Вы находитесь на странице: 1из 1

3-O MISTÉRIO DA COINCIDÊNCIA-25/Junho/2004

Quem não se surpreende quando, de repente, encontramos uma pessoa em que estávamos
pensando há pouco, num lugar inesperado? Ou, falamos algo em que o nosso interlocutor
estava pensando justamente igual? E por aí vai. Coincidências de vários matizes acontecem na
vida de todo mundo. Às vezes, chegamos ao ponto de exclamar: “Puxa vida, até parece
coincidência de filme!”. Seria tudo isso, obra da trama do destino? Eis o mistério...
Segundo a sabedoria popular, "nada acontece por acaso", apesar dos menos exigentes
atribuírem esses “encontros” às forças divinas. Por outro lado, os mais céticos insistem que
“tudo não passa de mera coincidência, nada mais, nada menos!”. Independente dessas
opiniões distintas em torno do tema, somos forçados a perguntar: “O destino seria realmente
determinista, ou os ‘fatos coincidentes’ estariam intimamente entrelaçados por causa de algum
misterioso motivo?”.
O termo “coincidência”, como etimologicamente denota, é a ocorrência simultânea e correlata
de uma, ou mais incidências, em misteriosa sincronia, o que sugere estarmos diante de uma
“sincronicidade”. A verdade é que todos nós, sem exceção, vivenciamos esse momento
absolutamente estranho, que se tornou corriqueiro em nossas vidas. Não importa de que
credo sejamos. Tão corriqueiro que uns sequer notam tais passagens. Outros, porém, como
disse anteriormente, acabam por deturpar o real sentido desses sincronismos porque
geralmente atribuem “motivos sobrenaturais” ao acontecimento. É aí que a situação começa a
se complicar... Assim, meu objetivo aqui não é esclarecer mais este mistério, mas dar as
coordenadas para podermos trilhar uma linha de pensamento mais racional acerca do mesmo.
Carl Gustav Jung, famoso psicanalista, observou que eventos sincrônicos se repetem mais
intensamente quando estamos num estado emocional equilibrado. Na sua visão pragmática da
matéria, todos nós temos quatro funções básicas: razão, emoção, sensação e intuição. No
nosso ser, geralmente uma delas é predominante, pois quando trabalhamos internamente na
direção do equilíbrio, uma nova função é acrescentada: a sincronicidade. Os sincronismos
revelam que não é só o externo e o interno que se acham interligados, mas que existe um
sentido maior em tudo o que nos acontece. Desse modo, as ocorrências simultâneas não
acontecem por acaso, porque estão interligadas à uma complexa cadeia de acontecimentos
além de nossa compreensão. Deduz-se, portanto, que uma "coincidência" sempre haverá de
acontecer, pois existe um motivo concreto, ou uma conseqüência de algo que colhemos em
outras épocas (à sua interpretação, leitor), seja “antes, durante, ou depois”...
Valha-nos a implacável lei: ”Para toda ação, uma reação”, pois ninguém conhece, encontra,
vê, sente, vivencia, tampouco se relaciona, se não houver uma razão cabal. Em síntese: nada
acontece isoladamente no tempo e no espaço. Tudo está rigorosamente interconectado! A vida
é uma sucessão de acontecimentos com propósitos bem definidos. Meu próprio exemplo é
clássico. Se hoje escrevo para o jornal da cidade onde morei durante os mais significativos
anos de minha vida - onde sequer tenho um parente – e onde ainda mantenho um laço
umbilical, é porque há “algo mais” nisso. Como diria o pensador: “Razão que a própria razão
desconhece!”. Isto não é uma mera coincidência. É uma sincronicidade pura e simples!
No mais, nessa teia misteriosa, onde as incidências coexistem normalmente, o natural seria
considerarmos que há uma força por trás de tudo, muito além de nossa “vã imaginação”...
Para finalizar, eis um interessante e oportuno excerto que bem ilustra este ensaio:
"A sincronicidade é a linguagem do divino para orientar nossa vida. E o divino atua tanto
dentro quanto fora de nós. Precisamos cada vez mais nos tornar sensíveis para perceber a
sincronicidade pontuando o nosso "destino". A sincronicidade abre um caminho para você
escutar a si mesmo e ativa a sua intuição. Às vezes precisamos de muita coragem para
abandonar estruturas que construímos durante a vida e seguir os sinais que nos indicam
novos caminhos. Enfim, não somos mais um ego que tenta controlar tudo a qualquer custo.
Finalmente cedemos, e mudamos". (de Liane Camargos Alves – Revista “Bons Fluidos”)

Вам также может понравиться