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do Alumínio e Suas
Ligas
Condicionamento (Têmpera)
É a condição aplicada ao metal ou liga, por meio de deformação plástica a frio ou de tratamento
térmico, propiciando-lhe estrutura e propriedades mecânicas características. A expressão não tem
qualquer ligação com a usada nos produtos de aço (material tratado termicamente para aumentar
sua resistência mecânicas). Ainda que a resistência original possa ser aumentada, agregando-se
certos elementos de liga e tratamentos térmicos. Semelhante a outros metais, o alumínio e suas
ligas endurecem e aumentam sua resistência quando trabalhadas a frio, como, por exemplo, uma
chapa laminada. Além disso, algumas ligas de alumínio possuem a valiosa característica de
responder ao tratamento térmico, adquirindo resistências maiores que aquelas que podem ser
obtidas apenas no trabalho a frio. O gráfico da figura 1 abaixo ilustra o efeito do trabalho a frio nas
propriedades mecânicas da liga 3003. Desta forma, as ligas de alumínio são divididas
convenientemente em dois grupos: as ligas tratáveis termicamente, propiciando -lhes maior
resistência, e as ligas não-tratáveis termicamente, cuja resistência só pode ser aumentada através
do trabalho a frio. As ligas tratáveis termicamente podem ser trabalhadas a frio e, posteriormente,
sofrer o tratamento térmico para o aumento de sua resistência mecânica. As ligas não tratáveis
termicamente podem ser submetidas a tratamentos térmicos como de estabilização e recozimentos
plenos ou parciais.
Figura 1 – Descrição dos tratamentos térmicos e mecânicos. Esses são classificados conforme a norma NBR 6835 e de acordo com
os processos a que são submetidos: "F" (como fabricada), "O" (recozida), "H" (encruada), "W" (solubilizada) e "T" (tratada
termicamente).
Constituem -se os tratamentos nos quais a deformação plástica é realizada antes, após, ou
intercalada com o tratamento térmico de envelhecimento. A taxa e o grau de endurecimento por
precipitação aumentam muito com a deformação anterior ao envelhecimento, devido à introdução
de deslocações que atuam como sítios para a nucleação preferencial de precipitados. Além de
favorecer a nucleação de precipitados, a deformação acelera todo o processo de precipitação,
sendo assim o material deformado atinge o super-envelhecimento mais rapidamente do que o
mesmo material não deformado.
Homogeneização
Recozimento
Recristalização
Solubilização
Figura 4 - Ilustração do processo de solubilização das amostras desde a temperatura ambiente (01) a 540ºC (02). Em
seguida, submetidas ao processo de tratamento térmico (03), resfriamento em água. Do ponto (03) inicia-se o processo de
envelhecimento natural da liga 6101 no decorrer do tempo.
Trabalho mecânico
Bibliografia
http://www.abal.org.br/
www.alcoa.com.br
Tratamentos Térmicos das Ligas Metálicas do Vicente Chiaverini
Tratamentos Térmicos
do Magnésio e suas ligas
O magnésio é o sexto elemento mais abundante na crosta terrestre. Não é encontrado livre
na natureza, porém entra na composição de mais de 60 minerais, sendo os mais importantes
industrialmente os depósitos de dolomita, magnesita, brucita, carnalita e olivino. Este é um
importante elemento de liga, muito utilizado no projeto e fabricação mecânica. Este trabalho expõe
suas propriedades, ligas, utilizações e classificações.
O nome é originário de magnésia, que em grego designava uma região da Tesalia. O
inglês Joseph Black reconheceu o magnésio como um elemento químico em 1755. Em 1808 Sir
Humphry Davy obteve o metal puro mediante a eletrólise de uma mistura de magnesia e HgO
(óxido de mercúrio).
Algumas das informações deste trabalho são referentes à empresa Rima Industrial, o único
fabricante de magnésio primário do Brasil e do hemisfério sul.
(a) (b)
1 – Propriedades do Magnésio
A principal característica do magnésio é sua baixa densidade (1,74 g/cm³), que é, inclusive,
menor que a do alumínio (2,73 g/cm³). Sendo assim, ele possui uma baixa relação
resistência/densidade, o que possibilita sua aplicação em componentes estruturais.
Segundo a tabela periódica, temos:
§ Símbolo: Mg
§ Número Atômico: 12
§ Massa Atômica: 24,3
§ Raio Atômico: 1,45
§ Distribuição Eletrônica: 2-8-2
§ Potencial de Ionização: 176,3 Kcal/mol
§ Eletronegatividade: 1,2
§ Densidade: 1,74 g.cm³
§ Estado Físico: Sólido
§ Ponto de Fusão: 650º C
§ Ponto de Ebulição: 1107º C
Podemos ver que o ponto de fusão também é baixo. O magnésio, além disso, possui boa
usinabilidade e pode ser forjado, estrudado, laminado e fundido. É um material altamente reativo e
sofre corrosão facilmente em ambientes salinos.
A RIMA é o único fabricante de Magnésio primário do Brasil e do Hemisfério Sul, um
importante elemento de liga utilizado pela indústria de alumínio, principalmente na produção de
peças automotivas e de latas para bebidas. É também empregado em aplicações químicas, como
produção de Boro, Lítio e Titânio, além de ser usado na indústria pirotécnica, de proteção catódica
e outras. Na forma de nuggets, é utilizado por fundições de ferro que possuem o processo Fischer
Converter, no qual tem como função promover a nodularização da grafita do ferro fundido com
maior eficiência.
A empresa possui jazidas próprias de onde é retirada a matéria-prima para a produção do
magnésio, a dolomita. Essa substância é reduzida através de um processo silicotérmico a vácuo e,
dessa forma, é obtido o cristal de magnésio, posteriormente fundido em lingotes, ou transportado
na forma líquida para a Fundição sob Pressão.
2 Ligas de Magnésio
A mais conhecida e utilizada liga do sistema Mg-Al-Zn é a liga AZ92A, que consiste
basicamente numa liga de magnésio com cerca de 9 % de alumínio e 2 % de zinco. Nesta liga a
fase sólida em equilíbrio com a solução sólida rica em magnésio é a fase Mg17Al12 (fase gama), a
mesma que aparece na liga binária Mg-Al. Esta fase se forma por uma reação eutética. Mesmo se
no resfriamento lento passar do líquido para o campo monofásico da solução sólida rica em
magnésio sem que ocorra a reação eutética, esta reação pode ocorrer como resultado da
segregação de soluto se a liga for resfriada de modo suficientemente rápido a parte da fase líquida.
A microestrutura bruta de fusão desta liga revela a presença de fase gama massiva resultante da
reação eutética. Se uma liga com este tipo de microestrutura é aquecida para ser solubilizada à
temperatura recomendada de 408ºC, e então rapidamente resfriada até a temperatura ambiente,
forma-se uma microestrutura com contornos de grãos ligeiramente ondulados por causa da
formação de precipitados descontínuos, que não podem ser observados em microscópio ótico,
mesmo que o resfriamento seja rápido. Além da fase gama, podem ser observadas partículas de
fases Mg2Si e Mn, que não se dissolveram à temperatura de solubilização.
Por outro lado, se o teor de zinco for suficientemente elevado a liga encontra-se no campo
trifásico, estando presente a fase ternária intermetálica ϕ. Este composto possui temperatura
liquidus de cerca de 363ºC e, caso se forme durante solidificação ou resfriamento no estado sólido,
quando a liga é solubilizada a 408ºC pode ocorrer fusão localizada nas regiões em que esta fase
se formou, podendo gerar porosidade (por mecanismos ainda não esclarecidos) no material
termicamente tratado. Esse fenômeno é conhecido como fusão incipiente e só pode ser evitada
mediante aquecimento lento ou em etapas, até se atingir a temperatura de solubilização. Esta liga
endurece por precipitação mediante tratamentos térmicos de solubilização e envelhecimento em
temperaturas por tempos adequados.
Uma característica importante das ligas de magnésio é a sensibilidade à corrosão causada
pela presença de determinados elementos em certos níveis. Isso se deve à formação de fases
indesejáveis, ou à formação de pares galvânicos com elementos com potencial de oxidação muito
diferente, como ferro, níquel, cobalto e cobre, que apresentam baixa solubilidade no magnésio e
tendem a formar fases que reduzem a resistência á corrosão. Elementos como o manganês e o
zircônio são adicionados às ligas de magnésio com o objetivo de ajudar à remoção desses
elementos indesejáveis, como o ferro, por exemplo. Esses elementos intencionalmente
adicionados levam à precipitação do ferro e de outros elementos indesejáveis, que assim podem
ser mais facilmente removidos.
As ligas de magnésio-zinco na condição fundida possuem propriedades mecânicas
inferiores às de outras ligas de magnésio, devido à formação de grãos grosseiros durante este
processo de fabricação. O zircônio pode ser usado para o refino do grão, mas em geral essas ligas
apresentam baixa fundibilidade, que, no entanto pode ser melhorada mediante a adição de terras
raras e tório, que também contribuem para melhorar a soldabilidade destas ligas, sem prejudicar
suas propriedades mecânicas. As ligas magnésio-zinco-zircônio também são utilizadas na
condição de ligas trabalhadas e adicionalmente podem ser endurecidas pelo tratamento térmico de
solubilização e envelhecimento (precipitação controlada).
As ligas de magnésio que contêm terras raras e tório são as que apresentam resistência
mecânica mais elevada entre as ligas de magnésio, e podem ser trabalhadas em temperaturas
superiores á temperatura ambiente, da ordem de 200 a 300 ºC.
Aplicações
Os compostos de magnésio, principalmente seu óxido, são usados como material refratário
em fornos para a produção de ferro e aço, metais não ferrosos, cristais e cimento. Assim como na
agricultura, indústrias químicas e de construção. O uso principal do metal é como elemento de liga
com o alumínio, empregando-a para a produção de recipientes de bebidas, componentes de
automóveis como aros de roda e, máquinas diversas.
As aplicações do magnésio comercialmente puro (teor de magnésio igual ou superior a
88,89 %) são muito limitadas. Por outro lado, a presença de metais mais pesados como elementos
de liga (ferro, níquel e cobre) reduz muito a resistência à corrosão. As ligas de magnésio com
pequenos teores de manganês possuem uma resistência mecânica mais elevada, a qual depende
do grau de encruamento da liga. O manganês mantém-se em solução sólida à temperatura
ambiente em baixos teores, porém o excesso se precipita sob a forma de manganês-alfa.
As ligas do sistema Mg-Al -Zn são muito aplicadas, tanto na condição de produtos fundidos
quanto trabalhados. À temperatura ambiente o alumínio permanece em solução sólida com teor de
1,6 %, enquanto o zinco se dissolve tanto nessa solução quanto na fase intermetálica Mg-Al, ao
passo que o manganês presente forma fases intermetálicas com o alumínio. Devem ser
minimizados ao máximo os teores de impurezas, com o objetivo de não prejudicar a resistência à
corrosão. O aumento do teor de alumínio leva ao aumento da resistência mecânica, porém em
níveis da ordem de 5 %, ou acima deste teor, a ductilidade fica seriamente prejudicada. O
manganês aumenta a resistência à corrosão, enquanto o zinco contribui para aumentar a
resistência mecânica destas ligas, que, mesmo assim, não é muito elevada, só sendo significativa
quando se considera a baixa densidade, que garante elevada razão entre resistência mecânica e
peso (massa). A precipitação controlada da fase intermetálica Mg-Al permite endurecer a liga
através do tratamento térmico de solubilização e envelhecimento.
As ligas de magnésio, sobretudo com o alumínio, manganês, zircônio, zinco e lantanídeos,
têm especial aplicação na fabricação de fuselagens, motores e rodas na indústria aeronáutica. O
magnésio, potente redutor, é empregado também, em síntese química, na obtenção de titânio,
berílio e urânio.
O Magnésio na forma de pó, misturado com outros materiais, é cada vez mais utilizado
como dessulfurante de ferro gusa nas siderúrgicas. Apresenta a melhor performance e relação
custo/benefício nos seguintes casos:
Em gusas que requerem teores de enxofre abaixo de 0.010%.
• Em aciarias onde o tempo para dessulfuração é limitado.
• Corridas com temperaturas baixas.
• Corridas com teor inicial de enxofre elevado.
A mistura dessulfurante mais utilizada é a Cal (micropulverizada) com o Magnésio em pó
(abaixo de 1 mm). Dependendo da tecnologia de injeção aplicada e do tempo disponível para
atingir o teor de enxofre requerido no produto final, o percentual de Magnésio Metálico pode variar
de 5 a 20%.
Outros usos
§ Aditivo em propelentes convencionais.
§ Obtenção de fundição nodular (Fe-Si-Mg).
§ Agente redutor na obtenção de urânio e outros metais a partir de seus sais.
§ O hidróxido ( leite de magnésia ), o cloreto, o sulfato ( sais Epsom ) e o citrato são
empregados em medicina.
§ O pó de carbonato de magnésio ( MgCO3 ) é utilizado por atletas como ginastas, alpinistas
e levantadores de peso para eliminar o suor das mãos e segurar melhor os objetos.
§ Outros usos incluem flashes fotográficos, pirotecnia e bombas incendiárias.
Curiosidades
Um motor de automóvel, com o bloco feito de magnésio, e pesando apenas 14 kg, acaba de
completar os primeiros testes com sucesso. Equipando um Volkswagen Lupo, o motor a diesel de
três cilindros rodou 65.000 quilômetros por estradas da Áustria e da Alemanha, sem qualquer
problema mecânico.
A liga de magnésio utilizada no motor foi desenvolvida por cientistas australianos do Instituto
CSIRO, trabalhando para o Centro Cooperativo de Pesquisas para Manufatura de Metais
Fundidos. Participam da pesquisa as empresas Advanced Magnesium Technologies e VAW.
Segundo o coordenador da pesquisa, Dr. Colleen Bettles, o motor estava funcionando bem, mas
os cientistas estavam por demais curiosos para dar uma olhada em seu interior.
"Nós queremos observar como a microestrutura da liga de magnésio pode ter se alterado durante
sua vida operacional," explica ele. "Nosso exame inicial descobriu que a liga agüentou muito bem.
Medições da circularidade dos cilindros revelaram uma clara ovalização na direção transversal do
motor. Entretanto, a distorção fica abaixo do limite aceitável. Melhoramentos adicionais na liga
poderão reduzir isto significativamente."
Os blocos de motores feitos de ferro fundido pesam cerca de 55 quilos, o que torna o bloco de liga
de magnésio 70 por cento mais leve. Mas, obviamente, o magnésio deseja concorrer como o
alumínio. "Este teste nos dá uma grande confiança de que é possível conseguir significativas
reduções de peso pelo uso das ligas de magnésio," complementou Bettles.
A liga de magnésio, chamada AM-SC1, foi fabricada para resistir a deformações de longo prazo
sob altos índices de temperatura, pressão e carga. Segundo os pesquisadores, a nova liga
assimila ruídos e vibrações de forma muito mais eficiente do que o ferro ou o alumínio.
Bibliografia
www.inovacaotecnologica.com.br/noticias
www.wikipedia.com.br
www.rima.com.br
Tratamentos Térmicos
das Ligas de Titânio
Tratamentos térmicos
(a) (b)
Figura 3 – Tenacidade à fratura e resistência mecânica de liga de Ti.
O titânio e suas ligas podem ser submetidos a tratamentos térmicos de alívio de tensões
sem efeitos adversos à resistência mecânica e à ductilidade. Esse tipo de tratamento reduz as
tensões residuais indesejáveis que resultam de:
a) Deformação não uniforme de forjamento a partir da conformação a frio e desempeno;
b) Usinagem assimétrica de placas ou peças forjadas;
c) Soldagem de artigos fundidos ou trabalhados e resfriamento de peças fundidas.
Recozimento
Pode ser difícil evitar, durante o recozimento, o surgimento de distorções de peças com
espessuras muito finas e estreitas tolerâncias dimensionais. O endireitamento de uma barra para
atingir esses requisitos de tolerâncias dimensionais, juntamente com o achatamento da chapa,
acarreta problemas complicados para os fabricantes de produtos de titânio e suas ligas. Por causa
do efeito mola, e da resistência ao endireitamento à temperatura ambiente, é necessário realizar a
conformação mecânica em elevadas temperaturas. Nas temperaturas de recozimento, muitas ligas
de titânio apresentam resistência à fluência baixa o suficiente para permitir o endireitamento
durante o recozimento. Com equipamentos adequados, e, em alguns casos, pesagem cuidadosa,
chapas e peças forjadas de pequena espessura podem ser endireitadas com resultados
satisfatórios. A uniformidade de resfriamento abaixo de 315 ºC pode melhorar os resultados.
Vários equipamentos e técnicas de processamento já foram propostos para recozer o titânio de
modo a resultar num produto plano. O “achatamento por fluência” e o “achatamento por fluência
em vácuo” são duas dessas técnicas. O achatamento por fluência consiste em aquecer a chapa de
titânio entre duas chapas planas e limpas de aço num forno contendo uma atmosfera inerte ou
oxidante. O achatamento por fluência em vácuo é utilizado para produzir placas planas isentas de
tensões para usinagem subseqüente. A placa é colocada num suporte cerâmico grande e plano,
que possui unidades de aquecimento elétrico.
O isolamento é colocado na parte superior da placa e uma folha de plástico é selada à
estrutura do equipamento. O suporte é então aquecido lentamente até a temperatura de
recozimento, enquanto é feito vácuo sob o plástico. A pressão atmosférica é usada para achatar a
placa por fluência.
Uma ampla gama de níveis de resistência mecânica pode ser obtida nas ligas alfa-beta e
beta por tratamentos de solubilização e envelhecimento. A origem das respostas ao tratamento
térmico das ligas de titânio está na instabilidade da fase beta de alta temperatura nas temperaturas
mais baixas. O tratamento de solubilização e envelhecimento (estabilização) geralmente, mas nem
sempre, é realizado após as operações de trabalho mecânico para gerar propriedades mecânicas
otimizadas. Aquecendo-se uma liga alfa-beta à temperatura de solubilização, produz-se uma maior
fração de fase beta. Esta partição de fases é mantida pelo resfriamento rápido pós-solubilização,
quando é realizado o envelhecimento subseqüente, a decomposição de fase beta instável e da
martensita (caso esta exista) acontece. As ligas comerciais β, geralmente fornecidas na condição
solubilizada, precisam somente de envelhecimento para atingir as propriedades desejadas.
Após a limpeza, os componentes de titânio devem ser colocados em suportes que
permitam acesso livre ao meio de aquecimento e de resfriamento rápido. Componentes mais
espessos ou finos da mesma liga podem ser solubilizados juntos, mas o tempo de tratamento é
determinado pela peça de maior espessura. Para determinar o tempo necessário para a maior
parte das ligas, a regra consiste em considerar 20 a 30 min para cada 25 mm de espessura,
seguido pelo tempo necessário de manutenção à temperatura. Uma carga pode ser colocada
diretamente num forno operando à temperatura de solubilização. Embora o pré-aquecimento não
seja essencial, pode ser utilizado para minimizar distorções em peças com formato complexo.
Tratamento de Solubilização
Envelhecimento
A etapa final no tratamento térmico de ligas de titânio para obter máxima resistência
mecânica consiste no reaquecimento a uma temperatura de envelhecimento entre 425 e 650ºC. O
envelhecimento provoca a decomposição da fase beta supersaturada retida à temperatura
ambiente devido à têmpera, assim como a transformação de qualquer tipo de martensita em fase
alfa.
O envelhecimento acima das temperaturas padronizadas para cada liga, porém ainda
várias centenas de graus abaixo da temperatura beta transus, resulta em super-envelhecimento.
Esta condição de material solubilizado e super-envelhecido encontra uso em situações nas quais
se deseja pequenos aumentos de resistência mecânica, porém mantendo tenacidade e
estabilidade dimensional satisfatórias.
Embora a condição de material envelhecido não seja necessariamente uma condição de
equilíbrio, um envelhecimento adequado produz alta resistência mecânica com razoável ductilidade
e estabilidade metalúrgica. O tratamento térmico de ligas alfa-beta para atingir elevada resistência
mecânica envolve uma série de compromissos e modificações, dependendo do tipo de serviço e
das propriedades especiais que são exigidas, como, por exemplo, ductilidade e facilidade de
fabricação. Isso se torna especialmente importante quando a tenacidade à fratura é relevante no
projeto do componente que está sendo fabricado e quando é necessário reduzir um pouco a
resistência mecânica para garantir maior vida útil ao componente em serviço.
Durante o envelhecimento de algumas ligas ß altamente estabilizada, a fase ß inicialmente se
transforma numa fase metaestável de transição conhecida como fase ω, antes de se transformar
em fase a. A fase ω retida, que provoca fragilidade inaceitável em ligas termicamente tratadas para
condições de serviço, pode ser evitada por um resfriamento muito rápido (têmpera severa) e rápido
reaquecimento até as temperaturas de envelhecimento superiores a 425 ºC. Contudo, devido á
formação de uma fase alfa grosseira este tratamento pode não produzir propriedades de
resistência mecânica ideais. Uma prática de envelhecimento, que assegure que o tempo e a
temperatura de envelhecimento são adequados para garantir que qualquer transformação para
fase ω seja completa, é geralmente utilizada. Esta prática envolve o aquecimento a temperaturas
acima de 425ºC para garantir que esta transformação seja completa.
As ligas metaestáveis beta geralmente não necessitam de tratamento de solubilização. O
trabalho a quente final, seguido por resfriamento ao ar, deixa essas ligas em condições muito
semelhantes à condição de liga solubilizada. Entretanto, em alguns casos a solubilização a 790ºC
resulta em melhor uniformidade de propriedades após o envelhecimento. O envelhecimento a
480ºC por tempos de 8 a 60 h produz limites de resistência á tração da ordem de 1,10 a 1,38 GPa.
O envelhecimento por tempos ainda mais longos (acima de 60 h) pode proporcionar resistência
mecânica ainda mais alta, porém provoca queda de ductilidade e de tenacidade em ligas que
contêm cromo, quando se formam compostos intermetálicos titânio-cromo. Tempos de
envelhecimento curtos podem ser utilizados em materiais trabalhados a frio para aumentar
significativamente a resistência mecânica em relação ao material apenas trabalhado a frio sem
envelhecimento.
Tratamentos Termoquímicos
O titânio reage com o oxigênio, com a água e com o dióxido de carbono normalmente
encontrados em atmosferas oxidantes usadas em fornos de tratamentos térmicos. Também reage
com o hidrogênio formado pela decomposição do vapor d’água. A não ser que o tratamento
térmico seja realizado num forno a vácuo ou em atmosfera inerte, e a não ser que seja mantida
cuidadosa limpeza superficial, haverá efeito direto sobre as propriedades do titânio e suas ligas.
Enquanto as propriedades podem ser recuperadas por tratamento térmico em vácuo e pela
remoção do material oxidado, dependendo da situação é mais eficiente prevenir ou minimizar as
interações com a superfície do material, sempre que possível. Mesmo quando, por exemplo,
revestimentos são usados no forjamento para proteger a superfície da peça forjada e lubrificar o
material que está sendo forjado, sempre ocorre algum acúmulo de óxidos e nitretos, tornando
necessária a remoção do material deteriorado na superfície da peça, geralmente por usinagem.
Entretanto, em alguns casos a contaminação superficial pode tornar a peça inútil para uma
determinada aplicação.
Contaminação durante Tratamento Térmico
Acúmulo de Hidrogênio
Com exceção dos tratamentos térmicos em alto vácuo, banhos de sais e gases
quimicamente inertes como o argônio, todas as atmosferas de tratamento térmico contêm certo
teor de hidrogênio em temperaturas usadas no recozimento do titânio. Combustíveis á base de
hidrocarbonetos produzem hidrogênio como subproduto da combustão incompleta; fornos elétricos
com atmosfera de ar contêm hidrogênio como resultado da decomposição do vapor d’água.
Entretanto, por ser possível tolerar pequenos teores de hidrogênio no titânio e devido ao fato de
que vácuo e atmosferas inertes representam um alto custo, a maioria das operações de tratamento
térmico de titânio são realizadas em fornos convencionais que utilizam atmosfera oxidante, a qual
proporciona ao titânio uma camada de óxido protetor que retarda o acúmulo de hidrogênio.
Taxas de Oxidação
As taxas de oxidação das ligas de titânio variam muito. A liga Ti-6Al-4V apresenta taxas de
oxidação inferiores às da liga Ti-5Al-2,5 Sn e às do titânio comercialmente puro, sendo
praticamente nula a 650 ºC. E mesmo em temperaturas mais elevadas, da ordem de 980 ºC, a liga
Ti-6Al-4V oxida a uma taxa de 25 mg/cm3, enquanto a liga Ti-5Al -2,5 Sn na mesma temperatura
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oxida a quase 150 mg/cm e o titânio comercialmente puro a cerca de 80 mg/cm .
Nitrogênio
O nitrogênio é absorvido pelo titânio durante tratamento térmico em taxas muito inferiores à
da absorção do oxigênio e assim não representa um problema tão sério em termos de
contaminação. O nitrogênio seco é usado com sucesso e a um custo muito menor do que
atmosferas inertes no tratamento térmico de ligas de titânio forjadas, que devem ser usinadas
completamente após o tratamento térmico. Entretanto, se for absorvido em altos teores o nitrogênio
pode levar à formação de compostos duros e frágeis (nitretos e similares).
Cloretos
As ligas de titânio são submetidas a condições de corrosão sob tensão quando peças com
elevadas tensões residuais são expostas a temperaturas acima de 290ºC. O sal proveniente de
impressões digitais e os cloretos contidos em algumas soluções desengordurantes podem causar
trincamento por corrosão sob tensão em temperaturas superiores a 315 ºC. Embora este fenômeno
ocorra rapidamente em ensaios de laboratório, e também durante tratamento térmico, o
trincamento associado à presença de sais em altas temperaturas não costuma ser um problema
significativo em condições de serviço. Em todo caso, deve haver cuidado durante qualquer etapa
de tratamento térmico para evitar contaminação por cloretos.
Bibliografia
1. http://www.msm.cam.ac.uk/phase-trans/2004/titanium/titanium.html
2. http://www.key-to-metals.com/
3. http://en.wikipedia.org/wiki/Titanium