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1.

A importância do pedido de autofalência do empresário frente ao processo de


saneamento do mercado diante de uma empresa em crise e seus impactos

É possível requerer a falência desde que se explore atividade econômica empresarial


(exceto as empresas excluídas total ou parcialmente do processo de falência, a exemplo do art.
2º da lei 11.101/2005, que trata da exclusão total, e de leis esparsas que tratam da exclusão
parcial.)
O pedido de autofalência está previsto no art. 105 da lei nº 11.101, de 09 de fevereiro
de 2005, in verbis:

Art. 105: O devedor em crise econômico-financeira que julgue não atender


aos requisitos para pleitear sua recuperação judicial deverá requerer ao juízo
sua falência, expondo as razões da impossibilidade de prosseguimento da
atividade empresarial, acompanhadas dos seguintes documentos[...]

Trata-se, portanto, de pedido realizado pelo devedor empresário quando constatada a


insolvência da empresa, desde que esta esteja comprovadamente diante de crise econômico-
financeira e que julgue não encontrarem-se presentes os requisitos para que se motive uma
recuperação judicial. A insolvência se dá quando o ativo da empresa apresenta-se menor do
que o passivo, ou seja, quando a empresa não possui condições de arcar com suas dívidas por
não ter capital o suficiente (patrimônio líquido negativo). O pedido de falência é requerido na
fase pré-falimentar, a qual demanda a verificação de pressupostos materiais para sua
decretação que, segundo Fábio Ulhoa Coelho são a empresarialidade da sociedade devedora e
a insolvência jurídica.

Embora a lei disponha de forma impositiva a respeito da autofalência, não há de fato


uma sanção no caso de sua não utilização pela empresa em situação de insolvência. Fábio
Ulhoa Coelho, no mesmo sentido, afirma que:

“A lei falimentar impõe ao próprio empresário devedor o dever de requerer a


autofalência, quando não atender às condições legais para obter a
recuperação judicial (art. 105). O descumprimento desse dever não acarreta
sanção nenhuma e, por isso, a previsão da lei é ineficaz. Raramente o
empresário requer a autofalência, mesmo na presença dos pressupostos
legais.”1

É de suma relevância que os empresários optem pela autofalência quando não mais
couber a recuperação da empresa, mesmo que através de recuperação judicial, considerando-
se que por meio do processo judicial poderá ser avaliada adequadamente a liquidez do ativo
restante e a sua devida destinação. Pode-se considerar a forma mais ética de se proceder,
diante de tal situação, uma vez que poderá garantir o adimplemento da dívida aos credores, ou
pelo menos parte desta, de forma mais equitativa. Marcelo Tadeu Cometti reafirma a
importância da autofalência porque uma empresa diante de tal crise pode causar efeitos
nefastos à sociedade, afinal, podem ser deixadas de serem adimplidas obrigações perante o
Estado, empregados, fornecedores ou até mesmo com os próprios consumidores, ou ensejar
tomadas de decisões inadequadas e prejudiciais ao meio ambiente e à concorrência, por
exemplo. Assim, a intervenção Estatal seria de grande importância devido ao fato de estarem
em jogo tais interesses, podendo então garantir uma estabilização entre as relações daqueles
que tem algum interesse na empresa. 2

A autofalência é um procedimento pouco utilizado no Brasil, entretanto, é a melhor


opção para que haja a mínima lesividade social, em decorrência da falência de uma empresa,
demonstrando-se a saída mais inteligente e responsável diante da situação crítica desta,
quando passará pelo procedimento de avaliação de todos os ativos e dos credores, e a
respectiva análise legal, conforme disposições previstas na lei 11.101/2005, da distribuição
conforme suas prerrogativas.

1
COELHO, Fábio Ulhoa. Manual de Direito Comercial.17ª Ed. São Paulo: Saraiva, 2006, p. 320.
2
COMETTI, Marcelo Tadeu. Autofalência: Dever ou Dificuldade? Carta Forense. 02/02/2017. Disponível
em: www.cartaforense.com.br/conteudo/entrevistas/autofalencia-dever-ou-faculdade/17312

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