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RESOLUÇÃO _ CASOS PRÁTICOS I _ PCV II

Teoria da Individualização vs. Teoria da Substanciação:


- TI
→ i) A alegação dos factos é apenas condição do êxito da acção, não elemento
individualizador.
ii) A propósito do direito de propriedade... seja qual for a causa de pedir concreta da
relação jurídica invocada, tais direitos são sempre os mesmos, individualizando-se pelo
objecto e não pela causa.
Iii) Para a teoria da individualização, bastava ao autor indicar o pedido, com o que todas
as possíveis causas de pedir podiam ser consideradas no processo, de tal modo que, ao
responder afirmativa ou negativamente à pretensão, a sentença decidia em absoluto
sobre a existência ou inexistência da situação jurídica afirmada pelo autor.

- TS
→ i) Para a teoria da substanciação, a causa de pedir, ainda nos direitos absolutos, será
o facto gerador do direito, divergindo a acção sempre que seja diferente o facto
constitutivo invocado (diferente como acontecimento concreto).
ii) Para a teoria da substanciação, a afirmação da situação jurídica tem de ser fundada
em factos que, ao mesmo tempo que integram, tal como os outros factos alegados pelas
partes, a matéria fáctica da causa, exercem a função de individualizar a pretensão para o
efeito de conformação do objecto do processo.”
iii) A teoria da substanciação exige sempre a indicação do título (facto jurídico) em que se
baseia o direito do autor.
iv) É clara, no nº 4, do artº 581º, a opção legislativa pelo sistema da substanciação da
causa de pedir em detrimento do da individualização. Nesta, “bastaria a indicação do
pedido, devendo a sentença esgotar todas as possíveis causas de pedir da situação
jurídica enunciada pelo autor, impedindo-se que após a sentença houvesse alegação de
factos anteriores e que porventura não tivessem sido alegados ou apreciados”. Naquela, é
necessário “articular os factos de onde deriva a sua pretensão, formando-se o objecto do
processo e, por arrastamento, o caso julgado, apenas relativamente aos factos
integradores da causa de pedir invocada”.
v) Assim, à luz do expresso legamente, a causa de pedir é integrada pelo facto ou factos
produtores do efeito jurídico pretendido. Por outras palavras, a causa de pedir é
consubstanciada tão só pelos factos que preenchem a previsão da norma que concede a
situação subjectiva alegada pela parte.
___

Para cada uma destas situações, indique qual deve ser:


a) O pedido
b) causa de pedir (é útil o art. 581.º/4)

1 - A descobre que B o traiu. A instaura contra B uma ação de divórcio, alegando a


violação do dever conjugal de fidelidade.

R: Segundo o professor Miguel Teixeira de Sousa, o pedido é a forma de tutela


jurisdicional requerida para um direito subjetivo legalmente protegido; isto, ainda, de
acordo com o artigo 581º/3. No pedido, o autor pretende produzir um efeito jurídico; isto,
no sentido de requerer para um direito ou interesse uma das formas de tutela jurisdicional
disponíveis.
Assim, neste caso, o pedido deveria ser o divórcio entre A e B, no sentido de A querer
produzir o efeito jurídicos divórcio, com base num direito que afirma ter.
Quanto à causa de pedir, há que referir que existem duas teorias sobre que tipo de factos
a devem integrar.
- Para a teoria da individualização, a causa de pedir é algo abstrato, sendo que, por
exemplo, quem quisesse fazer valer um direito de propriedade bastaria invocar uma
relação contratual ou uma origem legal válida para esse direito. No fundo, não importaria
se esse tal direito de propriedade tem origem numa compra e venda, numa doação, etc.
Em suma, para esta teoria, bastaria que fosse alegada uma situação jurídica abstrata sem
nenhuma correspondência com factos da vida concretos.
- Já para a teoria da substanciação, é necessário que o pedido seja baseado em factos
concretos de onde possa surgir o direito que o autor alega.

Ora, em Portugal ninguém defende a teoria da individualização, sendo que o próprio CPC
acolhe a teoria da substanciação no artigo 581º/4, não restando dúvidas que a causa de
pedir tem de ser construída com factos concretos.
Contudo existem posições doutrinárias diferentes neste âmbito.
Prof. Miguel Teixeira de Sousa - A causa de pedir só contém os factos que individualizam
o pedido, ou seja, os que permitem separar aquele pedido de outros semelhantes. Assim,
só interessam os factos que dão origem à situação jurídica que se alega e não todos os
pressupostos constitutivos daquela situação.
Prof. Lebre de Freitas – A causa de pedir deve conter todos os factos que são
necessários para a ação proceder (autor ganhar). Mas só há ineptidão da P. I. Quando
faltarem factos na causa de pedir “individualizadora” e não na “fundamentadora”.

Tendo em conta a posição do professor Miguel Teixeira de Sousa e o que está presente
no 581º/4 CPC, a causa de pedir, neste caso, deveria ser a violação do dever conjugal de
fidelidade, alegada pelo autor. Veja-se que estamos perante uma ação constitutiva, sendo
que nesse caso a causa de pedir é o facto concreto que se invoca para obter o efeito
pretendido (581º/4, in fine).

(Esta causa de pedir deverá ser um facto concreto que vai preencher a previsão da
norma donde emana do direito de divórcio para o qual se requer tutela jurisdicional no
pedido. Até porque a causa de pedir é constituída pelos factos necessários para
individualizar o direito ou o interesse invocado pela parte.)
(Nas ações constitutivas (10º/3 c), a causa de pedir é o facto que gera o direito
potestativo que o autor invoca e pretende exercer.)
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2 - A celebra um contrato de compra e venda de uma casa de férias com B, no valor de


€3.500, procedendo ao seu registo. Nesse Verão, ao chegar à casa, percebe que esta
está ocupada por C, que se recusa a sair. Assim, A instaura contra C uma ação de
reivindicação do imóvel.

R: Segundo o professor Miguel Teixeira de Sousa, o pedido é a forma de tutela


jurisdicional requerida para um direito subjetivo legalmente protegido; isto, ainda, de
acordo com o artigo 581º/3. No pedido, o autor pretende produzir um efeito jurídico; isto,
no sentido de requerer para um direito ou interesse uma das formas de tutela jurisdicional
disponíveis.
Assim, neste caso, o pedido deveria ser o reconhecimento do direito de propriedade de A
e a consequente restituição do imóvel, tal como previsto no 1311º CC.
O pedido está ligado a uma norma ou conjunto de normas das quais emana o efeito
jurídico pretendido pelo autor.
Quanto à causa de pedir, tendo já sido visto que está prevista no código a teoria da
substanciação (581º/4), a causa de pedir deverá ser constituída por factos concretos de
onde possa surgir o direito que o autor alega. Logo, neste caso, a causa de pedir seria a
prévia relação contratual entre A e B, nomeadamente o contrato de compra e venda
celebrado entre estes dois. Para além disso, sendo o pedido a reivindicação do imóvel,
cremos que será ainda parte da causa de pedir o facto de C estar a ocupar o imóvel. No
fundo, a causa de pedir aqui será constituída por todos os factos que preencham a
previsão das normas donde provém o direito ao reconhecimento do direito de propriedade
de A e o direito à consequente restituição do imóvel.

(À semelhança das ações reais, nas ações de reivindicação, a causa de pedir é o facto
de que resulta a aquisição, originária ou derivada da propriedade. Lembre-se, então, que
a causa de pedir é constituída pelos factos necessários para individualizar o direito ou o
interesse invocado pela parte.)
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3 - A celebrou um contrato pelo qual se obrigava a pintar um quadro e B pagaria o valor


de €9.000. Entregue o quadro, B recusa-se agora a pagar. A instaura uma ação de
cumprimento.

R: Segundo o professor Miguel Teixeira de Sousa, o pedido é a forma de tutela


jurisdicional requerida para um direito subjetivo legalmente protegido; isto, ainda, de
acordo com o artigo 581º/3. No pedido, o autor pretende produzir um efeito jurídico; isto,
no sentido de requerer para um direito ou interesse uma das formas de tutela jurisdicional
disponíveis.
Assim, neste caso, o pedido seria o fazer valer o direito de crédito que está na origem da
ação de cumprimento. Em concreto, o pedido seria o pagamento por parte de B a A da
quantia acordada. No fundo, A quer fazer valer o seu direito de crédito.

Quanto à causa de pedir, à luz da teoria da substanciação consagrada legalmente no


artigo 581º/4, e segundo a posição do professor Miguel Teixeira de Sousa, esta deveria ter
como factos integrantes a relação contratual prévia entre A e B, que são os factos
concretos individualizadores do pedido.
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4 - A celebrou com B um contrato-promessa de compra e venda de um imóvel no valor


de 50.000 euros, o qual foi incumprido por este último. A, promitente-comprador, requer a
execução específica do referido negócio jurídico.

R: Segundo o professor Miguel Teixeira de Sousa, o pedido é a forma de tutela


jurisdicional requerida para um direito subjetivo legalmente protegido; isto, ainda, de
acordo com o artigo 581º/3. No pedido, o autor pretende produzir um efeito jurídico; isto,
no sentido de requerer para um direito ou interesse uma das formas de tutela jurisdicional
disponíveis.
Assim, neste caso, o pedido seria o fazer valer do direito ao cumprimento do contrato
celebrado. O direito à execução específica, por si só, não será o pedido, uma vez que
esse direito é um meio para atingir o fim que deveria ter sido logo atingido por via do
contrato celebrado entre A e B. Como refere o artigo 830º/1 CC, o objetivo é que se
produza os efeitos da declaração negocial do faltoso.

Quanto à causa de pedir, tendo já sido visto que está prevista no código a teoria da
substanciação (581º/4), e segundo a posição do professor Miguel Teixeira de Sousa de
que a causa de pedir deverá conter os factos individualizadores do pedido, esta deverá
ser constituída por factos concretos de onde possa surgir o direito que o autor alega.
Assim neste caso, a causa de pedir deveria ter como factos integrantes todos os factos
relativos à relação contratual entre A e B, nomeadamente o contrato-promessa em si
referido neste caso.
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5 - B chocou com o carro de A, por estar a guiar distraído ao telefone, causando danos
corporais em A e danificando o seu carro. A intenta contra B uma ação judicial na qual
pede uma indemnização pelos danos sofridos, no valor que se vier a apurar.

R: Segundo o professor Miguel Teixeira de Sousa, o pedido é a forma de tutela


jurisdicional requerida para um direito subjetivo legalmente protegido; isto, ainda, de
acordo com o artigo 581º/3. No pedido, o autor pretende produzir um efeito jurídico; isto,
no sentido de requerer para um direito ou interesse uma das formas de tutela jurisdicional
disponíveis.
Ora, neste caso, o pedido deveria ser o direito à indemnização por danos sofridos no
valor que se vier a apurar. No fundo, o pedido será a quantia a apurar por danos sofridos.

Quanto à causa de pedir, tendo já sido visto que está prevista no código a teoria da
substanciação (581º/4), e segundo a posição do professor Miguel Teixeira de Sousa de
que a causa de pedir deverá conter os factos individualizadores do pedido, esta deverá
ser constituída por factos concretos de onde possa surgir o direito que o autor alega.
Assim neste caso, a causa de pedir deveria ter como factos integrantes todos os factos
relativos ao acidente entre B e A, pois os factos que importam são os factos constitutivos
da situação jurídica.

(Os factos que constituem a causa de pedir devem preencher uma determinada previsão
legal (devem constar de uma norma), mas valem independentemente desta qualificação. )
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6 - A, construtor civil, celebrou com B um contrato de empreitada. Tendo A incumprido os


prazos acordados, B não pôde começar a viver na sua casa, pelo que teve de viver num
hotel durante um mês. B instaurou uma ação judicial pedindo uma indemnização pelos
prejuízos sofridos no valor de 3.740.98 euros, correspondentes ao valor que pagou ao
hotel.

R: Segundo o professor Miguel Teixeira de Sousa, o pedido é a forma de tutela


jurisdicional requerida para um direito subjetivo legalmente protegido; isto, ainda, de
acordo com o artigo 581º/3. No pedido, o autor pretende produzir um efeito jurídico; isto,
no sentido de requerer para um direito ou interesse uma das formas de tutela jurisdicional
disponíveis.
Ora, neste caso, o pedido deveria ser o direito à indemnização pelos prejuízos sofridos.

Quanto à causa de pedir, esta deveria ser constituída com base nos factos concretos da
situação apresentada que sustentam o eventual direito a uma indemnização por prejuízos
sofridos. Nesse sentido, a causa de pedir deveria relatar o contrato de empreitada
celebrado entre A e B, o incumprimento dos prazos por parte de A, a impossibilidade de B
viver na sua casa e, por fim, como consequência disso, o facto de B ter de morar num
hotel durante um mês.
Segundo a posição do professor Miguel Teixeira de Sousa de que a causa de pedir
deverá conter os factos individualizadores do pedido; então, esta deverá ser constituída
por factos concretos de onde possa surgir o direito que o autor alega.
Os factos que importam são os factos constitutivos da situação jurídica.

(Os factos que constituem a causa de pedir devem preencher uma determinada previsão
legal (devem constar de uma norma), mas valem independentemente desta qualificação. )
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7 - A instaura uma ação de investigação de paternidade contra B.

R: Segundo o professor Miguel Teixeira de Sousa, o pedido é a forma de tutela


jurisdicional requerida para um direito subjetivo legalmente protegido; isto, ainda, de
acordo com o artigo 581º/3. No pedido, o autor pretende produzir um efeito jurídico; isto,
no sentido de requerer para um direito ou interesse uma das formas de tutela jurisdicional
disponíveis.
Ora, neste caso, o pedido deverá ser a investigação de paternidade, ou seja, o pedido
deverá ser o valer do direito a que se leve a cabo uma investigação de paternidade.

Quanto à causa de pedir, segundo o Professor Miguel Teixeira de Sousa, nas ações de
investigação de paternidade, a causa de pedir é o facto jurídico da procriação ou o ato de
procriação natural. Contudo, neste tipo de ações, o professor refere que, sendo de difícil
prova esse facto, a comunhão duradoura de vida entre a mãe do investigante e o
pretenso pai, pode ser utilizada como facto instrumental.
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8 - A celebra com B um contrato de compra e venda de uma casa, pois este mostrou-lhe
documentos e brochuras que demonstravam que o local onde o imóvel se situava era
despoluído e seguro. Vindo a perceber, uma semana depois, que tinha sido enganado, A
propõe uma ação contra B, pedindo ao tribunal a anulação do contrato com base em
dolo.

R: Segundo o professor Miguel Teixeira de Sousa, o pedido é a forma de tutela


jurisdicional requerida para um direito subjetivo legalmente protegido; isto, ainda, de
acordo com o artigo 581º/3. No pedido, o autor pretende produzir um efeito jurídico; isto,
no sentido de requerer para um direito ou interesse uma das formas de tutela jurisdicional
disponíveis.
Neste caso, o pedido deverá ser a anulação do contrato em si, ou seja, esse é o objetivo
de A, sendo que pretende fazer valer o seu direito à anulação do contrato celebrado com
B.

Quanto à causa de pedir, esta deveria ser constituída com base nos factos concretos da
situação apresentada que sustentam o eventual direito à anulação do contrato. Nesse
sentido, a causa de pedir deveria relatar o contrato de compra e venda entre A e B, a
razão da compra da casa por parte de A, tendo essa razão a ver com os documentos
mostrados por B (ação dolosa deste); e, por fim, o facto que leva A a sentir-se enganado.
Veja-se que, segundo o 581º/4, nas ações de anulação, a causa de pedir é o facto
concreto, neste caso a nulidade específica, que se invoca para obter o efeito pretendido
(o efeito neste caso é anulação do contrato).

Segundo a posição do professor Miguel Teixeira de Sousa de que a causa de pedir


deverá conter os factos individualizadores do pedido; então, esta deverá ser constituída
por factos concretos de onde possa surgir o direito que o autor alega.

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