Вы находитесь на странице: 1из 3

INSTITUTO SÃO TOMÁS DE AQUINO

MAURÍCIO SANGALETTI

O LEGADO DE BABEL
AS LÍNGUAS E SEUS FALANTES

BELO HORIZONTE
2019
1

Latim: Língua da família Indo-européia. Não é mais falada. Subsiste na escrita


como língua oficial do Estado Cidade do Vaticano. Suas normas e atos jurídicos são
redigidos oficialmente em latim. Com a Vulgata, o latim se constituiu como língua
litúrgica oficial da Igreja Católica Romana, junto com o grego e o hebraico. Outrora, “o
latim foi a língua civil [...] da República e do Império Romanos” 1. Até o século XIX foi
utilizada na ciência, inclusive em sua oralidade. O latim, mesmo que somente na escrita,
subsiste até nossos dias, ou seja, possui vinte e três séculos de existência, sendo
conhecido por um grande número de pessoas, nem o inglês e o chinês o superaram. O
latim literário pode ser classificado em três períodos: 1) antigo ou arcaico, século III e II
a.C; 2) clássico, século I a.C; 3) imperial, do inicio do cristianismo até o século 5.
Alguns autores supõem que no século VI a.C já se falava o latim. Do século VII ao
século III a.C várias línguas vão influenciar a sua formação. Exemplo: etrusco, cujo
alfabeto é a mais evidente contribuição dada. As línguas mediterrâneas pré-indo-
européias contribuíram no vocabulário. A título de ilustração temos vinus (videira),
ficus (figueira), etc. “O grego, não obstante, exerceu influência específica na
composição do léxico latino”. Palavras como castanea, cerasus, spatha, pertencem a
essa característica. Houve palavras que constituíram o latim por intermédio do grego:
saccus (fenício) e tunica (hebraico). Há empréstimos originalmente gregos que
adentraram o latim por meio de outras línguas, como crepida (sandália), pelo etrusco. A
língua vai se firmar no período clássico, através da helenização da cultura. No período
imperial, as legiões e a administração romana propagaram o latim. Esse foi “falado das
Ilhas Britânicas ao norte da Africa e da Península Ibérica ao Golfo Pérsico” 2. Mesmo
que nesse período se utilize a expressão “latim vulgar” para caracterizar o latim falado,
não expressa um estado uno da língua, em nenhum tempo e lugar. “É inadmissível que o
latim falado na Britânia no século 2 da era cristã fosse o mesmo, por exemplo, que
aquele falado um século antes na Palestina ou um século depois na Lusitânia” 3. “Latim
vulgar” expressa diversas tendências dissemelhantes, em épocas distintas, nas diversas
culturas, com falantes de distintos níveis culturais. A língua evolui na fonética, na
gramática e no vocabulário. Apontaremos alguns exemplos. Primeiro: aparece o acento
tônico: uma sílaba é pronunciada com mais intensidade que as demais nas palavras,

1 SALLES, Ricardo C. O legado de babel: as línguas e seus falantes. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico,
1993. p. 269.
2 Idem, 272.
3 Idem, 272.
2

sendo que em alguns falantes essa acentuação tende a formar um ditongo, já que
anteriormente era longa, exemplo, de focum para fuoco. Segundo: “e” e “o” breves e
longos não possuem mais duração distinta na pronúncia, passando a serem distintas pelo
timbre, com as longos mais fechadas que as breves, de modo que “e” longo passou a “i”
e o “o” longo a “u”. Terceiro: há quase o desaparecimento da vogal final, como ocorreu
no francês. Quarto: desaparecimento da flexão nominal de casos. O latim que ainda
possuímos foi adaptado aos nossos dias, pelos “arquitetos da língua”, com termos
cunhados inexistentes na época imperial. Daí temos: a) cigarro: nicotina fistula; b)
isqueiro: igniarium.

Вам также может понравиться