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Julia está no sinal, com um guarda-chuva vermelho aberto, um objeto útil e incômodo para ela.

Nunca gostou de andar com algo na rua que ocupasse tanto espaço, com possibilidade de
esbarrar nas pessoas, e ainda com uma cor tão chamativa. Sua timidez era evidente em seu
corpo encolhido, não apenas pela proteção da chuva ou o frio, havia um certo medo de se
estar em público, algo mais sentido do que pensado. Não possuía interesse em conversar com
estranhos ou frequentar ambientes grandes das multidões, fazia por mera obrigação e
necessidade. Nada preparada, aberta às surpresas da vida, na vida de Júlia não havia a palavras
como inesperado, surpresa. Sair da ordem do seu dia, romper com quaisquer que fossem as
programações de seu dia despertava uma ansiedade, uma tensão desmotivando a sair de sua
casa, para tudo havia planejamento embora na vida o imprevisível aconteça.

Mariana – Oi! ( Entra de forma inesperada, sobre a proteção do guarda-chuva de Júlia,


destemida e brincalhona, sem imaginar que poderia causar qualquer desconforto)

Júlia – Olá. ( Uma resposta seca, fala para dentro, quase não se é ouvida por Mariana)

Embora ambas estejam de frente para o sinal, lado a lado, Mariana sorria e a olhava, Júlia.
Enquanto Júlia, com dificuldade de entender a razão de alguém invadir seu espaço daquela
maneira, embora chovesse fortemente, sentia-se incomodada, de precisar compartilhar o
guarda-chuva, sem ao menos ter sido oferecido para a menina, e ainda ser imposta a uma
interação e diálogo. Não sabia o que dizer, e mais que isso, não queria. Sentia-se convocada a
algo não pertencente ao seu universo e escolhas. A regra é clara, não se aproxima de alguém
dessa maneira sem que haja uma abertura, e Júlia nunca esteve aberta a estranhos, seja na
situação que fosse, ainda que o outro necessitasse de sua ajuda, se compadecia em
pensamentos e ações distantes. Aquilo não estava acontecendo, pois não havia ela ali e
pensava.

- Não estou aqui, essa pessoa não entende os limites de uma aproximação com o outro, eu
poderia compartilhar meu guarda-chuva, indiscreto, sem passar o tempo conversando ou
forçando uma conversa em troca de agradecimento ou “gentileza”.

Preferiria estar sozinha, era o que fazia, o que buscava na vida e em especial naquele dia
chuvoso.

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