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DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA
UBERABA, 2018
Mulher, mãe, maternidade e a banalidade da naturalização: a construção do amor
materno
Resumo: O presente artigo tem por objetivo analisar os processos que configuraram a
representação feminina, especificamente, a ideia do afeto natural e incondicional da mulher
tilizou-se da observação e entendimento das mentalidades
pelos filhos: o amor materno. U
sobre feminino e masculino, da investigação dos papéis atribuídos a cada um desses e, por
fim, da discussão dos possíveis caminhos percorridos até a constituição do mito do amor
materno. Para tal, partiu-se dos debates, atualmente em voga, de desconstrução e da não
naturalização da mulher enquanto, exclusivamente, mãe.
Introdução
A acreditar nos historiadores e nos juristas, essa dupla autoridade teria sua
origem remota na Índia. Nos textos sagrados dos Vedas, Árias, Bramanas e
Sutras, a família é considerada como um grupo religioso do qual o pai é o
chefe. Como tal, ele tem funções essencialmente judiciárias: encarregado de
velar pela boa conduta dos membros do grupo familiar (mulheres e crianças),
é o único responsável pelas ações destes frente à sociedade global. Seu
poderio exprime-se portanto, em primeiro lugar, por um direito absoluto de
julgar e punir (BADINTER, 1985, p. 27).
A atenção dos pais pelos filhos dependia também do sexo da criança. Se nascesse
menino teria maior afeto dos pais e teria mais privilégios dentro de casa. Os mais novos
teriam dois destinos: o militar ou o eclesiástico. Se fosse menina, o pai teria gastos com dotes
ou para enviá-la a algum convento. A mãe precisava manter boas relações com o filho mais
velho, pois se o marido lhe viesse a faltar, ela teria nele sua sobrevivência. Já no caso da
criança de família abastada, logo quando voltava da casa das amas, seriam entregues a uma
governanta para cria-la. Depois dos 8 anos de idade, se fosse menino seria entregue a um
tutor, após essa trajetória, outra vez, os filhos seriam mandados para viver longe de casa. As
meninas iriam para o convento esperar o casamento e os meninos, para um internato, com
objetivo de concluírem seus estudos.
Não havia convivência entre os pais e os filhos. Dessa forma, a criança era
considerada como um fardo, por essa razão, era enviada para longe de casa para que pudesse
receber uma boa educação. Isso, possivelmente, era uma forma de livrar-se deles, sem um
sentimento maior de culpa.
Alteração de mentalidades
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