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TEMA 3
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS
Considerações gerais
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Importante lembrar que a Lei nº 13.467/17, que alterou a CLT incluiu a possibilidade de
honorários sucumbenciais ao acrescentar o art. 791-A. Vejamos:
Art. 791-A. Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão devidos honorários de
sucumbência, fixados entre o mínimo de 5% (cinco por cento) e o máximo de 15% (quinze por
cento) sobre o valor que resultar da liquidação da sentença, do proveito econômico obtido ou,
não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa. (Incluído pela Lei nº 13.467,
de 2017)
§ 1o Os honorários são devidos também nas ações contra a Fazenda Pública e nas
ações em que a parte estiver assistida ou substituída pelo sindicato de sua categoria. (Incluído
pela Lei nº 13.467, de 2017)
§ 2o Ao fixar os honorários, o juízo observará: (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
I - o grau de zelo do profissional; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
II - o lugar de prestação do serviço; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
III - a natureza e a importância da causa; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
IV - o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço. (Incluído
pela Lei nº 13.467, de 2017)
§ 3o Na hipótese de procedência parcial, o juízo arbitrará honorários de sucumbência re-
cíproca, vedada a compensação entre os honorários. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
§ 4o Vencido o beneficiário da justiça gratuita, desde que não tenha obtido em juízo, ain-
da que em outro processo, créditos capazes de suportar a despesa, as obrigações decorrentes
de sua sucumbência ficarão sob condição suspensiva de exigibilidade e somente poderão ser
executadas se, nos dois anos subsequentes ao trânsito em julgado da decisão que as certifi-
cou, o credor demonstrar que deixou de existir a situação de insuficiência de recursos que justi-
ficou a concessão de gratuidade, extinguindo-se, passado esse prazo, tais obrigações do bene-
ficiário. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
§ 5o São devidos honorários de sucumbência na reconvenção. (Incluído pela Lei nº
13.467, de 2017)
O Novo CED reservou um capítulo próprio para tratar dos honorários profissionais (Título I,
Capítulo IX, arts. 48 ao 54). Vejamos:
“Art. 48. A prestação de serviços profissionais por advogado, individualmente ou integrado
em sociedades, será contratada, preferentemente, por escrito.
§ 1º O contrato de prestação de serviços de advocacia não exige forma especial, devendo
estabelecer, porém, com clareza e precisão, o seu objeto, os honorários ajustados, a for-
ma de pagamento, a extensão do patrocínio, esclarecendo se este abrangerá todos os
atos do processo ou limitar-se-á a determinado grau de jurisdição, além de dispor sobre a
hipótese de a causa encerrar-se mediante transação ou acordo.
§ 2º A compensação de créditos, pelo advogado, de importâncias devidas ao cliente, so-
mente será admissível quando o contrato de prestação de serviços a autorizar ou quando
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houver autorização especial do cliente para esse fim, por este firmada.
§ 3º O contrato de prestação de serviços poderá dispor sobre a forma de contratação de
profissionais para serviços auxiliares, bem como sobre o pagamento de custas e emolu-
mentos, os quais, na ausência de disposição em contrário, presumem-se devam ser
atendidos pelo cliente. Caso o contrato preveja que o advogado antecipe tais despesas,
ser-lhe-á lícito reter o respectivo valor atualizado, no ato de prestação de contas, median-
te comprovação documental.
§ 4º As disposições deste capítulo aplicam-se à mediação, à conciliação, à arbitragem ou
a qualquer outro método adequado de solução dos conflitos.
§ 5º É vedada, em qualquer hipótese, a diminuição dos honorários contratados em decor-
rência da solução do litígio por qualquer mecanismo adequado de solução extrajudicial.
§ 6º Deverá o advogado observar o valor mínimo da Tabela de Honorários instituída pelo
respectivo Conselho Seccional onde for realizado o serviço, inclusive aquele referente às
diligências, sob pena de caracterizar-se aviltamento de honorários.
§ 7º O advogado promoverá, preferentemente, de forma destacada a execução dos hono-
rários contratuais ou sucumbenciais.
Art. 49. Os honorários profissionais devem ser fixados com moderação, atendidos os
elementos seguintes:
I - a relevância, o vulto, a complexidade e a dificuldade das questões versadas;
II - o trabalho e o tempo a ser empregados;
III - a possibilidade de ficar o advogado impedido de intervir em outros casos, ou de se
desavir com outros clientes ou terceiros;
IV - o valor da causa, a condição econômica do cliente e o proveito para este resultante
do serviço profissional;
V - o caráter da intervenção, conforme se trate de serviço a cliente eventual, frequente ou
constante;
VI - o lugar da prestação dos serviços, conforme se trate do domicílio do advogado ou de
outro;
VII - a competência do profissional;
VIII - a praxe do foro sobre trabalhos análogos.
Art. 50. Na hipótese da adoção de cláusula quota litis, os honorários devem ser necessa-
riamente representados por pecúnia e, quando acrescidos dos honorários da sucumbên-
cia, não podem ser superiores às vantagens advindas a favor do cliente.
§ 1º A participação do advogado em bens particulares do cliente só é admitida em caráter
excepcional, quando esse, comprovadamente, não tiver condições pecuniárias de satisfa-
zer o débito de honorários e ajustar com o seu patrono, em instrumento contratual, tal
forma de pagamento.
§ 2º Quando o objeto do serviço jurídico versar sobre prestações vencidas e vincendas,
os honorários advocatícios poderão incidir sobre o valor de umas e outras, atendidos os
requisitos da moderação e da razoabilidade.
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§ 1º No caso de substabelecimento, a verba correspondente aos honorários da sucum-
bência será repartida entre o substabelecente e o substabelecido, proporcionalmente à
atuação de cada um no processo ou conforme haja sido entre eles ajustado.
§ 2º Quando for o caso, a Ordem dos Advogados do Brasil ou os seus Tribunais de Ética
e Disciplina poderão ser solicitados a indicar mediador que contribua no sentido de que a
distribuição dos honorários da sucumbência, entre advogados, se faça segundo o critério
estabelecido no § 1º.
§ 3º Nos processos disciplinares que envolverem divergência sobre a percepção de hono-
rários da sucumbência, entre advogados, deverá ser tentada a conciliação destes, preli-
minarmente, pelo relator.
Art. 52. O crédito por honorários advocatícios, seja do advogado autônomo, seja de soci-
edade de advogados, não autoriza o saque de duplicatas ou qualquer outro título de cré-
dito de natureza mercantil, podendo, apenas, ser emitida fatura, quando o cliente assim
pretender, com fundamento no contrato de prestação de serviços, a qual, porém, não po-
derá ser levada a protesto.
Parágrafo único. Pode, todavia, ser levado a protesto o cheque ou a nota promissória
emitido pelo cliente em favor do advogado, depois de frustrada a tentativa de recebimento
amigável.
Entretanto, o Código de Ética e Disciplina trouxe a possibilidade de ser feito esse pacto,
desde que estejam presentes as condições do art. 50 e seus parágrafos:
Art. 50. Na hipótese da adoção de cláusula quota litis, os honorários devem ser necessa-
riamente representados por pecúnia e, quando acrescidos dos honorários da sucumbên-
cia, não podem ser superiores às vantagens advindas a favor do cliente.
§ 1º A participação do advogado em bens particulares do cliente só é admitida em caráter
excepcional, quando esse, comprovadamente, não tiver condições pecuniárias de satisfa-
zer o débito de honorários e ajustar com o seu patrono, em instrumento contratual, tal
forma de pagamento.
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§ 2º Quando o objeto do serviço jurídico versar sobre prestações vencidas e vincendas,
os honorários advocatícios poderão incidir sobre o valor de umas e outras, atendidos os
requisitos da moderação e da razoabilidade.
De toda forma, apesar da permissão pelo Código de Ética, todo zelo deve ter o advogado
para que não incorra em infração disciplinar.
Formas judiciais de cobrança
Na hipótese de o constituinte faltar com a obrigação de pagar os honorários ao advogado,
este deve procurar ao máximo resolver a situação amigavelmente. Chegando ao ponto de não
haver mais solução pela forma preliminar, surge a necessidade de se buscar a via judicial. Para
isso, deve o advogado renunciar ao patrocínio da causa e constituir outro advogado para fazer
a cobrança, conforme dispõe o art. 54 do Novo Código de Ética e Disciplina.
O art. 24 do Estatuto determina que o contrato feito por escrito (contrato de honorários ad-
vocatícios) constitui título executivo. Desse modo, o advogado não precisará propor ação de
conhecimento. A cobrança será feita, neste caso, através da execução por quantia certa.
Já quando o advogado contrata de forma verbal, resta claro que não há o que executar,
ensejando, assim, uma ação de cobrança.
Quando for o caso de o advogado juntar aos autos o contrato de honorários advocatícios
antes da expedição do mandado de levantamento ou precatório, deve o juiz determinar que lhe
sejam pagos diretamente, deduzindo o valor respectivo da quantia a ser recebida pelo consti-
tuinte, a não ser que este comprove que já o pagou.
Os honorários incluídos na condenação, seja por arbitramento, seja por sucumbência, per-
tencem ao advogado, tendo o profissional direito autônomo de exigir o cumprimento da senten-
ça, podendo, ainda, solicitar ao juiz que o precatório seja expedido em seu nome, quando for o
caso.
O art. 24 do Estatuto enfatiza que a decisão judicial que fixar ou arbitrar honorários, bem
como o contrato feito por escrito, têm força de título executivo e constituem crédito privilegiado
na falência, concordata, concurso de credores, insolvência civil e liquidação extrajudicial.
Quando o advogado receber um substabelecimento com reserva de poderes, não poderá
cobrar os honorários respectivos sem a intervenção daquele que lhe substabeleceu (art. 26 do
EAOAB).
Em 2009, foi acrescentado o art. 25-A, que também trouxe o prazo prescricional de 5 (cin-
co) anos para a ação de prestação de contas das quantias recebidas pelo advogado do seu
cliente, ou de terceiros por conta dele.
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