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Superior Tribunal de Justiça

HABEAS CORPUS Nº 117.126 - SP (2008/0217233-4)

RELATOR : MINISTRO ARNALDO ESTEVES LIMA


IMPETRANTE : TÂNIA CRISTINA OLIVEIRA DOS SANTOS - DEFENSORA
PÚBLICA E OUTRO
IMPETRADO : TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
PACIENTE : ADALBERTO FRANCISCO FRAGOSO JUNIOR
EMENTA
PROCESSO PENAL. HABEAS CORPUS . SUSPENSÃO DO
PROCESSO E DO CURSO DO PRAZO PRESCRICIONAL. ART. 366
DO CPP. PRODUÇÃO ANTECIPADA DE PROVA TESTEMUNHAL.
NECESSIDADE DEMONSTRADA EM DADO CONCRETO. ORDEM
DENEGADA.
1. Sujeitam-se à produção antecipada, nos termos do art. 366 do CPP, as
provas consideradas urgentes mediante a prudente avaliação no caso
concreto, a ser realizada pelo Juízo processante.
2. Meras conjecturas acerca da possibilidade de esquecimento dos fatos,
mudança de endereço ou falecimento das testemunhas não justificam o
pedido, porquanto a sua urgência não decorre da natureza da prova
testemunhal, mas das circunstâncias peculiares a serem analisadas caso a
caso, inexistindo direito público subjetivo da acusação à sua produção
antecipada.
3. A decisão que determinou a produção antecipada de provas firmou-se
em fundamentação concreta, apontando a possibilidade de esquecimentos
dos fatos, tendo em vista a função exercida pelas testemunhas, qual seja,
agentes de segurança pública, que sofrem muito mais facilmente o
comprometimento da memória acerca dos casos que investigam, máxime
por serem inúmeros, evidenciando a urgência da medida.
4. Tendo o Tribunal de origem apresentado justificativa idônea a amparar
a produção antecipada da prova oral, inexiste constrangimento ilegal a ser
amparado na via eleita.
5. Ordem denegada.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas,


acordam os Ministros da QUINTA TURMA do Superior Tribunal de Justiça, por
unanimidade, denegar a ordem. Os Srs. Ministros Napoleão Nunes Maia Filho, Jorge Mussi,
Felix Fischer e Laurita Vaz votaram com o Sr. Ministro Relator.

Brasília (DF), 18 de março de 2010(Data do Julgamento).

MINISTRO ARNALDO ESTEVES LIMA


Relator

Documento: 954444 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 19/04/2010 Página 1 de 5
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HABEAS CORPUS Nº 117.126 - SP (2008/0217233-4)

RELATOR : MINISTRO ARNALDO ESTEVES LIMA


IMPETRANTE : TÂNIA CRISTINA OLIVEIRA DOS SANTOS - DEFENSORA
PÚBLICA E OUTRO
IMPETRADO : TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
PACIENTE : ADALBERTO FRANCISCO FRAGOSO JUNIOR
RELATÓRIO

MINISTRO ARNALDO ESTEVES LIMA:


Trata-se de habeas corpus , com pedido liminar, impetrado em favor de
ADALBERTO FRANCISCO FRAGOSO JUNIOR contra acórdão proferido pela 3ª Câmara
Criminal do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, que deu provimento ao recurso em
sentido estrito interposto pelo Ministério Público (497262-3/7), determinando a produção
antecipada de provas com base no caput do art. 366 do CPP.
Sustenta a impetrante a impossibilidade de produção antecipada de provas fora
do crivo do contraditório e da ampla defesa, nos termos do art. 366 do CPP, se não
demonstrado o risco, no caso concreto, de que a prova não possa ser produzida no futuro.
Argumenta, nesse sentido, que o acórdão atacado determinou a realização da prova
testemunhal sem indicar qualquer elemento concreto, limitando-se a tecer juízos abstratos.
Requer, assim, liminarmente e no mérito, a concessão da ordem para que seja
anulada a decisão que determina a colheita antecipada de provas.
O pedido liminar foi por mim indeferido à fl. 38. Informações prestadas às fls.
47/49, com documentação de fls. 50/96.
O Ministério Público Federal, em parecer da lavra do Subprocurador-Geral
República MOACIR GUIMARÃES MORAIS FILHO, opinou pela denegação da ordem (fls.
98/101).
É o relatório.

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HABEAS CORPUS Nº 117.126 - SP (2008/0217233-4)

EMENTA
PROCESSO PENAL. HABEAS CORPUS . SUSPENSÃO DO
PROCESSO E DO CURSO DO PRAZO PRESCRICIONAL. ART. 366
DO CPP. PRODUÇÃO ANTECIPADA DE PROVA TESTEMUNHAL.
NECESSIDADE DEMONSTRADA EM DADO CONCRETO. ORDEM
DENEGADA.
1. Sujeitam-se à produção antecipada, nos termos do art. 366 do CPP, as
provas consideradas urgentes mediante a prudente avaliação no caso
concreto, a ser realizada pelo Juízo processante.
2. Meras conjecturas acerca da possibilidade de esquecimento dos fatos,
mudança de endereço ou falecimento das testemunhas não justificam o
pedido, porquanto a sua urgência não decorre da natureza da prova
testemunhal, mas das circunstâncias peculiares a serem analisadas caso a
caso, inexistindo direito público subjetivo da acusação à sua produção
antecipada.
3. A decisão que determinou a produção antecipada de provas firmou-se
em fundamentação concreta, apontando a possibilidade de esquecimentos
dos fatos, tendo em vista a função exercida pelas testemunhas, qual seja,
agentes de segurança pública, que sofrem muito mais facilmente o
comprometimento da memória acerca dos casos que investigam, máxime
por serem inúmeros, evidenciando a urgência da medida.
4. Tendo o Tribunal de origem apresentado justificativa idônea a amparar
a produção antecipada da prova oral, inexiste constrangimento ilegal a ser
amparado na via eleita.
5. Ordem denegada.

VOTO

MINISTRO ARNALDO ESTEVES LIMA (Relator):


Denunciado pela suposta prática do delito previsto no art. 16 da Lei 6.368/76,
o paciente, citado por edital, não compareceu à data aprazada para interrogatório, nem
constituiu advogado.
Em face disso, o Juízo de Direito do Quarta Vara Criminal da Comarca de
Santos/SP suspendeu o processo e o curso do prazo prescricional, com fundamento no art.
366 do CPP, indeferindo, todavia, o pedido de produção antecipada da prova oral, porque
entendeu que não havia elementos concretos que indicassem a antecipação probatória (fls.
18/20).
Todavia, em grau de recurso em sentido estrito, o Tribunal de origem deferiu o
requerimento do Ministério Público local nos seguintes termos (fl. 34):

Portanto, se o decurso do tempo tende a acarretar esquecimento de detalhes


que irão comprometer a busca da verdade real, com maior razão há que
considerar-se essa assertiva no caso em exame, onde se verifica que a infração

Documento: 954444 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 19/04/2010 Página 3 de 5
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penal ocorreu há mais de cinco anos e as testemunhas arroladas na incoativa
são agentes da segurança pública, os quais, devido à natureza de suas
atividades, sofrem muito mais facilmente o comprometimento da memória
acerca dos casos que investigam, máxime por serem inúmeros, a evidenciar a
urgência da medida.

A matéria posta em debate cinge-se à necessidade da produção antecipada de


prova oral em processo suspenso por força do art. 366 do CPP.
Tal questão foi pacificada no âmbito da Terceira Seção deste Tribunal, no
julgamento do EREsp 469.775, em 24/11/04, da relatoria da Ministra Laurita Vaz, no qual se
decidiu que se sujeitam à produção antecipada as provas consideradas urgentes mediante a
prudente avaliação no caso concreto, a ser realizada pelo Juízo processante.
Desse modo, meras conjecturas acerca da possibilidade de esquecimento dos
fatos, mudança de endereço ou falecimento das testemunhas não justificam o pedido,
porquanto a sua urgência não decorre da natureza da prova testemunhal, mas das
circunstâncias peculiares a serem analisadas caso a caso, inexistindo direito público subjetivo
da acusação à sua produção antecipada.
No caso, a decisão que determinou a produção antecipada de provas firmou-se
em fundamentação concreta, ao apontar a possibilidade de esquecimentos dos fatos, tendo em
vista a função exercida pelas testemunhas, qual seja, agentes de segurança pública, que
"sofrem muito mais facilmente o comprometimento da memória acerca dos casos que
investigam, máxime por serem inúmeros, a evidenciar a urgência da medida" (fl. 34).
Assim, havendo justificativa idônea a determinar a produção antecipada da
prova, nos termos exigidos pela jurisprudência já pacificada nesta Corte, inexiste
constrangimento ilegal a ser sanado na via eleita.
Ante o exposto, denego a ordem.
É o voto.

Documento: 954444 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 19/04/2010 Página 4 de 5
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CERTIDÃO DE JULGAMENTO
QUINTA TURMA

Número Registro: 2008/0217233-4 HC 117126 / SP


MATÉRIA CRIMINAL
Números Origem: 4972623 5762003
EM MESA JULGADO: 18/03/2010

Relator
Exmo. Sr. Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA
Presidente da Sessão
Exmo. Sr. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO
Subprocuradora-Geral da República
Exma. Sra. Dra. LINDÔRA MARIA ARAÚJO
Secretário
Bel. LAURO ROCHA REIS
AUTUAÇÃO
IMPETRANTE : TÂNIA CRISTINA OLIVEIRA DOS SANTOS - DEFENSORA PÚBLICA E
OUTRO
IMPETRADO : TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
PACIENTE : ADALBERTO FRANCISCO FRAGOSO JUNIOR
ASSUNTO: DIREITO PENAL - Crimes Previstos na Legislação Extravagante - Crimes de Tráfico Ilícito e
Uso Indevido de Drogas - Posse de Drogas para Consumo Pessoal

CERTIDÃO
Certifico que a egrégia QUINTA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão
realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:
"A Turma, por unanimidade, denegou a ordem."
Os Srs. Ministros Napoleão Nunes Maia Filho, Jorge Mussi, Felix Fischer e Laurita Vaz
votaram com o Sr. Ministro Relator.
Brasília, 18 de março de 2010

LAURO ROCHA REIS


Secretário

Documento: 954444 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 19/04/2010 Página 5 de 5

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