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ESTABILIDADE GLOBAL 9 Artigos

 (Exemplo) Como é calculado o coeficiente Gama-Z?


 Como avaliar a estabilidade global da estrutura?
 Como contraventar uma estrutura?
 Como é calculado o coeficiente Gama-Z?
 Como é calculado o coeficiente p-Delta?
 Como enrijecer uma estrutura deslocável?
 Efeito da escolha do modelo de análise na estabilidade global da estrutura
 Influência do travamento das vigas de baldrame em estruturas de concreto armado
 Multiplicador da rigidez axial para pilares

(Exemplo) Como é calculado o


coeficiente Gama-Z?
O coeficiente γz (Gama-Z) tem por principal objetivo classificar a estrutura quanto à
deslocabilidade dos nós, a fim de destacar o quão significativos são os esforços de 2ª
ordem globais para efeitos de cálculo. Para mais informações sobre o seu cálculo,
recomendamos a leitura do artigo Como é calculado o coeficiente Gama-Z?

A seguir, será mostrado um exemplo numérico do cálculo do coeficiente γz no Eberick,


no qual será utilizado um pórtico plano conforme figura abaixo. Para o pórtico foram
obtidos os seguintes deslocamentos horizontais com uma combinação de carregamentos
1.3G1 + 1.4G2 + 0.98Q + 1.4V1:
O item 15.7.3 da NBR6118:2014 permite, para a análise dos esforços globais de 2ª
ordem, em estruturas reticuladas com no mínimo quatro andares, considerar a não-
linearidade física de maneira aproximada, tomando-se como rigidez dos elementos
estruturais os valores seguintes:

No Eberick, a não-linearidade física de cada elemento estrutural pode ser editada no


menu “Configurações - Análise”. Sabendo os valores das força de vento majoradas e
considerando a altura de todos os pavimentos do pórtico igual a 3 metros pode-se obter
o momento de tombamento, que é a soma do produto das cargas horizontais pela sua
altura de aplicação:

A força vertical por pavimento neste exemplo é 30.0tf (3.750tf/m * 8m). Com a força
vertical por pavimento é possível obter a soma dos produtos das cargas verticais pelos
seus deslocamentos horizontais:

Por fim, o coeficiente γz é calculado por:

No exemplo, o valor de γz ficou abaixo do limite máximo para a dispensa da verificação


mais precisa dos efeitos de 2ª ordem (γz < 1.10). Para mais informações sobre outras
maneiras de se avaliar a estabilidade global da estrutura, recomendamos a leitura do
artigo Como avaliar a estabilidade global da estrutura?

Como avaliar a estabilidade global da


estrutura?
No Eberick, a estabilidade global da estrutura pode ser avaliada de maneiras diversas, a
depender do tipo de informação que o usuário deseja obter. Esta avaliação é importante
pois permite que o usuário tome medidas direcionadas para melhorar a performance da
estrutura neste quesito, conforme expõe o artigo Como enrijecer uma estrutura
deslocável?. O item 15.4.2 da NBR 6118:2014 permite classificar as estruturas da
seguinte maneira:

 Estruturas de nós fixos - γz ≤ 1.1: os efeitos globais de 2ª ordem são


desprezíveis e podem ser desconsiderados (inferiores a 10% dos respectivos
esforços de 1ª ordem). Nessas estruturas, permite-se considerar apenas os efeitos
locais de 2ª ordem;
 Estruturas de nós móveis - γz >1.1: os efeitos globais de 2ª ordem são
importantes (superiores a 10% dos respectivos esforços de 1ª ordem). Nessas
estruturas, deve-se obrigatoriamente considerar tanto os esforços de 2ª ordem
globais como os locais.

Coeficiente γz

Assim, a NBR 6118:2014 apresenta dois critérios para que se classifique a estrutura
quanto a deslocabilidade de seus nós: o Parâmetro α (item 15.5.2) e o coeficiente γz, que
é apresentado no item 15.5.3. O parâmetro α, em teoria, somente poderia ser adotado em
estruturas reticuladas simétricas. Como é comum que estruturas sejam assimétricas
(tanto geometricamente como na questão relacionada à vinculação entre elementos ou
carregamentos aplicados na estrutura), na maioria dos casos este parâmetro não é
adequado para analisar os efeitos de segunda ordem global em estruturas. No que diz
respeito ao coeficiente γz, seu uso é indicado para edificação de mais de quatro
pavimentos, seguindo o processo exposto no artigo Como é calculado o coeficiente
Gama-Z?

Coeficiente pΔ

Tendo determinado o valor do γz da estrutura, esta pode ser considerada como de nós
móveis. Conforme FRANCO (1985), no caso de uma estrutura de nós móveis, é
necessária uma análise de todo o conjunto, que leve em conta tanto a não-linearidade
geométrica quanto física. Não se pode, em princípio, considerar cada pilar
isoladamente, como no caso das estruturas de nós fixos; no entanto, é possível, para
estruturas regulares e dentro de certos limites, a adoção de métodos aproximados (como
o Processo P-Delta) que permitam esse tipo de consideração. No Eberick é possível
calcular os efeitos de 2ª ordem em estruturas através do processo P-Delta. Por sua vez,
este pode ser habilitado ou desabilitado através do menu Configurações- Análise -
Utilizar o processo P-Delta. Para mais informações sobre como este cálculo é realizado
no Eberick, recomendamos a leitura do artigo Como é calculado o coeficiente p-Delta?

Análise visual

É importante destacar que, além desses indicadores, há ainda outras maneiras para
averiguar a performance do edifício nesse quesito. Estas, apesar de indiretas, podem
fornecer uma visualização gráfica mais apurada, auxiliando o projetista a identificar
pontos críticos e determinar alterações voltadas a esses pontos. Para efetuar a análise
global da estrutura de um edifício, pode-se avaliar os seguintes parâmetros.
 Verificação visual da deformação da estrutura: a deformada da estrutura
pode ser visualizada através do Pórtico Unifilar 3D, acessível em "Estrutura -
Pórtico", no item "Elástico-Deslocamentos". Essa ferramenta possibilita
visualizar comportamento geral da estrutura e identificar os elementos que
estejam com maiores deslocamentos. No caso abaixo, por exemplo, pode ser
necessário enrijecer a região da torre da caixa d'água.

 Verificação dos deslocamentos dos pilares do topo da estrutura: os


deslocamentos dos pilares no topo da estrutura podem ser acessados da janela de
dimensionamento dos pilares do último pavimento, no menu Pilares -
Deslocamentos. Com essa ferramenta, será possível obter informações para a
escolha da melhor posição para se atribuir maior rigidez à estrutura, caso
necessário.

Como contraventar uma estrutura?


Quando são analisados edifícios esbeltos, a preocupação inicial na definição da estrutura
é garantir a estabilidade global do conjunto, sem afetar consideravelmente o
dimensionamento e o custo final do projeto. Para isso, a concepção estrutural deve
prever um sistema de contraventamento adequado que permita reunir essas
características.

Num contexto geral, existem várias soluções possíveis para a concepção de sistemas de
contraventamento que podem ser constituídas de pórticos formados por pilares e vigas,
pilares-parede, enrijecedores inclinados formando treliças, núcleos rígidos formados
pela associação de pilares-parede ou ainda a utilização de sistemas tubulares, formados
pela associação de elementos rígidos no contorno das fachadas. A adoção por um ou
mais desses sistemas em edifícios depende essencialmente do formato e da altura da
edificação.

Dentre os sistemas comumente utilizados em edifícios convencionais, com até 30


pavimentos, destaca-se a associação de vigas e pilares formando pórticos, que podem
estar associados ou não à utilização de pilares de grandes dimensões (pilares-parede).

Contraventamento por pórticos

O sistema de contraventamento a partir da formação de pórticos exige a análise


detalhada dos vínculos adotados nas ligações "Pilar-Viga". Para garantir a estabilidade
da estrutura por meio deste sistema, é imprescindível que os vínculos sejam
devidamente definidos, levando em consideração a necessidade de ligações rígidas ou
flexíveis específicas para cada caso, que garantam o adequado comportamento do
conjunto. Quando essa análise não é feita, ou simplesmente realizada de maneira
incorreta, a estabilidade global até pode ser alcançada, porém diante de um mal
dimensionamento da estrutura, o que pode tornar a solução inadequada ao projeto. Neste
sentido, o artigo Como enrijecer uma estrutura deslocável? fornece algumas medidas
para enrijecer a estrutura e atender a esses requisitos.
Para tomar estas medidas, é importante que os elementos de contraventamento estejam
bem definidos, de modo que as alterações sejam aplicadas sobre os pilares e vigas
corretos. Desta maneira, obtém-se um resultado mais satisfatório, sem a necessidade de
grandes alterações na seção dos elementos. Na planta de fôrma abaixo, por exemplo,
podemos destacar os pórticos formados pela concepção adotada:

Pilares de grandes dimensões

Já a adoção de um sistema de contraventamento a partir de pilares de grandes dimensões


- pilares-parede - normalmente resolve a maior parte dos problemas de estabilidade em
edifícios elevados. Contudo, dependendo de como é utilizado esse sistema no modelo,
pode ocorrer um superdimensionamento desses elementos e cargas exageradas nas
fundações, resultado esse que geralmente acaba por inviabilizar o projeto final.

Ao abrir mão de pórticos e utilizar pilares-parede, a rigidez aos esforços horizontais


normalmente fica concentrada nesses pilares, que atuam de modo mais isolado, fazendo
com que os momentos nas fundações sejam quase sempre maiores do que no modelo
anterior. Além do aumento do custo nas fundações, valores muito elevados de
momentos fletores podem até inviabilizar algumas alternativas de soluções para as
fundações.
Como é calculado o coeficiente Gama-Z?
O coeficiente γz (Gama-z) tem por principal objetivo classificar a estrutura quanto à
deslocabilidade dos nós, a fim de destacar o quão significativos são os esforços de 2ª
ordem globais para efeitos de cálculo. Para outras formas de verificar a estabilidade
global da edificação, recomendamos a leitura do artigo Como avaliar a estabilidade
global da estrutura?.

O coeficiente γz é determinado a partir dos resultados de uma análise linear de 1ª ordem,


para cada caso de carregamento considerado na estrutura (no Eberick, os casos de
carregamento são configurados no menu "Configurações - Ações"). Seu valor é
calculado e comparado com os valores limite a partir dos quais a estrutura deve ser
considerada como de nós móveis. Além disso, o coeficiente γz é obtido por meio de uma
análise elástica, considerando a não linearidade física dos elementos estruturais por
meio dos seus valores de rigidez, através da configuração dos valores de rigidez destes,
acessíveis no menu "Configurações – Análise".

O valor de Gama-Z é definido por:

onde:

 ΔMtot,d é a soma dos produtos de todas as forças verticais atuantes na estrutura,


com seus valores de cálculo, pelos deslocamentos horizontais de seus
respectivos pontos de aplicação, obtidos da análise de 1ª ordem.
 M1tot,d é o momento de tombamento, ou seja, a soma dos momentos de todas
as forças horizontais, com seus valores de cálculo, em relação à base da
estrutura;

A verificação do γz, segundo o item 15.5.3 da NBR 6118:2014, é válida para estruturas
reticuladas de no mínimo quatro andares. Assim, serão calculados valores de γz nos
eixos X e Y para cada combinação de cálculo definida. Destes, os máximos valores
encontrados serão adotados como valores críticos, determinando o valor final do γz.
Para um exemplo numérico de como é calculado esse coeficiente, recomendamos a
leitura do artigo (Exemplo) Como é calculado o coeficiente Gama-Z?

Uma vez que o valor de γz representa o próprio efeito de 2ª ordem, deve-se satisfazer à
condição γz ≤ 1.1 para considerar a estrutura como indeslocável (nós fixos). No Eberick,
o valor do coeficiente gama-z poderá ser verificado no relatório gerado através do menu
"Estrutura – Relatórios - Estabilidade Global".

Como é calculado o coeficiente p-Delta?


O coeficiente pΔ (p-Delta) é uma maneira de avaliar a influência dos esforços de
segunda ordem em relação aos de primeira. Este coeficiente é utilizado sobretudo para
estruturas de nós móveis, cujo coeficiente γz ultrapassou o valor de 1.10. Nestes casos,
os efeitos de segunda ordem são relevantes para o cálculo da estrutura, devendo ser
levados em consideração no dimensionamento dos elementos. Para mais informações
sobre como averiguar o desempenho da estrutura neste quesito, recomendamos a leitura
do artigo Como avaliar a estabilidade global da estrutura?

O processo pΔ pode ser habilitado no Eberick por meio do menu "Configurações -


Análise", habilitando a opção "Utilizar o processo P-Delta". Para melhor compreender o
processo, podemos nos valer da figura abaixo.

A ideia do processo P-Delta, consiste em:

 Aplicar sobre a estrutura indeformada, as ações horizontais e verticais,


verificando a posição deformada;
 A deformação da estrutura faz com que as cargas axiais sejam aplicadas foram
do eixo do pilar, o que gera um binário de forças de valor equivalente a:

 Este momento é equilibrado portanto pelas cargas horizontais, de modo que


estas sofrem um acréscimo δH:

 Este novo carregamento, já com o acréscimo nas cargas horizontais, é inserido


na estrutura indeformada, de modo que os deslocamentos são recalculados
considerando este aumento.
 Esse processo é repetido, até se obter uma convergência dos valores de
deformação do edifício, obtendo-se assim, o carregamento final da estrutura
levando em conta os esforços de 1ª ordem (do primeiro carregamento, quando da
estrutura indeformada) e dos esforços de 2ª ordem (na verdade, 2ª, 3ª, 4ª...
ordens, devidos aos deslocamentos da estrutura).

Os esforços finais obtidos na posição deformada convergente, serão os utilizados para o


dimensionamento dos elementos estruturais, incluindo os esforços de 2ª ordem. Cabe
destacar ainda que, mesmo que os resultados após a aplicação do processo P-Delta
estejam corretos, pelo próprio processo ser simplificado, é interessante evitar o uso de
estruturas com diferenças de deslocamentos significativas. Da mesma maneira, por ser
um processo iterativo, é possível que não convirja, indicando que a estrutura se encontra
demasiadamente deslocável. Nestes casos, é interessante adotar medidas para enrijecê-
la, as quais estão expostas no artigo Como enrijecer uma estrutura deslocável?

Para analisar qual foi a diferença dos deslocamentos, pode-se acessar o menu "Estrutura
- Análise P-Delta", obtendo-se desta forma, o relatório de "Análise da Não linearidade
Geométrica pelo Processo P-Delta". Abaixo reproduzimos a tabela gerada para a ação
"Acidental".
Como enrijecer uma estrutura
deslocável?
Diferentes abordagens podem ser tomadas para enrijecer uma estrutura. De modo geral,
é interessante que a estrutura apresente alguma deslocabilidade, de modo que possa se
deformar sem gerar esforços muito elevados. Todavia, caso a estrutura não tenha rigidez
suficiente, pode se tornar globalmente instável. O artigo Como avaliar a estabilidade
global da estrutura? apresenta alguns métodos para determinar se a concepção da
estrutura está satisfatória neste quesito.

A seguir, são indicados procedimentos por meio dos quais pode-se melhorar o
comportamento de uma estrutura com relação aos efeitos globais de 2ª ordem. É
importante destacar que a eficácia das medidas aqui disponibilizadas dependerá também
de onde estas forem aplicadas. Por conta disto, é imprescindível que o usuário
identifique quais os elementos que colaboram ativamente para a rigidez da estrutura e
concentre as suas alterações nesses elementos. Neste sentido, recomendamos a leitura
do artigo Como contraventar uma estrutura?, que fornece um breve panorama sobre os
modelos de contraventamento mais triviais e a dinâmica desse processo.

Modificar o vínculo de ligação entre vigas e pilares na estrutura

Uma forma de melhorar o comportamento da estrutura e resolver os problemas com


instabilidade é enrijecer a ligação entre vigas e pilares. Isto pode ser feito através da
consideração de nós semirrígidos ou engastes nas ligações entre estes elementos. Uma
ligação mais rígida entre vigas e pilares implica em pórticos mais rígidos. Assim, esta
medida é mais efetiva em pórticos que tenham uma contribuição mais significativa para
o contraventamento. No Eberick, isto pode ser feito por meio do menu "Elementos -
Vigas - Engastar/Nó semirrígido".

No exemplo simplificado abaixo, a vinculação entre vigas e pilares foi alternada, de


modo a estudar como a estrutura se comporta no tocante aos seus deslocamentos:

Posicionamento dos pilares


O posicionamento dos pilares em relação às vigas é imprescindível, visto que estes
elementos conferem rigidez ao pórtico. Destas características, destacamos sobretudo o
seu posicionamento e a sua orientação em relação às vigas. O número de pilares em um
pórtico, por exemplo, aumenta a sua rigidez significativamente. Desta maneira, deve-se
dar preferência a posicionar os pilares de modo a formar pórticos com o máximo
possível de pilares.

No exemplo abaixo, inserimos um pilar central no pórtico para avaliar o seu


comportamento:

A orientação dos pilares com relação a direção do pórtico também tem um papel
importante na sua rigidez. Isto ocorre pois pilares com a maior dimensão alinhada com a
direção do pórtico irão fletir em torno da sua maior inércia, ou seja, apresentarão uma
rigidez maior. Isto é ilustrado na fôrma abaixo:

Perceba que, ao aplicar cargas horizontais em ambos os pórticos, o primeiro apresenta


uma rigidez melhor, visto que a rigidez dos pilares nessa direção é maior que a do
pórtico inferior, onde os pilares estão rotacionados. Desta maneira, é interessante girar
os pilares de modo que essa rigidez seja aproveitada, o que pode ser feito por meio do
comando "Elementos - Pilares - Girar pilar". O impacto dessa mudança também pode
ser visto no comportamento final da estrutura, ilustrado na figura abaixo:
Vínculo de apoio das fundações

O vínculo de apoio de uma fundação é definido como o tipo de ligação que há entre a
fundação e o solo no qual a mesma está assentada. Definir o vínculo de apoio de uma
fundação como “Engastado” significa restringir este elemento à rotação, ou seja, torná-
lo mais rígido resultando em uma estrutura mais rígida, o que pode melhorar o
comportamento da mesma frente à estabilidade global da edificação. O vínculo de apoio
das fundações pode ser alterado na janela de lançamento destes elementos (duplo clique
sobre a fundação no croqui), alterando o item "Vínculo apoio".

Modificando o vínculo das fundações, é possível verificar no exemplo que o apoio dos
pilares não apresenta nenhuma rotação, o que faz com que a estrutura se desloque
menos

Seção dos elementos

Aumentando a seção das vigas e/ou pilares que compõe a estrutura aumenta-se,
consequentemente, o momento de inércia destes elementos, o que favorece um aumento
de rigidez da estrutura como um todo. Nestes casos, conforme destacado anteriormente,
é interessante que a seção dos elementos que contribuem significativamente para a
rigidez da estrutura seja aumentada. Caso contrário, o aumento de seção não será tão
eficaz, podendo assumir um caráter antieconômico.

Efeito da escolha do modelo de análise na


estabilidade global da estrutura
No Eberick, existem dois modelos para análise da estrutura, o modelo integrado, e o
modelo separado de grelhas e pórtico espacial. A decisão por qual modelo será utilizado
para análise deve levar em consideração como será realizada a análise em cada caso e
quais consequências essa escolha pode ter no dimensionamento dos elementos
estruturais. Esta série de artigos explica o que significam os dois modelos de análise
diferentes e o que se deve considerar ao decidir por qual modelo será utilizado.

 Como optar entre o modelo de análise integrado ou de grelha com pórtico


espacial
 Diferenças na análise de lajes pelo modelo integrado ou pelo modelo de grelha +
pórtico
 Efeitos práticos da consideração da tração no dimensionamento das lajes
 Efeito da escolha do modelo de análise na estabilidade global da estrutura
(este artigo)

Efeito do modelo escolhido na estabilidade global da estrutura

Um dos principais impactos da escolha do modelo de análise utilizado para a estrutura


ocorre na análise da estabilidade global da edificação. No modelo de grelha separado do
pórtico espacial, a estabilidade global da estrutura é verificada apenas com o pórtico
formado pelas vigas e pilares da estrutura, enquanto no modelo integrado a estabilidade
global é verificada considerando as lajes no modelo. Esta consideração torna a estrutura
em análise mais rígida e altera portanto os resultados dos parâmetros de estabilidade
global.

Para comparar os resultados obtidos para a estabilidade global da estrutura, vamos


realizar o processamento do mesmo pórtico com os dois processos disponíveis para
análise, e comparar os resultados da análise de estabilidade global.
Ambos os modelos são processados com as mesmas configurações de análise e de
aplicação do processo P-Delta. Após o processamento da estrutura com os dois
modelos, verificamos os resultados apresentados para a estabilidade global na tabela
abaixo:

Modelo grelha +
Modelo integrado
pórtico
Deslocamento
horizontal:
Direção X = 0.63 cm 0.40 cm
Direção Y = 0.46 cm 0.35 cm
Coeficiente Gama-Z:
Direção X = 1.17 1.10
Direção Y = 1.08 1.08
Análise de 2ª ordem:
Processo P-Delta
Deslocamentos no topo
0.14 »» 0.16 0.16 »» 0.17 (
Acidental:
(+13.43%) +5.45%)
2.09 »» 2.48 1.34 »» 1.48
Vento X+:
(+18.32%) (+11.03%)
2.09 »» 2.48 1.34 »» 1.48
Vento X-:
(+18.32%) (+11.03%)
1.53 »» 1.67 ( 1.18 »» 1.26 (
Vento Y+:
+8.94%) +6.88%)
1.53 »» 1.67 ( 1.18 »» 1.26 (
Vento Y-:
+8.94%) +6.88%)
0.23 »» 0.27 0.15 »» 0.16
Desaprumo X+:
(+18.47%) (+11.11%)
0.23 »» 0.27 0.15 »» 0.16
Desaprumo X-:
(+18.47%) (+11.11%)
Desaprumo Y+: 0.12 »» 0.13 ( 0.09 »» 0.10 (
+9.19%) +7.10%)
0.12 »» 0.13 ( 0.09 »» 0.10 (
Desaprumo Y-:
+9.19%) +7.10%)

É possível perceber que a consideração das lajes como barras no modelo de pórtico
espacial contribui para a estabilidade global da estrutura, reduzindo os deslocamentos
horizontais da edificação, portanto reduzindo o valor do coeficiente γz e reduzindo os
deslocamentos encontrados pelo processo P-Delta. Desta forma, em casos onde a
presença das lajes possa ser considerada na verificação da estabilidade global da
estrutura, pode-se utilizar o modelo integrado de análise.

Influência do travamento das vigas de


baldrame em estruturas de concreto
armado
Este artigo tem por finalidade realizar uma análise qualitativa sobre a relevância da
utilização das vigas de baldrame para o travamento da estrutura em um pórtico plano,
avaliando os efeitos na estabilidade, deslocamento horizontal dos pilares e esforços de
momento fletor nas fundações. Ao final, ainda será apresentado um relatório do
consumo de materiais para ambas as situações: pórticos planos com e sem o travamento
por vigas de baldrame.

Os pórticos da imagem abaixo diferem-se apenas no nível do solo, onde os pilares do


pórtico à esquerda são travados horizontalmente por vigas de baldrame e o pórtico à
direita apresenta os pilares de arranque sem travamento lateral.
Os pilares possuem seção transversal de 20x60cm, constante em toda sua prumada,
enquanto as vigas apresentam seção de 15x60cm com carregamento adicional de
5000kgf/m.

Nos tópicos abaixo, será estudada a influência do travamento por vigas de baldrame no
comportamento da estrutura.

Estabilidade de estrutura:

Para classificar a estrutura como de nós fixos, onde a análise dos efeitos de segunda
ordem podem ser dispensados; e nós móveis, onde os efeitos de segunda ordem são
significativos e devem ser verificados, o Eberick utiliza o coeficiente ?z (gama-z),
conforme o item 15.5.3 da NBR 6118:2014. Este tópico da norma descreve que uma
estrutura pode ser considerada de nós fixos quando o coeficiente gama-z apresentar
valor inferior ou igual a 1,10.
Coeficiente gama-z – Fonte: NBR 6118:2014

No pórtico estudado nesse artigo, ambos foram classificados como estruturas de nós
fixos, apresentando valores inferiores ao limite de 1,10. A imagem abaixo exibe o
relatório de estabilidade global da estrutura para ambos os pórticos, onde é possível
visualizar uma baixa variação dos valores de gama-z entre as estruturas.

Quando reduzimos a seção dos pilares para 20x40cm, a diferença entre os valores do
gama-z é mais expressiva, pois a estrutura torna-se mais deslocável, e os efeitos de
segunda ordem ganham maior relevância nesses casos.
Com isso, é possível observar a influência que as vigas de baldrame possuem sobre a
estabilidade da estrutura e sua classificação como nós fixos ou móveis, principalmente
quando tratamos de pórticos com pilares de maior índice de esbeltez.

Para mais detalhes sobre a classificação de estruturas em nós fixos ou móveis,


recomenda-se a leitura do artigo Como é calculado o coeficiente Gama-Z?

Processo P-Delta e Deslocamento Horizontal dos pilares:

O Eberick utiliza o processo denominado P-Delta para levar em conta os efeitos da não
linearidade geométrica no cálculo da estrutura. A ideia básica deste processo é simular o
efeito não linear, por meio de cargas horizontais fictícias aplicadas à edificação, para a
verificação dos deslocamentos horizontais da estrutura. Para mais informações sobre
essa verificação, recomenda-se a leitura do artigo Como é calculado o coeficiente p-
Delta?

Na estrutura sem travamento, os valores dos deslocamentos horizontais no topo da


edificação resultam em valores mais elevados, apresentando-se cerca de 43% maiores
quando comparados com a estrutura travada por vigas de baldrame.
Por meio do diagrama de deslocamentos do pórtico unifilar da estrutura, torna-se fácil
apontar que no nível térreo encontra-se a origem desse aumento dos deslocamentos
horizontais.
Contudo, verifica-se que existe uma variação acentuada de deslocamento nos níveis
inferiores, enquanto, a partir do 3° pavimento, os deslocamentos relativos dos pilares
entre os pavimentos de ambas as estruturas são similares.

Assim, é possível constatar que a inserção das vigas de travamento nos pilares de
fundação tem grande influência na estabilidade e nos deslocamentos horizontais da
estrutura.

Momentos nos pilares, nas fundações e Quantitativo de materiais:

Em um pilar travado lateralmente por vigas, o gráfico do momento apresenta uma


descontinuidade no lance, onde os momentos podem, de maneira simplificada, ser
obtidos pela multiplicação dos momentos de engastamento perfeito, relações expressas
no item 14.6.6.1 da NBR 6118:2014, demonstrados na imagem abaixo:

No pórtico onde existe o travamento dos pilares por vigas de baldrame, a interação entre
esses elementos altera o comportamento dos pilares, reduzindo o comprimento de
esbeltez e os momentos fletores nos lances adjacentes. A imagem abaixo demonstra o
comportamento do pórtico, apresentando os valores de momentos fletores nos lances
inferior e superior ao nível do baldrame.

Enquanto no pórtico sem travamento, o comportamento do gráfico do momento não


sofre descontinuidade, resultando em valores de momentos fletores de topo e base mais
elevados.
Por conseguinte, a taxa de armadura calculada para os pilares que passam por esse nível
são maiores nos pilares sem travamento. A imagem abaixo exibe um comparativo entre
as porcentagens de aço em relação a área dos pilares, onde o pórtico com travamento é
apresentado a esquerda e o pórtico sem travamento à direita.

Os critérios utilizados para o dimensionamento dos pilares deste exemplo possuem


apenas fins didáticos, onde as taxas de armadura nos pilares podem ultrapassar as
recomendações normativas.
Por fim, é gerado o resumo de materiais da estrutura, onde é possível levantar as
seguintes situações:

 O peso total de aço resultou em um valor de 1975kg para a estrutura com


travamento, enquanto na estrutura sem as vigas de baldrame, o consumo foi de
2406kg, um acréscimo de aproximadamente 22% de aço.
 O volume total de concreto resultou em um valor de 16,8m³ para a estrutura
com travamento, enquanto na estrutura sem as vigas de baldrame, o consumo foi
de 19,5m³, um acréscimo de aproximadamente 16% de concreto.
 A área de formas, mesmo apresentando-se maior na estrutura com travamento
(210m²) em comparação com a estrutura sem travamento (203m²), teve pouca
variação (3,33%).

Conclusões

Nos casos demonstrados neste exemplo, foi possível observar que o comportamento
estrutural do pórtico com vigas de baldrame apresentou-se mais satisfatório no que se
refere aos deslocamentos, estabilidade estrutural e economia de materiais quando
comparado com o pórtico onde os pilares não tem tal travamento. A simples inserção de
vigas de baldrame tornou a estrutura mais estável e reduziu de maneira significativa o
consumo global de concreto e aço.

É valido ressaltar que este artigo aborda apenas uma avaliação simples de uma situação
específica. A concepção estrutural é resultado do trabalho dos projetistas envolvidos, e
cabe a esses profissionais determinar a escolha do melhor modelo estrutural para o
projeto.

Multiplicador da rigidez axial para


pilares
No Eberick, é possível definir um Aumento a rigidez axial dos pilares de um
pavimento de acordo com um multiplicador definido pelo usuário. Esta configuração,
localizada em Configurações - Análise é importante para considerar efeitos
construtivos que, por padrão não são avaliados pelo modelo matemático. Neste artigo,
irei explicar em maior detalhe o papel desta configuração, de modo a auxiliá-lo a definir
os valores cabíveis para o seu projeto.

Quando uma estrutura é analisada pelo método de pórtico espacial, o programa monta
um modelo tridimensional do projeto, aplicando os carregamentos definidos pelo
usuário neste modelo. Em linhas gerais, este cálculo considera que o edifício teve seu
carregamento aplicado de uma só vez, com o projeto já executado. Isto significa que,
para o Eberick, todos os deslocamentos da edificação ocorrem ao mesmo tempo.

Isto é, a compressão de um pilar nos pavimentos inferiores do projeto faz com que toda
a prumada do pilar se desloque para baixo. Caso este deslocamento seja significativo,
ou se ocorrer em diferentes intensidades, é possível que sejam criados esforços
adicionais para travá-lo, de modo que o dimensionamento deve tornar-se mais robusto.

Em uma edificação real, os deslocamentos não ocorrem de uma única vez na estrutura.
É importante notar que os pavimentos são construídos sequencialmente. Assim, ao
construir um determinado pavimento da estrutura, ela se deslocará instantaneamente por
conta das novas cargas que foram adicionadas. Como a concretagem do novo pavimento
é realizada sempre a prumo, estes pequenos deslocamentos são absorvidos pelo
nivelamento do pavimento no momento de concretá-lo.
Na figura acima, este efeito é denotado por um fator de regularização, representado em
verde. Perceba que os deslocamentos finais são bem menores. No Eberick, este efeito
pode ser considerado atribuindo uma rigidez axial crescente para os pilares inferiores do
projeto. Isto faz com que estes pilares se desloquem menos, o que é equivalente a esta
parcela de regularização.

De modo geral, estes incrementos não devem ser grandes, variando cerca de 0.10 para
cada pavimento da estrutura. Além disso, não é interessante que assumam valores muito
elevados (pode-se tomar 3.0 como valor de referência) - como este coeficiente aumenta
a rigidez dos pilares, adotar um valor muito elevado para este coeficiente pode
sobrestimar a rigidez da estrutura, resultando em uma análise contra a segurança.

De todo modo, é importante manter em mente que estes valores dependem também do
tipo de estrutura considerada, podendo variar de projeto a projeto. Assim, é interessante
que o projetista valide esta utilização, analisando o comportamento da estrutura para
cada caso de teste. Havendo definido os coeficientes mais adequados para o seu projeto,
será possível analisar a estrutura de maneira mais assertiva.

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