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UNIVERSIDADE AGOSTINHO NETO

FACULDADE DE ECONOMIA
DEPARTAMENTO DE GESTÃO E CONTABILIDADE

ANÁLISE DA HIGIENE E SEGURANÇA NO TRABALHO.


Sua aplicabilidade e impacto em empresas do ramo petrolífero: estudo
de caso Bonzai Multiservices,lda.

Osvaldo Jacinto Sapato Ussoco.

Monografia para obtenção do grau de licenciatura em Contabilidade e


Administração.

Orientador:

João Mateus Domingos.

Co-orientador:

João Chimpolo.

LUANDA

2010

0
UNIVERSIDADE AGOSTINHO NETO
FACULDADE DE ECONOMIA
DEPARTAMENTO DE GESTÃO E CONTABILIDADE

ANÁLISE DA HIGIENE E SEGURANÇA NO TRABALHO.


Sua aplicabilidade e impacto em empresas do ramo petrolífero: estudo
de caso Bonzai Multiservices,lda.

Osvaldo Jacinto Sapato Ussoco.

Monografia para obtenção do grau de licenciatura em Contabilidade e


Administração.

Orientador:

João Mateus Domingos.

Co-orientador:

João Chimpolo.

1
Ao meu pai biológico (Eduardo Ussoco), meu pai de criação (Manuel
Samuangala), à minha mãe (Cândida Chela) e especialmente meu primo
(Gabriel Muhona).

2
AGRADECIMENTOS

À DEUS todo-poderoso, pela vida e sabedoria, à Bonzai Multiservices,


Lda., pela autorização da realização da pesquisa, ao ministério da assistência
pública emprego e segurança social (MAPESS) – nomeadamente a inspecção-
geral do trabalho pela disponibilização de dados estatísticos e legislação sobre
higiene e segurança no trabalho, à faculdade de economia da U.A.N ao meu
orientador João Mateus Domingos e ao meu co-orientador João Chimpolo pelo
apoio incondicional, a todos os professores do curso e a todos que directa ou
indirectamente contribuíram para que este trabalho fosse um facto.

3
RESUMO
Esta pesquisa tem como objectivo, analisar o grau de aplicabilidade da
higiene e segurança no local de trabalho, da empresa Bonzai Multiservices,lda
e ajudar a mesma a munir-se de conhecimentos e mecanismos , em que a sua
utilização resultem na manutenção e aumento da higiene e segurança no
trabalho, nomeadamente, eliminando as causas das doenças profissionais no
local de trabalho, a manutenção da saúde dos trabalhadores, a redução dos
efeitos prejudiciais de doenças provocadas pelo trabalho, adoptando para o
efeito um estilo de liderança que ajude na criação de um ambiente de trabalho
salubre, que proporcione um bem estar aos trabalhadores e o aumento da
produtividade.

Para análise da higiene e segurança no trabalho, a metodologia utilizada


é aquela que se identifica com o fórum desta pesquisa que é aplicada, assim
foram utilizadas fontes primárias e secundárias, aliadas a uma abordagem
quantitativa que possibilitou a tradução dos resultados em números, e uma
abordagem qualitativa. Foi aplicado um questionário de perguntas abertas e
fechadas como técnica de recolha de dados, sendo que em termos de
procedimentos técnicos é uma pesquisa de levantamento bibliográfico valendo-
se de material já publicado sobre higiene segurança no trabalho.

Os principais resultados da pesquisa apuraram uma inobservância da


higiene e segurança no local de trabalho da empresa, causada em grande
medida pela não existência de um plano para o efeito, a funcionalidade da
empresa em instalações impróprias e a adopção de um estilo de liderança
autoritário. E por fim recomenda-se à empresa em função dos resultados a
orçamentação de um plano de higiene e segurança, adequar as instalações
com requisitos necessários à execução da actividade laboral e a mudança do
estilo de liderança.

Palavras-chaves: Higiene no trabalho, segurança do trabalho, local de


trabalho, acidente de trabalho, saúde.

4
ABSTRACT

5
ÍNDICE DE FIGURAS

Tabela 2.1.Tipo de acidentes=====================.29


Tabela 2.2. Causas de acidentes de trabalho==============.30
Tabela 2.3.Acidentes de trabalho por ramo de actividade e grupo etário==..31
Tabela 2.4. Exemplos de agentes causadores de riscos=========..34
Tabela 2.5. Valores recomendáveis de iluminação============38
Tabela 2.6 a. Níveis gerais de ruído==================.40
Tabela 2.6 b. Níveis gerais de ruído==================.41
Tabela 2.7. Segurança como responsabilidade de linha e função de staff=...45
Tabela 2.8. Modelo de pesquisa sobre qualidade de vida no trabalho===...53
Tabela 3.1. Idade dos inqueridos===================..58
Gráfico 3.1.1. Idade dos inquiridos==================...58
Tabela 3.2. Distribuição por sexo===================..59
Gráfico 3.2.1. Distribuição por sexo==================..59
Tabela 3.3. Distribuição por tempo de trabalho=============..60
Gráfico 3.3.1. Distribuição por tempo de trabalho============..60
Tabela 3.4. Grau de instrução dos inqueridos==============.61
Gráfico 3.4.1. Grau de instrução dos inqueridos=============61
Tabela 3.5. Nível de sinistralidade======...============.62
Gráfico 3.5.1. Nível de sinistralidade==================62
Tabela 3.6. Trabalhadores que presenciaram acidentes de trabalho====.63
Gráfico 3. 6.1. Trabalhadores que presenciaram acidentes de trabalho===63
Tabela 3.7. Conhecimento sobre higiene e segurança no trabalho=====64
Gráfico 3.7.1. Conhecimento sobre higiene e segurança no trabalho==...=.65
Tabela 3.8.1 Iluminação=======================..65
Gráfico 3.8.1.1. Iluminação=====================....66
Tabela 3.8.2. Ruído=========================.66
Gráfico 3.8.2.1 Ruído========================..67
Tabela 3.8.3 Vibrações========================67
Gráfico 3.8.3.1 Vibrações=======================68
Tabela 3.8.4. Condições atmosféricas=================.68

6
Gráfico 3.8.4.1. Condições atmosféricas================.69
Tabela 3.9. Influência da liderança==================...69
Gráfico 3.9.1. Influência da liderança==================70
Tabela 3.10. Existência de supervisor=================..71
Gráfico 3.10.1. Existência de supervisor==...=========..====71
Tabela 3.11. Formação de 1ºsocorro e uso de extintor==========.72
Gráfico 3.11.1 Formação de 1ºsocorro e uso de extintor=========..72

7
SIGLAS UTILIZADAS.

CECA – Comunidade Europeia de Carvão e do Aço.

CPAT – Comissão de Prevenção de Acidentes de Trabalho.

EPI – Equipamento de Protecção Individual.

FIAT – Fábrica Internacional de Automóveis de Turin.

L.G.T – Lei Geral do Trabalho.

MAPESS – Ministério da Assistência Pública, Emprego e Segurança Social.

OIT- Organização Internacional do Trabalho.

OMS – Organização Mundial da Saúde.

PRONACI – Programa Nacional de Qualificação de Chefias Intermédias


(Portugal).

UAN – Universidade Agostinho Neto.

QVT- Qualidade de Vida no Trabalho.

8
Índice

CITAÇÃO==============================.2
DEDICATÓRIA============================3
AGRADECIMENTOS=========================.4
RESUMO=============================.=5
INDICE DE FIGURAS=========================6
SIGLAS UTILAZADAS========================..8
CAPÍTULO I: Introdução================..======...11
1.1.Clarificação dos conceitos chaves=================..11
1.2. Revisão literária=========================11
1.3. Objecto de estudo========================12
1.4. Justificativa da pesquisa=====================.13
1.5.Objectivos da pesquisa======================.14
1.5.1. Objectivo geral========================...14
1.5.2. Objectivos específicos=====================..14
1.6. Problema da pesquisa======================.14
1.7 Hipóteses============================14
1.7.1. Hipótese geral=========================14
1.7.2.Hipóteses secundárias=====================..15
1.8. Desenho da metodologia usada==================15
1.8.1.Tipo de pesquisa========================16
1.8.2. Método de recolha de dados==================...16
1.8.3.Delimitação do estudo=====================...16
1.8.4. Estrutura da apresentação dos capítulos=============..16

CAPÍTULO II: Fundamentação teórica e conceptual===========.17


2.1. A higiene e segurança no trabalho no mundo: breve historial=====..17
2.2. A higiene e segurança no trabalho na perspectiva Angolana=====...19
2.2.1. Aspectos legais========================.19
2.2.2. Estatística de acidentes de trabalho===============..27
2.2.2.1. Acidentes de trabalho por província==============...28
2.2.2.2. Acidentes de trabalho por ramo de actividade e grupo etário====31
2.3. Higiene do trabalho=======================..32
2.3.1.Conceito===========================...32

9
2.3.2.Objectivos da higiene do trabalho================...35
2.3.3.Condições ambientais de trabalho================..36
2.3.3.1.Iluminação==========================37
2.3.3.2. Ruído============================39
2.3.3.2.1. Consequências do ruído===================41
2.3.3.2.1.1.Prevenção da exposição ao ruído==============.42
2.3.3.3. Condições atmosféricas====================43
2.3.3.3.1. Temperatura========================43
2.3.3.3.2. Humidade=========================.43
2.4. Segurança do trabalho======================43
2.4.1.Conceito=========================...==44
2.4.2.Prevenção de acidentes=====================47
2.4.2.1.Identificação das causas dos acidentes=============..49
2.4.2.2.Custo directo e indirecto dos acidentes=============..51
2.5.Qualidade de vida no trabalho versus desempenho do trabalhador===.52
2.6. Impacto socioeconómico da higiene e segurança no trabalho=====.54

CAPÍTULO III: Estudo de caso: Bonzai Multiservices,Lda=========57


3.1. Apresentação, análise e discussão de dados============.57
3.2. Conclusão e recomendações===================.74
3.2.1. Conclusão==========================.75
3.2.2. Recomendações========================76
BIBLIOGRAFIA===========================.77
ANEXOS==============================79
• A1-Questionário========================79
• A2- Sinalização de segurança==================81

10
CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO

Este capítulo é de carácter introdutório. E espelha a definição dos


termos chaves inerentes a pesquisa, a revisão literária em que enfatiza-se o
que já foi escrito acerca da higiene e segurança no trabalho, o porque e a
importância da própria pesquisa, os objectivos da pesquisa, a problemática da
pesquisa, as hipóteses, o desenho da metodologia utilizada, o tipo de pesquisa,
as técnicas de recolha de dados, enfim um todo conjunto de elementos que
dão cunho científico à pesquisa.

1.1.Clarificação dos conceitos chaves.


Higiene do trabalho: Segundo Scope (apud Chiavenato, 2008,
p.348):"refere-se ao conjunto de normas e procedimentos que visa à protecção
da integridade física e mental do trabalhador, preservando-o de ricos de saúde
inerentes às tarefas do cargo e ao ambiente físico onde são executadas="

Segurança do trabalho: Para Chiavenato (2008, p.352) "é o conjunto


de medidas técnicas, educacionais, médicas e psicológicas utilizadas para
prevenir acidentes seja eliminando condições inseguras do ambiente, seja
instruindo ou convencendo as pessoas da utilização das práticas
preventivas="

1.3.Revisao literária.
Todos os autores que escreveram sobre higiene e segurança no
trabalho (pelo menos os consultados), são unânimes em reconhecer que é
importante que haja segurança e higiene no trabalho. Apresenta-se nesta
secção a revisão da literatura base, já que os demais autores bebem desta do
modo geral e especificamente de Idalberto Chiavenato.

Para CHIAVENATO (2008), do ponto de vista da gestão de RH, a saúde


e a segurança das pessoas constitui o ponto de partida para conservação de
uma mão-de-obra qualificada. De um modo geral a higiene e segurança no
trabalho, constituem duas actividades estreitamente enlaçadas no intuito de

11
garantir condições pessoais e materiais de trabalho permitindo manter um certo
nível de saúde dos trabalhadores.

Dos objectivos da higiene do trabalho apontados por este autor


ressaltam, a eliminação das causas das doenças profissionais, e a manutenção
da saúde dos trabalhadores e aumento da produtividade por meio do controle
do ambiente de trabalho. Chavienato, também defende que "a segurança não
deve ficar restrita somente à área de produção. Os escritórios, depósitos etc.
também oferecem riscos cujas implicações afectam a empresa toda."

BOHLANDER, SNELL e SHERMAN (2003), nos seus escritos


convergem com Chiavenato ao considerarem que os riscos associados
basicamente às actividades vocacionadas à produção industrial, nos anos
recentes estes têm sido reconhecidos em actividades não fabris e têm sido
tomadas as devidas precauções. Mas estes autores vão ainda mais longe,
porque para eles a formação dos trabalhadores não basta, cabendo para o
efeito incentivar os trabalhadores que menos acidentes sofrerem, pela
observância de medidas preventivas.

Em termos legais, o Estado Angolano, por meio da lei 02/00 de 22 de


Fevereiro: Lei geral do trabalho, consagra no capítulo V, nas suas duas
secções, artigos que legislam a higiene e segurança no trabalho como sendo
de cumprimento obrigatório para as empresas assim como para os próprios
trabalhadores.

1.3. Objecto de estudo.


Partindo da constatação de que para a OMS (apud Pedro e Hermano,
2003,p. 8):“Saúde é o completo bem-estar físico, mental e social, e não
somente a ausência de afecções ou enfermidades” e que “o gozo do grau
máximo de saúde que se pode alcançar é um dos direitos fundamentais de
todo ser humano. “ E se considerarmos que praticamente a higiene e
segurança no local de trabalho passou a ser conotada como restringida apenas
às empresas industriais, urge a necessidade em alertar as empresas não
industriais a tomarem consciência e incluir nos seus planos financeiros custos
relacionados com o bem-estar dos seus colaboradores.

12
Pois que os riscos à saúde que eram associados às actividades
industriais, nos anos recentes estes riscos têm sido reconhecidos em
actividades fora das fábricas. (BOHLANDER et al., 2003), É mister neste
estudo trazer ao conhecimento princípios que possibilitem às empresas sobre
tudo as não industriais e especialmente a BONZAI a pautarem-se pela adopção
de mecanismos de higiene e segurança no trabalho que permitam a prevenção
dos trabalhadores, que é mais barata do que a cura, permitindo assim a
salvaguarda da saúde e bem-estar dos s mesmos, já que o maior tempo de
suas vidas é absorvido no local de trabalho.

1.4. Justificativa da pesquisa


Dentro das perspectivas dos direitos fundamentais do trabalhador em
usufruir de uma boa e saudável qualidade de vida, na medida em que não se
pode dissociar os direitos humanos e a qualidade de vida, verifica-se,
gradativamente, a grande preocupação com as condições do trabalho. A
primazia dos meios de produção em detrimento da própria saúde humana é
facto que, infelizmente, vem sendo experimentado ao longo da história da
sociedade moderna. É possível conciliar economia e saúde no trabalho. (Pedro
e Hermano, 2003,p. 8). As doenças aparentemente modernas (stress,
neuroses e as lesões por esforços repetitivos), já há séculos vêm sendo
diagnosticadas. Os problemas relacionados com a saúde intensificam-se a
partir da Revolução Industrial. As doenças do trabalho aumentam em
proporção a evolução e a potencialização dos meios de produção, com as
deploráveis condições de trabalho e da vida das cidades. (ibidem).

Olhando para o que acima foi exposto, este tema foi escolhido
exactamente para atender a necessidade do trabalhar em usufruir de um
ambiente salutar de trabalho, já que as contribuições do estudo permitirão a
formação de atitudes por parte dos responsáveis da empresa por um lado e por
outro a formação de atitudes e conhecimentos nos trabalhadores já que a
higiene e segurança não depende única e exclusivamente para a empresa,
pois esta pesquisa revela-se uma ferramenta importante e indissociável.

13
A pesquisa teve impacto local, e poderá adaptar-se à realidade de outras
empresas que operam no sector, a munirem-se de mecanismos para
implantação de condições humanas de trabalho tornando o local de trabalho
um ambiente de preservação da integridade física e mental do trabalhador.

1.5. Objectivos da pesquisa.


1.5.1. Geral

Ajudar a empresa, a munir-se de conhecimentos e mecanismos


necessários, em que a sua utilização resulte, na manutenção e aumento da
higiene e segurança no local de trabalho.

1.5.2. Específicos:

 Ajudar a empresa a adoptar mecanismos, conducentes à eliminação das


causas das doenças profissionais no local de trabalho.

 Proporcionar à empresa ferramentas necessárias para a manutenção da


saúde dos trabalhadores, proporcionando um aumento da produtividade,
por meio do controlo do ambiente de trabalho.

 Recomendar alternativas que visem a redução dos efeitos prejudiciais


de doenças provocadas pelo trabalho.

 Persuadir a empresa a adoptar estilos de liderança que ajudam na


criação de um ambiente salubre de trabalho.

1.6. Problema da Pesquisa

Que mecanismos devem ser utilizados para a observância e


manutenção da higiene e segurança no local de trabalho?

1.7. Hipóteses

1.7.1. Geral:

14
A inclusão de um plano de higiene e segurança no trabalho como custos
da empresa permite a execução e manutenção da higiene e segurança no
local de trabalho.

1.7.2. Secundárias:

 A formação dos trabalhadores em matéria de higiene e segurança no


trabalho, assim como a sinalização do local de trabalho, contribui
para observância e manutenção da higiene e segurança no local de
trabalho.

 O funcionamento da empresa em instalações próprias criadas para o


exercício da actividade laboral, eleva o nível de observância e
manutenção da higiene e segurança no local de trabalho.

 A adopção de estilos de liderança participativos, eleva a manutenção


de higiene e segurança no local de trabalho.

1.8. Desenho e Metodologia Usada.

1.8.1. Tipo de pesquisa:

Para melhor compreensão, pode-se dizer que, "pesquisa é um conjunto


de acções, propostas para encontrar a solução para um problema, que têm por
base procedimentos racionais e sistemáticos" (Silva e Menezes, 2001,p.20).

Logo, do ponto de vista da natureza esta pesquisa figura-se como sendo


aplicada, pois visou a obtenção de conhecimentos de aplicação prática para
resolução de problemas específicos de higiene e segurança no trabalho.

A pesquisa envolveu a utilização de fontes primárias, em que foram


colhidas opiniões, informações por parte da direcção da empresa, assim como
fontes secundárias a partir da internet, bibliotecas universitárias e não só,
livros, instituições públicas, etc.

Em termos de abordagem, a pesquisa foi quantitativa, porque as


opiniões, informações obtidas foram traduzidas em números possibilitando a
sua análise e interpretação, outrossim também foi utilizada a abordagem
qualitativa pois que certas opiniões não poderiam ser susceptíveis traduzi-las
numericamente.
15
1.8.2. Técnicas de recolha de dados.

As técnicas que foram utilizadas na recolha de dados são aquelas que


se identificam com o fórum desta pesquisa (pesquisa descritiva), neste caso foi
utilizado o questionário com perguntas abertas e fechadas em que foram
inqueridos os trabalhadores. Em termo de procedimentos técnicos a pesquisa
foi de levantamento bibliográfico porque valeu-se de material já publicado de
higiene e segurança no trabalho, como: livros, jornais, revistas, artigos da
internet e outros.

1.8.3. Delimitação do estudo.


O objectivo desta pesquisa foi estudar a higiene e segurança no local de
trabalho da empresa de prestação de serviços Bonzai Multiservices, lda. A
população ou universo de estudo considerado, foram todos trabalhadores desta
empresa. A amostra foi aleatória pois foram seleccionados e distribuídos
questionários ao acaso a 75 trabalhadores, cujo resultado foi extrapolado para
o universo populacional.

1.8.4. Estrutura da apresentação dos capítulos.

A pesquisa conta com três capítulos, um capítulo introdutório, um da


fundamentação teórica e conceptual e por ultimo um capítulo dedicado a
discussão, analise, tratamento de dados, conclusões e recomendações finais.

No capítulo introdutório constam, aspectos metodológicos, que dão


cunho científico à pesquisa como, objectivos, objecto de estudo, a importância
da pesquisa=

No capítulo dois está espelhada toda base teórica e conceptual sobre


higiene e segurança no trabalho que serve de fundamentação para análise dos
dados colectados na realidade pesquisada.

O capítulo terceiro que encerra a pesquisa, espelha, a análise,


compilação, dos dados obtidos na pesquisa, valendo-se da base teórica foram
inferidos os resultados da pesquisa, tecendo-se as conclusões e
recomendações finais.

16
CAPÍTULO II: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA E CONCEPTUAL.

2.1. A higiene e segurança no trabalho no mundo - breve historial.


A indústria sempre teve associada a vertente humana, nem sempre
tratada como sua componente preponderante. Até meados do século 20, as
condições de trabalho nunca foram levadas em conta, sendo sim importante a
produtividade, mesmo que tal implicasse riscos de doença ou mesmo à morte
dos trabalhadores. Para tal contribuíam dois factores, uma mentalidade em que
o valor da vida humana era pouco mais que desprezível e uma total ausência
por parte dos Estados de leis que protegessem o trabalhador. Apenas a partir
da década de 50 / 60, surgem as primeiras tentativas sérias de integrar os
trabalhadores em actividades devidamente adequadas às suas capacidades.
(Higiene e segurança no trabalho, in: manual de formação/programa formação
PME, pp.3).

Dentro das perspectivas dos direitos fundamentais do trabalhador em


usufruir de uma boa e saudável qualidade de vida, na medida em que não se
pode dissociar os direitos humanos e a qualidade de vida, verifica-se,
gradativamente, a grande preocupação com as condições do trabalho. A
primazia dos meios de produção em detrimento da própria saúde humana é
facto que, infelizmente, vem sendo experimentado ao longo da história da
sociedade moderna. É possível conciliar economia e saúde no trabalho. As
doenças aparentemente modernas (stress, neuroses e as lesões por esforços
repetitivos), já há séculos vêm sendo diagnosticadas. (EVANGELINOS e
MACHETTI, 2003,pp. 8).

Os problemas relacionados com a saúde intensificam-se a partir da


Revolução Industrial. As doenças do trabalho aumentam em proporção a
evolução e a potencialização dos meios de produção, com as deploráveis
condições de trabalho e da vida das cidades. A OIT - Organização
Internacional do Trabalho, em 1919, com o advento do Tratado de Versalhes,
objectivando uniformizar as questões trabalhistas, a superação das condições
subumanas(sic) do trabalho e o desenvolvimento económico, adopta seis
convenções destinadas à protecção da saúde e à integridade física dos
trabalhadores (limitação da jornada de trabalho, protecção à maternidade,
17
trabalho nocturno para mulheres, idade mínima para admissão de crianças e o
trabalho nocturno para menores).(Op. Cit, idem)

Até os dias actuais diversas acções foram implementadas envolvendo a


qualidade de vida do trabalho, buscando intervir directamente nas causas e
não apenas nos efeitos a que estão expostos os trabalhadores. Em 1919, por
meio do Decreto Legislativo nº 3.724, de 15 de Janeiro de 1919, implantaram-
se serviços de medicina ocupacional, com a fiscalização das condições de
trabalho nas fábricas. Com o advento da Segunda Guerra Mundial despertou-
se uma nova mentalidade humanitária, na busca de paz e estabilidade social;

Finda a Segunda Guerra Mundial, é assinada a Carta das Nações


Unidas, em São Francisco, em 26 de Junho de 1945, que estabelece nova
ordem na busca da preservação, progresso social e melhores condições de
vida das futuras gerações. Em 1948, com a criação da OMS - Organização
Mundial da Saúde, estabelece-se o conceito de que a “saúde é o completo
bem-estar físico, mental e social, e não somente a ausência de afecções ou
enfermidades” e que “o gozo do grau máximo de saúde que se pode alcançar é
um dos direitos fundamentais de todo ser humano.” (EVANGELINOS e
MACHETTI, 2003,pp. 8)

Em 10 de Dezembro de 1948, a Assembleia Geral das Nações Unidas,


aprova a Declaração Universal dos Direitos Humanos do Homem, que se
constitui uma fonte de princípios na aplicação das normas jurídicas, que
assegura ao trabalhador o direito ao trabalho, à livre escolha de emprego, as
condições justas e favoráveis de trabalho e à protecção contra ao desemprego;
o direito ao repouso e ao lazer, limitação de horas de trabalho, férias periódicas
remuneradas, além de padrão de vida capaz de assegurar a si e a sua família
saúde e bem-estar;

Contudo, a reconstrução pós-guerra induz a sérios problemas de


acidentes e doenças que repercutem nas actividades empresariais, tanto no
que se refere às indemnizações acidentárias (sic), quanto ao custo pelo
afastamento de empregados doentes. Impunha-se a criação de novos métodos
de intervenção das causas de doenças e dos acidentes, recorrendo-se à
participação interprofissional. Em 1949, a Inglaterra pesquisa a ergonomia, que

18
objectiva a organização do trabalho em vista da realidade do meio ambiente
laboral adequar-se ao homem. (Op. Cit, idem)

Em 1952, com a fundação da Comunidade Europeia do Carvão e do Aço


- CECA, as questões voltaram-se para a segurança e medicina do trabalho nos
sectores de carvão e aço, que até hoje estimula e financia projectos no sector.

Na década de 60 inicia-se um movimento social renovado, revigorado e


redimensionado marcado pelo questionamento do sentido da vida, o valor da
liberdade, o significado do trabalho na vida, o uso do corpo, notadamente nos
países industrializados como a Alemanha, França, Inglaterra, Estados Unidos e
Itália.Na Itália, a empresa Farmitália, iniciou um processo de consciencialização
dos operários quanto à nocividade dos produtos químicos e dos técnicos para a
detecção dos problemas. A FIAT reorganiza as condições de trabalho nas
fábricas, modificando as formas de participação da classe operária.
(EVANGELINOS e MACHETTI, 2003,pp. 8)

Na realidade o problema da saúde do trabalhador passa a ser outra,


desloca-se da atenção dos efeitos para as causas, o que envolve as condições
e questões do meio ambiente. (Op. Cit, idem)

2.2. A higiene e segurança no trabalho na perspectiva Angolana.


2.2.1. Aspectos legais.
A higiene e segurança no trabalho são reguladas, por diplomas legais
tanto gerais como em legislação específica. Estes diplomas são os que a
seguir se apresentam:

Lei geral do trabalho: (lei nº 02/00 de 22 de Fevereiro).

SECÇÃO I – Segurança e Higiene no Trabalho.

Obrigações gerais do empregador (art. 85.º)

1. = São obrigações gerais do empregador, no que respeita à segurança e


higiene no trabalho:

19
a) Tomar as medidas úteis necessárias que sejam adaptadas às
condições da organização da empresa ou centro de trabalho, para que este
seja realizado em ambiente e condições que permitam o normal
desenvolvimento físico, mental e social dos trabalhadores e que protejam
contra os acidentes de trabalho e doenças profissionais;

b) Segurar todos os trabalhadores, aprendizes e estagiários contra o


risco de acidentes de trabalho e doenças profissionais;

c) Organizar e dar formação prática apropriada em matéria de segurança


e higiene no trabalho a todos os trabalhadores que contrate, que mudem de
posto de trabalho, ou de técnica e processo de trabalho que usem novas
substâncias cuja manipulação envolva riscos ou que regressem ao trabalho
após uma ausência superior à seis meses;

d) Cuidar que nenhum trabalhador seja exposto à acção de condições


ou agentes físicos, químicos, biológicos, ambientais ou de qualquer outra
natureza ou a pesos, sem ser avisado dos prejuízos que possam causar à
saúde e dos meios de os evitar;

e) Fornecer aos trabalhadores roupas, calçado e equipamento de


protecção individual, quando seja necessário para prevenir, na medida em que
seja razoável, os riscos de acidentes ou de efeitos prejudiciais para a saúde,
impedindo o acesso ao posto de trabalho dos trabalhadores que se apresentem
sem o equipamento de protecção individual;

f) Tomar a devida nota das queixas e sugestões apresentadas pelos


trabalhadores acerca do ambiente e condições de trabalho e a adoptar as
medidas convenientes;

g) Colaborar com as autoridades sanitárias para a erradicação de


epidemias e situações endémicas locais;

h) Aplicar medidas disciplinares adequadas aos trabalhadores que


violem culposamente e de forma indesculpável as regras e instruções sobre a
segurança e higiene no trabalho;

20
i) Cumprir todas as demais disposições legais sobre segurança, higiene
e saúde no trabalho que lhe sejam aplicáveis, bem como as determinações
legítimas da Inspecção Geral do Trabalho e demais autoridades competentes.

2. O empregador que não cumpra o disposto na alínea b) do número


anterior ou que tenha deixado de cumprir as obrigações impostas pelo contrato
de seguro, além das sanções a que fica sujeito, fica directamente responsável
pelas consequências dos acidentes e doenças verificadas.

3. O organismo de segurança social incumbido da protecção em caso de


acidentes de trabalho e doenças profissionais deve prestar aos trabalhadores
em relação aos quais o empregador não cumpra o disposto na alínea b) do n.º
1 deste artigo a protecção prevista por lei, ficando neste caso o empregador
obrigado a reembolsá-lo pela importância fixada pelo mesmo organismo, sem
prejuízo da responsabilidade referida no número anterior.

Obrigações imediatas do empregador (art. 89.º)

Em caso de acidentes de trabalho ou doenças profissionais, o


empregador é obrigado a:

a) Prestar ao trabalhador sinistrado ou doente os primeiros socorros e


fornecer-lhe transporte adequado até ao centro médico ou unidade hospitalar
onde possa ser tratado;

b) Participar às entidades competentes o acidente ou doença, desde que


provoque impossibilidade para o trabalho, no prazo e segundo o procedimento
previsto na legislação própria;

c) Providenciar a investigação das causas do acidente ou da doença, para


adoptar as medidas preventivas apropriadas.

Outras obrigações do empregador (art. 85.º)


O empregador é obrigado a:

21
a) Instalar nos centros de trabalho condições e instalações sanitárias
apropriadas e fornecimento de água potável, cumprindo o que a este
respeito seja estabelecido na regulamentação aplicável;

b) Assegurar que as substâncias perigosas sejam armazenadas em


condições de segurança e que nas instalações do centro de trabalho se
não acumule lixo, resíduos e desperdícios;

c) Assegurar que nos centros de trabalho onde não haja posto de saúde,
haja uma mala de primeiros socorros, com o equipamento exigido na
regulamentação aplicável;

d) Impedir a introdução ou distribuição de bebidas alcoólicas e de drogas


nos locais onde o trabalho é executado.

Obrigações dos trabalhadores (art. 87.º)

Os trabalhadores são obrigados a utilizar correctamente os dispositivos


e equipamentos de segurança e higiene no trabalho, a não os retirar nem os
modificar sem autorização do empregador.

Decreto nº 31/94, de 5 de Agosto.

(In: legislação sobre segurança e higiene no local de trabalho,


MAPESS, 2007)

Art. 9º (competências):
As entidades empregadoras são obrigadas a tomar as medidas úteis e
necessárias para que o trabalho seja realizado em ambiente e condições que
permitam o normal desenvolvimento físico, mental e social dos trabalhadores
que os proteja contara acidentes de trabalho e doenças profissionais. Além
disso devem:

a) Conceber instalações e processos de trabalho onde os factores de risco


não estejam presentes, sejam reduzidos ao mínimo ou identificados e
limitados os seus efeitos sobre o homem;

22
b) Integrar na gestão da empresa as actividades de segurança, higiene=
no trabalho como uma componente do processo produtivo, adoptando
oportunamente as medidas preventivas que se imponham em função
dos riscos existentes ou previsíveis;

c) Cumprir e fazer cumprir todas as normas e disposições legais relativas à


segurança, higiene= no trabalho;

d) Criar a comissão de prevenção de acidentes de trabalho e os serviços


de segurança e medicina do trabalho de acordo com o que for
estabelecido sobre a matéria.

e) Elaborar o regulamento específico de segurança, higiene= no trabalho


de acordo e o programa de prevenção para efeito de sensibilização.

Art. 11º (informação e formação dos trabalhadores)


1. As entidades empregadoras devem garantir que cada trabalhador
receba informações e instruções simultaneamente suficientes e adequadas em
matéria de segurança, higiene= no trabalho, por ocasião de:

a) Sua contratação.

b) Mudança de posto de trabalho ou de técnica e de processo de


trabalho.

c) Utilização de substancias cuja manipulação envolva riscos.

d) Regresso ao trabalho após ausência superior a à seis meses.

2.(=).

3 As entidades empregadoras devem organizar e dar formação em


segurança, higiene= no trabalho a trabalhadores seleccionados e
promover a sua participação em cursos de superação, capacitação
profissional e técnica sobre a matéria, organizados pelos organismos
competentes.

Art. 13º e 14º (deveres e direitos dos trabalhadores)

23
1.Cada trabalhador deve cuidar da sua segurança e saúde, bem como
das outras pessoas que possam ser afectadas pelas suas acções ou omissões
na execução das suas actividades.

2.Para realizar os objectivos referidos no número anterior e de acordo


com a formação adquirida, o trabalhador deverá:

a) Cumprir com as instruções, regulamentos de segurança, higiene e


saúde no trabalho e outras em vigor na empresa, como as regras por
posto de trabalho, utilizando métodos seguros de trabalho.

b) Colocar nas auto-inspecções e investigações dos acidentes de


trabalho e doenças profissionais que se realizem na empresa.

c) Utilizar correctamente os equipamentos de protecção colectiva e


individual, assim como velar pela sua conservação e manutenção.

d) Eleger os membros da comissão de prevenção de acidentes de


trabalho e participar activamente nas suas actividades.

e) Participar nas acções de formação, seminários e conferencias que


sejam realizadas na sua empresa ou fora desta, a pedido ou a
mando da entidade empregadora.

f) Colaborar nas investigações que se realizam, para melhoria das


condições de trabalho.

g) Submeter-se aos exames médicos de admissão e periódicos nas


datas marcadas.

Os trabalhadores, relativamente à segurança, higiene= no trabalho,


gozam dos seguintes direitos:

a) Laborar num ambiente de trabalho seguro e higiénico.

b) Receber gratuitamente os equipamentos de protecção colectiva ou


individual de que necessita o posto de trabalho que ocupa.

c) Receber instruções iniciais e periódicas, assim como informações


sobre legislação relevantes e outras informações gerais sobre
segurança, higiene= no trabalho.

24
d) Eleger e ser eleito para integrar para integrar a comissão de
prevenção de acidentes de trabalho da empresa.

e) Conhecer através da comissão de prevenção de acidentes de


trabalho ou organização sindical, os resultados das inspecções
realizadas sobre condições de segurança e sanitárias com vista a
exigir o seu cumprimento.

f) Receber o regulamento médico de admissão e periódico com o


objectivo de conhecer as suas aptidões e o seu estado de saúde
para o desempenho das suas funções.

g) Ser reenquadrado em novo posto de trabalho e receber formação


correspondente, caso sofra alguma redução na sua capacidade de
trabalho que o impossibilite do exercício das suas funções habituais.

Decreto - executivo nº 6/96, de 2 de Fevereiro.


(Regulamento geral dos serviços de segurança e higiene no
trabalho nas empresas (R.G.I)
(In: legislação sobre segurança e higiene no local de trabalho, MAPESS, 2007)

Art. 1º: O presente regulamento geral estabelece as normas que


regerão os serviços de segurança e higiene no trabalho nas empresas=

Art. 3º: 1. Os serviços de segurança e higiene no trabalho, são um


órgão investido de funções essencialmente preventivas e encarregue de
aconselhar e assistir, de acordo com a legislação vigente, à entidade
empregadora, trabalhadores e seus representantes na empresa, para que:

a) As exigências requeridas e estabelecidas no domínio da segurança,


= e higiene no trabalho, mantenham harmonioso o desenvolvimento
das condições técnicas que asseguram o meio ambiente de trabalho
são, salubre e limpo com vista a favorecer uma saúde física e mental,
óptima em relação ao trabalho.

b) A adaptação do trabalho ás capacidades dos trabalhadores tendo em


conta o seu estado de saúde físico e mental.

25
2.As funções investidas aos serviços de segurança e higiene no
trabalho, são da competência da entidade empregadora.

Decreto - executivo nº 21/98, de 30 de Abril.


(In: legislação sobre segurança e higiene no local de trabalho, MAPESS, 2007)

Art. 1º: ... [Este] regulamento geral tem por objecto estabelecer as
normas que regerão as comissões de prevenção de acidentes de trabalho,
=designada por CPAT, com vista a permitir a participação dos trabalhadores
no programa de prevenção dos acidentes nos locais de trabalho.

Art. 2º: São abrangidas por este regulamento geral as empresas


públicas, mistas, privadas e cooperativas que empreguem um número igual ou
superior à 50 trabalhadores, bem como aquelas que tenham postos de trabalho
que apresentem maior riscos de acidentes de trabalho ou doenças
profissionais, mesmo não tendo técnicos de segurança de trabalho.

Decreto - executivo nº 128/04, de 23 de Novembro.


(Regulamento geral da sinalização de segurança e saúde no trabalho)
(In: legislação sobre segurança e higiene no local de trabalho, MAPESS, 2007)

Art. 1º: O presente regulamento estabelece as prescrições mínimas de


colocação e utilização da sinalização de segurança e saúde no trabalho.

Órgão reitor

O MAPESS, é o organismo reitor da política de segurança, higiene= no


trabalho. (art. 5º, dec. Exec. Nº31/94 de 5 de Agosto).

A fiscalização do cumprimento das disposições legais regulamentares


sobre segurança e higiene no trabalho compete à Inspecção Geral do
Trabalho, [organismo do MAPESS] que se pode fazer assistir ou assegurar por
peritos médicos dos serviços oficiais de saúde ou por especialistas doutras
áreas, com vista ao apuramento das condições de segurança, higiene e saúde
de maior complexidade. (art. 91º da L.G.T).

26
Ao MAPESS, são consignadas as seguintes competências (art. 6º, dec.
Exec. Nº31/94 de 5 de Agosto):

a) Definir, elaborar e orientar a política sobre a segurança, higiene= no


trabalho e propor às instâncias superiores a sua aprovação.

b) Controlar a aplicação da política definida e fiscalizar o cumprimento


das disposições legais e regulamentares no âmbito da segurança,
higiene e saúde no trabalho.

c) Assessorar e aconselhar as empresas, assim como os trabalhadores


na aplicação da política de segurança, higiene= no trabalho.

d) Promover a divulgação e a sensibilização dos trabalhadores no


sentido de adquirirem hábitos seguros e higiénicos de trabalho.

e) Desenvolver a investigação e a normalização sobre segurança,


higiene, = no trabalho.

f) Ordenar a paralização (sic) de equipamentos, maquinarias e


processos produtivos nos locais de trabalho, quando anteveja a
eminência de acidentes de trabalho, perigos de incêndios ou
incumprimento de normas de segurança, higiene= no trabalho que
impliquem riscos para os trabalhadores.

g) Proteger especialmente a actividade laboral da mulher, dos menores


e dos trabalhadores com capacidade de trabalho reduzida.

h) Elaborar o sistema de recolha, tratamento e divulgação da


informação estatística relativa às questões de segurança, higiene=
no trabalho.

2.2.2. Estatística de acidentes de trabalho.


Os dados aqui apresentados reflectem o índice de sinistralidade em
Angola, por províncias, referentes ao ano 2008. Os mesmos são partes
integrantes do relatório estatístico do MAPESS do ano já referenciado.

27
2.2.2.1. Acidentes de trabalho por província.

Bengo ----------------------------------------------------------- 31.


Benguela ---------------------------------------------------------24.
Bié ----------------------------------------------------------------- 3.
Cabinda ---------------------------------------------------------- 25.
Kwanza Norte -------------------------------------------------- 15
Kwanza Sul ----------------------------------------------------- 16.
Lunda Norte --------------------------------------------------- 101.
Lunda Sul -------------------------------------------------------- 43.
Luanda -------------------------------------------------------- 2078.
Malanje ------------------------------------------------------------ 7.
Namibe ----------------------------------------------------------- 28.
HuÍla --------------------------------------------------------------- 4.
Huambo ---------------------------------------------------------- 30.
UÍge ---------------------------------------------------------------- 2.
Zaire -------------------------------------------------------------- 18.
Províncias não especificadas ------------------------------ 43.
Total-------------------------------------------------------------2458.
N.B: Número de acidentes mortais – 19 casos.
Fonte: relatório estatístico de acidentes de trabalho - MAPESS 2008.

28
Tabela 2.1 - Tipo de acidentes.

Queda de pessoas a diferentes níveis 245

Queda de pessoas ao mesmo nível 146

Queda de objectos por demolição 40

Queda de objectos em manipulação 189

Queda de objectos desprendidos 68

Pisadas sobre objectos 68

Choque contra objectos imóveis 86

Choque contra objectos móveis 138

Golpes / corte objectos ou ferramentas 352

Projecção de fragmentos ou partículas 257

Apanhado por ou entre objectos 170

Apanhados por quedas de máquinas, tractores ou veículos 85

Sobre esforços 163

Contactos térmicos 13

Exposição a contactos eléctricos 29

Exposição a substâncias nocivas 63

Exposição com substâncias caóticas ou corrosivas 5

Explosões 13

Incêndios 1

Atropelamento ou golpes de veículos 271

Acidentes não classificados 63

Fonte: relatório estatístico de acidentes de trabalho - MAPESS 2008

29
Tabela 2.2 - Causas de acidentes de trabalho.

Condições inseguras
Máquina ou equipamento impropriamente resguardado 159
Equipamento ou substâncias defeituosas 131
Distribuição de processos perigosos 9
Iluminação imprópria 2
Condição insegura ou perigosa não classificada 156
Acto inseguro
Operar sem autorização, não proteger, não avisar 102
Operando ou trabalhando a velocidade insegura 105
Inutilizando dispositivo de segurança 31
Utilizando equipamento inseguro em vez de equipamento em 284
forma segura
Carregando, depositando, mistura em forma insegura 471
Adoptando posições inseguras 216
Trabalhando com equipamento em movimento 9
Distraindo, zombando, observando 194
Não usando E.P.I 411
Acto inseguro não classificado 159
Agentes materiais
Máquinas 164
Bomba geradora de energia 13
Meios de transporte 516
Aparelho de içar ou erguer 16
Transportadores 35
Recipiente a pressão 9
Aparelhos eléctricos 87
Ferramentas manuais 123
Escadas manuais 122
Andaime 70
Gases líquidos ou pó químicos 160
Fragmentos ou partículas volantes 137
Objectos ou massa em movimento acidental 823
Ambiente de trabalho 136
Agente não classificado 800
Fonte: relatório estatístico de acidentes de trabalho - MAPESS 2008.

30
2.2.2.2.Tabela 2.3 - Acidentes de trabalho por ramo de actividade e grupo etário.

Grupo etário 14-18 19-28 29-39 40- 50-61 Mais Não Total %
anos anos anos 49 anos de 61 especif.
anos anos
Ramo de actividade
Construção 16 504 240 93 34 7 8 902 36.69

Transporte - 87 51 32 25 1 1 197 8.01


Indústria - 63 49 15 16 2 2 147 5.98
Comércio 1 160 127 37 22 5 3 355 14.44

Geologia e minas 1 25 87 30 9 1 2 155 6.3

Petróleo - 74 62 29 11 - 2 178 7.24


Ambiente - 1 1- - - - - 2 0.08

Obras públicas - 22 20 7 5 - - 54 2.19

Turismo e hotelaria 1 31 34 10 9 2 - 87 3.53

Energia - 18 7 11 3 - - 39 1.58
Finanças - 4 4 7 4 - - 39 1.58

Agricultura 1 12 7 2 3 1 - 26 1.05

Saúde - 2 6 - - - - 8 0.32
Telecomunicações 2 24 10 2 3 - 1 42 1.7

Serviços 4 111 75 19 8 - 9 226 9.19


Pescas - 1 3 2 - - - 6 0.24
Educação - 1 - 3 - - - 4 0.16
ONG - 1 3 2 - - - 4 0.16
Segurança privada - - 1 - - - - 1 0.24

Comunicação - 2 1 - - - - 1 0.04
Social
Desporto - - - - - - - 1 0.04

Total 26 1143 788 301 152 19 29 2458


% 1.05 46.5 32.05 12.24 6.18 0.77 1.17 100
Fonte: relatório estatístico de acidentes de trabalho - MAPESS 2008.

O grupo etário de 19-28 anos, lidera o índice de sinistralidade com


46,5%, seguido pelo grupo de 29-39 anos com 32,05%,enquanto que a
construção civil é o ramo com mais sinistro com 36,69%, seguido pelo
comércio com 14,44%.

31
2.3. Higiene do trabalho.
Na visão da ARH, a saúde e segurança das pessoas constituem uma
das principais bases para a preservação da força adequada de trabalho. De um
modo geral higiene e segurança do trabalho constituem duas actividades
intimamente relacionadas no sentido de garantir condições pessoais e
materiais de trabalho capazes de manter certo nível de saúde dos empregados;
já que, a “saúde é o completo bem-estar físico, mental e social, e não somente
a ausência de afecções ou enfermidades” e que “o gozo do grau máximo de
saúde que se pode alcançar é um dos direitos fundamentais de todo ser
humano. “ (Pedro e Hermano, 2003,p. 8).

2.3.1.Conceito

Higiene do trabalho; Segundo ( Chiavenato, 2008, p.348):"refere-se ao


conjunto de normas e procedimentos que visa à protecção da integridade física
e mental do trabalhador, preservando-o de ricos de saúde inerentes às tarefas
do cargo e ao ambiente físico onde são executadas. A higiene do trabalho está
relacionada com o diagnóstico e com a prevenção de doenças ocupacionais a
partir do estudo controle de duas variáveis": o homem e seu meio ambiente de
trabalho. Scope (apud Chiavenato, 2008, p.348)

Um plano de higiene do trabalho usualmente abarca o seguinte


conteúdo (Chiavenato, 2008):

1.Um plano organizado: envolve a prestação não apenas de serviços


médicos, como também de enfermeiros e auxiliares, em tempo integral ou
parcial, dependendo do tamanho da empresa.

2. Serviços médicos adequados: envolve dispensário de emergência e


primeiros socorros, se for o caso. Essas facilidades devem incluir:

 Exames médicos de admissão.

 Cuidado quanto a injúrias pessoais, provocadas por moléstia


profissionais.

32
 Primeiros socorros.

 Eliminação e controle de áreas insalubres.

 Registos médicos adequados.

 Supervisão quanto á higiene e saúde.

 Relações éticas e de cooperação com as famílias dos


empregados doentes.

 Utilização de hospitais de boa categoria.

 Exames médicos periódicos de revisão e check up.

3. Prevenção de riscos à saúde, a saber:

Riscos químicos, físicos e biológicos. Para além destes riscos a


PRONACI, aponta os fenómenos naturais como causadores de riscos à saúde,
cuja descrição completa dos exemplos apresenta-se no quadro a seguir:

33
Tabela 2.4 – Exemplos de agentes causadores de riscos

Físicos Químicos Biológicos Fenómenos


naturais

- Acção da - Incêndio. - Animais, incluindo - Situações


gravidade (queda - Explosão. fontes humanas. extremas de calor
de pessoas, - Contaminação -Microorganismos ou frio.
materiais ou directa ou indirecta (bactérias, vírus, - Água.
objectos). devida a fonte ou etc.). - Condições
- Operações de substância química - Plantas e várias climáticas tais
movimentação perigosa. formas de como: vento,
manuais. vegetação. luminosidade,
- Uso de nevoeiro e chuva.
ferramentas
manuais.
- Partes móveis de
máquinas.
- Veículos.
- Electricidade
(choque, fogo,
explosão).
- Pressão
(explosão devida
ao aumento da
pressão).
- Radiações.
-Ruído e vibração

Fonte: PRONACI, 2002,pp.14

4. Serviços adicionais: como parte do investimento empresarial sobre a


saúde do empregado e da comunidade, incluindo:

 Programa informativo para melhorar os hábitos de vida e


esclarecer sobre assuntos de higiene e de saúde. Supervisores,
médicos de empresa, enfermeiros e especialistas proporcionam
informações no decorrer de seu trabalho regular.

 Programa formal de convénios ou colaboração com entidades


locais, para prestação de serviços de radiografia, recreativos, de
ofertas de leitura, filmes, etc.

34
 Verificação interdepartamentais, entre supervisores médicos e
executivos, sobre sinais de desajustamento, que implicam
mudanças de tipo de trabalho, departamento ou de horário.

 Previsões de cobertura financeira para casos esporádicos de


prolongado afastamento do trabalho por doença ou acidente, por
meio de planos de seguro médico em grupo. Desta maneira
mesmo afastado do serviço o empregado percebe (sic) seu
salário normal, que é completado por este plano.

 Extensão de benefícios médicos a empregados aposentados,


incluindo planos de pensão ou de aposentadoria.

2.3.2.Objectivos da higiene do trabalho.

A higiene do trabalho tem carácter preventivo, objectivando a saúde e


bem-estar do trabalhador evitando que ele adoeça ou se afaste
provisoriamente no local de trabalho.

Baptista (apud Chiavenato, 2008, pp. 349), aponta como principais


objectivos da higiene do trabalho os seguintes:

 Eliminação das causas das doenças profissionais.

 Redução dos efeitos prejudiciais provocados pelo trabalho em pessoas


doentes ou portadoras de defeitos físicos.

 Prevenção de agravamento de doenças e de lesões.

 Manutenção da saúde dos trabalhadores e aumento da produtividade


por meio do controle do ambiente de trabalho.

Estes objectivos poderão ser obtidos através de:

 Educação dos operários, chefes, capatazes, gerentes etc., indicando os


perigos existentes e ensinando como evitá-los.

 Constante estado de alerta contra os riscos existentes=

35
 Estudo e observações dos novos processos ou materiais a serem
utilizados.

A higiene do trabalho envolve o estudo e controle das condições de


trabalho, que são as variáveis da situação que influenciam o comportamento
humano.

2.3.3.Condições ambientais de trabalho.

Muitos dos acidentes ocorrem porque não se atendeu a aspectos tão


simples como uma iluminação eficaz, em quantidade ou em qualidade, ou não
houve os cuidados elementares com os riscos de contactos com a electricidade
ou ainda não se previu a possibilidade de se propagar um incêndio num dado
local, ou não se previu a possibilidade de haver acidentes provocados por
excesso de ruído, etc. etc.(JMatias, 2005,pp.5).

Para Chiavenato (2008), o trabalho das pessoas é profundamente


influenciado por três grupos de condições:

1. Condições ambientais de trabalho: iluminação, temperatura, ruído


etc.

2. Condições de tempo: como duração da jornada de trabalho, horas


extras, períodos de descanso etc.

3. Condições sociais: como organização informal, relacionamentos,


status etc.

A higiene do trabalho ocupa-se do primeiro grupo: as condições


ambientais de trabalho embora, não se descuide totalmente dos dois grupos.
Por condições ambientais de trabalho queremos referir-nos às circunstâncias
físicas que envolvem o empregado enquanto ocupante de um cargo, na
organização. É o ambiente físico que envolve o empregado, enquanto ele
desempenha um cargo.

Os três itens mais importantes das condições ambientais de trabalho


são: iluminação, ruído e condições atmosféricas.

36
1.3.3.1. Iluminação

Em todos locais de trabalho deverá haver iluminação adequada, natural


ou artificial, apropriada à natureza da actividade. A iluminação será
uniformemente distribuída, geral e difusa, a fim de evitar ofuscamento, reflexos
incómodos, sombras e contrastes excessivos. (Pts. 1 e 2, art. 22º -decreto
nº31/94, de 5 de Agosto)

Na visão de (JMatias, 2005). a iluminação adequada no local de trabalho


é um dos factores mais importantes para um desempenho eficiente das nossas
tarefas, para além de que pode evitar muitos acidentes. É importante não só a
quantidade de luz mas também a qualidade da luz. Outro factor a evitar no
local de trabalho é o encandeamento causado pela luz do sol ou de outras
fontes de luz fortes=

Quando se projecta a iluminação de um local de trabalho, devemos ter


em conta dois tipos de iluminação: a iluminação geral e a iluminação local.
Como se sabe, as fontes de luz vão perdendo, com o tempo, parte da sua
capacidade de iluminação, por duas razões principais: as lâmpadas perdem
potência luminosa, isto é, a intensidade luminosa diminui; as lâmpadas e as
armaduras enchem-se de pó, roubando parte da luz que deveria espalhar-se
pelo local de trabalho.

Deve evitar-se o mais possível as sombras nos locais de trabalho, pois


são um factor de perturbação que pode provocar acidentes, em virtude de
obrigar a vista a acomodar-se quando passa para uma zona de luz diferente.

Devem evitar-se também as situações de grande contraste de


iluminação no mesmo local de trabalho. Isto é, a iluminação deve ser o mais
uniforme possível para que o olho humano passe de um plano para outro, sem
esforço e sem erro provocado pela má visibilidade.

Chiavenato, (2008), precisa que, a iluminação refere-se à quantidade de


luminosidade que incide no local de trabalho do empregado. Não se trata da
iluminação em geral, mas a quantidade de luz no ponto focal do trabalho.
Assim os padrões de iluminação são estabelecidos de acordo com o tipo de
tarefa visual que o empregado deve executar: quanto maior a concertação
visual do empregado em detalhes e minúcias tanto mais necessária a

37
luminosidade no ponto focal de trabalho. Em função disso, JMartins (2005),
apresenta-nos a seguinte tabela de alguns valores de intensidade de
iluminação (em lux) necessárias ou aconselháveis para vários tipos de locais,
de acordo com norma ISO 8995, com trabalhos de diferentes graus de
precisão:

Tabela 2.5 – Valores recomendáveis de iluminação

Iluminância
(lux) Áreas, actividades Tarefas
30 Zonas de circulação e de trabalho
permanente
100 Áreas de circulação
150 Locais de trabalho não
permanente
300 Tarefas com exigência visuais Trabalhos em armazéns,
simples estaleiros, minas, salas de
espera, trabalhos de pintura.
500 Tarefas com exigência visuais Trabalho em escritório,
médias processamento de dados, leitura
750 Tarefas visuais exigentes Tingimentos, rebarbagem com
pequenos detalhes
1 000 Tarefas com grande exigência Desenho técnico, comparação de
visual cores
1 500 Especiais exigências visuais Montagem de pequenos
elementos em electrónica
2 000 Casos especiais Trabalhos de relojoaria e
gravação
Fonte: JMartins 2005,pp.6

A má iluminação causa fadiga à vista, prejudica o sistema nervoso,


concorre para a má qualidade do trabalho e é responsável por razoável parcela
de dos acidentes. Um sistema de iluminação deve possuir os seguintes
requisitos:

1. Ser suficiente de modo que cada foco luminoso forneça toda quantidade
de luz necessária a cada tipo de trabalho.

2. Ser constante e uniformemente distribuída de modo a evitar a fadiga dos


olhos, decorrentes das sucessivas acomodações em virtude das
variações de intensidade de luz. Deve-se evitar contrastes violentos de
luz e sombra e as oposições de claro e escuro.

38
A distribuição da luz pode ser (Broadbent, apud Chavienato, 2008):

1. Iluminação directa: faz a luz incidir directamente sobre a superfície


iluminada. É a mais económica e mais utilizada para grandes espaços.

2. Iluminação indirecta: faz a luz incidir sobre a superfície a ser iluminada


por meio da reflexão sobre paredes e tectos. É a mais dispendiosa. A luz
fica oculta da vista por alguns dispositivos ou anteparos opacos.

3. Iluminação semi-indirecta: combina os dois tipos anteriores, pelo uso


de globos translúcidos para reflectir a luz no tecto e nas partes
superiores das paredes, que a transmite para a superfície a ser
iluminada (iluminação indirecta). A luz é difundida directamente pelo
globo (iluminação directa), havendo portanto dois efeitos luminosos.

4. Iluminação semi-directa: é aquela em que a maior parte da luz é


dirigida directamente à superfície a ser iluminada (iluminação directa),
havendo, todavia alguma luz que é reflectida por intermédio das paredes
e do tecto.

2.3.3.2. Ruído.
O ruído é considerado como um som indesejado. Para JMartins (2005),
ruído é o nome que se dá aos sons que são irritantes para o ouvido humano.

O som tem duas características principais (Chavienato, 2008,pp.350): a


frequência e a intensidade. A frequência do som é o número de vibrações por
segundo, emitidas pela fonte de ruído, é medida por ciclos por segundo [hertz
(Hz)]. A intensidade do som é medida por decibéis (db). A evidência e as
pesquisas feitas mostram que o ruído não provoca diminuição no desempenho
do trabalhador. Toda via a influência do ruído sobre a saúde do empregado e,
principalmente sobre a audição, é poderosa. A exposição prolongada a níveis
elevados de ruído produz, de certa forma perda de audição, proporcional ao
tempo de exposição. Quanto maior for o tempo de exposição ao ruído maior o
grau de perda de audição.

O efeito desagradável dos ruídos depende da:

39
1. Intensidade do som.

2. Variação dos ritmos ou irregularidades.

3. Frequência ou tom dos ruídos.

Segundo JMartins (2005;pp.7), um nível de ruído contínuo entre 85 a 90


dB (decibéis), ou superior, é prejudicial para a audição. O ruído não deve,
por isso, exceder 60 a 70 dB no local de trabalho. O ruído intenso pode ser,
além do mais, perigoso por impedir que se ouça convenientemente o diálogo
de trabalho entre profissionais, podendo originar situações perigosas, como por
exemplo quando se opera qualquer tipo de máquinas, nomeadamente as
máquinas-ferramentas

A intensidade do som varia enormemente. A menor vibração sonora


audível corresponde a 1 decibel (1db), enquanto os sons extremamente fortes
costumam provocar sensação dolorosa a partir de 120 db, as tabelas a seguir
permitem visualizar melhor uma ideia de intensidade do som

Tabela 2.6(a): Níveis gerais de ruído

Fonte: JMartins 2005;pp.

40
Tabela 2.6 (b): Níveis gerais de ruído
Tipo de som Decibéis
Menor vibração sonora audível 1
Murmúrio 30
Conversação normal 50
Tráfego intenso 70
Início da fadiga causada por barulho 75
Ruídos industriais externos 80
Apitos e sirenes 85
Escapamentos de caminhões 90
Começo da perda de audição 90
Máquinas de estaqueamento 110
Serrarias 115
Limiar do estrondo doloroso 120
Prensa hidráulica 125
Aviões a jacto 130
Fonte: Chavienato, 2008,pp.350

2.3.3.2.1. Consequências do ruído.

As consequências da exposição ao ruído no homem são cumulativas, ou


seja, os efeitos causados pela exposição de ontem, somam-se aos de hoje e
amanha e assim, progressivamente, o sistema auditivo (e não só) vai-se
deteriorando. (PRONACI, 2002,pp.28)

Segundo Lehman, in (op. cit., ibdem), os efeitos do ruído no homem


caracterizam-se por:

41
Apresenta-se, na íntegra, as principais consequências causadas pela
exposição ao ruído:

 Fisiológicas – Lesões do aparelho auditivo, distúrbios gastrointestinais,


perturbações do sistema nervoso central, contracção dos vasos
sanguíneos e dos músculos do estômago.

 Psicológicas – Alteração do equilíbrio psicológico, irritabilidade em


pessoas tensas, agravamento de estados de angústia em pessoas
depressivas.

 Outras – Dificuldades na comunicação oral, influência negativa na


produtividade e na qualidade dos produtos. A fadiga geral e a
irritabilidade contribuem para a ocorrência de acidentes.

2.3.3.2.1.1. Prevenção da exposição ao ruído.

42
2.3.3.3.Condições atmosféricas.

As condições atmosféricas dizem respeito, às condições ambientais no


local de trabalho, que podem de certo modo quando não prevenidas, influenciar
na qualidade do ambiente do trabalho. Dentre estes factores, trataremos
apenas da temperatura e da humidade.

2.3.3.3.1. Temperatura.

Uma das condições relevantes é a temperatura. Existem cargos cujo


local de trabalho se caracteriza por elevadas temperaturas, como é o caso da
proximidade de fornos de siderurgia e de cerâmica, de forjarias, etc., nos quais
a ocupante precisa vestir roupas adequadas para proteger sua saúde. Em
outro extremo, existem cargos cujo local de trabalho impõe temperaturas muito
baixas, como em frigoríficos, que exigem roupas adequadas para protecção.
Nesses casos extremos, a insalubridade constitui a característica principal
desses ambientes de trabalho.

2.3.3.3.2. Humidade.

A humidade é consequência de um elevado grau de teor higrométrico do


ar. Existem condições ambientais de elevada humidade no local de trabalho,
como é o caso da maioria das tecelagens, que exigem alta gradação
higrométrica para tratamento dos fios. Porem existem condições ambientais de
pouca ou nenhuma presença de humidade, como é o caso da indústria de
cerâmicas onde o ar é chamado de seco. Nesses dois casos extremos, a
insalubridade constitui a característica principal.

2.4. Segurança do trabalho.

Segurança e higiene do trabalho, são actividades interligadas que


repercutem directamente sobre a continuidade da produção e sobre o moral
dos trabalhadores.

43
2.4.1.Conceito.

Segurança do trabalho é o conjunto de medidas técnicas,


educacionais, médicas e psicológicas utilizadas para prevenir acidentes seja
eliminando condições inseguras do ambiente, seja instruindo ou convencendo
as pessoas de utilização de práticas preventivas. (Chiavenato, 2008,p. 352).

Ela é indispensável ao desempenho satisfatório do trabalhador. E é cada


vez maior o número de organizações que criam seus próprios serviços de
segurança. Dependendo do esquema de organização da empresa, os serviços
de segurança têm a finalidade de estabelecer normas e procedimentos, pondo
em prática os recursos possíveis para conseguir a prevenção de acidentes e
controlando os resultados, e até mesmo fracassam porque não estão apoiados
em directrizes básicas delineadas e compreendidas pela direcção da empresa
ou porque não foram devidamente desenvolvidos em seus vários aspectos.

O programa de segurança deve ser estabelecido partindo-se do principio


de que a prevenção de acidentes é alcançada pela aplicação de medidas de
segurança adequadas e que só podem ser bem aplicadas por meio de um
trabalho de equipa. A rigor, a segurança é uma responsabilidade de linha e
uma função de staff. Em outros termos, cada chefe é responsável pelos
assuntos de segurança de sua área, embora exista na organização um órgão
de segurança para assessorar as chefias em relação a esse assunto.

44
Administração
Responsabilidade pela segurança do trabalho.
Órgão de Delegação desta responsabilidade aos gerentes.
segurança (staff)

Acesso directo a
Gerência
todos os níveis.
Responsabilidade de segurança em sua área.
Exigência sobre o cumprimento das normas.
ff
Desenvolvimento,
orientação e
monitoração (sic)
de todos os Supervisão
aspectos ligados Responsabilidade pela execução do programa.
Providências para a correcção das condições inseguras.
à segurança.

Inspecção da
segurança. Funcionários
Atenção às normas de segurança.
Relatórios e
Comunicação das condições inseguras.
estatísticas.
Uso correcto de equipamento individual e de
Estudo da protecção.
ocorrência de Colaboração na ordem, limpeza e disciplina.
acidentes.
CIPA
Recomendações (Comissão interna de
de melhoria das prevenção de acidentes)
condições de

Tabela 2.7 – Segurança como responsabilidade de linha e função de staff.

Um plano de segurança envolve os seguintes requisitos (Chavienato, 2008):

1. A segurança em si é uma responsabilidade de Linha e uma função de


staff em face de sua especialização.

2. As condições de trabalho, o ramo de actividade, o tamanho, a


localização da empresa etc. determina os meios materiais preventivos.

3. A segurança não deve estar restrita somente à área de produção. Os


escritórios, depósitos etc. oferecem riscos cujas implicações afectam a
empresa toda.

4. O plano de segurança envolve necessariamente a adaptação da pessoa


ao trabalho (selecção de pessoal), adaptação do trabalho à pessoa

45
(racionalização do trabalho), além de factores sociopsicológicos, razão
pela qual muitas organizações vinculam a segurança ao órgão de RH.

5. A segurança do trabalho mobiliza todos os elementos para o


treinamento e doutrinação de técnicos e operários, controle de
cumprimento de normas de segurança, simulação de acidentes,
inspecção periódica dos equipamentos de combate a incêndios,
primeiros socorros, e a escolha, aquisição e distribuição de uma serie de
peças de roupagem do pessoal (óculos de segurança, luvas, marcações,
botas etc.) em certas áreas da organização.

É importante a aplicação dos seguintes princípios:

1. Apoio activo da administração: compreendendo a manutenção de um


programa de segurança completo e intensivo; discussão com a
supervisão, reuniões periódicas dos resultados alcançados pelos
supervisores e medidas para melhorar as condições de trabalho.
Baseados nesse apoio, os supervisores devem agir para os
subordinados trabalharem com segurança e produzam acidentes.

2. Manutenção do pessoal dedicado exclusivamente à segurança.

3. Instruções de segurança para cada actividade:

a) Instruções de segurança a funcionários novatos: estas devem ser dadas


pelos supervisores, que podem fazê-lo com perfeito conhecimento de
causa, no local de trabalho. As instruções gerais ficam a cargo do órgão
de segurança.

b) Execução do programa de segurança por intermédio da supervisão:


todos têm responsabilidades definidas no programa. Porem os
supervisores assumem a responsabilidade de linha. São as pessoas
chave na prevenção de acidentes.

c) Integração de todos funcionários no espírito de segurança: a prevenção


de acidentes é trabalho da equipa, principalmente no que tange à
disseminação do espírito prevencionista. Todos meios de divulgação
devem ser usados assimilação dos empregados.

46
d) Extensão do programa de segurança para a companhia: visa a
segurança da pessoa em qualquer lugar ou em qualquer actividade e à
eliminação das consequências dos acidentes verificados fora do
trabalho, que são semelhantes em extensão e profundidade aos
ocorridos na industria.

A segurança do trabalho actua em três áreas principais de actividade=:

1. Prevenção de acidentes.
2. Prevenção de roubos.
3. Prevenção de incêndios.

No entanto no âmbito desta pesquisa, só se abordará de forma


pormenorizada da prevenção de acidentes, os outros só são mencionados a
título de se dar o conhecimento da sua existência.

2.4.2. Prevenção de acidentes.

A organização mundial da saúde define acidente de trabalho como um


facto não premeditado do qual resulta dano considerável. O national safety
council define acidente como uma ocorrência numa serie de factos que, em
geral e sem intenção, produz lesão corporal, morte ou dano material. Baptista
(apud Chavienato, 2008), lembra que estas definições caracterizam-se por
considerar o acidente sempre como um facto súbdito, inesperado, imprevisto
(embora algumas vezes previsível) e não premeditado ou desejado; e ainda,
como causador de dano considerável, embora não especifique se, se trata de
dano económico (prejuízo material) ou de dano físico às pessoas (sofrimento,
invalidez ou morte).

A segurança busca minimizar os acidentes de trabalho. Podemos


conceituar acidente de trabalho como decorrente do trabalho, provocando,
directa ou indirectamente, lesão corporal, perturbação funcional ou doença que
determine a morte, a perda total ou parcial permanente ou temporária da
capacidade para o trabalho. A palavra acidente significa acto imprevisto e
perfeitamente evitável na maioria dos casos. As estatísticas de acidentes do
trabalho, por lei, englobam também os acidentes por trajecto, ou seja aqueles
47
que ocorrem no trajecto do empregado da sua casa para a organização, e vice-
versa.

Os acidentes de trabalho classificam-se em, (Chiavenato, 2008):

1. Acidente sem afastamento: após o acidente, o empregado continua a


trabalhar. Este tipo de acidente não é considerado nos cálculos dos
coeficientes de frequência e de gravidade, embora deva ser
investigado e anotado em relatório, alem de exposto nas estatísticas
mensais.

2. Acidente com afastamento: é aquele que pode resultar:

a) Incapacidade temporária é a perda total da capacidade para o trabalho


durante o dia do acidente ou que se prolongue por período menor que
um ano. No retorno, o empregado assume a sua função sem redução da
capacidade. Em caso de acidente sem afastamento onde ocorra
agravamento de lesão que determine o afastamento, o acidente
receberá nova designação, isto é, será considerado acidente com
afastamento e o período de afastamento será iniciado no dia em que se
constatou o agravamento da lesão. Neste caso, será mencionado no
relatório de acidente e no relatório do mês.

b) Incapacidade permanente parcial é a redução permanente e parcial da


capacidade para o trabalho, ocorrida no mesmo dia ou que se prolongue
por período menor que um ano. A incapacidade permanente parcial é
motivada por:

i) Perda de qualquer membro ou parte do mesmo.


ii) Redução da função de qualquer membro ou parte do mesmo.

iii) Perda da visão ou redução funcional de um olho.

iv) Perda da audição ou da redução funcional de um ouvido.

v) Quaisquer outras lesões orgânicas, perturbações funcionais ou


psíquicas que resultem na opinião do medico, em redução de menos de
três quartos da capacidade de trabalho.

48
c) Incapacidade total permanente é a perda total, carácter permanente, da
capacidade de trabalho. A incapacidade total permanente é motivada
por:

i) Perda da visão de ambos olhos.

ii) Perda da visão de um olho, com redução em mais de metade da visão


do outro.

iii) Perda anatómica ou impotência funcional de mais um membro de


suas partes essenciais (mão ou pé).

iv) Perda da visão de um olho, simultânea à perda anatómica ou


impotência funcional de uma das mãos ou de um pé.

v) Perda da audição de ambos os ouvidos ou, ainda, redução em mais


da metade de sua função.

vi) Quaisquer outras lesões orgânicas, perturbações funcionais ou


psíquicas, permanentes, que ocasionem, sob opinião medica, a perda de três
quartos ou mais da capacidade para o trabalho.

d) Morte do acidentado.

2.4.2.1.Identificação das causas dos acidentes.

Os acidentes são provocados por causas que podem ser identificadas e


removidas para que não continuem provocando novos acidentes.

Para Flippo apud CHEMINAIS,WALDT e BAYAT,1998,pp.115, As


causas de acidentes podem ser divididas em duas categorias nomeadamente:
Técnicas e Humanas.

• Falhas Técnicas são normalmente relacionados com falhas no


local de trabalho: nos equipamentos ou ferramentas, material e
em geral no ambiente de trabalho.

• Falhas Humanas são normalmente causadas por falhas e erros


humanos individuais ou em grupo: negligência, conduta e atitude
imprópria, inabilidade de desempenhar tarefas, alcoolismo, falta
de cuidados e uso de drogas no local de trabalho. Estas são as

49
causas mais frequentes dos acidentes, dai a necessidade de um
programa de segurança concentrar-se mais nos aspectos
pessoais do que nos técnicos.

De acordo com Cheminais et. al,1998 para identificar as causas de um


possível acidente e tomar as medidas correctivas necessárias, gestores do
pessoal devem assegurar e permitir que os representantes da saúde e
segurança no trabalho ,implementem o seguinte processo:

• Identificar as falhas e erros no padrão comportamental que


possam causar acidentes.

• Estabelecer padrões de como lidar eficientemente com estas


causas de acidentes.

• Estabelecer padrões de prestação de contas que faça com as


pessoas sintam-se responsáveis por suas acções.

• Medidas para verificar se os planos de acção estão a trabalhar.

• Avaliação dos sucessos e falhas do plano de acção.

De acordo com a American Standard Association, as principais causas


de acidentes são:

1. O agente: é o objecto ou substância (a máquina, o local ou


equipamento que poderiam ser adequadamente protegidos)
directamente relacionados com a lesão, como a prensa, a mesa, o
martelo, a ferramenta etc.

2. A parte do agente: é aquela que está estreitamente associada ou


relacionada com a lesão, como o volante da prensa, o pé da mesa, o
cabo do martelo, etc.

3. A condição insegura: é a condição física ou mecânica existente no local,


na máquina, no equipamento, ou na instalação (que poderia ter sido
protegida ou corrigida) e que leva à ocorrência de acidente. Assim como
o piso escorregadio, oleoso, molhado, com saliência ou buraco, máquina
desprovida de protecção ou com polias e partes móveis desprotegidas,

50
instalação eléctrica com fios descarnados, motores sem fio terra,
iluminação deficiente ou inadequada, etc.

4. O tipo de acidente: é a forma ou o modo de contacto entre o agente de


acidente e o acidentado, ou, ainda, o resultado deste contacto como
batidas, tombos, escorregões, choques.

5. O acto inseguro: é a violação do procedimento aceite como seguro, ou


seja deixar de usar, equipamento de protecção individual, distrair-se ou
conversar durante o serviço, fumar em área proibida, lubrificar ou limpar
máquina em movimento.

6. O factor pessoal de insegurança: é a característica, deficiência, ou


alteração mental, psíquica ou física – acidental ou permanente – que
permite o acto inseguro. São decorrente de visão defeituosa, fadiga,
intoxicação, problemas no lar, desconhecimento das normas e regras de
segurança.

2.4.2.2.Custos directo e indirecto dos acidentes.

Segundo (Chiavenato, 2008, p.359), o acidente do trabalho constitui


factor negativo para a empresa, para o empregado e para a sociedade. Suas
causas e custos devem ser analisados. O seguro de acidente de trabalho cobre
apenas gastos com despesas médicas e indemnizações ao acidentado. As
demais modalidades de seguro para riscos fortuitos, como o fogo, por exemplo,
propiciam à seguradora a fixação de taxas de acordo com o risco individual
existente em cada empresa.

= O custo directo do acidente é o total das despesas decorrentes das


obrigações para os empregados expostos aos riscos inerentes ao exercício do
trabalho, como as despesas com assistência médica e hospitalar aos
acidentados e respectivas indemnizações, sejam estas diárias ou por
incapacidade permanente. Em geral estas despesas são cobertas por
companhias de seguro.

51
O custo indirecto do acidente do trabalho, = envolve as despesas de
fabricação, despesas gerais, lucros cessantes e demais factores cuja
incidência varia conforme a industria=

Aceita-se em diversos países, a proporção de 4 para 1 entre os valores


do custo indirecto e do directo. O custo indirecto reapresenta, representa,
portanto, quatro vezes o custo directo do acidente de trabalho, sem se falar na
tragédia pessoal e familiar que o acidente do trabalho pode provocar.

2.5.Qualidade de vida no trabalho versus desempenho do trabalhador.


Não são apenas as condições físicas de trabalho que importam. É
preciso algo mais. As condições sociais e psicológicas também fazem parte do
ambiente do trabalho. Pesquisas recentes demonstram que, para alcançar
qualidade e produtividade, as organizações precisam ser dotadas de pessoas
participantes e motivadas nos trabalhos que executam e recompensadas
adequadamente por sua contribuição. Assim, a competitividade organizacional
passa obrigatoriamente pela qualidade de vida no trabalho. Para atender ao
cliente externo, não se deve esquecer o cliente interno. Para conseguir
satisfazer ao cliente externo as organizações precisam antes satisfazer a seus
funcionários responsáveis pelo produto ou serviço oferecido. A gestão da
qualidade total em uma organização depende fundamentalmente da
optimização do potencial humano. E isto depende de quão bom se sentem as
pessoas trabalhando dentro da organização.

52
Tabela 2.8 – Modelo de pesquisa sobre qualidade de vida no trabalho.

Objectivos Factores-chaves Indicadores de desempenho Metas


Condições Limpeza, higiene, arrumação,
Objectivos Factores-chave
de Indicadores
protecção, de desempenho
(EPIs), Metas
Padrões
Trabalho Segurança de
Excelência.
Assistência (func. /família),
Saúde educação, conscietização,
saúde ocupacional

Identidade com a tarefa


Relações interpessoais
Moral Reconhecimento e retroacção
Orientação para as pessoas
Posicio –
namento Salários (equidade interna)
Compen – Salários (equidade externa)
Satisfação
sação Bónus, participação nos
dos
pessoal resultados, benefícios sociais
clientes
Criatividade/expressão pessoal internos e
Participa - Repercussão das ideias dadas externos
sobre ção Programas de participação
Programas de capacitação

Comuni – Conhecimento das metas


QVT cação Fluxo informacional
Veículos formais.

Imagem Identificação com a empresa


da Imagem interna e externa
empresa Responsabilidade comunitária
Enfoque no cliente

Relação Apoio socioemocional,


chefe/su- orientação técnica, igualdade de
bordinado tratamento, gerenciamento pelo
exemplo

Organiza- Inovações, grupos de trabalho, Planeamento


ção do variedade, ritmo estratégico
trabalho da qualidade

Fonte:Fernandes, apud Chiavenato, 2008, pp. 366

A qualidade de vida no trabalho (QVT) representa o grau em que os


membros da organização são capazes de satisfazerem as suas necessidades

53
pessoais com a actividade da organização. A qualidade de vida no trabalho
envolve uma constelação de factores, como: a satisfação com o trabalho
executado, possibilidades de futuro na organização, reconhecimento pelos
resultados alcançados, o salário percebido, benefícios auferidos,
relacionamento humano dentro do grupo e da organização, ambiente
psicológico e físico de trabalho, liberdade de decidir, possibilidade de participar
e coisas assim (sic). A QVT envolve não somente os aspectos intrínsecos do
cargo, como todos aspectos extrínsecos e contextuais. Ela afecta atitudes
pessoais e comportamentos importantes para a produtividade, como:
motivação para o trabalho, adaptabilidade e flexibilidade a mudanças no
ambiente de trabalho, criatividade e vontade de inovar.

Principais factores determinantes da QVT.

A preocupação da sociedade da sociedade com a qualidade de vida das


pessoas, deslocou-se há muito tempo para a situação de trabalho, como parte
integrante de uma sociedade complexa e de um ambiente heterogéneo. A QVT
assimila duas posições antagónicas: de um lado a reivindicação dos
empregados quanto ao bem-estar e satisfação no trabalho, e de outro o
interesse das organizações quanto a seus efeitos potenciadores sobre a
produtividade e qualidade. Como as necessidades humanas variam conforme
as pessoas e a cultura organizacional, a QVT não é determinada apenas pelas
características individuais – necessidades, necessidades, valores, expectativas
– ou situacionais – estrutura organizacional, tecnologia, sistemas de
recompensas, politicas internas – mas principalmente pela actuação sistémica
das características individuais e organizacionais.

2.6. Impacto socioeconómico da higiene e segurança no trabalho.


Dentre os factores produtivos, o homem é o mais importante pois sem
ele o processo produtivo não seria possível. Deste modo o bem-estar ou não
da força de produção essencial – o homem tem implicâncias sociais e
económicas, pois a dimensão económica influi sempre na social.

54
O impacto socioeconómico da higiene e segurança no trabalho, pode ser
descrito analisando as razões que estão na base de implementação de um
programa de higiene e segurança no trabalho:

• Perdas pessoais: sofrimento físico, danos pessoais e angústia mental


estão fortemente associados com injúrias sofridas por acidentes.

• Perdas financeiras com funcionários acidentados: em geral os acidentes


são cobertos por planos de seguros de acidentes pessoais. Mas as
perdas pessoais nem sempre são devidamente cobertas por eles.

• Perda de produtividade: quando um funcionário é acidentado ocorre uma


perda de produtividade para a empresa.

• Elevação dos prémios de seguradoras: os prédios pagos às seguradoras


dependem da história da empresa quanto à frequência e à gravidade
dos acidentes.

• Problemas legais: a legislação prevê penas legais ao empregador que


infringir certas normas de segurança para seus funcionários.

• Imagem da organização: acidentes graves podem afectar negativamente


a imagem da empresa no mercado.

Para Dessler apud Cheminais et. al,1998;medidas e programas de


saúde e segurança devem ser tomadas ou implementadas por três razões
fundamentais: ético, legal e económico.

Ética: gestores implementam medidas de prevenção de acidentes


puramente por causas humanas para minimizar a dor, o sofrimento e
ferimentos dos trabalhadores magoados e suas respectivas famílias que são
normalmente expostos como resultados dos acidentes.

Legal: Várias leis e regulamentos actualmente cobrem aspectos


relacionados com segurança ocupacional e saúde e punições severas para os
incumpridores.

Económica: uma vez que o custo para as instituições pode ser alto
mesmo de um pequeno acidente, gestores e empregados devem estar
consciencializados sobre a segurança no trabalho. As compensações

55
normalmente só cobrem um trabalhador acidentado no trabalho mas não
cobrem outros custos directos ou indirectos associados aos acidentes.

56
CAPÍTULO III – ESTUDO DE CASO: BONZAI MULTISERVICES, LDA.

A Bonzai Multiservices, Lda, é uma empresa de direito Angolano, sita na


rua da missão nº93, 5º andar, apartamento E. Vocacionada para operar em
mais variados sectores da vida económica, tem como actividade principal a
prestação de serviços em recursos humanos (cedência de pessoal) no sector
petrolífero.

A pesquisa baseou-se na análise da aplicabilidade da higiene e


segurança no local de trabalho desta empresa, e esta teve duas facetas de
abrangência, isto é, análise das condições no escritório (de Luanda e do Soyo)
e análise do local de trabalho de um dos seus maiores clientes que actua no
sector petrolífero, na província do Zaire, município do Soyo (onde a maior parte
dos trabalhadores laboram).

3.1. Apresentação, análise e discussão de dados.

Previa-se inquirir uma amostra representativa de 75 trabalhadores, e


foram distribuídos 130 questionários. Dos questionários distribuídos recebemos
resposta de 48 questionários (36 operários e 12 administrativos), já que na
altura do inquérito a empresa engendrava um despedimento em massa em
virtude de uma baixa de produção.

Os inquiridos foram classificados em função dos seguintes atributos:


idade, sexo, função, tempo de trabalho e grau de instrução.

Idade
Para uma apreciação exacta do universo estudado foi necessário apurar
a faixa etária, já que de um certo modo a idade pode ter uma certa influência
no desempenho do trabalhador e influir em última instância na sua segurança.

A idade dos trabalhadores inqueridos, esta distribuída da seguinte


maneira:

57
i Xi Na Fi(%)

1 18 a 23 anos 4 8,33%

2 24 a 28 anos 28 58,33%

3 29 a 33 anos 4 8,33%

4 34 a 38 anos 4 8,33%

39 anos em
5 diante 8 16,67%

Total 48 100%

Tabela 3.1.Idade dos inqueridos

Os trabalhadores inquiridos são maioritariamente de 39 anos em diante


representando uma maioria absoluta de aproximadamente 58%.Uma minoria
que representa cerca de 8% é formada pelos grupos etários de 18 a 23, 29 a
33 e 34 a 38 anos, respectivamente.

18 a 23
39 em diante
8,33%
16,67%
34 a 38
8,33%

24 a 28
29 a 33 58,33%
8,33%

Gráfico 3.1.1- idade dos inqueridos

Sexo
O género é um dado imprescindível em qualquer estudo, e aqui não se
fugiu a regra, quer-se
se saber exactamente quantos homens e quantas mulheres
estão implicados neste estudo.

58
i Xi Na Fi(%)

1 Masculino 40 83,33%

2 Feminino 8 16,67%

Total 48 100%

Tabela 3.2.Distribuição
3. por sexo
O grupo inquirido é formado maioritariamente por homens, cerca de 83%
e apenas cerca de 17% de mulheres, justificando-se
justificando se pelo ramo de actividade.

Mulheres
17%

Homens
83%

Gráfico 3. 2.1 - Distribuição por sexo

Função.
Dentre as mais variadas funções, os inquiridos enquadram-se
enquadram nas
seguintes: controladores de águas, motoristas, agentes de segurança,
operadores de máquinas, técnicos administrativos, técnicos de facturação,
assistentes de contabilidade, estivadores e gestor de recursos humanos. A
distinção das funções é necessária pois ajuda-nos
ajuda nos a vislumbrar sem equívocos
de que foram estudados tantos operários como trabalhadores administrativos
pois que a higiene e segurança no trabalho é abrangente.

Tempo de trabalho
A antiguidade do trabalhador, que traduz a sua experiencia é importante
para se entender até que ponto o tempo de trabalho influi na segurança dos
empregados.

59
i Xi Na Fi

1 0 a 1 ano 4 8,33%

2 2 a 3 anos 40 83,33%

3 3 anos em diante 4 8,33%

Total 48 100%

Tabela 3.3.Distribuição
3.3 por tempo de trabalho.

Os trabalhadores inqueridos, maioritariamente têm uma antiguidade


entre 2 a 3 anos, o que representa pelo menos 83%, já que os restantes 17% é
o formado por trabalhadores com antiguidade de até 1 ano e 3 anos em diante
equitativamente.

3 em diante 0a1
8,33% 8,33%

2a3
83,33%

Gráfico 3.3.1 - distribuição por tempo de


trabalho

Grau de instrução.

O nível de escolaridade é um factor preponderante, pois que a aquisição


e aplicação de conhecimentos
onhecimentos de matéria sobre higiene e segurança no
trabalho só é possível se tivermos pessoal instruído. Procurou-se
Procurou saber qual
era a aptidão dos trabalhadores acerca da sua escolaridade pelo motivo já
citado.

60
i Xi Na Fi

1 1ª a 4ª classe 0 0%

2 5ª a 6ª classe 0 0%

3 7ª a 9ª classe 20 41,67%

4 10ª a 12ª classe 24 50%

12ª classe em
5 diante 4 8,33%

total 48 100%

Tabela 3.4.Grau de instrução dos inqueridos

Procurou-se
se também saber o grau de instrução dos trabalhadores, e
verificou-se
se que nenhum está abaixo do 7º ano de escolaridade, cerca de 42%
frequentaram o I ciclo, metade deles frequentam ou já terminaram o II ciclo do
ensino secundário e apenas quase 8% têm frequência universitária.
universitária

1ª a 4ª
12ª em diante 0% 5ª a 6ª
8% 0%

7ª a 9ª
42%

10ª a 12ª
50%

Gráfico 3.4.1 -Grau


Grau de instrução dos inqueridos

A análise da aplicabilidade da higiene e segurança,


segurança, baseou-se
baseou num
inquérito de questões abrangentes formadas por perguntas abertas e fechadas,
cujo resultado apresentamos na íntegra:

Nível de sinistralidade.

61
Questionados acerca do nível de sinistralidade os funcionários, tanto
operários como trabalhadores administrativos relatam não terem sofrido
nenhum acidente de trabalho.

i Xi Na Fi(%)

1 Sim 0 0%

2 Não 48 100%

Total 48 100%

Tabela 3.5.Nivel de sinistralidade.

120%

100%
100%

80%

60%
´
40%

20%

0%
0%
Sim Não

Já numa outra questão, relacionada aos acidentes de trabalho 4


trabalhadores relatam ter presenciado acidentes de trabalho, nomeadamente
queda de objectos, vazamento de tubo hidráulico, ferimento nos membros, e as
causas apontadas são a negligência e falta de uso de E.P.I. Neste caso o nível
de sinistralidade que era nulo passa para 8%.

62
i Xi Na Fi(%)

1 Sim 4 8%

2 Não 44 92%

Total 48 100%

Tabela 3.6.Trabalhadores que presenciaram acidentes de trabalho.

100%
90%
92%
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
8%
0%
Sim Não

Sinalização.

Questionados acerca da existência de sinalização de perigos e riscos de


acidentes de trabalho, os trabalhadores operários responderam
afirmativamente, já os trabalhadores administrativos relatam a inexistência de
sinalização nos escritórios tanto de Luanda como do Soyo. Não obstante a isso
todos trabalhadores, tanto operários como administrativos reconhecem em
unanimidade a importância da existência da sinalização, cujas razões
apresentamos resumidamente, a seguir:

• É importante a sinalização no local de trabalho por que, ajuda a


combater acidentes.

63
• É importante a sinalização, por que demonstra a existência de qualquer
perigo no local de trabalho.

• Para além de evitar acidentes no local de trabalho, a sinalização permite


também despertar e dar segurança aos trabalhadores.

• Mostra-nos a identificação do tipo de riscos.

Conhecimento de higiene e segurança no trabalho.

i Xi Na Fi(%)

1 Com conhecimento 32 67%

2 Sem conhecimento 16 33%

Total 48 100%

Tabela 3.7.Conhecimento sobre higiene e segurança no trabalho

67% dos trabalhadores responderam afirmativamente quanto ao


conhecimento de matéria relacionada a higiene e segurança no trabalho contra
33% que responderam negativamente, dentre estes últimos enquadram-se
todos trabalhadores administrativos, cuja causa avançada é a inexistência de
um plano de formação sobre a matéria por parte da empresa, facto corroborado
também pelos trabalhadores operários, já que o conhecimento que possuem foi
adquirido maioritariamente a custa da empresa à qual a Bonzai presta serviços
e uma minoria adquiram em empresas que trabalharam anteriormente.

64
70%
67%
60%

50%

40%

30% 33%

20%

10%

0%
Com conhecimento Sem conhecimento

Condições ambientais

Uma outra questão levada a cabo foi para se apurar as condições


ambientais no local de trabalho, como iluminação, ruído, vibrações e condições
atmosféricas, e o resultado foi o seguinte

Iluminação

i Xi Na Fi(%)

1 Muito boa 29 60%

2 Boa 19 40%

3 Suficiente 0 0%

4 Insuficiente 0 0%

5 Sem opinião 0 0%

Total 48 100%

Tabela 3.8.1.Iluminação.

Em termos gerais tanto operários como trabalhadores administrativos,


60% afirmam trabalharem num local onde a iluminação é muito boa enquanto

65
40% consideram a mesma iluminação boa, noutros casos não existe
pronunciamento. Esta análise pode ser visualizada com mais propriedade no
gráfico a seguir:

70%

60%
60%
50%

40%
40%
30%

20%

10%
0% 0% 0%
0%
Muito boa Boa Suficiente Insuficiente Sem opinião

Ruído.

i Xi Na Fi(%)

1 Excessivo 0 0%

2 Forte 17 35%

3 Fraco 16 33%

4 Inexistente 4 8%

5 Sem opinião 11 23%

Total 48 100%

Tabela 3.8.2.Ruído

35% alegaram a existência de ruídos fortes, contra 33% que acusam a


existência de ruídos fracos no local de trabalho, 23% são indiferentes,
enquanto 8% dizem não existir ruídos e nenhum acusa a existência de ruídos
excessivos.

66
40%

35%
35%
30% 33%

25%

20% 23%

15%

10%

5% 8%
0%
0%
Excessivo Forte Fraco Inexistente Sem opinião

Vibrações

i Xi Na Fi(%)

1 Excessivas 4 8%

2 Fortes 8 17%

3 Fracas 8 17%

4 Inexistentes 12 25%

5 Sem opinião 16 33%

Total 48 100%

Tabela 3.8.3. vibrações

Quanto às vibrações as opiniões estão divididas, entre os que afirmam a


existência de fortes vibrações e os que dizem existirem vibrações fracas, pois
esta opinião é partilhada pelo mesmo número em ambas partes
correspondendo a 17%. Existem uma considerável abstenção de 33% acerca
deste caso, ficando para os extremos 8% que consideram a existência de
vibrações excessivas e 25% que relatam a inexistência das mesmas.

67
35%
33%
30%

25%
25%
20%

15% 17% 17%

10%
8%
5%

0%
Excessivas Fortes Fracas Inexistentes Sem opinião

Condições atmosféricas

i Xi Na Fi(%)

1 Excelentes 8 17%

2 Boas 24 50%

3 Razoáveis 12 25%

4 Más 0 0%

5 Sem opinião 4 8%

Total 48 100%

Tabela 3.8.4.Condições atmosféricas

No que tange às condições atmosféricas entre elas a temperatura e a


humidade no local de trabalho, o quadro é satisfatório pois metade dos
trabalhadores afirmam existirem boas condições atmosféricas e ainda 17%
classifica-as como excelentes, e ninguém afirma trabalhar num ambiente com
más condições atmosféricas.

68
60%

50%
50%
40%

30%

20% 25%

17%
10%

0% 8%
0%
Excelentes Boas Razoáveis Más Sem opinião

Uso de E.P.I

Entre as funções que exigem o uso de equipamentos de protecção, no


caso de operários, afirmam em utiliza-los no seu local de trabalho, dentre eles
citam-se os seguintes: capacetes de segurança, óculos de protecção, botas de
biqueira, luvas de protecção, vestuário adequado, auriculares/auscultadores,
mascaras e cinto de segurança.

Tipo de liderança

i Xi Na Fi(%)

1 Sim 21 44%

2 Não 27 56%

Total 48 100%

Tabela 3.9.Influência da liderança

Uma outra questão foi para analisar se o tipo de liderança da empresa


tem influência no desempenho dos trabalhadores. 44%, advogam a existência
de uma certa influência da liderança no seu desempenho, uns de forma
positiva e outros negativamente, sendo que apenas os operários reconhecem
um certo positivismo da liderança, enquanto os trabalhadores administrativos

69
cunham a liderança como um contributo negativo à sua produtividade. As
causas que os trabalhadores tanto operários como administrativos apontam
são as seguintes:

• Péssima influência, que causa um ambiente de trabalho desconfortável.

• Influência na saúde mental, provocada por gritarias

• Colaboração na execução de tarefas.

• Encorajamento e aconselhamento sobre normas e comportamento a ter.

• Pelo bom comportamento.

56% negam a existência de alguma influencia da liderança no seu


desempenho. Este quadro visualiza-se melhor no gráfico a seguir:

60%

56%
50%

40% 44%

30%

20%

10%

0%
Sim Não

Relação entre colegas.

Todos afirmam a existência de uma boa relação entre os colegas e


apenas foi relatada uma briga, motivada por insubordinação de um funcionário
perante a chefia.

70
Supervisor

i Xi Na Fi(%)

1 Sim 28 58%

2 Não 20 42%

Total 48 100%

Tabela 3.10.Existência de supervisor

Questionados acerca da existência de um supervisor de higiene e


segurança no local de trabalho, 58% dos trabalhadores responderam
afirmativamente, contra 42% que trabalham sem nenhuma supervisão, dentre
estes últimos estão incluídos todos trabalhadores administrativos.

70%

60%
58%
50%

40%
42%
30%

20%

10%

0%
Sim Não

71
Formação de 1º socorro e uso de extintor.

i Xi Na Fi(%)

1 Sim 12 25%

2 Não 36 75%

Total 48 100%

Tabela 3.11.Formação de 1º socorro e uso de extintor

Apenas 25% têm formação em primeiros socorros, assim como


coincidentemente a mesma percentagem que recebeu formação do uso do
extintor. 75% desconhecem práticas de uso de extintor e de primeiros socorros.
Nesta última classe estão incluídos todos trabalhadores administrativos.

80%

70% 75%

60%

50%

40%

30%

20% 25%

10%

0%
Sim Não

Sugestões para melhoria da higiene e segurança na empresa:

A última questão do estudo, foi a de buscar sugestões que concorram


para melhoria das condições de higiene e segurança no trabalho, e foram
colhidas as seguintes contribuições:

• Mudança do estilo de liderança.

72
• Formação dos trabalhadores em matéria de higiene e segurança no
trabalho.

• Actualização constante em formações sobre higiene e segurança no


local de trabalho.
• Troca periódica de equipamentos de trabalho obsoletos.

• Informar os trabalhadores quanto a possíveis riscos com equipamentos


e não só.

73
3.2. Conclusão e recomendações.

O problema central desta pesquisa conforme mencionado no capítulo


primeiro foi:

Que mecanismos devem ser utilizados para a observância e


manutenção da higiene e segurança no local de trabalho?

Com intuito de solucionar – se este problema foram avançadas as


seguintes hipóteses, sendo uma geral e três secundárias respectivamente:

A inclusão de um plano de higiene e segurança no trabalho como custos


da empresa permite a execução e manutenção da higiene e segurança no local
de trabalho.

A formação dos trabalhadores em matéria de higiene e segurança no


trabalho, assim como a sinalização do local de trabalho, contribui para
observância e manutenção da higiene e segurança no local de trabalho.

O funcionamento da empresa em instalações próprias criadas para o


exercício da actividade laboral, eleva o nível de observância e manutenção da
higiene e segurança no local de trabalho.

A adopção de estilos de liderança participativos, eleva a manutenção de


higiene e segurança no local de trabalho.

Para a compreensão do tema: análise da higiene e Segurança no


Trabalho, sua aplicabilidade e impacto em empresas do ramo petrolífero:
estudo de caso Bonzai Multiservices,lda, a pesquisa tornou-se imprescindível.
O que apresentamos a seguir, são as conclusões e recomendações em função
da interpretação dos resultados.

74
3.2.1.Conclusão.

Conclui-se mediante a pesquisa realizada que na Bonzai


Multiservices,Lda, não há observância da higiene e segurança no seu local de
trabalho, pois que o facto de nenhum trabalhador ser formado pela empresa
mostra claramente que a mesma não orçamenta custos relacionados com a
higiene e segurança, o que traduz em última estância a falta de um plano para
o efeito. Não obstante a isso, o próprio funcionamento da empresa em
instalações que foram inicialmente concebidas como residenciais, agudiza
ainda mais a inobservância da higiene e segurança, e por fim o próprio estilo
de liderança, pois que pela natureza da actividade da empresa e pela
localização geográfica a esta questão considerou-se a inquietação dos
trabalhadores administrativos por serem eles que lidam directamente com a
chefia, em sentirem um certo desconforto quanto à forma de liderança.
Portanto essas causas que acima foram expostas corroboram as hipóteses
enunciadas para o estudo em causa.

Esta conclusão baseia-se também no facto de que, todas as questões


inqueridas que concorrem para a observância e manutenção da higiene e
segurança no local de trabalho estarem sob tutela exclusiva do cliente ao qual
a empresa presta serviços.

75
3.2.2.Recomendações.

A seguir apresentam-se as recomendações que podem ser seguidas


para a observância e manutenção da higiene segurança no local de trabalho na
Bonzai Multiservices,Lda:

• Inclusão de um plano de higiene e segurança no trabalho como custos


da empresa.

• Adequar as instalações, com requisitos necessários à execução da


actividade laboral.

• Mudança do estilo de liderança e adopção de estilo de liderança não


autoritário.

• Formação dos trabalhadores em matéria de higiene e segurança no


trabalho

• Actualização constante em formações sobre higiene e segurança no


local de trabalho.

• Troca periódica de equipamentos de trabalho obsoletos.

• Informar os trabalhadores quanto a possíveis riscos com equipamentos


e não só.

76
BIBLIOGRAFIA

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de Angola, Lda. 2ª Edição.2000.pp. (47-51).

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CARVALHO, J. Eduardo. Metodologia do trabalho científico. 2ª Edição. Lisboa.


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MIGUEIS, Joaquim, material de apoio à metodologia de investigação científica:


versão não corrigida – Faculdade de Economia da U.A.N, Luanda.

SILVA, Edna Lúcia da; MENEZES, Estera Muszkat.Metodologia da pesquisa e


elaboração de dissertação.3ª ed. rev. Actual.Florianópolis.2001

78
ANEXOS

A1 -Questionário

Esta pesquisa visa apurar o grau de aplicação das medidas de higiene e


segurança no local do trabalho dos trabalhadores da Bonzai (na base do kwanda e
não só.) As informações obtidas serão utilizadas futuramente para melhorar o seu
ambiente de trabalho. Você é indispensável para que tal aconteça, responda por favor
às questões que se seguem. Não precisas se identificares, apenas forneça a idade e o
sexo.

IDADE: De 18-23 anos De 24-28 anos De 29-33 anos de 34 -38 anos


De 39 anos-em diante
SEXO: Masculino Feminino
FUNÇÃO: ______________________DEPARTAMENTO:____________________

TEMPO DE TRABALHO: De 0 – 1 ano De 2-3 anos De 3 anos - em diante

1 – Já sofreu algo tipo de acidente de trabalho? Sim Não


2 – Se sim, qual? _____________________________________________qual foi a
causa?:_______________________________________________________________
2.1- Onde foi tratado? No centro médico da empresa Por conta própria
3 – Já presenciou um acidente de trabalho? Sim Não
4 – Se sim, qual?:_______________________________________________________
___ qual foi a causa?:___________________________________________________

5 – Existe sinalização de perigos e riscos no local de trabalho? Sim Não


6- Será que a sinalização do local de trabalho é importante? Se sim ou não porque:
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________

7 – Tem conhecimentos sobre higiene e segurança no trabalho? Se sim onde os


adquiriu? :_____________________________________________________Se não,
porque:______________________________________________________________
8 – O conhecimento sobre higiene e segurança reduz a hipótese, de sofreres
acidentes no local de trabalho? Sim Não Porquê?: _______________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________

9 - Como é que classifica o seu ambiente de trabalho, relativamente aos


seguintes factores:

79
Iluminação Ruído Vibrações Condições
atmosféricas
Muito boa Excessivo Excessivas Excelentes
Boa Forte Fortes Boas
Suficiente Fraco Fracas Razoáveis
Insuficiente Inexistente Inexistentes Más
Sem opinião Sem opinião Sem opinião Sem opinião

10 .De entre os equipamentos de protecção individual mencionados, qual(ais) usa


diariamente:

Capacetes de segurança Óculos de protecção Botas de biqueira

Luvas de protecção Vestuário adequado Auriculares/ auscultadores

Máscaras/ dispositivos filtrantes Cinto de segurança Nenhum

Outro(s)
Qual(ais)?_____________________________________________________________

11. O tipo de liderança(chefia) tem alguma influência no teu desempenho? Sim


Não

11.2.Se sim como?:____________________________________________________


____________________________________________________________________
____________________________________________________________________

12. Que relação tem com os outros colegas?: Boa suficiente normal

13. Já alguma vez brigou com um colega? Sim não . Se sim


porque:_______________________________________________________________
_____________________________________________________________________

14. Existe um supervisor de higiene e segurança no trabalho? Sim não

15. Já teve formação(treino) de 1ºs socorros? Sim Não .E Uso de extintor?


Sim Não

15.1. Se já teve outro tipo de treino,qual?:____________________________________


_____________________________________________________________________

16. O que pode sugerir para melhorar a higiene e segurança da


empresa?:_____________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________

Data de preenchimento: _____ de ____ de 20____.

Obrigado pela colaboração

80
A2- Sinalização de segurança

INCÊNDIOS

Diapositivo sonoro de aviso


Agulheta de incêndio
de incêndio

Escada Direcção a seguir

Extintor Direcção a seguir

81
Telefone a utilizar em caso Direcção a seguir
de emergência

Comando manual ou botão Direcção a seguir


de alarme

SINAIS DE PROIBIÇÃO

Proibição de fumar Proibição de fazer lume e de


fumar

Passagem proibida a peões Proibição de apagar com


água

Água não potável Proibida a entrada a pessoas


não autorizadas

82
Passagem proibida a Não tocar
Veículos de movimentos de
carga

Veículos de
Substancias
Movimentações de
Substancias Inflamáveis ou Corrosivas
Cargas
Alta Temperatura

Forte Campo
Raios Laser Risco Biológico
Magnético

Substâncias Explosivas Substâncias


Perigo de Electrocussão
Radioactivas

83
Substâncias Comburentes Tropeçamentos Baixa Temperatura

Substancias Tóxicas Cargas Suspensas Perigos Vários

Substâncias Nocivas
Radiações Queda com Desnível
ou Irritantes

SINAIS DE OBRIGAÇÃO

Protecção individual Passagem obrigatória Obrigações varias


obrigatória contra quedas para peões (acompanhado
eventualmente de uma
placa adicional

Protecção obrigatória do Protecção obrigatória da Protecção obrigatória dos


corpo cabeça ouvidos

84
Protecção obrigatória Protecção obrigatória Protecção obrigatória do
dos pés das mãos corpo

Protecção obrigatória Protecção obrigatória


dos olhos das vias respiratórias

SINAIS DE SALVAMENTO.

Via/saída de emergência

85
Direcção a seguir
(sinal de indicação adicional às placas apresentadas
em seguida)

Primeiros socorros Maca Duche de segurança

Telefone para salvamento


e primeiros socorros

86

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