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Mas é por essa mesma razão que a certeza do sum torna-se ainda mais intrigante: é
somente através do questionamento da fonte “tradicional” de nossas verdades que se vê
surgir à certeza de nossa própria existência. A certeza de nossa existência emerge no
mesmo momento em que nos persuadimos de que nenhuma existência pode ser
conhecida. (45)
O que não sou eu é conhecido por modificações de mim mesmo; tese que ficou
conhecido pelo nome de acesso privilegiado. Donde a questão: como saber se o que me
aparece como pertencendo a alguma coisa exterior pertence realmente a essa coisa?(47)
O sujeito passa a ser, antes de mais nada,o sujeito pensante, para o qual os outros entes
não podem ser apreendidos senão por representação ,isto é ,a partir de suas
modificações ,que põem o ser enquanto objeto. Em resumo, o que definirá
primeiramente a posição de sujeito será a atividade de representação. (48)
As obras anteriores à Ética acusam a presença, ainda que irregular e, talvez, heterodoxa
aos olhos de um cartesiano, da concepção do pensamento humano como consciência
nessa fase do pensamento de Espinosa. Essa presença manifesta-se não apenas pela
ocorrência do termo, como também – e sobretudo – pelas teses que dela decorrem.(55)
...o que distingue os dois casos é que o autômato espiritual, ainda que seu conhecimento
seja determinado por certas leis, sabe que ele sabe alguma coisa, ao passo que o
autômato inteiramente desprovido de alma é alguém que duvida ,ou ,antes, que pretende
duvidar que ele sabe alguma coisa.(60)
A reforma de nossa ideia de Deus não pode ser bem sucedida ,sem a reforma de ideia
que fazemos de nós mesmos;e essas duas correções não podem ser empreendidas sem a
correção da ideia de causa.Trata-se ai de uma exigência fundamental do espinosismo, a
saber, o valor supremo que ele atribui ao principio de causalidade,compreendido da
seguinte maneira:uma vez que o nada não pode absolutamente ser causa de nada,toda
coisa deve ter uma causa positiva pela qual ela é o que é,e pela qual existe,assim
como,se ela não existe ,deve haver uma causa positiva pela qual ela não existe (E1P11
outra demonstração)(103)
É fundamental precisa que não se trata ,nesse caso ,de abandonar a noção de
vontade,mas apenas uma determinada compreensão dessa noção,a saber,aquela que a
define como um poder ininito (ou indefinido) absolutamente indeterminado de afirmar
ou de negar,de fazer ou de não fazer.(105)
A noção de livre-abitrio poderia, assim,ser considerada uma ficção e figurar na lista dos
entes de imaginação,visto que ela toma por algo de positivo,o que é somente uma
negação:a ignorância das causas de nossas ações.Na situação cognitiva bastante
especifica ,na qual ignoramos as causas de nossas ações,dizer que elas ,tal como o nosso
apetite, dependem somente de nossa vontade não significa senão confessar ,por outras
palavras,que ignoramos o que queremos,apetecemos ou agimos.A vontade assim
interpretada é apenas um nome ao qual não corresponde nenhuma ideia,orque não se é
capaz de explicar o que eça é e como ela pode mover o corpo.(109)
Além disso,no que concerne às ações,é preciso assinalar que toda ação
humana,compreendida simplesmente como uma atividade ,implica também ,de uma
maneira ou de outra,uma determinação da alma a agir e ,portanto,uma modalidade do
conatus.(131)