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Semana 4
Eduardo Valladares
(Bruna Basile)
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13/03 Estutura e
Formação de
palavras
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06
Exercícios mar
com enfoque
em interpreta-
ção de enuncia-
dos e coman-
dos
01. Resumo
02. Exercício de Aula
03. Exercício de Casa
04. Questão Contexto
RESUMO
Em todas as provas de vestibulares, principalmen- Dessa forma, como a prova de Linguagens do ENEM
te no ENEM, a interpretação dos enunciados é um apresenta diversos tipos de textos, devemos obser-
fator pode atrapalhar o aluno na hora de responder var com atenção os enunciados e identificar essas
uma questão. Na prova de Linguagens, devido à ex- palavras-chaves. A partir dessa relação entre texto e
tensão dos textos, ao chegarmos à leitura do enun- comando temos o caminho para achar a resposta da
ciado já esquecemos o que o texto abordava. Dessa questão. Observe algumas delas:
forma, é de suma importância estar sempre atento
aos verbos de comando das questões para entender → Dizer a respeito de = No que se refere a.
o direcionamento que a resposta deve ter. Quantas → Decorrente de = Consequência de algo.
vezes você já não leu uma questão e ficou em dúvida → Implicar = Causar, provocar, resultar.
de como começar a pensar em como encaminhar a → Revelar = Evidenciar, expor.
resposta? Vamos solucionar isso na aula de hoje, ok? → Destacar = Realçar, revelar, marcar, enfatizar.
→ Defender = Justificar, sustentar.
Por exemplo:
Observe o enunciado de uma questão do ENEM
→ Analisar: Observar atentamente dados, gráficos, 2012:
tabelas, figuras, desenhos, mapas, opiniões, argu-
Por. 111
mentos, textos. Por meio dessa análise será possível Aquele bêbado
identificar as partes e ideias envolvidas que levam à — Juro nunca mais beber — e fez o sinal da
compreensão do todo. cruz com os indicadores. Acrescentou: — Ál-
cool. O mais ele achou que podia beber. Bebia
→ Concluir/Inferir/Deduzir: Raciocinar a partir de paisagens, músicas de Tom Jobim, versos de
análise de dados fornecidos e gerar uma informação Mário Quintana. Tomou um pileque de Segall.
nova em um determinado contexto. Nos fins de semana, embebedava-se de Índia
Reclinada, de Celso Antônio.
→ Determinar: Indicar com exatidão, precisão as — Curou-se 100% do vício — comentavam os
características próprias de elementos. amigos. Só ele sabia que andava mais bêbado
que um gambá. Morreu de etilismo abstrato, no
→ Diferenciar: Assinalar diferenças, apontar a cada meio de uma carraspana de pôr do sol no Le-
correspondente o seu devido valor. blon, e seu féretro ostentava inúmeras coroas
de ex-alcoólatras anônimos.
→ Identificar: Reconhecer e apontar elementos
fundamentais, ou seja, as principais características A causa mortis do personagem, expressa no último
de algum elemento. parágrafo, adquire um efeito irônico no texto por-
que, ao longo da narrativa, ocorre uma
→ Resumir: Compreender as ideias centrais do tex-
to para obter a síntese do que foi lido. Mesmo que você não saiba o significado de causa
mortis, você pode analisar as palavras-chaves que
→ Relacionar: Estabelecer relações, confrontar di- possam ajudar na interpretação desse enunciado,
ferentes elementos em um ou mais textos. já que ele também não possui verbos de comando.
Vamos lá: em primeiro lugar temos o indicativo des-
Entretanto, muitas questões não possuem verbos sa causa mortis no ‘último parágrafo’ do texto. Logo
de comando, então deve-se ficar atento às palavras- depois, temos outra palavra-chave, ‘efeito irônico’.
-chaves que elas apresentam. A palavra-chave de Dessa forma, podemos perceber que o texto traz
um enunciado é a principal palavra ou termo que fa- uma quebra de expectativa por causa de um efei-
cilita a interpretação. to irônico apresentado no último parágrafo. Certo?
Vamos agora analisar as alternativas.
Se temos um efeito irônico no último parágrafo, pro-
a) metaforização do sentido literal do verbo “beber”. vavelmente, é em relação ao primeiro, não é? Então,
b) aproximação exagerada da estética abstracionis- ao analisarmos as alternativas a única resposta pos-
ta. sível é a letra ‘a’, pois ao compararmos o sentido ori-
c) apresentação gradativa da coloquialidade da lin- ginal do verbo ‘’beber’’ com as paisagens, as músi-
guagem. cas e versos que ele se embebedava é isso que traz
d) exploração hiperbólica da expressão “inúmeras o efeito irônico com o último parágrafo.
coroas”.
e) citação aleatória de nomes de diferentes artistas.
EXERCÍCIO DE AULA
1.
O nome do inseto pirilampo (vaga-lume) tem uma interessante certidão de
nascimento. De repente, no fim do século XVII, os poetas de Lisboa repa-
raram que não podiam cantar o inseto luminoso, apesar de ele ser um ma-
nancial de metáforas, pois possuía um nome “indecoroso” que não podia ser
“usado em papéis sérios”: caga-lume. Foi então que o dicionarista Raphael
Por. 112
Bluteau inventou a nova palavra, pirilampo, a partir do grego pyr, significan-
do “fogo”, e lampas, “candeia”.
FERREIRA, M. B. Caminhos do português: exposição comemorativa do Ano
Europeu das Linguas. Portugal: Biblioteca Nacional, 2001 (adaptado).
2.
Noites do Bogart
Por. 113
3.
TEXTO I
Mama África
Mama África (a minha mãe)
é mãe solteira
e tem que fazer
mamadeira todo dia
além de trabalhar
como empacotadeira
nas Casas Bahia
Mama África tem tanto o que fazer
além de cuidar neném
além de fazer denguim
filhinho tem que entender
Mama África vai e vem
mas não se afasta de você
quando Mama sai de casa
seus filhos se olodunzam
rola o maior jazz
Mama tem calos nos pés
Mama precisa de paz
Mama não quer brincar mais
filhinho dá um tempo
é tanto contratempo
no ritmo de vida de Mama
CHICO CÉSAR. Mama África. São Paulo: MZA Music, 1995.
Texto II
Por. 114
b) responsabilidade das mulheres no sustento das famílias.
c) comprometimento das mulheres na reconstituição do casamento.
d) dedicação das mulheres no cuidado com os filhos.
e) importância das mulheres nas tarefas diárias.
4.
Palavras jogadas fora
Quando criança, convivia no interior de São Paulo com o curioso verbo pin-
char e ainda o ouço por lá esporadicamente. O sentido da palavra é o de
“jogar fora” (pincha fora essa porcaria) ou “mandar embora” (pincha esse
fulano daqui). Teria sido uma das muitas palavras que ouvi menos na capital
do estado e, por conseguinte, deixei de usar. Quando indago às pessoas se
conhecem esse verbo, comumente escuto respostas como “minha avó fala
isso”. Aparentemente, para muitos falantes, esse verbo é algo do passado,
que deixará de existir tão logo essa geração antiga morrer. As palavras são,
em sua grande maioria, resultados de uma tradição: elas já estavam lá antes
de nascermos. “Tradição”, etimologicamente, é o ato de entregar, de passar
adiante, de transmitir (sobretudo valores culturais). O rompimento da tradi-
ção de uma palavra equivale à sua extinção. A gramática normativa muitas
vezes colabora criando preconceitos, mas o fator mais forte que motiva os
falantes a extinguirem uma palavra é associar a palavra, influenciados di-
reta ou indiretamente pela visão normativa, a um grupo que julga não ser o
seu. O pinchar, associado ao ambiente rural, onde há pouca escolaridade e
refinamento citadito, está fadado à extinção?
É louvável que nos preocupemos com a extinção de ararinhas-azuis ou dos
micos-leão-dourados, mas a extinção de uma palavra não promove nenhu-
ma comoção, como não nos comovemos com a extinção de insetos, a não
ser dos extraordinariamente belos. Pelo contrário, muitas vezes a extinção
das palavras é incentivada.
VIARO, M. E. Língua Portuguesa, n. 77, mar. 2012 (adaptado).
A discussão empreendida sobre o (des)uso do verbo “pinchar” nos traz uma refle-
xão sobre a linguagem e seus usos, a partir da qual compreende-se que:
5.
Só há uma saída para a escola se ela quiser ser mais bem-sucedida: aceitar
a mudança da língua como um fato. Isso deve significar que a escola deve
aceitar qualquer forma da língua em suas atividades escritas? Não deve
mais corrigir? Não!
Há outra dimensão a ser considerada: de fato, no mundo real da escrita, não
Por. 115
existe apenas um português correto, que valeria para todas as ocasiões: o
estilo dos contratos não é o mesmo do dos manuais de instrução; o dos juízes
do Supremo não é o mesmo do dos cordelistas; o dos editoriais dos jornais
não é o mesmo do dos cadernos de cultura dos mesmos jornais. Ou do de
seus colunistas.
POSSENTI, S. Gramática na cabeça. Língua Portuguesa, ano 5, n. 67, maio
2011 (adaptado).
Sírio Possenti defende a tese de que não existe um único “português correto”.
Assim sendo, o domínio da língua portuguesa implica, entre outras coisas, saber
Ao discorrer sobre os hoaxes, o texto sugere ao leitor, como estratégia para evi-
Por. 116
tar essa ameaça,
Ao analisar o texto sobre a Web Semântica, deduz-se que esse novo paradigma
auxiliará os usuários a
Com base em fatos históricos, o texto retrata o processo de adaptação pelo qual
passou um tipo de brincadeira. Nesse sentido, conclui-se que as brincadeiras
comportam o(a)
Por. 117
4.
Em uma escala de 0 a 10, o Brasil está entre 3 e 4 no quesito segurança da
informação. “Estamos começando a acordar para o problema. Nessa histó-
ria de espionagem corporativa, temos muita lição a fazer. Falta consciência
institucional e um longo aprendizado. A sociedade caiu em si e viu que é uma
coisa que nos afeta”, diz S.P., pós-doutor em segurança da informação. Para
ele, devem ser estabelecidos canais de denúncia para esse tipo de situação.
De acordo com o conselheiro do Comitê Gestor da Internet (CGI), o Brasil
tem condições de desenvolver tecnologia própria para garantir a segurança
dos dados do país, tanto do governo quanto da população. “Há uma massa
de conhecimento dentro das universidades e em empresas inovadoras que
podem contribuir propondo medidas para que possamos mudar isso [falta
de segurança] no longo prazo”. Ele acredita que o governo tem de usar o seu
poder de compra de softwares e hardwares para a área da segurança ciber-
nética, de forma a fomentar essas empresas, a produção de conhecimento
na área e a construção de uma cadeia de produção nacional.
Por. 118
a) mantém os usuários cada vez menos preocupados com a qualidade da infor-
mação.
b) torna o raciocínio de quem navega mais raso, além de fragmentar a atenção
de seus usuários.
c) desestimula a inteligência, de acordo com descobertas científicas sobre o cé-
rebro.
d) influencia nossa forma de pensar com a superficialidade dos meios eletrôni-
cos.
e) garante a empresas a obtenção de mais lucro com a recente fragilidade de
nossa atenção.
6.
TEXTO I
Antigamente
Antigamente, os pirralhos dobravam a língua diante dos pais e se um se es-
quecia de arear os dentes antes de cair nos braços de Morfeu, era capaz de
entrar no couro. Não devia também se esquecer de lavar os pés, sem tugir
nem mugir. Nada de bater na cacunda do padrinho, nem de
debicar os mais velhos, pois levava tunda. Ainda cedinho, aguava as plan-
tas, ia ao corte e logo voltava aos penates. Não ficava mangando na rua,
nem escapulia do mestre, mesmo que não entendesse patavina da instrução
moral e cívica. O verdadeiro smart calçava botina de botões
para comparecer todo liró ao copo d’água, se bem que no convescote ape-
nas lambiscasse, para evitar flatos. Os bilontras é que eram um precipício,
jogando com pau de dois bicos, pelo que carecia muita cautela e caldo de
galinha. O melhor era pôr as barbas de molho diante de um treteiro de tope-
te, depois de fintar e engambelar os coiós, e antes que se pusesse tudo em
pratos limpos, ele abria o arco.
Por. 119
b) o português brasileiro se constitui evitando a ampliação do léxico proveniente
do português europeu.
c) a heterogeneidade do português leva a uma estabilidade do seu léxico no eixo
temporal.
d) o português brasileiro apoia-se no léxico inglês para ser reconhecido como
língua independente.
e) o léxico do português representa uma realidade linguística variável e diversi-
ficada.
7.
Cabeludinho
8.
A discussão sobre “o fim do livro de papel” com a chegada da mídia eletrô-
nica me lembra a discussão idêntica sobre a obsolescência do folheto de
cordel. Os folhetos talvez não existam mais daqui a 100 ou 200 anos, mas,
mesmo que isso aconteça, os poemas de Leandro Gomes de Barros ou Ma-
nuel Camilo dos Santos continuarão sendo publicados e lidos — em CD-
Por. 120
-ROM, em livro eletrônico, em “chips quânticos“, sei lá o quê. O texto é uma
espécie de alma imortal, capaz de reencarnar em corpos variados: página
impressa, livro em Braille, folheto, “coffee-table book“ , cópia manuscrita,
arquivo PDF... Qualquer texto pode se reencarnar nesses (e em outros) for-
matos, não importa se é Moby Dick ou Viagem a São Saruê , se é Macbeth
ou O livro de piadas de Casseta & Planeta.
a) o cordel é um dos gêneros textuais, por exemplo, que será extinto com o avan-
ço da tecnologia.
b) o livro impresso permanecerá como objeto cultural veiculador de impressões
e de valores culturais.
c) o surgimento da mídia eletrônica decretou o fim do prazer de se ler textos em
livros e suportes impressos.
d) os textos continuarão vivos e passíveis de reprodução em novas tecnologias,
mesmo que os livros desapareçam.
e) os livros impressos desaparecerão e, com eles, a possibilidade de se ler obras
literárias dos mais diversos gêneros.
QUESTÃO CONTEXTO
Moana – Um mar de aventuras
Moana Waialiki é uma corajosa jovem, filha do chefe de uma tribo na Oce-
ania, vinda de uma longa linhagem de navegadores, que é seu maior hobbie
e, também, trabalho. Querendo descobrir mais sobre seu passado e ajudar
sua família, ela resolve partir em busca de seus ancestrais, habitantes de
uma ilha mítica que ninguém sabe onde é. Com a ajuda do lendário semi-
deus Maui, Moana começa sua jornada pelo mar aberto, onde vai enfrentar
https://www3.cinemark.com.
br/filme/moana criaturas marinhas e descobrir antigas histórias do submundo.
Por. 121
GABARITO
01. 03.
Exercício de aula Questão Contexto
1. e Você deve ter percebido que na questão apresen-
2. a tada existem duas palavras-chaves, são elas: ‘gêne-
3. b ro textual’ e ‘função social’. O gênero textual é um
4. c modelo de texto que encontramos diariamente em
5. d jornais, revistas, livros, entre outros. E como foi dito,
todo gênero possui uma função social e mesmo que
02.
você não soubesse o significado dessa expressão
você poderia inferir que seria o objetivo desse texto
Exercício de casa dentro da sociedade.
1. b
2. b Ao lermos o texto podemos identificar que o gêne-
3. e ro textual é uma sinopse e sua função social é apre-
4. b sentar informações por meio de um relato breve ou
5. e resumo sobre uma história de filme ou qualquer ou-
6. e tro tipo de obra que serve como uma estratégia pu-
7. e blicitária para promover esse conteúdo. Além disso,
8. d essas informações poderiam ser inferidas pelo link
apresentado logo após o texto que apresenta o site
de uma rede de cinemas do Brasil.