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Resumo Noções básicas sobre Epistemologia

Cada uma das diferentes teorias se assentam em uma base epistemológica bem
determinada, ou seja, toda teoria está ancorada em uma visão epistemológica, em uma visão
de mundo bem definida.
Epistemologia é a parte da Filosofia responsável pelo estudo do conhecimento, ou
seja, em investigar como o homem conhece as coisas, como se dá o processo de conhecer,
como se constroem os conhecimentos de cada pessoa sobre o mundo ou como o homem passa
a conhecer sua realidade.
Cada corrente teórica enquadra-se dentro de uma determinada base epistemológica.
Toda a visão humana de mundo e a forma de pensar de cada pessoa se enquadram em uma
das correntes epistemológicas que serão vistas a seguir. Existem, de forma geral, três bases
epistemológicas centrais, que podem receber nomes e silhuetas diferentes, mas que se centram
sobre os mesmos eixos de entendimentos e que, aqui, estão sendo denominados de
Mecanicismo, Idealismo e Interacionismo. Pode-se encontrar outras nomenclaturas, como
Objetivismo, Subjetivismo, entre outras, porém, a idéia é a mesma, são os mesmos eixos de
entendimentos básicos.

A) Mecanicismo: segundo esta visão, todo conhecimento é sensitivo. O homem só


pode conhecer o que passa pelos seus sentidos. Todos os conhecimentos que o sujeito possui
são produtos da estimulação de seus órgãos sensoriais, por parte dos objetos externos a ele.
Assim, o objeto é ativo e o sujeito é passivo no processo do conhecimento, pois o sujeito
apenas reage às estimulações, apenas absorve os estímulos ambientais, passivamente,
enquanto o objeto é ativo porque estimula, incita, sendo o fator responsável pelo início do
processo de conhecer e sem ele não há o que se conhecer.
Isso explicaria porque o homem não pode conhecer o que não existe: porque não pode
ser estimulado por um objeto ausente ou inexistente. Se o objeto não existe, o estímulo não
existe e não pode existir o conhecimento. As diferenças entre os indivíduos são explicadas
pelas diferentes estimulações ao longo da vida na história de cada indivíduo e pelas diferenças
genéticas do aparelho sensitivo.
A criação de algo novo (como uma poesia, quadro, música, invento científico, etc.) é
explicada pela soma de conhecimentos antigos já existentes. Assim, nem no momento de
criação o sujeito é ativo, pois a criação é o cruzamento de conhecimentos sensoriais já
existentes, armazenados no aparelho psíquico do sujeito; e este cruzamento também é
estimulado pelos objetos externos, não pelo sujeito, que apenas armazena e reage aos
estímulos.
Assim, o conhecimento parte de fora para dentro, do objeto para o sujeito, e este não
pode conhecer nada além do que o mundo externo lhe permitir. O sujeito é inteiramente
determinado pelos objetos, pelo mundo externo, sendo, por isso, semelhante a uma máquina
que apenas responde aos comandos vindos de fora, externos à máquina. O sujeito e seus
sistemas sensoriais constituem, uma máquina de captar estímulos e responder a eles. O
processo de conhecer é mecânico, se dando pela seguinte seqüência: 1) objeto, 2) estímulo, 3)
sujeito estimulado, 4) conhecimento adquirido.
Os objetos acionam o sujeito assim como este aciona a uma máquina. Por ser uma
seqüência mecânica, denomina-se esta visão do conhecimento de Mecanicista. Nesta
concepção, o sujeito não nasce com nenhum conteúdo de conhecimento já dado em si, o
sujeito nasce sem nenhum conhecimento do mundo e só pode conhecer o que é observável,
ouvido ou sentido empiricamente. A realidade independe do sujeito, mas o sujeito depende da
realidade, isto é, o conhecimento do sujeito depende da realidade sensível.
O Mecanicismo também é denominado de Objetivismo, Teoria do Reflexo ou Teoria
Reflexológica. Contudo, não se deve entender ‘reflexão’, neste caso, como atividade
intelectual contemplativa, mas derivado do conceito físico de reflexo luminoso, enquanto
estimulação. Justifica-se o termo pelo fato de, na visão epistemológica estudada, o sujeito ser
apenas um reflexo de seu meio, de suas estimulações, uma cópia mecânica deste. “Você é um
reflexo da educação que recebeu”, ou “O que você pensa é uma cópia do que você viveu”,
“Que o ambiente faz a gente”, etc. Frases e formas de pensar como estas estão baseadas numa
visão mecanicista do mundo, da realidade e do conhecimento.
No Mecanicismo o pensamento é apenas um reflexo, uma resposta, uma reação ao
meio, e independe da vontade do sujeito, que não escolhe o que pensa. Tudo se resume a
respostas de reflexo: como eriçar pêlo ao ter frio, acelerar coração ao ser assustado por algo,
etc. Portanto, o ato de pensar é igualmente um reflexo como qualquer outra reação do corpo
ao ambiente.
A concepção mecanicista se contrapõe às idéias de dom divino, de vocações e
habilidades genéticas e de qualquer possibilidade de conhecimento prévio sobre o mundo,
antes de se estar neste mundo ou sensorialmente em contato com ele. É uma concepção
materialista, pois todo processo de conhecimento possui uma base material, em objetos
materiais que podem ser sentidos empiricamente: tudo aquilo que não pode ser sentido não é
real.
B) Idealismo: nesta concepção tem-se o inverso do Mecanicismo: o sujeito é ativo e o
objeto é passivo porque o sujeito é capaz de conhecer a realidade mesmo que o objeto não lhe
estimule ou mesmo sem qualquer captação sensorial. Sua capacidade cognitiva está além de
suas capacidades sensoriais, sendo capaz de aprender e perceber coisas que a realidade
material e sensível não informa por si só. O sujeito age sobre o objeto desvelando atributos
que o objeto não mostra pela simples estimulação. Aqui é o sujeito que dirige sua atenção
para o objeto e se permite ser estimulado, não o objeto que ‘chama-lhe a atenção’.
No Idealismo o sujeito pode avistar uma pessoa desconhecida e qualificá-la como
perigosa independente do objeto lhe informar se é perigosa ou não. Outro exemplo: o sujeito
pode deduzir aproximadamente a idade de alguém sem que este alguém lhe informe a idade.
Dessa forma, pelas capacidades intelectuais do sujeito, este pode ir além do objeto e dos
sentidos, extraindo conclusões, deduções, previsões, inferências, saberes e atributos sobre o
objeto; mas ao contrário do Mecanicismo, a produção de tais conhecimentos é devida à
capacidade intelectual do sujeito e não à estimulação dos objetos.
O sujeito é capaz de conhecer independente do objeto e é capaz de criar coisas, de
alterar a realidade e os objetos, mesmo que estes não estimulem tal alteração. Isso é possível
pela capacidade intelectual do sujeito e esta é o que diferencia o homem das máquinas. Com
isso, o sujeito não é um ser que reage, mas um ser que age.
Portanto, pelo Idealismo, o homem já nasce necessariamente com uma capacidade
intelectual que lhe permite raciocinar, abstrair, criar coisas, chegar a conclusões e inferências,
independentemente dos objetos e que, assim fazendo, vai desenvolvendo cada vez mais suas
capacidades. Este potencial congênito ou predisposição é denominado de inatismo, ou
também de espontaneísmo ou de determinismo genético, já que a carga genética irá definir a
forma de perceber e interpretar o mundo, irá definir a própria base da personalidade da
pessoa, seus dons e limites.
Pensamentos e dizeres como o de “filho de peixe, peixinho é”, ou “isso vai da pessoa”
ou “é o jeito dele mesmo, não dá para mudar”, ou “pau que nasce torto morre torto”, de que
“nada acontece por acaso”, são exemplos de concepções que se enquadram em uma visão
epistemológica idealista.
O processo do conhecimento no Idealismo se dá de dentro para fora, do sujeito para o
ambiente externo, ou seja, no sentido contrário ao do processo mecanicista. No Idealismo,
portanto, os objetos apenas sofrem as ações e alterações do sujeito, enquanto este independe
dos objetos para conhecer e alterar a realidade, dependendo apenas dos seus próprios genes,
ou melhor, de sua própria capacidade intelectual genética.
Nesta concepção, o conhecimento já está pronto, já é previamente construído e
o sujeito só pode criar novos conhecimentos devido à sua capacidade inata de criar, ou seja, a
própria possibilidade de criação já está prevista geneticamente. É denominada de idealismo
por centrar-se no mundo das idéias, na predominância das idéias inatas do sujeito sobre a
realidade. Porém, por vezes é denominada também por mentalismo, simbolismo,
subjetivismo, entre outras formas.

C) Interacionismo: nesta concepção tanto o sujeito quanto o objeto são ativos. Ambos
agem um sobre o outro, transformando-se mutuamente. O processo do conhecimento só é
possível pela coexistência de ambos, ou seja, o conhecimento é produto da relação entre o
sujeito e objeto e sem uma das partes não se pode haver conhecimento. O objeto ‘chama’ a
atenção do sujeito, ao mesmo tempo em que o sujeito ‘dirige’ a sua atenção ao objeto. O
objeto estimula o sujeito, ao mesmo tempo em que o sujeito busca o objeto para conhecê-lo.
O sujeito é ativo porque é ele quem conhece, é nele que se dá a atividade
intelectual do conhecer. Também porque ele transforma a realidade mesmo antes desta
transformar-lhe. Possui conhecimentos que vão além dos conhecimentos sensoriais, não se
reduz a uma máquina de captar estímulos, se bem que isso também o faça (conferindo o
caráter ativo do objeto), mas possui também conhecimentos pré-estabelecidos que lhe permite
atuar sobre o objeto antes mesmo deste atuar sobre ele.
No Interacionismo o sujeito possui capacidades inatas para a captação sensorial
dos estímulos ambientais e corporais e possui também capacidades inatas para a construção de
conhecimentos essencialmente subjetivos e não puramente sensoriais, seja pela interpretação,
abstração, raciocínio, dedução, inferência ou representação. Assim, o sujeito não é um mero
reflexo ou cópia do ambiente, pois ele não apenas responde e reage a este ambiente, mas
também o representa mentalmente e o interpreta com base em sua capacidade.
No Interacionismo o sujeito possui idéias ou capacidades a posteriori
determinadas pelos objetos, mas também possui idéias ou capacidades a priori determinadas
geneticamente e, assim, o sujeito é multideterminado. Os objetos e a realidade existem
independentes do sujeito, assim como o sujeito existe independente dos objetos. Contudo, a
existência de qualquer conhecimento depende de ambos.
Pode-se dizer que o Interacionismo é a síntese entre a visão mecanicista e a
visão do idealismo ou a síntese entre o objetivismo e o subjetivismo. Porém, o Interacionismo
difere-se da visão mecanicista e idealista, respectivamente, por não reduzir o conhecimento
apenas aos objetos, nem apenas aos genes. Assim, não decai nem no determinismo ambiental
e nem no determinismo genético, mas na multideterminação. Com isso, esta visão
interacionista defende que a formação e a aprendizagem humanas se dão de modo
multideterminado, ou multifacetado ou multifatorial ou multicausal (sendo termos distintos
para a mesma concepção).
No Interacionismo as inovações e criações artísticas, culturais ou científicas,
bem como as diferenças individuais, nesta interação o sujeito e o objeto participam de uma
transformação mútua, isto é, um age sobre outro, modificando o outro e sendo modificado
também, ao mesmo tempo.
Não obstante, para ser mais didático e claro, pode-se ainda dividir o
interacionismo conforme a importância predominante que se dá ao objeto ou ao sujeito.
Quando se enfatiza o aspecto ativo do sujeito, em contraposição ao objeto, pode-se dizer que
se trata de um Interacionismo Idealista ou Interaciosnimo Simbólico. Quando predomina uma
visão mais ativa do objeto sobre o sujeito, diz-se que se trata de um Interacionismo
materialista. Dificilmente encontra-se um Interacionismo pleno, que não tenda a
supervalorizar um dos aspectos da interação.
Talvez a maioria das teorias filosóficas e científicas sejam interacionistas pois,
em geral, admitem e reconhecem tanto o papel biológico ou inato quanto o papel da
aprendizagem com o mundo. Porém, ainda assim estas mesmas teorias tendem sempre a
supervalorizar ou dar ênfase a um destes aspectos em detrimento do outro.

Quadro 1: Algumas Semelhanças e Dessemelhanças entre as Correntes Epistemológicas


Mecanicismo Idealismo Interacionismo
O objeto é ativo e o O objeto é passivo e o Tanto o objeto quanto o
sujeito é passivo. sujeito é ativo. sujeito são ativos.
O conhecimento é
O conhecimento é O conhecimento é produto da interação entre o
sensorial ou ambiental. genético, inato. conhecimento genético e o
ambiental
Somente as idéias inatas
Somente aquilo que é são reais, ou seja, apenas a Tanto o concreto quanto
concreto é real. abstração (enquanto capacidade o abstrato constituem a realidade.
genética) é real.
O conhecimento e a O conhecimento e a O conhecimento e a
verdade estão prontos, dados nos verdade estão dados na verdade nunca estão prontos, mas
objetos, esperando serem capacidade pré-determinada do sempre em construção, através
descobertos (inclusive daí vem o homem, potencialmente das relações/interações entre
termo “descoberta científica”). esperando para revelar-se. homem e meio, os conhecimentos
são mutáveis e
multideterminados.
O conhecimento é finito O conhecimento é finito O conhecimento é
e, logo, pode haver verdade e, logo, pode haver verdade infinito e, logo, as verdades são
absoluta. absoluta. relativas.

Corriqueiramente podem ser percebidas análises e explicações rápidas e


simplistas que são dadas para certos casos e problemas, com falas, por exemplo: de que, se
um aluno é rebelde e indisciplinado é porque lhe falta estrutura familiar; que se um indivíduo
rouba ou mata é porque nasceu, geneticamente, com mau caráter; se outro abusa sexualmente
de uma criança, é porque foi abusado na infância; se alguém se destaca em alguma arte, é
porque nasceu com o dom; se uma pessoa perturbada entra em uma escola atirando, é porque
foi vítima de Bullying ou porque foi rejeitado pela família, entre vários outros exemplos que
poderiam ser dados e que se pode deparar diariamente nas falas das pessoas. Que atribuem
causalidades únicas e simples para eventos complexos (como é o fenômeno social da
criminalidade, entre outros).
Nestes casos, infere-se uma causa e generaliza-se universalmente, como uma regra,
para todos os efeitos. Contudo, estes tipos de explicações simplistas não respondem, por
exemplo, porque não são todas as pessoas violentadas que se tornam violentas, ou porque não
são todos os rejeitados e excluídos que se tornam dependentes químicos, entre outros
exemplos.
Portanto, existem outras variáveis a serem consideradas, as análises e explicações são
sempre mais complexas do que parecem à primeira vista e, cada caso apresenta uma
historiografia singular, nem sempre cabendo nestas explicações universais, reducionistas,
simplistas, nem sempre cabendo em regras, em análises previamente prontas, como receitas
de bolo para dar respostas rápidas a questões complexas da vida humana, em sua diversidade.
Inclusive, esta forma de raciocínio e de explicação causalística unilateral e linear, pode
levar a preconceitos. Por exemplo, dizer que certo sujeito assassinou pessoas porque era
esquizofrênico, pode levar as pessoas a terem medo e marginalizar todas as pessoas com
Esquizofrenia, como criminosos em potencial, sendo que não se pode generalizar, já que não
são todos com esta doença mental que se tornam assassinos e, ainda, proporcionalmente, é
bem maior a quantidade de pessoas assassinas que não possuem esta doença mental.
Ainda, não é incomum ouvir dizer de pesquisas que buscam descobrir os genes da
criminalidade, ou que crianças se tornam violentas por conta de desenhos animados violentos,
ou que tudo é culpa do sistema político e social que é injusto e revoltante, entre outras
explicações. Todos estes exemplos, conferidos aqui, ilustram modos de pensar, de ver o
mundo e a vida, pautados em uma concepção epistemológica determinista (seja mecanicista
ou idealista), e não em uma visão interacionista dos fenômenos. Nesta, as possibilidades de
interações ou relações entre o homem e o mundo são inúmeras e, assim, respostas
padronizadas e prontas são concebidas com cautela, sendo preciso analisar cada caso, dentro
do universo das relações históricas e atuais ali em jogo.
Em determinados casos, aquelas explicações simplistas podem até corresponderem
realmente ao peso maior da causalidade de um evento, contudo, espera-se de um profissional
preparado, que irá lhe dar com seres humanos e sua diversidade e toda a complexidade aí
envolvida, que seja capaz de ter uma visão e um modo de atuar mais crítico, criterioso,
individualizado, metódico, sistematizado e ético.
Assim, é ao longo das inúmeras relações ou interações do sujeito com o ambiente
físico e social que se dá toda aprendizagem e, desta, se dá o desenvolvimento e a formação
humanas. E as possibilidades de interação na vida são inúmeras, com isso, as possibilidades
de aprendizagem também. Em outras palavras, é a partir das diversas teias de relações
humanas históricas, dadas na dinâmica teia social, que se tem como produto as aprendizagens
e, decorrente disso, a própria constituição de cada ser humano em sua singularidade,
lembrando que, para tanto, suas interações também foram singulares, embora diluídas no
coletivo; e lembrando ainda que nesta interação, a sua particular inscrição genética é também
parte fundamental.
No que tange aos fatores ambientais, enquanto variáveis de determinação e
modificação, estes sim podem ser mudados, muito pode ser feito no sentido de planejar,
organizar e otimizar o contexto social em que a pessoa se insere, suas estimulações, as
mediações feitas junto à pessoa e, enfim, neste sentido, a intervenção prática do psicólogo e
do educador se faz de extrema importância. São mecanismos estratégicos de transformação da
subjetividade.

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