Вы находитесь на странице: 1из 7

fls.

1445

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO


COMARCA DE SÃO PAULO
FORO CENTRAL CÍVEL
24ª VARA CÍVEL
PRAÇA JOÃO MENDES S/Nº, São Paulo - SP - CEP 01501-900
Horário de Atendimento ao Público: das 12h30min às19h00min

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1067006-71.2018.8.26.0100 e código 68CD7F9.
SENTENÇA

Processo Digital nº: 1067006-71.2018.8.26.0100


Classe - Assunto Procedimento Comum Cível - Direito de Imagem
Requerente: João Agripino da Costa Dória Junior
Requerido: Leonardo Nogueira e outros

Juiz(a) de Direito: Dr(a). Tamara Hochgreb Matos

Vistos.

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por TAMARA HOCHGREB MATOS, liberado nos autos em 19/03/2019 às 18:45 .
JOÃO AGRIPINO DA COSTA DORIA JUNIOR, qualificado nos autos,
ajuizou a presente ação de obrigação de fazer com pedido de indenização por danos morais
em face de FERNANDA ROSAS PIRES DE SABOIA, ANTÔNIO ALBERTO DE
OLIVEIRA SANTOS, AMANDA KALIL DE MELO LAVOR, FÁBIO TERUO
YAMANAKA, MARIANNE BORGES TAVELLI e LEONARDO NOGUEIRA,
alegando, em suma, que é jornalista e empresário reconhecido nacionalmente, tendo
exercido mandato da prefeitura de São Paulo entre janeiro de 2017 e abril de 2018, e na
época da propositura da ação pré-candidato a governador do Estado. Ocorre que em maio
de 2018 tomou conhecimento de publicação junto à plataforma de mídia social Facebook
que acusava o autor de ser "réu no maior caso de corrupção no Estado de São Paulo". Aduz
que se trata de acusação mentirosa, maliciosamente propagada com a finalidade de
prejudicar a honra e imagem do autor, e por isso ajuizou ação anterior, que tramitou sob os
autos nº 1048100-33.2018.8.26.0100, para identificação dos responsáveis, que se
identificavam pelo perfil “MárcioFrança2018PSB", e imediata remoção de tal conteúdo do
ar. Ajuizou nova ação junto aos provedores (autos n.º 1053332-26.2018.8.26.0100), em
que foram identificados os réus. A ré Fernanda Rosas seria a titular da conta telefônica e
das contas de e-mail da referida pagina, os réus Antônio Alberto, Amanda Kalil, Fabio
Teruo, Marianne Borges, e Leonardo Nogueira eram titulares dos IP's de acesso para a
referida pagina, asseverando que 5 dos 6 réus são filiados ao PSB, e tinham intenção de
denegrir a imagem do autor para prejudicar sua candidatura. Requer, assim, a condenação
dos réus à retratação publica das acusações feitas ao autor, e sua condenação solidaria ao
pagamento de R$ 100.000,00 a titulo de indenização por danos morais. A inicial veio
acompanhada de procuração e documentos.

1067006-71.2018.8.26.0100 - lauda 1
fls. 1446

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO


COMARCA DE SÃO PAULO
FORO CENTRAL CÍVEL
24ª VARA CÍVEL
PRAÇA JOÃO MENDES S/Nº, São Paulo - SP - CEP 01501-900
Horário de Atendimento ao Público: das 12h30min às19h00min

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1067006-71.2018.8.26.0100 e código 68CD7F9.
O Autor se manifestou a fls.627/633 requerendo expedição de ofício à
Câmara Municipal de São Paulo para que tal fornecesse dados de usuário que utilizou
especifica conexão a internet, desistindo do processo quanto ao réu Fábio Teruo.

Por decisão de fls.636 foi homologado o pedido de desistência quanto ao réu


Fabio Teruo e deferida a expedição do ofício requerido.

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por TAMARA HOCHGREB MATOS, liberado nos autos em 19/03/2019 às 18:45 .
A ré Amanda Kalil ofertou contestação a fls.642/662, arguindo,
preliminarmente, sua ilegitimidade passiva, por não ser a criadora da referida pagina, e não
ter qualquer relação com esta, tendo apenas permitido a utilização de sua rede wi-fi pela ré
Fernanda Rosas, não tendo controle sobre sua atividade na internet. Impugna o pedido de
indenização por danos morais ou subsidiariamente que dano moral seja reduzido a 1% do
valor pleiteado pelo autor. Juntou documentos.

O Autor se manifestou a fls.722 desistindo do feito em relação ao réu


Antônio Alberto, o que foi homologado a fls.723.

A ré Fernanda Rosas ofertou contestação a fls.726/759, alegando veracidade


de notícia publicada, uma vez que o autor de fato é réu em processo de corrupção em
contrato de iluminação publica (ação popular n.1015273-13.2018.8.26.0053, da 13a. Vara
da Fazenda Pública), tendo inclusive ofertado contestação em tal processo, em que o
contrato administrativo irregular foi suspenso. Alega que tal processo foi amplamente
divulgado pela mídia, e que agiu em regular exercício de seu direito de liberdade de
expressão. Impugna a suposta motivação política da publicação, de prejudicar a
candidatura do autor, pois não comprovada, asseverando que o fato de ter utilizado wi-fi de
outros membros do partido PSB não importa formação de conluio politico para prejudicar
o autor. Alega a ilegitimidade passiva de demais réus, e impugna o pedido de indenização
por danos morais. Requer a condenação do autor as penas de litigância de má fé, e a
improcedência da ação. Juntou documentos.

1067006-71.2018.8.26.0100 - lauda 2
fls. 1447

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO


COMARCA DE SÃO PAULO
FORO CENTRAL CÍVEL
24ª VARA CÍVEL
PRAÇA JOÃO MENDES S/Nº, São Paulo - SP - CEP 01501-900
Horário de Atendimento ao Público: das 12h30min às19h00min

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1067006-71.2018.8.26.0100 e código 68CD7F9.
O réu Leonardo Nogueira ofertou contestação a fls.1325/1344, arguindo
preliminarmente, sua ilegitimidade passiva, uma vez que o IP de sua rede foi utilizado para
acesso da pagina há mais de 5 meses antes, pela corré Fernanda Rosas, em período em que
esta ficou em sua residência. Argumenta a impossibilidade de sua retratação quanto à
publicação, uma vez que não a redigiu, não podendo ser responsabilizado por atos de
terceiros com os quais apenas compartilhou seu acesso wi-fi. Impugna a ocorrência de

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por TAMARA HOCHGREB MATOS, liberado nos autos em 19/03/2019 às 18:45 .
dano moral indenizável. Requer a condenação do autor ao pagamento de multa por
litigância de má fé. Juntou documentos.

Sobreveio réplica a fls. 1410/1424.

Instadas a se manifestar quanto à produção de provas, e interesse em


audiência de conciliação, nenhuma das partes as requereu.

É o relatório.
Fundamento e decido.

A hipótese é de julgamento antecipado do pedido, na forma do art. 355,


inciso I, do CPC, comportando a matéria controvertida deslinde em função das alegações e
da prova documental já existente nos autos.

A aferição das condições da ação deve se dar segundo os fatos narrados pela
parte autora. Como bem pontua Cândido Rangel Dinamarco: “É titular da ação apenas a
própria pessoa que se diz titular do direito subjetivo material cuja tutela pede.”
(DINAMARCO, Cândido Rangel; CINTRA, Antônio Carlos de Araújo; GRINOVER, Ada
Pellegrini Teoria Geral do Processo 24ª ed. São Paulo: Malheiros, 2008 p. 278).

No caso concreto, o autor atribuiu a todos os réus a responsabilidade pelos


fatos narrados na inicial, de sorte que está caracterizada a pertinência subjetiva da ação.

1067006-71.2018.8.26.0100 - lauda 3
fls. 1448

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO


COMARCA DE SÃO PAULO
FORO CENTRAL CÍVEL
24ª VARA CÍVEL
PRAÇA JOÃO MENDES S/Nº, São Paulo - SP - CEP 01501-900
Horário de Atendimento ao Público: das 12h30min às19h00min

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1067006-71.2018.8.26.0100 e código 68CD7F9.
Vale lembrar, consoante lição de José Roberto dos Santos Bedaque, que: “Se o autor
indicar para figurar como réu no processo pessoa diversa daquela que, segundo a descrição
fática por ele mesmo feita, participa da relação substancial, estará configurada a
ilegitimidade passiva. Mas, se houver identidade entre o réu e a pessoa que, segundo o
autor, deve suportar os efeitos da sentença, por figurar na relação substancial controvertida,
ele será parte legítima. Se no curso do processo se apurar que o réu não participa da
situação material descrita na inicial, o pedido será julgado improcedente. Em outras

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por TAMARA HOCHGREB MATOS, liberado nos autos em 19/03/2019 às 18:45 .
palavras, a legitimidade é aferida com base no direito substancial afirmado pelo autor, não
na sua efetiva existência” (“Efetividade do Processo e Técnica Processual”, Ed. Malheiros,
2006, pp.280/-281).

Em relação aos réus Leonardo Nogueira, Marianne Borges, e Amanda Kalil,


os pedidos são improcedentes.

Com efeito, o proprio autor admite que nenhum destes réus foi responsável
pela publicação da notícia que alega ser-lhe difamatória, sendo responsáveis apenas pelas
conexões de Wi-Fi utilizadas para tanto, pela ré Fernanda Rosas, que possui vínculo com a
página do Facebook utilizada para a publicação.

Logo, não podem ser responsabilizados por terem cedido a uma


amiga/conhecida o acesso Wifi, pois não são obrigados por lei, em princípio, a controlar o
conteúdo visto ou publicado por todos os usuários de sua rede de Wifi.

Doutra parte, o autor não demonstrou que estes tenham agido com culpa,
dolo ou abuso de direito, nem que tenha havido infringência ao que Humberto Theodoro
Júnior chama de dever legal amplo de não lesar, a que corresponde a obrigação de
indenizar.

Logo, não podem, nem mesmo em tese, ser responsabilizados por eventuais
danos sofridos pelo autor em razão da conduta de terceiros.

1067006-71.2018.8.26.0100 - lauda 4
fls. 1449

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO


COMARCA DE SÃO PAULO
FORO CENTRAL CÍVEL
24ª VARA CÍVEL
PRAÇA JOÃO MENDES S/Nº, São Paulo - SP - CEP 01501-900
Horário de Atendimento ao Público: das 12h30min às19h00min

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1067006-71.2018.8.26.0100 e código 68CD7F9.
Em relação à ré Fernanda Rosas, os pedidos também são improcedentes,
mas por outros motivos.

A ré Fernanda admite ter sido responsável pela publicação transcrita a


fls.52/55, asseverando que se trata não apenas de informação verídica, mas de notícia
amplamente veiculada em órgãos de imprensa, tendo agido no exercício de seu direito à

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por TAMARA HOCHGREB MATOS, liberado nos autos em 19/03/2019 às 18:45 .
liberdade expressão.

Por seu turno, o autor admite que é réu em processo que tem por objeto
irregularidades em contrato de iluminação publica (ação popular
n.1015273-13.2018.8.26.0053, da 13a. Vara da Fazenda Pública), do período do exercício
de seu mandato na Prefeitura de São Paulo, aduzindo, porém que o teor e modo como foi
exposta a publicação evidencia o intuito de atingir a honra e imagem do autor,
configurando-se o abuso de direito pela ré Fernanda Rosas.

Analisando a publicação transcrita a fls.52/55 nota-se que houve, de fato,


não apenas o exercício regular do dever de informação, mas um juízo negativo sobre o
autor João Doria, com destaque para a palavra "Corrupção", e insuficiência de informações
sobre o processo em que este é réu, não tendo a ré, ainda, apresentado nenhum indício de
que a PPP da Iluminação seja "o maior caso de corrupção da história de São Paulo", como
afirmou.

Entretanto, o contexto em que foi divulgada a publicação não permite


concluir que tenha sido apta a causar algum dano moral ou à honra ao então candidato João
Doria, que além de ser uma pessoa pública, estava recebendo amplo destaque no período
eleitoral, tanto positivo quanto negativo.

Nesse contexto eleitoral de posições extremadas e opiniões acirradas, em


que os próprios candidatos muitas vezes se manifestam de forma exagerada e ultrapassam

1067006-71.2018.8.26.0100 - lauda 5
fls. 1450

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO


COMARCA DE SÃO PAULO
FORO CENTRAL CÍVEL
24ª VARA CÍVEL
PRAÇA JOÃO MENDES S/Nº, São Paulo - SP - CEP 01501-900
Horário de Atendimento ao Público: das 12h30min às19h00min

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1067006-71.2018.8.26.0100 e código 68CD7F9.
os limites da liberdade de expressão, a ré, que não é jornalista nem tem dever legal de
exaurir completamente uma informação que transmite, divulgou tal publicação em pagina
do Facebook de apoio do candidato adversário do autor – provavelmente seguida apenas
pelos eleitores deste – em que não se esperava que houvesse opiniões e informações
imparciais sobre o autor.

Deste modo, considerando que o autor é pessoa publica com destaque na

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por TAMARA HOCHGREB MATOS, liberado nos autos em 19/03/2019 às 18:45 .
época, que a publicação em questão não trazia notícia falsa, mas apenas exagerada e
imprecisa, e o local e contexto eleitoral em que foi divulgada - em pagina de apoio do
adversário do autor, em que certamente não se esperam informações positivas ou
imparciais sobre este, e que dificilmente atingiu potenciais eleitores do autor - sequer é
possível dizer que tal publicação possa ter causado algum dano efetivo à honra ou imagem
do requerente.

De resto, considerando que o período eleitoral já terminou, que a página do


Facebook de apoio ao candidato adversário não existe mais, tornando a pretendida
retratação pública inócua, e que sequer há previsão legal de tal condenação na esfera cível,
tal pedido é improcedente.

Por fim, não vislumbro a prática de qualquer conduta descrita no art. 80 do


Código de Processo Civil, razão pela qual deixo de aplicar as penas de litigância de má-fé a
qualquer uma das partes.

Ante o exposto julgo IMPROCEDENTES os pedidos. Vencido, arcará o


autor com as custas e despesas processuais, e honorários advocatícios dos réus que fixo em
10% do valor atualizado da causa, a ser rateado entre eles em partes iguais.

Int.
São Paulo, 19 de março de 2019.

1067006-71.2018.8.26.0100 - lauda 6
fls. 1451

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO


COMARCA DE SÃO PAULO
FORO CENTRAL CÍVEL
24ª VARA CÍVEL
PRAÇA JOÃO MENDES S/Nº, São Paulo - SP - CEP 01501-900
Horário de Atendimento ao Público: das 12h30min às19h00min

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1067006-71.2018.8.26.0100 e código 68CD7F9.
DOCUMENTO ASSINADO DIGITALMENTE NOS TERMOS DA LEI
11.419/2006, CONFORME IMPRESSÃO À MARGEM DIREITA

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por TAMARA HOCHGREB MATOS, liberado nos autos em 19/03/2019 às 18:45 .

1067006-71.2018.8.26.0100 - lauda 7

Вам также может понравиться