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Kollemata - Jurisprudência Registral e Notarial

Sérgio Jacomino, editor.

Alienação fiduciária. Consolidação da propriedade. Indisponibilidade.


TRF 5 - RNC - Remessa Necessária Cível: 0800148-17.2017.4.05.8306
Localidade: Pernambuco Data de Julgamento: 05/10/2017 Data DJ: 09/12/2017
Relator: ROGÉRIO FIALHO MOREIRA
Lei: LAF - Lei de Alienação Fiduciária de Bem Imóvel - 9.514/1997 ART: 22
Lei: LAF - Lei de Alienação Fiduciária de Bem Imóvel - 9.514/1997 ART: 27 PAR: 4
Lei: LAF - Lei de Alienação Fiduciária de Bem Imóvel - 9.514/1997 ART: 25 PAR: 7
Especialidades: Registro de Imóveis

MANDADO DE SEGURANÇA. ADMINISTRATIVO. ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA DE IMÓVEL. DIREITOS DO


FIDUCIANTE. CONSTRIÇÃO. POSSIBILIDADE. INDISPONIBILIDADE AVERBADA. INADIMPLEMENTO. LEI
Nº 9.514/97. FORMALIDADES LEGAIS. OBSERVÂNCIA. CONSOLIDAÇÃO DA PROPRIEDADE. DIREITO
LÍQUIDO E CERTO DO FIDUCIANTE. SENTENÇA MANTIDA.

1. Remessa necessária em face da sentença que, confirmando a liminar deferida, concedeu a segurança
pleiteada na ação mandamental impetrada pela Caixa Econômica Federal, para determinar à autoridade
coatora - Tabelião do 1º Serviço de Notas e Registros Públicos de Timbaúba/PE - que promova a averbação
da consolidação da propriedade do imóvel objeto da matrícula nº 5.764 em nome de credor fiduciário, após a
comprovação de recolhimento do tributo e demais requisitos legais, não obstante a indisponibilidade do
direito real do fiduciante.

2. O art. 22 da Lei nº 9.514/97 define a alienação fiduciária de bem imóvel como sendo o negócio jurídico
através do qual o devedor (fiduciante), com o escopo de garantir a obrigação de pagar assumida frente ao
credor fiduciário, concede a este a propriedade resolúvel de um imóvel. Dá-se, assim, o desdobramento da
posse, tornando o fiduciante possuidor direto e, o fiduciário, possuidor indireto da coisa imóvel.

3. O bem alienado fiduciariamente não pertence ao devedor fiduciante, mas sim à instituição financeira que
proporcionou a operação de crédito.

4. Observadas as formalidades definidas no art. 26 do citado diploma legal, o inadimplemento dos deveres
contratuais por parte do devedor fiduciante enseja a consolidação da propriedade na pessoa do fiduciário.

5. Por outro lado, o devedor fiduciante possui expectativa do direito à futura reversão do bem alienado, em
caso de pagamento da totalidade da dívida, ou à parte do valor já quitado, em caso de mora e excussão por
parte do credor.

6. No caso dos autos, a indisponibilidade averbada na matrícula do imóvel recai apenas sobre o direito do
fiduciante ao saldo apurado após a alienação extrajudicial do bem, em decorrência dos pagamentos já
efetuados, conforme prevê o negócio jurídico firmado com a Caixa Econômica Federal e o art. 27, § 4º da Lei
nº 9.514/97.

7. O STJ vem firmando a orientação de que a constrição executiva não pode recair sobre o bem alienado
fiduciariamente, mas nada impede que recaia sobre os direitos que o executado detém no contrato de
alienação fiduciária. (STJ, REsp 910.207/MG, Relator Min. Castro Meira. Segunda Turma. Publ.: 25/10/2007;
REsp 1.171.341/DF, Rel. Ministra Maria Isabel Gallotti, Quarta Turma, julgado em 06/12/2011, DJe
14/12/2011).

8. Remanescendo ao devedor fiduciante a possibilidade de saldo a receber, a ordem de indisponibilidade de


seu eventual direito deve subsistir sem qualquer prejuízo ao direito líquido e certo do credor fiduciário de obter
a averbação da consolidação da propriedade em seu nome, considerando que não houve a purgação da mora
no prazo previsto, nos termos do art. 25, § 7º da Lei nº 9.514/97.

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9. Remessa necessária improvida.

íntegra

PODER JUDICIÁRIO - TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO

PROCESSO Nº: 0800148-17.2017.4.05.8306 - REMESSA NECESSÁRIA


PARTE AUTORA: CAIXA ECONOMICA FEDERAL - CEF
PARTE RÉ: 1 SERVICO DE TABELIONATO DE NOTAS E REGISTRO DE IMOVEIS DE TIMBAUBA
ASSISTENTE: ESTADO DE PERNAMBUCO
RELATOR(A): DESEMBARGADOR(A) FEDERAL ROGÉRIO DE MENESES FIALHO MOREIRA - 3ª TURMA
JUIZ PROLATOR DA SENTENÇA (1° GRAU): JUIZ(A) FEDERAL FLAVIA TAVARES DANTAS

MANDADO DE SEGURANÇA. ADMINISTRATIVO. ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA DE IMÓVEL. DIREITOS DO


FIDUCIANTE. CONSTRIÇÃO. POSSIBILIDADE. INDISPONIBILIDADE AVERBADA. INADIMPLEMENTO. LEI
Nº 9.514/97. FORMALIDADES LEGAIS. OBSERVÂNCIA. CONSOLIDAÇÃO DA PROPRIEDADE. DIREITO
LÍQUIDO E CERTO DO FIDUCIANTE. SENTENÇA MANTIDA.

1. Remessa necessária em face da sentença que, confirmando a liminar deferida, concedeu a segurança
pleiteada na ação mandamental impetrada pela Caixa Econômica Federal, para determinar à autoridade
coatora - Tabelião do 1º Serviço de Notas e Registros Públicos de Timbaúba/PE - que promova a averbação
da consolidação da propriedade do imóvel objeto da matrícula nº 5.764 em nome de credor fiduciário, após a
comprovação de recolhimento do tributo e demais requisitos legais, não obstante a indisponibilidade do
direito real do fiduciante.

2. O art. 22 da Lei nº 9.514/97 define a alienação fiduciária de bem imóvel como sendo o negócio jurídico
através do qual o devedor (fiduciante), com o escopo de garantir a obrigação de pagar assumida frente ao
credor fiduciário, concede a este a propriedade resolúvel de um imóvel. Dá-se, assim, o desdobramento da
posse, tornando o fiduciante possuidor direto e, o fiduciário, possuidor indireto da coisa imóvel.

3. O bem alienado fiduciariamente não pertence ao devedor fiduciante, mas sim à instituição financeira que
proporcionou a operação de crédito.

4. Observadas as formalidades definidas no art. 26 do citado diploma legal, o inadimplemento dos deveres
contratuais por parte do devedor fiduciante enseja a consolidação da propriedade na pessoa do fiduciário.

5. Por outro lado, o devedor fiduciante possui expectativa do direito à futura reversão do bem alienado, em
caso de pagamento da totalidade da dívida, ou à parte do valor já quitado, em caso de mora e excussão por
parte do credor.

6. No caso dos autos, a indisponibilidade averbada na matrícula do imóvel recai apenas sobre o direito do
fiduciante ao saldo apurado após a alienação extrajudicial do bem, em decorrência dos pagamentos já
efetuados, conforme prevê o negócio jurídico firmado com a Caixa Econômica Federal e o art. 27, § 4º da Lei
nº 9.514/97.

7. O STJ vem firmando a orientação de que a constrição executiva não pode recair sobre o bem alienado
fiduciariamente, mas nada impede que recaia sobre os direitos que o executado detém no contrato de
alienação fiduciária. (STJ, REsp 910.207/MG, Relator Min. Castro Meira. Segunda Turma. Publ.: 25/10/2007;
REsp 1.171.341/DF, Rel. Ministra Maria Isabel Gallotti, Quarta Turma, julgado em 06/12/2011, DJe
14/12/2011).

8. Remanescendo ao devedor fiduciante a possibilidade de saldo a receber, a ordem de indisponibilidade de

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seu eventual direito deve subsistir sem qualquer prejuízo ao direito líquido e certo do credor fiduciário de obter
a averbação da consolidação da propriedade em seu nome, considerando que não houve a purgação da mora
no prazo previsto, nos termos do art. 25, § 7º da Lei nº 9.514/97.

9. Remessa necessária improvida.

ACÓRDÃO

Vistos, etc.

Decide a Terceira Turma do Tribunal Regional Federal da 5ª Região, à unanimidade, NEGAR PROVIMENTO à
remessa necessária nos termos do voto do relator, na forma do relatório e notas taquigráficas constantes dos
autos, que ficam fazendo parte integrante do presente julgado.

Recife, 05 de outubro de 2017.

Des. Federal ROGÉRIO FIALHO MOREIRA


Relator

Vide a íntegra da RN 0800148-17.2017.4.05.8306

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