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Slides utilizados na disciplina “Psicologia da Educação I – Teorias psicogenéticas e

Temáticas Educacionais Contemporâneas"


Profª. Elizabeth dos Santos Braga
Curso: Pedagogia
Faculdade de Educação
Universidade de São Paulo
2º semestre de 2017

HENRI WALLON

DESENVOLVIMENTO HUMANO

• Dinâmica de determinações recíprocas organismo/ meio


• Contexto do desenvolvimento aspectos físicos do espaço, pessoas, linguagem,
conhecimentos próprios de cada cultura.
• “O meio não é, portanto, uma entidade estática e homogênea, mas transforma-se
juntamente com a criança.” (Galvão, 1995, p. 40)
• Fatores do desenvolvimento: orgânicos e sociais
• “Na realidade, nunca pude dissociar o biológico do social, não porque os julgue
redutíveis um ao outro, mas porque eles me parecem no homem tão estreitamente
complementares desde o seu nascimento, que é impossível encarar a vida psíquica
sem ser sob a forma das suas relações recíprocas.” (Wallon apud Zazzo, introdução à
obra “A Evolução Psicológica da Criança”)
• Biológico mais determinante no início; vai progressivamente cedendo espaço de
determinação ao social; o amadurecimento do sistema nervoso, sozinho, não garante o
desenvolvimento de funções psíquicas complexas
• Fatores orgânicos seqüência fixa nos estágios; podem ter seus efeitos
amplamente transformados pelas circunstâncias sociais e deliberações do sujeito
• Ritmo do desenvolvimento
- não linear, descontínuo
- rupturas, retrocessos, reviravoltas e reorganizações
- concepção oposta às que vêem no desenvolvimento uma linearidade
- crises na conduta da criança, nos momento de passagem
- conflitos de natureza endógena e exógena
• Conflitos propulsores do desenvolvimento (fatores dinamogênicos)
• Contradição constitutiva do sujeito e do objeto
• Desenvolvimento da pessoa construção progressiva em fases, com
predominância, alternadamente, afetiva e cognitiva
• “Coerente com seu referencial epistemológico, para o qual a contradição é
constitutiva do sujeito e do objeto, Wallon vê os conflitos como propulsores do
desenvolvimento, isto é, como fatores dinamogênicos.” (Galvão, 1995, p. 42)
• Campos funcionais do desenvolvimento: afetividade, ato motor e inteligência – além da
própria pessoa ser também um campo funcional

“O motor, o afetivo, o cognitivo, a pessoa, embora cada um desses aspectos tenha


identidade estrutural e funcional diferenciada, estão tão integrados que cada um é parte
constitutiva dos outros. Sua separação se faz necessária apenas para a descrição do
processo. [...] Qualquer atividade motora tem ressonâncias afetivas e cognitivas; toda
disposição afetiva tem ressonâncias motoras e cognitivas; toda operação mental tem
ressonâncias afetivas e motoras. E todas elas têm um impacto no quarto conjunto: a
pessoa, que, ao mesmo tempo em que garante essa integração, é resultado dela.”
(Mahoney, Introdução In: Mahoney e Almeida, 2002, p. 15)

• Método de Wallon: análise genética comparativa multidimensional


– psicologia genética
– dialética do método marxista de análise
• Comparações múltiplas
• Análise do fenômeno em suas várias determinações
• Pressupostos:
– A pessoa está continuamente em processo.
– Em cada instante desse processo a pessoa é uma totalidade, um conjunto resultante da
integração dos conjuntos motor, afetivo e cognitivo.
– A existência social e a existência individual estão em um vir-a-ser contínuo.
– O desenvolvimento está em aberto, em processo, sempre em movimento, o que não
elimina regressões, crises ou conflitos.
– Há crises de passagem de um estágio a outro, geradas pelo encontro das atividades já
adquiridas com novas solicitações do meio; os conflitos que aí ocorrem são propulsores
desta passagem.
(Mahoney, Introdução In: Mahoney e Almeida, 2002)

Estágios do desenvolvimento da criança

• Estágio impulsivo-emocional
. primeiro ano de vida;
. impulsivo: 0 a 2/3 meses;
. primeiras semanas: funções de ordem fisiológica (respiração, sono, fome, sentimento
confuso do próprio corpo);
. ato de nutrição: reúne e orienta os primeiros movimentos ordenados da criança;
evolução do ponto de vista motor: resoluções de contorções em movimentos mais bem
adaptados;
. emocional: 2/3 meses a 1 ano, aproximadamente;
. a criança começa a estabelecer ligações entre seus desejos e as circunstâncias
exteriores; o reflexo condicionado se torna possível;
. sorriso = despertar da criança a seu meio humano;
. estado de imperícia predominância da afetividade; mediação das pessoas na relação
com o mundo físico;
. inaptidão para agir diretamente sobre a realidade exterior;
. 6 meses: troca com o meio humano; período emocional de participação humana;
. emoção: instrumento privilegiado de interação criança/meio; estabelece um vínculo
forte entre os indivíduos do grupo;
. participação total; absorção da criança no outro;
. depois dos 9 meses: nova etapa, sensório-motora (e não mais emocional) que cobrirá
o segundo ano.

• Estágio sensório-motor e projetivo


. até o terceiro ano;
. estabelecimento das ligações necessárias entre sensações e movimentos;
. marcha (espaço locomotor); libertação da sujeição ao meio familiar;
. exploração sensório-motora do mundo físico; exploração e coordenação de
espaços;
. linguagem: no início subjetiva, optativa, mas também realista; possibilidade de
objetivação dos desejos;
“A permanência e a objetividade da palavra permitem à criança apartar-se de suas
motivações momentâneas, prolongar na lembrança uma experiência, antecipar,
combinar, calcular, imaginar, sonhar. A linguagem, com a marcha, abre à criança um
mundo novo, mas de outra natureza: o mundo dos símbolos.” (Wallon, As etapas da
evolução psicológica da criança. In: Galvão, 1995, p. 118)
. o ato mental projeta-se em atos motores (“projetivo”), o pensamento precisa dos
gestos;
. predomínio de relações cognitivas com o meio (inteligência prática e simbólica).

• Estágio do personalismo
. três a seis anos;
. processo de formação da personalidade;
. construção da consciência de si por meio das interações sociais;
. interesse pelas pessoas;
. retorno da predominância das relações afetivas;
. crise de personalidade por volta 3 anos: a criança torna-se voluntarista e negativista;
movimento de alternância; por necessidade de auto-afirmação, mistura o “ser” e o
“ter”; idade negativista do “não”, do “eu”, do “meu”;
. ciência da propriedade;
. “idade da graça”: por volta dos 4 anos; a criança fica mais atenta às suas atitudes e
comportamentos (gestos com valor estético);
. surge a timidez; a criança fica mais atenta ao efeito que pode produzir no outro;
. imitação e oposição aos adultos; ciúme do pai/mãe (símbolo do Outro);
“Nessa idade, a criança tem grandes exigências afetivas, tem sede de solicitude e deve
ser cercada de uma atmosfera de ternura: a disciplina da escola maternal não pode
apresentar a frieza objetiva que assumirá na escola primária” (Wallon, As etapas da
evolução psicológica da criança. In: Galvão, 1995, p. 120)
. importância das relações familiares; “constelação familiar”.

• Estágio categorial
. seis a onze anos;
. avanços no plano da inteligência (devidos à consolidação da função simbólica e à
diferenciação da personalidade);
. interesse da criança para as coisas, o conhecimento e a conquista do mundo exterior;
. preponderância do aspecto cognitivo na relação com o meio;
. exigências da escola primária;
. jogos com mudanças de papel;
. maior concentração;
. o sincretismo recua ante a análise e a síntese;
. diversidade e reversibilidade nas relações sociais.

• Estágio da adolescência
. crise pubertária nova definição dos contornos da personalidade;
. ação hormonal;
. questões pessoais, morais e existenciais são trazidas à tona;
. predominância da afetividade;
. o Eu volta a adquirir importância;
. no plano intelectual, superação do mundo das coisas para atingir o mundo das leis.

• Princípios funcionais do desenvolvimento


- predominância funcional ora momentos predominantemente afetivos (construção do
eu), ora cognitivos (elaboração do real);
- alternância funcional do eu para o mundo, das pessoas para as coisas; processo de
integração e diferenciação entre afetividade e cognição, incorporação das conquistas
de um estágio anterior;
- integração funcional as funções psíquicas elementares vão integrando-se pelas mais
complexas, mas a integração não é definitiva; existem freqüentes retrocessos.
• “O ritmo descontínuo que Wallon assinala ao processo de desenvolvimento infantil
assemelha-se ao movimento de um pêndulo que, oscilando entre pólos opostos,
imprime características próprias a cada etapa do desenvolvimento.” (Galvão, 1995, p.
47)

PENSAMENTO

• Emoção origem da atividade intelectual


• Movimento função postural atividade intelectual (relação de reciprocidade); papel
do movimento na percepção é pronunciado na infância; imitação origens motoras do
ato mental
• Estágio sensório-motor e projetivo mentalidade projetiva (gestos); faz-de-conta:
origem corporal da representação; progressos da atividade cognitiva integração do
movimento à inteligência (internalização, especialização e objetivação do ato motor)
• Estágio do personalismo classificação e distribuição de objetos conforme
categorias genéricas: cores, formas, dimensões etc.; dinâmica binária; sincretismo;
dominado por impressões sucessivas
• Pensamento categorial formação de categorias; estágio categorial
amadurecimento dos centros de inibição e discriminação; fatores de origem social
(linguagem, conhecimento); redução do sincretismo e consolidação da função
categorial meio cultural
• Estágio da adolescência afetividade mais racionalizada; oposição mais
sofisticada; sujeito incorpora conquistas cognitivas do estágio categorial
• Pensamento e linguagem relação de reciprocidade a linguagem exprime o
pensamento, ao mesmo tempo em que o estrutura

LINGUAGEM

• Acesso à linguagem e à emoção dependem do coletivo


• Linguagem: instrumento indispensável para a atividade intelectual; grande impacto
sobre o desenvolvimento do pensamento e da atividade global da criança ; confere à
representação mental o meio de evocar objetos ausentes e confrontá-los entre si
• Na dinâmica binária do pensamento, a criança associa uma idéia à outra mais pela
sonoridade das palavras ou por suas qualidades semânticas; dimensão poética na
linguagem infantil (gosto por parlendas, versinhos ou jogos de linguagem)
• Processo de simbolização decisivo para que o pensamento atinja uma
representação mais objetiva da realidade
• Linguagem (para o pensamento): faz mudar-se em conhecimento a experiência
bruta; atua na passagem do estado de fusão inicial para a diversidade/oposição; não é
causa do pensamento, mas é instrumento e suporte indispensáveis aos seus
progressos; fornece à representação das coisas que já não existem ou que poderiam
existir, o meio para serem evocadas e confrontadas entre si

CONFLITOS EU-OUTRO E A CONSTRUÇÃO DA PESSOA

• Modelo de desenvolvimento psicogenético


• Campos funcionais da atividade infantil: afetividade, motricidade e inteligência
• Homem = ser “geneticamente social”
• Sentido do processo de socialização: crescente individuação
• Recém-nascido: simbiose afetiva com o meio; estado de dispersão e
indiferenciação
• Construção do eu corporal (primeiro ano) interação com os objetos e com seu
próprio corpo; construção do recorte corporal; integração do corpo das sensações ao
corpo visual (junção do corpo tal como sentido pelo próprio sujeito à sua imagem tal
como vista pelos outros); condição para a construção do eu psíquico
• Construção do eu psíquico (estágio personalista) antes: estado de sociabilidade
sincrética e indiferenciação do eu psíquico (referir-se como próprio nome ou na 3ª
pessoa); reviravolta nas condutas da criança e nas relações com o meio; emprego do
pronome “eu” mais freqüente; fase de afirmação do eu; conflitos interpessoais;
oposição ao outro (não-eu); busca de superioridade pessoal; desejo de propriedade
das coisas; “idade da graça” (atividade de imitação)
• Conflitos eu/outro: permanentes; expulsão e incorporação (estágio personalista);
crise de oposição na adolescência
• “O outro é um parceiro permanente do eu na vida psíquica” (Wallon, 1986)

EMOÇÕES

• Importância das emoções


. fundamentais no desenvolvimento;
. origem da consciência;
. passagem do orgânico para o social, do fisiológico para o psíquico;
. propiciam relações interindividuais;
. forma primeira de adaptação ao meio;
. é na ação sobre o meio humano e não sobre o meio físico que devem ser buscados
os significados das emoções
• Conceito de emoção
. manifestações da vida afetiva;
. acompanhadas de alterações orgânicas;
. os estados afetivos são vividos como sensações corporais;
. com a aquisição da linguagem, diversificam-se os motivos dos estados afetivos e os
recursos para sua expressão; os sentimentos tornam-se possíveis;
. importância da função postural ou tônica; relação de reciprocidade entre movimento e
emoção;
. atividade eminentemente social, a emoção nutre-se do efeito que causa no outro;
. poder de contágio; propiciam reações interindividuais;
. primeira forma de adaptação ao meio, tendem a ser suplantadas por outras formas de
atividade psíquica (como as funções intelectuais);
. por permitir o acesso à linguagem, a emoção encontra-se na origem da atividade
intelectual;
. relação de antagonismo entre emoções e atividade intelectual (relação dialética de
filiação e oposição).
“A razão nasce da emoção e vive da sua morte.” (Dantas, 1990)

Referências bibliográficas

DANTAS, Heloysa. A infância da razão. São Paulo : Manole, 1990.


GALVÃO, Izabel. Henri Wallon: uma concepção dialética do desenvolvimento infantil. São
Paulo: Nova Cultural, 1995.
MAHONEY, Abgail Alvarenga; ALMEIDA, Laurinda Ramalho de. Henri Wallon – Psicologia e
Educação. 2. ed. São Paulo : Loyola, 2002.
WALLON, Henri. O papel do outro na consciência do eu In: WEREBE, M.J.G.; NADEL-
BRULFERT, J. Henri Wallon. São Paulo: Ática, 1986.
WALLON, Henri. Do acto ao pensamento. 2.ed. Lisboa: Moraes, 1979.

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