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AS NATUREZAS DE CRISTO
Texto: 1ª Tm.3:16
INTRODUÇÃO:
O GRANDE MISTÉRIO DA TEOLOGIA
Nenhum outro tema (exceto a Trindade) é tão complexo e extrapola tanto a nossa
capacidade da razão humana do que o que se refere à encarnação de Cristo. De certo modo, isso é
natural, afinal estamos tratando, como já dissemos, do acontecimento central e mais decisivo da
história do mundo, a ocasião em que o Deus eterno adentrou o mundo dos homens, ou, nas palavras
de João, a ocasião em que “o Verbo se fez carne” (Jo.1:14). Paulo reconhece o mistério do
acontecimento ao escrever: “Evidentemente, grande é o mistério da piedade: Aquele que foi
manifestado na carne foi justificado em espírito, contemplado por anjos, pregado entre os gentios,
crido no mundo, recebido na glória” (1ª Tm.3:16). Essa passagem é considerada um fragmento de
algum hino primitivo, um tipo de credo ou confissão de fé dos primeiros cristãos. Interessante é que
Paulo usa a expressão “evidentemente”, que dá uma ideia de “consentimento comum”, o que
demonstra que havia um reconhecimento entre os crentes de que eles estavam lidando com um
mistério, “o mistério da piedade”.
A primeira declaração do mistério envolve justamente a encarnação, ou “aquele que foi
manifestado na carne”. As seis declarações de Paulo no versículo demonstram um estilo de poesia
muito comum no mundo hebreu, o quiasmo. Podemos ver um contraste claro e constante entre a sua
humanidade e divindade a cada declaração. A primeira declaração aponta para a terra: “manifestado
na carne”. As duas seguintes para o céu: “justificado em espírito” e “contemplado por anjos”. Em
seguida, duas que apontam novamente para a terra: “pregado entre os gentios” e “crido no
mundo”. A última aponta novamente para o céu: “recebido na glória”. Há claramente um jogo
poético de palavras, e o objetivo é destacar a divindade e a humanidade de Jesus numa íntima
relação, sem perder a ideia do mistério da encarnação. É justamente esse relacionamento entre o
divino e o humano em Jesus que compõem o mistério.
A. A DISTINÇÃO DAS NATUREZAS DE CRISTO.
Embora a Bíblia ensine que há um só Mediador entre Deus e o homem, representa-O como
possuindo duas naturezas distintas, uma divina e a outra humana. É o “grande mistério da piedade”,
Deus manifestado em carne (1ª Tm.3:16). É um mistério não só no sentido bíblico da palavra, como
algo que não foi plenamente revelado no Velho Testamento, mas também no sentido de que está
além da compreensão do homem. O problema que ele apresenta tem dado lugar a muitas opiniões
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divergentes, mas até agora não recebeu uma solução adequada. Algumas soluções sugeridas deixam
de manter a unidade da pessoa. Nenhuma solução que não salvaguarde ambas pode ser considerada
como satisfatória. A Escritura exige que reconheçamos duas naturezas distintas em Cristo.
1. A NATUREZA DIVINA DE CRISTO.
Hoje a negação da divindade, ou de maneira mais específica, da deidade de Cristo, é
largamente difundida. A deidade de Jesus, todavia, é claramente ensinada nas Escrituras. Até o
Velho Testamento lhe oferece prova nas suas predições da vinda do Messias (Is.9:6; Jr.23:6;
Dn.7:13; Mq.5:2; Zc.13:7; Ml.3:1).
E as suas provas neotestamentárias são ainda mais abundantes. É um fato bem conhecido
que o Evangelho de João apresenta o mais exaltado conceito de Cristo em passagens como estas:
Jo.1:1-3, 14, 18, 25-27; 11:41-44; 20:28. Mas não é geralmente reconhecido que o quadro
apresentado pelos outros Evangelhos está de pleno acordo com o de João; todavia, é verdade que
estes concordam com João. Note especialmente as seguintes passagens: Mt.5:17; 9:6; 11:1-6, 27;
14:33; 16:16; 25:31 ss; 28:18; Mc.8:38, e muitas outras. Além disso, temos a mesmíssima
apresentação de Cristo nas epístolas paulinas e na epístola aos Hebreus (Rm.7:7; 9:5; 1ª Co.1:1-3;
2:8; 2ª Co.5:10; Gl.2:20; 4:4; Fp.2:6; Cl.2:9; 1ª Tm.3:16; Hb.1:1-3, 5, 8; 4:14; 5:8) e outras
passagens.
2. A NATUREZA HUMANA DE CRISTO
Nos primeiros séculos do cristianismo, alguns duvidaram da humanidade real de Cristo,
mas no presente ninguém a questiona seriamente. Houve por muito tempo uma acentuação
unilateral da deidade de Cristo, e pouca justiça se fazia à Sua humanidade. Hoje, porém, o oposto
está acontecendo; um humanitarismo cada vez mais crescente coloca toda a ênfase na humanidade
genuína de Cristo. A única divindade que muitos lhe atribuem é simplesmente a da Sua humanidade
perfeita. Há abundantes provas bíblicas para a humanidade real de Cristo. Ele se chama a Si mesmo
“homem” e assim é chamado pelos outros (Jo.8:40; At.2:22; Rm.5:15; 1ª Co.15:21). Somos
informados muitas vezes que Ele veio ou Se manifestou na carne, isto é, natureza humana (Jo.1:14;
1ª Tm.3:16; 1ª Jo.4:2). Possuía os elementos essenciais da natureza humana, um corpo material e
uma alma racional (Mt.26:28, 38; Lc.23:46; 24:39; Jo.11:33; Hb.2:14). Além disso, esteve sujeito
às leis naturais do desenvolvimento humano, e às necessidades e aos sofrimentos da humanidade
(Mt.4:2; 8:24; 9:36; Mc.3:5; Lc.2:40, 52; 22:44; Jo.4:6; 11:35; 12:27; 19:28, 30; Hb.2:10,18; 5:7,8).
Entretanto deve-se notar que Cristo, embora fosse um homem real, era sem pecado. Não só
não pecou, mas não podia pecar, por causa do laço essencial entre as naturezas humana e divina que
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existiam nEle. No presente há quem negue a impecabilidade de Cristo, mas a Bíblia claramente a
testifica nas seguintes passagens: Lc.1:35; Jo.8:46; 14:30; 2ª Co.5:21; Hb.4:15; 9:14; 1ª Pe.2:22; 1ª
Jo.3:5.
3. A NECESSIDADE DAS DUAS NATUREZAS EM CRISTO.
No presente muitos consideram Jesus como um mero homem, e não reconhecem a
necessidade das duas naturezas em Cristo. Mas se Cristo não é tanto homem como Deus, não pode
ser nosso Mediador. Tinha de ser um da raça humana a fim de poder representar os pecadores na
Sua obra redentora. Era necessário que assumisse a natureza humana, não só com todas as suas
propriedades essenciais de corpo e alma, mas também com todas as enfermidades a que está sujeita
depois da queda. Somente um tal Mediador verdadeiramente humano, que possuísse um
conhecimento experimental das aflições da humanidade e superasse todas as tentações, podia entrar
compassivamente em todas as experiências, em todas as provações e tentações humanas
(Hb.2:17,18; 4:15-5:2); e ser um perfeito exemplo humano para os Seus seguidores (Mt.11:29;
Mc.10:39; Jo.13:13-15; Fp.2:5-8; Hb.12:2-4; 1ª Pe. 2:21). Ao mesmo tempo tinha de ser um homem
sem pecado, porque um que tivesse perdido o direito à própria vida certamente não podia fazer
expiação pelos outros (Hb.7:26). Além disso, era necessário que fosse verdadeiro Deus para poder
trazer um sacrifício perfeito de valor infinito, para poder sofrer redentoramente a ira de Deus, isto é,
de modo a libertar os outros da maldição da lei, e para poder aplicar os frutos de Sua obra redentora
(Sl.49:7-10; 130:3).
B. A UNIDADE DA PESSOA DE CRISTO.
A Igreja, embora tenha mantido a doutrina das duas naturezas de Cristo desde os dias do
Concílio de Calcedônia, afirma ao mesmo tempo a existência dessas duas naturezas em uma só
pessoa.
1. A EXPOSIÇÃO DA DOUTRINA DAS DUAS NATUREZAS EM UMA SÓ
PESSOA.
Há somente uma pessoa no Mediador, e essa pessoa é o imutável Filho de Deus. Na
encarnação Ele não se mudou numa pessoa humana, nem adotou uma pessoa humana.
Simplesmente assumiu a natureza humana, que não se tornou uma personalidade independente, mas
se tornou pessoal na pessoa do Filho de Deus. Sendo uma só pessoa divina, que possuía a natureza
divina desde a eternidade, assumiu uma natureza humana, e agora tem as duas naturezas.
Depois de assumir uma natureza humana a pessoa do Mediador não é apenas divina, mas
divino-humana; é agora o Deus-homem. É um só indivíduo, mas possui todas as qualidades
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essenciais tanto da natureza humana como da divina. Ainda que possua uma só consciência, possui
tanto a consciência divina como a humana, bem como a vontade humana e a divina.
2. PROVA BÍBLICA PARA A UNIDADE DA PESSOA DE CRISTO.
Se houvesse em Cristo uma personalidade dupla, esperaríamos naturalmente encontrar
traços dela na Bíblia. Mas não há aí nem um só traço. É sempre a mesma pessoa que fala, quer seja
a consciência divina que se expressa, quer seja a consciência humana (Jo.10:30; 17:5; Mt.27:46;
Jo.19:28). Não há nenhum intercâmbio de “eu” e “tu” entre as naturezas humana e divina, tal como
há entre as pessoas da Trindade (Jo.17:23). As ações e os atributos humanos são às vezes atribuídos
à pessoa designada por um título divino (At.20:28; 1ª Co.2:8; Cl.1:13,14). Por outro lado as ações e
atributos divinos são atribuídos à pessoa designada por um título humano (Jo.3:13; 6:62; Rm.9:5).
3. OS EFEITOS DA UNIÃO DAS DUAS NATUREZAS EM UMA PESSOA.
Desde que a natureza divina é imutável, naturalmente não sofreu nenhuma mudança
essencial com a encarnação. Há, entretanto, uma tríplice comunicação que resulta da união das duas
naturezas em Cristo:
a) Uma comunicação de Atributos ou propriedades. Isto significa que depois da
encarnação, as propriedades tanto da natureza humana como da divina são
propriedades da pessoa, e são, portanto, atribuídas à pessoa. A pessoa pode ser descrita
como poderosa, onisciente, onipresente, etc, mas pode também ser chamada homem de
dores, de conhecimento limitado, e sujeito às necessidades e aflições humanas.
b) Uma Comunicação de Operações. Em virtude disto pode se dizer que a obra
redentora de Jesus é de uma só pessoa indivisa em Cristo; que esta obra é efetuada pela
cooperação de ambas as naturezas; que cada uma destas natureza opera com o seu
próprio poder especial; e que o resultado disto, como a obra de uma só pessoa, forma
uma unidade indivisa.
c) Uma comunicação de Graças. Desde o primeiro momento de sua existência, a
natureza humana de Cristo foi adornada com todas as espécies de dons ricos e
gloriosos. Participa da graça e da glória de ser unida com a pessoa divina e até se torna
o objeto de oração e adoração. Além disso, participa daqueles dons do Espírito Santo,
particularmente do intelecto, da vontade e do poder, pelos quais a natureza humana de
Cristo foi exaltada acima de todas as outras criaturas inteligentes.
C. ALGUNS DOS ERROS MAIS IMPORTANTES SOBRE A DOUTRINA DE
CRISTO.
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1. Negação da realidade da natureza divina. Nos séculos cristãos primitivos, a


realidade da natureza divina de Cristo foi negada pelos ebionitas e alogianos. Em
tempos mais recentes participavam desta negação os socinianos dos dias da Reforma, e
os unitaristas e teólogos modernos liberais do presente.
2. Negação da realidade da natureza humana de Cristo. O gnosticismo do segundo
século negou a humanidade real de Cristo. Alguns atribuíam-lhe meramente um corpo
refinado e celestial, enquanto que outros distinguiam entre Jesus humano e um Cristo
divino que esteve unido temporariamente ao primeiro. Os sabelianos do quarto século
consideraram Cristo meramente como um em que Deus se manifestava.
3. Negação da integridade das duas naturezas. Os arianos consideravam Cristo como
um ser criado, nem Deus nem homem, uma espécie de semi-deus: enquanto
Apolinário, que concebia o homem como consistindo de três, corpo, alma e espírito,
sustentava que a natureza humana de Cristo consistia somente de duas, corpo e alma,
vista que o Logos divino tomava o luar do espírito.
4. Negação da unidade da Pessoa de Cristo. Os nestorianos virtualmente negavam a
união real das duas naturezas de Cristo. Distinguiam as duas tão nitidamente de modo a
torná-las realmente duas pessoas que moralmente estavam de acordo em propósito e
ação.
5. Negação das duas naturezas de Cristo. Os eutiquianos representavam o extremo
oposto quando falavam das duas naturezas de Cristo fundidas numa terceira, nem
humana nem divina. Às vezes era apresentada como se a natureza humana fosse
absorvida na divina. O conceito luterano de Cristo é um tanto semelhante à eutiquiana.

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