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Como não tenho a mínima idéia sobre o que você vai escrever, vou partir do princípio que
seja um livro de ficção. Mas as dicas servem para outros tipos de livros também.
Passo 1 – Defina exatamente a história do livro. Nada de começar a escrever para ver “que
bicho vai dar”. Que história você quer contar? Quem são seus personagens? O que
aconteceu com eles?
Passo 2 – Faça um resumo da história toda. Como é que começa, o que acontece durante e
o que acontece no final. Sim, você precisa saber o que acontece no final. Se não souber isto,
você não tem um livro, sua história está capenga. A surpresa é só para o leitor, não para
você.
Passo 3 – Baseado em seu resumo, reescreva a história, colocando agora mais detalhes.
Nomes, lugares, acontecimentos, descrições. Agora você já tem uma idéia melhor sobre o
rumo da sua história.
Passo 4 – Leia com atenção o resumo anterior. O que está faltando? O que o seu
personagem precisa fazer mais? É necessário incluir mais personagens? Lugares?
Acontecimentos? Refaça o resumo.
Passo 5 – Se o resumo está lhe dando uma boa idéia dos acontecimentos, personagens e
locais, é hora de começar a escrever. Ah, sim… você pensou que já estava escrevendo…
não. Agora é que a onça vai beber água. O resumo não é para o leitor e sim para você. Mas
não o atire na lata do lixo. Ele será útil mais tarde, para vender seu livro. você quer vender
o livro, pois não?
Passo 6 – Muito bem, hora de escrever pra valer. Em primeiro lugar, nada de começar com:
“era um vez..”, ou “nos idos de…”. Nada mais amador e chato que isso. Vá direto ao
assunto. Por exemplo: “José consultou seu relógio, olhou em volta mais uma vez e dirigiu-se
rapidamente para a porta de saída.”. Frases deste tipo prendem a atenção do leitor. Ele vai
querer saber onde José estava, porque saiu rápido. E – é claro – quem é José.
Passo 7 – Antes de começar, você deve definir quem está contando a história. No exemplo
da introdução acima, alguém está contando a história de outra pessoa. A história é contada
na terceira pessoa. Neste caso, quem conta a história é quem sabe tudo. O que aconteceu,
o que está acontecendo e o que vai acontecer. Outra maneira, é colocar-se no lugar do
personagem e contar a história na primeira pessoa. No caso, esta introdução ficaria mais ou
menos assim: “Consultei o relógio, olhei mais uma vez em volta e caminhei rapidamente
em direção à porta de saída.”. Via de regra esta última maneira de escrever o livro é mais
fácil. Entretanto, o personagem não sabe tudo, ele vai vivendo a história.
As cenas são como elos de uma corrente. Elas são resposáveis pela importante tarefa de
prender a atenção do leitor. Se você conta a história de uma só tacada, há boas chances de
que se torne monótona.
Se você ler um livro de ficção de um autor americano, prestando muita atenção, poderá
perceber que o livro todo é composto de cenas. Terminou uma, começa a outra. É desta
maneira que o escritor faz com que você simplesmente sinta vontade de “devorar” o livro.
Portanto, antes de aprender “como escrever um livro”, você deve aprender como escrever
cenas. Uma cena é composta basicamente de duas partes. Cena e sequela, que são
divididas da seguinte maneira:
Cena
Objetivo
Conflito
Desastre
Sequela
Reação
Dilema
Decisão
Tomaria muito tempo e espaço explicar detalhadamente esta maçaroca toda. Mas creio
que é possível ter uma idéia geral somente com os nomes dos componentes da cena:
Repare nos filmes de ficção, ação, policiais. Não é bem assim? Pois sua história pode – e
deve – ser escrita desta maneira. O círculo cena-sequela se repete indefinidamente, até
que, no final, você dá a vitória ao personagem. Ou não. Você pode matar o pobre e deixar
seus leitores “um pouco” decepcionados.
Estes dois conceitos (resumo e cena) são relatados com mais detalhes no site de Randy
Ingermanson. Na verdade, o primeiro, que chamo de resumo, é chamado por ele de
snowflake method (método do floco de neve). Se você lê inglês, vale a pena conferir.
De qualquer maneira, pretendo em breve aprofundar-me no assunto. Um artigo só não é
suficiente. Nem para isso, nem tampouco para explicar em detalhes como escrever um
livro.
É muito mais simples escrever um livro usando este software. Porque a certa altura, você
certamente precisará consultar um dado anterior e, se estiver tudo num processador como
o word, você pode se embananar. Siga o link yWriter e confira. Também é em inglês, mas
tem até tradução para português.
Este programa contraria um pouco o que eu disse no princípio, porque divide o livro em
capítulos antes que seja escrito. Entretanto, você não precisa levar tudo a ferro e fogo.
Como o programa permite mover cenas e consultar rapidamente o que se escreveu
anteriormente, não vejo problema algum. Basta usar com discernimento e lógica.
Por outro lado, se você for escrever um livro técnico, por exemplo, a divisão em capítulos e
cenas é perfeita.
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Diálogos
Um diálogo é, portanto, uma interação entre personagens que estão agindo verbalmente,
cada um motivado por alcançar um certo objetivo. Na vida real, esses objetivos não são
necessariamente claros ou conscientes para os participantes de um diálogo, que
simultaneamente vão criando o conteúdo da conversa à medida em que interagem. Já em
histórias de ficção, o autor deve escrever diálogos onde os personagens falem motivados
por provocar uma reação no seu interlocutor que os ajudem a alcançar o que desejam.
Diálogos permitem ao escritor dar vida aos personagens porque trazem a história para o
tempo real, além de possibilitar ao leitor observar diretamente a forma como eles se
comportam, se expressam e se relacionam. É uma oportunidade que o escritor oferece ao
leitor de testemunhar e tomar contato direto com o que está acontecendo em uma
determinada cena.
A diferença básica entre descrição e diálogo está, justamente, na forma como o escritor
deseja que o leitor tenha contato com os personagens.
Em descrições, existe a influência forte de um narrador, que escolhe uma forma
de descrever que reforce sua perspectiva a respeito do que está acontecendo na história.
Esse narrador seleciona, edita e, em certos casos, analisa os comportamentos dos
personagens. De uma forma geral, descrições dão ao escritor mais controle para guiar a
percepção do leitor para interpretar o que está acontecendo da forma como ele deseja.
Se quero contar a história de uma professora de português, por exemplo, posso descrever o
método militar com que ela conduz suas aulas, o tom impessoal com que ela trata os
alunos, a forma correta e artificial como ela usa o português mesmo em situações
informais. A outra opção é demonstrar isso através de diálogos entre a professora e outros
personagens, expondo o leitor diretamente à personalidade dela e permitindo que ele
reconheça essas características na tal professora, sem que o escritor precise descrevê-las.
É preciso ter em mente que isso expõe o personagem. Ele não será mais visto somente
através da perspectiva do narrador. Ele está agora em frente ao leitor, sujeito às
interpretações diretas de suas falas.
Diálogos também funcionam como um teste de credibilidade do narrador.
Em descrições, o narrador pode dizer o que quiser sobre os personagens, já que o leitor,
não tendo outra fonte de informação, tende a aceitar o que está sendo dito como verdade.
Quando os personagens começam a dialogar em frente ao leitor, isso expõe o escritor, já
que agora é possível comparar o que foi dito anteriormente com o que o leitor pode
observar. A competência do escritor na construção de personagens passa a ser avaliada.
Texto é o que um personagem fala, são as palavras que saem da sua boca. Subtexto é o
que está sendo dito nas entrelinhas, é a intenção/motivação do personagem, implícita na
forma como ele fala ou se comporta.
Subtexto é determinado pelo contexto da cena, ou seja, o que o leitor sabe sobre o
universo de ficção e sobre os personagens antes do diálogo começar. O “bom dia, meu
amor” que uma esposa diz para o marido no primeiro dia da lua de mel é completamente
diferente do “bom dia, meu amor” que a mesma esposa diria para o marido em casa,
momentos depois de descobrir que ele estava tendo um caso com sua melhor amiga.
O mesmo texto (“bom dia”) tem um peso e significado diferente em função do subtexto
criando pela situação dramática em que os personagens se encontram e as emoções
e sentimentos que verdadeiramente motivam suas falas. O “bom dia, meu amor” da lua de
mel é honesto e provavelmente vem acompanhado de um sorriso, que diz nas
entrelinhas “eu te amo, seu maravilhoso”. O “bom dia, meu amor” depois da descoberta da
traição é debochado e provavelmente vem acompanhado de uma pausa longa na vírgula,
que diz nas entrelinhas “você vai me pagar, seu desgraçado”.
Se você está escrevendo uma cena onde um personagem revela estar apaixonado, por
exemplo, considere como suas falas podem expressar o que ele está sentindo de forma
indireta, fugindo de obviedades como “estou apaixonado por você”. Imagine como um
personagem poderia indicar para outro que está apaixonado no contexto de uma conversa
sobre roupas ou vinhos ou física quântica.
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