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O que é DIP?
FERRER CORREIA: DIP é o ramo da ciência jurídica onde se procuram formular os princípios e
regras conducentes à determinação da lei ou das leis aplicáveis às questões emergentes das
relações jurídico-privadas de carácter internacional e, bem assim, assegurar o reconhecimento
no Estado do foro das situações jurídicas puramente internas de questões situadas na órbita de
um único sistema de Direito estrangeiro (situações internacionais de conexão única, situações
relativamente internacionais.
DIP: ramo do direito que tem por objeto situações transnacionais (privadas internacionais-
questões emergentes das relações jurídico-privadas de carácter internacional) e regulação
destas situações – Escola de Lisboa (LP e Dário). Escola de coimbra defende que DIP não tem
uma função de regulação mas meramente de determinação da competência
• Valores sociais:
o Proteção da parte mais fraca na relação jurídica: esta preocupação
não é privativa de DIP, sendo
transcendente a todo o Direito Civil. No plano do DIP, essa preocupação é visível na medida em
que em certas situações típicas se procura favorecer a parte mais franca na relação jurídica,
mandando aplicar a sua lei à situação jurídica internacional, quando essa lei lhe seja mais
favorável.
▪ Exemplo: esta solução é consagrada em matéria:
• De contratos de consumo - artigo 6o/1 RRI, que manda aplicar, sob certos pressupostos,
a LRH do consumidor (considerado a parte fraca na relação jurídica) desde que esta o
proteja mais acentuadamente do que, p.e., a lei escolhida para reger o contrato;
• De contrato individual de trabalho (artigos 6o e seguintes CT);
• Etc.
o
Eficiênciaeconómica:valorquecertasnormasdeDIPtêmemconsideração,eaíestamostam
bémperante um valor social (de natureza económica). Em DIP, este valor reflete-se em
matéria de contratos internacionais, em que foi entendido aplicar a lei que mais favoreça
uma regulação eficiente do ponto de vista económico dessas situações jurídicas – uma
regulação que permita a redução dos custos das transações. Isto é assegurado através
da aplicação da lei do país de que é originário o produto ou serviço cuja proteção está
em causa às obrigações emergentes de um contrato internacional. Isto porque, dessa
forma, se assegura que o devedor desse produto veja aplicada a sua própria lei a todos
os contratos que celebre, tendo em vista a exportação desses mesmo produtos ou
serviços.
▪
Exemplo:umaempresaestabelecidaemPortugalqueexportaosseusprodutosparatodaaEur
opa, se visse os seus contratos submetidos à lei de qualquer país de onde exporta os
seus produtos ou serviços, é evidente que iria encarecer a sua atividade, na medida em
que ela ia ter que consultar todas essas leis para ver, designadamente, quais as
responsabilidades em que incorre como fornecedor para esse efeito (contratação de
advogado é um custo de transação). Ora, em alguns casos poderia até não ter interesse
em contratar, dadas as elevadas responsabilidades a que algumas legislações nacionais
hoje submetem, por exemplo, o produtor.
▪ Artigo 4o/2 RRI: esta disposição
estabelece exatamente que é a LRH do devedor da prestação característica que se
deve aplicar às obrigações contratuais subsidiariamente. Isto porque, é a parte que deve
aquela prestação do contrato que o caracteriza, que a permite reconduzir a certo tipo
legal ou social. Com isto assegura-se, exatamente, que a empresa que exporta os seus
produtos, os seus serviços para outros países, veja os seus contratos sistematicamente
submetidos à sua própria lei. Portanto, consagra-se uma solução que é justamente
conforme com a preocupação da eficiência económica, e com a redução dos custos de
transação. No fundo, trata-se de aplicar a lei do país de origem dos produtos e serviços
que são colocados em circulação no mercado internacional – a chamada lex originis.
• EM SUMA
Estes valores não são privativos do DIP. São valores comuns a outros
ramos da OJ, são valores fundamentais da nossa OJ. O que há de específico no DIP
são as projeções que esses valores aqui têm, são as regras que visam concretizá- los.
Isto significa que, por conseguinte, a chamada justiça do Direito Internacional Privado –
a justiça que se pretende, exatamente, com todos estes valores – não é uma justiça
diferente de outras disciplinas, de outros ramos do Direito.
A justiça do DIP é material como qualquer outra coisa do direito privado – e não meramente
formal, como durante muito tempo se tinha concebido:
• Salvaguarda da Dignidade da Pessoa Humana;
• Autonomia Privada;
• Tutela da Confiança;
• Princípio da Igualdade;
• Proteção da Parte mais fraca;
• Salvaguarda da Eficiência Económica.
O que é diferente é somente o modo como se
dá a realização a esses valores – isto é, a sua concretização. Essa
concretização
pressupõe regras que visam determinar o direito aplicável às situações privadas
internacionais em conformidade com esses valores. Assim, se o DIP é uma disciplina
autónoma, com autonomia face a outros ramos do direito privado, isso não é porque
tenha uma justiça particular, uma justiça própria. Isso acontece porque tem um objeto
próprio - as situações privadas internacionais -, e um método próprio da regulação
dessas mesmas situações.
Isto, para dizer que a perspetiva em que assenta hoje o
DIP, é a de rejeitar a ideia de que o Direito Internacional Privado é um ramo puramente
formal, um direito sobre direito assente numa justiça formal. Pelo contrário: o DIP tem
uma função material de prover à resolução de conflitos de interesses nas situações
privadas internacionais, e essa resolução faz-se em conformidade com os valores
fundamentais da nossa OJ.
Atualmente, este método é ainda aplicado nalguns países – nomeadamente, em alguns estados
norte-americanos, onde os tribunais têm tradicionalmente preferência pela aplicação da sua
própria lei, embora deva acrescentar-se que é em alguma medida mitigada porque os tribunais
não julgam todas as situações privadas internacionais que lhes são submetidas; há no direito
americano a possibilidade de o tribunal declinar julgar a causa justamente com o fundamento em
foro inconveniente, nas situações em que a ligação com a sua própria OJ é demasiado frouxa.
António Menezes Cordeiro defende este ponto de vista entre nós, apresentando em
muitos escritos publicados a preferência por esta solução de os tribunais portugueses
aplicarem somente o direito português à s questõ es privadas internacionais.
Esta solução é adotada pela Lei 7/2004 de 07/01, alterada pela Lei 46/2012 de 29/08
nomeadamente no artigo 5o/3. Assim, qualquer que seja a origem dos serviços, desde
que exteriores à União, os tribunais portugueses aplicaráo sempre a lei portuguesa.
No Direito Comunitário, encontramos hoje uma regra sobre os processos de insolvência
internacionais que procura de alguma forma adotar esta solução, fazendo convergir os
critérios de competência internacional e os critérios de determinação da lei aplicável,
sendo que, em princi ́pio, o tribunal competente para julgar a insolvência internacional,
aplicará sempre a sua lei.
Vantagens:
Do ponto de vista dos valores essenciais desta disciplina, e os quais náo podem deixar
de ser tidos em conta na resolução das questõ es privadas internacionais:
o Tutela da Confiança: este é, como suprarreferido, um dos objetivos
fundamentais a que se encontra subordinada esta disciplina – aliás, como a
generalidade de disciplinas de direito privado. Se um Tribunal português aplicar
a uma determinada situaçaõ privada internacional que náo tem quaisquer
ligações, ou que não tinha pelo menos quando se constituiu, quaisquer ligações
com a OJ portuguesa, pode este chegar a uma conclusão que redunde na
violência de uma lesão das expetativas legi ́timas das partes.
Uma primeira corrente pensa ser necessário não apenas unificar as normas materiais, aplicáveis
em certos ramos de direito e especificamente em situações internacionais, mas unificar todo o
Direito (no que toca às situações puramente internas, inclusive), ou pelo menos, todo o Direito
privado e não apenas no que toca á relação das situações internacionais. É o caso do CC
Europeu que visa a unificação do Direito Privado – projeto paralelo ao da Constituição Europeia
– regência apresenta bastante dúvidas em relação a este projeto tanto ao nível da sua
necessidade como ao nível da legitimidade tendo em conta o principio da subsidiariedade do
direito comunitário em vigor;
Uma segunda corrente defende que o direito uniforme deve surgir não do topo para a base, mas
da base para o topo, devendo formar-se, sobretudo, por via consuetudinária. Fala-se, a este
respeito de uma Lex Mercatória, a Lei do Mercado, uma lei que surgiria e que seria constituída
pelo usos e costumes do comércio internacional, pela jurisprudência dos tribunais arbitrais, pelos
contratos tipo, adotados no comércio internacional. Não há, porém, unanimidade sobre o que se
deva entender por Lex Mercatória. É um ponto que divide muito a doutrina1. A questão que se
tem, porém, colocado, é a de saber em que medida, seja qual for o entendimento que se prefira,
é que os tribunais nacionais podem recorrer a essa dita Lex Mercatória.
DMV defende que, mesmo na arbitragem internacional por escolha das partes, estas
raramente o farão, uma vez que o conteúdo desta Lei do Mercado é de tal forma
indefinido e incerto – teor, regras, etc. -, que seria muito pouco imprudente, da parte do
advogado, que aconselhasse a parte a escolher esta Lei. O que pode acontecer é os
tribunais judiciais ou arbitrais, ao integrarem ou a interpretarem as disposições negociais
celebradas pelas partes, recorrerem para uma tal lei.
Por fim uma terceira corrente surgiu recentemente nos EUA a ideia do recurso à chamada
autorregulação. Assim, seriam os próprios interessados a regular as relações jurídicas de que
são partes, quer através dos contratos, quer através de códigos de conduta, ou de outros
instrumentos resultantes, por exemplo, do labor de instituições, de empresas ou de profissionais
que atuam em certos setores – p.e., há, entre nós, códigos de conduta de publicidade (o que não
significa que sejam observados, mas somente que existem). Há quem defenda que esta via já é
utilizada para regular certos domínios, nomeadamente o comércio eletrónico na área do
comércio que contende com a regulação dos nomes de domínio – isto, porque a regulação
desses bens imateriais que têm grande valia no comércio internacional (havendo quem lhe
chame de petróleo da Internet), é essencialmente levada a cabo pela autorregulação, na medida
em que não existem muitas leis nacionais sobre esta matéria.
DMV: esta não é, porém, a via preferencial, na medida em que há inúmeros interesses
públicos e interesses da parte mais fraca a acautelar, não sendo estes devidamente
protegidos pela autorregulação, mas por normas de direito estatual. Assim, não é
possível afastar o direito dos Estados, pelo que quer esta expressão, quer as restantes
do método substancialista, não oferecem a chave para o nosso problema.
É o método que assenta no recurso a regras de conflitos de lei no espaço (ou regras
de conexão). Estas regras resultam da circunstância de as mesmas situações de vida estarem
conexão com duas ou mais OJ nacionais – daí, conflitos de leis no espaço. De acordo com este
método, deve-se promover à regulação destas situações internacionais (ou plurilocalizadas) com
recurso à aplicação da lei designada através de uma regra de conflitos da lei no espaço, que têm
como peça nuclear (como elemento chave) o elemento de conexão – que nos vai indicar a lei
aplicável. Em suma, este método traduz-se em submeter as questões internacionais a uma ou
mais leis com as quais elas se encontrem conexas.
De acordo com a regência esta é a orientação mais conforme os valores de DIP. Isto porque,
quando se manda aplicar a uma situação privada internacional a lei que tem a conexão mais
estreita, a lei que está mais fortemente ligada aos factos que estão perante o tribunal, por via de
regra essa há de corresponder à lei com cuja aplicação as partes contavam, por estar mais
fortemente conectada com a situação. Assim, não se poderá dizer que as partes estariam
espantadas com a sua aplicação. Assim, o valor da tutela da confiança está acautelado.
Além disso, este método de regulação das situações privadas internacionais manifesta a sua
superioridade em relação a todos os outros, na medida em que assegura alguma coordenação
entre os direitos nacionais, uma vez que assegura que dada uma situação privada internacional,
há um critério para achar a regulação dessas situações, suprimindo a diversidade dos direitos
nacionais (que é o grande inconveniente da via substancialista). Note-se, porém, que a
diversidade é um bem em si mesmo, devendo ser preservado, por várias ordens de razões:
As normas de conflito do Código Civil não apresentam qualquer tipo de solução para a resolução
do caso mas indicam qual o ordenamento jurídico que irá regular o caso.
Lima Pinheiro
3 caracteristicas:
- normas de conflitos são:
normas de conduta e de regulação
o normas de regulação indireta - não dão diretamente soluções de direito
material- não criam direito nem impõe deveres- remetem para normas que
regulam essas condutas.
o Fazem essa regulação indiretamente, remetendo para direito material
o Lima pinheiro diz que esta característica que está presente em todas as normas
de conflitos- a doutrina de coimbra considera que não são normas de regulação
indireta
Normas de conflitos são fundamentalmente formais – destina-se a obter a justiça formal
e não material- as normas de conflito determinam o direito competente
independentemente da solução material em concreto- despreocupação com o direito
material.
o Contudo à situações em que as normas conflitos atendem ao resultado material
em concreto – nomeadamente no art 22º - os princípios referidos no artigo são
princípios de direito material- por isso não se pode dizer que as normas de
conflito são absolutamente formais.
o Há ainda situações mais evidentes de normas de conflitos que atendem ao
resultado material- normas de conflitos materialmente orientada (36º forma da
declaração – está preocupada com a situação a validade formal do negócio-
mesmo quando é escolhida a lei competente está preocupada com
considerações de direito material
Normas que utilizam de elementos de conexão
o O processo indireto ou conflitual consiste assim no recurso a uma norma de
conflitos ou mais amplamente a uma valoração conflitual, para a determinação
do direito material aplicável. Estas normas de conflitos denominam-se de
normas de conexão quando conectam uma situação da vida, ou um seu
aspecto, com o Direito aplicável, mediante um elemento ou factor de conexão.
o Neste âmbito consideram-se juridicamente relevantes e decisivos para a
determinação do Direito aplicável os seguintes factores de conexão:
Vínculos jurídicos (vg nacionalidade)
Laços fácticos (vg residência habitual)
Consequências jurídicas (vg lugar do efeito lesivo)
Factos jurídicos (vg designação do Direito aplicável, pelos
interessados);
Art 52º
Existem normas de conflitos que não têm elementos de conexão – é
aplicada a lei mais adequada à resolução do caso.
O objeto da norma de conflitos é o mesmo que o objeto do DIP enquanto ramo de Direito: a
situação transnacional. Isto, segundo LP. Para a Escola de Coimbra, o objeto da norma de
conflitos seriam as normas materiais. (Pelo que me recordo das aulas práticas, o resultado é o
mesmo numa ou outra conceção. Contudo, usemos o entendimento de Coimbra, visto ter
suporte legal em artigos como o 15o CC.)
Quanto à teleologia das NdC, diga-se que os interesses particulares assumem grande
importância para este ramo do Direito. Mas aqui entram também interesses legislativos e do
Estado.
Por fim, o que há de comum a todas as NdC é a regulação das situações transnacionais
mediante um processo conflitual ou indireto ( função técnico-jurídica).
Conexáo simples ou singular: existe quando a norma de conflito aponta para uma única ordem
jurídica por via de um só elemento (ex.: arts. 30o; 33o/1; 46o/1 CC).
Conexáo múltipla: quando as normas de conflito apresentam vários elementos de conexáo:
Conexáo alternativa: prevê várias conexõ es como possi ́veis, mas apenas uma vai ser aplicada
com vista á obtenção do resultado (ex.: art. 65o/1 CC);
Conexóes cumulativas: vai-se aplicar duas leis pessoais simultaneamente, ou seja, aplicam-se
ambas (ex.: art. 33o/3 e 4 CC);
Conexáo condicional: quando o segundo elemento de conexáo chamado para regular o caso vai
limitar a aplicabilidade da primeira lei (ex.: art. 55o/2 CC).
Conexáo móvel ou variável: aqueles elementos de conexáo que poderáo sofrer alterações
(ex.: nacionalidade, residência habitual); frente a Conexõ es imóveis ou invariáveis: fixam um
momento em concreto e de nenhum modo se pode alterar (ex.: lugar da celebração do ato). Há
casos em que se pode imobilizar um elemento de conexão mó vel, art. 53o CC: elemento de
conexão móvel é a lei nacional dos nubentes e este elemento é imobilizado “ao tempo da
celebração do casamento”. Há casos em que, se consegue fixar o momento da determinação de
um elemento de conexão móvel, art. 55o/1 e 52o CC: elemento de conexão mó vel é a lei
nacional mas o indeterminismo reside no facto de náo se saber quando é que se irá determinar
a lei nacional dos cônjuges. Estatuto suspenso: o elemento de conexão é fixo ou imó vel, mas
em termos tais que o seu conteú do apresenta-se temporariamente indeterminado (ex.: art. 62o
CC). Sucessáo de estatuto: quando se verifica a existência de sucessõ es de leis aplicáveis em
consequência de uma alteração do elemento de conexão utilizado quando existe duas
sucessõ es que sucedem no tempo. O problema da sucessão de estatutos verificase pela
existência de sucessão de leis aplicáveis em consequência de uma alteração do conteúdo
concreto do elemento de conexão utilizado pela norma de conflito. Art. 29o CC – uma vez maior
sempre maior – art. 65o CC – uma vez capaz, sempre capaz.
Distinga normas de conflito bilaterais de normas de conflito unilaterais
As normas unilaterais só determinam a aplicação do Direito do próprio foro.
As normas bilaterais ou plurilaterais tanto remetem para o Direito do foro como para o Direito
estrangeiro.
Questão muito discutida nos anos 50/60 do século XX, havendo autores na Alemanha e em Itália
que defendiam que as regras de conflitos eram regras que não dependiam de um juízo de
constitucionalidade, não se podendo colocar o problema da sua compatibilidade com a CRP com
base em dois argumentos principais:
▪ Ferrer Correia. A justiça que era visada por estas normas de conflitos era uma justiça
essencialmente formal, ditada essencialmente por um objetivo de assegurar a harmonia
internacional de julgados, e sendo assim, o DIP era um domínio livre da CRP.
• Nota: esta ideia está claramente desmentida, até através das regras de conflitos que têm a
preocupação de salvaguardar a parte da posição mais fraca na relação jurídica (p.e., normas
sobre os contratos celebrados pelo consumidor, que mandam aplicar a lei do consumidor aos
contratos internacionais, com o intuito de assegurar ao consumidor (parte mais fraca) uma certa
proteção). Assim, o DIP não fecha os olhos ao resultado a que conduz a aplicação de certa lei.
Muitas vezes, a própria escolha da lei é condicionada em função do resultado a que levará.
▪ O que está aqui em causa são normas sobre normas, sendo que as normas de conflito limitar-
se- iam a dizer quando é que outras normas são aplicáveis. Também aqui, a CRP não teria
qualquer interferência.
Atualmente, esta posição encontra-se francamente ultrapassada – tanto entre nós, como
no estrangeiro. Reconhece-se hoje que o direito de conflitos está sujeito à CRP,
variando somente os argumentos para sustentar tal posição.
o Posição alemã (Ac. TC Alemão) + Posição da jurisprudência espanhola +
Jorge Miranda: as normas de conflitos são normas como quaisquer outras, e,
portanto, devem a sua conformidade à Constituição.
o Posição Moura Ramos, DMV e LP: se no DIP estão em causa aos valores
comuns a uma pluralidade de ramos da nossa OJ e que têm também a sua
expressão em DIP, então não há como subtrair este ramo do direito à CRP. Se
é verdade que não se trata de um ramo do direito puramente formal, também
não se pode dizer que se trata de um ramo que se caracteriza por ter uma
justiça própria: a sua justiça é a justiça que enforma os demais ramos do direito
privado. Como argumento, note-se que o artigo 52o/2 CC foi considerado
inconstitucional na sua versão anterior, com base na violação do princípio da
igualdade (artigos 13o e 36o/3 CRP). Tudo isto derivou também do interessa da
mulher em ver regulada a sua situação conjugal por uma lei que lhe estivesse
intimamente ligada. Assim, é de aderir à posição de que as normas de DIP não
são axiologicamente neutras. Em suma, o direito ordinário está sujeito à CRP e
o DIP é direito ordinário e não exclusivamente formal, pelo que deve a sua
lealdade à Constituição.
As normas materiais da OJ estrangeira para a qual remetem as nossas regras de conflito de leis
no espaço, podem ver recusada a sua aplicação pelos tribunais portugueses com o fundamento
de que são contrárias à CRP?
Ferrer Correia: podemos resolver este problema recorrendo a uma regra geral da Teoria Geral
do Direito dos Conflitos que é a reserva da ordem pública internacional (artigo 22o CC) que
refere que se a aplicação de uma lei estrangeira conduzir a resultados ofensivos do princípio da
ordem pública internacional, podemos recusar a aplicação dessa norma estrangeira. Entre esse
princípio da ordem pública internacional encontrar-se-ão os princípios constitucionais e, como
tal, encontramos aqui uma saída para o problema.
Apreciação: esta solução prende-se com a dificuldade da observância dos requisitos da
reserva de ordem pública, requisitos dos quais depende para intervir em cada caso: a)
incompatibilidade manifesta entre os resultados de aplicação da norma estrangeira e os
princípios da ordem pública internacional e b) existência de um nexo espacial relevante
entre a nossa ordem jurídica e a situação a regular. Ora, a reserva da ordem pública só
funciona mediante o preenchimento destes requisitos. Porém, pode haver casos que
independentemente de estarem preenchidos os requisitos, ser necessário fazer
prevalecer as normas constitucionais sobre uma regra estrangeira, pelo que esta
solução é insatisfatória.
Jorge Miranda: defende que todas as normas estrangeiras estão sujeitas à fiscalização da sua
constitucionalidade do ponto de vista da nossa própria CRP, na medida em que os tribunais
portugueses não podem aplicar normas contra a Constituição (artigo 204o CRP), valendo isto
quer a norma em causa seja a portuguesa, quer seja estrangeira.
Dário Moura Vicente (solução intermédia): a nossa CRP não pode obstar à aplicação de
todas e quaisquer normas estrangeiras contrárias às suas prescrições porque nem sempre isso
se justificará, mas também temos de admitir que a nossa CRP pode funcionar para além do
âmbito que caberia através da ordem publica internacional. Isto consegue-se com apelo a uma
figura que são as normas internacionalmente imperativas, normas de aplicação imediata ou
normas de aplicação necessária. Há normas, reconhece-se hoje pela doutrina, cujo âmbito de
aplicação material excede o âmbito da ordem jurídica a que elas pertencem, mesmo que não
pertençam à lei designada pela norma de conflitos, essas normas podem-se aplicar a certa
situação privada internacional. Isto, porque isso é exigido no caso concreto pela realização do
seu objeto e fim.
Em que medida os nossos tribunais podem recusar a aplicação de uma lei estrangeira, não por
contrariar a nossa CRP, mas por contrariar as normas da constituição do país onde é originária.
O princípio que devemos ter aqui em conta é o princípio da harmonia de julgados. Isto, porque
há a preocupação que norteia a nossa disciplina jurídica, de assegurar que as situações
privadas internacionais que chegam aos nossos tribunais sejam julgados, tanto quanto possível,
de acordo com os mesmos critérios pelos quais o seriam por um tribunal estrangeiro a que a
mesma situação pudesse ser submetida. Assim, procura-se identidade pelo menos na lei
aplicável ao caso.
Essa norma náo foi declarada inconstitucional com força obrigatória geral.
Pode haver casos em que no Estado estrangeiro a que essa norma pertence náo há
controlo da constitucionalidade das leis por tribunais comuns – p.e., a França, onde só o
conselho constitucional é que pode declarar a inconstitucionalidade de uma norma (os
tribunais comuns náo estáo autorizados a fazê-lo). Se assim é, o tribunal português não
pode recusar a aplicação de uma norma francesa mesmo que seja arguida
inconstitucionalidade da norma, se um tribunal homólogo náo o poderia fazer.
Quando se trata de um sujeito que tem nacionalidade portuguesa e uma outra nacionalidade
prevalece semore a nacionalidade portuguesa – art 27º da lei da nacionalidade
Jurisprudência Michelleti – afirma que deve prevalecer a nacionalidade do estado membro ainda
que as normas de direito interno estabeleçam outra nacionalidade- afastamento por força do
primado do Direito Europeu face às normas internas – apenas se aplica se estiver em causa as
liberdades comunitárias.
De acordo com o art 49º do TFUE são proibidas as restrições à liberdade de estabelecimento
dos nacionais de um Estado-Membro no território de outro Estado-Membro, sendo que o
conceito de estabelecimento compreende tanto o acesso às atividades não assalariadas e o seu
exercício, como a constituição e a gestão de empresas e designadamente de sociedades.
Importa ainda salientar que o artigo 49.° do TFUE reconhece que beneficiam da liberdade de
estabelecimento as pessoas que tenham a qualidade de «nacionais de um Estado-membro».
Embora a definição das condições de aquisição e de perda da nacionalidade seja, nos termos do
direito internacional, da competência de cada Estado-membro, que deve exercê-la no respeito
pelo direito comunitário, não cabe à legislação de um Estado-membro restringir os efeitos da
atribuição da nacionalidade de outro Estado-membro, exigindo um requisito suplementar para o
reconhecimento
dessa nacionalidade com vista ao exercício das liberdades fundamentais previstas pela lei
comunitária.
Assim e a partir da leitura deste artigo e tendo em conta jurisprudência anterior, nomeadamente
do Ac. do TJ de 7 de julho de 1992, Mario Vicente Micheletti, proc. n.º C-369/90 importa agora
saber se as disposições do direito comunitário em matéria de liberdade de estabelecimento
impedem que um Estado-membro recuse reconhecer essa liberdade a um cidadão de outro
Estado-membro que possua simultaneamente a nacionalidade de um país terceiro, pelo facto de
a legislação do Estado de acolhimento o considerar cidadão de Estado terceiro.
Em situação similar, foi do entendimento do tribunal que não seria aceitável uma interpretação
do art 49º do TFUE nos termos da qual, quando um cidadão de um Estado-membro possua
simultaneamente a nacionalidade de um Estado terceiro, os outros Estados-membros possam
sujeitar o reconhecimento da qualidade de cidadão comunitário a uma condição como a
residência habitual do interessado no território do primeiro Estado. É ainda referido por este
mesmo acórdão que esta conclusão seria reforçada pelo facto de qualquer outra posição do
tribunal ter por consequência que o âmbito de aplicação pessoal das regras comunitárias sobre a
liberdade de estabelecimento poderia variar de Estado-membro para Estado-membro.
Assim sendo, basta que P apresente um dos documentos necessários para comprovar a sua
qualidade de nacional de um Estado Membros, neste caso de Itália, para que os outros Estados
membros, neste caso a Espanha, não possa contestar essa qualidade pelo facto deste possuir
igualmente a nacionalidade mexicana, que nos termos da legislação espanhola prevalece sobre
a Italiana. Em suma, concluímos que o direito comunitário não permite que um Estado-membro
recuse o benefício dessa liberdade a um cidadão de outro Estado-membro, que possua
simultaneamente a nacionalidade de um Estado terceiro, pelo facto de a legislação do Estado de
acolhimento o considerar nacional de Estado terceiro.
Não parece haver no acórdão qualquer tipo de descriminação uma vez que todos os
envolvidos tinham unicamente a nacionalidade do 1º Estado
Embora, no estado atual do direito comunitário, as regras sobre o apelido das pessoas
sejam da competência dos Estados-Membros, estes devem, no exercício dessa
competência, respeitar o direito comunitário, a menos que esteja em causa uma
situação interna que não tenha nenhuma conexão com o direito comunitário.
Uma norma de conflitos nos termos da qual o nome de uma pessoa deve ser
determinado de acordo com a lei da sua nacionalidade não é, por si só, incompatível
com o disposto nos artigos 12.° CE, 17.° CE ou 18.° CE;
Porém, uma norma deste tipo deve ser aplicada de modo a respeitar o direito que
assiste a todos os cidadãos da União de circularem e permanecerem livremente no
território dos Estados-Membros;
O artigo 21º TFUE opõe-se a que as autoridades de um Estado-Membro, em aplicação
do direito nacional que usa a nacionalidade como conexão exclusiva para
determinação do apelido, recusem o reconhecimento do apelido de um menor, tal
como determinado e registado noutro Estado-Membro onde esse menor nasceu e
reside desde essa data, que, como os seus pais, tem unicamente a nacionalidade do
primeiro Estado-Membro.
Neste contexto o interessado pode ter de dissipar dúvidas sobre essa identidade e
afastar suspeitas de falsas declarações suscitadas pela divergência entre os dois
apelidos sempre que o interessado tiver de fazer prova da sua identidade no
Estado-Membro de residência. Além disso, em relação às certidões, certificados e
diplomas ou a qualquer outro documento em que se reconheça um direito, essa
divergência de apelidos pode suscitar dúvidas quanto à autenticidade dos documentos
apresentados ou à veracidade dos dados contidos nesses documentos.
Em suma, o direito à livre circulação não é respeitado quando um cidadão foi registado
com um determinado nome, de acordo com o disposto na lei aplicável no seu lugar de
nascimento, antes de ser necessário o registo do seu nome noutro Estado, e lhe é
seguidamente imposto o registo de um nome diferente noutro Estado-Membro;
Tendo em conta o facto de o interessado ter um apelido diferente cada vez que passa
a fronteira entre os dois Estados-Membros em questão, a conexão com a
nacionalidade que tem por objectivo garantir que o nome de uma pessoa possa ser
determinado de modo contínuo e estável, leva a um resultado contrário do pretendido,
de modo que essa recusa não pode ser justificada.
Um entrave à livre circulação desta ordem só se pode justificar com base em
considerações objectivas e se for proporcional ao objectivo legitimamente prosseguido
(v., neste sentido, acórdão de 11 de Setembro de 2007, Comissão/Alemanha,
C-318/05, Colect., p. I-6957, n.° 133 e jurisprudência aí referida).
Consequentemente, as autoridades de um Estado-Membro não podem, quando
procedem ao registo do nome de um cidadão da União, recusar automaticamente o
reconhecimento de um nome com o qual já tinha sido legalmente registado de acordo
com as normas de outro Estado-Membro, salvo se este reconhecimento colidir com
razões imperativas de ordem pública que não admitam excepções.».
No caso em concreto as considerações de facilidade administrativa que levaram a
Alemanha a proibir os apelidos compostos não bastam para justificar um entrave à livre
circulação.
Em que casos pode ser o negócio jurídico celebrado em Portugal ser anulado com fundamento a
incapacidade nos termos do art 28º CC?
De acordo com o art 28º do CC, o negócio jurídico celebrado em Portugal por pessoa que seja
incapaz segundo a lei pessoal competente não será anulado com fundamento na incapacidade
no caso de a lei interna Portuguesa se aplicável, considerar essa pessoa como capaz; Esta
exceção cessa contudo se a outra parte conhecia desta incapacidade ou no caso o negócio
jurídico ser unilateral, pertencer ao domínio da família, sucessões ou respeitar à disposição de
imóveis situados no estrangeiro.
Caso não se verifique nenhuma das exceções do nº2 deste artigo, o negócio não poderá
ser anulado com o fundamento em incapacidade (p.ex:menoridade). Ainda que a
mudança da lei pessoal não prejudique a maioridade adquirida segundo a lei pessoal
anterior (29º CC) (lei da nacionalidade do individuo – 31ºCC neste caso a lei argelina)
esta norma de conflito impede a invocação desta incapacidade, uma vez que em
Portugal a maioridade adquire-se aos 18 anos. Assim sendo, segundo a lei portuguesa
A já tem capacidade para celebrar este negócio.
A norma de conflito prevista no artigo 28º é uma norma de conflito unilateral, uma vez
que só determina a aplicação do direito do próprio foro:
o Art. 28o, no 1: a capacidade é, em princípio, regida pela lei pessoa (art. 25o).
Porém, o negócio jurídico celebrado em Portugal por pessoa que seja incapaz
segundo a lei pessoal competente não pode ser anulado no caso de a lei interna
portuguesa, se fosse aplicável, considerar essa pessoa como capaz. Esta
norma é de algum modo bilateralizada pelo art. 28o, no 3 – norma de conflitos
unilateral especial que se reporta a questões parcelares.
o Esta é uma norma unilateral especial, uma vez que se encontra numa relação
de especialidade com outras normas de conflitos, unilaterais ou bilaterais:
Dentro das normas especiais encontramos 3 modalidades, sendo que
neste caso em concreto estaremos perante uma norma unilateral
especial que se reporta a questões parciais que, em principio, estaria
englobadas no domínio de aplicação de outras normas de conflito
(neste caso dentro do âmbito do direito dos contratos)
Suponha que não existem os artigos 25.º a 32.º do Código Civil e que, em vez deles, a nossa
norma de conflitos era a seguinte: «as normas relativas ao estado e capacidade das pessoas
aplicam-se aos portugueses, mesmo que residentes em país estrangeiro». Que tipo de norma é
esta? É admissível no nosso ordenamento?
A norma em causa seria uma norma unilateral de caracter geral – a sua redação é
idêntica ao art 3º/3 do CC fr.- este tipo de normas não vigoram no ordenamento jurídico
Português e dizem respeito a estados ou categorias de relações-
o estas referem-se a estados ou categorias de relações jurídicas
Podemos então concluir que o unilateralismo como sistema geral continua a ser uma criação
intelectual dos professores e dos teóricos do Direito como assinala VItta. Em contraste com a
realidade do método bilateral, que se desenvolveu gradualmente e que continua a
desenvolver.se na vida jurídica de quase todos os países, Porém ainda que o bilateralismo seja
preponderante nos sistemas de DIP, náo encontramos actualmente sistemas puramente
unilateralistas ou puramente bilateralistas.
Como se resolve as situações que se encontram fora da esfera de aplicação na norma
uniliateral?
O que se verificou face às normas de conflitos unilaterais foi que os tribunais dos diferentes
estados, quando chamados a apreciar situações que caíam fora da esfera do foro, integravam
lacunas mediante uma bilateralização das normas unilaterais
o Generalização da norma
Num sistema jurídico em que não haja normas bilaterais (mas táo-só normas unilaterais), surge
uma lacuna sempre que não seja aplicável o Direito do foro a certos estados ou categorias de
relações jurídicas, assim sendo, uma vez que a norma apenas estabelece a competéncia do
Direito do foro para reger o estado e a capacidade dos nacionais (art. 3o, no3 Code Civil),
suscita-se uma lacuna quando se coloca o problema do Direito aplicável aos estrangeiros.
Importa fazer a seguir uma generalização da norma (esta deverá ser feita pelos juízes e tribunais
do Estado) – deste processo retirar-se-ia que o estado e a capacidade são regidos pelo direito
da nacionalidade. Ou seja, aplicando esta solução ao caso em concreto, A teria razão e poderia
anular o negócio jurídico celebrado uma vez que não teria capacidade para o celebrar aos olhos
da lei argelina que rege o seu estado e capacidade, independentemente do facto de este ter
celebrado o negócio e residir em Portugal (estrangeiro).
Só são admitidas no nosso OJ normas unilaterais especiais – exemplos de especialidade: 28º face ao 25º
Norma de conflitos unilateral ad hoc – 23º/1 CCG – faz apenas referência a uma norma material ou a nº
restrito de normas materiais gerais
Enquanto nas unilaterais gerais a falta de aplicação de conflitos leva logo à existência de uma lacuna
sendo possível nestes caso proceder a uma bilateralização da normas especiais são muito mais
complicadas de proceder a essa bilateralização uma vez que a falta de aplicação dessa norma não
gerará automaticamente uma lacuna.
A previsão é a situação da vida que a norma de conflitos visa regular, situação que terá de caracteri ́stico,
em princi ́pio, a circunstância de ser uma situaçaõ plurilocalizada, uma situação com caráter internacional.
Nestes termos, a maior parte das normas de conflitos delimitam as situações da vida através de conceitos
técnico-jurídicos, correspondendo a categorias de situações ou a questões parciais (como a capacidade)
ou seja através de conceitos quadro
Conceito-quadro: é o conceito através do qual a regra de conflitos delimita o seu objeto, a sua previsão.
É, assim, um conceito que visa abarcar uma pluralidade de realidades jurídicas muito diferentes, podendo
acontecer a regra de conflitos atribuir competência a uma lei estrangeira e na lei estrangeira nós
podemos encontrar figuras e institutos jurídicos que não têm um correspondente exato na nossa OJ.
Assim, os conceitos através dos quais a regra de conflitos delimita o seu objeto tem de ser bastante
vastos, no sentido de que possam abarcar todas as figuras jurídicas de leis estrangeiras que nas leis em
que se integram exerçam as mesmas funções que os institutos ou as figuras jurídicas homólogas
desempenham no OJ do estado do foro.
Estatuição: esta consiste na consequência juri ́dica que a norma desencadeia, sendo tradicionalmente
identificada com a conexão - no sentido de o chamamento de certa lei ou de certas leis a aplicarem-se à
situação privada internacional, isto é, da atribuição de competência a certa lei para regular determinada
categoria de questões suscitadas pela situação privada internacional em causa.
Regras de conflitos unilaterais: tratando-se de regras de conflito que têm a particularidade de somente
designar quando é que se aplicam as normas materiais do direito do estado do foro, isto é, limitam-se a
delimitar e a circunscrever o âmbito de aplicação espacial das normas jurídicas do estado do foro.
Regras de conflitos bilaterais: sáo os casos mais comuns de regras de conflitos, na medida em que a
maior parte das regras de conflitos vigentes entre nós ter caráter bilateral. Tal significa dizer que tanto
remetem para a lei do foro, como para uma lei estrangeira – seja essa lei qual for.
▪ DMV: sem prejuízo de, na doutrina, ter vigorado esta designação, melhor se diriam regras de conflitos
multilaterais.
Estas sáo regras que tanto remetem para a lei do foro, como para uma lei estrangeira, mas com a
característica particular de se reportarem a certa categoria de situações juri ́dicas que são normalmente
as situações que têm de certa forma conexão com o direito do Estado do foro.
Exemplo:
• Artigo 51o CC. Ocupa-se da forma do casamento.