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PRODUÇÃO DO

CONHECIMENTO
HISTÓRICO
Prof. Ms. Munís Pedro
DEFINIÇÃO DE HISTÓRIA
• “Ciência dos homens no tempo” (Marc Bloch)
• “Produção de um conhecimento cientificamente conduzido” (Lucien Febvre)

 Discussão sobre seu caráter científico

 Ciência e Arte (literatura)

 “Dos homens”, no plural. Pois todo indivíduo está ligado a uma sociedade. O homem é um animal político, social,
cultural. Depende da linguagem, por exemplo, para possuir o estatuto cultural de ser humano, não basta apenas ser
da espécie homo sapiens. Exemplos: vida nos campos de concentração e a redução dos homens à sua animalidade ou
os casos dos “meninos-lobos”.
 Vai do particular para o geral (ex. François Rabelais e o problema da incredulidade no séc. 16)

 “No tempo”. História não é o mesmo que passado. É um estudo, um relato sobre tal, feito sob um recorte, um objeto
determinado (ex. os plantadores de cana do Alto Paranaíba entre 1980-1990)
 Relação passado-presente. Vai-se ao passado para compreender o presente ou a partir do mesmo.
Ou esqueça tudo
e assuma
o pós-modernismo
EVOLUÇÃO DA HISTORIOGRAFIA
• Historiografia é o sinônimo de História como disciplina ou ciência. Usada para não
confundir com o sentido dado pelo senso comum à história, geralmente a mesma
coisa de “passado”.
Advento ou invenção da escrita:
início da história (SÉC. 6 a.C)
• REGISTRO DOS ACONTECIMENTOS DO PASSADO

• HERÓDOTO (“o pai da história”): grego, escreveu o livro “História”, com relatos de
viajantes e fazendo descrições de povos, de uma maneira semelhante a dos antropólogos.

• TUCÍDIDES (a mãe da história? Não. A história tem dois pais, é uma família não
tradicional): grego, queria relatar fielmente os eventos da maneira que viu. Escreveu sobre
a Guerra do Peloponeso e as Guerras Médicas. (ex. 300).

• Tempo histórico: o dos gregos antigos era cíclico. Os homens mudavam mas as
circunstâncias se repetiam. Por isso Tucídides escrevia historia magistra vitae. Com o
cristianismo o tempo passou a ser contínuo, ou eterno ou cheio de mudanças.
Cientifização e institucionalização da
História (SÉC. 19)
• Período em que houve a criação de uma disciplina acadêmica da História
• A nova disciplina veio para disputar a hegemonia nas humanidades com a filosofia
e a teologia
• É a era dos projetos de Estado-Nações
A história passou a servir aos interesses dos governantes: história dos grandes
feitos, dos heróis, das figuras notórias e símbolos de identidade nacional.

Ex.: A história oficial da independência do Brasil e a construção do 7 de setembro


Cientifização e institucionalização da
História (SÉC. 19): O exemplo de Ranke
Leopoldo Von Ranke era o melhor historiador da
Alemanha. Ora, mas ele era o único que possuía as
chaves do arquivo. Pois era amigo do imperador.
Ao criar uma identidade alemã próxima a dos gregos
antigos, Ranke conquistou uma cátedra na
Universidade de Berlim.
Para ele somente os produzidos pelo Estado poder
documentos oficiais e escritos serviriam como
fonte. O trabalho do historiador era o de organizá-los,
dar a eles vida e não emitir interpretações.
CORRENTES
HISTORIOGRÁFICAS OU
ESCOLAS HISTÓRICAS
> Escola Metódica Francesa
> Positivismo
> Historicismo alemão (séc. 19 e início do 20)
• Apenas fontes oficiais eram aceitas
• História de grandes figuras, Estados, heróis, da Igreja e etc.
• Crença na total imparcialidade – imitar as ciências exatas
• A “perspectiva” subjetiva era um problema a ser enfrentado
pela objetividade
• Predomínio da política
• História como relato definitivo. Historiador deveria assumir
o ponto de vista divino (Ranke)
Escola dos Annales (séc. 20 até hoje)
• Considerada uma revolução na historiografia: ataque aos positivistas e metódicos
• Marc Bloch e Lucien Febvre fundadores da Revista dos Annales na França.
Escola dos Annales (séc. 20 até hoje)
• > Ampliação das fontes de pesquisa
• > Historiador preocupado com todas as atividades humanas
• “São os homens que [a história] quer capturar. Quem não conseguir isso será apenas, no
máximo, um serviçal da erudição. Já o bom historiador se parece com o ogro da
lenda. Onde fareja carne humana, sabe que ali está sua caça” (BLOCH, 2001, p. 54).
• > Interesse nas massas (o povo) como sujeitos da história. As pessoas comuns também
ganham um lugar nos trabalhos de historiografia
• > Interdisciplinaridade
• > História como problema (ex.: pode Rabelais ser um ateu?)
• > Foco na economia e na sociedade, em vez da política
A questão da subjetividade (Annales)
> Relação passado-presente: vai-se ao passado a partir do presente. História é a
tentativa de reconstruir um filme quando na verdade o historiador só possui o
último fotograma intacto, diz Bloch.
> Objetividade + Subjetividade: a Escola dos Annales rejeita a ideia de história
objetiva de Ranke, a que queria contar “os fatos da maneira que eles aconteceram”.
Pois, embora a história seja um conhecimento cientificamente conduzido através de
um método, a objetividade é impossível sem a subjetividade, pois nossas mentes
não refletem diretamente a realidade, mas só percebemos o mundo através de uma
estrutura de convenções, esquemas e estereótipos, um entrelaçamento que varia
de uma cultura para outra. Nossa percepção dos conflitos é certamente mais
realçada por uma apresentação de pontos de vista opostos do que por uma
tentativa de articular um consenso.
Crítica aos documentos (Annales)

Não aceitá-los sem questionamentos. Não reproduzi-


los simplesmente como faziam positivistas.
Todo documento é um monumento, possui interesses:
transmitir uma certa imagem do passado e camuflar
outras.
Veja o exemplo a seguir:
Marxismo inglês
(meados do séc. 20 até hoje)
• Contra o marxismo vulgar (baseado só na economia e modo de produção
determinista): crítica ao stalinismo
• Sociedade vista como uma totalidade em movimento
• Sujeitos-objetos: pessoas comuns, movimentos sociais e políticos, revoluções,
greves, manifestações e outros acontecimentos
• Transformação da sociedade (conhecimento + ação)
• Menos fatos e mais processos históricos
• Cultura: reinterpretação do conceito de “modos de produção”
• História de baixo para cima ou ao rés-do-chão
Exemplo de trabalho do marxismo inglês:
“A venda das esposas”
• Inglaterra no século 17, costumes operários
descritos por Edward P. Thompson

• O marido ia até a praça do mercado da vila para


tornar público o acontecimento. Exemplo de
anúncio: “AVISO: Este é para informar ao
público que James Cole está disposto a
vender sua mulher em leilão. Ela é uma
mulher decente e limpa, com 25 anos. A
venda deve ocorrer em New Inn, na próxima
quinta-feira, às sete horas”.
A venda das esposas
• Existem alguns aspectos que marcam quase todos os casos da venda de esposas.
• A) consentimento das três partes: marido, esposa e comprador. Geralmente a mulher entrava em acordo
com o marido sobre a venda antes dela se efetivar, caso isso não acontecesse o evento em praça pública
possibilitava ela de recusar a sua venda e mesmo o comprador. Nos documentos existem registros dessa
situação em que a esposa mesmo tendo sido vendida não aceitou o novo marido, a “negociação” foi
cancelada e ela voltou a morar com os pais.
• B) o ritual sempre exigia dinheiro, que na maioria dos casos era uma pequena quantia (um xelim ou menos
era a média). O comprador comumente pagava litros de cerveja ou de ponche ao marido e devolvia-lhe
uma fração de grana, chamado “dinheiro da sorte”. Em alguns casos o marido dava presentes ao novo
casal, como a parte de um carneiro ou até uma carruagem. Houve um caso extremo em que o cara vendeu
sua mulher por um copo de cerveja. Ao que tudo indica, ela adorou o novo marido e saiu insultando o
antigo.
• C) a venda devia ocorrer num local de comércio conhecido aos olhos da comunidade. Ali, o marido podia
expressar os motivos pelos quais estava vendendo a mulher ou ressaltar qualidades dela para atrair um
comprador.
• D) a presença da corda era essencial para legitimar o fato. O momento de entrega real da corda às vezes
era solenizado pela troca de juramentos análogos como numa cerimônia de casamento. Dependendo do
clima e da boa vontade, a cerimônia podia se estender depois da troca. Os três, acompanhados de
testemunhas, podiam ir a taverna assinar documentos (como certidões de casamento) e beber juntos.

A venda das esposas
• Por que essa prática acontecia? Thompson crê que seja por causa do (1º) colapso do casamento
na sociedade moderna. Por sua vez, (2º) não existia divórcio para o povo inglês ou galês.
Quando aconteciam era à surdina, só que a tradição consuetudinária da Inglaterra fazia com o
novo casal se sentisse envergonhado aos olhos de parentes e vizinhos. Por ora, Thompson elenca
os pontos necessários para que houvesse possibilidade da venda das esposas: “o declínio da
vigilância punitiva da Igreja e seus tribunais sobre conduta sexual; o consentimento da
comunidade e uma certa autonomia da cultura plebeia em relação a culta; uma autoridade civil
distanciada, desatenta ou tolerante” (THOMPSON, 1998, p. 334). Tais condições históricas
existiam no século 17, onde o costume fincou raízes. Não havia uma maneira de fazer isso
conforme a lei oficial da Inglaterra? Sim, recorrendo à Câmara dos Lordes e pagando uma
quantia muito alta. Coisa que a classe popular pouco sabia a respeito, tampouco dispunha de
dinheiro para tal. Aqui o choque entre as duas culturas, da elite e popular, se evidencia. Os pobres
reconheciam os costumes e a opinião da comunidade mais do que um documento protocolado
por autoridades.
Pós-Modernismo
(final do séc. 20 até dias atuais)
• Reavaliação sobre a possibilidade da representação exata da realidade
• É possível a reprodução exata da realidade? É possível captá-la com a linguagem?
Alguma vez já sentiu que faltaram palavras para expressar o que você sentia?
• O que é real? Como você o define?
• Diante disso, questiona-se a objetividade e cientificidade do conhecimento
histórico. Todas as narrativas passam a ser válidas pois a verdade é relativa. O que
é verdade para você pode não ser para mim.
• Hayden White mostra como os historiadores recorrem a modos de narração
importados da literatura para construir o sentido de seus textos: romance,
tragédia, comédia ou sátira.
Realidade como
construção
RESUMÃO DO QUE É HISTÓRIA EM
DOIS PASSOS
• 1º Estudo de acontecimentos do passado
> Fontes (escritas, orais, imagéticas, físicas, etc.)
> Crítica interna e externa às fontes (técnica intelectual); comparações com
outras fontes (para determinar o verdadeiro e o falso).

• 2º Produção de um texto narrativo informando os resultados da


investigação
> Descrição (assim como um detetive faz)
> Interpretação (assim como um filósofo faz)
Para que serve a história?
• Não cometer os mesmos erros do
passado (magistra vitae)
• Compreender o presente (como ir a
um psicanalista)
• Modificar a realidade atual (política
e ética)
• Diversão e entretenimento
• Não ser um songamonga
Referências e Para Saber Mais:
• “Apologia da história” de Marc Bloch: a ciência de historiar
(http://tempossafados.blogspot.com.br/2012/06/apologia-da-historia-de-marc-
bloch.html)
• Os documentos da História: uma iniciação do historicismo aos Annales
(http://tempossafados.blogspot.com/2013/05/os-documentos-da-historia-uma-
iniciacao.html)
• A historiografia marxista inglesa (http://tempossafados.blogspot.com/2012/10/a-
historiografia-marxista-inglesa.html)
• O leilão das esposas: E. P. Thompson investiga os costumes ingleses
(http://tempossafados.blogspot.com/2012/10/o-leilao-das-esposas-e-p-thompson.html)
• Passado, História, Historiografia e Teoria da História
(http://tempossafados.blogspot.com/2013/03/passado-historia-historiografia-e.html)
• Desconstrução e narrativa em Munslow: repensando o pós-modernismo
(http://tempossafados.blogspot.com/2013/09/desconstrucao-e-narrativa-em-
munslow.html)
Experimento em Pesquisa Histórica
• Proposta: Elabore uma pesquisa investigativa se utilizando de fontes documentais (fotografias,
cartas, entrevistas, objetos, etc.) sobre algum acontecimento de sua vida. Pode ser sobre o dia de
seu nascimento, uma festa, um aniversário, o rebaixamento de seu time, a morte de alguém, o
dia em que encontrou seu cachorro na rua ou em que conquistou seu crush. Usem a criatividade!
• Depois de feita a investigação, escreva uma redação narrativa detalhada sobre os resultados da
pesquisa.
• Especificações do trabalho:
Capa e cabeçalho

Digitado (fonte: Times New Roman, 12) ou manuscrito em folha de papel almaço

Mínimo: 30 linhas

Valor: 5,0

Entrega:

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