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Auditoria
Constituição Federal
Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma integrada, sistema de
controle interno com a finalidade de:
I – avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a execução dos programas
de governo e dos orçamentos da União;
II – comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência, da gestão
orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da administração federal, bem
como da aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado;
III – exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem como dos direitos e
haveres da União;
IV – apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional.
§ 1º Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhecimento de qualquer irregulari-
dade ou ilegalidade, dela darão ciência ao Tribunal de Contas da União, sob pena de responsa-
bilidade solidária.
O Sistema de Controle Interno previsto na CF é um sistema orgânico constituído pelas várias
unidades de controle interno que atuam de forma integrada e sob a orientação normativa e
supervisão técnica de um órgão central de controle interno – Ministério da Transparência e
Controladoria- Geral da União – CGU.
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Lei 4.320/64
TÍTULO VIII
Do Controle da Execução Orçamentária
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 75. O controle da execução orçamentária compreenderá:
I – a legalidade dos atos de que resultem a arrecadação da receita ou a realização da despesa,
o nascimento ou a extinção de direitos e obrigações;
II – a fidelidade funcional dos agentes da administração, responsáveis por bens e valores
públicos;
III – o cumprimento do programa de trabalho expresso em termos monetários e em termos de
realização de obras e prestação de serviços.
CAPÍTULO II
DO CONTROLE INTERNO
Art. 76. O Poder Executivo exercerá os três tipos de controle a que se refere o artigo 75, sem prejuízo das
atribuições do Tribunal de Contas ou órgão equivalente.
Art. 77. A verificação da legalidade dos atos de execução orçamentária será prévia, concomitante e
subseqüente.
Art. 78. Além da prestação ou tomada de contas anual, quando instituída em lei, ou por fim de gestão,
poderá haver, a qualquer tempo, levantamento, prestação ou tomada de contas de todos os responsáveis
por bens ou valores públicos.
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Independência e objetividade
A independência e a objetividade são dois pressupostos fundamentais para o exercício da
auditoria interna, tanto na condução dos trabalhos quanto na emissão de opinião pela Unidade
de Auditoria Interna Governamental – UAIG. Estão associados o primeiro, à UAIG, e o segundo,
à atitude do auditor em relação à Unidade Auditada.
Para que a função de auditoria interna seja independente, deve possuir autonomia técnica. Isso
significa que o responsável pela UAIG deve se comunicar diretamente com as pessoas de maior
nível hierárquico dentro da Unidade Auditada (alta administração ou conselho, se houver) que
permitam à UAIG cumprir suas responsabilidades, livre de interferências na determinação do
escopo, na execução dos procedimentos, no julgamento profissional e na comunicação dos
resultados.
Os auditores internos governamentais, por sua vez, devem atuar de forma imparcial e isenta,
evitando situações de conflito de interesses ou quaisquer outras que afetem sua objetividade,
de fato ou na aparência, ou comprometam o seu julgamento profissional.
Adição de valor
A proposta de adicionar valor está diretamente vinculada à questão de a auditoria interna
considerar, no planejamento dos trabalhos da UAIG, as estratégias, os objetivos, as metas
da organização, os riscos a que os processos da Unidade Auditada estão sujeitos, além das
expectativas dos destinatários dos trabalhos de auditoria, quais sejam: a alta administração,
os gestores das organizações e das entidades públicas federais e a sociedade, de modo geral.
Assim, os trabalhos de auditoria estarão ligados às reais demandas das Unidades Auditadas
e poderão contribuir de forma tempestiva e efetiva, em assuntos relevantes, críticos e/ou
estratégicos para a organização. Ex: auditorias em sistemas corporativos importantes para
o alcance dos objetivos estratégicos da organização, com ênfase gerencial e, não somente,
à conformidade das transações resultantes dos sistemas. Essa abordagem representa um
amadurecimento da auditoria.
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Abordagem sistemática e disciplinada
Como os objetos auditados se tornam mais complexos, as exigências para as auditorias se
tornam maiores. A abordagem exige maior envolvimento da equipe de auditoria e maior
conhecimento das áreas de negócio da Unidade Auditada, além de maior domínio dos
procedimentos e técnicas de auditoria. O trabalho de auditoria deve ser metodologicamente
estruturado, baseado em normas e padrões técnicos e profissionais e estar sempre
suficientemente evidenciado.
Atuação dos auditores internos na melhoria da eficácia dos processos de governança, de
gerenciamento de riscos e de controles internos
Os objetivos dos trabalhos de auditoria devem ser estabelecidos de forma que contribuam
para o alcance dos objetivos organizacionais da Unidade Auditada e para o aprimoramento dos
processos de governança, de gerenciamento de riscos e de controle.
Avaliação e consultoria
A avaliação e a consultoria são as duas vertentes típicas da atividade de auditoria interna.
Ambas se complementam para atingir o objetivo de agregar valor às organizações.
A apuração cumpre, juntamente com a avaliação e a consultoria, papel extremamente
relevante, visto contribuir para que se apresentem respostas efetivas às violações de
integridade, atendendo, dessa forma, a uma forte expectativa social. Não constitui uma função
típica de auditoria interna governamental e vem sendo desenvolvida pelas UAIG que compõem
o SCI, por força da Lei nº 10.180, de 2001.
Avaliação
O trabalho de avaliação, como parte das atividades de auditoria interna, pode ser definido
como a obtenção e a análise de evidências com o objetivo de fornecer opiniões ou conclusões
independentes sobre um objeto de auditoria.
A CF/88 prevê que esse tipo de trabalho seja realizado sobre temas variados, tais como:
cumprimento das metas previstas no plano plurianual; execução dos programas de governo
e dos orçamentos da União; legalidade, economicidade, eficiência e eficácia da gestão
orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e nas entidades da Administração Pública; e
regularidade da aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado.
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Etapas da Avaliação
A avaliação é composta basicamente das seguintes etapas: planejamento, execução,
comunicação dos resultados e monitoramento, contudo, é importante ressaltar que não há
uma divisão rígida entre elas.
Planejamento
Em geral, um trabalho de avaliação deriva de um planejamento global para um período
específico. Deve ser estabelecido um Plano de Auditoria Interna baseado em riscos, levando-se
em conta os objetivos estratégicos, as prioridades e as metas da Unidade Auditada, bem como
os riscos a que seus processos estão sujeitos.
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Deve haver também um planejamento do trabalho individual de auditoria. São realizados
levantamentos preliminares e análise dos principais riscos e medidas de controles existentes
para definir o objetivo da avaliação e à delimitação do escopo. São definidas as questões sobre
o objeto que o trabalho pretende responder.
São definidos também os testes a serem executados e as técnicas a serem utilizadas, que
comporão o programa de trabalho. São adotadas medidas para prover os recursos humanos e
materiais necessários ao trabalho.
Execução
Consiste em colocar em prática o programa de trabalho. São realizados os testes previstos, por
meio das técnicas selecionadas, e registrados os achados de auditoria, com base nos resultados
obtidos. Os achados possibilitarão responder às questões de auditoria, atendendo ao objetivo
estabelecido inicialmente para a avaliação.
Nessa etapa, a equipe irá comparar a situação encontrada com os critérios definidos no
programa de trabalho. Os resultados (achados de auditoria) deverão estar apoiados em
evidências suficientes, confiáveis, fidedignas, relevantes e úteis.
É imprescindível que, durante todo o processo de auditoria, haja comunicação clara e eficiente
com o auditado, obtendo junto a ele as informações necessárias, bem como fornecendo
informações sobre os achados identificados. Após a elaboração dos achados de auditoria, estes
devem ser discutidos com a Unidade Auditada.
Podem ser emitidas recomendações, que também devem ser apresentadas e debatidas com o
auditado, a fim de se estabelecerem conjuntamente as medidas mais adequadas para mitigar
as causas dos pontos levantados, bem como para proporcionar um ambiente de discussão e de
entendimento mútuo.
Monitoramento
O monitoramento da implementação das recomendações deve ser realizado de forma
permanente para garantir a efetividade do trabalho. É necessário verificar se houve ganho de
desempenho nos objetos avaliados a partir das recomendações e averiguar os motivos para a
eventual falta de implementação do que tenha sido anteriormente pactuado.
Importante também registrar e medir os benefícios financeiros e não financeiros obtidos por
meio da atividade de auditoria interna para verificar se a atividade de avaliação agrega valor à
gestão e conferir maior transparência aos resultados alcançados.
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Consultoria
É uma atividade de auditoria interna governamental que consiste em assessoramento,
aconselhamento e outros serviços relacionados fornecidos à alta administração com a
finalidade de respaldar as operações da unidade. Em regra, é prestado em decorrência de
solicitação específica do órgão/entidade, ou ainda de órgão ou colegiado interministerial
com competência para avaliação e monitoramento da ação governamental ou com papel
de fortalecimento da governança, da gestão de riscos e dos controles internos. Os trabalhos
de consultoria devem abordar assuntos estratégicos da gestão, sua natureza e seu alcance,
acordados previamente.
Tem como finalidades agregar valor à organização e melhorar os seus processos de governança,
de gestão de riscos e de controles internos, de forma condizente com os valores, as estratégias
e os objetivos da Unidade Auditada, sem que o auditor interno governamental assuma qualquer
responsabilidade que seja da administração.
Por meio das consultorias, a UAIG busca:
a) contribuir para o aperfeiçoamento das políticas públicas e da atuação das organizações que
as gerenciam, por exemplo, assistindo a unidade no processo de desenho ou de redesenho
de programas e de sistemas;
b) auxiliar os órgãos e as entidades do Poder Executivo Federal na estruturação e no
fortalecimento da primeira e da segunda linhas de defesa da gestão;
c) apoiar os órgãos e as entidades do Poder Executivo Federal na identificação de metodologias
de gestão de riscos e de controles;
d) promover a capacitação e a orientação da Unidade Auditada.
Etapas da Consultoria
Planejamento, Execução, Comunicação dos Resultados e Monitoramento.
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Consultoria e Avaliação: Semelhanças e Diferenças
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Técnicas de Auditoria
•• Inspeção
•• Observação
•• Análise Documental
•• Confirmação externa (Circularização)
•• Indagação
•• Recálculo Procedimentos analíticos
•• Reexecução
•• Rastreamento e Vouching: Consistem basicamente em verificar a correspondência
entre lançamentos contábeis e a documentação que lhe serve de base. São executadas,
entretanto, em sentido oposto: no rastreamento, o auditor primeiramente seleciona
documentos que representam transações e, posteriormente verifica se aquelas
transações foram de fato registradas no sistema contábil; no vouching, o auditor seleciona
primeiramente as transações e, em seguida, verifica se existe de fato a documentação que
lhe serve de base e, por conseguinte, se aquela transação de fato ocorreu.
•• Benchmarking: Embora não se trate originalmente de uma técnica de auditoria, o
benchmarking é bastante útil para a avaliação de desempenho e até para a avaliação
de risco das Unidades Auditadas. Consiste basicamente em comparar algum aspecto do
desempenho de uma organização com o de outra organização, ou mesmo com outra área
da própria organização, cujo desempenho positivo possa ser considerado uma referência.
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Técnicas de Auditoria Assistidas por Computador
As Técnicas de Auditoria Assistidas por Computador (TAAC) estão situadas no contexto das
Técnicas de Auditoria Baseadas em Tecnologia (TABC) conceituadas como sendo quaisquer
ferramentas automatizadas de auditoria, como softwares gerais de auditoria, geradores
de dados de teste, programas computadorizados de auditoria e utilitários de auditoria
especializada.
Essas técnicas envolvem a realização de análises de dados com uso de tecnologia para apoiar a
avaliação de controles.
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