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Atualização 17: para ser juntada na pág. 877 do Livro Vade Mecum 5ª ed.

Direito Processual Penal

3 COMPETÊNCIA

3.6 FORO POR PRERROGATIVA DE FUNÇÃO

Na pág. 877 colocar a seguinte observação:

O art. 105, I, “a”, da CF/88 prevê que os Desembargadores dos Tribunais de Justiça
são julgados criminalmente pelo STJ. O entendimento acima exposto (que
restringiu o foro para crimes relacionados com o cargo) é aplicado também para
os Desembargadores dos Tribunais de Justiça? Se um Desembargador praticar
crime que não esteja relacionado com o exercício de suas funções (ex: lesão
corporal contra a esposa), ele será julgado pelo juízo de 1ª instância?
NÃO.
Os Desembargadores dos Tribunais de Justiça continuam sendo julgados pelo STJ
mesmo que o crime não esteja relacionado com as suas funções.
Assim, o STJ continua sendo competente para julgar quaisquer crimes imputados
a Desembargadores, não apenas os que tenham relação com o exercício do cargo.
STJ. APn 878/DF QO, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 30/05/2016.

É uma espécie de “exceção” ao entendimento do STJ que restringe o foro por


prerrogativa de função.
O STJ entendeu que haveria um risco à imparcialidade caso o juiz de 1º instância
julgasse um Desembargador (autoridade que, sob o aspecto administrativo, está em
uma posição hierarquicamente superior ao juiz).
Veja as palavras do Min. Relator Benedito Gonçalves:
“É que, em se tratando de acusado e de julgador, ambos, membros da
Magistratura nacional, pode-se afirmar que a prerrogativa de foro não se
justifica apenas para que o acusado pudesse exercer suas atividades
funcionais de forma livre e independente, pois é preciso também que o
julgador possa reunir as condições necessárias ao desempenho de suas
atividades judicantes de forma imparcial.
Esta necessidade (de que o julgador possa reunir as condições necessárias
ao desempenho de suas atividades judicantes de forma imparcial) não se
revela como um privilégio do julgador ou do acusado, mas como uma
condição para que se realize justiça criminal. Ser julgado por juiz com
duvidosa condição de se posicionar de forma imparcial, afinal, violaria a
pretensão de realização de justiça criminal de forma isonômica e
republicana.
A partir desta forma de colocação do problema, pode-se argumentar que,
caso Desembargadores, acusados da prática de qualquer crime (com ou sem
relação com o cargo de Desembargador) viessem a ser julgados por juiz de
primeiro grau vinculado ao Tribunal ao qual ambos pertencem, se criaria, em
alguma medida, um embaraço ao juiz de carreira.”

O caso concreto enfrentado pelo STJ envolvia um Desembargador do Tribunal de


Justiça do Estado do Paraná que estava sendo acusado de ter, supostamente,
praticado lesão corporal contra a mãe e a irmã.
Este Desembargador deve ser julgado pelo STJ (e não pelo Juiz de Direito de 1ª
instância).

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