Вы находитесь на странице: 1из 125

GEOGRAFIA BRASILEIRA

Fazemos parte do Claretiano - Rede de Educação


Claretiano – Centro Universitário
Rua Dom Bosco, 466 - Bairro: Castelo – Batatais SP – CEP 14.300-000
cead@claretiano.edu.br
Fone: (16) 3660-1777 – Fax: (16) 3660-1780 – 0800 941 0006
www.claretianobt.com.br

Olá! Meu nome é Diego Monteiro Gomes de Campos. Sou


Engenheiro Florestal formado pela Universidade Estadual Paulista
Júlio de Mesquita Filho (UNESP), licenciado em Geografia pelo
Claretiano – Centro Universitário e bacharel em Geografia
pelo Centro Universitário Sant´Anna (UNISANT´ANNA). Possuo
especialização em Utilização de Mídias na Educação pela
Universidade Federal de Pernambuco (UFP) e em Gestão de
Pessoas e Projetos Sociais pela Universidade Federal de Itajubá
(UNIFEI). Atualmente, sou mestrando em Ciência Ambiental na
Universidade de São Paulo (USP). Trabalho há sete anos com
licenciamento ambiental e sustentabilidade, e há três anos como
docente no Ensino Superior.
E-mail: cmg2209@hotmail.com

Meu nome é Josias Abdalla Duarte. Sou pós-doutor pela


Universidade da Corunha, com trabalho sobre nacionalismos
nos séculos 19 e 20; pós-doutor pela Universidade do Estado do
Rio de Janeiro (UERJ), com trabalho sobre Filosofia da História e
estudos geográficos; doutor e mestre em Semiótica pela Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP); e bacharel em
História por essa mesma instituição. Atualmente, sou professor
no lato sensu em História da Cogeae/PUC-SP, onde ministro as
disciplinas História e Imaginário e História e Cidades.
E-mail: fdabuz@gmail.com
Diego Monteiro Gomes de Campos

Josias Abdalla Duarte (Revisor Técnico)

GEOGRAFIA BRASILEIRA

Batatais
Claretiano
2016
© Ação Educacional Claretiana, 2015 – Batatais (SP)
Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução, a transmissão total ou parcial por qualquer forma
e/ou qualquer meio (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação e distribuição na web), ou o
arquivamento em qualquer sistema de banco de dados sem a permissão por escrito do autor e da Ação
Educacional Claretiana.

CORPO TÉCNICO EDITORIAL DO MATERIAL DIDÁTICO MEDIACIONAL


Coordenador de Material Didático Mediacional: J. Alves
Preparação: Aline de Fátima Guedes • Camila Maria Nardi Matos • Carolina de Andrade Baviera • Cátia
Aparecida Ribeiro • Dandara Louise Vieira Matavelli • Elaine Aparecida de Lima Moraes • Josiane Marchiori
Martins • Lidiane Maria Magalini • Luciana A. Mani Adami • Luciana dos Santos Sançana de Melo • Patrícia
Alves Veronez Montera • Raquel Baptista Meneses Frata • Simone Rodrigues de Oliveira
Revisão: Cecília Beatriz Alves Teixeira • Eduardo Henrique Marinheiro • Felipe Aleixo • Filipi Andrade de Deus
Silveira • Juliana Biggi • Paulo Roberto F. M. Sposati Ortiz • Rafael Antonio Morotti • Rodrigo Ferreira Daverni
• Sônia Galindo Melo • Talita Cristina Bartolomeu • Vanessa Vergani Machado
Projeto gráfico, diagramação e capa: Bruno do Carmo Bulgarelli • Joice Cristina Micai • Lúcia Maria de Sousa
Ferrão • Luis Antônio Guimarães Toloi • Raphael Fantacini de Oliveira • Tamires Botta Murakami
Videoaula: Fernanda Ferreira Alves • Marilene Baviera • Renan de Omote Cardoso
Bibliotecária: Ana Carolina Guimarães – CRB7: 64/11

DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO (CIP)


(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

918.1 C211g

Campos, Diego Monteiro Gomes de


Geografia brasileira / Diego Monteiro Gomes de Campos, Josias Abdalla Duarte – Batatais,
SP : Claretiano, 2016.
125 p.

ISBN: 978-85-8377-465-5

1. Território brasileiro. 2. Espaço urbano. 3. Geografia rural. 4. Domínios morfoclimáticos.


5. Biomas. I. Duarte, Josias Abdalla. II. Geografia brasileira.

CDD 918.1

INFORMAÇÕES GERAIS
Cursos: Pós-Graduação
Título: Geografia Brasileira
Versão: fev./2016
Formato: 15x21 cm
Páginas: 125 páginas
SUMÁRIO
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO

1. INTRODUÇÃO.................................................................................................... 9
2. GLOSSÁRIO DE CONCEITOS............................................................................. 12
3. ESQUEMA DOS CONCEITOS-CHAVE................................................................ 16
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................................... 17
5. E-REFERÊNCIAS................................................................................................. 18

Unidade 1 – FORMAÇÃO DO TERRITÓRIO NACIONAL E DIVISÕES


POLÍTICO-ADMINISTRATIVAS
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 21
2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA.............................................................. 22
2.1. TERRITÓRIO.............................................................................................. 22
2.2. FORMAÇÃO DO TERRITÓRIO NO PERÍODO COLONIAL......................... 23
2.3. FORMAÇÃO DO TERRITÓRIO NO PERÍODO DO REINO UNIDO ........... 30
2.4. FORMAÇÃO DO TERRITÓRIO NO PERÍODO DO IMPÉRIO E REPÚBLICA... 31
2.5. DIVISÕES POLÍTICO-ADMINISTRATIVAS................................................. 36
3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR................................................................. 39
3.1. FORMAÇÃO DO TERRITÓRIO NOS PERÍODOS COLONIAL E REINO UNIDO....39
3.2. FORMAÇÃO DO TERRITÓRIO NO PERÍODO DO IMPÉRIO E REPÚBLICA......41
3.3. TERRITÓRIO E DIVISÕES POLÍTICO-ADMINISTRATIVAS........................ 42
4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS........................................................................ 43
5. CONSIDERAÇÕES.............................................................................................. 44
6. E-REFERÊNCIAS................................................................................................. 45
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................................... 46

Unidade 2 – DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS E BIOMAS


BRASILEIROS
1. INTRODUÇÃO.................................................................................................... 49
2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA.............................................................. 49
2.1. RECURSOS NATURAIS.............................................................................. 49
2.2. HIDROGRAFIA........................................................................................... 50
2.3. DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS............................................................. 54
2.4. DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS BRASILEIROS...................................... 70
3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR................................................................. 72
3.1. RECURSOS NATURAIS.............................................................................. 72
3.2. HIDROGRAFIA........................................................................................... 73
3.3. DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS E DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS
BRASILEIROS.............................................................................................. 74
4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS........................................................................ 75
5. CONSIDERAÇÕES.............................................................................................. 76
6. E-REFERÊNCIAS................................................................................................. 77
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................................... 79

Unidade 3 – CIDADES NO BRASIL


1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 83
2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA.............................................................. 84
2.1. CIDADE E O ESPAÇO URBANO NO BRASIL.............................................. 84
2.2. PROCESSO DE URBANIZAÇÃO NO BRASIL.............................................. 88
2.3. INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO URBANÍSTICO............................ 93
3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR................................................................. 99
3.1. CIDADE E O ESPAÇO URBANO NO BRASIL E PROCESSO DE
URBANIZAÇÃO NO BRASIL....................................................................... 99
3.2. INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO URBANÍSTICO............................ 100
4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS........................................................................ 101
5. CONSIDERAÇÕES.............................................................................................. 103
6. E-REFERÊNCIAS................................................................................................. 104
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................................... 105

Unidade 4 – GEOGRAFIA AGRÁRIA NO BRASIL


1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 109
2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA.............................................................. 109
2.1. PRODUÇÕES BRASILEIRAS....................................................................... 109
2.2. MOVIMENTOS SOCIAIS NO CAMPO....................................................... 116
2.3. AGRICULTURA SUSTENTÁVEL.................................................................. 117
3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR................................................................. 120
3.1. PRODUÇÕES BRASILEIRAS....................................................................... 121
3.2. MOVIMENTOS SOCIAIS NO CAMPO....................................................... 122
3.3. AGRICULTURA SUSTENTÁVEL.................................................................. 122
4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS........................................................................ 123
5. CONSIDERAÇÕES.............................................................................................. 124
6. E-REFERÊNCIAS................................................................................................. 125
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................................... 125
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO

Conteúdo
Formação do território nacional e divisões político-
-administrativas. Domínios morfoclimáticos brasileiros.
Biomas brasileiros. Cidades no Brasil. Geografia agrária no
Brasil.

Bibliografia Básica
CARLOS, A. F. A.; OLIVEIRA, A. U. (Org). Geografia das metrópoles. São Paulo: Contexto,
2006.
FELICIANO, C. A. Movimento camponês rebelde: a reforma agrária no Brasil. São Paulo:
Editora Contexto, 2006. v. 1.
ROSS, J. L. S. (Org.). Geografia do Brasil. São Paulo: Edusp, 1998.

Bibliografia Complementar
AB´SABER, A. N. Ecossistemas do Brasil. São Paulo: Metalivros, 2008.
______. Os domínios da natureza no Brasil: potencialidades paisagísticas. 4. ed. São
Paulo: Ateliê Editorial, 2007.
CARLOS, A. F. A. O lugar no/do mundo. São Paulo: HUCITEC, 1996.
______. Espaço urbano. São Paulo: Labur Edições, 2007.
CUNHA, S. B.; GUERRA, A. J. T. (Orgs.). Geomorfologia e meio ambiente. Rio de Janeiro:
Bertrand Brasil, 2000.
IBGE. Manual técnico da vegetação brasileira. Rio de Janeiro: IBGE, 1992.
MARTINS, J. S. Os camponeses e a política no Brasil: as lutas sociais no campo e seu
lugar no processo político. 4. ed. Petrópolis: Vozes, 1990.

7
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO

OLIVEIRA, A. U. A geografia das lutas no campo. 10. ed. rev. e ampl. São Paulo:
Contexto, 2001.
RIZZINI, C. T. Tratado de fitogeografia do Brasil: aspectos ecológicos. São Paulo:
Hucitec, 1976.
SERPA, A. O espaço público na cidade contemporânea. São Paulo: Contexto, 2007.
ZAVATTINI, J. A. Estudos do clima no Brasil. São Paulo: Alínea, 2004.

É importante saber: –––––––––––––––––––––––––––––––––


Esta obra está dividida, para fins didáticos, em duas partes:
Conteúdo Básico de Referência (CBR): é o referencial teórico e prático que
deverá ser assimilado para aquisição das competências, habilidades e atitudes
necessárias à prática profissional. Portanto, no CBR, estão condensados os
principais conceitos, os princípios, os postulados, as teses, as regras, os
procedimentos e o fundamento ontológico (o que é?) e etiológico (qual sua
origem?) referentes a um campo de saber.
Conteúdo Digital Integrador (CDI): são conteúdos preexistentes, previamente
selecionados nas Bibliotecas Virtuais Universitárias conveniadas ou
disponibilizados em sites acadêmicos confiáveis. São chamados “Conteúdos
Digitais Integradores” porque são imprescindíveis para o aprofundamento do
Conteúdo Básico de Referência. Juntos, não apenas privilegiam a convergência
de mídias (vídeos complementares) e a leitura de “navegação” (hipertexto),
como também garantem a abrangência, a densidade e a profundidade dos
temas estudados. Portanto, são conteúdos de estudo obrigatórios, para efeito
de avaliação.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––

8 © GEOGRAFIA BRASILEIRA
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO

1. INTRODUÇÃO
Caro aluno, seja bem-vindo ao estudo da obra Geografia
Brasileira!
Esta obra visa estudar o Brasil, um país que apresenta,
segundo dados do IBGE (2000), mais de oito milhões de km2 de
área, localizado, quase na sua totalidade, em uma faixa de clima
tropical.
Apesar de alguns conteúdos serem de conhecimento
comum, vamos “descobrir de novo” o Brasil. Entenderemos a sua
geografia, destacando os diversos aspectos de recursos naturais
e antrópicos e, consequentemente, a interligação entre eles.
Para isso, as unidades estão organizadas de forma que os
conteúdos sejam apresentados aos poucos, de uma maneira
didática. Dessa forma, objetiva-se proporcionar a você, aluno,
uma visão sobre o Brasil, entendendo a geografia brasileira
como um estudo integrador de conhecimentos, percebendo o
país como fruto de um processo histórico complexo, de modo a
compreender a diversidade existente no Brasil.
O Brasil é um país com grandes dimensões, localizado em
sua maior parte ao sul do paralelo do Equador e totalmente a
oeste do Meridiano de Greenwich. Ele apresenta influências de
massas de ar continentais e marítimas e uma amplitude térmica
variável ao longo do território. Concomitantemente, possui
altitudes e características geológicas distintas.
Todo esse panorama de diversidade física influi nas
características biológicas brasileiras, tendo desde grandes
florestas até formações arbustivas e gramíneas. De forma macro,
podemos pensar nos seguintes biomas brasileiros: Caatinga,
Cerrado, Floresta Amazônica, Mata Atlântica, Pampas, Floresta

© GEOGRAFIA BRASILEIRA 9
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO

de Araucária e Pantanal. Cada um desses biomas apresenta


características próprias, bem diferentes umas das outras.
A diversidade brasileira não está presente somente
em aspectos físicos e biológicos, mas também em aspectos
antrópicos. O Brasil apresenta muitos tipos culturais, políticos,
econômicos, produtivos e sociais, oriundos das distâncias
de centros econômicos, pelas origens dos imigrantes que
embarcaram no país, pelos ciclos econômicos presentes durante
o período colonial, pelas características físicas e biológicas, além
de outros fatores.
Este estudo tem como objetivo analisar toda essa
diversidade e compreender os mecanismos de formação do
espaço brasileiro em suas diferentes características. No decorrer
dos nossos estudos, serão abordados temas ligados à formação
do Brasil enquanto território, ao clima, à vegetação, ao relevo e
às cidades urbanas e rurais. Espera-se que, ao final do estudo
desta obra, você possa entender a magnitude do Brasil e a
interligação das características físicas, biológicas e antrópicas,
uma influenciando a outra.
O entendimento dessa ligação reside no fato de a Geografia,
na qualidade de ciência, ser interdisciplinar, pois dentro dela se
analisa diversos aspectos em um mesmo estudo e a interligação
entre eles.
O tema interdisciplinaridade surge em um momento de
crítica ao avanço da ciência e da tecnologia no mundo moderno.
De acordo com Alvarenga (2011), é uma forma de repensar
as implicações do homem no meio ambiente. A ideia surge
da necessidade de resolver novos problemas, de naturezas e
complexidades diversas no mundo contemporâneo. Segundo
Capes (2008 apud ALVARENGA, 2011), é uma evolução do termo

10 © GEOGRAFIA BRASILEIRA
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO

multidisciplinaridade. Na interdisciplinaridade, um grupo de


disciplinas possui objetivo em comum e cooperação entre elas.
A interdisciplinaridade desta disciplina está em ter um
objeto de estudo, no caso, o Brasil, e analisá-lo sob diversas óticas,
de forma a ter o melhor entendimento macro possível, baseando-
se em diferentes disciplinas, sejam elas sociais, econômicas,
físicas, biológicas, políticas, entre outras. Essa análise "macro" se
ampara em uma visão de diversos aspectos, portanto, necessita
do amparo de diversas áreas do conhecimento. Espera-se, com
isso, que a visão de interdisciplinaridade – na qual diversas
disciplinas trabalham em conjunto, de forma integrada para
o cumprimento de um objetivo, no caso, o entendimento da
Geografia Brasileira – seja incorporada pelo aluno no estudo e
aprendizado desta obra.
O nosso estudo será dividido em quatro unidades. Na
Unidade 1, será abordada a forma com que o território brasileiro
se constituiu ao longo do tempo, desde os períodos coloniais
até a sua conformação atual. Será traçada uma linha histórica
mostrando as diferentes áreas ocupadas pelo Brasil até a
definição política-administrativa atual.
Na Unidade 2, entraremos no aspecto físico e biológico
do Brasil. Serão estudados os seguintes temas: clima, relevo,
hidrografia, solo, formações vegetais e, consequentemente,
as influências de um sobre o outro. Nessa unidade, serão
apresentados diversos mapas desenvolvidos por grandes
geógrafos e a evolução das formas de pensamento sobre
aspectos naturais do Brasil.
Na Unidade 3, será analisado um aspecto muito importante
no Brasil, que foi a formação dos núcleos urbanos e as grandes

© GEOGRAFIA BRASILEIRA 11
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO

metrópoles existentes, sendo analisada a formação do espaço


urbano brasileiro e os problemas urbanos.
Na Unidade 4, estudaremos aspectos ligados à agricultura e
pecuária no país, aos movimentos sociais rurais, principalmente o
Movimento dos Sem Terra (MST), à questão da terra e à dialética
existente entre grandes latifúndios e pequenos produtores
rurais.
Ao final de cada unidade, indicamos algumas bibliografias
básicas e algumas complementares. Além disso, existem as
leituras indicadas no Tópico Conteúdo Digital Integrador, nas
quais você pode aprofundar os conteúdos tratados no decorer
das unidades.
Recomendamos que você tenha disciplina, dedicando
algumas horas na semana para o estudo desta obra.

2. GLOSSÁRIO DE CONCEITOS
O Glossário de Conceitos permite uma consulta rápida
e precisa das definições conceituais, possibilitando um bom
domínio dos termos técnico-científicos utilizados na área de
conhecimento dos temas tratados.
1) Agentes endógenos de formação de relevo: agentes
internos que atuam na formação do relevo. Exemplo:
vulcanismo, tectonismo e abalos sísmicos.
2) Agentes exógenos de formação de relevo: agentes
externos que atuam na formação do relevo. Exemplo:
ventos, temperatura e chuva.
3) Agroecologia: uma abordagem da agricultura
considerada sustentável. Nessa abordagem, diversos

12 © GEOGRAFIA BRASILEIRA
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO

conceitos são analisados de forma integrada, como os


aspectos econômicos, os sociais e os técnicos sobre a
produção e possíveis melhorias.
4) Agropecuária: união das palavras agricultura e
pecuária. Reúne todos os aspectos referentes a esses
dois termos.
5) ANA – Agência Nacional das Águas: órgão federal
que possui como missão “implementar e coordenar
a gestão compartilhada e integrada dos recursos
hídricos e regular o acesso à água, promovendo seu
uso sustentável” (ANA, 2015).
6) Bacia hidrográfica: é uma região determinada por um
rio ou vários rios e seus afluentes, devido à importância
e para melhor gestão hídrica na região.
7) Bacia sedimentar: são formadas pela deposição de
sedimentos.
8) Bioma: "amplo conjunto de ecossistemas terrestres,
caracterizados por tipos fisionômicos semelhantes de
vegetação com diferentes tipos climáticos" (ACIESP,
1987 apud ROSS, 1998).
9) Caducifólias: formação vegetal que perde sua folhagem
em determinada época do ano; plantas adaptadas ao
clima seco.
10) Ciclo hidrológico: ciclo formado pelos processos de
mudança de fase da água. Consiste na evapotranspiração,
na precipitação, na absorção da água pelo solo e/ou
seres vivos e de novo evapotranspiração.
11) Cidade: é um ecossistema artificial formado em
um espaço geográfico, ocupado por uma grande
concentração de habitações, construções e pessoas.

© GEOGRAFIA BRASILEIRA 13
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO

Nesse espaço, ocorrem diversas atividades, tais como:


atividades comerciais, industriais, culturais e de lazer
(NARVAES, 2012).
12) Desenvolvimento sustentável: visa suprir as
necessidades das gerações atuais sem comprometer a
capacidade das gerações futuras de atenderem as suas
necessidades (COMISSÃO MUNDIAL SOBRE O MEIO
AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO, 1991).
13) Dobramentos antigos ou cinturões orogênicos: são
estruturas pré-cambrianas originárias das tectônicas de
placas. Geralmente estão nas bordas dos continentes,
apresentam altitudes mais elevadas e são formadas de
rochas mais complexas, mais resistentes à erosão.
14) Ecótono: zona de transição de dois ou mais
ecossistemas, podendo apresentar características de
cada um deles.
15) Escudos cristalinos: também chamados de crátons, são
estruturas antigas, formadas por rochas metamórficas
que passaram por vários processos erosivos e, por
isso, são rebaixadas e estão nas bordas dos cinturões
orogênicos.
16) Evapotranspiração: processo de evaporação da água
pelo solo e/ou evaporação de água pela transpiração
das plantas.
17) Êxodo rural: saída da população do campo para a
cidade.
18) Floresta ombrófila: floresta comum de regiões
chuvosas com altas temperaturas. Possui como
características principais a grande biodiversidade,
vegetação sempre verde, grandes árvores e extrato

14 © GEOGRAFIA BRASILEIRA
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO

arbustivo úmido e sombreado com lianas, bromélias e


samambaias (NARVAES, 2012).
19) Geomorfologia: Geo: Terra, morfo: forma, logia:
estudo. Portanto, estudo da forma da terra. Ciência
que estuda o relevo da superfície terrestre.
20) IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística:
fundação pública que visa “Retratar o Brasil com
informações necessárias ao conhecimento da sua
realidade e ao exercício da cidadania” (IBGE, 2015).
Suas principais funções são, segundo o próprio site:
Produção e análise de informações estatísticas;
Coordenação e consolidação das informações
estatísticas;
Produção e análise de informações geográficas;
Coordenação e consolidação das informações
geográficas;
Estruturação e implantação de um sistema de
informações ambientais;
Documentação e disseminação de informações; e
Coordenação dos sistemas estatístico e cartográfico
nacionais (IBGE, 2015).

21) Interdisciplinaridade: conceito ligado a um grupo de


disciplinas que possui um objetivo em comum e a
cooperação entre si (ALVARENGA et al., 2011).
22) Lianas: plantas lenhosas epífitas, conhecidas como
cipós.
23) Recursos naturais: é a matéria ou energia vinda da
natureza que é útil para o homem. Exemplo: água,
petróleo, madeira, solo, entre outros.

© GEOGRAFIA BRASILEIRA 15
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO

24) Recursos naturais não renováveis: recursos naturais


que não se renovam em um curto espaço de tempo
comparado com o tempo de vida do ser humano.
Exemplo: minerais e petróleo.
25) Recursos naturais renováveis: recursos naturais que
se renovam em um curto espaço de tempo comparado
com o tempo de vida do ser humano. Exemplo: água
e madeira.
26) Rede urbana: sistema formado pelas cidades e as
ligações entre elas, se hierarquizando de acordo com
sua complexidade.
27) Semiárido: região com longos períodos de seca, altas
temperaturas e baixa umidade relativa do ar.
28) Sistema radicular: sistema formado pelas raízes das
plantas.
29) Território: “Porção da superfície terrestre delimitada
por uma fronteira política ou submetida a um poder
político” (DEMÉTRIO; ARAÚJO, 2005).
30) Uti possidetis: "Fórmula diplomática que estabelece o
direito de um país a um território, baseada na ocupação
pacífica dele" (DICIONÁRIO DE LATIM, 2015).
31) Xerófitas: formação vegetal seca e espinhosa,
resistente ao fogo e adaptada ao clima seco.

3. ESQUEMA DOS CONCEITOS-CHAVE


O Esquema a seguir possibilita uma visão geral dos
conceitos mais importantes deste estudo.

16 © GEOGRAFIA BRASILEIRA
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO

Figura 1 Esquema de Conceitos-chave de Geografia Brasileira.

4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ACIESP. Glossário de ecologia. São Paulo: Academia de ciências do Estado de São
Paulo, 1987.
ALVARENGA, A. et al. Histórico, fundamentos filosóficos e teórico-metodológicos da
interdisciplinaridade. In: PHILIPPI, A. et al. Interdisciplinaridade em ciência, tecnologia
e inovação. Manole: São Paulo, 2011.
CAPES. Interdisciplinaridade como desafio para o avanço da ciência e da tecnologia.
In: PHILIPPI JUNIOR, A. et al. (Orgs). Coordenação de área interdisciplinar: catálogos
de programa de pós graduação – mestrado e doutorado. Brasília: CAInter/Capes, 2008.
p. 2. 1 CD-ROM.
COMISSÃO MUNDIAL SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO. Nosso futuro
comum. 2. ed. Rio de Janeiro: Editora da Fundação Getúlio Vargas, 1991.
DEMÉTRIO, M.; ARAÚJO, R. Geografia: a construção do mundo. São Paulo: Moderna,
2005.

© GEOGRAFIA BRASILEIRA 17
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO

NARVAES, P. Dicionário ilustrado de meio ambiente. 2. ed. São Caetano do Sul: Yendis
Editora; Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo, 2012.
ROSS, J. L. S. (Org.). Geografia do Brasil. São Paulo: Edusp, 1998.

5. E-REFERÊNCIAS
BRASIL. ANA – Agência Nacional das Águas. Missão. Disponível em: <www2.ana.gov.
br/Paginas/institucional/SobreaAna/abaservinter1.aspx>. Acesso em: 18 nov. 2015.
DICIONÁRIO DE LATIM. Uti possidetis. Disponível em: <http://www.dicionariodelatim.
com.br/uti-possidetis/>. Acesso em: 18 nov. 2015.
BRASIL. IBGE – INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Homepage.
Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/>. Acesso em: 18 nov. 2015.

18 © GEOGRAFIA BRASILEIRA
UNIDADE 1
FORMAÇÃO DO TERRITÓRIO NACIONAL E
DIVISÕES POLÍTICO-ADMINISTRATIVAS

Objetivos
• Entender a formação do território nacional no decorrer do tempo.
• Compreender a evolução da divisão territorial do Brasil.
• Analisar a formação territorial brasileira sob uma perspectiva histórica de
formação.

Conteúdos
• Conceito de território.
• Evolução da formação do território brasileiro.
• Regionalização do Brasil.
• Divisões político-administrativas.

Orientações para o estudo da unidade


Antes de iniciar o estudo desta unidade, leia as orientações a seguir:

1) Não se limite ao conteúdo deste Caderno de Referência de Conteúdo;


busque outras informações em sites confiáveis e/ou nas referências
bibliográficas, apresentadas ao final de cada unidade. Lembre-se de que,
na modalidade EaD, o engajamento pessoal é um fator determinante para
o seu crescimento intelectual.

2) Busque identificar os principais conceitos apresentados; siga a linha


gradativa dos assuntos.

19
UNIDADE 1 – FORMAÇÃO DO TERRITÓRIO NACIONAL E DIVISÕES POLÍTICO-ADMINISTRATIVAS

3) Não deixe de recorrer aos materiais complementares descritos no


Conteúdo Digital Integrador.

20 © GEOGRAFIA BRASILEIRA
UNIDADE 1 – FORMAÇÃO DO TERRITÓRIO NACIONAL E DIVISÕES POLÍTICO-ADMINISTRATIVAS

1. INTRODUÇÃO
O Brasil possui, atualmente, 26 estados e um Distrito
Federal, divididos em cinco regiões. Porém, essa divisão político-
administrativa nem sempre foi dessa forma, ela se modificou
no decorrer do tempo. Essa atual divisão é fruto de diferentes
ciclos econômicos da época colonial, de domínios estrangeiros,
de guerras, entre outros fatores.
A formação do território brasileiro, desde a colonização,
esteve ligada a diversos fatores, dentre eles, os interesses
econômicos. No começo da colonização, as atividades
extrativistas e o cultivo da cana-de-açúcar limitaram a expansão
territorial às zonas litorâneas. Com o passar dos anos, as fronteiras
brasileiras tiveram de ser ampliadas devido a outras atividades
que surgiram, como a extração de ouro e pedras preciosas, o que
gerou a colonização e povoamento da região de Minas Gerais. E
assim foram sucessivos ciclos econômicos, produzindo o espaço
territorial brasileiro.
Nesta unidade, antes de abordarmos o processo de
formação do Brasil, abordaremos o conceito de território e
sua definição. Traçaremos um raciocínio sobre os conceitos
geográficos de território, principalmente sob a perspectiva de
Milton Santos.
Faremos, também, um breve histórico brasileiro, abordando
o aspecto do território e da formação do Brasil. Apresentaremos
conteúdos-chave para o entendimento da formação atual da
divisão político-administrativa dos estados brasileiros e do
Distrito Federal.
Bom estudo!

© GEOGRAFIA BRASILEIRA 21
UNIDADE 1 – FORMAÇÃO DO TERRITÓRIO NACIONAL E DIVISÕES POLÍTICO-ADMINISTRATIVAS

2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA


O Conteúdo Básico de Referência apresenta, de
forma sucinta, os temas abordados nesta unidade. Para sua
compreensão integral, é necessário o aprofundamento pelo
estudo do Conteúdo Digital Integrador.

2.1. TERRITÓRIO

O conceito de território é abrangente, engloba diferentes


visões e pode, muitas vezes, se confundir com o conceito de
lugar.
Com base nos dicionários, temos as seguintes definições
para território:
1. Extensão considerável de terra. 2. A área de um país, província.
[...] 4. Base geográfica do Estado (solo, rios, lagos, baías, portos,
etc.) sobre o qual ele exerce soberania. (FERREIRA, 2002, p. 670).

Para lugar as definições encontradas são:


1. Espaço ocupado, sítio. [...] 3. Sítio ou ponto referido a um fato.
4. Esfera, ambiente. 5. Povoação, localidade, região ou país. 6.
Posição, situação. (FERREIRA, 2002, p. 433).

Apesar de território e lugar possuírem significados próximos,


quanto maior o aprofundamento nos estudos geográficos maior
a distinção entre os dois conceitos. Podemos sintetizar que lugar
é delimitado pela área física e território é a área política ocupada
por uma nação, estado, cidade, entre outros. Além disso, no caso
de território, indica-se onde ocorre soberania e domínio. No
lugar, o homem constrói bases materiais e sua história de forma
intencional, transformando-o em território.

22 © GEOGRAFIA BRASILEIRA
UNIDADE 1 – FORMAÇÃO DO TERRITÓRIO NACIONAL E DIVISÕES POLÍTICO-ADMINISTRATIVAS

No lugar, existe o domínio do natural, que aos poucos


sofre alterações pelo homem, sendo, então, modificado para
território, onde ocorre a instalação de construções antrópicas de
acordo com os interesses na modificação desse local.
Saquet e Silva (2008, p. 31) consideram o território como
uma área em que ocorrem as relações de poder do Estado,
sendo "delimitado, construído e desconstruído por relações de
poder que envolvem uma gama muito grande de atores que
territorializam suas ações com o passar do tempo".
Para Santos (1978), o território é um dos elementos
formadores do Estado-nação. Ele é imutável em seus limites,
porém, não possui a mesma extensão através da história.
Para sintetizar, Demétrio e Araújo (2005) nos trazem a
seguinte definição: que o território é um conceito político e
designa uma área terrestre, com uma fronteira, submetida a um
poder político. A sua soberania pode estar hierarquizada, sendo
a a soberania do Estado a mais alta, e abaixo a soberania dos
governos estaduais, municipais e outros órgãos.
Partindo desse pressuposto, o território brasileiro é uma
concepção política, determinada pela área ocupada pelo Brasil,
sob a soberania do estado brasileiro.

2.2. FORMAÇÃO DO TERRITÓRIO NO PERÍODO COLONIAL

A formação do território brasileiro iniciou-se em um


período anterior ao seu descobrimento. Durante o século 15 e 16,
portugueses e espanhóis estavam à vanguarda de outras nações
europeias e, diante disso, lançaram-se em mares desconhecidos

© GEOGRAFIA BRASILEIRA 23
UNIDADE 1 – FORMAÇÃO DO TERRITÓRIO NACIONAL E DIVISÕES POLÍTICO-ADMINISTRATIVAS

em busca de uma rota marítima para as Índias e de novas terras


para colonizarem.
Com a descoberta da América, em 1492, por Cristovão
Colombo, a princípio pensando em se tratar das Índias, Portugal
sentiu-se ameaçado pelas conquistas espanholas e ameaçou dar
início a um conflito armado. Para garantir a paz entre os países
ibéricos, foi firmada a Bula Inter Coetera, em 1493.
A Bula Inter Coetera traçava um meridiano a 100 léguas da
Ilha de Cabo Verde, sendo todas as terras a oeste dessa linha da
Espanha e, ao leste, de Portugal. Porém, Portugal recusava esse
tratado e no ano seguinte os dois países assinaram o Tratado de
Tordesilhas, que modificava para 370 léguas a divisão entre eles.
Esse tratado dividia as terras brasileiras entre Portugal e
Espanha, conforme podemos visualizar na Figura 1.

Figura 1 Divisão do mundo entre Portugal e Espanha.

24 © GEOGRAFIA BRASILEIRA
UNIDADE 1 – FORMAÇÃO DO TERRITÓRIO NACIONAL E DIVISÕES POLÍTICO-ADMINISTRATIVAS

No ano de 1500, oficialmente, o Brasil se tornou colônia


de Portugal. Nas primeiras décadas, as novas terras não
despertaram o interesse da metrópole e foram utilizadas
quase que exclusivamente para a extração de produtos como o
pau-brasil.
Com a possibilidade de perder as terras brasileiras para
a Espanha e outros países que começavam suas expansões
marítimas, Portugal iniciou de fato a colonização do Brasil,
estabelecendo o sistema de Capitanias Hereditárias. Esse sistema
tinha esse nome pelo fato de a concessão das terras ser passada
de pai para filho por meio de herança.
Criadas por D. João III, em 1534, as Capitanias Hereditárias
dividiram o Brasil em lotes, que foram concedidos a donatários,
os quais tinham como dever colonizar, administrar e proteger
suas capitanias, podendo, em contrapartida, explorar os recursos
naturais. O sistema fracassou e somente as capitanias de São
Vicente e Pernambuco prosperaram. Devido às dificuldades
enfrentadas pelas capitanias, foi instituído o Governo-geral
em 1558, visando a centralização político-administrativa da
colônia.
A seguir, a Figura 2 apresenta a divisão das capitanias com
os nomes dos donatários. O mapa é de Mapa de Luís Teixeira
(1574), disponível na biblioteca da Ajuda em Lisboa.

© GEOGRAFIA BRASILEIRA 25
UNIDADE 1 – FORMAÇÃO DO TERRITÓRIO NACIONAL E DIVISÕES POLÍTICO-ADMINISTRATIVAS

Figura 2 Capitanias hereditárias brasileiras.

Em 1578, morreu o rei de Portugal, D. Sebastião, sem


deixar herdeiros. Com isso, o trono foi assumido pelo seu tio, o

26 © GEOGRAFIA BRASILEIRA
UNIDADE 1 – FORMAÇÃO DO TERRITÓRIO NACIONAL E DIVISÕES POLÍTICO-ADMINISTRATIVAS

cardeal Dom Henrique de Portugal, que faleceu em 1580. Após


a morte do cardeal, iniciou-se uma disputa pela coroa, finalizada
em 1581 com a posse de Filipe II da Espanha, iniciando o período
de União Ibérica.
Com a União Ibérica, as fronteiras estabelecidas pelo trata-
do de Tordesilhas deixaram de ser respeitadas, ampliando-se as
fronteiras do Brasil.
A União Ibérica perdurou até 1640, quando foram
estabelecidas novas fronteiras por meio do Tratado de Madri,
firmado em 1570, conforme a Figura 3.

Figura 3 Tratado de Madri.

© GEOGRAFIA BRASILEIRA 27
UNIDADE 1 – FORMAÇÃO DO TERRITÓRIO NACIONAL E DIVISÕES POLÍTICO-ADMINISTRATIVAS

Com isso, o Brasil já possuía uma área semelhante a atual,


como podemos ver na Figura 4.

Figura 4 Formação do Brasil em 1793.

O Tratado de Madri foi anulado em 1761 pelo tratado de El


Pardo e revalidado com o Tratado de Santo Ildefonso em 1777,
no qual o Brasil perdia do seu território a região de Sacramento,
a Bacia do Prata e o território do Sete Povos das Missões

28 © GEOGRAFIA BRASILEIRA
UNIDADE 1 – FORMAÇÃO DO TERRITÓRIO NACIONAL E DIVISÕES POLÍTICO-ADMINISTRATIVAS

(atual Rio Grande do Sul), conforme Figura 5. Esse território


foi reconquistado poucos anos depois por Manuel dos Santos
Pedroso e José Borges do Canto.

Figura 5 Tratado de Ildefonso.

Percebe-se, a cada tratado, uma constante ampliação da


área ocupada pelo território brasileiro. Essa ampliação ocorreu
devido à constante pressão populacional em romper os limites
estabelecidos por esses tratados.
A formação espacial do território brasileiro está intimamente
ligada ao povoamento das regiões. A corte portuguesa utilizou o
princípio do uti possidetis para se apropriar da terra e garantir o
território. Segundo o dicionário de Latim (2015), Uti possidetis
significa "Fórmula diplomática que estabelece o direito de um
país a um território, baseada na ocupação pacífica dele".

© GEOGRAFIA BRASILEIRA 29
UNIDADE 1 – FORMAÇÃO DO TERRITÓRIO NACIONAL E DIVISÕES POLÍTICO-ADMINISTRATIVAS

Esse princípio estimulava a ocupação por meio de atividades


econômicas. No início da colonização, somente a zona litorânea
era ocupada, principalmente com o plantio de cana-de-açúcar.
A ocupação do interior do Brasil ocorreu com outras atividades
econômicas, sendo as principais: a pecuária, a mineração, o
extrativismo e, principalmente, as bandeiras.
Os movimentos das bandeiras tiveram início no século 16
e visavam adentrar o Brasil em busca de ouro e prata. Durante
o período colonial também foram responsáveis por escravizar
índios, destruir quilombos, extrair drogas do sertão e especiarias
da Amazônia, como, por exemplo, cacau, canela, guaraná,
urucum e castanha.
Os Bandeirantes, como eram conhecidos os integrantes
das bandeiras, foram muito importantes para a ampliação do
território nacional, pois na sua busca por ouro e prata rompiam
com os limites impostos pelos tratados.
Devido à queda da lucratividade da produção de cana-
de-açúcar e a descoberta de ouro em Minas Gerais pelos
Bandeirantes, o eixo da economia mudou do Nordeste para a
região de Minas Gerais. Com o eixo econômico se deslocando do
Nordeste com a cana-de-açúcar para o sudeste com a extração
de ouro, a capital da colônia também se deslocou de Salvador
para o Rio de Janeiro, em 1763.

2.3. FORMAÇÃO DO TERRITÓRIO NO PERÍODO DO REINO


UNIDO

Com as Invasões Napoleônicas na Europa, a Família Real


portuguesa mudou-se para o Brasil, elevando o país à condição

30 © GEOGRAFIA BRASILEIRA
UNIDADE 1 – FORMAÇÃO DO TERRITÓRIO NACIONAL E DIVISÕES POLÍTICO-ADMINISTRATIVAS

de Reino Unido, intitulando-se Reino Unido de Portugal, Brasil e


Algarves. Esse período durou de 1815 até 1822.
No final desse período, a situação política do Brasil
encontrava-se complicada. Parte da família real tinha retornado
a Portugal, ficando D. Pedro I como príncipe regente do Brasil.
Todavia, Portugal queria restringir os privilégios do Brasil, por
isso, ordenou que D. Pedro I retornasse a Portugal e queria o
fim do Decreto de Abertura dos Portos às Nações Amigas (que
substituía o Pacto Colonial).
Diante disso, em 7 de setembro de 1822, o Brasil se tornou
independente de Portugal.

Com as leituras propostas no Tópico 3.1, você vai


aprofundar seu conhecimento sobre a formação dos territórios
no período Colonial e Reino Unido. Antes de prosseguir para
o próximo assunto, realize as leituras indicadas, procurando
assimilar o conteúdo estudado.

2.4. FORMAÇÃO DO TERRITÓRIO NO PERÍODO DO IMPÉRIO E


REPÚBLICA

A configuração da formação territorial brasileira no início


do século 19 já apresentava algumas características que a
distinguiam bastante daquela existente nos primeiros séculos
de colonização. Durante o período da Independência, o Brasil
já apresentava os limites com outros países e a divisão interna
semelhantes ao atual, como podemos ver na Figura 6.

© GEOGRAFIA BRASILEIRA 31
UNIDADE 1 – FORMAÇÃO DO TERRITÓRIO NACIONAL E DIVISÕES POLÍTICO-ADMINISTRATIVAS

Figura 6 Formação do Brasil em 1822.

A mineração como atividade econômica começou a


perder importância para a agricultura cafeeira, principalmente
em São Paulo, até, aproximadamente, 1930. Diante disso, o
polo econômico Brasileiro mudou-se, definitivamente, para o
Sudeste, com foco principal no Estado de São Paulo.
Paralelamente, temos, em 15 de novembro de 1889,
a Proclamação da República. Em termos territoriais, essa

32 © GEOGRAFIA BRASILEIRA
UNIDADE 1 – FORMAÇÃO DO TERRITÓRIO NACIONAL E DIVISÕES POLÍTICO-ADMINISTRATIVAS

proclamação não afetou a questão fronteiriça e territorial do


Brasil.
Seguindo uma linha histórica, um aspecto importante
da formação territorial do Brasil logo após a Proclamação da
República foi a "Questão do Acre".
O atual Estado do Acre era um território boliviano,
porém, extremamente povoado por brasileiros, principalmente
nordestinos, que, fatigados pelas ondas de seca, viam na extração
de borracha nas regiões amazônicas uma forma de enriquecer.
Assim, teve início, no final do século 19, um importante ciclo
econômico no Brasil, o Ciclo da Borracha.
Com a Revolução Industrial, o advento da máquina a
vapor e a comercialização dos primeiros modelos automotivos,
a borracha começou a ser um produto extremamente lucrativo.
No final do século 19, as autoridades bolivianas começaram
a exigir a supremacia boliviana na região do Acre, iniciando
um conflito internacional, somente finalizado pelo Tratado de
Petrópolis.
Segundo Alves (2005, p. 138), por esse instrumento:
[…] ficou acordado que a Bolívia receberia compensações
territoriais em vários pontos da fronteira com o Brasil; que o
Governo brasileiro se comprometeria a construir a Estrada de ferro
Madeira-Mamoré; e que seria garantida a liberdade de trânsito
pela ferrovia e pelos rios até o oceano Atlântico, o que facilitaria
o escoamento das exportações bolivianas pelo sistema fluvial
do Amazonas. Como não havia equivalência entre as áreas dos
territórios permutados, estabeleceu-se, ainda, uma indenização
pecuniária no montante de dois milhões de libras esterlinas, a
ser paga pelo Brasil em duas parcelas. Em contrapartida, a Bolívia
cederia a parte meridional do Acre, reconhecidamente boliviana,
mas povoada por brasileiros, e desistiria de seu alegado direito à

© GEOGRAFIA BRASILEIRA 33
UNIDADE 1 – FORMAÇÃO DO TERRITÓRIO NACIONAL E DIVISÕES POLÍTICO-ADMINISTRATIVAS

outra parte do território mais ao norte, igualmente ocupada só


por brasileiros.

Além da questão do Acre, a construção de estradas de


ferro que ligavam as capitais e portos ao interior melhorava
o transporte de mercadorias como, por exemplo, o café, e na
região Norte, a borracha. Esse rápido transporte causou o
desenvolvimento do interior, principalmente de São Paulo, no
Sudeste, e das regiões próximas a Manaus e Belém.
A quebra da bolsa e seus efeitos após 1929 fizeram com
que o preço do café tivesse uma queda. Com isso, os barões do
café de São Paulo começaram a investir na indústria, atraindo
pessoas com perspectivas melhores.
Nesse período, o Governo de Getúlio Vargas instituiu a
Fundação Brasil Central, para que ocorresse o povoamento das
regiões dos Estados do Mato Grosso, Goiás, Amapá, Rondônia e
Roraima.
No governo de Juscelino Kubitschek de Oliveira (1955-
1960), começou a construção de Brasília, mudando a capital do
país do Rio de Janeiro para o Centro-oeste brasileiro. A construção
de uma ousada cidade, com uma nova proposta arquitetural,
causou o rápido desenvolvimento das áreas de arquitetura e
engenharia no país, e para tal empreendimento, era necessária
uma mão de obra pouco disponível no local.
Atraídos pela proposta de novos trabalhos, muitos
nordestinos foram do Nordeste e até mesmo do Sudeste para o
interior de Goiás, causando a formação das chamadas cidades
satélites em torno de Brasília e colaborando para o povoamento
da região.

34 © GEOGRAFIA BRASILEIRA
UNIDADE 1 – FORMAÇÃO DO TERRITÓRIO NACIONAL E DIVISÕES POLÍTICO-ADMINISTRATIVAS

Concomitantemente, o desenvolvimento cada vez maior


de novas tecnologias de comunicação e transporte fez com
que ocorresse a interiorização e o povoamento brasileiro,
principalmente das regiões dos Estados do Mato Grosso do Sul,
Mato Grosso e Goiás.
O Estado de Goiás era um território extenso e com grandes
diferenças econômicas e culturais entre o Norte e o Sul. Em 1988,
Goiás é dividido, então, em dois territórios: Goiás e Tocantins.
Na década de 1990, ocorreu a metropolização de cidades
como São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre e Salvador,
transformando-as em verdadeiros polos culturais, tecnológicos
e financeiros do país.
Ao contrário do que ocorreu nas épocas anteriores, a
formação do território Brasileiro no século 20 foi marcada não
somente por fatores econômicos, mas também por fatores
tecnológicos e políticos. Certas regiões, principalmente no final
do século 20, somente puderam ser povoadas devido à existência
de tecnologias que permitiram o seu monitoramento, controle e
adaptação.

Com as leituras propostas no Tópico 3.2, você vai


aprofundar o seu conhecimento sobre a formação do território
no período do Império e República. Antes de prosseguir para
o próximo assunto, realize as leituras indicadas, procurando
assimilar o conteúdo estudado.

© GEOGRAFIA BRASILEIRA 35
UNIDADE 1 – FORMAÇÃO DO TERRITÓRIO NACIONAL E DIVISÕES POLÍTICO-ADMINISTRATIVAS

2.5. DIVISÕES POLÍTICO-ADMINISTRATIVAS

Atualmente, o Brasil está dividido em 26 estados e um


Distrito Federal, como podemos ver na Figura 7. Essa divisão
atual possui o objetivo de permitir a cada estado definir políticas
públicas para a sua região, planejar suas atividades, arrecadar e
gerir impostos, mapear áreas, entre outras. A seguir, na Tabela 1,
estão os estados, suas capitais e suas siglas.

Figura 7 Estados e capitais do Brasil.

36 © GEOGRAFIA BRASILEIRA
UNIDADE 1 – FORMAÇÃO DO TERRITÓRIO NACIONAL E DIVISÕES POLÍTICO-ADMINISTRATIVAS

Tabela 1 Estados, capitais e siglas.


Estado Capital Sigla
Acre Rio Branco AC
Alagoas Maceió AL
Amapá Macapá AP
Amazonas Manaus AM
Bahia Salvador BA
Ceará Fortaleza CE
Distrito Federal Brasília DF
Espírito Santo Vitória ES
Goiás Goiânia GO
Maranhão São Luís MA
Mato Grosso Cuiabá MT
Mato Grosso do Sul Campo Grande MS
Minas Gerais Belo Horizonte MG
Pará Belém PA
Paraíba João Pessoa PB
Paraná Curitiba PR
Pernambuco Recife PE
Piauí Teresina PI
Rio de Janeiro Rio de Janeiro RJ
Rio Grande do Norte Natal RN
Rio Grande do Sul Porto Alegre RS
Rondônia Porto Velho RO
Roraima Boa Vista RR
Santa Catarina Florianópolis SC
São Paulo São Paulo SP
Sergipe Aracaju SE
Tocantins Palmas TO

© GEOGRAFIA BRASILEIRA 37
UNIDADE 1 – FORMAÇÃO DO TERRITÓRIO NACIONAL E DIVISÕES POLÍTICO-ADMINISTRATIVAS

Os estados são divididos em cinco regiões, conforme a


Figura 8. Essa divisão foi criada pelo IBGE em 1967, com base
nos limites dos estados e na proximidade geográfica. Esse tipo
de regionalização é bastante criticado, pois considera apenas
a proximidade como forma de regionalizar, excluindo diversos
fatores, como os econômicos, políticos e sociais.

Figura 8 Regiões do Brasil.

38 © GEOGRAFIA BRASILEIRA
UNIDADE 1 – FORMAÇÃO DO TERRITÓRIO NACIONAL E DIVISÕES POLÍTICO-ADMINISTRATIVAS

Com as leituras propostas no Tópico 3.3, você vai


aprofundar o seu conhecimento sobre território e divisões
político-administrativas. Antes de prosseguir para o próximo
assunto, realize as leituras indicadas, procurando assimilar o
conteúdo estudado.

Vídeo complementar ––––––––––––––––––––––––––––––––


Neste momento, é fundamental que você assista ao vídeo complementar.
• Para assistir ao vídeo pela Sala de Aula Virtual, clique no ícone
Videoaula, localizado na barra superior. Em seguida, selecione o
nível de seu curso (Pós-graduação), a categoria (Disciplinar) e o tipo
de vídeo (Complementar). Por fim, clique no nome da disciplina para
abrir a lista de vídeos.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––

3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR


O Conteúdo Digital Integrador representa uma condição
necessária e indispensável para você compreender integralmente
os conteúdos apresentados nesta unidade.

3.1. FORMAÇÃO DO TERRITÓRIO NOS PERÍODOS COLONIAL E


REINO UNIDO

Nesta unidade, foram apresentados, de forma resumida,


alguns fatos históricos que tiveram maior relevância na formação
territorial brasileira. O MEC – Ministério da Educação e Cultura

© GEOGRAFIA BRASILEIRA 39
UNIDADE 1 – FORMAÇÃO DO TERRITÓRIO NACIONAL E DIVISÕES POLÍTICO-ADMINISTRATIVAS

publicou dois cadernos com diversos fatos ocorridos na história


do Brasil Colônia.
• GUILLEN, I.; COUCEIRO, S. 500 anos: um novo mundo
na TV. Brasília: MEC/Secretaria de Educação a Distância,
2000. (Cadernos da TV Escola 1). Disponível em: <http://
portal.mec.gov.br/seed/arquivos/pdf/500anos.pdf>.
Acesso em: 2 dez. 2015.
• ______. 500 anos: um novo mundo na TV. Brasília: MEC/
Secretaria de Educação a Distância, 2000. (Cadernos da
TV Escola 2). Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/
seed/arquivos/pdf/500anos2.pdf>. Acesso em: 2 dez.
2015.
Para entender de forma espacial o Brasil Colônia, indicamos
o seguinte site:
• GEOCITIES.WS. Mapas históricos 
de história do brasil-colônia. Disponível em: <http://
www.geocities.ws/prof_adhemar/mapashcolonia.
html>. Acesso em: 13 nov. 2015.
Para entender melhor o sistema de Capitanias Hereditárias,
o site de multimídias do governo do Rio de Janeiro explica esse
sistema.
• MULTIRIO. O sistema de capitanias hereditárias.
Disponível em: <http://www.multirio.rj.gov.br/historia/
modulo01/cap_hereditarias.html>. Acesso em: 13 nov.
2015.

40 © GEOGRAFIA BRASILEIRA
UNIDADE 1 – FORMAÇÃO DO TERRITÓRIO NACIONAL E DIVISÕES POLÍTICO-ADMINISTRATIVAS

3.2. FORMAÇÃO DO TERRITÓRIO NO PERÍODO DO IMPÉRIO E


REPÚBLICA

Para entender melhor a formação do território no período


do império e república, o site do IBGE possui um cartograma que
mostra a evolução do território brasileiro desde 1872.
• Cartograma IBGE. Disponível em: <ftp://geoftp.ibge.gov.
br/organizacao_territorial/divisao_territorial/evolucao_
da_divisao_territorial_do_brasil_1872_2010/animacao_
evolucao_divisao_territorial.zip>. Acesso em: 2 dez.
2015.
Esse cartograma possui um executável, em que é possível
ver a divisão territorial e outras informações, como a distribuição
da população.
Uma questão territorial muito importante para o Brasil foi
a "Questão Acre", pela disputa desse território com a Bolívia.
Essa disputa ocorreu devido à borracha. Apesar de
atualmente a questão territorial estar resolvida, existem ainda
muitos problemas com a extração desse material, como, por
exemplo, as lutas entre seringueiros e latifundiários, além dos
problemas ambientais.
Um grande ativista ambiental que lutou pelos direitos dos
seringueiros foi Chico Mendes. No documentário Chico Mendes,
cartas da floresta é possível entender melhor sobre a questão de
luta pela terra e a vida desse seringueiro.
• YOUTUBE. A história de Chico Mendes: documentário.
Disponível em: <https://www.youtube.com/
watch?v=JoTHmdqz6lw>. Acesso em: 13 nov. 2015.

© GEOGRAFIA BRASILEIRA 41
UNIDADE 1 – FORMAÇÃO DO TERRITÓRIO NACIONAL E DIVISÕES POLÍTICO-ADMINISTRATIVAS

O último estado brasileiro a ser formado foi Tocantins,


na década de 1980. Para ter algumas informações sobre esse
estado, indicamos o seguinte site:
• PORTAL TOCANTINS. Homepage. Disponível em: <http://
portal.to.gov.br/tocantins/2>. Acesso em: 13 nov. 2015.

3.3. TERRITÓRIO E DIVISÕES POLÍTICO-ADMINISTRATIVAS

O processo de formação territorial do Brasil até a sua


conformação atual foi complexo. O entendimento desse processo
é fundamental no estudo da Geografia do Brasil. O vídeo indicado
a seguir explica o conceito de território.
• YOUTUBE. Conceito de território – prof. Cláudio.
Disponível em: <https://www.youtube.com/
watch?v=zG8N9PlMGkU>. Acesso em: 2 dez. 2015.
Porém, o conceito, assim como a visão que se tem sobre o
território, não é algo imutável. Apesar de o conceito de território
brasileiro adotado nesta unidade ser aquele que possui a
soberania nacional, fala-se muito hoje de desterritorialização de
novas territorialidades. Rogério Haesbaert da Costa discute isso
no vídeo indicado a seguir:
• YOUTUBE. Novas territorialidades – Rogério Haesbaert
da Costa. Disponível em: <www.youtube.com/
watch?v=FyH5mOVuVs8>. Acesso em: 13 nov. 2015.
Por fim, o território brasileiro atual, assim como diversos
mapeamentos, áreas e divisões político-administrativas podem
ser encontrados no site do IBGE.
• IBGE – INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E
ESTATÍSTICA. Área territorial brasileira. Disponível em:

42 © GEOGRAFIA BRASILEIRA
UNIDADE 1 – FORMAÇÃO DO TERRITÓRIO NACIONAL E DIVISÕES POLÍTICO-ADMINISTRATIVAS

<www.ibge.gov.br/home/geociencias/cartografia/
default_territ_area.shtm>. Acesso em: 13 nov. 2015.

4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
A autoavaliação pode ser uma ferramenta importante para
você testar o seu desempenho. Se encontrar dificuldades em
responder às questões a seguir, você deverá revisar os conteúdos
estudados para sanar as suas dúvidas.
1) A formação do território brasileiro iniciou-se somente com a colonização?
Por quê?
2) Qual a importância da União Ibérica para a formação territorial do Brasil
atual?
3) Como é a divisão político-administrativa atual do Brasil?
a) O Brasil é atualmente dividido em 26 estados e um Distrito Federal.
b) O Brasil é dividido em cinco regiões, cada uma com uma forma de go-
verno específica.
c) A divisão do Brasil é feita em estados independentes administrados
por condados.
d) O Brasil é dividido em 26 estados.
e) A divisão do Brasil é composta por diversas regiões sob governo do
Distrito Federal.

4) O tratado de Madri visava:


a) Redefinir o território brasileiro separando-o de Portugal.
b) Redefinir as fronteiras estaduais do Brasil.
c) Após a União Ibérica, redefinir o território brasileiro, pertencente a
Portugal, separando-o da França.
d) Redefinir a divisão entre Portugal e Espanha existente anteriormente
pelo tratado de Tordesilhas.
e) Criar e delimitar as novas Capitanias Hereditárias.

© GEOGRAFIA BRASILEIRA 43
UNIDADE 1 – FORMAÇÃO DO TERRITÓRIO NACIONAL E DIVISÕES POLÍTICO-ADMINISTRATIVAS

5) A divisão regional do Brasil em cinco regiões, Norte, Sul, Centro-Oeste,


Nordeste e Sudeste, é a mais adequada? Por quê?

6) O que é território?
a) Porção de um país sob jurisdição internacional.
b) Parte de um município com uma formação geomorfológica específica.
c) Área do país com uma delimitação pelo setor censitário do IBGE.
d) É um conceito geográfico ligado às características físicas de um país.
e) Área delimitada por uma fronteira política ou submetida a um poder
político.

Gabarito
Confira, a seguir, as respostas corretas para as questões
autoavaliativas propostas:
1) Não. Anteriormente ao descobrimento oficial do Brasil, em 1500, já existia
o Tratado de Tordesilhas, que dividia o território do Brasil atual.

2) Com a União Ibérica, a divisão proposta pelo Tratado de Tordesilhas não


era mais cumprida, pois todo o território pertencia à Espanha. Com os
ciclos econômicos e a posterior retomada ao domínio português, o novo
tratado estabelecia novos limites.

3) a.

4) d.

5) Essa divisão não é a mais apropriada, pois não considera aspectos cultu-
rais ou econômicos.

6) e.

5. CONSIDERAÇÕES
Com o estudo desta unidade, podemos entender um pouco
melhor como foi o processo de formação territorial do Brasil e sua

44 © GEOGRAFIA BRASILEIRA
UNIDADE 1 – FORMAÇÃO DO TERRITÓRIO NACIONAL E DIVISÕES POLÍTICO-ADMINISTRATIVAS

divisão atual. A grande dimensão que o Brasil possui foi fruto de


um passado de lutas, tratados, povoamento e ciclos econômicos.
Esses processos e sua grande dimensão interferiram nas
características brasileiras. Nas próximas unidades, estudaremos
as características físicas, biológicas e culturais do Brasil.

6. E-REFERÊNCIAS
DICIONÁRIO DE LATIM. Uti possidetis. Disponível em: <http://www.dicionariodelatim.
com.br/uti-possidetis/>. Acesso em: 13 nov. 2015.

Lista de figuras
Figura 1 Divisão do mundo entre Portugal e Espanha. Disponível em: <http://
marioquintas.no.sapo.pt/imagens/tordesilhas.jpg>. Acesso em: 13 nov. 2015.
Figura 2 Capitanias hereditárias brasileiras. Disponível em: <http://www.historia-
brasil.com/mapas/teixeira-1574.htm>. Acesso em: 13 nov. 2015.
Figura 3 Tratado de Madri. Disponível em: <www.grupoescolar.com/pesquisa/tratado-
de-madri.html>. Acesso em: 13 nov. 2015.
Figura 4 Formação do Brasil em 1793. Disponível em: <ftp://geoftp.ibge.gov.br/
organizacao_territorial/divisao_territorial/evolucao_da_divisao_territorial_do_
brasil_1872_2010/evolucao_da_divisao_territorial_do_brasil_publicacao_completa.
pdf>. Acesso em: 2 dez. 2015.
Figura 5 Tratado de Ildefonso. Disponível em: <http://slideplayer.com.br/
slide/335869/>. Acesso em: 13 nov. 2015.
Figura 6 Formação do Brasil em 1822. Disponível em: <ftp://geoftp.ibge.gov.br/
organizacao_territorial/divisao_territorial/evolucao_da_divisao_territorial_do_
brasil_1872_2010/evolucao_da_divisao_territorial_do_brasil_publicacao_completa.
pdf>. Acesso em: 2 dez. 2015.
Figura 7 Estados e capitais do Brasil. Disponível em: <http://2.bp.blogspot.
com/-HOOywAtmtpk/T7rU8KXQPBI/AAAAAAAABlU/fpgQdGA6dqE/s640/
MAPA+DO+BRASIL.gif>. Acesso em: 13 nov. 2015.
Figura 8 Regiões do Brasil. Disponível em: <http://geografiaescolaroficial.blogspot.
com.br/2014/10/brasil-organizacao-politico.html>. Acesso em: 13 nov. 2015.

© GEOGRAFIA BRASILEIRA 45
UNIDADE 1 – FORMAÇÃO DO TERRITÓRIO NACIONAL E DIVISÕES POLÍTICO-ADMINISTRATIVAS

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALVES, F. L. O tratado de Petrópolis: interiorização do conflito de fronteiras. Revista de
Informação Legislativa, Brasília, v. 42, n. 166, p. 131-149, abr./jun. 2005.
DEMÉTRIO, M; ARAÚJO, R. Geografia: a construção do mundo. São Paulo. Moderna,
2005.
FERREIRA, A. B. H. Mini Aurélio: o dicionário da língua portuguesa. 4. ed. Rio de
Janeiro: Nova Fronteira, 2002.
LUFT, C. P. Minidicionário Luft. 20. ed. São Paulo: Ática, 2000.
SANTOS, M. Por uma nova geografia. São Paulo: Hucitec, 1978.
SAQUET, M. A; SILVA, S. S. Milton Santos: concepções de geografia, espaço e território.
Geo UERJ, Rio de Janeiro, ano 10, v. 2, n. 18, p. 24-42, 2. sem. 2008.

46 © GEOGRAFIA BRASILEIRA
UNIDADE 2
DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS E BIOMAS
BRASILEIROS

Objetivos
• Entender e relacionar clima e vegetação alinhando fatores físicos com
fatores bióticos brasileiros.
• Entender as formações geomorfológicas brasileiras.
• Compreender as influências existentes dos fatores físicos nos fatores
bióticos e vice-versa.

Conteúdos
• Recursos naturais.
• Hidrografia Brasileira.
• Geomorfologia e Geologia Brasileira.
• Clima no Brasil.
• Biomas brasileiros.

Orientações para o estudo da unidade


Antes de iniciar o estudo desta unidade, leia as orientações a seguir:

1) Procure acompanhar com entusiasmo o material didático e discutir a


unidade com os seus colegas e com o tutor.

2) Para um maior aprofundamento nos assuntos abordados, procure realizar


sempre a leitura dos livros e dos artigos citados na unidade.

47
UNIDADE 2 – DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS E BIOMAS BRASILEIROS

3) Não deixe de recorrer aos materiais complementares descritos no


Conteúdo Digital Integrador.

48 © GEOGRAFIA BRASILEIRA
UNIDADE 2 – DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS E BIOMAS BRASILEIROS

1. INTRODUÇÃO
O Brasil apresenta uma diversidade de climas, relevos, solos
e vegetações. Esses aspectos são os recursos naturais brasileiros.
Recurso significa bem, fortuna, riqueza ou posse, tanto
material quanto imaterial. Recurso natural é um bem oriundo
da natureza, seja matéria ou energia utilizada pelo homem. São
exemplos de recursos naturais: água, solo, vento, minérios e
madeira.
Dentre os recursos naturais, um dos mais importantes é a
água. Ela é fator fundamental para a formação do relevo, clima e
biomas e para a manutenção da vida.
Nesta unidade, será abordado o tema de recursos naturais
brasileiros, divididos em: geomorfologia, geologia, clima e
biomas.

2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA


O Conteúdo Básico de Referência apresenta, de
forma sucinta, os temas abordados nesta unidade. Para sua
compreensão integral, é necessário o aprofundamento pelo
estudo do Conteúdo Digital Integrador.

2.1. RECURSOS NATURAIS

Os recursos naturais podem ser de dois tipos: renováveis e


não renováveis.
De acordo com Campos (2015), recursos naturais
renováveis são:

© GEOGRAFIA BRASILEIRA 49
UNIDADE 2 – DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS E BIOMAS BRASILEIROS

[…] aqueles que se renovam em prazo curto comparado


com o tempo de vida humano. Alguns exemplos de recursos
naturais renováveis [são]: água, solo e matéria orgânica, ar,
biocombustíveis, e vento.
Os não renováveis são aqueles que não se renovam em um prazo
curto comparado com o tempo de vida humano.

Ainda segundo Campos (2015), alguns recursos não


renováveis são:
[…] petróleo, carvão mineral, minérios, materiais radioativos e
gás natural”.
A natureza de forma geral pode ser considerada um recurso
natural renovável, pois dentro dos ciclos biogeoquímicos existe
ciclagem de nutrientes (nitrogênio, oxigênio, carbono, entre
outros) em tempo relativamente curto (comparado com o tempo
de vida do homem). Analisando sob esse aspecto pode-se concluir
realmente que a natureza é um recurso natural renovável.

Porém, com a degradação ambiental existente, diversos


recursos naturais renováveis se tornam não renováveis, pois os
nutrientes não têm se renovado após serem consumidos.

Com as leituras propostas no Tópico 3.1, você vai


aprofundar seu conhecimento sobre os recursos naturais.
Antes de prosseguir para o próximo assunto, realize as leituras
indicadas, procurando assimilar o conteúdo estudado.

2.2. HIDROGRAFIA

Apesar de a superfície do planeta ser em grande quantidade


coberta por água, muitas pessoas sofrem com a falta dela. Isso

50 © GEOGRAFIA BRASILEIRA
UNIDADE 2 – DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS E BIOMAS BRASILEIROS

ocorre, pois grande parte é salgada. A água doce apresenta


grande parte nas geleiras e também há a parte que se encontra
poluída e imprópria para o consumo.
A água é um fator essencial para a manutenção da vida de
qualquer ser vivo. No Brasil, ela tem uma grande finalidade de
uso, pois mais de 70% da matriz energética é utilizada em UHEs
e PCHs (Usinas Hidrelétricas e Pequenas Centrais Hidrelétricas).
Em muitos lugares do mundo, os recursos hídricos são
utilizados como meio de transporte. No Brasil, o acesso a algumas
regiões somente é possível por meio de transporte hidroviário.
Existe, também, uma forte questão cultural ligando água
à religião (orixás como Oxum, ligado às águas doces e Yemanjá,
à água salgada, as carrancas nos barcos do Rio São Francisco, o
batismo em cultos cristãos, entre outros).
Não é possível falar de domínios morfoclimáticos
brasileiros ou biomas sem indagar sobre sua hidrografia. A água
é fator decisivo na formação do clima, da geologia, do relevo e
da vegetação.

Regiões Hidrográficas Brasileiras


A ANA – Agência Nacional das Águas dividiu o Brasil em 12
regiões hidrográficas, como veremos na Figura 1 a seguir.

© GEOGRAFIA BRASILEIRA 51
UNIDADE 2 – DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS E BIOMAS BRASILEIROS

Figura 1 Regiões hidrográficas brasileiras.

Para entender melhor o tamanho e as características de


cada região hidrográfica, na Tabela 1, são apresentados seus
dados de forma resumida.

Tabela 1 Principais dados das regiões hidrográficas.


% do
Região Hidrográfica Área* (km2) Principais Rios
território

Amazônica 3,8 milhões 45,0% Amazonas

Tocantins - Araguaia 918 mil 11,0% Tocantins e Araguai

Paraguai 363.mil 4,6% Rio Paraguai

Atlântico Nordeste Oriental 286.mil 3,3% Jaguaribe e Açú

Jequitinhonha,
Atlântico Leste 388 mil 4,5%
Paraguaçú e Pardo

52 © GEOGRAFIA BRASILEIRA
UNIDADE 2 – DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS E BIOMAS BRASILEIROS

% do
Região Hidrográfica Área* (km2) Principais Rios
território

Paraná, Tietê e
Paraná 879 mil 10,0%
Paranapanema

Parnaíba 333 mil 3,7% Parnaíba

São Francisco 638 mil 7,5% São Francisco

Jacuí e Lagoa dos


Atlântico Sul 187 mil 2,2%
Patos

Uruguai 174 mil 2,5% Uruguai

Preto e Paraíba do
Atlântico Sudeste 214 mil 2,6%
Sul

Atlântico Nordeste Ocidental 274 mil 3,1% Gurupi e Itapecuru


* A área hidrográfica apresentada é referente a área nacional. Algumas regiões apresentam uma
parte além do território, como por exemplo, a do Paraguai.
Fonte: ANA – Agência Nacional das Águas (2015).

Cabe destacar que a região amazônica é a maior rede


hidrográfica do mundo em volume de água e que o Paraguai
possui em sua região o Pantanal, considerado Reserva da Biosfera
pela UNESCO em 2000 e Patrimônio Nacional pela Constituição
Federal de 1988.

Com as leituras propostas no Tópico 3.2, você vai


aprofundar seu conhecimento sobre a hidrografia. Antes de
prosseguir para o próximo assunto, realize as leituras indicadas,
procurando assimilar o conteúdo estudado.

© GEOGRAFIA BRASILEIRA 53
UNIDADE 2 – DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS E BIOMAS BRASILEIROS

2.3. DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS

O Brasil é um país que apresenta um território muito


extenso e, com isso, uma classificação geográfica física complexa.
Devido a essa complexidade, são necessárias algumas definições
preliminares.

Geologia
Toda a estrutura de relevo está localizada na parte mais
superficial da terra, denominada litosfera, como podemos ver na
Figura 2.

Figura 2 Litosfera terrestre.

Porém, essa litosfera não é uma camada única. Ela é


dividida em várias partes denominadas placas tectônicas. O
Brasil está situado bem no meio da Placa Sul-americana.
O choque de placas tectônicas normalmente ocasiona
terremotos de grandes magnitudes e elevação de terras, formando
grandes montanhas. Pelo fato de estar situado no meio da placa,
o Brasil não possui grandes terremotos e, consequentemente,

54 © GEOGRAFIA BRASILEIRA
UNIDADE 2 – DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS E BIOMAS BRASILEIROS

não possui grandes montanhas (forças endógenas de formação


de relevo).
O Brasil apresenta três estruturas principais:
1) Escudos Cristalinos
a) Plataformas das Guianas – Norte.
b) Sul-amazônica – Sul da Amazônia.
c) Plataforma do São Francisco – Norte de Minas Gerais.
d) Plataforma Sul – Rio Grande do Sul.
2) Dobramentos antigos
a) A Serra do Mar.
b) Serra da Mantiqueira.
c) Cinturão Orogênico do Atlântico.
d) Cinturão de Brasília.
e) Cinturão do Paraguai-Araguaia.
3) Bacias sedimentares (aproximadamente 64% do terri-
tório nacional).
a) Bacia Sedimentar Amazônica.
b) Bacia Sedimentar do Parnaíba.
c) Bacia Sedimentar do Paraná.

Geomorfologia
A classificação do relevo brasileiro foi alterando-se no
decorrer do tempo, devido, principalmente, a uma melhoria
tecnológica, que possibilitou levantamentos mais aprofundados.
A primeira classificação de relevo brasileiro foi a de
Aroldo de Azevedo, por volta de 1940. As unidades de relevo
representadas foram: planalto e planície, utilizando a altimetria

© GEOGRAFIA BRASILEIRA 55
UNIDADE 2 – DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS E BIOMAS BRASILEIROS

como critério, com limite de 200 metros (acima de 200 metros


são planaltos e abaixo são planícies).
Com isso, foram estabelecidas as seguintes unidades:
• Planícies: Amazônica, Costeira, Pantanal, Gaúcha ou
Pampas.
• Planaltos: Guiano e Brasileiro (formado pelo Atlântico,
Meridional e Central).
A classificação de Aroldo de Azevedo está disponível na
Figura 3.

Figura 3 Classificação do relevo segundo Aroldo de Azevedo.

56 © GEOGRAFIA BRASILEIRA
UNIDADE 2 – DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS E BIOMAS BRASILEIROS

Aziz Ab’Saber, em 1962, utilizou o critério morfoclimático


para classificação do relevo. Baseando-se em processos de
erosão e sedimentação, o geógrafo estabeleceu que as áreas
onde predominam agentes de erosão são planaltos e as áreas
onde predomina a sedimentação são planícies. A divisão do
relevo de Aziz Ab´Saber está explicada na Figura 4.

Figura 4 Classificação do relevo segundo Aziz Ab´Saber (1962).

Com a melhoria das tecnologias e a utilização de


sensoriamento remoto e de aerofotogrametria, Jurandyr
Ross (1989) fez uma classificação mais próxima da realidade,
destacando uma nova unidade de relevo, as depressões. Essa
nova classificação foi publicada em 1989, considerada a mais
aceita pelo mundo acadêmico, com 28 unidades de relevo.
Confira na Figura 5, a seguir.

© GEOGRAFIA BRASILEIRA 57
UNIDADE 2 – DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS E BIOMAS BRASILEIROS

Figura 5 Classificação do relevo segundo Jurandyr Ross.

58 © GEOGRAFIA BRASILEIRA
UNIDADE 2 – DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS E BIOMAS BRASILEIROS

Clima
O clima não é algo formado apenas pela temperatura local.
Para entender um pouco sobre o tema, primeiro é interessante
conhecer a diferenciação de clima e tempo, pois são muito
diferentes.
A diferença fundamental entre esses dois fatores está
associada à escala temporal em que eles se relacionam, além da
diferença do objeto de estudo entre clima e tempo.
Em meios de comunicação, é muito comum ouvirmos falar
da previsão do tempo. O tempo reflete as condições atmosféricas
momentâneas. Por exemplo: o tempo hoje está encoberto, com
forte tendência a “pancadas” de chuva.
O clima refere-se a condições permanentes de um local,
que proporciona uma determinada previsão de tempo. Por
exemplo, Curitiba é mais fria que Salvador, pois está em uma
latitude maior e apresenta grande influência de massas de ar
frias.
Portanto, o objeto de estudo desta unidade será o clima
no Brasil e não o tempo. O clima é influenciado por uma série
de fatores, sendo os principais: altitude, latitude, umidade,
correntes marítimas e massas de ar.
A altitude é um grande fator de influência, pois quanto
mais elevada a região, menor a sua temperatura. Isso é fácil de
se entender ao ver fotos de grandes montanhas cobertas de
neve e gelo. Porém, regiões quentes também podem apresentar
montanhas cobertas de gelo e de neve. Para ilustrar, na Figura
6, temos o Monte Kilimanjaro, na África. Na imagem, é possível
verificar o contraste entre as regiões savânicas quentes e o
monte coberto de neve ao fundo.

© GEOGRAFIA BRASILEIRA 59
UNIDADE 2 – DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS E BIOMAS BRASILEIROS

Figura 6 Monte Kilimanjaro.

O Brasil, devido às suas características geológicas, possui


um relevo baixo. Cerca de 95% do relevo brasileiro está abaixo
de 1200m de altitude. Mesmo com baixas altitudes, pode-se
perceber algumas diferenças. A cidade de Campos do Jordão em
São Paulo, por exemplo, apresenta uma altitude de 1620m e é
uma cidade muito visitada pelos turistas no inverno, devido a sua
arquitetura e clima. Esse clima proporciona ao turismo da cidade
vender roupas e comidas típicas de inverno.
O planeta Terra é dividido em linhas imaginárias
denominadas latitudes (horizontais) e longitudes (verticais). Essas
linhas foram criadas para possibilitar a localização geográfica.
A latitude 0° é o Equador. Essa latitude é a que recebe
maior incidência de raios solares, portanto, quanto mais próximo

60 © GEOGRAFIA BRASILEIRA
UNIDADE 2 – DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS E BIOMAS BRASILEIROS

do Equador, maior a temperatura. As principais latitudes que


definem faixas climáticas podem ser vistas na Figura 7.

Figura 7 Principais latitudes.

Entre a linha do Equador e os trópicos, existe a zona


climática tropical, entre os trópicos e os círculos polares, a zona
temperada, e nas extremidades, as zonas polares.
O reflexo da latitude no clima Brasileiro pode ser percebido,
especialmente, nas variações das médias de temperatura entre
as cidades. O Brasil está, predominantemente, na zona tropical;
somente a parte sul do país está localizada na zona temperada.
Com isso, as cidades ao norte possuem médias de temperatura
maiores que as cidades ao sul. A seguir, a Figura 8 apresenta dados
das médias de temperaturas entre 04/07/2011 e 08/07/2011.
Percebe-se, pela imagem, que as temperaturas em latitudes
menores são maiores.

© GEOGRAFIA BRASILEIRA 61
UNIDADE 2 – DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS E BIOMAS BRASILEIROS

Figura 8 Médias de temperaturas entre 04/07/2011 e 08/07/2011.

A umidade é outra característica importante no clima.


Quanto maior a proximidade do mar, maior a umidade e menor
a amplitude térmica. Porém, no caso do Brasil, a umidade é
elevada, também, na região Norte, mesmo sem a influência do
oceano. Isso ocorre devido a grande disponibilidade de recursos
hídricos na região. A seguir, a Figura 9 apresenta algumas
umidades relativas.

62 © GEOGRAFIA BRASILEIRA
UNIDADE 2 – DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS E BIOMAS BRASILEIROS

Figura 9 Umidades relativas do ar.

O clima também é influenciado pelas correntes marítimas.


Essas correntes são formadas pelos ventos e pelo movimento do
planeta Terra. Segundo Freitas (2015), devido ao movimento de
rotação, as correntes "no hemisfério norte movem-se no sentido
horário e no hemisfério sul no sentido anti-horário, essa dinâmica
das correntes é denominada de efeito de Coriolis".

© GEOGRAFIA BRASILEIRA 63
UNIDADE 2 – DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS E BIOMAS BRASILEIROS

As correntes, dependendo de sua origem, podem ser


quentes ou frias. Correntes oriundas de zonas polares são frias
e de zonas equatoriais são quentes. As principais correntes
marítimas do Brasil podem ser vistas na Figura 10. Nesta imagem,
é possível ver a corrente Sul Equatorial, que, ao se aproximar do
nordeste brasileiro, se divide em Corrente das Guianas ao norte
e corrente do Brasil ao sul. No sul do país, há grande influência
da corrente das Malvinas, também conhecida como Corrente
das Falklands.

Figura 10 Principais correntes marítimas do Brasil.

64 © GEOGRAFIA BRASILEIRA
UNIDADE 2 – DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS E BIOMAS BRASILEIROS

O último elemento do clima a ser estudado são as massas


de ar. No Brasil, as massas de ar são predominantemente quentes
e úmidas. As massas de ar brasileiras são:
1) Massa Equatorial Continental (mEc) – norte.
2) Massa Tropical Atlântica (mTa) – litoral sudeste.
3) Massa Polar Atlântica (mPa) – centro-sul/inverno.
4) Massa Equatorial Atlântica (mEa) – norte e nordeste.
5) Massa Tropical Continental (mTc) – oeste paulista.
Além disso, no inverno, as massas frias influenciam mais
o clima, já no verão, há mais influência das massas quentes,
conforme a Figura 11.

Figura 11 Massas de ar no Brasil.

© GEOGRAFIA BRASILEIRA 65
UNIDADE 2 – DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS E BIOMAS BRASILEIROS

Com base nesses fatores, o Brasil se configura com seis


tipos diferentes de clima:
1) Equatorial: com chuvas frequentes o ano inteiro e al-
tas médias de temperaturas.
2) Tropical: clima com altas temperaturas e estações de
seca e chuva bem definidas.
3) Semiárido: clima quente e pouco chuvoso, gerando
períodos extensos de seca.
4) Subtropical: possui grande amplitude térmica. Verões
com médias de temperaturas elevadas e invernos com
frequentes temperaturas negativas.
5) Tropical litorâneo: clima marcado pela influência de
massas úmidas do oceano gerando chuvas intensas e
temperatura amena.
6) Tropical de Altitude: clima típico de regiões de planal-
tos com altas altitudes. A temperatura é amena, com
baixa amplitude térmica.
Os climas brasileiros podem ser vistos na Figura 12.

66 © GEOGRAFIA BRASILEIRA
UNIDADE 2 – DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS E BIOMAS BRASILEIROS

Figura 12 Climas do Brasil.

Biomas brasileiros
A vegetação brasileira, acompanhando o clima, a geologia
e a geomorfologia, apresenta grande complexidade. Diversos
autores, ao longo do tempo, classificaram a vegetação de
diferentes formas, com diferentes critérios. Porém, um conceito
que permite algumas homogeneizações é o de bioma. Segundo
Coutinho (2006, p. 14), bioma é:
[…] uma área de até mais de um milhão de quilômetros
quadrados, que tem por características a uniformidade de um
macroclima definido, de uma determinada fitofisionomia ou
formação vegetal, de uma fauna e outros organismos associados,

© GEOGRAFIA BRASILEIRA 67
UNIDADE 2 – DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS E BIOMAS BRASILEIROS

e de outras condições ambientais [...] conferindo uma estrutura


e funcionalidade peculiares, uma ecologia própria.

O Brasil possui seis grandes biomas: Amazônia, Cerrado,


Caatinga, Mata Atlântica, Pantanal e Pampa, conforme a Figura
13.

Figura 13 Biomas brasileiros.

68 © GEOGRAFIA BRASILEIRA
UNIDADE 2 – DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS E BIOMAS BRASILEIROS

O bioma Amazônia é o maior bioma brasileiro e apresenta


a maior diversidade biológica do planeta. Além disso, possui um
grande volume de recursos hídricos e é ocupado, principalmente,
pela Floresta Ombrófila.
Esse bioma gera um grande interesse internacional,
principalmente, devido à alcunha de "pulmão do mundo", que
não é correta, pois a Amazônia não libera oxigênio para todo o
mundo, pois todo o oxigênio produzido é consumido pela própria
floresta. Ela atua, especialmente, como regulador climático,
devido ao ciclo hidrológico que gera pela evapotranspiração.
O segundo maior bioma é o Cerrado. Ele está localizado,
principalmente, nas regiões centrais do Brasil, porém, apresenta
pequenos fragmentos em outros locais.
O cerrado apresenta, normalmente, árvores baixas e
arbustos, com sistema radicular profundo para permitir que
as raízes busquem água. Além disso, a vegetação do cerrado
apresenta uma característica interessante, que é a resistência
ao fogo. Muitas sementes somente germinam após serem
queimadas, as árvores apresentam cascas grossas (resistentes
ao fogo) e grande parte da sua biomassa está abaixo do solo.
O cerrado também é o bioma mais devastado do Brasil,
especialmente devido à expansão da fronteira agrícola.
O Pantanal é a maior planície inundável do mundo.
Apresenta uma grande variedade de fauna e flora, além de ser
considerando um grande berçário de espécies de aves e peixes.
Além disso, esse bioma é um grande ecótono, apresentando
características dos biomas no entorno. Atualmente, o Pantanal
está sendo devastado pelas pastagens, que vêm tomando as
terras úmidas e destruindo habitats de plantas e animais.

© GEOGRAFIA BRASILEIRA 69
UNIDADE 2 – DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS E BIOMAS BRASILEIROS

A Caatinga é um bioma tipicamente brasileiro. Apresenta


vegetação característica de regiões semiáridas com vegetação
baixa, com espécies de tronco retorcido e coberto de espinhos.
Nesse bioma há muitas espécies xerófitas (formação seca
e espinhosa, resistente ao fogo) e caducifólias (perdem sua
folhagem em determinada época do ano) adaptadas ao clima
seco.
A Mata Atlântica apresenta esse nome por ser um bioma
próximo ao oceano. É também conhecida como floresta pluvial
costeira. Historicamente, a Mata Atlântica foi extremamente
explorada desde a colonização do Brasil. Durante a época
colonial, a faixa litorânea era utilizada para grandes plantações
e foi destruída para a exportação de matérias-primas como a
madeira. Atualmente, cerca de 5% da vegetação original ainda
resiste à exploração. Esse bioma possui grande diversidade
devido à extensa variabilidade de habitats como restingas,
manguezais e florestas.
O bioma mais ao sul é o Pampa, pampas ou campos sulinos.
Ele apresenta, predominantemente, vegetação do tipo gramínea
e leguminosa e é muito utilizado para pastagens.

2.4. DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS BRASILEIROS

O conceito de domínios morfoclimáticos abrange


os conceitos apresentados anteriormente de geologia,
geomorfologia, clima e biomas e a interação deles. O geógrafo Aziz
Ab´Saber (s.d.) dividiu o Brasil em seis domínios morfoclimáticos,
como se pode ver na Figura 14.

70 © GEOGRAFIA BRASILEIRA
UNIDADE 2 – DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS E BIOMAS BRASILEIROS

Figura 14 Domínios morfoclimáticos do Brasil.

Com as leituras propostas no Tópico 3.3, você


vai aprofundar seu conhecimento sobre os domínios
morfoclimáticos e os domínios morfoclimáticos brasileiros.
Antes de prosseguir para o próximo assunto, realize as leituras
indicadas, procurando assimilar o conteúdo estudado.

Vídeo complementar ––––––––––––––––––––––––––––––––


Neste momento, é fundamental que você assista ao vídeo complementar.
• Para assistir ao vídeo pela Sala de Aula Virtual, clique no ícone
Videoaula, localizado na barra superior. Em seguida, selecione o
nível de seu curso (Pós-graduação), a categoria (Disciplinar) e o tipo
de vídeo (Complementar). Por fim, clique no nome da disciplina para
abrir a lista de vídeos.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––

© GEOGRAFIA BRASILEIRA 71
UNIDADE 2 – DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS E BIOMAS BRASILEIROS

3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR


O Conteúdo Digital Integrador representa uma condição
necessária e indispensável para você compreender integralmente
os conteúdos apresentados nesta unidade.

3.1. RECURSOS NATURAIS

Recursos naturais é um tema abrangente e engloba


diversos atributos naturais que podem ser utilizados pelo ser
humano. Pode-se trabalhar muito bem esse conteúdo no Ensino
Fundamental.
No site Escola Kids, você verá esse conteúdo de forma
didática, ideal para se trabalhar com crianças e adolescentes.
• BARROS, J. Recursos naturais. Disponível em: <www.
escolakids.com/recursos-naturais.htm>. Acesso em: 16
nov. 2015.
Deve-se sempre tentar alinhar a preservação dos
recursos naturais e a sua utilização. Porém, existem muitas
comunidades tradicionais que dependem dos recursos naturais
para sobreviverem, ainda adotando medidas extrativistas para
tal. O artigo a seguir indaga sobre a relação das comunidades
tradicionais e a proteção de recursos naturais em unidades de
conservação.
• ARRUDA, R. “Populações tradicionais” e a proteção
dos recursos naturais em unidades de conservação.
Ambient. Soc., Campinas, n. 5, p. 79-92, jul./dez.
1999. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.
php?script=sci_arttext&pid=S1414-753X199900020000
7&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 16 nov. 2015.

72 © GEOGRAFIA BRASILEIRA
UNIDADE 2 – DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS E BIOMAS BRASILEIROS

Para uma preservação dos recursos naturais, deve-se fazer


uma correta gestão ambiental. A Secretaria de Meio Ambiente
de São Paulo elaborou um caderno muito interessante sobre
esse tema.
• SÃO PAULO (ESTADO). Secretaria do Meio Ambiente.
Gestão ambiental. São Paulo: SMA, 2011. (Cadernos de
Educação Ambiental, 16). Disponível em: <http://www.
ambiente.sp.gov.br/wp-content/uploads/2011/10/16-
GestaoAmbiental.pdf>. Acesso em: 3 dez. 2015.

3.2. HIDROGRAFIA

As questões relacionadas as águas são cada vez mais


discutidas. O Brasil foi dividido em 12 regiões hidrográficas. Cada
uma dessas regiões está detalhada no link a seguir, inclusive com
mapas em alta resolução.
• BRASIL. ANA – Agência Nacional das Águas. Bacias
hidrográficas. Disponível em: <www2.ana.gov.br/
Paginas/portais/bacias/default.aspx>. Acesso em: 16
nov. 2015.
Para gerenciar os recursos hídricos, foi criada, em 1997, a
Lei n.º 9.433, que institui a Política Nacional de Recursos Hídricos.
• BRASIL. Lei n.º 9.433/97, de 08 de janeiro de 1997.
Institui a Política Nacional de Recursos Hídricos, cria
o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos
Hídricos, regulamenta o inciso XIX do art. 21 da
Constituição Federal, e altera o art. 1º da Lei n.º 8.001,
de 13 de março de 1990, que modificou a Lei n.º 7.990,
de 28 de dezembro de 1989. Disponível em: <www.
planalto.gov.br/ccivil_03/ LEIS/L9433.htm>. Acesso em:
16 nov. 2015.

© GEOGRAFIA BRASILEIRA 73
UNIDADE 2 – DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS E BIOMAS BRASILEIROS

Abaixo da ANA, existem diversos departamentos que


gerenciam os recursos hídricos. Dentre eles, os Comitês de Bacias
Hidrográficas, responsáveis pelo gerenciamento e manejamento
regional dos recursos hídricos.
• BRASIL. Comitês de bacias hidrográficas. Disponível em:
<http://www.cbh.gov.br/>. Acesso em: 16 nov. 2015.

3.3. DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS E DOMÍNIOS MORFO-


CLIMÁTICOS BRASILEIROS

É de extrema importância o entendimento dos conceitos


de geologia, geomorfologia, clima e biomas para o entendimento
dos conceitos de domínios morfoclimáticos. Os vídeos a seguir
apresentam um bom resumo de todos esses conceitos.
• YOUTUBE. B 03 - clima e domínios morfoclimáticos do
Brasil - geografia - vestibulando digital. Disponível em:
<www.youtube.com/watch?v=homWtvuRPGI>. Acesso
em: 16 nov. 2015.
• ______. Aula 23: biomas brasileiros e domínios
morfoclimáticos. Disponível em: <www.youtube.com/
watch?v=2qnf3P_CF8c>. Acesso em: 16 nov. 2015.
Para ilustrar um pouco o conceito de biomas, o vídeo a
seguir explica bem esse conceito, além de apresentar imagens
dos biomas brasileiros.
• YOUTUBE. Biomas brasileiros. Disponível em: <www.
youtube.com/watch?v=0dlXce3s4mo>. Acesso em: 16
nov. 2015.

74 © GEOGRAFIA BRASILEIRA
UNIDADE 2 – DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS E BIOMAS BRASILEIROS

4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
A autoavaliação pode ser uma ferramenta importante para
você testar o seu desempenho. Se encontrar dificuldades em
responder às questões a seguir, você deverá revisar os conteúdos
estudados para sanar as suas dúvidas.
1) O domínio morfoclimático predominante no nordeste é:
a) Caatinga.
b) Agreste.
c) Amazônico.
d) Restinga.
e) Mata Atlântica.

2) Para Aroldo de Azevedo existiam dois tipos de relevos, ____________ e


___________, e o critério para a definição destes era a ____________.
Os espaços devem ser preenchidos respectivamente por:
a) Planícies, planaltos e depressões.
b) Bacias, planícies e altimetria.
c) Altimetria, planícies e planaltos.
d) Planaltos, planícies e altimetria.
e) Depressões, planaltos e altimetria.

3) Por que a cidade de Salvador apresenta maiores médias de temperatura


que a cidade de Florianópolis?
a) A principal causa é a diferença de altitude dessas cidades.
b) Diversas causas podem afetar a temperatura, mas as principais são as
correntes marítimas, as massas de ar e a diferença de latitude.
c) O único fator que influência é a latitude, pois Salvador está na faixa de
clima tropical e Florianópolis na faixa temperada.
d) A longitude é o principal fator, pois estando mais longe do meridiano
0°, Florianópolis tende a ser mais fria.
e) N.D.A

© GEOGRAFIA BRASILEIRA 75
UNIDADE 2 – DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS E BIOMAS BRASILEIROS

4) Luis Gonzada, na música Xote das Meninas, diz: “Mandacaru quando “fu-
lora” na seca. É o sinal que a chuva chega no sertão”. O trecho da música
fala que o mandacaru floresce pouco antes da chuva chegar no sertão. Por
que isso ocorre?
a) É uma adaptação da vegetação amazônica para resistir ao calor.
b) É porque a planta possui células com fototropismo que percebe a
presença da chuva.
c) É uma adaptação de uma planta típica da caatinga, que, ao perceber
o aumento da umidade relativa do ar, floresce para que as sementes
possam germinar durante a época de chuva.
d) Não existe relação nenhuma entre o florescimento e a chuva. Luis
Gonzaga escreveu dessa forma apenas para dar um tom poético à
música.
e) Não existe relação nenhuma entre o florescimento e a chuva. O
mandacaru não apresenta flores.

Gabarito
Confira, a seguir, as respostas corretas para as questões
autoavaliativas propostas:
1) e.

2) d.

3) b.

4) c.

5. CONSIDERAÇÕES
O entendimento da geografia física do Brasil é fundamental
para garantir a preservação de seus recursos naturais. Existem
diversos exemplos de recursos naturais, que, devido à degradação
ambiental, estão se tornando cada vez mais escassos, o que
justifica que a natureza não seja um recurso natural renovável.

76 © GEOGRAFIA BRASILEIRA
UNIDADE 2 – DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS E BIOMAS BRASILEIROS

Para que a natureza seja renovável, devemos utilizá-la de


forma consciente. Esse uso atualmente é conhecido como uso
sustentável, que significa utilizar garantindo a continuidade
desse recurso para as gerações futuras.
Atualmente, existe uma consciência ecológica muito maior.
No Brasil, para qualquer exploração de recursos naturais, existe
uma legislação ambiental muito forte. O problema é que, de um
lado, temos uma tentativa de preservação ambiental, e do outro,
um consumismo desenfreado. A sociedade consome muito mais
do que a natureza pode repor, gerando essa transformação de
recursos renováveis em não renováveis.
Além da questão preservacionista, outra questão
fundamental desta unidade é a questão da interação entre os
elementos. Percebe-se o quanto um fator influencia o outro.
Fatores geológicos influenciam o relevo de uma região, que
influencia o clima, que influencia a vegetação, que volta a
influenciar o clima e assim sucessivamente. Um bom exemplo é
o Planalto da Borborema, no Nordeste do Brasil. Graças a uma
falha geológica, surge uma superfície elevada, que atua como
barreira dos ventos úmidos do oceano, fazendo com que a região
no interior do Nordeste seja extremamente seca, caracterizando
o agreste.

6. E-REFERÊNCIAS
BRASIL. ANA – Agência Nacional de Águas. Bacias hidrográficas. Disponível em:
<www2.ana.gov.br/Paginas/portais/bacias/default.aspx>. Acesso em: 16 nov. 2015.
CAMPOS, D. M. G. Recursos naturais: renováveis versus não renováveis, resiliência
e o uso sustentável. Disponível em: <http://bbs.edu.br/angola/wp-content/
uploads/2015/10/Recursos-Naturais-x-Sustentabilidade.pdf>. Acesso em: 23 nov.
2015.

© GEOGRAFIA BRASILEIRA 77
UNIDADE 2 – DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS E BIOMAS BRASILEIROS

COUTINHO, L. M. O conceito de bioma. Acta bot. bras., São Paulo, v. 20, n. 1, p. 13-
23, jan./mar. 2006. Disponível em: <www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&
pid=s0102-33062006000100002&lng=en&nrm=iso>. acesso em: 16 nov. 2015.
FREITAS, E. Correntes marítimas. Disponível em <http://www.brasilescola.com/
geografia/correntes-maritimas.htm>. Acesso em: 16 nov. 2015.

Lista de Figuras
Figura 1 Regiões hidrográficas brasileiras. Disponível em: <http://i0.wp.com/
blogmurilocardoso.files.wordpress.com/2012/01/regic3b5eshidrograficas.png>.
Acesso em: 16 nov. 2015.
Figura 2 Litosfera terrestre. Disponível em: <www.brasilescola.com/geografia/litosfera.
htm#>. Acesso em: 16 nov. 2015.
Figura 3: Classificação do relevo segundo Aroldo de Azevedo. Disponível em: <http://2.
bp.blogspot.com/_D6_UlKidjlE/Sb11Kt-0VwI/AAAAAAAAAyI/SIjvQCKAWOo/s640/
Brasil+relevo+Classifica%C3%A7%C3%A3o+Aroldo+de+Azevedo.jpg>. Acesso em: 16
nov. 2015.
Figura 4 Classificação do relevo segundo Aziz Ab´Saber. Disponível em: <http://redes.
moderna.com.br/wp-content/uploads/2011/10/Geografia-relevo.jpg>. Acesso em: 16
nov. 2015.
Figura 5 Classificação do relevo segundo Jurandyr Ross. Disponível em: <http://3.
bp.blogspot.com/-C2qi7oXNyaU/UYj0foKrtQI/AAAAAAAAE60/nPlGcy5gy-s/s1600/
Mapa+Jurandir.JPEG >. Acesso em: 24 jun. 2015.
Figura 6 Monte Kilimanjaro. Disponível em: <http://viajem.net/wp-content/
uploads/2010/05/ro.jpg>. Acesso em: 16 nov. 2015.
Figura 7 Principais latitudes. Disponível em: <http://s2.glbimg.com/
JbPJ9kHt0FotYRyBkewTrkhHuj0=/s.glbimg.com/og/rg/f/original/2013/05/02/
divulgacao_planetario_rio_2_606x455_1.jpg>. Acesso em: 16 nov. 2015.
Figura 8 Médias de temperaturas entre 04/07/2011 e 08/07/2011.
Disponível em: <www.noticiasagricolas.com.br/dbimagens/
thumbs/500x10000/3116a592007c3e1c1e7e2844ee206778.jpg>. Acesso em: 16 nov.
2015.
Figura 9 Umidades relativas do ar. Disponível em: <http://s.glbimg.com/jo/g1/f/
original/2011/09/06/inmet.jpg>. Acesso em: 16 nov. 2015.

78 © GEOGRAFIA BRASILEIRA
UNIDADE 2 – DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS E BIOMAS BRASILEIROS

Figura 10 Principais correntes marítimas do Brasil. Disponível em: <http://cursos.


unisanta.br/oceanografia/correntes_marinhas/Image14.gif>. Acesso em: 16 nov.
2015.
Figura 11 Massas de ar no Brasil. Disponível em: <http://4.bp.blogspot.com/-
EVK83sTuzmw/T8HoNEtof3I/AAAAAAAAF9M/oecykgH96J8/s400/preview003.png>.
Acesso em: 16 nov. 2015.
Figura 12 Climas do Brasil. Disponível em: <www.estudopratico.com.br/wp-content/
uploads/2013/03/climas-do-brasil-tipos-e-mapa.gif>. Acesso em: 16 nov. 2015.
Figura 13 Biomas brasileiros. Disponível em: <www.sobiologia.com.br/conteudos/
figuras/bio_ecologia/biomas_brasileiros.gif>. Acesso em: 16 nov. 2015.
Figura 14 Domínios morfoclimáticos do Brasil. Disponível em: <http://www.
brasilescola.com/upload/conteudo/images/dominios_morfoclimaticos.jpg>. Acesso
em: 16 nov. 2015.

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
GONZAGA, L.; DANTAS, Z. O Xote das Meninas. RCA Victor, 1953.
NARVAES, P. Dicionário ilustrado de meio ambiente. 2. ed. São Caetano do Sul: Yendis
Editora; Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo, 2012.
ROSS, J. L. S. (Org.). Geografia do Brasil. São Paulo: Edusp, 1989.

© GEOGRAFIA BRASILEIRA 79
© GEOGRAFIA BRASILEIRA
UNIDADE 3
CIDADES NO BRASIL

Objetivos
• Conceituar cidades e espaço urbano.
• Demonstrar como surgiram as cidades brasileiras.
• Entender os principais instrumentos de planejamento urbanístico.

Conteúdos
• Cidade e espaço urbano no Brasil.
• Processo de urbanização no Brasil.
• Instrumentos de planejamento urbanístico.

Orientações para o estudo da unidade


Antes de iniciar o estudo desta unidade, leia as orientações a seguir:

1) Fique atento à formação das cidades brasileiras e ao conceito de cidade,


pois cada autor trata esses temas de diferentes formas.

2) Muitas informações apresentadas são baseadas nos dados de institutos


de pesquisa oficiais. Busque sites como o IBGE, SEADE, entre outros, para
obter maiores dados estatísticos e de censo sobre as cidades brasileiras.

3) Leia, ao final desta unidade, os materiais do Conteúdo Digital Integrador;


eles possuem conteúdos complementares que o auxiliarão no
entendimento da matéria.

81
UNIDADE 3 – CIDADES NO BRASIL

82 © GEOGRAFIA BRASILEIRA
UNIDADE 3 – CIDADES NO BRASIL

1. INTRODUÇÃO
A cidade não é somente um conjunto de ruas, bairros,
avenidas e construções. Ao analisar de forma holística, percebe-
se que existe um aglomerado de partes e interações, contínuas e
descontínuas, que fazem com que uma cidade seja uma cidade.
As cidades existem desde a Antiguidade. Os primeiros indícios
de aglomerados humanos que caracterizam as cidades datam de
mais de 5 mil anos antes da era cristã.
Para Benevolo (1983), a cidade nem sempre existiu. Ela
é uma criação histórica particular que se iniciou num dado
momento da evolução social, podendo ou não ter um fim. Não
existe uma necessidade natural do surgimento de uma cidade,
mas uma necessidade histórica.
A ideia da cidade nasce como um estabelecimento
completo e integrado que contém estabelecimentos menores,
com partes ou esboços parciais. Nela, ocorre o estabelecimento
da sede da autoridade local.
Segundo Carlos (2007), a cidade é o produto de um processo
histórico de ações passadas, ainda construídas no presente, não
sendo possível analisá-la de forma isolada da sociedade e o seu
momento histórico.
Nesta unidade, pretende-se fazer um apanhado de como
surgiram as cidades no Brasil, como funciona sua hierarquia e
sua rede urbana, assim como os instrumentos usados para seu
planejamento e gestão.

© GEOGRAFIA BRASILEIRA 83
UNIDADE 3 – CIDADES NO BRASIL

2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA


O Conteúdo Básico de Referência apresenta, de
forma sucinta, os temas abordados nesta unidade. Para sua
compreensão integral, é necessário o aprofundamento pelo
estudo do Conteúdo Digital Integrador.

2.1. CIDADE E O ESPAÇO URBANO NO BRASIL

O conceito de cidade não é claramente definido, por esse


motivo, ainda é amplamente discutido. Mumford (1985) define a
cidade como um local em que ocorre uma grande concentração de
poder e cultura em uma comunidade. Wilheim (1982) descreve,
ainda, a cidade como um ato de cultura devido à transformação
de uma paisagem natural em um fato cultural, formada por um
conjunto de atores, cenários e dramas, que se sobrepõe gerando
empatia e conflitos, criando a cidade.
Santos (1980) destaca que, em países industrializados, a
cidade é parte integrante do território que a gerou, com suas
inter-relações, história e economia; em países subdesenvolvidos,
a cidade muitas vezes é um corpo estranho com relações
descontínuas de espaço e de tempo no meio em que se insere.
Segundo Rolnik (1997, p. 13):
A história das cidades é marcada por eventos especiais ou
corriqueiros que agem sobre a imensa inércia dos edifícios e
das tradições. Podemos captar esse movimento de múltiplas
formas: através da história social, na trilha dos sujeitos que a
constituem; através da história intelectual, captando as ideias
e conceitos que tecem sua cultura através da história de sua
arquitetura e urbanismo, em uma cartografia de sua geografia
construída pelo homem.

84 © GEOGRAFIA BRASILEIRA
UNIDADE 3 – CIDADES NO BRASIL

Segundo Firkowski (2006), nas cidades são perceptíveis


grandes contradições, violência, pobreza e exclusão, fruto de
uma conversão e dispersão de fluxos econômicos e financeiros
regidos pelo capitalismo atual.
Rodrigues, Sousa e Bonifácio (1996) alegam que, para
algumas concepções arquitetônicas, a cidade é uma estrutura
material e conceitual que estrutura aglomerações populacionais.
Estas, por meio de sua dinâmica, adquirem um sentido, uma
função e uma finalidade.
Para Wilhein (1982, p. 17):
As definições mais usuais de cidade, de autores europeus,
baseiam-se no desenvolvimento histórico dos aglomerados
urbanos: partem da aldeia neolítica e passam obrigatoriamente
pelo burgo medieval. Em outros termos, a cidade moderna seria
o resultado longínquo da função de auto-defesa da tribo e do
ritmo cotidiano de ida ao campo e volta à cidade, características
das primeiras fixações sedentárias neolíticas; seria ainda
herdeira da estrutura dos burgos fortificados da Idade Média
cujas formas e organicidade resultaram da defesa ocasional dos
burgueses e dos camponeses que a ela acorriam e da criação de
espaços correspondentes a funções e hierarquias sociais típicas
da Europa Medieval.

Lynch (1960), após realizar uma série de entrevistas,


chegou à conclusão de que as pessoas possuem uma visão da
cidade com base em cinco elementos: vias, limites, bairros,
pontos nodais e marcos.
1) Vias: são ruas e avenidas nas quais ocorre a
movimentação.
2) Limites: são os contornos perceptíveis, como
construções e muros.

© GEOGRAFIA BRASILEIRA 85
UNIDADE 3 – CIDADES NO BRASIL

3) Bairros: são grandes áreas onde a população vive e


circula.
4) Pontos nodais: são os pontos de convergências de
pessoas, tais como praças.
5) Marcos: são objetos peculiares presentes na cidade
que podem servir como ponto de referência.
Para Wilhein (1982), os cidadãos enxergam a cidade como
uma paisagem cultural e construída, formada por superfícies,
volumes, cores, elementos em ritmos repetidos, signos de
comunicação, elementos fixos e animados, arquiteturas e
elementos vivos.
Apesar de George (1983) afirmar que é quase impossível
definir o que é cidade, percebe-se que os conceitos apresentados
mostram alguns pontos em comum.
Segundo Benevolo (1983), as cidades evoluíram de aldeias
que começaram a surgir durante o Período Neolítico, há cerca de
10 mil anos atrás. Antes disso, no Período Paleolítico, que teve
início há cerca de 500 mil anos com o surgimento dos primeiros
homens na terra, os antepassados do homem atual sobreviviam
coletando seu próprio alimento e procurando abrigo no ambiente
natural.
Há cerca de 5 mil anos, com a necessidade de aumento
da produção de alimentos para uma população especialista,
como artesãos, guerreiros, sacerdotes, e com isso, uma maior
organização social, as aldeias se transformaram em cidades, em
planícies aluviais do Oriente Próximo, formando uma distinção
entre cidade e campo.
A cidade, dessa forma, é oriunda da aldeia. Por necessidade,
ela começa a ter diferenciações no momento em que os não

86 © GEOGRAFIA BRASILEIRA
UNIDADE 3 – CIDADES NO BRASIL

camponeses começam a realizar trabalhos ligados à indústria e


serviços. Portanto, a cidade não é formada pelo crescimento de
uma aldeia, mas sim do contraste entre grupos sociais existentes
nela.
O conceito de cidade está relacionado às necessidades
sociais de uma região e às conexões que esta faz, sejam elas
econômicas, políticas, históricas ou outras. A cidade é um
conjunto de elementos físicos e sociais, devendo ser estudada
de forma ampla sobre seus aspectos físicos, relações sociais e
modo de vida.
As definições de cidade variam de país para país. Segundo
o Conselho Europeu de Urbanistas (2003, p. 36), a cidade é um
"estabelecimento humano com um certo grau de coerência e
coesão". No Brasil, o conceito de cidade está ligado a divisões
políticas administrativas, sendo que toda sede de município é
considerada uma cidade.
Lencione (2008), ao analisar o conceito etimológico da
palavra cidade, mostra que, no Brasil, ela possui variações
semânticas que podem estar ligadas à população que reside na
cidade, ao governo que atua nela e ao núcleo principal ou central
de uma cidade. A mesma autora afirma que, além do conceito
semântico da palavra, o termo cidade, no Brasil, inclui a presença
de um mercado e de uma administração pública.
Wilhein (1982) destaca que, no Brasil, o processo de
formação das cidades ocorreu de forma diferenciada, não
possuindo, na grande maioria dos casos, a fase de aldeia, nem
a função medieval de burgo. Isso ocorreu devido à grande
área ocupada pelo país e a população dispersa, deixando uma
dicotomia entre quem trabalhava no campo e vivia em fazendas
e quem morava na cidade e tinha funções urbanas.

© GEOGRAFIA BRASILEIRA 87
UNIDADE 3 – CIDADES NO BRASIL

A cidade inicia-se por uma união de diferentes utilizações


justapostas entre si, tais como centro administrativo, comércio,
serviços, residências, lazer, entre outros, distintas em formas e
conteúdo social. Esse complexo conjunto de usos da terra forma
a organização espacial da cidade ou do espaço urbano. O espaço
urbano é um reflexo e ao mesmo tempo um condicionante
social, estando em constante produção e reprodução, sendo
fragmentada e articulada pelos agentes formadores do espaço,
que possui cinco agentes sociais atuantes nesse processo: os
proprietários fundiários, os grandes proprietários dos meios
de produção, os promotores imobiliários, o Estado e os grupos
sociais excluídos (CORRÊA, 1993).
Para Carlos (2007), a formação e a ocupação do espaço
urbano são um processo de reprodução do capital pela sociedade
e da interligação entre a força de trabalho gerada por esse capital
e a população consumidora de forma geral.
O espaço urbano possui diversos espaços que estão
interligados e formam uma rede urbana. Esses diferentes
espaços, portanto, formam fragmentações do espaço urbano e
se articulam, pois um espaço possui alguma relação com outro,
seja essa relação de dependência ou interligação, formando,
assim, as articulações do espaço.

2.2. PROCESSO DE URBANIZAÇÃO NO BRASIL


O Brasil passou por um processo de urbanização que se
intensificou nas últimas décadas. Os censos realizados mostram,
cada vez mais, um aumento da população urbana em detrimento
da população rural, o que deixa claro a persistência do êxodo
rural. Isso pode ser observado na Figura 1.

88 © GEOGRAFIA BRASILEIRA
UNIDADE 3 – CIDADES NO BRASIL

Figura 1 Taxa de urbanização brasileira.

A migração do campo para as cidades aumentou,


especialmente, com a industrialização do país. A população migra
do campo para as cidades em busca de melhores condições de
vida.
Segundo Santos (1993, p. 11):
O campo brasileiro moderno repele os pobres, e os
trabalhadores da agricultura capitalizada vivem cada vez mais
nos espaços urbanos. A indústria se desenvolve com a criação
de pequeno número de empregos.

O tema da mudança do homem do campo para a cidade


em busca de melhores condições de vida é algo recorrente na
música e na literatura. O trecho a seguir é do livro Morte e Vida
Severina, de João Cabral de Melo Neto (1955, p. 26), e mostra
quando uma cigana lê a sorte de um menino recém-nascido.
Enxergo daqui a planura
que é a vida do homem de ofício,
bem mais sadia que os mangues,
tenha embora precipícios.

© GEOGRAFIA BRASILEIRA 89
UNIDADE 3 – CIDADES NO BRASIL

Não o vejo dentro dos mangues,


vejo-o dentro de uma fábrica:
se está negro não é lama,
é graxa de sua máquina,
coisa mais limpa que a lama
do pescador de maré
que vemos aqui vestido
de lama da cara ao pé.
E mais: para que não pensem
que em sua vida tudo é triste,
vejo coisa que o trabalho
talvez até lhe conquiste:
que é mudar-se destes mangues
daqui do Capibaribe.

O Brasil teve uma industrialização tardia. No período


colonial, o país possuía pequenas indústrias, como os engenhos.
A metrópole (Portugal) proibia produções no Brasil. Com a vinda
da família real para o país, houve a implantação das primeiras
indústrias, ainda pouco estruturadas, pois só tiveram maiores
investimentos mais tarde, por parte dos grandes produtores de
café, com o declínio da cafeicultura.
Após a Primeira Guerra Mundial e com a queda ainda
maior do ciclo da cafeicultura, começou um investimento maciço
na indústria. Em consequência disso, foram construídas diversas
ferrovias para o escoamento de produtos.
Com a indústria crescendo, surgiu a necessidade de mão
de obra, intensificando a vinda de pessoas para as cidades,

90 © GEOGRAFIA BRASILEIRA
UNIDADE 3 – CIDADES NO BRASIL

fazendo com que estas fossem crescendo em infraestruturas e


em quantidade de pessoas.
O crescimento das cidades acabou gerando diversas
redes urbanas. Essas redes se estruturam e se hierarquizam de
diversas maneiras. Um desses estudos de hierarquização urbana
é definido pelo IBGE (2012) e divido da seguinte forma:
1) Metrópoles: são 12 os principais centros urbanos com
grande influência direta e projeção nacional. Esses
centros urbanos podem ser divididos em:
• Grande metrópole nacional: São Paulo, o maior
conjunto urbano do país.
• Metrópoles nacionais: Rio de Janeiro e Brasília.
• Metrópoles: Manaus, Belém, Fortaleza, Recife,
Salvador, Belo Horizonte, Curitiba, Goiânia e Porto
Alegre.
2) Capital Regional: neste nível, constam 70 cidades com
área de influência regional, sendo destino de diversos
municípios para uma variedade de atividades. São divi-
didas em: Capital Regional A, Capital Regional B e Capi-
tal Regional C, de acordo com o número de habitantes
e número de relacionamentos.
• Centro sub-regional: composto por 169 centros
com atuação reduzida e relação normalmente esta-
belecida com as metrópoles nacionais.
• Centro de zona: formado por 556 cidades de menor
porte. Possuem função de gestão elementar.
• Centro local: cerca de 4500 cidades com centralida-
de e atuação somente municipal.
A seguir, na Figura 2, veremos a divisão urbano regional.

© GEOGRAFIA BRASILEIRA 91
UNIDADE 3 – CIDADES NO BRASIL

Figura 2 Divisão urbana regional.

Com as leituras propostas no Tópico 3.1, você vai


aprofundar seus conhecimentos sobre a cidade, o espaço
urbano e o processo de urbanização no Brasil. Antes de
prosseguir para o próximo assunto, realize as leituras indicadas,
procurando assimilar o conteúdo estudado.

92 © GEOGRAFIA BRASILEIRA
UNIDADE 3 – CIDADES NO BRASIL

2.3. INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO URBANÍSTICO

Nas cidades ocorrem a conversão e dispersão dos fluxos


econômicos e financeiros que regem o capitalismo atual.
Segundo Firkowski (2006), nas cidades também são perceptíveis
grandes contradições, violência, pobreza e exclusão.
Além desses conceitos e visões sociais e políticas,
existe, também, o conceito ecológico da cidade. Esse sistema
foi decorrente do que Oke (1981) definia como processo de
urbanização, que consistia na conversão do meio físico natural
para o assentamento humano, concomitantemente a drásticas e
irreversíveis mudanças no uso do solo.
Um projeto urbanístico bem planejado deve ser feito de
forma a garantir o desenvolvimento sustentável da região e
abordar os pilares social, econômico e ambiental, para que eles
sejam pensados, discutidos e aplicados no projeto.
Para que o urbanismo, e consequentemente o projeto
urbanístico, seja sustentável, ele deve propor novas formas
de apropriação do espaço, pensando sobre uma abordagem
ampla e complexa, com sistemas cíclicos e em cadeia, visando a
qualidade e a permanência da vida (SILVA; ROMERO, 2010).
A cidade é um tecido denso e compacto com uma
diversidade grande de usos e funções. Com isso, para o urbanismo
sustentável, é necessário que sejam respeitadas condicionantes
geográficas e ambientais, nas escalas locais e regionais.
Para que um projeto urbanístico seja sustentável, ele deve
articular estratégias ecoenergéticas e da qualidade de vida,
adequando, assim, diferentes requisitos de sustentabilidade.

© GEOGRAFIA BRASILEIRA 93
UNIDADE 3 – CIDADES NO BRASIL

De acordo com Acselrad (2004), as matrizes discursivas


da sustentabilidade urbana devem considerar: a representação
técnico-material da cidade, a cidade como espaço da qualidade
de vida e a reconstituição da legitimidade das políticas urbanas,
para isso, considera-se a racionalidade ecoenergética, o
equilíbrio metabólico, a cidadania dos moradores, o patrimônio
e a equidade.
Para garantir que o processo urbanístico seja, no mínimo,
sustentável e atenda as demandas das populações, existem
alguns instrumentos de Planejamento Urbanístico.
Um desses principais instrumentos é o Estatuto da Cidade.
Segundo Carvalho e Braga (2001, p. 111), o Estatuto da Cidade
visa "regulamentar o capítulo da política urbana da Constituição
Federal [...], estabelecendo suas diretrizes e regulamentando
a aplicação de importantes instrumentos de gestão e reforma
urbana". Seus principais objetivos são: "1) promover a reforma
urbana e combater à especulação imobiliária; 2) promover a
ordenação do uso e ocupação do solo urbano e; 3) promover a
gestão democrática da cidade".
O Estatuto da Cidade, Capítulo II, cita os seguintes
instrumentos para o planejamento municipal: "a) plano diretor;
b) disciplina do parcelamento, do uso e da ocupação do solo;
c) zoneamento ambiental; d) plano plurianual; e) diretrizes
orçamentárias e orçamento anual; f) gestão orçamentária
participativa; g) planos, programas e projetos setoriais; h) planos
de desenvolvimento econômico e social;" (BRASIL, 2015).
O Estatuto da Cidade, Lei n.º 10.257 de 10 de julho de 2001,
cita, no segundo artigo, dois parágrafos que tratam do tema de
sustentabilidade.

94 © GEOGRAFIA BRASILEIRA
UNIDADE 3 – CIDADES NO BRASIL

Art. 2 A política urbana tem por objetivo ordenar o pleno


desenvolvimento das funções sociais da cidade e da propriedade
urbana, mediante as seguintes diretrizes gerais:
I – garantia do direito a cidades sustentáveis, entendido como
o direito à terra urbana, à moradia, ao saneamento ambiental,
à infra-estrutura urbana, ao transporte e aos serviços públicos,
ao trabalho e ao lazer, para as presentes e futuras gerações;
[...]
VIII – adoção de padrões de produção e consumo de bens e
serviços e de expansão urbana compatíveis com os limites da
sustentabilidade ambiental, social e econômica do Município e
do território sob sua área de influência; (BRASIL, 2015).

Outro instrumento de planejamento e gestão urbanística é


o Plano Diretor.
O Plano Diretor de Itajaí (2015) diz o seguinte:
O Plano Diretor é uma lei municipal que estabelece diretrizes
para a ocupação da cidade. Ele deve identificar e analisar
as características físicas, as atividades predominantes e as
vocações da cidade, os problemas e as potencialidades. É um
conjunto de regras básicas que determinam o que pode e o que
não pode ser feito em cada parte da cidade.

O Plano Diretor considera os potenciais sociais, econômicos


e ambientais que o município oferece para superar os problemas
ambientais. Ele visa garantir um uso democrático e sustentável
dos recursos disponíveis e melhorar a qualidade de vida dos
moradores e usuários, ordenando melhor o crescimento da
cidade.
Além disso, esse plano fornece orientação ao Poder
Público, à iniciativa privada na construção dos espaços urbanos
e rurais, bem como à oferta dos serviços públicos essenciais. Ele
permite um planejamento territorial definindo a melhor forma

© GEOGRAFIA BRASILEIRA 95
UNIDADE 3 – CIDADES NO BRASIL

de ocupar o município, convertendo a cidade em um benefício


para todos e garantindo condições satisfatórias para financiar
o desenvolvimento municipal. Além disso, segundo o Plano
Diretor de Itajaí (2015), ele pode evitar estagnação econômica,
calamidades públicas, uso indevido dos instrumentos urbanísticos
e o desperdício de recursos.
Segundo o site Jurisway (2015, n.p.), o Plano Diretor
estabelece "a delimitação das áreas urbanas onde poderá ser
aplicado o parcelamento, a edificação ou a utilização compulsória,
levando em conta a infra-estrutura e demanda para a utilização
do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado".
No Plano Diretor da cidade de São Paulo, a sustentabilidade
também é tratada. Na versão de 2002, no art. 8, são abordados
os objetivos do Plano, onde consta: "III – promover o
desenvolvimento sustentável, a justa distribuição das riquezas e
a eqüidade social no Município;" (SÃO PAULO, 2002).
A versão do Plano Diretor de 2014 também aborda esse
tema em muitas partes e sob vários aspectos. Cabe destacar os
artigos que abordam as diretrizes:
VII – utilização racional dos recursos naturais, em especial da
água e do solo, de modo a garantir uma cidade sustentável para
as presentes e futuras gerações;
VIII – adoção de padrões de produção e consumo de bens e
serviços compatíveis com os limites da sustentabilidade am-
biental, social e econômica do Município;
[...]
XI – contribuir para mitigação de fatores antropogênicos que
contribuem para a mudança climática, inclusive por meio da
redução e remoção de gases de efeito estufa, da utilização de
fontes renováveis de energia e da construção sustentável, e

96 © GEOGRAFIA BRASILEIRA
UNIDADE 3 – CIDADES NO BRASIL

para a adaptação aos efeitos reais ou esperados das mudanças


climáticas;
[...]
XIV – fomentar atividades econômicas sustentáveis,
fortalecendo as atividades já estabelecidas e estimulando
a inovação, o empreendedorismo, a economia solidária e a
redistribuição das oportunidades de trabalho no território,
tanto na zona urbana como na rural; (SÃO PAULO, 2014).

Apesar de os princípios do Plano Diretor 2014 não citarem


sustentabilidade ou desenvolvimento sustentável, eles abordam
a função social da cidade, da propriedade urbana e rural, a
equidade e a inclusão social e territorial, o direito à cidade, o
direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado e a gestão
participativa, estando, dessa forma, alinhado com o tripé da
sustentabilidade.
O Plano Diretor é uma lei municipal e deve ser desenvolvida
pelo poder público municipal, por meio de fóruns públicos nos
quais devem ser consultadas as várias partes interessadas, tais
como: o poder público, empresários, a comunidade, ONGs, entre
outros, para garantir que sejam atendidas as necessidades de
todos.
Um último instrumento a ser estudado é o Zoneamento
Ambiental. O Zoneamento Municipal tradicional refere-se ao
zoneamento de uso e ocupação do solo (definição de áreas
adequadas para uso residencial, industrial e comercial na
cidade). Já o Zoneamento Ambiental, segundo Carvalho e Braga
(2001), consiste em um avanço, pois objetiva estabelecer áreas
especiais que visam a preservação, melhoria e recuperação
ambiental, incluindo as APAs (Áreas de Proteção Ambiental) e as
áreas verdes dentro do perímetro urbano.

© GEOGRAFIA BRASILEIRA 97
UNIDADE 3 – CIDADES NO BRASIL

Segundo o Ambiente Brasil (2015), o zoneamento ambiental


é definido como:
[…] a integração sistemática e interdisciplinar da análise
ambiental ao planejamento do uso do solo, com o objetivo de
definir a melhor gestão dos recursos ambientais identificados
[...]. Trata-se da integração harmônica de um conjunto de zonas
ambientais com seu respectivo corpo normativo.

Devido ao Decreto Federal n.º 4.297/2002, o Zoneamento


Ambiental evoluiu para Zoneamento Ecológico Econômico. De
forma prática, ele permite regular o uso e a ocupação do solo
de forma técnica, econômica, social e ambiental, vetando,
parcialmente ou totalmente, a realização de determinadas
atividades. Além disso, permite gerenciar os interesses e as
necessidades sociais e econômicas, integrando-as com as
necessidades ambientais e as características naturais do local.
Além disso, permite o manejo e cria normas específicas para
que os objetivos da unidade possam ser alcançados integrando
preservação ambiental e necessidades socioeconômicas. Por
meio do Zoneamento Ambiental, é possível a melhor gestão dos
recursos naturais e o manejo de UCs (Unidades de Conservação)
para uso sustentável ou proteção integral.

Com as leituras propostas no Tópico 3.2, você vai


aprofundar seus conhecimentos sobre a cidade, o espaço
urbano e o processo de urbanização no Brasil. Antes de
prosseguir para o próximo assunto, realize as leituras indicadas,
procurando assimilar o conteúdo estudado.

98 © GEOGRAFIA BRASILEIRA
UNIDADE 3 – CIDADES NO BRASIL

Vídeo complementar ––––––––––––––––––––––––––––––––


Neste momento, é fundamental que você assista ao vídeo complementar.
• Para assistir ao vídeo pela Sala de Aula Virtual, clique no ícone
Videoaula, localizado na barra superior. Em seguida, selecione o
nível de seu curso (Pós-graduação), a categoria (Disciplinar) e o tipo
de vídeo (Complementar). Por fim, clique no nome da disciplina para
abrir a lista de vídeos.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––

3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR


O Conteúdo Digital Integrador representa uma condição
necessária e indispensável para você compreender integralmente
os conteúdos apresentados nesta unidade.

3.1. CIDADE E O ESPAÇO URBANO NO BRASIL E PROCESSO DE


URBANIZAÇÃO NO BRASIL

O IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística,


montou um Atlas que mostra não somente o processo de
urbanização no Brasil, como também aspectos demográficos.
• BRASIL. IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística. Atlas do censo demográfico 2010. Disponível
em: <http://censo2010.ibge.gov.br/apps/atlas/>.
Acesso em: 17 nov. 2015.
O livro Morte e Vida Severina, de João Cabral de Melo
Neto, mostra a história de um retirante e toda a sua trajetória. O
autor relata a saída do retirante do sertão para a cidade grande
no litoral, na busca de melhores condições de vida.
• UNAMA – UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA. Morte e vida
severina. Disponível em: <http://www.portugues.seed.

© GEOGRAFIA BRASILEIRA 99
UNIDADE 3 – CIDADES NO BRASIL

pr.gov.br/arquivos/File/leit_online/joao_cabral.pdf>.
Acesso em: 17 nov. 2015.
O processo de urbanização está muito ligado ao aumento
populacional das grandes cidades. Esses dois processos estão
descritos no seguinte documento:
• IBGE – INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E
ESTATÍSTICA. Arranjos populacionais e Concentrações
urbanas no Brasil. Disponível em: <ftp://geoftp.ibge.
gov.br/organizacao_territorial/arranjos_populacionais/
arranjos_populacionais.pdf>. Acesso em: 3 dez. 2015.

3.2. INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO URBANÍSTICO

Vimos no decorrer desta unidade que o Estatuto das Cidades


é um dos principais instrumentos de gestão e planejamento
urbanístico em nível federal. Já em nível municipal é o Plano
Diretor. A seguir, indicamos alguns links para o aprofundamento
de seus estudos.
• BRASIL. Lei n.º 10.257, de 10 de julho de 2001.
Regulamenta os arts. 182 e 183 da Constituição Federal,
estabelece diretrizes gerais da política urbana e dá outras
providências. Disponível em: <http://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/LEIS/LEIS_2001/L10257.htm>. Acesso
em: 17 nov. 2015.
• SÃO PAULO. Lei n.º 16.050, de 31 de julho de 2014. Aprova
a Política de Desenvolvimento Urbano e o Plano Diretor
Estratégico do Município de São Paulo e revoga a Lei
n.º 13.430/2002. Disponível em: <http://gestaourbana.
prefeitura.sp.gov.br/arquivos/PDE-Suplemento-DOC/
PDE_SUPLEMENTO-DOC.pdf>. Acesso em: 10 de junho
de 2015.

100 © GEOGRAFIA BRASILEIRA


UNIDADE 3 – CIDADES NO BRASIL

• BRASIL. Decreto n.º 4.297, de 10 de julho de 2002.


Regulamenta o art. 9o, inciso II, da Lei no  6.938, de
31 de agosto de 1981, estabelecendo critérios para o
Zoneamento Ecológico-Econômico do Brasil – ZEE, e dá
outras providências. Disponível em: <www.planalto.
gov.br/ccivil_03/decreto/2002/d4297.htm>. Acesso
em: 17 nov. 2015.

4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
A autoavaliação pode ser uma ferramenta importante para
você testar o seu desempenho. Se encontrar dificuldades em
responder às questões a seguir, você deverá revisar os conteúdos
estudados para sanar as suas dúvidas.
1) O aumento da população nas cidades esteve diretamente ligado:
a) À crise dos produtos agrícolas como cana-de-açúcar e café.
b) Às mudanças políticas públicas, definindo novas formas de
investimentos.
c) À necessidade de mão de obra para trabalhar em indústrias.
d) À necessidade de mão de obra para a construção somente da
infraestrutura urbana e ocupação das cidades, mostrando uma
tendência mundial à urbanização.
e) N.D.A.

2) Segundo Santos (1980), em países industrializados, a cidade é parte


integrante do território que a gerou, com suas inter-relações, história e
economia; enquanto que em países subdesenvolvidos, a cidade muitas
vezes é um corpo estranho com relações descontínuas de espaço e de
tempo no meio em que se insere. Uma das percepções que se pode ter
dessa fala é:
a) Que existe uma grande diferença entre a cidade nos países
industrializados e nos países subdesenvolvidos. Nos industrializados,
a cidade faz parte do território, crescendo juntamente com ele, e nos
subdesenvolvidos, a cidade foi formada depois do território.

© GEOGRAFIA BRASILEIRA 101


UNIDADE 3 – CIDADES NO BRASIL

b) A cidade nos países desenvolvidos possui todas as infraestruturas


necessárias para garantir a qualidade de vida da população.
c) A cidade nos países subdesenvolvidos foi adquirindo essa conformação
de cidade no decorrer da história do território.
d) A frase de Milton Santos não mostra grandes diferenças entre as
cidades, independentemente de o país ser subdesenvolvido ou
industrializado.
e) N.D.A.

3) Qual é a grande metrópole nacional e quais são as metrópoles nacionais


brasileiras?
a) Rio de Janeiro, São Paulo e Salvador.
b) São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba.
c) Manaus, Belém e Ceará.
d) O Brasil não possui metrópoles.
e) São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília.

4) Qual o principal instrumento nacional para a gestão urbana?


a) Plano Diretor.
b) Zoneamento Ecológico Econômico.
c) Zoneamento Ambiental.
d) Estatuto das Cidades.
e) Plano de Manejo.

Gabarito
Confira, a seguir, as respostas corretas para as questões
autoavaliativas propostas:
1) c.

2) a.

3) e.

4) d.

102 © GEOGRAFIA BRASILEIRA


UNIDADE 3 – CIDADES NO BRASIL

5. CONSIDERAÇÕES
Ao analisar as diversas estruturas e funções presentes
na cidade, podemos verificar o quão variada ela é. O Brasil é
marcado pelas diferenças sociais, que nada mais são do que
reflexos das desigualdades econômicas. A grande evidência disso
é ver que ao lado de prédios bonitos e de classe alta existem
cortiços, barracos e pessoas morando na rua.
A maioria das cidades foi crescendo de forma desenfreada
e sem planejamento, e seus problemas estão tão intrínsecos um
no outro que muitas vezes não conseguimos visualizar causas e
consequências, tornando extremamente complicado o estudo e
o desenvolvimento de projetos para solução e melhora desses
problemas.
Um projeto urbanístico precisa, primordialmente,
melhorar a qualidade de vida da população que reside no
local. Deve atender aos anseios, expectativas e tentar resolver
problemas que essa população enfrenta. Para tal, o projeto deve
ser sustentável, ou seja, considerar durante o seu planejamento
e execução os fatores ambientais, sociais e econômicos.
Os projetos urbanísticos não são na sua grande maioria
sustentáveis, pois consideram apenas solução para um problema
(trânsito, por exemplo) e não avaliam outros aspectos.
Atualmente, a temática de sustentabilidade é constante
em quase todos os meios de comunicação, porém, está presente
apenas de forma teórica, não sendo aplicada de forma real para
a melhoria socioambiental de uma região. Com isso, muitas
vezes, resolve-se o problema principal, mas outros são gerados,
por não se possuir uma visão e uma análise macro de toda a
situação.

© GEOGRAFIA BRASILEIRA 103


UNIDADE 3 – CIDADES NO BRASIL

Esperamos que você tenha conseguido entender a


evolução das cidades no Brasil, seu surgimento e os instrumentos
de gestão pública. Na próxima unidade, estudaremos a geografia
agrária no Brasil.
Até lá!

6. E-REFERÊNCIAS
AMBIENTE BRASIL. Glossário ambiental. Disponível em: <http://ambientes.
ambientebrasil.com.br/educacao/glossario_ambiental/glossario_ambiental_-_a.
html>. Acesso em: 3 dez. 2015.
BRASIL. Lei n.º 10.257, de 10 de julho de 2001. Regulamenta os arts. 182 e 183 da
Constituição Federal, estabelece diretrizes gerais da política urbana e dá outras
providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LEIS_2001/
L10257.htm>. Acesso em: 17 nov. 2015.
CRUZ, M. E. Conheça mais detalhes sobre as próximas etapas das obras do complexo
Jacu Pêssego. Disponível em: <http://www.saopaulo.sp.gov.br/spnoticias/lenoticia.
php?id=96261>. Acesso em: 17 nov. 2014.
JURISAWAY. O que é plano diretor. Disponível em: <www.jurisway.org.br/v2/pergunta.
asp?idmodelo=2608>. Acesso em: 17 nov. 2015.
LENCIONI, S. Observações sobre o conceito de cidade e urbano. GEOUSP: espaço e
tempo, São Paulo, n. 24, p. 109-123, 2008. Disponível em: <www.geografia.fflch.usp.
br/publicacoes/Geousp/Geousp24/Artigo_Sandra.pdf>. Acesso em: 17 nov. 2014.
PLANO DIRETOR DE ITAJAÍ. O que é o plano diretor. Disponível em: <http://plano.itajai.
sc.gov.br/>. Acesso em: 10 jun. 2015.
SÃO PAULO. Lei n.º 13.430, de 13 de setembro de 2002. Plano Diretor Estratégico
Disponível em: <http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/
infraestrutura/sp_obras/arquivos/plano_diretor_estrategico.pdf>. Acesso em: 3 dez.
2015.
______. Lei nº 16.050, de 31 de julho de 2014. Aprova a Política de Desenvolvimento
Urbano e o Plano Diretor Estratégico do Município de São Paulo e revoga a Lei nº
13.430/2002. Disponível em: <estaourbana.prefeitura.sp.gov.br/arquivos/PDE-
Suplemento-DOC/PDE_SUPLEMENTO-DOC.pdf>. Acesso em: 3 dez. 2014.

104 © GEOGRAFIA BRASILEIRA


UNIDADE 3 – CIDADES NO BRASIL

SILVA, G. J. A; ROMERO, M. A. B. Urbanismo sustentável no Brasil e a construção de


cidades para o novo milênio. In: SEMINÁRIO INTERNACIONAL NUTAU, 2010. Anais
electrônicos… São Paulo: Núcleo de Pesquisa em Tecnologia da Arquitetura e Urbanismo
da Universidade de São Paulo, 2010. Acesso em: 4 dez. 2015.
UNAMA – UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA. Morte e vida severina. Disponível em:
<http://www.portugues.seed.pr.gov.br/arquivos/File/leit_online/joao_cabral.pdf>.
Acesso em: 17 nov. 2015.

Lista de Figuras
Figura 1 Taxa de urbanização brasileira. Disponível em: <www.alunosonline.com.br/
upload/conteudo/images/taxa%20de%20urbanizacao.jpg>. Acesso em: 17 nov. 2015.
Figura 2 Divisão urbano regional. Disponível em: <ftp://geoftp.ibge.gov.br/divisao_
urbano_regional/mapas/regioes_ampliadas_articulacao_urbana.pdf>. Acesso em: 17
nov. 2015.

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BENEVOLO, L. História da cidade. Tradução de Silvia Mazza. São Paulo: Editora
Perspectiva S.A., 1983.
CARVALHO, P. F.; BRAGA, R. (Orgs.). Perspectivas de gestão ambiental em cidades
médias. Rio Claro: LPM-UNESP, 2001. p. 111-119.
CARLOS, A. F. A. (Org.). Os caminhos da reflexão sobre a cidade e o urbano. São Paulo:
Edusp, 1994.
______. O espaço urbano: novos escritos sobre a cidade. São Paulo: FFLCH, 2007. 123p.
CORRÊA, R. L. O espaço urbano. 2. ed. Rio de Janeiro: Ática, 1993.
CONSELHO EUROPEU DE URBANISTAS. A Visão do Conselho Europeu de Urbanistas
sobre as cidades do séc. XXI. Lisboa, 20 de Novembro de 2003.
FIRKOWSKI, O. L. C. F. Urbanização, crise urbana e cidade no século XXI: um olhar a
partir da realidade paranaense. In: SILVA, J. B.; LIMA, L. C.; DANTAS, E. W. C. (Orgs.).
Panorama da geografia brasileira II. São Paulo: Annablume, 2006.
GEORGE, P. Geografia urbana. São Paulo: DIFEL, 1983.
LYNCH, K. R. The image of city. Harvard-MIT: Joint Center, 1960.
MUMFORD, L. A cidade na história. São Paulo: Edusp, 1985.

© GEOGRAFIA BRASILEIRA 105


UNIDADE 3 – CIDADES NO BRASIL

OKE, T. R. Canyon geometry and the nocturnal urban heat island: Comparision of scale
model and field observations. Journal of climatology, New York, v. 1, n. 3, p. 237–254,
1981.
RODRIGUES, M. J. M.; SOUSA, P. F.; BONIFÁCIO, H. M. P. Vocabulário técnico e crítico de
arquitectura. 2. ed. Lisboa: Quimera, 1996.
ROLNIK, R. A cidade e a lei: legislação, política urbana e territórios na cidade de São
Paulo. São Paulo: Studio Nobel/FAPESP, 1997.
SANTOS, M. A urbanização desigual: a especificidade do fenômeno urbano em países
subdesenvolvidos. Petrópolis: vozes, 1980. 128p.
______. A urbanização brasileira. São Paulo: Edusp, 1993.
WILHEIM, J. Projeto São Paulo: propostas para a melhoria da vida urbana. Rio de
Janeiro: Paz e Terra, 1982. v. 62. (Coleção Estudos Brasileiros).

106 © GEOGRAFIA BRASILEIRA


UNIDADE 4
GEOGRAFIA AGRÁRIA NO BRASIL

Objetivos
• Entender a dinâmica de produção agropecuária no Brasil.
• Compreender a dialética entre grandes produtores e pequenos produtores.
• Conhecer formas de produção agropecuária sustentável.

Conteúdos
• Produções brasileiras.
• Movimentos sociais no campo.
• Agricultura sustentável.

Orientações para o estudo da unidade


Antes de iniciar o estudo desta unidade, leia as orientações a seguir:

1) Tente entender a relação do sistema de produções agrícolas no Brasil


com a colonização. Existe uma grande influência e uma manutenção dos
sistemas produtivos do Brasil colônia na atualidade.

2) Busque outras referências além da apostila. No Conteúdo Digital


Integrador temos algumas sugestões, mas não se limite a elas. Busque
artigos acadêmicos e dados de fontes oficiais.

3) Um tema muito atual é a sustentabilidade no campo. Como os sistemas


produtivos podem ser sustentáveis? No decorrer da unidade tente
responder a essa questão.

107
UNIDADE 4 – GEOGRAFIA AGRÁRIA NO BRASIL

108 © GEOGRAFIA BRASILEIRA


UNIDADE 4 – GEOGRAFIA AGRÁRIA NO BRASIL

1. INTRODUÇÃO
Uma das principais transformações ocorridas em períodos
da pré-história que deram início aos primeiros agrupamentos
humanos foi a sedentarização do homem. O homem pré-histórico
era nômade, vivia constantemente procurando alimentos.
Então, com a formação dos primeiros plantios, ele começou
a criar vínculos com a terra. Cabe salientar que o processo de
sedentarização do homem não se deve, exclusivamente, ao
desenvolvimento da agricultura, mas esse foi um fator importante
e decisivo.
O cultivo da terra é sempre presente na história do homem,
a princípio, para alimentação e, posteriormente, para mercado.
O cultivo, assim como a terra, é sagrado em muitas religiões e
consagrado na literatura e na música.
Porém, o estudo do meio rural é algo recente dentro da
geografia, sendo enquadrado como geografia rural ou geografia
agrária. Nesta unidade, será estudado um pouco desse ramo da
geografia com enfoque na geografia rural brasileira.

2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA


O Conteúdo Básico de Referência apresenta, de
forma sucinta, os temas abordados nesta unidade. Para sua
compreensão integral, é necessário o aprofundamento pelo
estudo do Conteúdo Digital Integrador.

2.1. PRODUÇÕES BRASILEIRAS

Historicamente, o Brasil é um país agrário. Na colonização,


houve diversos ciclos econômicos, e uma grande parte deles

© GEOGRAFIA BRASILEIRA 109


UNIDADE 4 – GEOGRAFIA AGRÁRIA NO BRASIL

era ligada a produções agrícolas e pecuárias. Fizeram parte da


economia brasileira a cana-de-açúcar, o café, as drogas do sertão,
entre outros cultivos.
O processo histórico agrícola foi marcado pelo sistema
monocultural de produção até a modernização da agricultura
com a "Revolução Verde", que gerou problemas ecológicos até
então sem importância e aumentou a concentração de riquezas
e disparidades regionais.
Cabe salientar que dentro da geografia rural não estão
inclusos somente temas ligados a agricultura, e sim todo o setor
agropecuário, incluindo, por exemplo, a pecuária, aquicultura
(criação de animais aquáticos como camarões, lagostas e
peixes) e a silvicultura.
A seguir, o Quadro 1 apresenta o Censo Agropecuário
do IBGE (2006), mostrando as áreas utilizadas em todo o setor
agropecuário no Brasil.

Quadro 1 Censo Agropecuário.


Condição do produtor
Assentado
Utilização sem
Proprietário Arrendatário Parceiro Ocupante
titulação
definitiva
Total 310.515.259 5.758.341 9.055.047 1.985.839 6.365.552
Lavouras –
10.865.646 224.624 183.646 155.026 250.210
permanentes
Lavouras –
37.383.442 771.649 4.446.951 908.049 1.098.952
temporárias
Lavouras – área
plantada com
4.026.167 58.116 56.892 9.443 53.156
forrageiras para
corte

110 © GEOGRAFIA BRASILEIRA


UNIDADE 4 – GEOGRAFIA AGRÁRIA NO BRASIL

Condição do produtor
Assentado
Utilização sem
Proprietário Arrendatário Parceiro Ocupante
titulação
definitiva
Lavouras – área
para cultivo de
flores (inclusive
hidroponia e
plasticultura),
90.376 1.398 5.355 840 2.638
viveiros de
mudas, estufas
de plantas
e casas de
vegetação
Pastagens –
54.193.453 818.513 1.449.481 166.146 1.005.596
naturais
Pastagens
– plantadas 9.355.696 224.930 121.699 19.511 183.778
degradadas
Pastagens –
plantadas em 88.346.711 1.245.461 1.300.187 419.472 1.191.430
boas condições
Matas e/
ou florestas
– naturais
destinadas à 48.313.012 915.288 691.529 81.188 932.719
preservação
permanente ou
reserva legal
Matas e/
ou florestas
– naturais
(exclusive área
33.576.137 1.014.364 394.586 90.067 981.706
de preservação
permanente e
as em sistemas
agroflorestais)
Matas e/
ou florestas
– florestas
4.525.323 20.514 92.500 49.386 46.496
plantadas
com essências
florestais

© GEOGRAFIA BRASILEIRA 111


UNIDADE 4 – GEOGRAFIA AGRÁRIA NO BRASIL

Condição do produtor
Assentado
Utilização sem
Proprietário Arrendatário Parceiro Ocupante
titulação
definitiva
Sistemas
agroflorestais –
área cultivada
com espécies
florestais 7.683.554 240.352 70.186 28.077 293.951
também usada
para lavouras e
pastoreio por
animais
Tanques, lagos,
açudes e/ou
área de águas
1.249.295 15.170 43.735 5.037 20.653
públicas para
exploração da
aquicultura
Construções,
benfeitorias ou 4.393.530 112.505 86.625 24.879 115.988
caminhos
Terras
degradadas
(erodidas, 745.796 13.400 11.443 2.139 23.220
desertificadas,
salinizadas etc.)
Terras
inaproveitáveis
para agricultura
ou pecuária 5.769.272 82.127 100.269 26.600 165.197
(pântanos,
areais,
pedreiras, etc.)
Fonte: adaptado de IBGE – SISTEMA IBGE DE RECUPERAÇÃO AUTOMÁTICA SIDRA (2015b).

Segundo o IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e


Estatística (2015), a estimativa de produção é de 210,6 milhões
de toneladas de cereais, leguminosas e oleaginosas (algodão
herbáceo, amendoim, arroz, feijão, mamona, milho, soja,

112 © GEOGRAFIA BRASILEIRA


UNIDADE 4 – GEOGRAFIA AGRÁRIA NO BRASIL

aveia, centeio, cevada, girassol, sorgo, tricô e triticale). Sendo a


produção por região conforme Figura 1, a seguir.

Fonte: adaptado de IBGE – INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (2015).


Figura 1 Produção de cereais, leguminosas e oleaginosas por região.

Os dados da produção agrícola no Brasil também incluem


verduras e frutas. O Quadro 2 a seguir apresenta os principais
produtos agrícolas em 2014. Por meio desse quadro, é possível
verificar os principais produtos agrícolas cultivados e comparar a
produção em diferentes regiões do Brasil.

© GEOGRAFIA BRASILEIRA 113


UNIDADE 4 – GEOGRAFIA AGRÁRIA NO BRASIL

Quadro 2 Safra agrícola em 2014.

Área colhida em hectares


Brasil Região
Produto Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste
Total 74512935 3086748 11599698 14300844 21166184 24359461
Abacaxi 66544 18032 24974 18211 726 4601
Algodão
1129399 4760 372953 32661 - 719025
herbáceo
Alho 9638 - 615 1650 4771 2602
Amendoim
126899 1002 2623 116299 5576 1399
(1ª Safra)
Amendoim
16054 - 6012 9866 27 149
(2ª Safra)
Arroz 2340878 259382 528293 32844 1292460 227899
Aveia 238465 - - 3329 218036 17100
Banana 478060 80950 191301 135625 49992 20192
Batata –
inglesa (1ª 64863 - 1720 27160 35983 -
Safra)
Batata –
inglesa (2ª 40510 - 2630 19827 17735 318
Safra)
Batata –
inglesa (3ª 26685 - 2420 16530 - 7735
Safra)
Cacau 704122 133550 547422 22262 - 888
Café arábica 1546090 73 133321 1369460 35825 7411
Café
451737 91936 36508 303318 - 19975
canephora
Cana-de-
10437567 62756 1192919 6667584 715698 1798610
açúcar
Castanha-
627137 3030 623445 - - 662
de-caju
Cebola 59190 - 12449 9226 34960 2555
Centeio 3082 - - - 2532 550
Cevada 89451 - - - 89451 -
Coco-da-
250554 23291 205784 19082 235 2162
baía

114 © GEOGRAFIA BRASILEIRA


UNIDADE 4 – GEOGRAFIA AGRÁRIA NO BRASIL

Área colhida em hectares


Brasil Região
Feijão (1ª
1689030 47004 990776 220969 352442 77839
Safra)
Feijão (2ª
1304798 44969 550364 164705 315778 228982
Safra)
Feijão (3ª
191917 1082 86 103617 4956 82176
Safra)
Fumo 415842 215 13126 73 402428 -
Girassol 115617 - - 11810 3312 100495
Guaraná 11348 4246 6719 - - 383
Juta 769 769 - - - -
Laranja 680268 18064 123524 473568 56524 8588
Maçã 37041 - 43 346 36652 -
Malva 5856 5856 - - - -
Mamona 63498 - 61005 1385 156 952
Mandioca 1567683 521715 583474 137710 249258 75526
Milho (1ª
6071675 319660 1785618 1542665 2021651 402081
Safra)
Milho (2ª
9360034 218454 710942 532891 1897569 6000178
Safra)
Pimenta-
19070 14319 2039 2680 1 31
do-reino
Sisal ou
156536 - 156536 - - -
agave
Soja 30273763 1185540 2580883 1929284 10557644 14020412
Sorgo 840093 25116 125701 184258 12976 492042
Tomate 64363 952 13578 27297 9504 13032
Trigo 2834945 - - 148420 2663902 22623
Triticale 23111 - - 5260 17851 -
Uva 78753 25 9895 8972 59573 288

Fonte: adaptado de IBGE – SISTEMA IBGE DE RECUPERAÇÃO AUTOMÁTICA SIDRA (2015a).

Por fim, o Quadro 3 apresenta as áreas (em porcentagem)


utilizadas em 2006 para todo o setor agropecuário.

© GEOGRAFIA BRASILEIRA 115


UNIDADE 4 – GEOGRAFIA AGRÁRIA NO BRASIL

Quadro 3 Área dos estabelecimentos agropecuários, em


porcentagem.
Produção Produção
Pecuária e
florestal – florestal –
Agrícola criação de Pesca Aquicultura
florestas florestas
outros animais
plantadas nativas
Brasil 29 66,47 2,57 1,66 0,11 0,18
Norte 19,46 74,85 1,66 3,2 0,53 0,3
Nordeste 34,22 59,99 2,76 2,69 0,06 0,27
Sudeste 35,59 59,04 4,19 1,03 0,02 0,14
Sul 48,75 44,42 6,12 0,57 0,01 0,13
Centro-
19 79,33 0,68 0,87 0,02 0,1
Oeste
Fonte: adaptado de IBGE – SISTEMA IBGE DE RECUPERAÇÃO AUTOMÁTICA SIDRA (2015b).

Com as leituras propostas no Tópico 3.1, você vai


acompanhar as influências da comunicação nas transformações
da sociedade. Antes de prosseguir para o próximo assunto,
realize as leituras indicadas, procurando assimilar o conteúdo
estudado.

2.2. MOVIMENTOS SOCIAIS NO CAMPO

No Brasil, os movimentos sociais no campo tiveram início


na década de 1940 com as Ligas Camponesas. Esses movimentos
buscaram a reforma agrária, a melhoria das condições de trabalho
e subsídios para iniciar o processo de produção agrícola.
As Ligas Camponesas tinham grande influência do Partido
Comunista Brasileiro e foram extintas no Golpe Militar de 1964.
Com o fim da Ditadura, os trabalhadores rurais começaram a se
reestruturar e fundaram o MST (Movimento dos Trabalhadores

116 © GEOGRAFIA BRASILEIRA


UNIDADE 4 – GEOGRAFIA AGRÁRIA NO BRASIL

Rurais sem Terra), que busca a reforma agrária e a transformação


social no campo.
Muito se fala das ocupações do MST. A ocupação é uma das
etapas do processo de reforma agrária. O MST ocupa latifúndios
grandes e terras improdutivas e, após a ocupação, pressiona o
Estado para garantir infraestrutura básica.

Com as leituras propostas no Tópico 3.2, você vai


aprofundar seus conhecimentos sobre os movimentos sociais
no campo.

2.3. AGRICULTURA SUSTENTÁVEL

O conceito de sustentabilidade se apoia em três pilares


básicos: o ambiental, o social e o econômico. Com base nessa
afirmação, pode-se inferir que, para realizar qualquer estudo de
sustentabilidade, é necessário que se pense em várias disciplinas,
pois se deve levantar aspectos das ciências humanas, exatas,
biológicas e, muitas vezes, até mesmo de senso comum.
Temas como sustentabilidade e meio ambiente têm sido
extremamente discutidos devido a problemas como alterações
climáticas, escassez de água e destruição de recursos naturais.
Assim, fica claro que os problemas ambientais muitas vezes são
problemas sociais.
Grande parte do impacto ambiental negativo causado
pelo homem teve início com a Revolução Industrial. Por meio
de revoluções políticas e tecnológicas, a Revolução Industrial

© GEOGRAFIA BRASILEIRA 117


UNIDADE 4 – GEOGRAFIA AGRÁRIA NO BRASIL

marcou o surgimento do capitalismo industrial e a sobreposição


definitiva das questões econômicas sobre as questões ambientais.
Pensar em novas formas de consumo que impactem menos
o ambiente é algo essencial para a manutenção das necessidades
mínimas das próximas gerações.
O conceito de sustentabilidade nasceu do relatório de
Brundtland em 1987, por meio de um documento intitulado Our
Common Future ou Nosso Futuro Comum, publicado pela ONU
– Organização das Nações Unidas, que cita a necessidade de um
desenvolvimento sustentável.
Desenvolvimento Sustentável é, segundo a Comissão
Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (1991), o
desenvolvimento que visa suprir as necessidades das gerações
atuais sem comprometer a capacidade das gerações futuras de
atenderem às suas necessidades.
Narvaes (2012) analisa o desenvolvimento sustentável
como uma proposta que parte do princípio da finitude dos
recursos naturais e de seu uso controlado para o desenvolvimento
econômico, social, cultural e científico das gerações atuais
e das gerações futuras. Relaciona-se com o conceito de
sustentabilidade, que é um conjunto de práticas e ações que
visam a manutenção dos recursos de um sistema ou processo,
de forma que esses não sejam utilizados ao esgotamento,
presumindo a extração e a regeneração desse recurso.
A sociedade moderna cria um parâmetro de consumo
e produção extremamente capitalista, que não leva em
consideração nem a sociedade e nem o meio ambiente. Muitas
vezes se produz muito sem o desenvolvimento econômico estar

118 © GEOGRAFIA BRASILEIRA


UNIDADE 4 – GEOGRAFIA AGRÁRIA NO BRASIL

alinhado com a produção ambientalmente correta e socialmente


justa.
O sistema industrial recente privilegia uma produção
em larga escala, abrangendo, também, a agricultura.
Questionamentos como técnicas modernas de produção versus
técnicas primitivas e tradicionais ainda são uma problemática
da sustentabilidade. No passado, discutiu-se a possibilidade
de acabar com a fome por meio de uma revolução tecnológica
no campo, porém, atualmente, percebeu-se um aumento da
desigualdade com a Revolução Verde. O modo de vida no campo
se altera juntamente com as alterações tecnológicas e industriais,
sendo, muitas vezes, o núcleo campestre familiar explorado por
esse sistema.
Diante desse contexto, a ideia de agroecologia como uma
abordagem multidisciplinar gera um modelo de agricultura
sustentável, que agrega sistemas agrícolas complexos integrados
ao sistema ecológico e inclusão social, sendo os agricultores
agentes e construtores do seu desenvolvimento com abordagem
agroecológica.
Para isso, deve-se levar em consideração a realidade local,
buscando não somente um desenvolvimento econômico, mas
um desenvolvimento sócio-cultural e ambiental com atuações
nas comunidades. A agroecologia possui um forte caráter
transformador, com grande potencial político, econômico e
social. A gestão territorial, de forma participativa, pode colaborar
para um desenvolvimento sustentável.
Apesar dos avanços tecnológicos no campo, a agricultura
ainda é dependente dos fatores ambientais. Portanto, uma
agricultura alternativa visa um baixo impacto ambiental negativo
e rendimentos próximos aos rendimentos da agricultura

© GEOGRAFIA BRASILEIRA 119


UNIDADE 4 – GEOGRAFIA AGRÁRIA NO BRASIL

convencional. Os métodos de agricultura alternativa surgem


como uma resposta ao esgotamento do modelo agroquímico
e tenta resgatar os conceitos anteriores de produção agrícola
respeitando as leis da natureza. Com isso, surge a ciência
da agroecologia, que procura entender o funcionamento do
agroecossistema, ampliando a sua biodiversidade e produzindo
de forma sustentável.
Para um agrossistema sustentável é necessária, sob a óptica
da agroecologia, a adoção de princípios de menor utilização
de insumos externos e a conservação dos recursos naturais,
utilizando uma metodologia própria e avançada para a criação
desse tipo de agroecossistema, muitas vezes, rompendo com o
paradigma químico-mecânico.
Agricultura sustentável é aquela que atende a critérios
como baixa dependência de insumos comerciais, uso de
recursos renováveis locais, aceitação e tolerância das condições
ambientais locais, manutenção da capacidade produtiva ao longo
do tempo, utilização da cultura e do conhecimento popular local
e produção de mercadorias para consumo interno e externo,
causando impactos ambientais positivos no ecossistema.

Com as leituras propostas no Tópico 3.3, você saberá


mais sobre agricultura sustentável.

Vídeo complementar ––––––––––––––––––––––––––––––––


Neste momento, é fundamental que você assista ao vídeo complementar.
• Para assistir ao vídeo pela Sala de Aula Virtual, clique no ícone
Videoaula, localizado na barra superior. Em seguida, selecione o

120 © GEOGRAFIA BRASILEIRA


UNIDADE 4 – GEOGRAFIA AGRÁRIA NO BRASIL

nível de seu curso (Pós-graduação), a categoria (Disciplinar) e o tipo


de vídeo (Complementar). Por fim, clique no nome da disciplina para
abrir a lista de vídeos.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––

3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR


O Conteúdo Digital Integrador representa uma condição
necessária e indispensável para você compreender integralmente
os conteúdos apresentados nesta unidade.

3.1. PRODUÇÕES BRASILEIRAS

Diversos dados sobre produções agropecuárias no Brasil


estão disponíveis no site do IBGE. Para aprofundar seus estudos
sobre o tema, seguem alguns links:
• IBGE – SISTEMA IBGE DE RECUPERAÇÃO AUTOMÁTICA
SIDRA. Homepage. Disponível em: <http://www.sidra.
ibge.gov.br/>. Acesso em: 8 dez. 2015.
• BRASIL. IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística. Censo agropecuário 2006. Disponível em:
<http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/economia/
agropecuaria/censoagro/>. Acesso em: 8 dez. 2015.
• ______. Mapas temáticos da agricultura. Disponível
em: <http://mapas.ibge.gov.br/tematicos/agricultura.
html>. Acesso em: 18 nov. 2015.

© GEOGRAFIA BRASILEIRA 121


UNIDADE 4 – GEOGRAFIA AGRÁRIA NO BRASIL

3.2. MOVIMENTOS SOCIAIS NO CAMPO

O principal movimento social no campo existente no Brasil


é o MST. Conheça mais sobre o assunto nos links indicados a
seguir:
• MST – MOVIMENTO DOS TRABALHADORES RURAIS
SEM TERRA. Homepage. Disponível em: <http://www.
mst.org.br/>. Acesso em: 8 dez. 2015.
• YOUTUBE. Quebrando preconceitos: o que é e o que
quer o MST. Disponível em: <https://www.youtube.
com/watch?v=fEFsksQY-HU>. Acesso em: 8 dez. 2015.
• ______. Hino do MST. Disponível em: <https://www.
youtube.com/watch?v=3n_yPdENttY >. Acesso em: 8
dez. 2015.

3.3. AGRICULTURA SUSTENTÁVEL

A agricultura foi algo muito importante na história do


homem, pois permitiu que ele se estabelecesse numa região.
Para entender melhor sobre esse tema, assista ao vídeo indicado
a seguir:
• YOUTUBE. O neolítico e a revolução agrícola. Disponível
em: <www.youtube.com/watch?v=rA30aACNc9U>.
Acesso em: 18 nov. 2015.
Um modelo de agricultura sustentável é a agroecologia. O
vídeo indicado a seguir apresenta como funciona esse sistema:
• YOUTUBE.Ecoideias-01/06/2014–agroecologia.Disponível
em: <www.youtube.com/watch?v=fhLgOcdQgv0>. Acesso
em: 18 nov. 2015.

122 © GEOGRAFIA BRASILEIRA


UNIDADE 4 – GEOGRAFIA AGRÁRIA NO BRASIL

Outras formas de agricultura sustentável estão disponíveis


no site do Ecoideias indicado a seguir.
• Ecoideias. Homepage. Disponível em: <www.tv.unesp.
br/ecoideias>. Acesso em: 18 nov. 2015.

4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
A autoavaliação pode ser uma ferramenta importante para
você testar o seu desempenho. Se encontrar dificuldades em
responder às questões a seguir, você deverá revisar os conteúdos
estudados para sanar as suas dúvidas.
1) A agricultura foi um importante fator para a criação de cidades durante a
pré-história, pois permitiu ao homem.
a) Estabelecer vínculos com a paisagem local.
b) Criar formas de diversificar produções.
c) Permitir o controle de produções pelo Estado.
d) A sedentarização do homem.
e) N.D.A.

2) Os movimentos sociais rurais tiveram início com:


a) As Ligas Camponesas durante a Ditadura sob a influência do Partido
Comunista.
b) Na década de 1980, com a redemocratização.
c) Entre 1940 e 1960, com as Ligas Camponesas
d) Com a criação do MST.
e) Com os movimentos operários rurais, que buscavam somente a
reforma agrária.

3) O que é agroecologia?
a) É um modelo de agricultura sustentável, que agrega sistemas agrícolas
complexos integrados ao sistema ecológico e à inclusão social.
b) É um sistema de produção sustentável em larga escala, adotado em
grande parte do território nacional.

© GEOGRAFIA BRASILEIRA 123


UNIDADE 4 – GEOGRAFIA AGRÁRIA NO BRASIL

c) É um sistema utópico, com poucos estudos práticos.


d) É um sistema ecológico de plantio, que visa a não degradação do meio
ambiente.
e) N.D.A.

Gabarito
Confira, a seguir, as respostas corretas para as questões
autoavaliativas propostas:
1) d.
2) c.
3) a.

5. CONSIDERAÇÕES
A ideia do plantio conservando a natureza foi perdida
com o sistema de produção capitalista, que visava o máximo da
produção em detrimento ao meio ambiente. Porém, atualmente,
percebeu-se a irracionalidade desse sistema e a real necessidade
de se produzir e conservar.
O modelo atual de agricultura é insustentável, sendo
necessária uma mudança rápida para um sistema sustentável,
com uma agricultura de base ecológica que incorpore as ideias
de justiça social e de proteção ambiental. Os desafios para essa
transição são grandes e complexos dependendo da capacidade
de diálogo e de aprendizagem coletiva, considerando os aspectos
práticos e relevantes da sustentabilidade.

124 © GEOGRAFIA BRASILEIRA


UNIDADE 4 – GEOGRAFIA AGRÁRIA NO BRASIL

6. E-REFERÊNCIAS
Figura
Figura 1 Produção de cereais, leguminosas e oleaginosas por região. Disponível em:
<ftp://ftp.ibge.gov.br/Producao_Agricola/Levantamento_Sistematico_da_Producao_
Agricola_%5Bmensal%5D/Fasciculo/lspa_201501.pdf>. Acesso em: 9 dez. 2015.

Sites pesquisados
AMBIENTE BRASIL. Homepage. Disponível em: <www.ambientebrasil.com.br/>.
Acesso em: 8 dez. 2015.
IBGE – INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. LSPA: Levantamento
Sistemático da Produção Agrícola Mensal. Disponível em: <ftp://ftp.ibge.
go v. b r / P ro d u ca o _ A g r i co l a / L e va nta m e nto _ S i ste m at i co _ d a _ P ro d u ca o _
Agricola_%5Bmensal%5D/Fasciculo/lspa_201501.pdf>. Acesso em: 9 dez. 2015.
IBGE – SISTEMA IBGE DE RECUPERAÇÃO AUTOMÁTICA SIDRA. Levantamento
sistemático da produção agrícola. Disponível em: <http://www.sidra.ibge.gov.br/bda/
prevsaf/default.asp?t=3&z=t&o=26&u1=1&u2=1&u3=1&u4=1>. Acesso em: 9 dez.
2015a.
______. Censo agropecuário. Disponível em: <http://www.sidra.ibge.gov.br/bda/
agric/default.asp?z=t&o=11&i=P>. Acesso em: 9 dez. 2015b.
______. Índice nacional de preços ao consumidor amplo – novembro 2015. Disponível
em: <http://www.sidra.ibge.gov.br/>. Acesso em: 8 dez. 2015.

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
COMISSÃO MUNDIAL SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO. Nosso futuro
comum. 2. ed. Rio de Janeiro: Editora da Fundação Getúlio Vargas, 1991.
NARVAES, P. Dicionário ilustrado de meio ambiente. 2. ed. São Caetano do Sul: Yendis
Editora; Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo, 2012.

© GEOGRAFIA BRASILEIRA 125

Вам также может понравиться