Академический Документы
Профессиональный Документы
Культура Документы
Sumário
TÓPICO 10 – Direitos humanos.......................................................................................05
03
04 Laureate- International Universities
Tópico 10 Direitos humanos
Os Direitos Humanos encontram-se hoje protegidos por normas e padrões internacionais e justi-
ficam-se por meio de duas teorias: a Teoria do Jusnaturalismo e a Teoria do Positivismo.
A Teoria do Jusnaturalismo, teorizado por Fábio Konder Comparato e Dalmo de Abreu Dallari,
entende que os Direitos Humanos são direitos preexistentes ao próprio direito, pois não são fruto
da criação do homem ou do Estado, mas sim algo inerente a todo ser humano em razão da sua
condição humana e, portanto, não sendo constituídos, mas sim declarados, tendo em vista o seu
caráter absoluto, atemporal e global.
A Teoria do Positivismo, teorizado por Hans Kelsen e Norberto Bobbio, entende que apenas por
meio da positivação, isto é, da previsão legal de tais direitos no ordenamento jurídico é que
estes se tornam possíveis de serem protegidos e exigidos contra e pelo Estado, uma vez que a
não previsibilidade destes no ordenamento jurídico poderiam lhe retirar a eficácia, pela ausência
de caráter repressivo que seja capaz de garantir aos seres humanos a aplicação desses direitos.
b) Direitos Humanos = derivam dos Direitos do Homem e são positivados e declarados por
Tratados e Convenções Internacionais, portanto, previstos na ordem internacional;
05
Tópicos em Direito 1
A dignidade da pessoa humana é inerente a todo ser humano, em razão da sua simples con-
dição humana, podendo ser entendida como sendo a qualidade intrínseca que distingue cada
ser humano dos demais e que o protege contra um tratamento degradante e discriminatório, a
fim de preservar a sua integridade física e mental, bem como estabelecer as condições mínimas
materiais necessárias para a sua sobrevivência e o seu pleno desenvolvimento.
Em suma, temos:
1) Código de Hamurabi
4000 a.C
Antiguidade até 2) Grécia Antiga
476 d.C
3) Lei das 12 Tábuas
476 d.C
Média até 1) Magna Carta de 1215
1453 d.C
1) Petition of Rights em 1628
2) Tratado de Westphalia em 1648
a) Código de Hamurabi = elaborado no século XVIII a.C. para regular a vida na sociedade
Assírio babilônica (trazia regras, mas as pessoas eram tratadas de maneiras diferentes de
acordo com a sua classe social: Awelum (Elite), Mushkenum (Média) e Wardum (Escravo
marcado ou classe baixa);
c) Lei das 12 Tábuas = elaborado para regular a vida do povo romano, dava publicidade
para as normas; surge, então, o princípio da igualdade, uma vez que não fazia a distinção
de classes como o Código de Hamurabi.
a) Magna Carta em 1215 = restringiu o poder do Rei João (João “Sem Terra”) da Inglaterra
e é considerada por muitos autores como um dos instrumentos de referência dos Direitos
Humanos, entretanto, cumpre ressaltar que essa carta não trouxe a proteção suficiente
para os Direitos Humanos, tendo iniciado, de forma embrionária, a previsão de direitos
fundamentais de primeira dimensão, uma vez que impôs ao Rei, pela primeira vez,
submeter-se à Lei, bem como trouxe a previsão do direito à propriedade e do devido
processo legal e do habeas corpus, observando que tais direitos estavam restritos apenas
aos nobres ingleses, não sendo privilégio de todos os indivíduos.
e) Bill of Rights de 1689 = verifica-se os direitos protegidos pela Magna Carta e, ainda,
a previsão de independência do parlamento inglês, surgindo o princípio da divisão dos
poderes, bem como consagrou o direito de petição e proibiu a aplicação de penas
inusitadas e cruéis;
07
Tópicos em Direito 1
a) universalidade: todo e qualquer ser humano é sujeito ativo dos Direitos Humanos,
independentemente de seu credo, raça, sexo, cor, nacionalidade, convicções e orientações,
podendo pleiteá-los em qualquer foro nacional ou internacional;
j) efetividade: para a proteção dos Direitos Humanos, devem ser criados todos os
mecanismos necessários para a efetivação desses direitos, cumprindo ao Estado garantir
a sua efetividade, no mínimo dos direitos civis e políticos;
k) limitabilidade: os Direitos Humanos não são absolutos e podem sofrer limitações nos
casos previstos em lei, como na prisão de um indivíduo que cometeu um crime, ou, ainda,
sofrer restrições durante o período do estado de defesa e do estado de sítio;
Em relação ao primeiro critério utilizado para a classificação dos Direitos Humanos, cumpre ob-
servar que a doutrina indica que a expressão “dimensões de Direitos Humanos” é mais adequada
que a denominação de gerações, pois esta última pode dar a falsa ideia de sobreposição de
direitos, uma vez que não há sobreposição alguma entre os Direitos Humanos, não importando
se de primeira, segunda, terceira ou quarta dimensão, todos gozam de mesma hierarquia em
uma linha horizontal.
09
Tópicos em Direito 1
No quadro a seguir, dividimos os Direitos Humanos de acordo com a sua dimensão, indicando o
valor, os direitos e algumas características importantes em cada uma das dimensões.
a) Afastamento do Estado;
b) Estado Liberal de Direito;
1a Liberdade Civis e Políticos
c) Necessidade de um não fazer ou não agir
do Estado.
a) Surgem com a Revolução Industrial do
século XIX em razão das condições degrandes
de trabalho;
Econômicos,
2a Igualdade b) Estado Social de Direito;
Sociais e Culturais
c) Necessidade de agir por parte do Estado na
implementação das políticas públicas, sociais
e culturais.
a) Surgem para acompanhar a evolução
Ao Meio-Ambiente, rápida da ciência e tecnologia que submeteu
à paz, ao a humanidade ao fenômeno da globalização
desenvolvimento, à econômica, sendo fortemente influenciados
3a Fraternidade pela temática ambiental e a preocupação com
Comunicação, ao
Patrimônio Comum a sustentabilidade.
da Humanidade b) Caracterizam-se pela proteção aos
interesses difusos e coletivos.
a) Surgem para proteger direitos que
À Informação, à objetivam a preservação do ser humano;
Solidariedade
4a Democracia, ao b) Orbitam sobre tais direitos assuntos
(Povo)
Pluralismo relacionados à biossegurança, direito a
democracia, inclusão digital etc.
O segundo critério utilizado para a classificação dos Direitos Humanos observa-os de acordo
com os direitos e as garantias fundamentais, conforme o quadro a seguir.
Direitos Artigos
Objetivos: Exemplos:
Fundamentais na CF/88:
Substituiu a Liga das Nações, que tinha sido criada pelas Nações vencedoras da Primeira Guerra
Mundial em 1919 pelo Tratado de Versalhes e que foi dissolvida em 1946. Ela surgiu da ne-
cessidade de existir um órgão internacional de controle efetivo da paz e proteção dos Direitos
Humanos, tendo em vista as atrocidades cometidas durante a Segunda Guerra Mundial.
11
Tópicos em Direito 1
a) Assembleia Geral;
b) Conselho de Segurança;
d) Secretariado;
Assembleia Geral da ONU: é o principal órgão deliberativo da ONU, em que todos os Estados-
-Membros da Organização (193 países) se reúnem para discutir os assuntos que afetam a vida
de todos os habitantes do Planeta, tendo cada Estado-Membro direito a um voto, ou seja, existe
total igualdade entre todos os seus membros, observando que os assuntos que fazem parte da
pauta das Assembleias são: paz e segurança, aprovação de novos membros, questões de or-
çamento, desarmamento, cooperação internacional em todas as áreas, Direitos Humanos etc.
As resoluções – votadas e aprovadas – da Assembleia Geral funcionam como recomendações
e não são obrigatórias. Suas principais funções são: a) discutir e fazer recomendações sobre
todos os assuntos em pauta na ONU; b) discutir questões ligadas a conflitos militares – com
exceção daqueles na pauta do Conselho de Segurança; c) discutir formas e meios para melhorar
as condições de vida das crianças, dos jovens e das mulheres; d) discutir assuntos ligados ao
desenvolvimento sustentável, meio ambiente e Direitos Humanos; e) decidir as contribuições dos
Estados-Membros e como essas contribuições devem ser gastas; f) eleger os novos Secretários-
-Gerais da Organização.
Secretariado: presta serviço a outros órgãos das Nações Unidas e administra os programas e as
políticas que elaboram. Seu chefe é o secretário-geral, que é nomeado pela Assembleia Geral
para um mandato de cinco anos, podendo ser reconduzido, seguindo recomendação do Con-
selho de Segurança. São suas funções: a) analisar problemas econômicos e sociais; b) preparar
relatórios sobre meio ambiente ou Direitos Humanos; c) sensibilizar a opinião pública internacio-
nal sobre o trabalho da ONU; d) organizar conferências internacionais; e) traduzir todos os docu-
mentos oficiais da ONU nas seis línguas oficiais da Organização; f) administrar as forças de paz.
Corte Internacional de Justiça: é o principal órgão judiciário das Nações Unidas, com sede em
Haia (Holanda) e composta de 15 juízes chamados “membros” da Corte e eleitos pela Assem-
bleia Geral e pelo Conselho de Segurança em escrutínios separados. Todos os países que fazem
parte do Estatuto da Corte – que é parte da Carta das Nações Unidas – podem recorrer a ela.
Somente países, nunca indivíduos, podem pedir pareceres à Corte Internacional de Justiça, e a
Assembleia Geral e o Conselho de Segurança podem solicitar à Corte pareceres sobre quaisquer
questões jurídicas, assim como os outros órgãos das Nações Unidas.
A Corte Internacional de Justiça difere do Tribunal Penal Internacional (TPI), pois a primeira julga
litígios entre os Estados enquanto o segundo julga apenas pessoas que cometeram os crimes
previstos no Estatuto de Roma de 1998. O Brasil é um dos membros fundadores.
Atualmente, a ONU possui 193 países-membros, e o seu nascimento foi o marco divisor do pro-
cesso de internacionalização dos Direitos Humanos.
A ONU é responsável pelo Sistema Global de Proteção dos Direitos Humanos, conhecido, por
esta razão, como Sistema Onusiano de Proteção.
O Sistema Global de Proteção dos Direitos Humanos possui instrumentos normativos de caráter:
13
Tópicos em Direito 1
A ONU é a principal responsável pelos debates sobre assuntos que envolvem a proteção dos
Direitos Humanos, sejam eles direcionados a todos os seres humanos (caráter geral) ou a grupos
sociais (caráter específico).
Os Sistemas Regionais de Proteção dos Direitos Humanos se dividem nos sistemas Americano,
Europeu e Africano.
O Sistema Interamericano de Proteção dos Direitos Humanos, do qual o Brasil faz parte, possui
como código básico a Convenção Americana sobre Direitos Humanos de 1969 e também possui
normas de caráter geral e de caráter específico.
Os dois sistemas, Global e Regional, coexistem e são complementares um do outro, uma vez que
protegem e tutelam os mesmos Direitos Humanos, de forma que a falta de solução para um caso
concreto no sistema interamericano ou qualquer outro Sistema Regional não impede que a vítima
procure proteção dos seus direitos no Sistema Global, sendo a recíproca verdadeira.
Em relação ao Pacto de São José da Costa Rica, de 1969, deve-se observar que:
c) estabelece que a pena de morte nos Estados que tenham abolido tal pena não podem
restabelecê-la, bem como nos países que ainda a admitem não podem aplicá-la para
crimes políticos;
A Comissão Interamericana:
c) é composta de sete integrantes de países diferentes e eleitos pela Assembleia Geral para
um mandato de quatro anos;
O Pacto de São José da Costa Rica foi aprovado pelo Brasil pelo Decreto Legislativo nº 27/1992
e promulgado pelo Decreto nº 678/1992, possuindo como um dos principais reflexos na legis-
lação interna a abolição da prisão do depositário infiel.
a) Assembleia Geral;
f) Conselho de Tutela.
15
Tópicos em Direito 1
Assinada em Promulgada
Carta das Nações Conferência de São Decreto-Lei
21.09.1945 pelo Decreto
Unidas Francisco – 1945 7.935/1945
pelo Brasil 19.841/1945
Assembleia-
Declaração Universal Assinada em
Geral das Nações
dos Direitos 10.12.1948
Unidas: Resolução
Humanos pelo Brasil
217-A
Assembleia-
Pacto Internacional Decreto Promulgado
Geral das Nações Ratificado em
dos Direitos Civis e Legislativo pelo Decreto
Unidas: Resolução 24.01.1992
Políticos 226/1991 592/1992
2.200-A de 1966
Pacto Internacional Assembleia-
Decreto Promulgado
dos Direitos Geral das Nações Ratificado em
Legislativo pelo Decreto
Econômicos, Sociais Unidas: Resolução 24.01.1992
226/1991 591/1992
e Culturais 2.200-A de 1966
Assembleia-
Convenção Relativa Promulgado
Geral das Nações
ao Estatuto dos pelo Decreto
Unidas: Resolução
Refugiados 50.215/1961
429 de 1950
Convenção contra
Assembleia-
a Tortura e Outros Decreto Promulgado
Geral das Nações Ratificado em
Tratamentos ou Penas Legislativo pelo Decreto
Unidas: Resolução 28.09.1989
Cruéis, Desumanas 4/89 40/91
39/46 de 1984
ou Degradantes
Convenção sobre
Assembleia-
a Eliminação de Promulgado
Geral das Nações Ratificado em
Todas as Formas de pelo Decreto
Unidas: Resolução 01.02.1984
Discriminação contra 4.377/2002
34/180 de 1979
a Mulher
Convenção sobre Assembleia-
a Eliminação de Geral das Nações Ratificado em
Todas as Formas de Unidas: Resolução 27.03.1968
Discriminação Racial 2.106-A de 1965
Assembleia-
Decreto Promulgado
Convenção sobre os Geral das Nações Ratificado em
Legislativo pelo Decreto
Direitos da Criança Unidas: Resolução 24.09.1990
28/90 99.710/1990
L 44 de 1989
Criou o Tribunal
Penal Internacional O Brasil Decreto Promulgado
Estatuto de Roma na Conferência assinou em Legislativo pelo Decreto
de Roma de 07.02.2000 112 de 2002 4.388/2002
17.07.1998
Convenção
Interamericana para Promulgada
Convenção de
Prevenir, Punir e pelo Decreto
Erradicar a Violência Belém do Pará
1973/1996
contra a Mulher
17
Tópicos em Direito 1
Os tratados internacionais apenas se aplicam aos Estados-partes que aderirem de forma expres-
sa, não criando obrigações para os demais Estados que não os aderiram.
Um Estado-parte não pode invocar disposições do seu direito interno para justificar o não cum-
primento com a obrigação assumida ao aderir o Tratado, conforme artigo 27 da Convenção de
Viena.
O processo de formação dos tratados inicia com os atos de negociação, conclusão e assinatura
pelo Poder Executivo de um Estado.
A simples assinatura do tratado não produz efeitos imediatos no ordenamento jurídico interno do
Estado signatário.
O tratado, para produzir efeitos o ordenamento jurídico do Estado signatário, necessita de apre-
ciação e aprovação pelo Poder Legislativo, por meio de Decreto Legislativo e ratificado pelo
Poder Executivo por meio de Decreto.
A ratificação é o ato jurídico que confirma formalmente de que o Estado signatário de um tratado
estará obrigado ao seu cumprimento.
A assinatura de um tratado pelo Estado é o aceite precário e provisório – não produz efeitos
jurídicos vinculantes; já a sua ratificação é o aceite definitivo – obriga o Estado ao cumprimento
do tratado assinado.
No Brasil, o artigo 84, VIII, da CF/88 determina que é de competência privativa do Presidente
da República celebrar tratados, convenções e atos internacionais, devendo ser referendados pelo
Congresso Nacional.
No Brasil, o artigo 49, I, da CF/88 determina que cabe ao Congresso Nacional, exclusivamente,
deliberar, de maneira decisiva, sobre os tratados, acordos ou atos internacionais.
O Processo de aprovação de tratado internacional pelo Congresso Nacional não tem prazo de-
terminado para ocorrer.
Os tratados internacionais sobre Direitos Humanos são normas supralegais (acima das leis, mas
abaixo da Constituição).
A prisão civil do depositário infiel (autorizada quando o devedor, após intimado a entregar o bem
do qual era depositário, não o entregava, inadimplindo o contrato), atualmente, foi declarado
inconstitucional pelo STF em virtude de o Brasil ser signatário da Convenção Americana sobre
Direitos Humanos, mais conhecido como o Pacto de São José da Costa Rica, que restringe a
prisão civil por dívida.
Súmula Vinculante 25: “É ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a modali-
dade do depósito”.
No Brasil, apenas a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e de seu Protocolo
Facultativo tem status ou natureza de Emenda Constitucional.
19
Tópicos em Direito 1
Entre os inúmeros artigos em que podemos observar os Direitos Humanos em nossa Constituição
Federal, relacionamos os mais importantes: os artigos: 1º, 3º, 4º, 5º, 6º, 109, 225 e outros,
conforme quadro a seguir.
Previsão Legal = Artigo 109, incisos V e V-A e parágrafo 5º da CF/88 (introduzido pela EC
45/2004).
b) crime estar previsto em tratado internacional que o Brasil tenha aderido e cujo
descumprimento possa resultar em responsabilização internacional suportada pelo País;
No Brasil, o incidente de deslocamento fui suscitado pela primeira vez em 2005, no caso Dorothy
Stang, assassinada por ordem de um fazendeiro no estado do Pará, em razão do seu engaja-
mento em atividades a favor da reforma agrária, porém o pedido foi indeferido pelo STJ por
entenderem que a atuação da Justiça Estadual estava de acordo com a lei.
O primeiro caso de incidente de deslocamento deferido pelo STJ foi em 2010, no caso do ad-
vogado Manoel Bezerra de Mattos Neto, morto depois de ameaçado em razão da sua atuação
contra grupos de extermínios locais na divisa dos estados da Paraíba e de Pernambuco.
21
Tópicos em Direito 1
13 As Ações Afirmativas, ou
Discriminações Positivas
Denominada também de Discriminações Positivas, são definidas como ações realizadas pelo
Estado com o objetivo de proteger os Direitos Humanos de determinados grupos sociais (mino-
rias e grupos vulneráveis) que foram prejudicados em algum momento da história, tratando de
forma igual os iguais, e de forma desigual os desiguais, na medida de suas desigualdades.
Minorias são grupos de pessoas que, dentro de determinada sociedade, não possuem a mesma
representatividade política que os outros indivíduos ou cidadãos de um Estado e que sofrem dis-
criminações ao longo da história e de forma constante em razão das características que marcam
a sua personalidade e singularidade – que as distanciam das características aceitas como padrão
por aquela sociedade, tornando-os pessoas consideradas “diferentes” dentro do mesmo Estado.
Em relação às minorias, as características que marcam a sua singularidade podem ser em razão
da sua etnia, nacionalidade, língua, religião, condição pessoal, orientação sexual e outras, por-
tanto, são pessoas que possuem uma identidade coletiva específica.
São exemplos de minorias, entre outros: pessoas da comunidade LGBTI, os indígenas, os qui-
lombolas, os refugiados.
Grupos vulneráveis são grupos de pessoas, entendidas como coletividades mais amplas de pes-
soas por não possuírem uma identidade coletiva específica, que necessitam de proteção especial
em razão de sua fragilidade ou indefensabilidade que as tornam mais suscetíveis de sofrerem
violações dos seus Direitos Humanos ou fundamentais.
São exemplos de grupos vulneráveis, entre outros: crianças e adolescentes, idosos, pessoas com
deficiência, mulheres, consumidores.
O objetivo das ações afirmativas, ou discriminações positivas, são o de criar condições e oportu-
nidades de igualar as pessoas desses grupos com as demais pessoas da sociedade por meio de
uma amparo legal especial de ordem jurídica estatal, possibilitando o acesso, a proteção e a efe-
tivação de todos os Direitos Humanos e fundamentais aos indivíduos que compõem esses grupos.
As Ações Afirmativas foram admitidas pelo STF por votação unânime na ADPF 186/DF.
b) Feminicídio
Mulheres
c) Criação de Delegacias das Mulheres
23
Tópicos em Direito 1
A eficácia dos direitos fundamentais pode ser classificada em duas espécies: vertical e horizontal.
A eficácia vertical incide na relação que existe entre Estado e os cidadãos, uma vez que o Estado
goza de um poder hierarquicamente superior em relação aos cidadãos, como numa linha ver-
tical, indicando que as normas que preveem os direitos fundamentais destinam-se ao Estado e
resultam numa relação jurídica-constitucional entre as pessoas, sejam elas físicas ou jurídicas, e
os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário.
Observa-se que, nessa relação resultante da eficácia vertical, as pessoas, físicas e jurídicas, são
os sujeitos de direito, enquanto o Estado deve obedecer às normas constitucionais e garantir os
direitos fundamentais aos seus destinatários.
A eficácia horizontal incide na relação entre particulares, ou seja, a aplicabilidade dos direitos
fundamentais nas relações privadas, como numa linha horizontal, uma vez que não há hierarquia
entre pessoas, gozando todas dos mesmos direitos e possuindo os mesmos deveres ou obrigações.
A eficácia horizontal pode ser observada quando os direitos fundamentais são utilizados para
solucionar conflitos entre particulares, como no caso de lides, processos ou demandas entre
pessoas físicas ou jurídicas, por exemplo, propriedade privada versus direitos de reunião ou
manifestação, como aconteceram nos casos de “rolezinhos” nos shoppings centers de São Paulo.
Em relação à efetividade dos direitos fundamentais, isto é, sua concretização no meio social,
deve-se destacar três teorias:
b) mínimo existencial: posição sustentada pela Defensoria Pública e Sociedade Civil com
a fundamentação de que deve ser assegurado pelo Estado condições mínimas materiais
para a existência digna das pessoas e a possibilidade de seu desenvolvimento pleno;
É um tribunal judicial permanente com jurisdição internacional para processar e condenar pes-
soas por violações graves e leis humanitárias e está vinculado à ONU, e sua sede fica em Haia
(Holanda). Tem competência para julgar crimes contra a humanidade, crimes de guerra, geno-
cídio e de agressão.
O Tribunal Penal Internacional difere dos Tribunais de Exceção e “ad hoc”, uma vez que é um
tribunal permanente com previsão legal, ao contrário dos segundos que surgem mediante reso-
lução do Conselho de Segurança da ONU.
f) imprescritibilidade = não prescrevem, isto é, não possuem prazo limite fixado para
aplicação da sanção penal, conforme artigo 29 do Estatuto de Roma.
25
Tópicos em Direito 1
a) crime de genocídio (art. 6º) = é configurado pela intenção de querer destruir determinado
grupo social, isto é, quando alguém tem o objetivo de diminuir ou eliminar um grupo
nacional, racial, étnico ou religioso;
b) crimes contra a humanidade (art. 7º) = é configurado pelos seguintes atos praticados
durante um ataque generalizado ou sistemático cometido contra qualquer população
civil: homicídio, extermínio, escravidão, deportação ou transferência forçada de uma
população, prisão ou outra forma de privação de liberdade física grave, tortura, agressão
sexual, escravatura sexual, prostituição forçada, gravidez forçada, esterilização forçada
ou qualquer violência no campo sexual de gravidade comparável, perseguição de um
grupo ou coletividade, desaparecimento, crime de apartheid, entre outros;
c) crimes de guerra (art. 8º) = é configurado por atos de tortura, tratamentos desumanos,
experiências biológicas, ato de compelir prisioneiro de guerra ou outra pessoa sob
proteção a servir forças inimigas, dirigir ataques de forma intencional contra bens civis,
matar ou ferir combatente que tenha deposto armas ou que tenha incondicionalmente
se rendido (a ideia de punir práticas que contrariam as leis e os costumes aplicáveis
em conflitos armados, cumprindo observar que este crime pode ser configurado mesmo
quando não houver guerra declarada e mesmo que o conflito armado seja de âmbito
interno, e não internacional);
O órgão julgador do TPI é composto de, no mínimo, 18 juízes, que devem ser de nacionalidades
diferentes e dos sexos feminino e masculino.
O Brasil já teve uma brasileira integrando o órgão julgador; foi a brasileira Sylvia Steiner, que
integrou o corpo de juízes do TPI, cumprido seu mandato até 2012.
Atenção: