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TEMA 2
RESPONSABILIDADE DISCIPLINAR
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Ainda, neste ponto, cabe-nos uma explicação a respeito da expressão “prestar novas pro-
vas de habilitação”. Para Geronimo Theml de Macedo, o conteúdo deve ser entendido como
nova aprovação no Exame da Ordem (obra citada, p. 130). Tal entendimento parece ser o
mesmo do Conselho Federal da OAB na decisão mencionada pelo autor: “inépcia profissional
evidente e comprovada deve gerar a necessidade da suspensão exercício profissional até que
o representado faça novo exame de ordem” (processo nº 1.875/98/SCA-SP, Relator Clovis Cu-
nha da Gama Malcher Filho (PA), DJ 26.05.99).
No que pese os respeitáveis entendimentos, defendemos um posicionamento diferente, no
sentido de que “prestar novas provas de habilitação” não é prestar novo Exame da Ordem.
Uma, porque se o legislador quisesse que o advogado punido por inépcia profissional se sub-
metesse a novo Exame, assim teria dito expressamente. Outra, porque o Estatuto somente faz
referência à aprovação no Exame da Ordem para quem desejar se inscrever no quadro de ad-
vogados da OAB (art. 8º, IV).
A exclusão é a sanção mais grave aplicada pela OAB. O advogado que for excluído terá
sua inscrição cancelada (art. 11, II, EAOAB) e, consequentemente, não poderá advogar até
seja reabilitado. Para a aplicação da sanção disciplinar de exclusão é necessária a manifesta-
ção favorável de 2/3 (dois terços) dos membros do Conselho Seccional competente.
Por fim, a multa é uma sanção acessória, ou seja, ela não será aplicada isoladamente,
sendo aplicada em conjunto com uma censura ou com uma suspensão sempre que houver
circunstâncias agravantes, como a reincidência. O valor da multa pode variar de 1 (uma) a 10
(dez) anuidades.
As sanções disciplinares (censura, suspensão, exclusão e multa) devem constar nos as-
sentamentos do inscrito após o trânsito em julgado da decisão, não podendo ser objeto de pu-
blicidade a de censura, justamente porque nesta não há problema em alguém o contratar. Na
suspensão e na exclusão, a OAB deve ter todo o cuidado para que ninguém contrate o profis-
sional. Os atos praticados por advogado suspenso ou excluído são nulos (art. 4º e parágrafo
único do EAOAB).
Das infrações e suas respectivas sanções
O art. 34 do Estatuto da Advocacia e da OAB tem 29 incisos, trazendo uma série de infra-
ções disciplinares.
Essas infrações podem ser dividas em três grupos: leves, graves e gravíssimas. Advirta-se
que a lei não faz essa classificação. Nós assim fizemos para melhor entendimento do leitor.
Dessa forma, as infrações leves são punidas com censura (que, conforme já vimos, pode
ser convertida em mera advertência, se presentes circunstâncias atenuantes), as graves com
suspensão e as gravíssimas com exclusão.
Infrações punidas com censura.
O art. 36 do Estatuto determina que a censura será aplicada nos casos de:
a) infrações definidas nos incisos I a XVI e XXIX do art. 34;
b) violação ao Código de Ética e Disciplina;
c) violação a preceito desta lei, quando para a infração não se tenha estabelecido sanção
mais grave.
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IV – angariar ou captar causas, com ou sem a intervenção de terceiros;
V – assinar qualquer escrito destinado a processo judicial ou para fim extrajudicial que não
tenha feito ou em que não tenha colaborado;
VI – advogar contra literal disposição de lei, presumindo-se a boa-fé quando fundamentado
na inconstitucionalidade, na injustiça da lei ou em pronunciamento judicial anterior;
VII – violar, sem justa causa, sigilo profissional;
VIII – estabelecer entendimento com a parte adversa sem autorização do cliente ou ciência
do advogado da parte contrária;
IX – prejudicar, por culpa grave, interesse confiado ao seu patrocínio;
X – acarretar, conscientemente, por ato próprio, a anulação ou a nulidade do processo em
que funcione;
XI – abandonar a causa sem justo motivo ou antes de decorridos 10 (dez) dias da comuni-
cação da renúncia;
XII – recusar-se a prestar, sem justo motivo, assistência jurídica, quando nomeado em vir-
tude de impossibilidade da Defensoria Pública;
XIII – fazer publicar na imprensa, desnecessária e habitualmente, alegações forenses ou
relativas a causas pendentes;
XIV – deturpar o teor de dispositivo de lei ou de citação doutrinária ou de julgado, bem co-
mo de depoimentos, documentos e alegações da parte contrária, para confundir o adversário
ou iludir o juiz da causa;
XV – fazer, em nome do constituinte, sem autorização escrita deste, imputação a terceiro
de fato definido como crime;
XVI – deixar de cumprir, no prazo estabelecido, determinação emanada do órgão ou auto-
ridade da OAB, em matéria da competência desta, depois de regularmente notificado;
XXIX – praticar o estagiário ato excedente de sua habilitação.
Infrações punidas com suspensão
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Para o parágrafo único do art. 34 do Estatuto, inclui-se na conduta incompatível a prática
reiterada de jogo de azar não autorizado por lei, a incontinência pública e escandalosa e a em-
briaguez ou toxicomania habituais.
Reincidência
O advogado que já foi punido com uma censura ou uma suspensão deixa de ser primário.
Desse modo, caso venha a cometer uma nova infração disciplinar será considerado reinciden-
te. Por exemplo: um advogado anteriormente punido com uma censura que vem a ser conde-
nado por ter abandonado uma causa sem justo motivo (art. 34, XI – infração de natureza leve)
será considerado reincidente e será suspenso pelo prazo de 30 (trinta) dias a 12 (doze) meses.
Infrações punidas com exclusão
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Prescrição intercorrente (art. 43, § 1º, do EAOAB)
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