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PUNÇÃO EM LAJES
ESTUDO COMPARATIVO ENTRE A FORMULAÇÃO DA ABNT NBR 6118 E A
ANÁLISE POR GRELHA
SÃO PAULO
2016
LIGIA FERRER CECCON
PUNÇÃO EM LAJES
ESTUDO COMPARATIVO ENTRE A FORMULAÇÃO DA ABNT NBR 6118 E A
ANÁLISE POR GRELHA
SÃO PAULO
2016
RESUMO
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 8
6 CONCLUSÕES ..................................................................................................... 89
8
1 INTRODUÇÃO
São chamadas lajes lisas as lajes que se apoiam diretamente sobre os pilares,
sem a presença de vigas. Quando estas lajes possuem um engrossamento na
região dos pilares – capitéis – são chamadas de lajes cogumelo. Um sistema
estrutural composto por lajes lisas ou cogumelo pode apresentar vantagens técnicas
e econômicas em relação ao sistema convencional, mas neste tipo de solução
estrutural existe a possibilidade da ruína da laje por punção. Este tipo de ruptura
ocorre devido à concentração de tensão em uma área reduzida na ligação da laje
com o pilar provocando o cisalhamento em torno do apoio. Assim, em lajes lisas ou
cogumelo, sempre se faz necessária a verificação das lajes quanto à punção
durante a elaboração de projetos estruturais.
1.2 JUSTIFICATIVA
1.3 OBJETIVO
1.4 CONTEÚDO
2 PUNÇÃO EM LAJES
Punção é uma situação comum que ocorre em lajes lisas ou cogumelo devido à
concentração de tensão de cisalhamento nas regiões próximas aos pilares, podendo
ocasionar uma ruína frágil, sem o escoamento da armadura de flexão. Não é
desejável que, caso ocorra ruína da estrutura, esta ocorra de forma abrupta, sem
aviso prévio, portanto os projetos devem ser elaborados para que isto ocorra por
flexão (dúctil) e não por punção (frágil). A utilização de armaduras de combate à
punção contribui para a alteração do tipo de ruína de frágil para dúctil, conforme
LIMA (2001).
De acordo com GOMES (1991), para lajes armadas para combate à punção o
plano preferencial para formação das superfícies de ruptura é alterado e se afasta
da superfície do pilar. Na presença de armadura de punção existe a possibilidade da
superfície de ruptura atravessando a região armada. Com o aumento da quantidade
de armadura, esta superfície transfere-se para além da região armada e, quando se
tem uma extensa região armada para combate a punção suficiente para combater as
duas superfícies anteriormente citadas, a superfície de ruína transfere-se para a
região entre a face do pilar e a primeira linha de armadura de punção (ver figura a
seguir).
12
(a) (b)
(c)
Figura 2.3. Superfícies de ruptura com armadura e punção
PERÍMETRO
CRÍTICO REDUZIDO
C'
C C C
ARMADURA 2d 2d 2d
DE PUNÇÃO
PERÍMETRO
CRÍTICO REDUZIDO
C''
C''
C''
No caso de lajes com capitel devem ser verificadas três superfícies críticas:
No primeiro caso o contorno C1’ será adiante do contorno C2’ (Figura 2.7.a),
assim terá tensão inferior ao perímetro C2’, altura útil igual e mesma tensão
resistente. No segundo caso o contorno C2’ (Figura 2.7.b) resultará adiante do
contorno C1’ e os dois tem a útil igual a d, sendo assim também apresentam a
mesma tensão resistente e o contorno C1’ tem um perímetro crítico menor e,
portanto, tensão atuante maior. No terceiro caso o contorno crítico C 1’ tem perímetro
18
crítico menor que o contorno C2’ (Figura 2.7.c), mas a altura crítica do contorno C1’ é
maior que do contorno C2’ e por isso os dois contornos devem ser verificados.
Sendo:
𝑓
αV o coeficiente de efetividade do concreto dado por 𝛼𝑉 = (1 − 250
𝑐𝑘
)
Segundo a ABNT NBR 6118 o valor de Rd2 pode ser aumentado em 20%, pelo
ganho de resistência do concreto no estado múltiplo de tensões, junto a pilares
internos, quando os vãos que chegam ao pilar não diferem mais que 50% e não
existem aberturas junto ao pilar.
20 3
𝜏𝑅𝑑1 = 0,13 ∙ (1 + √ ) ∙ √100 ∙ 𝜌 ∙ 𝑓𝑐𝑘
𝑑
2.2
Onde
fck em MPa;
𝑑𝑥 +𝑑𝑦
d é a altura útil da laje no contorno crítico estudado em cm dada por 𝑑 = ,
2
Pela equação 2.1 nota-se que quanto maior a altura da laje menor será a sua
tensão resistente, este fato ocorre devido ao chamado efeito escala. O coeficiente
20
(1 + √ 𝑑 ), utilizado na equação acima, foi obtido experimentalmente. Este efeito
ocorre, pois, à medida que a altura da laje aumenta a armadura de tração torna-se
menos efetiva no combate às fissuras.
A tensão resistente para as lajes com armadura de punção tem uma parcela
referente a resistência do concreto e outra parcela referente ao acréscimo de
resistência devido à armadura de punção. A resistência de lajes com armadura de
punção na superfície crítica C’ é dada pela seguinte equação:
20
2.3
Onde,
A ABNT NBR 6118 apresenta equações para o cálculo das tensões nas
superfícies críticas com base na reação concentrada no pilar, porém ela também
permite que sejam adotados os resultados obtidos do modelo utilizado na análise
estrutural, conforme frase extraída do item 19.5.1 da ABNT NBR 6118:2014
apresentada a seguir,
21
Onde,
FSd é a força normal de cálculo, a ABNT NBR 6118 permite a redução desta
força de valor igual à força distribuída aplicada na face oposta da laje, dentro do
contorno considerado na verificação;
𝑢
𝑊𝑝 = ∫0 |𝑒| ∙ 𝑑𝑙 2.5
Onde,
e é a distância de dl ao eixo que passa pelo centro do pilar e sobre o qual atua o
momento fletor MSd;
𝐶12
𝑊𝑝 = + 𝐶1 ∙ 𝐶2 + 4 ∙ 𝐶2 ∙ 𝑑 + 16 ∙ 𝑑2 + 2 ∙ 𝜋 ∙ 𝑑 ∙ 𝐶1
2
2.6
Como ABNT NBR 6118 não menciona as equações para o cálculo de Wp para
os contornos críticos C e C’’, resolvendo a equação 2.5 para cada caso temos:
𝐶12
𝑊𝑝 = + 𝐶1 ∙ 𝐶2
2
2.7
𝐶12
𝑊𝑝′′ = + 𝐶1 ∙ 𝐶2 + 4 ∙ 𝐶2 ∙ 𝑑 + 16 ∙ 𝑑2 + 2 ∙ 𝜋 ∙ 𝑑 ∙ 𝐶1 + 2 ∙ 𝐶2 ∙ 𝑝 + 16 ∙ 𝑑 ∙ 𝑝 + 4 ∙ 𝑝2 + 𝜋
2
∙ 𝐶1 ∙ 𝑝
2.8
A tensão nas superfícies críticas para pilares de borda pode ser obtida pela
expressão a seguir:
Onde,
Nesse caso devem ser feitas duas verificações separadamente, uma para cada
borda livre, utilizando o momento fletor cujo plano é perpendicular à borda livre
adotada, abaixo é apresentada a equação para o cálculo da tensão em cada uma
das direções.
A tensão nas superfícies críticas para pilares de canto pode ser obtida pela
expressão a seguir:
𝐹𝑆𝑑 𝐾1 ∙ 𝑀𝑆𝑑1
𝜏𝑆𝑑 = +
𝑢∗ ∙ 𝑑 𝑊𝑝1 ∙ 𝑑
2.11
25
Onde,
De acordo com a ABNT NBR 6118, para garantir a segurança contra o colapso
progressivo, o somatório de todas das áreas das barras inferiores que cruzam cada
uma das faces do pilar é tal que:
26
1,5 ∙ 𝐹𝑆𝑑
𝐴𝑠,𝑐𝑐𝑝 ≥
𝑓𝑦𝑑
Sendo que FSd é a reação concentrada de cálculo e pode ser calculada com
coeficiente de segurançaf igual a 1,2.
27
Para elaboração do presente trabalho será utilizado software TQS, versão 19.5.
No caso específico da análise da punção, alguns dos critérios que devem ser
ajustados pelo engenheiro para a definição da grelha são:
O TQS calcula as tensões atuantes a partir dos esforços cortantes obtidos para
as barras das grelhas que atravessam cada uma das superfícies críticas. O
programa divide cada contorno em quatro ou mais sub-perímetros, o que faz
sentido, uma vez que quando temos reações de momento no pilar a tensão não será
a mesma em todo o perímetro. Considerando o caso mais genérico, onde há
momento nas duas direções, a tensão será máxima em um dos cantos do pilar,
reduzindo gradativamente até a tensão mínima no canto oposto. Por esta razão, a
divisão dos contornos críticos ocorre no ponto central de cada uma das faces do
pilar. Na figura abaixo, são apresentados os contornos críticos na face do pilar e a
2d da face do pilar, os pontos marcados por um x são onde os contornos estão
divididos.
laje armada nas duas direções com barras com diâmetro de 16 mm e com
cobrimento da armadura igual a 2,5 cm e altura total igual a 30 cm tem-se:
1,6
𝑑′ 𝑝𝑟𝑖𝑛𝑐. = 2,5 + = 3,3 𝑐𝑚
2
1
𝑑′ 𝑝𝑢𝑛çã𝑜 = 3,3 + = 3,8 𝑐𝑚
2
Esta diferença gera uma pequena imprecisão no sistema para o cálculo das
tensões solicitantes.
1,75−1,71
𝑣1 = 1,71 + ∙ 2 = 1,714
20
1,89−1,84
𝑣2 = 1,84 + ∙ 2 = 1,845
20
2,54−2,50
𝑣3 = 2,50 + ∙ 4,1 = 2,5082
20
2,11−2,07
𝑣4 = 2,07 + 20
∙ 15,2 = 2,1004
32
Este valor resultou praticamente o mesmo obtido pelo TQS. A diferença deste
valor calculado anteriormente e o valor fornecido pelo programa deve-se ao
arredondamento dos valores.
4.1.1 Materiais
4.1.2 Geometria
Foi adotado um exemplo de uma laje quadrada apoiada sobre um único pilar
conforme a figura apresentada a seguir. Assim, sabe-se que a reação no pilar é igual
à soma de todas as cargas aplicadas na laje.
34
4.1.3 Cargas
4.1.4 Grelha
𝐹𝑧 = (7,5 + 5 + 5) ∙ 6 ∙ 6 = 630𝑘𝑁
36
1,6
𝑑𝑥 = 30 − (2,5 + ) = 26,7 𝑐𝑚
2
1,6
𝑑𝑦 = 30 − (2,5 + 1,6 + ) = 25,1 𝑐𝑚
2
𝑑𝑥 + 𝑑𝑦 26,7 + 25,1
𝑑= = = 25,9 𝑐𝑚
2 2
𝜋 ∙ 1,62
( 4 ) ∙ 20
𝜌𝑥 = = 0,73%
205,4 ∙ 26,7
𝜋 ∙ 1,62
( 4 ) ∙ 20
𝜌𝑦 = = 0,78%
205,4 ∙ 25,1
Perímetro crítico:
𝑢 = 4 ∙ 50 = 200 𝑐𝑚
38
Tensão solicitante:
630 ∙ 1,4
𝜏𝑆𝑑 = = 1702 𝑘𝑁⁄𝑚² = 1,70 𝑀𝑃𝑎
2 ∙ 0,259
35
𝛼𝑉 = (1 − ) = 0,86
250
35
𝜏𝑅𝑑2 = 0,27 ∙ 0,86 ∙ = 5,81 MPa > τ𝑆𝑑
1,4
Perímetro crítico:
𝐹𝑆𝑑 = 630 ∙ 1,4 − 17,5 ∙ 1,4 ∙ [(0,5 + 4 ∙ 2 ∙ 0,259) ∙ 0,5 + 𝜋 ∙ (2 ∙ 0,259)2 ] = 829,84 𝑘𝑁
′
829,84
𝜏𝑆𝑑 = = 609 𝑘𝑃𝑎 = 0,61 𝑀𝑃𝑎
5,255 ∙ 0,259
20 3
𝜏𝑅𝑑1 = 0,13 ∙ (1 + √ ) ∙ √100 ∙ 0,75% ∙ 35 = 0,73 𝑀𝑃𝑎
25,9
39
Considerando que existem 3 ø 10 cruzando cada uma das faces do pilar, tem-se
9,42 cm², portanto é necessário complementar a armadura de flexão contra colapso
progressivo com 7 ø 12,5.
Para a análise da punção por grelha foi utilizado o software TQS, versão 19.5.
Pela figura acima, podemos observar que a reação no pilar obtida pelo TQS é
igual a calculada manualmente.
40
4.2.7 Resultados
Como pode ser observado na Tabela 4.1, a reação no pilar é igual nos cálculos
a mão e pela análise da grelha, na planilha a reação de apoio entra como dado
fornecido pelo usuário. Entre o cálculo a mão e o cálculo pela planilha não houve
diferenças significativas, o que era esperado pois os dois utilizam a mesma
formulação. Os valores de tensão solicitante e resistente resultaram muito próximos
43
Neste exemplo foram aplicadas as cargas distribuídas na laje mais uma força
vertical de 100 kN a 2 m do pilar, conforme apresentado na figura abaixo.
2
𝑑𝑥 = 30 − (2,5 + ) = 26,5 𝑐𝑚
2
2
𝑑𝑦 = 30 − (2,5 + 2 + ) = 24,5 𝑐𝑚
2
26,5 + 24,5
𝑑= = 25,5 𝑐𝑚
2
Para o cálculo da taxa de armadura a ABNT NBR 6118 diz que deve ser
considerada uma faixa com a largura do pilar acrescida de 3d para cada um dos
lados, como o pilar é quadrado, com dimensão igual a 50 cm, deve-se calcular a
taxa de armadura para uma faixa de 203 cm, nesta faixa há 20 barras na direção
horizontal e 16 barras na direção vertical. Assim a taxa de armadura para cada uma
das direções resulta:
46
𝜋 ∙ 22
( 4 ) ∙ 20
𝜌𝑥 = = 1,17%
203 ∙ 26,5
𝜋 ∙ 22
( 4 ) ∙ 16
𝜌𝑦 = = 1,01%
203 ∙ 24,5
Perímetro crítico:
𝑢 = 4 ∙ 50 = 200 𝑐𝑚
0,52
𝑊𝑝1 = + 0,5 ∙ 0,5 = 0,38 𝑚²
2
𝐾1 = 0,6
Tensão solicitante:
35
𝛼𝑉 = (1 − ) = 0,86
250
35
𝜏𝑅𝑑2 = 0,27 ∙ 0,86 ∙ = 5,81 MPa > τ𝑆𝑑
1,4
47
Perímetro crítico:
′ ′
0,52
𝑊𝑝1 = 𝑊𝑝2 = + 0,5 ∙ 0,5 + 4 ∙ 0,5 ∙ 0,255 + 16 ∙ 0,2552 + 2 ∙ 𝜋 ∙ 0,255 ∙ 0,5
2
= 2,73 m2
𝐹𝑆𝑑 = 730 ∙ 1,4 − 17,5 ∙ 1,4 ∙ [(0,5 + 4 ∙ 2 ∙ 0,255) ∙ 0,5 + 𝜋 ∙ (2 ∙ 0,255)2 ] = 970,87 𝑘𝑁
′
970,87 0,6 ∙ 200 ∙ 1,4
𝜏𝑆𝑑 = + = 973 𝑘𝑁⁄𝑚² = 0,97 𝑀𝑃𝑎
5,20 ∙ 0,255 2,74 ∙ 0,255
20 3
𝜏𝑅𝑑1 = 0,13 ∙ (1 + √ ) ∙ √100 ∙ 1,09% ∙ 35 = 0,83 𝑀𝑃𝑎
25,5
𝜋 ∙ 0,632
𝐴𝑠𝑤 = 20 ∙ = 6,23 𝑐𝑚²
4
435 − 250 → 35 − 15
𝑓𝑦𝑤𝑑 − 250 → 30 − 15
20 3 0,255
𝜏𝑅𝑑3 = 0,10 ∙ (1 + √ ) ∙ √100 ∙ 1,09% ∙ 35 + 1,5 ∙
25,5 0,19
′′ ′′
0,502
𝑊𝑝1 = 𝑊𝑝2 = + 0,50 ∙ 0,50 + 4 ∙ 0,50 ∙ 0,255 + 16 ∙ 0,2552 + 2 ∙ 𝜋 ∙ 0,255 ∙ 0,5 + 2
2
∙ 0,50 ∙ 0,51 + 16 ∙ 0,255 ∙ 0,51 + 4 ∙ 0,512 + 𝜋 ∙ 0,5 ∙ 0,51
′′ ′′
𝑊𝑝1 = 𝑊𝑝2 = 7,16 𝑚²
′′
632,73 ∙ 1,4 0,6 ∙ 200 ∙ 1,4
𝜏𝑆𝑑 = + = 505 kN⁄m² = 0,51 MPa < 𝜏𝑅𝑑1 = 0,80 MPa
8,41 ∙ 0,255 7,16 ∙ 0,255
50
Considerando que existem 5 ø 10 cruzando cada uma das faces do pilar, tem-se
15,71 cm², portanto é necessário complementar a armadura de flexão para
armadura contra colapso progressivo com 4 ø 16.
Para a análise da punção por grelha foi utilizado o software TQS, versão 19.5.
62,39
𝜏𝑆𝑑 = ∙ 1,4 = 343 𝑘𝑃𝑎 = 3,43 𝑀𝑃𝑎
0,255
Pode-se observar que este valor está mais próximo do valor obtido pelo cálculo
segundo a formulação da norma brasileira de concreto armado.
52
4.3.8 Resultados
Como pode ser observado na Tabela 4.2, as reações no pilar são iguais nos
cálculos a mão e pela análise da grelha, na planilha a reação de apoio entra como
dado fornecido pelo usuário. Entre o cálculo a mão e o cálculo pela planilha não
houve diferenças significativas, o que era esperado pois os dois utilizam a mesma
formulação. Já entre o cálculo a mão e a análise por grelha houveram algumas
diferenças, sendo a maior delas a tensão solicitante na face do pilar que resultou
aproximadamente 10%. Esta diferença pode ser considerada aceitável e, portanto, é
55
válida a utilização tanto da planilha de cálculo como a análise por grelha para casos
de flexão composta normal.
Neste exemplo foram aplicadas as cargas distribuídas na laje mais duas forças
verticais de 100 kN a 2 m do pilar, conforme apresentado na figura abaixo.
2,5
𝑑𝑥 = 30 − (2,5 + ) = 26,25 𝑐𝑚
2
2,5
𝑑𝑦 = 30 − (2,5 + 2,5 + ) = 23,75 𝑐𝑚
2
26,25 + 23,75
𝑑= = 25 𝑐𝑚
2
Para o cálculo da taxa de armadura a ABNT NBR 6118 diz que deve ser
considerada uma faixa com a largura do pilar acrescida de 3d para cada um dos
lados, como o pilar é quadrado, com dimensão igual a 50 cm, deve-se calcular a
taxa de armadura para uma faixa de 200 cm, nesta faixa há 13 barras. Assim a taxa
de armadura para cada uma das direções resulta:
58
𝜋 ∙ 2,52
( 4 ) ∙ 16
𝜌𝑥 = = 1,50%
200 ∙ 26,25
𝜋 ∙ 2,52
( 4 ) ∙ 16
𝜌𝑦 = = 1,65%
200 ∙ 23,75
Perímetro crítico:
𝑢 = 4 ∙ 50 = 200 𝑐𝑚
0,52
𝑊𝑝1 = 𝑊𝑝2 = + 0,5 ∙ 0,5 = 0,38 𝑚²
2
𝐾1 = 𝐾2 = 0,6
Tensão solicitante:
35
𝛼𝑉 = (1 − ) = 0,86
250
35
𝜏𝑅𝑑2 = 0,27 ∙ 0,86 ∙ = 5,81 MPa < τ𝑆𝑑
1,4
Portanto na face do pilar a laje não resiste à punção, tem-se algumas opções
como: aumentar a espessura da laje na região do pilar criando um capitel ou
59
Tem-se assim:
𝑢 = 4 ∙ 55 = 220 𝑐𝑚
0,552
𝑊𝑝1 = 𝑊𝑝2 = + 0,55 ∙ 0,55 = 0,45 𝑚²
2
Tensão solicitante:
𝐹𝑆𝑑 𝐾1 ∙ 𝑀𝑆𝑑1 𝐾2 ∙ 𝑀𝑆𝑑2 830 ∙ 1,4 0,6 ∙ 200 ∙ 1,4 0,6 ∙ 200 ∙ 1,4
𝜏𝑆𝑑 = + + = + +
𝑢∙𝑑 𝑊𝑝1 ∙ 𝑑 𝑊𝑝2 ∙ 𝑑 2,20 ∙ 0,25 0,45 ∙ 0,25 0,45 ∙ 0,25
𝜋 ∙ 2,52
( 4 ) ∙ 16
𝜌𝑥 = = 1,46%
205 ∙ 26,25
𝜋 ∙ 2,52
( 4 ) ∙ 16
𝜌𝑦 = = 1,61%
205 ∙ 23,75
Perímetro crítico:
′ ′
0,552
𝑊𝑝1 = 𝑊𝑝2 = + 0,55 ∙ 0,55 + 4 ∙ 0,55 ∙ 0,25 + 16 ∙ 0,252 + 2 ∙ 𝜋 ∙ 0,25 ∙ 0,55
2
′ ′
𝑊𝑝1 = 𝑊𝑝2 = 2,87 m2
𝐹𝑆𝑑 = 830 ∙ 1,4 − 17,5 ∙ 1,4 ∙ [(0,55 + 4 ∙ 2 ∙ 0,25) ∙ 0,55 + 𝜋 ∙ (2 ∙ 0,25)2 ] = 1108,40 𝑘𝑁
′
1108,40 0,6 ∙ 200 ∙ 1,4 0,6 ∙ 200 ∙ 1,4
𝜏𝑆𝑑 = + + = 1299 𝑘𝑁⁄𝑚² = 1,30 𝑀𝑃𝑎
5,34 ∙ 0,25 2,87 ∙ 0,25 2,87 ∙ 0,25
20 3
𝜏𝑅𝑑1 = 0,13 ∙ (1 + √ ) ∙ √100 ∙ 1,53% ∙ 35 = 0,93 𝑀𝑃𝑎
25
𝜋 ∙ 0,82
𝐴𝑠𝑤 = 20 ∙ = 10,05 𝑐𝑚²
4
61
20 3 0,25
𝜏𝑅𝑑3 = 0,10 ∙ (1 + √ ) ∙ √100 ∙ 1,53% ∙ 35 + 1,5 ∙
25 0,125
′′ ′′
0,552
𝑊𝑝1 = 𝑊𝑝2 = + 0,55 ∙ 0,55 + 4 ∙ 0,55 ∙ 0,25 + 16 ∙ 0,252 + 2 ∙ 𝜋 ∙ 0,25 ∙ 0,55 + 2
2
∙ 0,55 ∙ 0,50 + 16 ∙ 0,25 ∙ 0,50 + 4 ∙ 0,502 + 𝜋 ∙ 0,55 ∙ 0,50
′′ ′′
𝑊𝑝1 = 𝑊𝑝2 = 7,28 𝑚²
𝐹𝑆𝑑 = 830 ∙ 1,4 − 17,5 ∙ 1,4 ∙ [(0,55 + 0,50 + 4 ∙ 2 ∙ 0,25) ∙ 0,55 + 𝜋 ∙ (0,55 + 2 ∙ 0,25)2 ]
= 1036,05 𝑘𝑁
′′
1036,05 0,6 ∙ 200 ∙ 1,4 0,6 ∙ 200 ∙ 1,4
𝜏𝑆𝑑 = + + = 673 kN⁄𝑚² = 0,67MPa < τ𝑅𝑑1
8,48 ∙ 0,25 7,28 ∙ 0,25 7,28 ∙ 0,25
Considerando que existem 4 ø 12,5 cruzando cada uma das faces do pilar, tem-
se 19,63 cm², portanto é necessário complementar a armadura de flexão com 4 ø
16.
Para a análise da punção por grelha foi utilizado o TQS, versão 19.5.
63
85,06
𝜏𝑆𝑑 = ∙ 1,4 = 476 𝑘𝑃𝑎 = 4,76 𝑀𝑃𝑎
0,25
Pode-se observar que este valor está mais próximo do valor obtido pelo cálculo
segundo a formulação da norma brasileira de concreto armado.
Pela figura acima pode-se ver que o TQS arma a punção apenas os quadrantes
onde a tensão solicitante no contorno C’ resultaram maior que a tensão resistente,
porém, utilizando assim menos armadura do que nas considerações feitas no cálculo
a mão.
65
4.4.8 Resultados
Como pode ser observado na Tabela 4.3, as reações no pilar são iguais nos
cálculos a mão e pela análise da grelha, na planilha a reação de apoio entra como
dado fornecido pelo usuário. Entre o cálculo a mão e o cálculo pela planilha não
houve diferenças significativas, o que era esperado pois os dois utilizam a mesma
formulação. Já entre o cálculo a mão e a análise por grelha houveram algumas
diferenças, sendo a maior delas a tensão solicitante na face do pilar que resultou
aproximadamente 10%. Esta diferença pode ser considerada aceitável e, portanto, é
válida a utilização tanto da planilha de cálculo como a análise por grelha para casos
de flexão composta normal.
67
Neste capítulo, será estudado um edifício real com seis pavimentos mais a
cobertura e o ático, conforme apresentado na figura abaixo.
5.1.1 Materiais
5.1.2 Geometria
Será estudada a punção nos pilares P29 e P31 do sexto pavimento, destacados
na figura abaixo, ambos com seção de 50 cm x 50 cm.
69
5.1.4 Grelha
2
𝑑𝑥 = 30 − (3,5 + ) = 25,5 𝑐𝑚
2
2
𝑑𝑦 = 30 − (3,5 + 2 + ) = 23,5 𝑐𝑚
2
25,5 + 23,5
𝑑= = 24,5 𝑐𝑚
2
Para o cálculo da taxa de armadura a ABNT NBR 6118 diz que deve ser
considerada uma faixa com a largura do pilar acrescida de 3d para cada um dos
lados, como o pilar é quadrado, com dimensão igual a 50 cm, deve-se calcular a
taxa de armadura para uma faixa de 203 cm, nesta faixa temos 16 barras na direção
horizontal e 20 barras na direção vertical. Assim a taxa de armadura para cada uma
das direções resulta:
𝜋 ∙ 22
( 4 ) ∙ 16
𝜌𝑥 = = 1,00%
203 ∙ 25,5
𝜋 ∙ 22
( 4 ) ∙ 20
𝜌𝑦 = = 1,31%
203 ∙ 23,5
Perímetro crítico:
𝑢 = 4 ∙ 50 = 200 𝑐𝑚
74
𝐶12 0,52
𝑊𝑝1 = 𝑊𝑝2 = + 𝐶1 ∙ 𝐶2 = + 0,5 ∙ 0,5 = 0,38 𝑚²
2 2
𝐾1 = 𝐾2 = 0,6
Tensão solicitante:
35
𝛼𝑉 = (1 − ) = 0,86
250
35
𝜏𝑅𝑑2 = 0,27 ∙ 0,86 ∙ = 5,81 MPa < τ𝑆𝑑
1,4
Perímetro crítico:
′ ′
0,502
𝑊𝑝1 = 𝑊𝑝2 = + 0,50 ∙ 0,50 + 4 ∙ 0,50 ∙ 0,245 + 16 ∙ 0,2452 + 2 ∙ 𝜋 ∙ 0,245 ∙ 0,50
2
′ ′
𝑊𝑝1 = 𝑊𝑝2 = 2,59 m²
20 3
𝜏𝑅𝑑1 = 0,13 ∙ (1 + √ ) ∙ √100 ∙ 1,14% ∙ 35 = 0,85 𝑀𝑃𝑎
24,5
𝜋 ∙ 0,632
𝐴𝑠𝑤 = 16 ∙ = 4,99 𝑐𝑚²
4
20 3 0,245
𝜏𝑅𝑑3 = 0,10 ∙ (1 + √ ) ∙ √100 ∙ 1,14% ∙ 35 + 1,5 ∙
24,5 0,185
′′ ′′
0,502
𝑊𝑝1 = 𝑊𝑝2 = + 0,50 ∙ 0,50 + 4 ∙ 0,50 ∙ 0,245 + 16 ∙ 0,2452 + 2 ∙ 𝜋 ∙ 0,245 ∙ 0,50 + 2
2
∙ 0,50 ∙ 0,48 + 16 ∙ 0,245 ∙ 0,50 + 4 ∙ 0,482 + 𝜋 ∙ 0,50 ∙ 0,48
′′ ′′
𝑊𝑝1 = 𝑊𝑝2 = 6,71 𝑚²
′′
793,24 0,6 ∙ 12,1 ∙ 1,4 0,6 ∙ 126,9 ∙ 1,4
𝜏𝑆𝑑 = + + = 471 kPa = 0,47 MPa < τ𝑅𝑑1
8,09 ∙ 0,245 6,71 ∙ 0,245 6,71 ∙ 0,245
Considerando que existem 4 ø 12,5 cruzando cada uma das faces do pilar, tem-
se 19,63 cm², portanto é necessário complementar a armadura de flexão com 2 ø
16.
5.2.8 Resultados
Como pode ser observado na Tabela 5.1, entre o cálculo a mão e o cálculo pela
planilha não houve diferenças significativas, o que era esperado pois os dois utilizam
a mesma formulação. Já entre o cálculo a mão e a análise por grelha houveram
algumas diferenças, sendo a maior delas a tensão solicitante no contorno critico C’
que resultou aproximadamente 10%. Pelo cálculo conforme a formulação da ABNT
NBR 6118 é necessário armar a punção, já pelos resultados obtidos pela análise da
grelha não há necessidade de armar a punção.
tensões na face do pilar pelo seu perímetro e pela altura útil da laje. Já, a armadura
existente ficou ligeiramente maior, pois se adotou a taxa de armadura existente em
cada face e não o número real de barras.
2
𝑑𝑥 = 30 − (3,5 + ) = 25,5 𝑐𝑚
2
2
𝑑𝑦 = 30 − (3,5 + 2 + ) = 23,5 𝑐𝑚
2
25,5 + 23,5
𝑑= = 24,5 𝑐𝑚
2
Para o cálculo da taxa de armadura a ABNT NBR 6118 diz que deve ser
considerada uma faixa com a largura do pilar acrescida de 3d para cada um dos
lados, como o pilar é quadrado, com dimensão igual a 50 cm, deve-se calcular a
83
taxa de armadura para uma faixa de 197 cm, nesta faixa temos 13 barras horizontais
e 16 barras verticais. Assim a taxa de armadura para cada uma das direções resulta:
𝜋 ∙ 22
( 4 ) ∙ 13
𝜌𝑥 = = 0,81%
197 ∙ 25,5
𝜋 ∙ 22
( 4 ) ∙ 16
𝜌𝑦 = = 1,09%
197 ∙ 23,5
Perímetro crítico:
𝑢 = 4 ∙ 50 = 200 𝑐𝑚
′ ′
0,52
𝑊𝑝1 = 𝑊𝑝2 = + 0,5 ∙ 0,5 = 0,38 𝑚²
2
𝐾1 = 𝐾2 = 0,6
Tensão solicitante:
35
𝛼𝑉 = (1 − ) = 0,86
250
35
𝜏𝑅𝑑2 = 0,27 ∙ 0,86 ∙ = 5,81 MPa < τ𝑆𝑑
1,4
84
Perímetro crítico:
0,502
𝑊𝑝1 = 𝑊𝑝2 = + 0,50 ∙ 0,50 + 4 ∙ 0,50 ∙ 0,245 + 16 ∙ 0,2452 + 2 ∙ 𝜋 ∙ 0,245 ∙ 0,50
2
= 2,59 m²
20 3
𝜏𝑅𝑑1 = 0,13 ∙ (1 + √ ) ∙ √100 ∙ 0,94% ∙ 35 = 0,79 𝑀𝑃𝑎
24,5
5.3.7 Resultados
Como pode ser observado na Tabela 5.2, entre o cálculo a mão e o cálculo pela
planilha não houve diferenças significativas, o que era esperado, pois os dois
utilizam a mesma formulação. Já entre o cálculo a mão e a análise por grelha houve
algumas diferenças, sendo a maior delas as tensões solicitantes na face do pilar e
na superfície crítica C’ que resultaram aproximadamente 20%. Porém esta diferença
está dentro do aceitável, visto que as metodologias utilizadas são bem distintas.
44,78
𝜏𝑆𝑑 = ∙ 1,4 = 255 𝑘𝑃𝑎 = 2,55 𝑀𝑃𝑎
0,245
6 CONCLUSÕES
Este assunto deve ser tratado ainda em futuros trabalhos devido à necessidade
de comparar mais resultados com outros projetos e de investigar a necessidade de
afinar ainda mais o modelo da grelha. Devem ser tratados também em outros
estudos os casos de pilares de borda, de canto e de lajes com capitel.
90
REFERÊNCIAS
GOMES, R.B. (1991). Punching resistance of reinforced concrete flat slabs with
shear reinforcement. London. PhD Thesis, The Polytechnic of Central London.
REGAN, P.E. (1999). Basic design for moment, shear and torsion. FIB Bulletin,
v.2, p.141-223, Apr.
STUCCHI, F.R.; KNAPP, L.M. (1993) Punção em lajes. In: SIMPÓSIO EPUSP
SOBRE ESTRUTURAS DE CONCRETO, 3., São Paulo. Anais. p.209-232.