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Desenvolvimento De Um Sistema De Computação Algébrica

Multiplataforma Para O Auxilio Do Ensino De Matemática
Victor Fernando Conti, Elvio Gilberto da Silva, Patrick Pedreira, Rosane Maria
de Lima Araújo

Centro de Ciências Exatas e Humanas Aplicadas – Universidade do Sagrado Coração 
Rua Irmã Arminda, 10­50, Jardim Brasil, Bauru­SP | CEP: 17011­160 | (14) 2107­7000
victorfconti@gmail.com, egilberto@uol.com.br, patrickpsilva@gmail.com,
rosane.araujo@usc.br 

Abstract.  Nowadays   is   usual   the   teacher   listen   the   students   reclaim   about
math, and also manifest a strong apathy for mathematics, which is the base
for   the   scientifically   progress   of   one   country,   and  also   improve   the   logic,
critic sense and investigative habits of the students.

Keeping   this   in   view,   this   work   proposed   the   development   of   a   algebraic


computer system that aid the teachers in math education, using the computer
as a form of incentive to the learning, helping in the innovation of the maths
education, that in the most of cases is equal to the decades ago, increasing the
distance of the reality of the students, enhancing the disinterest. 

Resumo.  Atualmente é frequente os professores ouvirem queixas dos alunos
quanto a matemática, além de demonstrarem um grande desinteresse por esta
disciplina, que constitui a base do desenvolvimento cientifico de um país, e
auxilia   o   desenvolvimento   do   raciocínio   lógico,   sendo   crítico   e   hábitos
investigativos  do indivíduo.

Tendo isto em vista, este trabalho propôs o desenvolvimento de um sistema de
computação algébrica que auxilie os professores no ensino de matemática,
utilizando   o   computador   como   uma   forma   de   incentivo   a   aprendizagem,
ajudando na renovação do ensino de matemática, que muitas vezes ocorrem
de maneira semelhante a como eram a muitas décadas atrás, distanciando­se
da realidade dos jovens, consequentemente  favorecendo o desinteresse por
parte dos alunos.

1. Introdução
A   educação   constituí   a   base   de   um   país,   sendo   responsável   tanto   por   sua
sustentação quanto desenvolvimento, de forma que para promover o desenvolvimento
de   uma   nação   se   faz   necessária   uma   educação   de   qualidade   fomentada   a   partir   de
investimentos financeiros, científicos, novas técnicas e metodologias de ensino. 
Sendo que boa parte da base educacional de um indivíduo é formada na infância
e adolescência, através das disciplinas do ensino fundamenta e médio, dentre as quais a
matemática é a que apresente maior dificuldade de aprendizagem. Apesar da mesma
contribui   para   o   desenvolvimento   da   capacidade   de   resolução   de   problemas,   de
investigação, de enfrentar novas situações, da criatividade e a criação de uma visão
ampla e científica.  (LINTZ, 1999).
Entretanto é frequente os professores ouvirem lamentos que alunos não gostam
de matemática  e tem dificuldades  de resolverem operações  risórias. (PAZ JÚNIOR,
2008).   E   o   relatório   “De   Olhos   nas   Metas”   comprova   que   a   grande   maioria   dos
estudantes não aprende matemática como o esperado. O que pode pode vir a ser um
grande   problema,   uma   vez   que   sendo   a   matemática   uma   área   cumulativa,   uma
defasagem em determinado conteúdo prejudica os aprendizados futuros relacionados a
este. (GONZATTO, 2012). 
Um dos possíveis motivos para esse desinteresse é que o modelo clássico do
ensino   de   matemática   visa   a   aprendizagem   por   repetição,   o   que   vem   sendo   muito
criticado   pelos   defensores   da   matemática   moderna   que   buscam   ensino   pela
compreensão dos fundamentos lógicos. (PAZ JÚNIOR, 2008).
Um   forma   de   promover   o   interesse   no   ensino   de   matemática   é   a
utilização de recursos tecnológicos como material de apoio as aulas, sendo um deste os
sistemas de computação algébrica. Que como definidos por Alves (2002) são sistemas
que manipulam símbolos matemáticos de acordo com as regras abstratas da matemática
simbólica.
Essa   manipulação   simbólica   é   realizada   por   uma   determinada   linguagem   de
programação,   que   não   sendo   ambígua   permite   a   representação   computacional   de
funções matemáticas.
Uma das vantagens destas ferramentas é a compreensão que os alunos tem do
códigos   que   eles   mesmos   criaram,   além   das   respostas   rápidas   do   computador   que
permitem ao aluno testarem diversos aspectos de uma mesmo tema. Outro aspecto que
não deve ser esquecido é a diversão que ela proporciona aos alunos, já que ela aumenta
o interesse dos alunos em determinada matéria e ainda promove a interação entre os
mesmos. 
Existem ferramentas complexas que permitem a implantação de metodologias
como esta em cenários universitários, porém estas encontram­se longe da realidade do
ensino   fundamental   e   médio,   devido   aos   conhecimentos   prévios   que   requerem   e   a
dificuldade de ensinar os estudantes a usá­la .
Existem algumas linguagens de programação que se aproximam deste objetivo
como   o   portugol   e   o   g­portugol,   porém   como   as   mesmas   visam   o   ensino   de
programação e não de matemática, possuem empecilhos, como os tipos de dados e as
bibliotecas.
Tendo em vista isto, este trabalho propôs o desenvolvimento de um sistema de
computação algébrica que possa ser utilizado para aprimorar o ensino de matemática no
ensino   fundamental.     O  software  proposto   possuirá   versões   para   os   sistemas
operacionais   Windows,   e,   Linux,   e   devido   ao   baixo   requerimento   computacional
necessário sua execução, é viável mesmo em computadores mais antigos, enquanto que
a quantidade de alunos por computador pode ser definido pelo professor.

2. Objetivos

2.1. Geral
Desenvolver um sistema de computação algébrica que vise o auxilio do processo
de ensino­aprendizagem de matemática, e que para tal, conte com uma sintaxe própria,
que seja construída visando clareza, fácil aprendizagem, e ao mesmo tempo, a facilidade
para demonstrar expressões matemáticas e leitura do código.

2.2. Específicos

• Realizar pesquisas em materiais referentes ao ensino de matemática nas séries
do ensino fundamental II, de forma a eleger no que a linguagem será focada,
podendo assim selecionar os atributos e as representações da linguagem, tais
quais suas funções, operadores e estruturas de dados;
• Escolher os operadores aritméticos e suas representações que serão utilizadas na
linguagem;
• Selecionar os operadores lógicos e as suas representações a serem definidas na
linguagem;
• Eleger os operadores relacionais e suas representações que serão implementadas
na linguagem;
• Criar as formas de armazenamento de dados da linguagem de forma a permitir
ao aluno expressar a resolução dos exercícios propostos;
• Desenvolver as funções e seu método de chamada de forma a permitir que o
aluno resolva os problemas propostos, permitindo ao aluno criar funções para
resolver   o   problema   mesmo   que   esta   função   já   esteja   presente   na  biblioteca
padrão da linguagem;
• Criar a representação formal da linguagem;
• Implementar a linguagem desenvolvida em um interpretador;
• Desenvolver um ambiente de programação para a linguagem;
• Elaborar   um   questionário   para   avaliar   a   usabilidade   do   software   perante   os
alunos;
• Desenvolver um questionário para verificar a opinião dos professores acerca do
software;
• Testar o software em uma escolar;
• Analisar o resultado obtido com o teste do software.
3. MÉTODOLOGIA E DESENVOLVIMENTO
Primeiramente foi realizada uma analise nos parâmetro curriculares  nacionais
referentes   aos   ciclos   1,   2,   3   e   4   do   ensino   fundamental,   de   forma   a   verificar   os
conteúdos ministrados nesta etapa e realizar a elaboração da sintaxe da linguagem.
A   sintaxe   foi   primeiramente   realizada   de   modo   descritivo,   mostrando   e
explicando a mesma em notação livre, e em seguida foi realizada a notação BNF, de
forma a demonstrá­la de forma clara e consistente, auxiliando em sua implementação.
A etapa seguinte consistiu na modelagem do sistema, de forma a aprimorar a
qualidade do software e facilitar seu desenvolvimento, para isso foram utilizados  os
diagramas   da   UML   (Unified   Modeling   Language).   Como   o   sistema   consiste   de   2
módulos, o interpretador e o editor, foram utilizados diagramas diferentes  para cada
módulo.
Sendo   utilizado   para   o   interpretador   o   diagrama   de   atividade,   de   forma   a
demonstrar o comportamento deste, elucidando de forma simples as atividades que são
realizadas para interpretar as entradas do usuário, facilitando assim a codificação do
mesmo.
Para   o   editor,   por   sua   foram   realizados   os   diagramas   de   caso   de   uso   e   de
atividades, sendo que o primeiro serviu para demonstrar de forma gráfica as possíveis
interações dos usuários com o sistema, enquanto que o diagrama de atividades serviu
para demonstrar as ações do usuário de forma mais especificas.
Por fim foi escolhida a técnica utilizada para o desenvolvimento do compilador,
no caso a recursivo descendente, que interpreta o código derivando as expressões mais
gerais, para sub expressões específicas, de maneira recursiva, para então interpretá­las.

4. IMPLEMENTAÇÃO
Para   o   desenvolvimento   do   interpretador   foi   escolhida   a   linguagem   de
programação C, devido a diversos aspectos que a tornam ideal para o desenvolvimento
deste tipo de programa, entre elas o fato da linguagem apresentar poucas restrições, ser
amigável   e   estruturado,   oferecer   portabilidade,   geração   de   códigos   executáveis
compactos   e   rápidos,   interação   com   o   sistema   operacional,   confiabilidade   e
simplicidade.
O interpretador  foi codificado  usando  o método  recursivo descendente,  e foi
dividido   em   três   módulos   que   são   linkados   para   gerar   o   executável.   O   Parser,
responsável   por   executar   operações   aritméticas;   o   Lib,   que   contem   as   bibliotecas
internas do sistema e as localizações e chamadas das bibliotecas externas; e por fim o
interpretador   em   sí,   responsável   por   tratar   os   tokens   e   executar   os   comandos   da
linguagem, como as declarações de variáveis e estruturas de controle.
As   bibliotecas   como   discuto   anteriormente   são   separadas   entre   as   internas,
contidas   no   modulo   Lib   e   responsáveis   por   tratar   entrada   e   saídas   de   dados,   e   as
externas  que  são  programas   compilados  e  linkados  separadamente   e  chamados  pelo
interpretador, passando os parâmetros e obtendo o valor de retorno que é utilizado pelo
mesmo, de forma a flexibilizar os parâmetros e facilitar a manutenção das bibliotecas.  
Em seguida foram criados dois editores de texto, um utilizando a linguagem C+
+ com o  framework  gráfico QT visando maior desempenho do que usabilidade, como
pode ser visto na Figura 1. E outro criado em Java com o framework JavaFX visando
maior usabilidade do que desempenho, como pode ser visto na Figura 2. Este último
além de utilizar uma tecnologia mais pesada também utiliza técnicas de programação
mais   pesada   mas   que   facilita   o   desenvolvimento,   como   é   o   caso   das   expressões
regulares.

Figura 1: Interface Principal Executando um algoritmo fatorial
Figura 2: Interface secundaria executando um teste condicional

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Durante a pesquisa realizada foi possível constatar as vantagens que a utilização
de ferramentas tecnológicas pode oferecer aos professores como forma de auxilio ao
ensino,   permitindo   a   demonstração   da   matéria   de   forma   mais   atrativa   aos   alunos,
aumentando a interação com o conteúdo, e a socialização entre os alunos, gerando uma
aproximação da realidade dos mesmos, e em alguns casos até promovendo a diversão.
  Sendo a matemática uma das áreas de menor interesse por parte dos alunos,
pode ser uma das maiores beneficiadas por estas ferramentas, uma vez que uma possível
solução são os sistemas de computação algébrica, porém existem outras ferramentas que
podem   auxiliar   o   ensino   de   matemática,   dentre   elas:   sistemas   de   simulação
computacional, ferramentas de modelagens e jogos educativos.
Consequentemente existe uma vasta área de pesquisa que pode ser utilizada para
auxiliar o ensino de matemática, entretanto um empecilho é a resistência que muitos
professores possuem quanto a adoção destas ferramentas em sala de aula, que pode ser
vencida com aulas sobre a utilização da tecnologia e demonstrações de suas vantagens.
BIBLIOGRAFIA
ALVES,   D.   T.;   AMARAL,   J.   V.;   MENDEIROS   NETO,   J.   F.   Aprendizagem   de
electromagnetismo via programação e computação simbólica. Revista Brasileira de
Ensino de Física, São Paulo, v. 24, n. 2, p. 201­2013, jun. 2002. Disponível em:
<http://www.scielo.br/pdf/rbef/v24n2/a17v24n2.pdf>. Acesso em: 24 maio 2012.
GONZATTO, M.  Por que 89% dos estudantes chegam ao final do Ensino Médio
sem aprender o esperado em matemática?. 2012. Disponível em:
  <http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/geral/noticia/2012/10/por­que­89­dos­estudantes­
chegam­ao­final­do­ensino­medio­sem­aprender­o­esperado­em­matematica­
3931330.html>. Acesso em: 24 maio 2012.
LINTZ, R. G. História da Matemática. FURB, Blumenau, 1999, 3ª Edição.
PAZ JÚNIOR, G. T. As dificuldades no Ensino de Matemática. 2008. Disponível em:
<http://www.webartigos.com/artigos/as­dificuldades­no­ensino­de­matematica/5488/>.
Acesso em: 24 maio 2012.

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