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O culto americano das armas vem da época dos cowboys, passa pela Guerra Civil americana e ainda
encontra origem na caça desportiva. O povo norte-americano sempre nutriu paixão por este tipo de
caça, que se iniciou na época em que os Estados Unidos eram uma nação agrária e de subsistência
onde a caça era uma profissão para algumas pessoas, fonte de alimentos para outras, e também uma
forma de se protegerem de animais predadores.
Até hoje, a caça desportiva sobrevive como um componente central de uma cultura de armas, como
uma forma de controlar as populações de animais em todo o país, independentemente do país ter se
desenvolvido ou não. Os estados do meio-oeste e sul americanos são os locais onde essa cultura é
mais acentuada, sendo comum vermos nessas áreas pessoas com armas na cintura em espaços
públicos.
Em dezembro de 1791, foi adotada uma emenda relativa ao porte de armas de fogo na Carta de
Direitos americanos (“ American Bill of Rights"). Essa emenda protegia o direito do povo de manter e
ter na sua posse armas, uma vez que a Suprema Corte dos EUA decidiu que esse é um direito
fundamental pertencente aos cidadãos americanos. Ao mesmo tempo, determinou que o direito não
é ilimitado, portanto, não proíbe a regulamentação de armas de fogo. Assim, os governos estaduais e
locais estão limitados, na mesma medida em que o governo federal está de infringir este direito pela
incorporação da Carta de Direitos. Então, a Constituição dá ao indivíduo o direito de comprar e portar
armas para se defender, mas o Estado tem direito a regulamentar tal porte de armas e restringi-lo.
É desta forma que surge a famosa “encruzilhada", perante esta situação surgem duas patentes: os
que defendem que de acordo com a Constituição, o cidadão americano (ou residente permanente)
tem o direito de portar armas, e os que argumentam que o Estado tem o direito de controlar a
questão do porte de armas e a restringi-lo. Gerando-se então, uma discussão afrontosa entre ambos
lados do conflito, pois as restrições ao uso de armas, para muitos americanos, não são vistas como
uma questão de segurança, mas sim como o fim de um direito.
A sociedade americana é baseada na liberdade, e não é por acaso que a famosa Estátua da Liberdade
é um dos símbolos do país, ou que parte do hino americano faça referência à “Land of the Free” (terra
dos homens livres). Os americanos realmente acreditam que tem liberdade e vivem em país onde o
Estado deve intervir o mínimo possível nas suas vidas.
O problema é que com toda essa liberdade o governo não tem controlo sob as pessoas que têm
acesso a armas de fogo e não deveriam ter, pois claramente não possuem estabilidade emocional
para lidar com um artigo tão letal. Criou-se assim, uma tensão geral em várias partes do país, muitas
pessoas não se sentem seguras durante as atividades corriqueiras do quotidiano. Os tiroteios e
massacres viraram parte do dia a dia da sociedade americana e estão se a tornar cada vez mais e mais
comuns a cada dia que passa.
Atualmente, em cada 100 pessoas residentes nos EUA, 98 vivem a pelo menos 15 km de uma loja que
comercializa armas de fogo. Essas lojas podem variar de tamanho e vão de pequenos outlets até
grandes redes como o Walmart, o maior vendedor de armas do país.
Em suma, estes e outros múltiplos factos, justificam a razão pela qual os EUA serem considerados o
país com a maior taxa de homicídios através de armas de fogo do mundo.