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Declaração
Declaro que este Monografia é resultado da minha investigação pessoal e das orientações do meu
supervisor, o seu conteúdo é original e todas as fontes consultadas estão devidamente mencionadas no
texto, nas notas e na bibliografia final.
Declaro ainda que este trabalho não foi apresentado em nenhuma outra instituição para obtenção de
qualquer grau académico.
O Autor
-------------------------------------------------------
Cristiano Macário Sousa
2
Dedicatória
Dedico o presente trabalho aos meus pais, dedico igualmente, aos meus irmãos que muito me apoiaram
e inspiraram durante o curso.
3
Agradecimentos
Este trabalho é um fruto de uma caminhada longa e espinhosa, na qual sempre houve individualidades
que desempenharam um papel importante com vista o alcance do destino, as quais merece um
agradecimento:
Ao Eng. Jacinto Costa, pela orientação e supervisão, pela coordenação do curso e pelas
inúmeras oportunidades por ele facultadas;
À Direcção do Instituto Industrial de Maputo, que desde o princípio até ao fim do meu curso se
dispôs em me receber para realização de actividades de práticas pedagógicas e de pesquisa;
Aos meus colegas e amigos, pela colaboração durante o curso, pela amizade e convívio.
Muito Obrigado.
4
Resumo
Summary
The analysis of the contribution of computer software in vocational technical education, particularly for
teaching electronics, was performed using electrical circuit simulator PSPICE. The study involved a
class of 40 students of specialty electronics at the Industrial Institute of Maputo, to examine the use of
simulation in the classroom, and use of simulators for teaching laboratory practices, aiming to address
the lack of laboratory equipment that ETP schools face, and improve the quality of teaching and
learning, hence the quality of the graduate. To this end, groups of students were trained in the use of
simulation in the classroom. Once used as a laboratory tool for classroom practice. In the end, we used
a survey with multiple choice questions, previously developed, aiming to gather the views of students
on the simulator in two cases examined, where it was found that the students admitted that they learned
better by using the simulator, and felt independent. However, the same questions had been learned to
say in practical terms, using only the simulator instead of the conventional laboratory. Therefore, the
analysis of these data led to this work in reaching the following conclusion: the simulator is an
educational tool that can be exploited to assist in the teaching and learning, or is this tool should be
seen as a complement to the teaching but does not replace or not release the conventional laboratory
practical classes.
6
Figura 11: Opinião dos estudantes sobre uso de simulador na aula de prática laboratorial 47
Figura 12: Opinião dos estudantes sobre aprendizagem usando simulador na sala de aula 47
Figura 13: Opinião dos estudantes sobre autonomia do aluno usando simulador 48
AC - Corrente Alternada
CAI – Computer-Aided Instruction
DC – Corrente Directa
MT – Meticais
R – Resistência Eléctrica
CAPÍTULO I 1
1. INTRODUÇÃO 11
1.1. Objectivos 12
1.1.1. Objectivo geral 12
1.1.2. Objectivos específicos 12
1.2. Justificativa 13
1.3. Metodologia 14
1.3.1. Definição do problema 14
1.3.2. Formulação das hipóteses 15
1.3.3. Recolha de dados 16
1.3.3.1. População e Amostra 16
1.3.4. Organização e Apresentação 16
1.3.5. Análise e Interpretação dos dados 17
CAPÍTULO II 18
2. REFERENCIAL TEÓRICO 18
2.1. Conceito da Aprendizagem 18
2.1.1. Tipos de Aprendizagem 18
2.1.1.1. Aprendizagem significativa 18
2.1.1.2. Aprendizagem memorística 18
2.1.2. Condições para a Aprendizagem Significativa 19
2.1.3. Teorias da aprendizagem 20
2.1.3.1. Comportamentalismo-Behaviorismo 20
2.1.3.2. Construtivismo 20
2.2. Conceito de Software Educacional 21
2.2.1. Classificação dos Softwares Educativos 21
2.2.2. Avaliação de Software Educacional 23
2.2.3. Características de qualidade do software educacional 24
2.3. Utilização de ferramentas pedagógicas computacionais no mundo 25
2.3.1. EE-Lab – Portland State University 25
2.3.2. Cyberlab – Stanford University 26
2.4. Alguns dos Principais Simuladores 26
2.5. O Programa Pspice 27
9
2.5.1. Descrição 27
2.4.2. Modelo do programa Pspice 28
2.4.2.1. O schematic 28
2.4.3. Tipos de Análises Disponíveis no PSpice 30
2.4.4. Utilização do Programa PSpice 32
2.4.4.1. Meu File: 34
2.4.4.2. Menu Edit: 34
2.4.4.3. Menu Draw: 34
2.4.4.4. MeuView 34
2.4.4.5. Meu Analysis 35
2.4.5. Seleção de Componentes e Montagem do Circuito 35
2.4.6. Simulação 36
2.4.7. Configuração da Análise 36
2.5. Utilização do rato (mouse) 37
CAPÍTULO III 39
3. RESOLUÇÃO E SIMULAÇÃO DE CIRCUITOS 39
3.1. Uso do simulador PSpice como meio didáctico na sala de aula 39
3.1.1. Determinação das tensões e correntes usando Simulador PSpice 41
3.1.2. Determinação das Tensões pelo método nodal – Por meio de Cálculos 41
3.1.3. Determinação das Correntes pelo método de malha – por meio de cálculos 42
3.2. Uso do Simulador Pspice como ferramenta laboratorial 44
3.2.1. Componentes utilizados na configuração 45
3.2.2. Resultado da Simulação com PSpice 46
CAPÍTULO IV 47
4. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS 47
4.1. Apresentação dos dados 47
4.1.1. Caracterização da Amostra 47
4.1.2. Opinião dos estudantes inqueridos 47
4.1.2.1. Opinião dos estudantes sobre uso de simulador na aula de prática laboratorial 47
4.1.2.2. Opinião dos estudantes sobre aprendizagem usando simulador na sala de aula 48
4.1.2.3. Opinião dos estudantes sobre sua autonomia usando simulador 49
4.1.2.4. Opinião dos estudantes sobre eficácia do simulador 49
10
CAPÍTULO I
1. INTRODUÇÃO
Simuladores de circuitos eléctricos e electrónicos, são poderosas ferramentas de software que permitem
a análise de sinais eléctricos, sem a necessidade da implementação física dos mesmos. Possibilitam
uma análise em geral mais rápida, segura e barata do que a montagem física do circuito.
Particularmente para o projecto de circuitos integrados, a simulação é uma ferramenta fundamental,
pois a implementação física é um processo caro e demorado. Um circuito integrado só é fisicamente
construído quando todas as simulações eléctricas do circuito mostram o resultado desejado. Utilizando
o simulador podem ser observadas as futuras falhas no circuito, fazendo com que o projectista já
planifique melhorar as condições do circuito a ser implementado (NEVES et al, 2000).
12
1.1. Objectivos
1.2. Justificativa
A análise deste tema “uso de softwares computacionais no Ensino de electrónica”, justifica-se por um
lado, pelo facto de ter se constatado baixa eficácia no EnsinoTécnico Profissional - ETP, que tem como
indicadores a falta de correspondência entre a qualidade dos graduados e os objectivos definidos nos
curricula, uma limitada aprendizagem dos alunos, com maior gravidade em termos de habilidades
práticas, decorrente da falta de condições básicas em termos oficinais e laboratoriais e outros meios de
ensino -aprendizagem, aliado ao modelo pedagógico tradicional (centrado no professor e baseado na
transmissão de conhecimentos), verificando-se apenas ocorrência de aulas baseadas em apontamentos
no caderno, formulas e muitos cálculos, não acompanhados de aulas práticas. Por outro, por ter se
constatado que o governo tem grandes dificuldades financeiras para investimento na área de
equipamento laboratorial e oficinal para este subsistema de ensino, ou seja, que o governo não tem
capacidade financeira de modo a resolver o problema da falta de equipamento laboratorial a curto
prazo, por exemplo, conforme referido na EETP (2001-2011), em 2000, o ensino técnico profissional
recebeu apenas 5% ( 81.105.800.000,00 MT, equivalente a USD 5.407.053,00) dos recursos financeiros
alocados à educação, contra 8.8% recebidos em 1995. O mesmo documento acrescenta que
“actualmente, o ETP recebe apenas uma proporção simbólica dos recursos públicos alocados à
educação - as alocações de fundos em termos reais são insuficientes para pôr em funcionamento as
instituições existentes de forma eficaz”. Assim, pressupõe-se que, a introdução dos simuladores
computacionais no ETP poderá, para além de suprir a falta de equipamento laboratorial para aulas
práticas, melhorar a qualidade do ensino e da aprendizagem, uma vez que os simuladores
computacionais promovem de certa forma a prática de aula centrada no aluno buscando sempre sua
autonomia e a busca de conhecimento, em detrimento da aula centrada nos conteúdos, onde o professor
é o transmissor. “Os simuladores computacionais constituem poderosas ferramentas de software que
permitem a análise de sinais eléctricos, sem a necessidade da implementação física dos mesmos.
Possibilitam uma análise em geral mais rápida, segura e barata do que a montagem física do circuito.
Particularmente para o projecto de circuitos integrados, a simulação é uma ferramenta fundamental,
pois a implementação física é um processo caro e demorado. Um circuito integrado só é fisicamente
construído quando todas as simulações eléctricas do circuito mostram o resultado desejado” (NEVES et
al., 2000).
14
1.3. Metodologia
Para elaboração deste trabalho recorreu-se a pesquisa bibliográfica, Segundo (PÁDUA, 2004, citado
por BONOMO1, 2007), “a pesquisa bibliográfica é fundamentada nos conhecimentos de documentação
e bibliografia; sua finalidade é colocar o pesquisador em contacto com o que já se produziu a respeito
do seu tema de pesquisa”. SALOMON (1974), citado pelo mesmo autor, acrescenta que a bibliografia
“é o conjunto de obras derivadas sobre determinado assunto, escritas por vários autores, em épocas
diversas, utilizando todas ou parte das fontes.” E o método usado neste trabalho foi o método
qualitativo. Segundo JÚNIOR (2008) 2, a pesquisa qualitativa tem os seguintes objectivos: observação,
a descrição, a compreensão e o significado. No entanto, ainda de acordo com JÚNIOR (2008), é
evidente que toda pesquisa qualitativa possa recorrer a análise quantitativa e vice-versa. Conforme
refere ROESCH (2007, p.130) citado por POLLHEIN (2009) 3 “o método quantitativo é muito utilizado
para obter informações sobre determinada população: por exemplo, contar quantos, ou em que
proporção seus membros têm certa opinião ou característica, ou com que frequência certos eventos
estão associados entre si. Segundo JÚNIOR (2008), NEVES & FERNANDES (1993) a pesquisa
qualitativa comporta a definição do problema, formulação das hipóteses e do referencial teórico,
recolha de dados, organização dos dados, Análise e interpretação dos dados.
Em Moçambique o Ensino Técnico Profissional - ETP, tem um carácter terminal e está organizado para
permitir a aquisição de competências, conhecimentos, valores e atitudes, os quais são necessários para
as pessoas exercerem uma determinada profissão ou ocupação, e compreende três níveis: O elementar,
o básico e o médio. A duração dos cursos varia de três a quatro anos de acordo com a área ou ramo e o
nível. A organização curricular dos cursos técnicos compreende quatro áreas: a formação geral, a
formação básica, a básica específica e a de especialidade. A carga horária nos cursos elementares e
básicos varia entre 2700 a 3200 horas e entre 4000 a 5000 horas para os cursos do nível médio. A rede
de instituições públicas e privadas de ETP é constituída por 65 Escolas e Institutos (39 tuteladas pelo
MINED, 22 por outros ministérios e 10 pertencentes a grandes empresas públicas ou privadas).
1
Prof. Robson Bonomo. /IFSC SBI Tognetti/IFSC
2
Dr.Guanis de Barros Vilela Júnio. guanis@gmail.com
3
Paula Cristina Pollhein, Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado ao Instituto Centrista Fayal de Ensino Superior
(Itajaí SC-Brasil) para obtenção do grau de Bacharel em Administração de Empresas.
15
Entretanto, diversos factores como a falta de equipamento laboratorial para aulas práticas e outros
meios de ensino, o modelo pedagógico tradicional (centrado no professor, e baseado na transmissão de
conhecimentos), têm contribuído para uma limitada aprendizagem dos alunos, conforme referido na
Estratégia do Ensino Técnico Profissional - EETP (2002-2011). O mesmo documento acrescenta que
“o Subsistema não reúne condições necessárias para satisfazer, quantitativa e qualitativamente, as
necessidades actuais e futuras do mercado de trabalho” e reconhece que, este subsistema de ensino tem
“baixa eficácia, traduzida na falta de correspondência entre a qualidade dos graduados e os objectivos
definidos nos curricula, com maior gravidade em termos de habilidades práticas”. Como consequência
imediata da falta de equipamentos laboratoriais, as aulas são reduzidas em teorias, apontamentos no
caderno, muitas formulas e cálculos. Como uma procura de soluções para este problema, propõe-se
neste trabalho duma forma geral o uso de softwares computacionais, no ETP. Para o caso particular de
ensino de electrónica, propõe-se o uso de simuladores de circuitos eléctricos e electrónicos. Assim,
propõe-se a seguinte questão de pesquisa:
Segundo JÚNIOR (2008), as hipóteses são suposições colocadas como respostas plausíveis e
provisórias para o problema de pesquisa. As hipóteses são provisórias porque poderão ser confirmadas
ou refutadas com o desenvolvimento da pesquisa. Um mesmo problema pode ter muitas hipóteses, que
são soluções possíveis para a sua resolução. Neste trabalho pretende-se examinar as seguintes
hipóteses:
É a fase operacional, que envolve a obtenção, a reunião e o registo sistemático dos dados. Para
obtenção dos dados pode recorrer-se a questionários, observações directas, entrevistas,
experimentações e a pesquisa bibliográfica NEVES & FERNANDES (1993). A presente pesquisa foi
realizada por meio da aplicação duma ficha de questionários com perguntas e respostas de múltipla
escolha, e espaço onde os alunos poderiam colocar seus comentários visando aferir os seguintes
elementos:
1.3.3.1.População e Amostra
Segundo, NEVES & FERNANDES (1993), a população ou universo estatístico é uma colecção de
seres com qualquer característica comum, os mesmos autores definem amostra como um subconjunto
finito da população. Assim, na recolha de dados deste trabalho foi considerada uma população total de
cerca de 120 estudantes do período diurno do curso de electrónica, do 1º ao 3º ano. E uma amostra de
40 estudantes do 3º ano, que corresponde a 30% do total da população considerada. A escolha da turma
do terceiro ano, deve-se ao facto de os conteúdos escolhidos para a simulação coincidir com as em
decurso naquele nível, no momento em que a pesquisa foi realizada, e existindo a penas uma turma.
Segundo, NEVES & FERNANDES (1993), “nesta fase resumem-se os dados através da sua contagem
e agrupamento com o propósito de identificar características genéricas do fenómeno em estudo
ignorando-se assim os seus atributos individuais. Os dados podem ser apresentados através de tabelas
ou gráficos. Neste trabalho são usados gráficos circulares que também são chamados de sectogramas.
17
Estes são representados através de círculos divididos em sectores circulares cujas amplitudes dos
ângulos são proporcionais às frequências dos valores da variável estatística. A escolha deste tipo de
apresentação de dados deve-se ao facto de certos autores como o caso de NEVES & FERNANDES
(1993), considerarem que comparativamente com as tabelas, os gráficos são mais atractivos e facilitam
a compreensão da mensagem, ou seja, os gráficos facilitam a compreensão do carácter em estudo e a
sua futura análise.
Nesta fase tiram-se conclusões que ajudam o investigador a resolver o problema NEVES &
FERNANDES (1993).
18
CAPÍTULO II
2. REFERENCIAL TEÓRICO
O ensino visa aprendizagem. A aprendizagem segundo MORGAN (1977) citado por AFONSO4
(2009) “é qualquer mudança relativamente permanente no comportamento, e que resulta de
experiência ou de prática".
De acordo com AUSUBEL citado por PELIZZARI5 et al (2002), propõe dois tipos da aprendizagem:
4
Artigo científico. Andrea Scalon Afonso, Arquiteta Urbanista, especialista em Arquitectura Contemporânea, em
Engenharia Sanitária e Meio Ambiente, em Planeamento Ambiental Urbano, professora Universitária, dançarina há 13
anos, professora de Dança de Salão.
5
Artigo científico. Adriana Pelizzari, Arte Educadora pela Faculdade de Artes do Paraná, Especialista em Processos
Pedagógicos PUC/PR, Mestranda em Engenharia de Produção com ênfase em Mídia e Conhecimento pela UFSC.
Coordenadora do Centro de Estudos e Pesquisa (CEP) do Colégio Bom Jesus. E-mail: adrianap@bomjesus.br
19
Para haver aprendizagem significativa são necessárias duas condições (PELIZZARI et al, 2002):
Em primeiro lugar, o aluno precisa ter uma disposição para aprender: se o indivíduo quiser
memorizar o conteúdo arbitrária e literalmente, então a aprendizagem será mecânica.
Em segundo, o conteúdo escolar a ser aprendido tem que ser potencialmente significativo, ou
seja, ele tem que ser lógico e psicologicamente significativo: o significado lógico depende
somente da natureza do conteúdo, e o significado psicológico é uma experiência que cada
indivíduo tem. Cada aprendiz faz uma filtragem dos conteúdos que têm significado ou não para
si próprio.
Neste trabalho é adoptada a aprendizagem significativa, visto que, pretende-se uma consideração de
que os indivíduos apresentam uma organização cognitiva interna baseada em conhecimentos de
carácter conceitual, sendo que a sua complexidade depende muito mais das relações que esses
conceitos estabelecem em entre si e do número de conceitos presentes. Entende-se que essas relações
têm um carácter hierárquico, de maneira que a estrutura cognitiva é compreendida, fundamentalmente,
como uma rede de conceitos organizados de modo hierárquico de acordo com o grau de abstracção e de
generalização.
20
De acordo com AFONSO (2009), uma teoria é uma tentativa de sistematizar uma área de
conhecimento, uma maneira particular de ver as coisas, de resolver problemas. E acrescenta que, as
teorias de aprendizagem buscam reconhecer a dinâmica envolvida nos actos de ensinar e aprender
(processo ensino - aprendizagem), partindo do reconhecimento da evolução cognitiva do homem, e
tentam explicar a relação entre o conhecimento pré-existente e o novo conhecimento. Sobre esta
matéria Ausubel citado por PELIZZARI et al. (2002) na sua teoria da aprendizagem, propõe que os
conhecimentos prévios dos alunos sejam valorizados, para que possam construir estruturas mentais
utilizando como meio, mapas conceituais que permitem descobrir e redescobrir outros conhecimentos,
caracterizando assim, uma aprendizagem agradável e eficaz. Assim, os modelos de ensino mais
adoptados actualmente são: o comportamentalista (behaviorista) e o construtivista (MELO, 1999 citado
por Maia6, 2001).
2.1.3.1. Comportamentalismo-Behaviorismo
2.1.3.2. Construtivismo
No modelo construtivista, o professor tem a função de facilitador (ou mediador) do conhecimento e não
um transmissor deste. Sua função é motivar nos alunos o espírito de investigação crítico, participativo e
cooperativo. Neste modelo, a aula é centrada no aluno, o professor passa a ter o papel de tutor e
incentivador do conhecimento (HANLEY, 1994 citado por MAIA, 2001).
6
Luiz Paulo Maia, simulador para o ensino de sistemas operacionais: Dissertação para obtenção do grau de mestre
em ciências em informática. RIO DE JANEIRO, RJ – BRASIL MARÇO DE 2001
21
No presente trabalho, é adoptado o modelo de ensino construtivista, visto que este modelo é
fundamentado na aprendizagem centrada no aluno, sendo o aluno quem busca os conhecimentos, quem
testa hipóteses, de modo ao alcance da aprendizagem significativa proposta por AUSUBEL, em
detrimento do modelo comportamentalista baseada na aprendizagem centrada no professor como
transmissor de conhecimentos, proporcionando ao estudante a aprendizagem memorística,
apontamentos, fórmulas e muitos cálculos.
Para (Ramos, 1998)7, software educativo ou educacional é aquele que é especificamente concebido e
destinado a ser utilizado em situações educativas. Autores como RAMOS & MENDONÇA (1991)
citados por BATISTA et al (199?), Referem que podem ser considerados softwares educacionais os
projectados para outros fins, mas que podem vir a ser utilizados no processo educacional, como por
exemplo, as planilhas electrónicas.
7
Citado no artigo científico: Avaliação de software educativo. Em http://aseducativo.wetpaint.com.
8
Artigo científico: A relevância dos softwares educativos na educação profissional. Centro Federal de Educação Tecnológica
do Ceará (CEFET-CE), Fortaleza, Ceará, Brasil.
22
Jogos educacionais, são muito aplicados na sala de aula, mas a pedagogia aplicada é a
exploração auto-dirigida, que defende a opinião de que a criança aprende melhor por si própria
que quando é explicitamente ensinada. Possui elementos lúdicos, visuais, sonoros além da
animação que propiciam uma maneira mais divertida de aprender. A maior preocupação é a
competição inevitável nos jogos, que pode desviar atenção do aluno do conceito envolvido no
jogo deixando o lado pedagógico em segundo lugar.
computadores sistemas operacionais, dentre outras, JUNQUEIRA, 1997, citado por VIEIRA9.
O tipo de software usado e proposto neste trabalho é o simulador de circuitos eléctricos Pspice.
A avaliação de um software educacional permite que seus usuários tenham uma melhor visão da
qualidade do software em questão. No entanto a qualidade de um software educacional está relacionada
a diversos factores como: Satisfação das necessidades de aprendizagem do público alvo e se atende às
necessidades dos professores, ou seja, o que ele oferece está de acordo com o contexto em que está
inserido. Também podem ser analisados sob outros aspectos. Existem três tipos de técnicas para
avaliação de software (CYBIS, 2000 apud SOUZA et al. 2004):
Técnica Analítica: caracteriza-se pela prevenção dos erros de projecto da interface sem a
participação directa de usuários. Esta forma de avaliação pode ser de dois tipos: avaliação
heurística, requer avaliadores experientes na avaliação de usabilidade. E checklist, que não
exige avaliadores experientes, uma vez que o foco está voltado para a ferramenta de inspecção.
A avaliação por meio de checklist enumera uma série de vantagens, ou seja, procura identificar
vantagens, sendo um dos métodos mais viáveis de se utilizar no ambiente educacional. Dentre
suas vantagens estão (CYBIS, 2000 apud SOUZA et al. 2004):
9
Fábia Magali Santos Vieira. Artigo científico. Avaliação de software educativo: Reflexões para uma
análise criteriosa. [Online], Disponível em http://www.ufvjm.edu.br/semanasi/fabia.html. Arquivo
capturado em 07 de julho de 2011
24
Neste trabalho será adoptada a técnica prospectiva, pois pretende-se definir o nível de satisfação ou
insatisfação dos alunos em relação à interacção com a interface e o nível de assimilação no processo de
ensino - aprendizagem apoiam-se de questionários/entrevistas.
Existem características que devem ser consideradas como sendo de qualidade de um software
educacional a saber (ROCHA et al., 2001 citado por NUNES10):
10
Louise Fernanda de Almeida Nunes. Metodologia de Avaliação de Software Educacional. Monografia apresentada ao
Curso de Pós-Graduação lato sensu em Informática na Educação. Universidade estadual de londrina-Brasil
25
Em 1950, B.F. Skinner propôs as primeiras ferramentas de ensino que utilizavam o computador “a
instrução programada”, muito utilizada na época, mas a difícil produção do material de instrução e a
falta de materiais padronizados limitavam sua disseminação. Este conceito baseia-se em dividir o
conteúdo do curso em módulos pequenos, lógica e sequencialmente. Cada módulo é finalizado com
uma ou mais questões que devem ser respondidas pelo aluno. Se o resultado esperado for alcançado o
aluno passa para o próximo módulo, caso contrário o aluno deve retornar e rever um ou mais módulos
(VALENTE, 1993).
É um laboratório virtual desenvolvido em Portland, consiste num sistema composto por instrumentos
baseados em padrões industriais como VISA, GP-IB e VXI, ferramentas computacionais acessórias
como Matlab e PSpice e uma forte carga em software. O laboratório é voltado para aplicações da
engenharia eléctrica, como medições e simulação de circuitos. Ele é totalmente baseado em
instrumentos virtuais, tendo sua funcionalidade assegurada tanto com instrumentação física ou
simulada, local ou remota. O sistema foi concebido de maneira a não exigir programação por parte do
realizador da experiência (simulação). Para tal, foi desenvolvida uma interface gráfica chamada
“Experimenter Toolkit” onde é possível especificar graficamente os ensaios, contemplando os
26
parâmetros dos sinais e os tipos de medições a serem realizadas (STEGAWSKI & SCHAUMANN,
1998 citados por PEZZ OTTA 200111).
O “Cyberlab” é um ambiente laboratorial virtual para acesso remoto às dependências dos laboratórios
do “Stanford Instructional Television Network”. Ele foi criado com a intenção de satisfazer a
necessidade que os estudantes têm de ficar expostos aos processos e aos principais conceitos discutidos
na sala de aula (http://cyberlab.stanford.edu/About, citado por PEZZOTA, 2001). O conceito do
“Cyberlab” permite sua utilização em diversas áreas de conhecimento incluindo engenharia, biologia,
química, medicina, entre outros. O ambiente “Cyberlab” disponibiliza bibliografias de referência,
ferramentas de análise computacional, um sistema para agendamento de experiências, além de um
memorial de laboratório individualizado para cada usuário do sistema. Ele disponibiliza funções
clássicas de armazenamento de informações e actua como um repositório central de dados que descreve
o progresso do estudante no laboratório, mostrando o resultado dos testes, os dados obtidos durante o
processo de experiências, a comunicação com os professores, bem como um completo histórico de
todos os passos tomados pelo estudante para a obtenção dos resultados. Dessa forma, os professores
podem avaliar de forma mais eficiente seus estudantes (HESSELINK, 1999 citado por PZZOTTA,
2001).
Neste trabalho, adotou-se o aplicativo SPICE versão estudante 9.1, da empresa Cadence / Orcad. A
empresa oferece o software e a documentação para download, devido às suas características, entre as
quais se destacam:
11
Carlos Aurélio Pezzotta, Emprego da Orientação a objectos para caracterização de recursos em um ambiente de
simulação de intrumentos . Dissertação para obtenção de grau de mestre em Metrologia. Universidade de Santa Catarina
,Florianópolis-Brasil, 2001, 82p.
27
Conforme referem os autores STEGAWSKI & SCHAUMANN, 1998, pspice já constituiu uma
ferramenta didáctica em várias instituições de ensino no mundo, como é o caso do laboratório
virtual da Portland State University, nos EUA, o que reforça sua relevância pedagógica;
Sua disponibilidade, pois possui diversas versões, entre estas as estudantis de uso aberto e
gratuito, que apresentam bibliotecas relativamente extensas; .
2.5.1. Descrição
SPICE, significa: Simulation Program with Integrated Circuits Emphasis (Programa de Simulação com
ênfase em Circuitos Integrados). Portanto, o “P”, inicial é de Personal ou Pessoal, dito em português
(CHÁVEZ12 et al, 2011). Foi o primeiro programa comercial desenvolvido exclusivamente para ser
usado em microcomputadores. A 1º versão do Pspice foi desenvolvido em 1972, pelo departamento de
engenharia eléctrica e de computação da Universidade de Berkeley-Califórnia. O então Chefe do
Departamento, Donald Pederson, decidiu que o programa seria distribuído gratuitamente. Este
programa foi escrito originalmente em linguagem FORTRAN, totalizando cerca de 10.000 comandos.
Para melhorar a velocidade de processamento, algumas subrotinas de manipulação de matrizes foram
codificadas em linguagem ASSEMBLY. A sintaxe de entrada de dados possui razoável grau de
liberdade, sendo que o programa efectua nos passos iniciais uma verificação dos dados fornecidos, de
12
Juan A. Chávez, Santiago Silvestre, Antoni Turó. Artigo científico: Simulació I Anàlisi de Circuits Mitjançant Pspice
http://www.cesarkallas.net/arquivos/faculdade/eletronica/PUC_PSPICE.pdf
28
modo a assegurar a correta descrição do circuito. Diversos parâmetros do circuito podem ser omitidos,
adoptando-se neste caso valores-padrões (default) previamente definidos (MEHL,199?).
2.4.2.1.O schematic
O schematic é o local onde é descrito o circuito a ser simulado, isto é, um conjunto de componentes
activos e passivos (fontes de alimentação, transístores, amplificadores operacionais, doidos, resistores,
indutores, capacitores, entre outros) interligados, (nós e malhas). O schematic, segue o exemplo
seguinte (NEVES et al, 2000):
Dispositivos - Elementos que são encontrados nas livrarias do Schematics. Sendo eles inseridos
através do comando “GET NEW PARTS” (Ctrl+G). Este apresenta um símbolo e geralmente
estão dispostos com os valores nominais de alguns componentes.
Fontes de excitação - São os dispositivos que se utilizam para simular as fontes disponíveis no
mercado.
29
Nós - Símbolos que formam pontos de conexão dentro e fora de uma página de esquemas. Dois
pontos estarão conectados electricamente se possuírem o mesmo atributo (Label).
Pseudo - componentes - Símbolos especiais que são utilizados para modificar os aspectos da
simulação. Não correspondem a entes físicos utilizáveis para o desenho.
Bloco de títulos - Região rectangular usada para inserir informações referentes a página do
esquema. O bloco de título pode conter informações a cerca do número da página, título ou
nome da companhia.
Conectores - São os elementos que são utilizados para conectar electricamente os pontos do
esquema. A estes conectores também podem ser atribuídos atributos, facilitando a utilização dos
mesmos.
Anotações - Textos não eléctricos definidos pelo usuários, para indicar comentários ou títulos.
Editor de esquemas - Parte principal do Schematics com ela roda o programa. São criados e
editados os esquemas. Pode-se escolher e situar componentes, textos, etiquetas, etc. Podendo
ser definidas as características dos componentes e conectá-los através de cabos e conexões.
Netlist - Contém uma lista de componentes, fontes de alimentação, seus valores, modelos ou
subcircuitos utilizados. Podendo o mesmo ser visualizado por um bloco de texto.
Editor de Símbolos - Com ele é possível a elaboração de componentes que serão utilizados
pelo editor de esquemas, criando assim componentes específicos.
30
Análise em Corrente Contínua DC, a análise das tensões e correntes de um circuito no modo
DC é realizada considerando apenas a componente contínua. Fontes AC e indutores são curto-
circuitadas, e os capacitores são circuitos abertos. É utilizada para o estudos dos seguintes
pontos fundamentais:
Ponto de Operação DC;
Parametrização linearizada dos Modelos;
Função de Transferência para pequenos sinais;
Sensibilidade para pequenos sinais;
Curvas de Transferência DC.
Análise de Ruído, permite calcular num circuito o ruído total da saída ou o ruído equivalente
de entrada. Os elementos que produzem o ruído no circuito são as resistências e os
semicondutores.
Análise Estatísticas, com este tipo de análise pode-se prever o comportamento de um circuito
electrónico tendo em conta a tolerância dos parâmetros dos componentes utilizados. Existem
dois tipos de análise Estatística: análise de Monte Carlo e análise de Worst Case.
Cálculo da Função de Transferência, esta análise obtém o ganho das impedâncias de entrada
e de saída.
Análise de Sensibilidade, permite obter uma lista das correntes ou tensões que especifiquem as
variações dos parâmetros de cada um dos componentes do circuito.
Descrição do circuito a ser simulado através de um arquivo tipo texto que contém uma lista dos
elementos existentes (ramos do circuito) e seus respectivos nós de ligação. Este arquivo é
conhecido como netlist e pode ser criado pelo usuário, a partir de algumas regras de sintaxe
simples, ou gerado de modo automático através de um sistema de desenho do circuito. O
arquivo de netlist contém também comandos que descrevem o tipo de análise desejada.
Análise dos resultados, através do programa Probe13, na forma de gráficos de tensões nos nós e
correntes que percorrem os ramos do circuito. Mostrando todas as situações possíveis do
circuito em questão.
13
Probe é o programa para visualização das formas de onda resultantes da simulação.
33
Para a correcta utilização do programa, segue abaixo uma breve descrição de algumas funções contidas
no menu:
34
2.4.4.1.Meu File:
2.4.4.4. MeuView
Para seleccionar algum componente temos que apertar CTRL+G, ou indo ao menu DrawGet New
Part feito isto abrirá a janela mostrada a seguir na figura 4.
Onde no campo Part Name entra-se com o a parte do nome do elemento a ser utilizado. Depois de
seleccionado o elemento pode-se clicar em place e direccionar o cursor do rato na área do schematics
onde se desejada colocar o elemento. Clicando em place & close, o objecto será colocado na área do
36
schematics e a janela Part Browser Basic se fechará. Para visualizar a biblioteca basta clicar em
Libraries e poderá se visualizar toos, os elementos com sua descrição. Para fechar a janela basta clicar
em close.
2.4.6. Simulação
Depois de feitos todos esses procedimentos devemos configurar o tipo de simulação (análise) desejado
com os devidos tempos e/ou frequências se necessário.
Indo para AnalysisSetup, abrirá a janela mostra na figura 4. Nela estão contidas opções de simulação
que o PSpice fornece:
Fazer um duplo clique do mouse consiste em repetir a acção anterior sem ter um intervalo de
tempo muito grande;
Arrastar o mouse consiste em pulsar o botão do mesmo e, mantendo pulsado, levá-lo a outro
lugar do esquema, para soltá-lo definitivamente;
CAPÍTULO III
A nálise do uso da simulação como meio didáctico, foi feita envolvendo conteúdos da disciplina de
electrotecnia, o cálculo de redes por vezes chamado de análise de circuitos. Este tipo de exercícios
consiste geralmente em identificar os valores das tensões ou das correntes de um circuito eléctrico
utilizando técnicas de análise de circuitos, sendo as mais conhecidas a análise nodal e a análise de
malhas, ambas baseadas nas Leis de Kirchhoff. (GRIGOLETTI et al)14. Estas técnicas geram sistemas
14
Pablo Grigoletti, Artigo científico, Escola de Informática – Universidade Católica de Pelotas (UCPel). Rua Félix da
Cunha, 412 – 96010-000 – Pelotas – RS – Brazil
40
de equações lineares, cuja solução estima os valores das incógnitas do circuito. A resolução deste
resultará nas tensões nodais e correntes de malhas do circuito.
Tensão nodal, tensão de cada nó com relação ao nó de referência. Nó de referência, em princípio é uma
escolha arbitrária, mas na prática escolhe-se o terra do circuito. Nó, Intersecção de dois ou mais
terminais de bipolos. Ramo, Trecho do circuito percorrido por uma mesma corrente. Laço e Malha,
Percursos fechados no circuito
3.1.2. Determinação das Tensões pelo método nodal – Por meio de Cálculos
𝑉1
V1: 3+ − 6 + 𝑉1 − 𝑉2 = 0
4
12 + 𝑉1 − 24 + 4𝑉1 − 4𝑉2 = 0
𝑉2
V2: −5 + 6 + + 𝑉2 − 𝑉1 = 0
2
5𝑉 − 4𝑉2 = 12
{ 1
3𝑉2 − 2𝑉1 = −2
42
12 −4
| | 36 − 8 28
𝑉1 = −2 3 = = = 4𝑉
5 −4
| | 15 − 8 7
−2 3
5𝑉1 − 4𝑉2 = 12
(5 × 4) − 4𝑉2 = 12
−4𝑉2 = −8
8
𝑉2 = =2𝑉
4
3.1.3. Determinação das Correntes pelo método de malha – por meio de cálculos
𝐼2 − 𝐼3 = 0 [2]
7𝐼3 − 6 − (4 × 3) − (2 × 5) = 0
7𝐼3 = 28
28
𝐼3 = = 4𝐴
7
𝐼𝑅2 = 𝐼3 − 𝐼1
𝐼𝑅2 = 4 − 3
𝐼𝑅2 = 1 𝐴
𝐼𝑅1 = 𝐼2 − 𝐼3
𝐼𝑅1 = 6 − 4
𝐼𝑅1 = 2 𝐴
𝐼𝑅3 = 𝐼4 − 𝐼3
𝐼𝑅3 = 5 − 4
𝐼𝑅3 = 1 𝐴
Para análise do uso do simulador como ferramenta laboratorial, envolveu conteúdos da disciplina de
electrónica básica que na verdade é electrónica analógica, especificamente tratou-se de circuito
rectificador controlado – Tirístores, de meia onda com o qual realizou-se uma análise transiente
(TRAN), que é para observar o comportamento do circuito no domínio do tempo, o que equivale à
análise efectuada com o osciloscópio. Tiristores possuem as mesmas propriedades dos diodos, mas
com a particulardade de podermos manipular esta retificação, ou seja, podemos através de uma lógica
de controle disparar este tiristor no momento em que desejarmos, logo, podemos utilizá-los como
chaves. Os tirístores são dispositivos formados por 4 camadas de semicondutores intercaladas (duas do
tipo n e duas do tipo p). Tal como os díodos, os tirístores possuem cátodo e anodo, e também um
terceiro pino que chamamos de Gate (G). Os disparos de Gate se dão injectando um sinal neste pino,
conforme especificado em sua folha de dados (Datasheet) . O mais comum é injectar ondas quadradas ,
PWM (modulação por largura de pulso) ou simplesmente um sinal DC, conforme aplicação. A
característica marcante dos tiristores em relação às demais chaves como Transistores Bipolares,
Mosfets, JFET’s, IGBT’s e outras, é que os tiristores quando disparados pela primeira vez, mantém-se
comutando mesmo retirando-se o pulso no seu gatilho, logo, para ”desliga-lo” devemos fazer com que
o sinal retificado vá a zero ou curtocircuitamos Cátodo e Anodo. Dado o Retificador Monofásico
Controlado de Meia Onda como mostra a figura 9.
Objectivos:
Neste caso, faremos uma regra de três simples para calcularmos quantos milissegundos equivale a 60º,
para um período de 20ms (f=50Hz), temos:
360º —— 20ms
60º —— X
60∗20
X=
360
X = 3,33333ms
Logo, 60º=3,333ms.
V1 ⇒ VSIN ⇒ VOFF=0,
VAMPL=100V,
FREQ=50Hz
V2 ⇒ VPULSE ⇒ V1=0,
V2=15V,
TD=3.333ms,
TR=1ns,
TF=1ns,
PW=2ms
, PER=20ms
R ⇒10 Tiristor ⇒ MCR225.
Transient Analysis, Print Step de 20ns, Final Time de 40ms e Step Ceiling de 0.1ms.
46
CAPÍTULO IV
A população total é de cerca de 120 estudantes do curso diurno, do 1º ao 3º ano, com uma média de 40
estudantes por turma. Não foram incluídos no estudo, estudantes do período nocturno, visto que não
estão previstas nos curricula, aulas práticas para este turno, portanto não se achou relevante a sua
inclusão. A amostra considerada na pesquisa foi uma turma de 3º ano, composta por um total de cerca
de 40 estudantes, o que equivale a 30% da população total considerada, encontrando-se no 2º semestre
de 2011, a assistir aulas da sala 15, do Instituto Industrial de Maputo, uma instituição de ensino
público, localizada no bairro de Maxaquene C, Rua da resistência nº 2387, cidade de Maputo. A
escolha da turma do terceiro ano, deve-se ao facto de os conteúdos escolhidos para a simulação
coincidir com as em decurso naquele nível, no momento em que a pesquisa foi realizada. A pesquisa
durou uma semana, de 8 à 12 de agosto.
Fig.11 : Opinião dos estudantes sobre uso de simulador na aula de prática laboratório
Pode-se perceber a partir destes dados que a maior parte dos estudantes têm dúvidas se aprendeu
subponto de vista prático, usando o simulador.
Cerca de 79% dos estudantes não acredita que teriam aprendido melhor os conteúdos apresentados, se
não tivesse sido usado o simulador. Estes acrescentam que tendo, primeiro obtido resultados pelo
simulador, ficava mais fácil notar quando erra-se na formulação das equações, pois os resultados
saiam diferentes dos da simulação. Cerca de 17% dos estudantes manifestaram terem aprendido
significativamente usando o simulador, mas o fazem com restrições. Cerca de 4% não admite ter
aprendido significativamente com o simulador, conforme mostrado na figura 10. Com estes dados
podemos concluir que, a maior parte dos estudantes compreendeu os conteúdos usando o simulador
como auxiliar na aula.
Fig. 12: Opinião dos estudantes sobre aprendizagem usando simulador na sala de aula
49
O objectivo nesta pergunta visava entender se os estudantes sentiam-se, perante uma aula onde eles
próprios eram remetidos à busca de conhececimentos, através da análise individualizada, e de forma
autónoma. Cerca de 85% achou que sentiu-se autónomo, embora tenham acrescentado que poderiam
ter se sentido muito melhor, se as simulações não tivessem sido feitas em grupo. Cerca de 6% admitiu
ter se sentido autónomo na procura do entendimento da matéria, mas o fez com restrições. Cerca de 9%
admite não ter sentido a sua autonomia na aula, conforme pode se ver na figura 11. Podemos com estes
dados dizer que boa parte dos estudantes sentiram-se autónomos, embora alguns o façam com algumas
dúvidas.
Fig. 13: Opinião dos estudantes sobre autonomia do aluno usando simulador
O objectivo foi de verificar se os resultados obtidos nos dois casos eram os mesmos. Em relação a esta
questão, cerca de 85% dos estudantes, não teve dúvidas em afirmar que obtivera através de cálculos, os
mesmos resultados da simulação. Cerca de 12%, admitiu com restrições que tive através de cálculos os
mesmos resultados da simulação. Apenas 3%, disse não ter obtido os mesmos resultado da simulação,
como ilustra a figura 12. Com base nestes dados é fácil notar que, a maior parte daqueles estudantes
obtiveram através de cálculos, resultados semelhantes aos obtidos através da simulação.
50
Esta questão foi colocada no sentido de perceber dos estudantes, em relação ao tempo necessário para
obter com o simulador, os mesmos resultados optidos através de cálculos. Cerca de 98% dos
estudantes, admitiu que foi mais rápido obter resultados usando simulador que calculando
manualmente. Acrescentaram que foi mais fácil obter resultados com o simulador, uma vés que o
cálculo manual nessecita que sejam aplicados os métodos nodal e de malha, para obter as tensões nos
nós e as correntes nos ramos, respectivamente. Apenas 2%, admitiu com restrições que é mais rápido
obter resultados com simulador, que calculando manualmente, como é ilustrado na figura 13. Estes
dados mostram que a maior parte dos estudantes, notou que foi bem mais fácil obter resultados usando
simulador que calculando manualmente pelos métodos nodal e de malhas.
A maior parte dos estudantes compreendeu os conteúdos usando o simulador como auxiliar na aula,
isto remete-nos a conclusão de que os simuladores são realmente ferramentas “pedagógicas”que
merecem uma atenção especial, no sentido de enquadra-los no processo de ensino e aprendizagem no
ensino técnico profissional, de modo a tornar o ensino mais estimulante, explorando as potencialidades
das Tecnologias de Informação e Comunicação.
Entretanto, estes estudantes têm dúvidas se aprenderam sub ponto de vista prático, usando o simulador.
Como os dados mostram os estudantes não se sentem preparados sub ponto de vista prático apenas
usando simulador. Portanto, entendemos que, nessa óptica que a pesar das vantagens pedagógicas que a
introdução do uso de simuladores poderão proporcionar para o ETP, não podem substituir
efectivamente os laboratórios convencionais.
Ao mesmo tempo, podemos com estes dados dizer que boa parte dos estudantes sentiram-se
autónomos, embora alguns o façam com restrições, ou seja, que os simuladores são ferramentas
pedagógicas que quando usadas como auxiliar nas aulas convencionais podem contribuir para uma
aprendizagem significativa, em detrimento do modelo tradicional, onde o professor é o centro do
processo de ensino, e que estudantes ficam apenas a fazer a pontamentos e a houvir o professor a falar.
Também é possível notar que os estudantes obtiveram através de cálculos, resultados semelhantes aos
obtidos através da simulação. Nota-se também que a maior parte dos estudantes, considerou que foi
bem mais fácil obter resultados usando simulador que calculando manualmente pelos métodos nodal e
de malhas. Esta constatação remete-nos a ideia de que existem realmente programas (simuladores)
eficazes que podem reproduzir um fenómeno a ser estudado de modo a facilitar a sua compreensão,
portanto, estes podem ser adoptados no ensino técnico profissional em moçambique. Apartir desta
interpretação dos dados apresentados podemos afirmar que:
CAPÍTULO V
5. Conclusões
Simuladores de circuitos são poderosas ferramentas de software que permitem a análise de sinais
eléctricos, sem a necessidade da implementação física dos mesmos. Possibilitam uma análise em geral
mais rápida, segura e barata do que a montagem física do circuito. Particularmente para o projecto de
circuitos integrados, a simulação é uma ferramenta fundamental, pois a implementação física é um
processo caro e demorado. Contudo, no nosso país, ainda não existe estudo específico, sobre
enquadramento das ferramentas pedagógicas computacionais no processo de ensino-aprendizagem, o
que se nota é apenas a informatização das escolas, e o uso do computador como meio de trabalho e
pesquisa.
Utilizando o simulador podem ser observadas as futuras falhas no circuito, fazendo com que o
projectista já planifique melhorar as condições do circuito a ser implementado. Para escolha ou
adopção de software(simuladores) é necessário uma avaliação prévia para verificação da sua relevância
pedagógica, para o contexto educacional a que se destina.
No entanto, os resultados desta pesquisa mostraram que os estudantes que usaram o simulador como
ferramenta laboratorial não aprenderam os conteúdos sub ponto de vista prático, portanto, para o
processo educativo a simulação não pode ser vista como solução do problema da falta de equipamento
laboratorial para aulas práticas, mas pode ser utilizada para auxiliar o processo de ensino-aprendizagem
na sala de aula, ou seja, como um complemento das aulas tradicionais, de forma a proporcionar melhor
entendimento dos conceitos e técnicas apresentados.
De acordo com a opinião dos estudantes que participaram nesta pesquisa, a simulação proporcionou um
ensino centrado no aluno, e notou-se um entendimento significativo dos conteúdos, isto, leva-nos a
concluir que a simulação computacional pode melhorar o processo de ensino e da aprendizagem,
dependendo de como a simulação é encarada para um dado contexto educacional.
53
6. Recomendações
A questão de uso de ferramentas no ensino tem sido discutida em muitos países, no nosso país verifica-
se um esforço no sentido de informatizar as escolas, mas não há estudos relevantes no sentido de
encontrar formas de enquadrar melhor as TIC’s e Softwares como ferramentas pedagógicas. Assim
recomenda-se que:
Para o caso particular do uso de simulador no ensino, deve ser encarado como complemento,
pois com base nesta pesquisa, conclui-se que os estudantes precisam de explorar a sua destreza
manual, e sentir-se confiantes que possuem habilidades práticas exigidas no mercado de
trabalho, o que não acontece usando apenas simuladores computacionais.
Para as escolas que efectivamente não dispõem de equipamento para prática de aulas
laboratoriais, pode usar sim simuladores, mas não devem cessar os esforços no sentido de
angariar fundos de modo a concredizar o laboratório convencional, podendo como já foi
referido anteriormente usar o simulador para complemento, para simular circuitos integrados
que são extremamente caros e que a sua concretização fícica é delicada e demorada.
54
7. Referências Bibliográficas
[1] AFONSO, Andrea Scalon. Teorias de Aprendizagem: uma contribuiço metodológica ao ensino da
dança de salão. [online], Arquivo capturado aos 30/07/2011. http://www.dancadesalao.com
[3] FILHO, Antonio Pazin. SCARPELINI Sandro. Simulação: Definição. [online]. Disponível em
http://www.fmrp.usp.br/revista/2007/vol40n2/2_simulacao_definicao.pdf. Arquivo capturado em 07 de
julho de 2011.
[4] HECKLER, SARAIVA & FILHO. Uso de simuladores, imagens e animações como ferramentas
auxiliares no ensino/aprendizagem de óptica.[online].
[5] JÚNIOR, Guanis de Barros Vilela. Pesquisa qualitativa. 2008, p.19.[online]. Disponível em
http://www.guanis.org/metodologia/a_pesquisa_qualitativa.pdf. Arquivo capturado em 25 de julho de
2011.
[6] MAURICIO, Alves Mendes, FRANCISCO, Antônio Pereira Fialho. Avaliação de simuladores
aplicados na educação tecnológica a distância. 2004
[7] MARX, Denise. Informática Aplicada À Educação: Programas Educativos Para O Ensino
Fundamental .Ihttp://artigos.netsaber.com.br/resumo_artigo_7806. Acesso em 25/07/2011
[8] MEHL, Ewaldo Luiz de Mattos. Simulação de circuitos electrónicos em computadores. [online].
Disponível em http://www.eletrica.ufpr.br/mehl/simulacao.pdf. Arquivo capturado em 25 de julho de
2011.
[9] MORAES, Maria Candida. Novas Tendências para o Uso da Novas Tecnologias da Informação na
Educação. Disponível em: http://edutec.net/Textos/Alia/MISC/edmcand2.htm, 1998. Acesso em:
25/07/2011.
[11] NEVES, INSAURRALDE & EUDOCIAK.. Pspice: Simulador de Circuitos Eletrônico. Grupo
PET- Engenharia Elétrica-UFMS, 2000. 100 p. Disponível em http://www.del.ufms.br/Apostilaps8.pdf.
em 07 de julho de 2011.
[12] NEVES, Maria Augusta Ferreira. FERNANDES, José António. Métodos Quantitativos. Porto,
Porto Editora,1993, 320 p.
[14] PEZZOTTA, Carlos Aurélio. Emprego da orientação a objectos para caracterização de recursos
em um ambiente de simulação de instrumentos. Dissertação de mestrado, universidade federal de Santa
Catarina. Florianópolis, 2001, 82 p
[15] SILVA, Geraldo Magela da. A Informática Aplicada na Educação: O uso do computador como
ferramenta aliada ao software educativo no auxílio ao ensino e. Disponível em:
http://www.idbrasil.org.br/drupal/?q=node23611, 2008. Acesso em: 25/07/2011.
[16] VALENTE, José Armando. Diferentes usos do Computador na Educação. Disponível em:
http://www.nied.unicamp.br/publicacoes/separatas/Sep1.pdf, 1995 Acesso em: 25/07/2011.
[19] VIEIRA, Fábia Magali Santos, Avaliação de software educativo: Reflexões para uma análise
criteriosa. [Online], Disponível em http://www.ufvjm.edu.br/semanasi/fabia.html. Arquivo capturado
em 07 de julho de 2011.
56
ANEXOS
57
ANEXO 1
FICHA DE ÍNQUÉRITO USO DE SIMULADOR COMPUTACIONAL
SUGESTÕES..............................................................................................................................................
......................................................................................................................................................................
......................................................................................................................................................................
.............................................................................................................................................................