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IMPORTÂNCIA DO FARMACÊUTICO NA PREVENÇÃO E CONTROLE

JUNTO A EQUIPE DO PROGRAMA DE CONTROLE DE INFECÇÃO


HOSPITALAR
INFECTION HOSPITAL: IMPORTANCE OF THE PHARMACIST IN THE
PREVENTION AND CONTROL WITH A TEAM OF HOSPITAL INFECTION
CONTROL PROGRAM

Jordianne Márcia Gomes Quirino, Rafael de Carvalho Mendes

Revista e-ciência

Volume 4

Número 2

Artigo 02

V.4, N.2, DEZ. 2016


ARTIGO DE REVISÃO rev. e-ciênc. v.4, n.2, 2016, p. 12-19

IMPORTÂNCIA DO FARMACÊUTICO NA PREVENÇÃO E CONTROLE JUNTO A


EQUIPE DO PROGRAMA DE CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR
INFECTION HOSPITAL: IMPORTANCE OF THE PHARMACIST IN THE PREVENTION AND
CONTROL WITH A TEAM OF HOSPITAL INFECTION CONTROL PROGRAM
Jordianne Márcia Gomes Quirino1, Rafael de Carvalho Mendes2

DOI: http://dx.doi.org/10.19095/rec.v4i2.160
RESUMO
A Infecção Hospitalar (IH) é considerada de alta relevância para a saúde pública, é de ocorrência universal tanto em países
desenvolvidos quanto em desenvolvimento. Torna-se um grave problema para as instituições de saúde que não realizam o
controle adequado, acarretando gastos desnecessários com medicamentos. O uso indiscriminado de antibióticos vem resultando
no desenvolvimento de micro-organismos resistentes. O objetivo do estudo de revisão é destacar a grande importância, em meio
à ocorrência a infecção hospitalar, a necessidade da presença do profissional farmacêutico na Farmácia Hospitalar, contribuindo
na prevenção e controle juntamente com a equipe do Programa de Controle de Infecção Hospitalar. O presente trabalho trata de
uma revisão de literatura através de pesquisa bibliográfica disponibilizados na biblioteca eletrônica Scielo, Lilacs, Pubmed, com os
descritores atenção farmacêutica, infecção hospitalar, resistência bacteriana, uso racional de medicamento, dispensação,
Programa de Controle de Infecção Hospitalar (PCIH) e Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH), no período entre
2000 a 2015. Foram incluídos no estudo artigos originais, teses, dissertações, monografias e legislações relacionadas ao tema.
Diante do exposto é de importância as instituições hospitalares manterem um bom funcionamento das PCIH e CCIH, exigido pela
Portaria n° 2.616/98 do Ministério da Saúde, na qual a presença do profissional farmacêutico é de grande relevância em que o
mesmo é dotado de conhecimentos imprescindíveis ao paciente e demais profissionais de saúde, podendo auxiliar no controle e
na escolha adequada dos antimicrobianos com o objetivo principal de prevenir a propagação dos micro-organismos resistentes.
Palavras-chave: Atenção Farmacêutica. Infecção hospitalar. Resistência bacteriana.

ABSTRACT
Hospital Infection (HI) is considered to be of high relevance to public health, it is universally occurring in both developed and
developing countries. It becomes a serious problem for healthcare institutions that do not carry out proper control, leading to
unnecessary drug costs. The indiscriminate use of antibiotics has resulted in the development of resistant microorganisms. The
objective of the review study is to demonstrate the great importance, in the midst of the occurrence of hospital infection, the
need for the presence of the pharmaceutical professional in the Hospital Pharmacy, contributing to prevention and control
together with the Hospital Infection Control Program team. The present work deals with a review of literature through a
bibliographic research available in the electronic library Scielo, Lilacs, Pubmed, with the descriptors pharmaceutical care, hospital
infection, bacterial resistance, rational use of medication, dispensation, Hospital Infection Control Program (PCIH) and Hospital
Infection Control Commission (CCIH), from 2000 to 2015. Original articles, theses, dissertations, monographs and related
legislation were included in the study. In view of the above, it is of importance that hospital institutions maintain a proper
functioning of the PCIH and CCIH, required by Portaria n ° 2,616 / 98 of the Ministry of Health, in which the presence of the
pharmaceutical professional is of great relevance in that it is endowed with knowledge Essential to the patient and other health
professionals, and may help in the control and proper choice of antimicrobials with the main objective of preventing the
propagation of resistant microorganisms.
Keywords: Pharmaceutical care. Nosocomial infection.Bacterial resistance.

1
Discente do curso de Farmácia – Faculdade de Juazeiro do Norte - FJN
2
Farmacêutico, Mestre em Microbiologia Médica, Docente da Faculdade de Juazeiro do Norte – FJN. Autor para correspondência:
rafa_mendes@msn.com

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mais antigos antimicrobianos que vem agravando a


INTRODUÇÃO situação dos pacientes hospitalizados gerando
A Infecção Hospitalar (IH) é considerada de expectativas sombrias para o futuro, necessitando de
alta relevância para a saúde pública, é de ocorrência medidas urgentes a serem tomadas, sendo esta uma
universal tanto em países desenvolvidos quanto em situação de maior importância de risco (ANDRADE;
desenvolvimento. Representa um grave problema, LEOPOLDO; HAAS, 2006).
pois acomete não só no aumento das taxas de A existência de micro-organismos resistentes a
morbidade e mortalidade como também está antibióticos torna-se uma preocupação, tanto na área
relacionado ao tempo de permanência dos pacientes clínica, como farmacêutica. A resistência bacteriana
hospitalizados, ocorrendo assim um aumento do pode comprometer no tratamento. Os antibióticos
custo de tratamento e reduzindo a rotatividade do são usados para tratamento e profilaxia de infecções,
uso de leitos hospitalares para outros pacientes elevando o custo financeiro ao setor hospitalar
(SOUZA, 2014). A Portaria MS n° 2616 de (CARNEIRO et al., 2008).
12/05/1998 do Ministério da Saúde define que a É de grande importância, em meio a ocorrência
infecção hospitalar é “aquela adquirida após a da infecção hospitalar, a necessidade da presença do
admissão do paciente e que se manifeste durante a profissional farmacêutico na Farmácia Hospitalar,
internação ou após a alta, quando puder ser sendo uma unidade de caráter clínico e assistencial,
relacionada com a internação ou procedimentos constituindo um dos setores de maior importância na
hospitalares” (OLIVEIRA e MARUYAMA, 2008, p. instituição; a mesma, torna-se responsável pela
776). segurança racional de medicamentos e de materiais
A IH torna-se um grave problema para as médico-hospitalares, suas atribuições são de grande
instituições de saúde que não realizam o controle variedades como: aquisição, armazenamento,
adequado, o que acarreta gastos desnecessários com seleção, programação, distribuição e dispensação de
medicamentos, uma busca ativa do foco de infecção medicamentos, e gerenciamento de recursos
dentro da instituição é fundamental. O controle deve humanos financeiro e materiais. Está vinculado no
ser realizado para prevenir a incidência das infecções acompanhamento da clínica do paciente junto a
hospitalares, como também uma educação equipe de profissionais médicos, nas atividades de
continuada aos funcionários os conscientizando sobre cunho farmacoterapêutico, farmacovigilância e
a grande problemática das infecções (DIAS, 2009; informação sobre medicamentos e farmacotécnica
PAINA, 2015). (SILVA et al., 2013).
O atendimento à saúde tem tido um grande Diante dessa ocorrência da disseminação da IH
avanço tecnológico nos últimos tempos, através de torna-se de grande importância a necessidade de
prevenção, diagnóstico e tratamento de doenças e é excelentes profissionais de saúde, médicos,
nessa assistência à saúde que pode vir a colocar o enfermeiros e farmacêuticos um dos principais
paciente em situações de riscos (ARAÚJO, 2009; capacitados para desenvolver medidas de educação
OLIVEIRA, 2010). continuada no controle da avaliação e dispensação de
Foi apenas na era dos antibióticos que surgiu a medicamentos, no uso racional do mesmo, evitando
preocupação dos estabelecimentos de ações de possíveis resistências microbianas como também
prevenção e controle das infecções hospitalares. O reações adversas aos medicamentos, focando não só
uso indiscriminado de antibióticos tem resultado no no controle dessa disseminação, mas sim na
desenvolvimento de linhagens resistentes, isso desde prevenção da mesma, visando contribuir com uma

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melhor qualidade da assistência farmacêutica ao disponibilizados na biblioteca eletrônica Scielo, Lilacs,


paciente como também a diminuição do custo Pubmed e por meio de livro dispostos no acervo da
financeiro do setor hospitalar. biblioteca da Faculdade de Juazeiro do Norte- FJN. A
Diante disso este artigo visa destacar a análise seguiu critérios de elegibilidade previamente
importância do farmacêutico na prevenção e controle determinados; foram incluídos para esta seleção 36
da infecção hospitalar junto à equipe do Programa de artigos, 3 monografias, 5 dissertações, 2 teses, 5
Controle de Infecção Hospitalar (PCIH). portarias e 3 livros, a variável de interesse que
corresponde a totalidade das amostras, teve como
METODOLOGIA critérios: manuscritos, escritos em português e
O presente trabalho trata-se de uma revisão de inglês; estudos sobre a temática em questão;
literatura através de pesquisa bibliográfica utilizando pesquisas originais e revisões narrativas; artigos com
os descritores: “atenção farmacêutica”, “infecção textos completos. O sistema de seleção encontra-se
hospitalar”, “resistência bacteriana”, “uso racional de apresentado no fluxograma 1 abaixo:
medicamento”, “dispensação”, “PCIH” e “CCIH”

Fluxograma 1: Fluxograma mostrando a seleção do estudo para a revisão

- LILACs - Apresentar as 54 Publicações


Fontes da Pesquisa

Fontes Slecionadas
Criterios de Inclusão

- NCBI eventuais causas da


infecção hospitalar.
- Livros/Portarias
- Demostrat os
- BDTD beneficios adquiridos
com a implantação da
PCIH.
- Estimular a
contribuição do
profissional farmacêutico
na CCIH.
- Publicações no periodo
entre 2000-2015 (com
exceção das portarias).

RESULTADOS E DISCUSSÃO indicações realizadas por outras pessoas (amigos ou


O Uso indiscriminado de antibiótico familiares). Esses dados ilustram um grande
Este fato traz consigo vários problemas potencial para a prática da automedicação,
relacionados à farmacoterapia, um destes problemas considerada hoje como um problema de saúde
é a resistência bacteriana ao fármaco (SCARCELA, pública.
MUNIZ, CIRQUEIRA, 2011). Cruz et al (2014) Maier e Abegg (2007) em seu estudo advertem
averiguaram em seu estudo que 52,6% das que o uso de antibiótico tem que ser feito após a
indicações de antimicrobianos foram realizadas por realização de um antibiograma, exame laboratorial,
médicos, os profissionais presentes em para tornar possível o uso racional de medicamentos,
estabelecimentos comerciais de medicamentos a necessidade de realizar esse exame é justificada
(farmacêutico e o atendente) representaram um total por argumentos: a falta de identificação do
de 29,3%, o próprio paciente foi responsável por microrganismo patógeno pode interferir no
10,0% das indicações, seguido por 8,1% de diagnóstico, causar reações tóxicas e tornar

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resistentes os micro-organismos. A insuficiência de aumento da resistência bacteriana aos


laboratórios de referência para dar suporte, em antimicrobianos (SANTANA, et al.; 2014).
tempo oportuno, a crescente necessidade de Estudos têm demonstrado que o uso de
investigação microbiológica, especialmente a antimicrobianos nos hospitais tem sido considerado
resposta rápida nas situações de surto, é um desafio inapropriado, desnecessário ou excessivo
a ser superado como prioridade (PADOZEVE e (MALDONADO; ZAVALAGA; MAYCA, 2002). O elevado
FORTALEZA, 2014). consumo dos mesmos pode estar relacionado à
Santana e colaboradores (2014) assegura que ausência de uma política de controle dos
uma vez selecionado e prescrito o antibiótico, cabe medicamentos prescritos no hospital e à falta de
ao farmacêutico à orientação e acompanhamento na protocolos de uso de antimicrobianos, gerando
administração do mesmo, proporcionando maior excesso de prescrições (PHILMON et al., 2006). Desta
segurança e eficiência na terapêutica. forma, a omissão de programas que possam
controlar a incidência de micro-organismos, que
Antibioticoterapia em ambiente hospitalar e a antes eram sensíveis aos antimicrobianos comuns,
resistência bacteriana podem se restringir e causar infecções dentro do
O uso indiscriminado de antibióticos também ambiente hospitalar, sendo a uma das principais
ocorre em ambiente hospitalar, local que deveria causas de morbidade e mortalidade nos pacientes
possuir maior controle de administração. O caos internados, mais recentemente estão se espalhando
deste problema nos hospitais do país é inquietante para a comunidade e causando doenças severas na
pela resistência bacteriana que vem produzindo, população anteriormente saudável (ALANIS, 2005).
exigindo estratégias capazes de trazer mudanças As implicações do alto consumo de
(STORPIRTIS et al, 2008) antimicrobianos, diferentemente de outros tipos de
Os antimicrobianos, principalmente os medicamentos, associado ao aumento de micro-
antibióticos, por serem os medicamentos mais organismos resistentes, afetam não somente o
prescritos no setor hospitalar além da resistência paciente que está com a infecção, mas também o
bacteriana são os principais causadores da Reação paciente internado nas camas ao lado, ou mesmo
Adversa Medicamentosa (RAM), onde essa ocorrência pacientes que já estiveram internados no hospital e
pode ser devido a uso inadequado, principalmente que levam os micro-organismos resistentes para a
em pacientes que se encontram debilitados e que comunidade (LARSON, et al., 2007),
recebem terapias farmacológicas múltiplas (NETTO, Consequentemente, poderá desencadear infecções
2010). que requerem tratamentos mais complexos e
O aumento da resistência bacteriana a vários onerosos, gerando maiores gastos com saúde, que
agentes antimicrobianos acarreta em dificuldades nos vão desde uma maior permanência do paciente no
cuidados terapêuticos individuais e contribui para o hospital, englobando gastos com exames mais
aumento das taxas de infecções hospitalares. A sofisticados e procedimentos, utilização de
utilização dos mesmos deve ser criteriosa e restritas antimicrobianos mais potentes até gastos indiretos
a algumas circunstâncias, pois o uso inadequado representados pela perda de produtividade do
pode trazer como consequências: falha do paciente (GOLDMAN e NAIR, 2007).
tratamento ou da profilaxia, interações Considerando que os antimicrobianos são
medicamentosas indesejáveis, erros de medicação e medicamentos de grande importância e que têm uma
frequência elevada de utilização, é preciso

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urgentemente desenvolver políticas de saúde que quanto a farmacoterapia e ainda minimizar os custos
priorizem o seu uso de forma racional. Os hospitais do tratamento. Neste contexto, segundo Bisson
devem ter um controle das prescrições através de (2007), o farmacêutico é capaz de nortear a clínica
uma CCTH, proporcionando uma educação do paciente, por intermédio de conversas
continuada aos profissionais da saúde (RODRIGUES e aconselhadoras, programas de educação continuada
BERTOLDI, 2010). ou ainda por embasamento de protocolos clínicos.
Rosa e Pinedo, (2013) pontuam que o
Atuação do farmacêutico na farmácia hospitalar farmacêutico ainda pode atuar de forma ativa ao
No que se refere à Assistência Farmacêutica há realizar visitas de caráter clínica aos leitos,
duas vertentes de atuação do farmacêutico, a informando os pacientes acerca do tratamento
primeira refere-se a logística dos medicamentos medicamentoso, com o intuito de racionalizar o uso
(seleção, programação, aquisição, armazenamento e de fármacos, inclusive sobre antibióticos, causador da
distribuição) e a outra é a farmácia clínica. Sabe-se resistência bacteriana. Além da atenção farmacêutica
que no Brasil prevalecem as atividades de logística, as atividades da CCIH acrescentam e muito o
sendo a farmácia clínica a menos desenvolvida. No reconhecimento do farmacêutico por outros
entanto, entende-se que as duas devem estar em profissionais e sociedade.
conjunto para que a Assistência Farmacêutica
aconteça de forma otimizada (BRASIL, 1997). Profissional farmacêutico no Controle de
Dados apresentados por Storpirtis, et al. Infecções Hospitalares
(2008) apontam que o farmacêutico hospitalar O farmacêutico tendo os seus direitos
durante muitos anos ficou esquecido dentro das assegurados pela portaria nº 2.616 de 1998, que
farmácias, distante dos outros profissionais da saúde estabelece competências da CCIH em que a farmácia
e dos pacientes. Porém, mudanças estão sendo possui participação importante, bem como na
percebidas no tocante aos sistemas de distribuição de promoção do uso racional de antimicrobianos,
medicamentos, uma vez que o farmacêutico está germicidas e matérias médico-hospitalares. Ainda há
ganhando mais visibilidade ao atuar intervindo na desvios desta realidade, conforme averiguação de
utilização de antimicrobianos e ao criar mecanismos Oliveira e Melo (2011) em um hospital, na qual
capazes de auxiliar no controle rotineiro desta observou problemas relacionados ao ambiente
utilização. durante a prescrição, dispensação, preparo e
Ao estudar a importância do farmacêutico junto administração dos medicamentos, falha na
à equipe multidisciplinar na UTI em um hospital conferência dos mesmos ou ainda a ausência da
Maranhense, Silva e Oliveira (2012) corroboraram a conferência, e problemas de segurança relacionados
ideia de que o farmacêutico é o elo necessário entre ao preparo e administração dos medicamentos.
o profissional médico e o enfermeiro, auxiliando Massaroli e Martini (2014), observam que continua
desde a prescrição do medicamento até a utilização existindo uma tendência regional onde apenas os
deste pelo paciente, tendo como resultado a profissionais médicos e enfermeiros fazem parte da
significativa intervenção farmacêutica, produtora da CCIH deixando o profissional farmacêutico e
segurança que o paciente necessita. Em acréscimo, microbiologista excluídos, profissionais que possuem
ainda pontuam que o farmacêutico é o responsável conhecimentos importantes para esta prática.
por reduzir erros no tratamento medicamentoso, Para a seleção de medicamentos, devem ser
produzir com sua sapiência resultados positivos incluídos aqueles cuja eficácia tenha sido

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comprovada, realizar a seleção de antimicrobianos oportunidade de realizar educação em serviço e de


juntamente com a CCIH, verificando o perfil atuação do farmacêutico clínico.
microbiano de forma que atenda às necessidades do Em contrapartida Usberco e colaboradores
hospital e controlar os novos antibióticos para (2000) ressaltam a necessidade da identificação e
tratamentos de micro-organismos multirresistentes notificação de reações adversas e acompanhamento
(BRASIL, 1994). da devolução das doses não administradas de
A prescrição de medicamentos é a primeira antimicrobianos. Essas atividades cooperam para a
etapa para o acesso ao medicamento, pois os identificação de falhas de registros em prontuários,
profissionais médicos são os responsáveis pela omissão de informação das evoluções dos
escolha da terapia medicamentosa adequada para prontuários, falhas no cumprimento do tratamento
cada paciente. Os erros neste processo podem ser por omissão de doses, e falhas no preenchimento do
interceptados por meio de condutas preventivas próprio formulário de devolução.
adotadas pela equipe de farmácia e de enfermagem
junto ao prescritor (OLIVEIRA e MELO, 2011). A CONCLUSÃO
participação efetiva do farmacêutico no PCIH tende a A ocorrência da Infecção Hospitalar ainda
diminuir a disseminação da resistência bacteriana continua sendo um desafio a ser superado nas
promovendo o uso adequado do antimicrobiano, instituições de saúde. Essa problemática é devido à
resultando na melhor e eficaz assistência ao paciente falta de controle dos procedimentos desenvolvidos
internado (DANTAS, 2011; PUCCINI, 2011). tanto terapêuticos quanto na limpeza do ambiente
Desta forma, o controle de infecção hospitalar hospitalar. Para o controle das eventuais infecções é
requer a contribuição efetiva do profissional importante que as instituições mantenham um bom
farmacêutico, que segundo Araújo (2009) e Rosa e funcionamento do Programa de Controle de Infecções
Pinedo (2013) deve participar ativamente da seleção Hospitalares com os membros exigidos pela Portaria
dos antimicrobianos e dos agentes antissépticos, n° 2.616/98, é através deste programa que ocorre
desinfetantes e esterilizantes a serem padronizados uma maior assistência de promoção, proteção e
no hospital, em conjunto com a Comissão de recuperação, onde suas medidas garantem a redução
Farmácia e Terapêutica (CFT) da instituição. máxima da incidência e gravidade da ocorrência da
Storpirtes, et al. (2008) afirmam que os produtos disseminação microbiana.
antissépticos, desinfetantes e esterilizante são Dentre os profissionais exigidos pela portaria
manipulados e supervisionados de forma constante faz-se necessário a presença do profissional
do farmacêutico. farmacêutico, sendo de grande relevância, pois este
Dantas (2011) e Azevedo (2008) enfatizam a possui conhecimentos imprescindíveis em
importância do monitoramento dos formulários antimicrobianos, auxiliando no controle e na escolha
preenchidos do registro de uso de antimicrobianos, adequada dos mesmos, como também dos agentes
sendo estes essenciais para possibilitar antissépticos, desinfetantes e esterilizantes para uso
levantamentos rápidos sobre o uso dessa classe de hospitalar. O farmacêutico junto com a Comissão de
medicamentos. Porém, as fichas de restrição devem Controle de Infecção Hospitalar oferece benefícios
ser vistas como complementares dentro de um para redução dos erros de administração dos
programa de racionalização de antimicrobianos e a medicamentos, sempre realizando uma educação
avaliação da qualidade de prescrição como uma continuada a toda equipe multidisciplinar.

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