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Ação
Este conceito aparece pela 1º vez em 1853 e é o primeiro elemento na análise do crime.
A ação deve ser entendida no seu sentido mais abrangente, para assim, abarcar quer a ação
stricto sensu quer as omissões.
Ao longo da evolução da teoria do crime surgiram vários conceitos de ação:
Tipicidade
Ilicitude
A analise da ilicitude no direito penal é feita através da técnica negativa da exclusão. Quer isto
dizer que, para averiguar se a ação típica é ou não ilícita importa averiguar se há ou não uma
causa de exclusão da ilicitude.
Quanto a estas dispõem o Art. 31º que nos basta olhar para as causas de exclusão da ilicitude
previstas no código penal, sendo que temos de analisar a ordem jurídica na sua totalidade.
Outra figura que se apresenta, ainda que polemica, são as causas de exclusão da ilicitude supra
legais. Estas causa aparecem tendo em conta os princípios que fundam as causas de exclusão
da ilicitude na sua globalidade.
Existem duas questões previas que são comuns a todas as causas de exclusão da ilicitude:
1º - Se para um comportamento estar justificado é necessário que para alem da existência
dos elementos objetivos exigidos na lei é também necessário que se verifique um
elemento subjetivo.?
Quanto a primeira questão, para ocorre uma causa de exclusão da ilicitude é necessário que para
alem de estarem pressentes os elementos objetivos da causa de exclusão, é também necessário
que o agente saiba que esta a atuar ao obriga dessa causa.
Isto porque, o próprio conceito de ilicitude. Ora esta é um juízo de valor que recai sobre o
comportamento do agente. Por sua vez, este juízo de valor pode ser descomposto em dois
elementos:
- O desvalor da Ação: Este traduz-se no conhecimento por parte do agente de que esta a praticar
um ato típico e ilícito.
- O desvalor do Resultado: Este traduz-se na lesão, ou no perigo de lesão dos bens jurídicos.
Assim, para a ação ilícita estar excluída é necessário poder compensar-se estes dois
desvalores. Ora, a compensação do desvalor de resultado dá-se com a presença dos elementos
objetivos, enquanto o desvalor da ação compensa-se com a presença dos elementos subjetivos.
Ora se no caso concreto estiverem presentes apenas os elementos objetivos de uma causa de
exclusão da ilicitude, a solução ira depender de saber se se trata de um crime doloso ou de um
crime negligente.
Se não estiverem presentes os elementos subjetivos, mas estiverem presentes os elementos
objetivos, e estando em causa um crime doloso, a solução é dada pelo Art. 38º nº4, sendo que o
agente ira ser punido por tentativa, uma vez que na tentativa o que é punido é o desvalor da
ação.
Se não estiverem presentes os elementos subjetivos, mas estiverem presentes os elementos
objetivos, e estando em causa um crime negligente, basta que estejam presentes os elementos
objetivos de uma causa de exclusão, uma vez que nestes o que realmente se pune é o desvalor
do resultado. Consequentemente, nos crimes negligentes basta que se compense o desvalor só
resultado.
2º - Quais as consequências de haver um erro sobre os pressupostos de facto de uma
causa de exclusão da ilicitude.
Neste caso, o agente representa que se verificam os elementos objetivos de uma causa de
exclusão da ilicitude, quando na realidade estes não se verificam. Estão, assim, presentes os
elementos subjetivos de uma causa de exclusão da ilicitude e como tal este compensa o desvalor
da ação.
No entanto, fica por compensar o desvalor do resultado, uma vez que no caso concreto não se
verifica a existência dos elementos objetivos de uma causa de exclusão da ilicitude. Como tal o
agente poderá ser punido por negligencia, uma vez que é esta figura que no direito penal pune o
desvalor do resultado.
A solução nestas situações é dada pelo Art. 16º, nº2 conjugado com o nº1 do mesmo artigo.
Legitima Defesa (Art. 32º)
Elementos Objetivos:
- Existência de uma agressão atual e ilícita
Quanto a agressão, esta existe quando estivermos perante uma ação jurídico penalmente
relevante. Esta tem também de ser ilícita, ou seja, esta não pode estar justificada mediante uma
causa de exclusão da ilicitude.
Ser atual significa que a agressão deve ser iminente, sendo que para a maior parte da doutrina
tem de haver pelo menos atos de execução.
- Interesses Juridicamente protegidos do agente ou de terceiro
- Não haver uma provocação pré ordenada
Quando a este elemento, para haver legitima defesa, não pode haver uma agressão dirigida a
uma pessoa com o propósito de essa pessoa agredir o agente e de essa forma ele poder alegar
que atuo em legitima defesa.
- O meio de defesa ser considerado necessário
Isto significa que não é possível recorre a força publica em tempo necessário. Por sua vez, implica
que o meio utilizado pelo agente é capaz de afastar o perigo tendo de ser o menos gravoso entre
os disponíveis ou ate o único possível.
A propósito deste elemento discute-se se é possível lesar um bem jurídico superior aquele que se
visa proteger, ou seja, se tem de haver proporcionalidade.
Para a professora Fernanda Palma só poderá haver desproporcionalidade entre o bem jurídico
lesado e aquele que se visa proteger, quando a lesão ao bem jurídico defendido for considerado
insuportável. Casos contrário não haverá legitima defesa. Este defende que, a legitima defesa, mas
do defender a ordem jurídica, pretende defender a dignidade da pessoa humana.
Já para a professora Conceição Valdágua, ainda que haja desproporcionalidade entre o nem que
se lesa e o bem que se protege, haverá na mesma legitima defesa, uma vez que o que esta em
causa nesta é a proteção da ordem jurídica face ao ilícito.
Quanto ao professor Figueiredo Dias, este defende que existe limites ético sociais a legitima
defesa, e por conseguinte, sempre que haja uma desproporcionalidade haverá um abuso de direito.
Elemento Subjetivo:
- Animus Defendendi
Segundo este, o agente tem de representar a existência da agressão atual e ilícita.
Direito de Necessidade (Art. 34º)
Elementos Objetivos
- Existência de um perigo atual e real que ameace interesses juridicamente protegidos do agente
ou de terceiro.
Deste elemento retira-se que a causa do perigo não pode ser uma ação jurídico penalmente
relevante, sendo assim que se distingue esta figura da legitima defesa.
- O facto praticado tem de ser o meio adequado a afastar o perigo
Daqui retira-se que o legislador exigiu mas do que o meio ser apenas o necessário. Assim, este
só será adequado, se para alem de necessário responder de fora socialmente aceitável a situação.
- Não ter havido provocação voluntaria por parte do agente da situação de perigo.
A maior parte da doutrina considere que a provocação voluntaria deve ser entendia como uma
provocação dolosa por parte do agente da situação.
- Haver sensível superioridade entre o bem que se visa proteger relativamente ao bem lesado.
Aqui já o legislador assume que deve haver proporcionalidade entre o bem lesado e o bem
defendido.
- Que seja razoável impor ao lesado o sacrifício do seu interesse.
El. Subjetivo
É necessário que o agente saiba que esta a atuar ao abrigo do estado de necessidade
Conflito de Deveres (Art. 36º)
O principio que esta por detrás do conflito de deveres é o da ponderação de interesses. Segundo
este , sempre que for necessário preservar um interesse mais alto ou igual a custa de outro mais
baixo ou igual, existe uma causa de exclusão.
El. Objetivos
- Existência de conflito no cumprimento entre deveres jurídicos ou de ordens legitimas
Estamos assim, perante dois deveres, sendo que não é possível cumprir um sem não cumprir o
outro.
- O dever cumprido tem de ser o de valor igual ou superior ao dever que não é cumprido
El. Subjetivo
É necessário que o agente conheça a situação de conflito
Consentimento do Lesado (Art. 38º)
O consentimento do lesado pode surgir como:
- Elemento Positivo do Tipo: É assim quando sem a sua existência o tipo não esta preenchido. Ex:
Homicídio a Pedido
- Elemento Negativo do Tipo: É assim quando a sua existência levar ao não preenchimento do tipo,
sendo que isto só ocorre quando os bens jurídicos em causa só tenham valor quando associados
a sua livre disposição. Ex: Violação de Domicilio
- Causa de exclusão da Ilicitude: É assim quando o bem jurídico tem valor por si próprio,
independentemente da posição do seu titular. Ex: Ofensa a Integridade Física
Há uma parte da doutrina, nomeadamente a Prof. Valdágua, que considera que todos os bens
jurídicos, excluindo a vida, só tem valor quando associados a sua livre disposição. Assim, o
consentimento, para estes autores, é sempre um elemento negativo do tipo, e não uma causa de
exclusão da ilicitude.
Há outra parte da doutrina que defende que há bens jurídicos que tem valor só por si só e que há
outros que só tem valor quando associados a sua livre disposição.
El. Subjetivo
É necessário que o agente conheça o consentimento do lesado
Causas de Exclusão Supra Legis
- Legitima defesa Preventiva
Este ocorre quando a agressão é futura e demonstra-se que a única forma que a pessoa tinha
para se defender era se atuasse quando atuo.
- Estado de Necessidade Defensiva
Este ocorre quando não há um perigo atual e eminente, e não se verificam os requisitos da al.b)
do Art.34º
Ora, estas duas causas não estão previstas na lei, no entanto, parte da doutrina defende a sua
admissibilidade face aos princípios que estão detrás das causas de exclusão da ilicitude.
Culpa
A culpa distingue-se da ilicitude na media em que esta incide sobre o próprio agente enquanto
aquele olha para o comportamento do agente.
Na culpa analisa-se assim a relação do agente com o direito.
Enquanto na ilicitude determina-se se o comportamento é desvalioso face a ordem jurídica, na
culpa o que importa é se se pode atribuir esse carater desvalioso ao agente ou seja, se o agente
merece ou não um juízo de censura por ter atuado como atuou.
Para uma parte da doutrina, este juízo de censura é feito ao agente pelo facto de este podendo
se ter motivado pelo direito não o fez. Assim, o que importa analisar no caso é se o agente podia-
se ter determinado de acordo com o direito mas não o ter feito.
Para outra parte da doutrina, este juízo de censura é feito por aquele comportamento revelar uma
atitude interna juridicamente desaprovada por parte do agente.
A culpa, tal como a ilicitude analisa-se através da técnica negativa da exclusão. Assim, significa o
que se tem que averiguar é se no caso concreto existe alguma causa de exclusão da culpa em
sentido amplo.
Inimputabilidade
Uma pessoa é inimputável é aquela que não tem capacidade de culpa.
Este pode ocorrer em duas situações.
1º - Em razão da idade (Art. 19º)
2º - Por anomalia psíquica. (Art.20º)
Nesta, o agente tem de sofrer de qualquer transtorno a nível psíquico.
Para alem disso, é necessário que no momento da prática do facto, a capacidade para valorar o
facto, ou a capacidade volitiva de se determinar pelo direito estejam afetadas
Ainda quanto a esta causa, podemos ter aquela anomalia psíquica que é provocada pelo próprio
agente sem qualquer intenção de praticar um facto típico e ilícito. Nestes casos, como o agente é
inimputável, este não pode ser responsabilizado pelo ato que praticar, mas pode ser punido pelo
crime previsto no Art. 295º. No entanto, se o agente se colocar numa situação de inimputabilidade
para assim praticar um facto ilícito, nestes casos, a imputabilidade não é excluída e o agente vai
ser punido pelo facto que cometeu (Art. 24º, nº4)
Erro não censurável sobre a ilicitude
Este erro pode ser direto ou indireto. Ora, em qualquer um dos casos estamos perante um erro
que recai sobre proibições, logo, a natureza desde erro é moral.
O erro é direito quando este recai sobre normas que transportam consigo uma carga valorativa,
ou seja, o agente desconhece uma proibição, mas o desconhecimento dessa proibição é
dispensável para que ele possa ter uma consciência da ilicitude do seu ato. Quer isto dizer que o
agente não necessita de conhecer aquela proibição para ter uma ideia sobre a ilicitude do seu
comportamento.
O erro indireto ocorre quando o agente esta em erro sobre a existência de uma causa de exclusão
da ilicitude. Aqui, o agente representa a existência de uma causa de exclusão da ilicitude que
realmente não existe. Este é, assim, um erro sobre a ordem jurídica.
Em ambos os erros, a conduta do agente será desculpável se esse erro não for censurável.
Ora o critério proposto, para sabes se esse erro é ou não censurável, é o critério da evitabilidade,
segundo o qual, vamos pegar num homem medio com as especiais qualidades do agente e
perguntar se ele fez tudo o que estava ao seu alcance para poder evitar aquele erro. Se a conclusão
for que o erro era evitável, então a conduta do agente será censurável, por sua vez, se o erro não
era evitável a conduta do agente não será censurável.
O professor Figueiredo Dias propõem outro critério denominado de critério da retitude da
consciência erronia. Segundo este critério, o que importa saber é se o agente se pautou, ou não,
por motivos que são permitidos pela ordem jurídica.
- Causas de Exclusão da Culpa em sentido estrito
Em todas elas a ideia que esta por detrás é a ideia de inexigibilidade, ou seja, em todas elas não
era exigível ao agente que se tivesse comportado de outra forma.
1º - Estado de Necessidade desculpante (Art. 35º)
Antes de mais deve haver um perigo atual, que se dirija a um dos bens jurídicos referidos na
norma e que não seja razoável exigir do agente outro comportamento face ao caso concreto.
2º - Excesso de defesa por medo, susto ou perturbação não censuráveis (Art. 33º nº2)
3º - Obediência indevida desculpante (Art. 37º)
Esta existe quando alguém cumpre uma ordem sem saber que essa conduz a pratica de um crime,
e não era evidente que ela conduzia a pratica de um crime.
Punibilidade
Em princípio sempre que um facto for típico, ilícito e culposo, em principio também será punível.
Só que em determinamos casos não se verifica uma condição objetiva de punibilidade. Assim, o
facto só será punível se se verificarem certas condições objetivas de punibilidade.
Ora, a ideia que esta detrás da figura da punibilidade é a figura da dignidade penal, ou seja, face
a certas ideias preventivas relacionadas com os fins das penal, o facto concreto fica aquém do
limiar mínimo da dignidade penal. Assim, apesar do facto ser típico, ilícito e culposo, verifica-se
uma certa condição que tira ao facto dignidade penal.
Condições Objetivas de Punibilidade
Em determinados crimes, é preciso verificarem-se certas circunstancias para que ele posso ser
punido.
Causas pessoas da isenção da pena
Estas são situações que ocorrem apos a pratica do facto e que impedem a sua punibilidade
Princípio da insignificância
Segundo este princípio há determinadas situações em que, apesar do facto ser ilícito e culposo,
como há uma lesão insignificante de um bem jurídico, aquele comportamento deve ser negada
dignidade penal.