~pec1fica dos
grãos em laboratório utilizando amostras .em co~d1çoes snmlares as de campo,
incluindo nessas condições a granulometna e o mvel de quebra pelo qual o solo
passará.

1733 Massa específica aparente seca e índice de vazios

O solo no estado natural pode encontrar-se acima do nível d'água freático nos
estados saturado (saturado por capilaridade) e não saturado e abaixo do nível
freático no estado saturado. A massa específica do solo natural ou solo
compactado no estado úmido (p) é dada pela relação entre a massa (unida (m} e
o volume total da amostra (V) (p = m/V). Quando todos os vazios do ~olo estão
completamente preenchidos por água, tem-se a massa específica do solo 1.iatura<lo
(Psar): ~ncontrando-se o solo saturado abaixo do nível d'água 1,-..:;ál ico, cm
c?nd1çao submersa. tem-se a massa específica submersa (P.,uh), que é (,htida da
diferença entre a massa específica do solo saturado (PsaJ e a da água ( p ou 1.icp,
p b == PIB! - Pa· Retirando-se a umidade do solo, tem-se amassa e ífi
s;a (pd~ (pd = m./'!,~nd: ll1s é a massa do solo seco e V o vo1!:C to:)aparente
o sub1tem antenorJustifica por si só o tratamento d e., ·
seca conjuntamente com o índice de vazios (e= V amassaespecíficaaparente
~azíos e V, o volume de sólidos), muito embora a p~~aº:1 ::-e~v é o volume ~e

entanto, d1ficd entender, conforme demonstrado a seguir


pn!:
gcotécnic~ ~eJa a avaliação do estado do solo com base na
· lhao
e~~e~a na
'~o
· stado do sol fu - d , dº • que o me or sena
anahsar o e o em nçao o m ice de vazios e não da massa específica
aparente seca.
3
Tomand~:se um volume de. 1 m • e enchendo-o com esferas de hematita com
0,02 m de d1ametro, chegar-se-ia facilmente a uma massa específica apare te
3
de aproxim adamente 2 ,67 t/!11 e índice de vazios em tomo de 0,91. Caso ~e t~::
0 mesmo.~olume e se su?stlt u~ as esferas de hematita por
esferas de gibsita de
mesmo d1ametr~, t~r-~e-a apro~m a~~ent e uma massa específica aparente seca
igual ~ J,25 .,t/m e _mdtce d~ vazios s~ar ~o anterior. Fica aqui a pergunta: qual
maten al sera o mais permeavel ou mais resistente admitindo-se características de
superf!,c~e semeJh an~s? ~alve~ se ~iga que essa é uma análise simplista, pois as
superf 1c!e~ dos dois nunerais na_o _apresentam as mesmas propriedades e
carac~n st1cas. S~po~do-se ª.substituição das esferas de gibsita por esferas de
hematita com vazios mtemos isolados de modo a conduzi-las à mesma massa das
csferai; de gibsíta e, portanto , à mesma massa específica dos grãos, têm-se, então,
condições externas similare s e a validação da análise.
Suponha -se agora que os vazios existentes no interior das esferas de hematita
se liguem por um canalículo aos vazios externos. O peso específico dos grãos será
a dos grão,; o da hematita propria mente dito, e o índice de vazios aument ará para
ou menor aprox imadamente 3,06. Faz-se aqui a pergunta: a permeabilidade e a resistência
sofreram alterações? Certamente não, pois esses parâmetros seriam pouco
t ífica do\ sensívei s à variação dos vazios internos , mas o índice de vazios mudou
de campo, enormemente, assim como mudou a massa específica aparente seca. També m
uaJ o solo mudou a um idade do solo. Qual seria, então, a solução? A solução é avaliar o
estado do solo em termos de índice de vazios e se isolarem os vazios e umidad e
ex ternos dos internos de modo a se levarem em conta apenas os primeir os, pois
i.;ão eles que definem o compor tamento para as condiçõ es normais de engenh aria.
l'ara ilustrar o problem a em um caso real, recorrer-se-á ao uso de misturas solo
fino-entulho de constru ção civil em diferen tes proporç ões. Com base nas massas
•ático no\ específicas aparent es secas e nos vazios existen tes no interior dos elemen tos
do nível granula res do entulho , foram determi nados os índices de vazios total e inter-
ou solo agregad o de cada amostr a submetida ao ensaio de CBR. Admiti ndo-se os vazios
id~(m) e existentes no interior dos agregad os como saturad os, determ inou-se tar_nbém a
,lo cstiio umidad e existen te entre eles para a condiçã o ótima de compac tação . A Figura ~a
<,aturado moslra que o C'BR não se correla ciona com o índice de vazios global, ou seJa,
jco, cm com ft mas<,a u')pccífica aparent e seca máxim a, correla cionand o-se, no entanto ,
htida ~a com o índic.:c dc.. 1a1io\ inter-ag regados (Figura 8b). A Figura 8c _mostra que o
oU i.,Cjíl, CHI~ lamhérn nã< ')e c<Jrrelaci ona com a umidad e ótima global obtida das curvas
140
120 . -- ~
--
100 o ~


80 ~
• OC> -
• 60
40
• 'E> o

20
o
0,4 0,45 0,5 0.55 0,6 0,65 0,7 º·1 0,15 0,2 0,25 0,3 0.35 0,4
e interagregado
etolal
(a) (b)

140 _
100 ...
_ .-
_ --
_ -_._.__
---- _-_
- --
__ -_
~ _-_~
~
140
120
-
-v -
100 e o
120 - - - - - - - - - - - - - - -
ao o
80 -i----t-.---t--r-- --t-----:ll:r---+ --=-.---i
• 41!
60 -f---f.---f.-__
40 -------- -----'--
__;~-M.....,__
20 -t---+---+-- -+----+---+ ----1
.~
-+--~
ro
40
20
• o -
- T

0-------- --1----+- ----I o


4 6 8 10 12
10 12 14 16 18 20 22 o 2

wMrro (%) winteragregado (%)


(e) (d)

Figura 8 - Resultados obtidos para misnrras de solo fino-entulho da construção civil.

Tratar do tema aqui é de grande relevância, pois vários são os erros cometidos
nas obras de engenharia ao se adotarem as técnicas de controle convencionais
fundamentadas apenas na massa específica aparente seca e no teor de umidade
global. A reabertura e are-compacta ção de camadas de solo laterítico, de solo
sapro1ítico e de material reciclado da construção civil, ou o uso de equipamentos
vibratórios de grande porte a pretexto de se propiciar o aumento do grau de
compactação, nem sempre consistem na melhor opção, pois se atinge o
especificado e, comumente, piora-se o comportamento mecânico devido à quebra
dos agregado.

17.4 Curva característica de retenção de água

Os solos não saturados apresentam o comportame nto associado à Ca1a solo :


sucção/capilaridade neles atuantes. A sucção total atuante no solo se subdivide em ~ Essa
sucção osmótica e sucção matricial ou mátr ica. Para a análise do comportamento
mecânico dos solos, quase sempre o relevante é a sucção matricial (ua-uw), na qual
uª é a pressão na fase ar eu\\ é a pressão na fase água. A curva característica de
retenção de água do solo corresponde à representação gráfica da sucção em
função seja da umidade gravimétrica ou volumétrica , ou seja. < grau de
saturação. A sucção pode ser apresentada em escala aritn1ética ou logar Tmica. Na
escala logarítmica, a sucção pode ainda ser representada como o l ritmo da
ucção em centímetros de coluna de água.
s A curva característica constitui-se em elemento importante para a ariálise do
cornportamento dos solos.. .
A Figura.9 apresenta d01s m~~lo s gerais de curvas características de retenção
de áITTia oba.das para solos tropicais. O modelo representativo dos solos lateríticos
reflete sua di~tribuição bi-_modal d~s ~o~s.} á o modelo apresentado para os solos
saprolíticos e re~resent~t1vo de d1stnbmç~o be~ graduada dos poros. Quando
essa curva se honz,o~taliza, tem-se uma ~ator uruformidade dos poros. Enquanto
as curvas caractensttcas dos solos latenticos são marcadas por uma pressão de
entrada de ar para,o~ macrop~ros e outra para os microporos, os solos saprolíticos
apresentam uma uruca pres,sa_o de e!1trada ~e W:- Um outro aspecto importante na
forma das curvas caractensticas diz respeito a retração do solo em função da
sucção atuante. Quando se trabalha com índices de vazios médios por não se
dispor do valor correspondente a cada sucção, a inclinação do trecho inicial da
curva em função do grau de saturação dará uma idéia precisa da retração que o
solo sofre com o aumento da sucção até a pressão de entrada de ar.
[ ~ Solo Laterrucô~-G- Solo Saprol~ J
10
12
100000

10000

cometidos i3 1000

Entrada de ar nos
nvencionais i
100
mlcropors

e umidade !
co, de solo 10
ipamentos Entrada de ar dos nos macropaos
do grau de 1 1- - - + - - - 1 - - - --m
atinge o o 20 40 60 80 100

0 à quebra Sr(%)

Figura 9 - Modelos de curva característica para os solos tropicais.

Cada solo apresenta uma curva característica de retenção de água que lhe é
própria. Essa curva característica está associa da em maior ou menor grau à
porosidade, à textura e à naturez a químico-mineralógica do solo. Assim, um
mes~o solo pode apresen tar diferentes curvas car~cterísticas em função d~ sua
porosidade e da própria distribuição dos Pº:º~'
e do~s ~olos de mes~a porosid ade
podem também apresen tar curvas caracten sticas distmtas em funçao da textura
e/ou d~ composiçã (]Uímico -minera ló~ca distintas. , . _
, Muitas são a - :Cnicas para detenmnar, a curva car~cte:15oca de r:~nça o ,de
agua de um so 1 "' ~é: nica do papel filtro e talvez a mai:s slffiples e pratica, alem
em di fe re nt es ob ra s de e! lg en ha ri a, co m o
A:compactação dos solos é utilizada er gi a no
ap lic aç ão de um a de te rn nn ~d a en
rodovias e barragens. E la consiste na pe ~d e de
et iv id ad e da co m 1: ac ta ça o ~e
solo buscando a sua densificação. A ef , en er gi a e tip o de
vários fatores, como tipo de solo, um id ad e de co m pa ct aç ao
compactação. da de e o co ~p ~r ta m en to do so lo
Geralmente, estuda-se a compactabili m pa ct aç ão
de fi na a co nd iç a~ de co
compactado em laboratório para que se
apropriada pa ra o campo. Nessa definiçã o, é im po rt an te qu e :1 ªº se pe rc a de vi st a
tr e o m ét od o de co m pa ct aç ao de la bo ra tó ri o e 0
a necessidade de similaridade en
de campo. ão é a do ti po Pr oc to r
E m laboratório, a técnica mais usual de co m pa ct aç
88 ). E ss e m ét od o co ns is te na co m pa ct aç ã~
normalizada na N B R 71 82 (ABNT, 19 lin dr o
ca m ad as co lo ca da s no in te ri or de um ci
dinâmica do solo em três ou cinco qu et e
nú m er o de go lp es de um so
metálico e submetidas a um determinado de e
E xi st em du as di m en sõ es de m ol
metálico co m pe so e altura de qu ed a fixos. tip o
o de fi ni do co ns id er an do -s e o
duas massas de soquete. O m od el o a se r usad é
a
ão de se ja da (E C = M H N n/ V , on de E C é
de solo e a energia de co m pa ct aç er o de
qu ed a do so qu et e, N o nú m
energia, M a m as sa do soquete, H a al tu ra de
V o vo lu m e do m ol de ) . A s en er gi as
go lp es , n o nú m er o de ca m ad as e do s a
ed iá ri a e a m od if ic ad a. A pó s de fi ni
normalizadas sã o a no rm al , a in te rm
en to s ap ro pr ia do s , o pr oc es so de
en er gi a de co m pa ct aç ão e os eq ui pa m
-s e o so lo em di fe re nt es um id ad es , o qu e
co m ~a ct aç ão é re al iz ad o co m pa ct an do
pa rt ir do s pa re s de va lo re s de m as sa
pe nr ut e co ns tr ui r a cu rv a de co m pa ct aç ão a
se ca e te or de um id ad e ob ti do s (F ig ur a 10 ).
es pe cí fi ca ap ar en te

B 1,8
(1.)
u,
se:
~
~
A'.1max,
1,7 - ---,
('O -
1,6
B 'ê
!E ~ 1,5
~
e.
~ 1,4 t-

('O
1
m 1
~
('O
1,3 + hot
10 13 16 19 22 2
Te or de um id ad e{ % )

Figura 10 - Curva de Compactação.


Assim c~mo a efetividade da CODipactaçãó;, ni'ótiria: tõroia tlir
compactaç~o depende de f~ re s como tipo c@:jólo, enerma e ti
compactaçao. Entender o J>Cm!Ue da fonna da curva dê compactaçãõ Certâttiente
ajuda a entender a compactação como um todo. Partindo-se no ponto nuús seco
da curva de corn~actaçao (Figura_ 10), ~ f~ ar é contínua e, ao se aumentâr a
umidade, . a~ ph a- se a lubnficaçao. ~nter-partículas e reduz-se a
sucçã_?!c~p1Iari~ade atuante no sol'?, dnrunuindo, por conseguinte, a sua
resistenc1a ao c1salhamento. ~s o penmte o aumento da massa específica aparente
seca quando da compactaçao com a mesma energia. Esse comportamento
prossegue até que ocon:a a presença de bolhas de ar oclusas, momento em que a
fase ar toma-se descontmua. A presença dessas bolhas e fato de a fase ar tornar-
O
se descon?nua fazem com que. na compactação, parte da energia seja transferida
para O fl~ d? , as bolhas de ar momentaneamente sejam comprimidas e a energia
efetiva dimmua, pass~ndo a gerar a redução da massa específica aparente seca
com o ªtm?-ento" da. urrudade ~ara am es ~ en~r~ia total de compactação. A maior
ou menor mfluenc1a da sucçao, da lubrificaçao mterpartículas e da dissipação de
energia por geração de pressão neutra positiva no solo define a forma da curva de
compactação.
Tanto em laboratório como no campo, o método de compactação deve ser
definido observando-se o tipo de solo. Assim, por exemplo, os método
s
vibratórios sã o ef ic ie nt es no s solos granulares, pois, com a vibração
,
determinados pontos da massa de solo perdem o contato, conduzindo a tensã
o
cisalbante para zero e propiciando o deslocamento relativo das partículas no
processo de compactação. Nos solos finos, a coesão mantém o el o entre
as
partículas , impedindo o deslocamento relativo entre elas po r meio da vibração
e
requerendo métodos que o provoquem po r meio de cisalhamento.
No que tange à influência da compactação no comportamento do so lo , é
necessário qu e se di ga qu e o modelo clássico proposto pelo Pr of . La m be
de
variacão estrutural do solo co m a umidade e energia de compactação são
de
vafüfude limitada qu an do se trata de solos lateríticos. Nesse ca so , pe
rd e
relevância a orientação de partículas e ga nh a importância a qu eb ra de agrega
dos
e mi croagregados .

17.6 Expansão, colapso e adensamento dos solos

Enqu anto a expa nsib ili da de e a colapsibilidade do solo es tã o diretamen


~e
ligadas ao nível de in tem pe riz aç ão pe lo qu al el e pa ss ou , o ad en sa m en to se as
so ci a
à origem e à hi stó ria de te ns ões do m ac iç o. O ensaio mais co m um en te ut ili za do
para avaliar os três com po rta m en tos é o oe do m ét ric o, em bo ra o en s~ o ~i.axial
também se ja ut ili za do em ca so s es pe cí fic os , co m o o qu e re qu er tra Je to
na de
tensões diferente da co rre sp on de nt e a ko-
0 en sa io de ad en sa m en to pr op ria m en te di to é re al iz ad o ut ili za nd o- se
o
oedômetro. N o B- asil O ensa io de ad en sa m en to co nv en ci on al en co nt
ra -s e
normatizado na • 12007 (A BN T, 1990).
tras téc · d nsaio pouco usuais no Brasil: o ensaio de
~ defoou-ª~;i rucastroel eda e o ensaio de adensamento ao gradient~
a .....~o con ª .
ado. O ensaio de adensamento propnamente_ to ,
di é realizado ob·e ·
~ tivando
'\:
ai>btetlçio do coeficiente de adensamento, da tensao de pre-adensamento e dos
lndices de compressão e recompressão. . ressão e = (Tu 2
O coeficiente de adensamento do solo é obbdo da exp v -~-'d )/t,
onde T é o fator tempo, Hd é a espessura da camada dren~cla e t O t~mpo P~a o
qual se obteve o fator tempo. Esse coeficiente pode ser obhd0 ª pamr do metodo
de 'Iàylor ou a partir do método de Casagrande utilizando-se ª curva 1:_mpo
recalque. No método de Taylor, o gráfico é traçado com O recalque em fu!lçao da
raiz quadrada do tempo, e considera-se no cálculo de Cv O fator tempo obtid,o Para
90% de grau de adensamento (T=0,848). No método de Cas~~de, 0 gr~co é
traçado com o recalque em função do tempo em escala logantrmca, e considera-
se no cálculo de Cv o fator tempo obtido para 50~ de_ grau de adensamento
(T=0,197). Esse coeficiente é utilizado na detenmnaçao do tempo em que
ocorrerá um determinado recalque. . . .
Com relação à tensão de pré-adensamento (ap'), a norma ~~ilerra ad?ta dois
métodos: o de Casagrande e o de Pacheco Silva. ~bos utilizam o ?"áfico ?e
índice de vazios em função do logaritmo da tensão aplicad~. Es~a te~s~o pefIDI!e
definir se o solo encontra-se no estado subadensado (aº >aP , a o e a tensao
efetiva de campo), normalmente adensado (a0 '=a/) ou pré-adensado ~ao'<a/).
Na determinação dos índices de compressão (CJ e de re-com~ressao (Cr) do
solo, utiliza-se o gráfico do índice de vazios em função do logantmo da tensão
aplicada. Os índices de compressão e re-compressã o são obtidos,
respectivamente, para o trecho linear após a pressão de pré-adensamento (trecho
virgem da curva) e para o trecho que a antecede. Os índices são fornecidos pela
relação entre a variação do índice de vazios pela variação do logaritmo das
tensões que o gerou (Cc;Cr=.de/.dloga'). Para evitar o efeito do amolgamento
provocado pelo processo de amostragem, é comum ainda determinar-se o pré-
adensamento no trecho de descarga-recarga efetuado a partir de um determinado
nível de tensão no trecho virgem. Esses índices são utilizados na determinação do
recalque que ocorrerá em função de uma dada sobrecarga imposta ao maciço.
1
Tanto a expansibilidade como a colapsibilidade do solo podem ser avaliados a
i --
partir de ensaios duplo-oedom étrico ou a partir de ensaios oedométricos , nos
quais se efetua a saturação do solo sob uma determinada tensão e mede-se a
expansão ou colapso que o solo sofre. A Figura 11 apresenta os modelos de
ensaios º~~~métricos comumente realizados no estudo da expansibilida de (a) e
da c0Iaps1b1bdade (b). No estudo da expansibilida de, o ensaio pode ser efetuado
de três modos. O primeiro modo consiste em saturar o solo em uma tensão
pequena (no caso 2 kPa) e prosseguir a partir da saturação con1 o ensaio de
adensamento convencional . Um outro ensaio de adensamento é realizado sobre
amostra na umidade natural. Nesse caso, a expansão é dada pela <lifer ça entre
ª.c~a de adensament~ obtida para o solo saturado e a obtida para solo na
Uffildade natural. A tensao de ,e xpansão pode ser definida por dois critt s, como
rensão correspondente ao índice d~ vazios inicial na curva de adensàn:1êiltó
8
obtida para a amostra saturada, ou amda, como correspondente ao cruz.amento
das duas _curvas, amos~ satura~ e amostra natural, evidentemente obtendo-se
aJores diferentes nos dois proced1D1entos. O segundo modo consiste em faz.er a
:awração do so!o e, ao mesmo tempo, ~menta r a tensão aplicada de modo a
evitar a exp~sa o, o que fome~e a ~nsao de expansão do solo. A tensão de
expansão ~b~~a por es~a técru~a nao. é necessariamente igual à obtida pelo
rimeiro cnteno da técnica antenor , pois as trajetóri as de tensões termina m não
p o .
sendo exatamente as m~smas. t:rcerro m~o consiste em fazer a saturação do
solo para uma determm ada tensao e medir a expansão ou eventualmente
colapso. Tem-se, ~esse ~aso, a expansão ou o eventual colapso que ocorrerá sob 0
determinada tensao aplicad~. Cab~ lembrar, conforme mostrado na Figura 11,
que, dependendo da ,tensao aplicada, um solo expansivo pode apresentar
comportamento colap_s1 ~~l. .
o estudo da c0Iaps1b1hdade no ensruo oedométrico pode ser efetuado segundo
adora dois duas técnicas (Figura 11 b): 1) fazendo-se o ensaio de adensamento sobre amostra
gtáfico de na umidade natural e sobre amostra saturada para baixa tensão (no caso 2 kPa), o
pel'lllite que consiste na técnica chamad a de duplo-oedométrica; 2) fazendo-se a saturação
a tellSão do solo sob uma determi nada tensão, geralmente a que atuará no campo
'
º <cr ') multiplicada por um determi nado coeficiente de segurança, e medindo-se o
o (½/<b recalque sofrido. No primeir o caso, o colapso corresponde à diferença entre as
tensão duas curvas e pode ser obtido para qualque r tensão contida no intervalo de
obtidos tensões usado no ensaio. Já no segundo , obtém-se o colapso apenas para a tensão
de saturação. Aparen temente , a primeir a técnica é melhor, pois cobre os
(trecho' diferentes níveis de tensão. No entanto , os resultados oriundos das duas técnicas
dos pela de ensaio usadas sofrem os efeitos das trajetórias de tensão que deixam de ser as
o das mesmas devido às variaçõ es de sucção impostas em momen tos distinto s. Logo,
não é possível a priori definir uma técnica corno melhor, pois enqu~t o a p:":1eir a 1
é de utilização mais ampla, a segund a aparentemente oferece mruor prec1sao na
avaliação do colapso . 11
1'
TensãoApicada (l<Pa) TensooAplcooa (kPa) 1'
10 100 1(XX} 1 10 100 1(XX} \
1,1 - 1 - - - - - - 1 - - - - - - + - - - - - i 1,6
s, nos
e-se a
1 ..J...-- t-___: :::;~d- ----t--- ---,
1,4 \
"' 0,9 +--t-- --1--::a.._: - - - - + - - - - - , li) 1
.Q
•los de ~ 0,8 4----~ .::ljl: :::~~ ~-t--- -,
.Q 1,2
1
(a) e >
i 0,7 - 1 - - - - - 1 - - -----:ia ..k----~
J
Q) 1 1
wado ~ 0,6 - 1 - - - - - - - l - - - - +~ ~ --i
'O

ensão
'O ~ 0,8
..f 0,5 +--- --1-- ---+ --~~ -j .E
·0 de 0,4 - 1 - - - - - 1 - - - -- 1 - - - ~:-1 0,6
sobre 0,3 0,4
enue
0 na [;- Sob ~tural -.- Sob Saturado 2 kPa ;--- Sob Saturado 40 kPa lie ==-S<*>-~__ª__• _S<*>_Stt_lllÔ>_2_kP_a_ _ª _S<*>_s_alllÔ>_40_kP_a--'
11

om0 (a) {b)


Figura 11 - Modelos de ensaios de expansão e colapso.
(i') são ob tidos dividind o-se a var iação
io ( e:!)
como oc o1ap80
~ . . . ·a1 ( 0 ) .
""... frid (Â ) m' elice de vaz tos m1c 1 e ma is u""'
·••
cu.los: so a e pe1o tura1 mi n ral ó ·
gica, e 0
~) . A expansão pode ser tanto estrU como e
o é' fru to da me ta-estabi lidade estrU tural do sol o e, c~m o tal , po de ser
'OCSSJonado po r aum ento de tensão , aum ento de um ida de ou am da pe la var iação
das propriedades do fluido de sat ura ção (C AM AP ~ DE CA RV ~~ O: 200 4).
Tanto a exp ans ão com o o col aps o têm ref lex os drretos na resis enc ia e na
capacidade de suporte do solo.
17.7 Resistência do s solos
A resistência dos solos pode ser determinada tanto em !~ ora tór io como no
téc nic as de_ ens 31o mede apenas a
campo. No campo, a quase totalidade das
resistência ou cap aci dad e de sup orte glo bal do sol o, nao _ for nec end o de m~ do
direto os par âm etros de res istê ncia, coe são e âng ulo de atn to. Um a d_a s "ex ~eç oes
é o ens aio de pal het a (N BR 10 90 5, AB NT , 19 89 ) qu e me de a res iste nci a não
drenada de solos saturados não muito resistentes.
Os parâm etros de res istê nci a, coe são (c) e âng ulo de atrito ( <t>) va ria m com os
estado s de ade nsa me nto e sat ura ção do sol o e co m as con diç ões dre na da_ s ou não
drenadas em que os ens aio s são rea liz ado s. Em lab ora tór io, os ens a.J.os ma is
usados são o de cis alh am ent o direto e o tria xia l. O ens aio de co mp res são não
confinada é um cas o pa rtic ula r do ens aio tria xial e en con tra -se no rm ati zad o na
NB R 12 77 0 (A BN T, 1992).
O ensaio de cis alh am en to dir eto co nv en cio na l é qu ase sem pre rea liz ado em
condições drenada s, po de nd o o sol o ser sat ura do ou nã o. Ne le, o co rpo -de -pr ova
é submetido a uma ten são de co nfi na me nto ver tic al (cr v), e o sol o é cis alh ad o no
pla no horizon tal , po ssi bil ita nd o a de fin içã o da ten são cis alh an te de rup tur a.
Quando a cu rva de ten são cis alh an te ve rsu s de slo cam en to de cis alh am en to não
apresenta pic o, ad ota -se co mo cri tér io de rup tur a um a de ter mi na da tax a de
deslocamento horiz on tal , fre qu en tem en te 3% a 4% . Plo tan do -se os res ult ad os de
tensão cisalhante de rup tur a ob tid os pa ra pe lo me no s trê s nív eis de ten são ve rtic al
de confinamento , ob tém -se a en vo ltó ria de rup tur a. A inc lin açã o de ssa en vo ltó ria
é o ângulo de atrito, e su a int ers eçã o co m o eix o da s ten sõ es cis alh an tes de fin e a
coesão do sol o. Ca ma pu m de Ca rva lho e Gi tir an a Jr. (20 05 ) mo str ara m qu e a
de ten nin açã o dos pa râm etr os de res ist ên cia pa ra os sol os po ros os co lap sív eis em
condição nã o sat ura da pre cis a se r me lho r an ali sad a ne sse tip o de en sai o. T= e'
O ensaio tria xia l po de se r rea liz ad o em co nd içõ es dre na da s e nã o dre na da s com
o corpo-de -pr ov a em est ad o sat ura do ou nã o sat ura do . O en sai o co ns ist e em se • expre
~olo~ar um co rpo -de -pr ov a cil índ ric o co m rel aç ão alt ura /di âm etr o igu al a do is no
te sob re a
e~. a
mt en or de um a cé lul a, en tre du as pe dra s po ros as. e o co nju nto ass en
lio ad a~ sis tem a
para
base da cé lul a triaxial. As du as pe dr as po ros as en co ntr am -se 10
um a me mb ran a e m
0
lák · ·. cé lul a é 1Cial(o -
de dre na ge m. O co nju nto é rec ob ert o co mo
f~chada e p~ een ch ida ~o m ág ua , po de nd o se r da do iní cio ao en sai o po de ser \laltir
na o co ns oli da do - na o dre na do (U U) , co ns oli da do - nã o dre m: (C U) e ~ nto
consolidado - drenado (CJ?). ~s ensaios convencionais adotam como condi - ae
confiname~to e de consoli~açao um es~~ de tensão isotró ico. çao
No ensam UU convenc1onal em condiçoes saturadas mp té dre
1• _ , an m-seala d nagem
1&echada, ap 1ca-se uma tensao confinante e após um curto · te
' • à J'12 - d - • ' lfl fV O e tempo
necessári~ e~ua . ª.çao as tensoes m~mas, submete-se o solo ao aumento da
tensão ~xial ate atmgir a ruptura ...~ ensruo é repetido para pelo menos três níveis
de tensao confinante e a envoltóna de ruptura é obtida de um gráfi d
0 ' l d Mhr O · d coonese
traçam ~ Clf~U os e o~mn os dos resultados dos ensaios. Essa envoltória
tem incl~naçao nu~a, ~ sua mtersecção com o eixo das ordenadas define a
resistência ou coesao nao drenada do solo.
O ensai~ CU distingue-s~ do ensaio UU por permitir a consolidação do solo
sob a tensao confinante aplicada, mantendo-se, porém, a drenagem fechada na
fase de ruptura. Ca~~ se meça a pressão neutra durante a ruptura, podem ser
obtidas duas envoltonas, uma em termos de tensões efetivas a outra em termos
de tensões totais. No primeiro caso, obtém-se a coesão e o ângulo de atrito efetivo
(e' e<!>') e, no segundo, os parâmetros totais (cu e <l>u). As tensões efetivas o-' ti.
são obtidas deduzindo-se das tensões totais o- 1,3 a pressão neutra (u), ou seja,
cr'=cr-u.
No ensaio CD, tanto na fase de consolidação como na de ruptura, a drenagem
é mantida aberta, propiciando-se , assim, a obtenção dos parâmetros efetivos (c' e
<I> ') a partir da envoltória de ruptura.
Desses ensaios talvez o mais versátil seja o ensaio CU com medida de pressão
·zado ell) neutra, pois, além de fornecer os parâmetros de resistência efetivos e totais,
possibilita a obtenção da coesão não drenada correspondente ao ensaio UU para
-de-prova os índices de vazios oriundos de cada tensão confinante.
alhado no A resistência ao cisalhamento dos solos saturados é definida em termos de
e ruptura. tensões totais ('Tu) e efetivas (7) pelas Equações 1 e 2 respectivamen te:
ento não
taxa de (Equação 1)
ltados de '
o vertical
tnvoltória 'T =e' + a 'tg<p' (Equação 2)
defme a Para os solos não saturados, a expressão mais usual é a fornecida por Fredlund et
al. (1978):

(Equação 3)
as com
ern se Nessa expressão (ua-uw) corresponde à su~ç~o matrici:1, sendo ua .ª pressão na
doisno fase ar e u a pressão na fase água; c' e <p sao os parametros efetivos do so~o
.
obtidos w a condição
para . saturada e cpbo angulo
" de atnto
· em re1açao - à sucçao
obre a
jstern~ matricial (a -uª) mantendo-se constante. Camapum de C~alho (19~5! fD:OS tra
éJulae que, a partir de I m determinado valor de sucção matnc:al, a res1stencia ao
de ser cisalhamento dei;.a de aumentar com o crescimento da sucçao.
ú) e ,
s,
tJf'.l.l
te, e
.. determinada de modo direto tanto em l'ºt,
~tmeab1hdade do solo pode ser . métodos diretos geralm 1J s«
· o o o Em Iaboratóno, os constante usado paras0 1 ente o .
ah oratóno com n . camp · ..
NBR
permeab1hdade a carg~ de permeabilidad
aélotados são o ensaio de ABNT 95) e ensaio
..
e a
os
carga ª"a,11
19 O
granuJares ( 13292 - • 5 ABNT 2000) itflS
1454 ·a~do a ~rmeabil ·
variável usado para os solos finos (~R - b~ra.
A literatura apresenta com freqüência tabelas assoei , 11. d P idade
à textura do solo. Tais associações não são muitas vezes ~a as pa~a os solos \tfld
jO tO
tropicais profundamente intemperizados, devido ao esbt~li~ 1regal ? em que oa.fl
se encontram as suas partículas. Nesses casos a permea i ª e rea e Superior :gCl tire
a estimada por associação com a textura do solo. ªº
dO sO1
br
e,S 0
17.9 O solo na construção civil como fundação, corte e aterro
al de
Dois são os aspectos básicos que o engenheiro deve avaliar na m~?r.ia dos quan
projetos geotécnicos: a deformabilida de (módulo, ~ompress1b1hdade, til deSS
utti
expansão, colapso) e a resistência. Deseja-se que o solo 1:ªº apresente ,r~ptura f,sse s
e que sofra o mínimo possível de recalque ou expan~ao. E. necessan?, no . dO co
entanto, que se tenha em mente que, por vezes, o maten~l ~~1s deformavel é do ,
o melhor para uma determinada situação, o que não s1gmf1c~ _que ,,ele terá ~Qllanto a
necessariamente uma menor resistência final. Um exemplo típico e aquele Se atre
(le16
que se refere à construção de um aterro rodoviário de grande altura (20 ma d(eOagetn.
30 m). Se a fundação desse aterro for um solo compressível , um material tnestnº etn
muito rígido é indesejável para compor o maciço e, principalmen te, a sua condições
crista sob pena de apresentar problemas de trinca. A situação se altera quando projeto geo
a fundação é em rocha; nesse caso, o problema desaparece. ou no cent
Quanto à resistência do solo, faz-se necessário atentar-se para algumas
situações,
peculiaridade s de pouco destaque na literatura clássica. No horizonte
saprolítico, é necessária atenção especial para a anisotropia e presença de
mineralógi
planos preferenciais de ruptura. Já no horizonte laterítico , recomenda-se fluxo nat
muita atenção para os parâmetros de resistência ao cisalhamento obtidos para enquanto
os solos porosos não saturados, principalmen te quando do uso do ensaio de \ixiviaçõe
cisalhamento direto. Nesse ensaio sobre o solo não saturado os valores de i\u tra, p
ângulo de atrito são irreais e muito elevados , conforme mostrado por ,egundo
Camapum de Carvalho e Gitirana (2005). Nesse caso, o melhor é analisar o ~ertical),
comportamen to do solo fazendo-se uso do ensaio triaxial; na falta desse, horizonta
d~ve-se adotar o ângulo de atrito obtido para o solo saturado nos ensaios de foi feito
c1salhamento ,,d_ireto. O efeito da não saturação será levado em consideração possível
9uand~ da a,,na_hse da coesão, por meio do acréscimo da coesão tot al associado coino d
a sucyao matnca (ua-uw, onde ua é a pressão na fase ar e uw é .., pressão na 'entua·
fase agua2, uma vez que a coesão total corresponde à soma da coesm) efetiva a~ eg
e da coesao aparente.
ê
ocm
se pretenifero
necessário ~v:
embora mwtas e
em uma barragem ~ ~_.:;>?c.:c,'0,....·"'~
sempre voltada p a r a a neeess ali]
todo, enquanto e m uma rodoVÍ&fO e
se implantarem sistemas d e dren,a:-
suporte do solo, evitando-se a prese g1 ~ !N '!"n
nçãid
Para as obras de engenharia, é imp
material de fundação não só qua o rta nf c..,,,
il,._]"t!i.i'u"t'!,'...'~ !"'!Y,~
também quanto ao comportamento n to ~ p e ~ a l j !_,,·~ ~ ~
mecânico, sendo qu1 a
cada um desses aspectos e s t á atrela
da às características
obra. Esse subitem abordará breve
estudo do comportamento do mater m e n te p e c u li aridade~ !Ünp
ial de fundação.
Quanto à permeabilidade e ao flux
deve se atrelar à avaliação do per o , a a n á li s e d o material d e fünàaç
fil d e intemperismo e à s c o n d i ç ã e
drenagem. Fundamentar-se puram ct
ente n a classificação dos s o l o s
mesmo em determinados ensaios ou
é prescindir d a engenharia. Ava
condições d e drenagem natural é liar a s
fundamental p a r a a b o a definição
projeto geotécnico. A intemperizaç do
ão d e u m maciço j u n t o a u m a e n c
ou no centro de um p l a t ô , embo osta
ra possa propiciar a o s o l o , n a s
situações, apresentarem as mesm duas
as propriedades f í s i c a s , química
mineralógicas, não Jhe s c o n f e r e a s e
mesma estrutura. N o primeiro c a
fluxo natura] q u e o c o r r e u ao lo so, o
ngo dos s é c u l o s é h o r i z o n t a l i z
enquanto no s e g u n d o c a s o e l e foi ado,
predominantemente v e r t i c a l , i n d u
lixiviações e a l t e r a ç õ e s e m plano zindo
s distintos nos dois c a s o s . A F i g
ilustra, para um p e r f i l d e solo f ura 12
ormado e m c o n d i ç õ e s s e m e l h a n
segundo c a s o , a d i f e r e n ç a e n t r e a tes ao
permeabilidade global (horizonta
vertical), r e a l i z a d a s e m o i s o l a m l mais
ento do fundo do furo a t r a d o
horizontal , o b t i d a i s o l a n d o - s e o f u , e a
n d o do furo c o m b e n t o n i t a . E s s e
foi feito o b j e t i v a n d o a i m p l a n t estudç
ação de trincheiras de infiltra
pos síveJ ob se r var-se d e s s e s r e s u l t ção. E
ados q u e desprezar a infiltração v
como de c o s t u m e é um e r r o . O ertical
engenheiro deve buscar solução
eventuai s p r o b J e m a \ c o m o o d a c o para
lmatação da base da trincheira, d
a assegurar a~ mcf hrJrcs c o n d i ç õ e e modo
s de infiltração.
k(nvnlh)
2,5 3,0
2,0
1,5

r-~- cÍBETC>NrTA i

3,0
l.::!-:-_SJ BETONrTA ·

3,5 L - - - - - - - - - - - - - - - - - -
figura 12 - Resultados obtidos para um perfil de solo laterítico.

Um outro aspecto referente à permeabilidade e ao fluxo que requer ª ~t~nção


do engenheiro diz respeito à busca de correlação entre textura e permeab~dade.
Nos solos tropicais, dois aspectos conduzem à não recom~~daçao dess~ tipo de
associação direta: a agregação que marca os solos latentJ.cos, conf~nndo-lhes
permeabilidade de areia apesar de,. t~xt~r ~ente, . s:rem muit~s vezes
classificados como argila ou silte, e a distnbmçao estratJ.gráfi~~ de muitos_ solos
residuais jovens, estabelecendo anisotropia de permea?ilidade e direção
preferencial de fluxo. Vários problemas de perda de_ capacida~e de ~uporte do
solo de fundação em cortes rodoviários se assoei ~ à unplantaç~~ de sistemas de
drenagem inapropriados. Em saprólitos com veios preferenciais .de. fluxo, os
drenos longitudinais são quase sempre fadados ao insucesso, sendo mdispensável
a implantação de tapetes ou colchões drenantes.
Portanto, o projeto de engenharia tem de levar em conta essas diferentes
situações sob pena de cometer erros grosseiros, e os ensaios de laboratório
realizados sobre amostras indeformadas devem buscar condições e direção de
fluxo semelhantes à situação de campo. O engenheiro deve ser antes de tudo um
observador da física do problema. No estudo da permeabilidade e fluxo, faz-se
necessário avaliar o comportamento, considerando-se o maciço em relação à
obra, os aspectos hidrológicos e hidra-geológicos.
No que se refere ao comportamento mecânico, as preocu pações situam-se no
campo da capacidade de suporte propriamente dita, na expansibilidade e na
compressibilidade ou colapsibilidade do solo.
A capacidade de suporte e a compressibilidade são tratadas de modo bastante
completo na mecânica dos solos clássica e constit uem temas que podem ser
encontrados fartam ente nos livros existen tes no merca do. Todav ia a
expansib~dade e a ~olapsibilidade, embor a responsáveis por vários problema~ de
~ngenhana no _Brasil, _são temas que se restringem a artigos em oeriódicos e
_ongressos, a dissertaçoes de mestrado e teses de doutor ado e a pot a\ linhas nos
livros texto.
A expansibilidade e a colapsibilidade dos solos natura is se as am via de
regra ao peiftl de intemperismo. A expans ão caracte riza os so1· lis jovens
enquanto o colapso é_característica dos solos ~~~~·~n
processo de formaçao ~os solos em clima:: trôpiêà.I, PS nnneiiiB
existent~s n~ rocha, ~l ll ta s vezes, como é O caso do f e l ~ ~
argil_o1?.1nerats expans1vo.sd. Estes, por sua vez, evoluem pa ra m-m
caulimticos qu~, em s e ~ ª:evoll!_em para os oxi-hidróxidos de08a i ln -m :~..
~ ~
caminhar .da mtempei:i~aça~, vao ocorrendo lixiviações e
pedogenéttcas ,que propiciam as camadas de solo mais superficiais um
.;::10. -
or m aç
oros a co la ps1vel. Com base no exposto, não é difícil pe be
a oe s
P · ·1· d d es tm tm a
l
expansib1 1 a e como a co aps1ºbilº1dade estão associadas a rccaeract r eó
qusteictaasnto a
poden:i se fazer prerntesdem um melsmo perfil de solo tropical. Assim
rodovia, por exemp o, po em-se t:r ado a lado problemas de colapso , em :
em aterro e problemas de expansao nos trechos de corte. no s tre ch os
A exp~nsão é um fenôm_eno que pode estar associad
o às características
estruturai~ da ro ch a m ae , :x pa ~ sã o ~s!rutural, ou à co
mineralógica do ~olo, expansao mmeralog1ca. Em ambos os m po si çã o
casos 0
fenômeno é funçao da alteração do equilíbrio energético do
exemplo, ao se promover o corte de um maciço, tem-se a expa so lo . P or
nsão devida
ao alívio ~e tensões. Esse proce~so; apesar de aparentemente se
completar
em curto mtervalo ?e t~mpo, na..?. e o que ocorre, pois, ao ex
restabelecer o eq ui lí bn o energet1co, o solo coloca a água pa nd ir , pa ra
sob tensão
negativa, fazendo co m que o processo se interrompa. Com
o passar do
tempo e a alimentação do maciço por fluxo de umidade, a
expansão é
retomada propiciando a qu ed a da capacidade de suporte do so
lo. Esse é um
dos principais problemas de deterioração da estrutura de pa
vimentos em
trechos de corte.
Enquanto a ex pa ns ão dos solos naturais é um fenômeno qu
e pode se r
tanto estrutural co m o mineralógico, o colapso es tá quase sem
pre associado
à meta-estabilidade es tr ut ur al do solo. Associar de modo ge
neralizado o
colapso à variação de um id ad e constitui um erro de avaliaçã
o do qu e se ja
efetivamente o fe nô m en o. O co la ps o, co m o a ex pa ns ão ,
é fruto de um
desequilíbrio en er gé ti co . Q ua nd o se ca rr eg a u m m ac iç o de so
lo co la ps ív el ,
ocorre co la ps o po r au m en to das tensões ex te rn as . Q ua nd
o se va ri a a
umidade do so lo , di m in ue m -s e as te ns õe s re si st en
te s in te rn as
(sucção/capilaridade), po de nd o pr ov oc ar o co la ps o. A o se vi
br ar o m ac iç o,
a energia im po st a pr om ov e a ru pt ur a de ví nc ul os ex is te nt es no
so lo , fa ze nd o
surgir o co la ps o. A si m pl es al te ra çã o d a qu al id ad e do fl ui do
de sa tu ra çã o é
susceptível de ge ra r o de se qu il íb ri o es tr ut ur al do so lo po r m
ei o da al te ra çã o
das forças de at ra çã o e re pu ls ão . N es sa si tu aç ão , al gu ns
ci m en to s po de m
também se r qu im ic am en te at ac ad os , o qu e fo ge à qu es tã o
en er gé ti ca . E ss e
tipo de p ro b le m a fo i co n st at ad o em u m a co ns ul
to ri a re al iz ad a
conjuntamente co m o sa ud os o P ro fe ss or Jo sé H en ri qu e F ei
to sa P er ei ra , p ar a
resolver pr ob le m as d e re ca lq ue qu e su rg ir am em u m ed if
íc io an ti go lo go
apó~ a co ns tr uç ão d e u m vi ad ut o na s pr ox im id ad es . _D
etermipaçõ~s, ~ e
perfis de um id aj ~ e d e p H a p ar ti r d a re de d e es go to d a ci da
de at e o ed1f1c10
midade não variar muito, o pH er
~se que, apesar deª u área não afetada. Os recalqueª
a area pro~lema que emento registrado na rede de esgotos
i'blnto, ser associados ao vaz~s reforçadas e o problema sanado·
~esgoto foi reparada, as fu ndaço~o um fenômeno rápido. Porém'
guns autores colocam o ~?la~so c~ utural do solo e do modo como el~
)110 ele é fruto da meta-~stab1hda e es; ode ser lento. .
:°rompida, é fácil conclmr que o colarrs :ostra que o entendimento da
0 exemplo apresentado a segu d r tão-somente ao recalque que ele
colapsibilidade do solo não pode se .~re; eA curva característica de retenção
sofre com o aumento do_teor de unu ~s e;olos lateríticos, é típica dos solos
de água, mostr,3d~ na F1~ur~ 9 P~ª al e ajudará no entendimento do que se
porosos colaps1ve1s do D1~tnto Fe er a amostra coletada em pleno período
pretende esclarecer. Considere-se um tura ão igual a 70%. Essa amostra
chuvoso e que apresente g_rau de sa ç'xima da coesão efetiva do solo
apresenta inicialm~nte ~ucçao pequ:::t's~~o saturado não sofrerá colapso.
saturado. Nessa situaçao, 0 sol~ t d no mesmo ponto em pleno período
Suponha-se agora umadamostra ~o es!t!ação igual a 40%. Essa amostra
de seca e apresentan ° grau e - ovavelmente g ,
apresenta inicialmente elevada sucção e a saturaç~~~PQual deve se; e~~~ra
o seu colapso estrutural. Mas trata-se do mesm? s . ,, d O d h o,
a osição do engenheiro que estudou o maciço no peno e e uva e
daguele que o estudou do período de seca para f~zer a mesma obra co~ as
mesmas cargas? E se a obra for construída no penodo de seca ou no penado
de chuva, que importância terá? . .
Cabe aqui relatar o caso de uma cons~ltona_ conJunta _c~m o Professor
José Henrique Feitosa Pereira para dar onenta9?es ~o pr0Jet1sta quant? aos
riscos de implantação de várias lagoas de estab1hzaçao em uma determinada
área do Distrito Federal marcada pela presença de solos aparentement e
colapsíveis. Dada a topografia natural, as lagoa~ teriam à_ montante os
taludes em corte e à jusante em aterro. Foram sugendos e realizados ensaios
de granulometri a com e sem o uso de defloculante e ensaios de colapso do
tipo duplo-oedom étrico . Os ensaios foram distribuídos ao longo de duas
diagonais de modo a cobrir todo o terreno. Em uma parte da área estudada,
os solos apresentaram curvas granulométri cas com e sem defloculante que
se sobrepunham e, na outra parte, as curvas eram bastante distintas . Na área
em que as curvas granulométri cas com e sem o uso de defloc ulante se
sobrepuseram , o solo apresentou importante colapso por inundação . Já no
outro caso, o colapso foi desprezível. Como os aterros seriam construídos
e°; pleno período chuvoso, os consultores sugeriram maior precaução para
a ~rea em que a amos~ra não apresentou colapso por inundação com água,
pois, quando _do ench1me~to das lagoas com o esgoto, o colapso poderia
ocorrer. Seguiu-se essa onentação e não houve prob lema. Ob ,erv a-se que,
nesse caso_, o tratamento do problema seg undo a abordagem cl áss ica seria
fadada ao insucesso.
17.9.z O solo em co rte s

Cortar o maciço é ~g o freqüente na implantação de b , .,


orno subsolos de edifícios, rodovias e galerias de águo ras- de ~n ~e nh ~ tàis
eessas Obras sa- o os rruus
· va n·ados , ma as P 1UVI31S Os ns co s
s talvez O maior del . d · . _
n ráu·ca da enoenharia em su a esse"nM"" Prati es seJ a o e se ab nr ma o
da P ' e "'lia· car a engenhari é •
problema a lll!1ª solução engenhosa, de preferência simples. P ot ve !s ~:s~
estudos e projetos complexos, mas falta certa dose de engenh "d d ' -
- Co mo foi dºt o te · os1 a e
concepç~o. 1
an nonne~te, os engenheiros e geóloem go s
sua
de
encrenhana devem. antes de tudo. avaliar a física do local .
e, l · 0 ' 1d · · a geo1ogia a
geomorf? ogia_. ruve . e m~ m~ nz aç ão do perfil de solo a, ser cortado', a
hjdrolog1a. a hidrogeologia. a dtreçao do vento e da frente de insolação tipo de
vegetação e seu estado. etc. ' O

Há ce ~a de quatro anos. o muro lateral e o piso de acesso à garagem de uma


residência começou a apre~entar deformações e trincas. Olhando duas palmeiras
plantadas na c~ ça da , um a Junto ao lo c~ do pr?blema e a outra a cerca de quatro
metros. ~rceb1a-se claramente q~e a situada Junto ao problema apresentava-se
muito mrus fro_ndosa. A companhia responsável pelo fornecimento de água foi
chamada a ab m o local do problema e verificar o que se passava. A princípio
resistiram, mas._uma vez ~r to o local, verificou-se um importante vazamento na
rede de abast~cunento de ~aua. Encontrar a origem do problema foi um a pe na
para a palmerra que se saciava co m a farta água, mas coloca em destaque a
importância de o engenheiro e geólogo de engenharia serem constantes
o Pri observadores.
a quanto, A observação de todos esses fatores deve levar em conta a temporariedade ou
deternujJijfa não da obra, be m co mo o período em qu e será executada. Executar um corte em
período chuvoso ou de se ca sã o duas situações totalmente diversas, me sm o qu e
arentemenre
os parâmetros ge om ec ân ico s ten ha m sido detenninados pa ra a condição saturada.
ontanre Em período ch uv os o, ou tro s fatores. co mo fluxo e trincas no ma ciç o, po de m
dos ensaJOJ desencadear processos de ruptura.
colapso do Em obras rodoviárias. é muito co mu m a execução de taludes co m me sm a
go de duas inclinação nos do is lad os da via . independentemente da estratigrafia, da dir eç ão
a estudada do vento e do so l. Qu as e se mp re é, po r iss o, co mu m a pr es en ça de tal ud es
uJante que rompidos em ap en as um do s lad os em de ter mi na do tre ch o da s ro do via s. Ca be
as. Na área ressaltar qu e raros sã o os co rte s ro doviários qu e pa ssa m po r um es tud o ge oló gic o-
cuJante geotécnico co nf or me pe de a bo a técnica. Se gu em qu as e se mp re re co me nd aç õe s
ção. Já no gerais que se fu nd am en tam na expe riê nc ia. Qu an do se tra ta de so lo, o en ge nh eir o
onstruído que preza pe la en ge nh ar ia deve se co ns id er ar um e~erno ap~endiz. _Sua
uçãoJ1Bfa experiê nc ia é ce rta mente válida e útil. mas nã o po de po r s1 só de fir ur o pr oJ eto .
omágJJ · Isso é nega r a en ge nh ar ia e rec on he ce r-s e nã o pr ep ara do pa ra o ex er cíc io da
.
deria profis são. Nã o ex ist e um a ob ra ge ot éc ni ca ig ua l à ou tra .
o Po u ....
Para o es tu do de m ac ico s a se rem su bm eti do s a co rte , é fu nd am en tal pos1c1onar . .
a..seq
a amostra co let ad a em r~lac ão à ob ra e es ta em re laç ão à es tra tig raf ia, ao flu xo
sica sen natural, etc . Um .:-:1rte ef em ad o em m aciço pr of un da me nt e in tem pe riz ad o, so lo
_ no nível freático se este se ~zer presente
:,ug1u#Al- prever a equalizaçao mecânico. Em solos Jovens, pouc '
ti&ffi co.ülo êerta isotropia de,~omportarnen:~o atentar para a rocha de origem_:
mtemperlzados, solos saprolíticos, é neces ode eventualmente ser preferencial
sua estratigrafia, Neles, o fluxo, se pres~nte, 1:npiexos e caros. A presença d'
impondo sistemas de drenagem mru..~ co geralmente impõe anisotropia
estratigrafia em cam~das bem. de~m :rerencial de ruptura, o que condiciona
d:
comportamento mecânico com di~çao ~ ostos de um corte. Como se pode
tratamentos diferentes para os dms talu es ~~ões 1
de ensaio são, muitas vezes
deduzir, o modo de amo~~gem e ~ dco~ estabilidade da obra. A experiênci~
fundamentais para a defiruça<? apropna ~l ª de engenharia devem servir Para
e as observações do ~ngenhetr? e do geo ?;;ais para prescindir dos estudos
definir a metodologia apropnada, mas J
geotécnicos. . ncionais que devem ser observadas
A engenharia tem métodos ~ técnicas co:~~ constante do engenheiro sobre su~
mas, ao mesmo tempo, ela exige uma refie las não dizem tudo quando ocorre
oportunidade. Muitas vezes, só se perce.be que e dos taludes de uma escavação
um determinado acidente. Há q~ase d~is anosi ~ais rompeu-se. A escavação de
para implantação de um! galena de aguas P du 12 talude 2v: lh, nível d'águ
mais de 500 m de extensao apresentava altura e m, _ a
a aproximadamente 1O m de profundidade e reb~a~~ na ~scf
bombeamento situado no avanço da galeria. A galena Jª havias .
~~l: P
~:~~ por
a em
mais de 200 m sem qualquer problema. Parecia até que a re_ceita, ou melh?r, as
- · b N tanto ao sair do trecho linear
recomendaçoes de proJeto eram oas. o en '. 4 0 ,
passando por uma curva com deslocamento de aproxunad~e! 1te 5 , ocorreu a
0
ruptura do talude côncavo. A análise inicial do problema 1:fitng~va ,, ~onsultor,
pois, do ponto de vista das tensões, o talude ~onvexo sena _m~s ~ntlco q~~ o
côncavo. Foram feitas a determinação dos parametros de re~1st~nc1a e a análise
bidimensional da estabilidade dos taludes. Eles eram estáveis, apesar de os
coeficientes de segurança serem apenas ligeiramente superiores a um. Eram
incontestes, pois o talude havia se mantido estável no restante da escavação
realizada no trecho linear.
O consultor passou, então, a avaliar outros fatores , como insolação e direção
do vento, até que, ao avaliar a física do fluxo , encontrou a solução do problema.
No trecho convexo, a área de saída é maior que a de entrada, ocorrendo, no
entanto, o contrário na região côncava. Isso fez com que a água se acumulasse,
provocando a ruptura do talude. V árias outros casos semelhantes de ruptura de
talude foram a partir de então observados em escavações no D istrito Federal.
Constatou-se que todas ocorriam junto à curva, mas não exatame nte em seu
centro. Isso se deve ao fato de o maciço romper no ponto crítico entre a melhoria ~a et
da c?ndição de tensão e a piora da condição do fluxo . A ruptura do talude foi ~rara,
a~~sada. po~ Santos (2007) , considerando -se a influência d a ~ condições rmen
tndunens1onrus de tensões e fluxo . ada~
Es~~ caso real foi relatado para mostrar-se que a análise bidi1ne sional da oc
estabilidade de taludes não é eficiente para trechos curvos, pas ,do a ser
requerida a anáJise tridimensional. Veja que esse 6 um caso
engenhari~ n:ie.rece um tratamento de maior complexida de~~~ SOl:~dadede
da análise m1c1al do problema. sunp CI
f 7.9J O solo como aten-o

o solo é usado co~o at~rro ou re-aterro em diferentes ti s de


dificilmente o engenheiro vai passar sua vida profissional sem po .dadeobra, e
· d b Ih N ·
fazt'r esse tipo e tra a o., .º caso antenormente citado, apesarnecess1
a de tratar- d de
mtrl obra de saneamento bas1co para a qual a principal preocupaç- técse. e
t'r.l
•O
corte, o .
seu, re-atcrro teve de ser .
feito com os ao
cui'dados geoté' ruca
·
., ,. . . . . , geo crucos
nt'cc?ss,mos Pª! a evitar cl ruptura da galena e futuras subsidências.
A co~struçao de ~an: aterro requer conhecimento detalhado do material de
empré. timo. A cond1çoes de compactação do maciço dependem de fatores como
propriedades e comportamento do solo. finalidade da obra, características do
materi~ de fundaçã~ e características d?s. ~u_ipamentos disponíveis para
e-xecuta-Ia. Ne te tópico, como nos demais Ja vistos, faz-se necessária uma
ruptura com a_ mecânica dos solos clássica desenvolvida para países de clima
temperado. Nao se trata de abandonar os conhecimentos existentes, mas de
ampliá-lo , englobando os solos tropicais e os solos não saturados.
A discussão sobre as condições ideais de compactação do solo não deve se
ituar como tradicionalmente se faz fixando o grau de compactação em termos de
pe o específico aparente seco e uma faixa de umidade. esta geralmente em tomo
da ótima. A definição das condições ideais de compactação do solo deve gravitar
em tomo do comportamento do maciço ao longo do tempo. respeitando-se as
limitações impostas pelo material de fundação. Aliás. cabe aqui uma observação
interessante: enquanto o geólogo as ocia o comportamento do solo à sua origem
e formação, esta de caráter milenar. o engenheiro ciYil o vê quase sempre como
algo estático e o avalia considerando uma e cala de tempo em que llt é igual a
zero, ou seja, coleta a amostra e a en aia em laboratório ou faz um ensaio de
campo e está tudo definido. Lima (2003), ao e tudar maciços naturais junto a
o e direç,) voçorocas, constatou que, em curto inter\'alo de tempo (10, 15, 20 anos), os
prob maciços passavam por alteraçõe u ceptívei de instabilizar os taludes
rrendo. submetidos aos efeitos do fluxo tanto em meio saturado como em meio não
cumul saturado.
ruptura Dois aspectos merecem ser realçados quando da compactação do solo no
o Fede campo: como variará a umidade do solo ao longo do tempo e como variam suas
te ern propriedades e comportamento em relação ao material estudado em laboratório.
melhO Pes oa et aJ. (2005), ao estudarem solos provenientes da Região Amazônica,
talude! mostraram (Fig ura 13) que a curva de compactação do solo pode variar
0ndiÇ~ enonnemente ao se considerarem as condições de preparação de amostra
adotadas em 1abur1 tório em relação ao solo sem qualquer tratamento prévio tal
qual ocorre no e· ipo. Em situações como essa , como ~c~a o controle de
compactação no ·a ipo e os estudos efetuados em laboratono para conhecer o
lo? O ,recomendável é buscar-se estudar amostras que
de campo.
--.- compactação com secagem:J-2
~ compactação oatural:J-2

18,5

t 7,5

l 6,S I 6,5

1 s.s I 5,5
~
14.S
I 4,5
13,5 6 9 12 15 18 21 24 2 7
12 1S I8 21 24 2 7 3O
w(%)
w (%)
(b) J-2
(a) J-1

Figura 13 - Curvas de compactação de solos com e sem secagem e destorroarnento prévio


(PESSOA et ai. 2005).

17.1 OConsiderações finais


O conteúdo deste capítulo não teve a pretensão de cobrir ou revisar a
mecânica dos solos como um todo. Limitou-se a apresentar noções básicas e
algumas abordagens e tópicos relevantes para o engenheiro civil e para o
geólogo de engenharia. Mostrou-se a necessidade de se ampliar a literatura
clássica de modo a abranger de modo mais completo os solos tropicais e os
solos não saturados. Fica clara, em muitos casos, a impossibilidade de adoção
de soluções padrão em obras geotécnicas envolvendo os solos tropicais e os
solos não saturados, embora tal prática se mostre muito freqüente no momento
atual.

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