Вы находитесь на странице: 1из 6

17/03/2019

O DISCURSO ARGUMENTATIVO E PRINCIPAIS TIPOS DE O DISCURSO ARGUMENTATIVO E PRINCIPAIS TIPOS DE


ARGUMENTOS E FALÁCIAS INFORMAIS ARGUMENTOS E FALÁCIAS INFORMAIS

Quando queremos justificar ou refutar um ponto de vista, condenar ou enaltecer


pessoas, situações ou ações, quando necessitamos de avaliar os prós e os contras de
uma teoria, escolha ou decisão, em todos estes momentos ou outros semelhantes
O DISCURSO ARGUMENTATIVO somos levados a fornecer razões a favor ou contra uma conclusão. Fazemo-lo usando

E PRINCIPAIS TIPOS DE argumentos dedutivos e/ou não dedutivos.

ARGUMENTOS E FALÁCIAS Com o auxílio da lógica formal podemos examinar os primeiros e estabelecer se são ou
INFORMAIS não válidos. Porém, os argumentos dedutivos e a determinação de padrões de
inferência válida não esgotam toda a análise do discurso. A verdade é que existem
outros aspetos relevantes na argumentação, para além dos argumentos dedutivos e da
validade deste tipo de inferências.

O DISCURSO ARGUMENTATIVO E PRINCIPAIS TIPOS DE O DISCURSO ARGUMENTATIVO E PRINCIPAIS TIPOS DE O DISCURSO ARGUMENTATIVO E PRINCIPAIS TIPOS DE
ARGUMENTOS E FALÁCIAS INFORMAIS ARGUMENTOS E FALÁCIAS INFORMAIS ARGUMENTOS E FALÁCIAS INFORMAIS

Principais tipos de argumentos não dedutivos Argumentos indutivos Argumentos indutivos


Um argumento diz-se indutivo quando se pretende que algo que está para
Generalização e previsão são dois casos particulares de argumentos indutivos.
além do conteúdo das premissas seja de alguma maneira apoiado por elas ou
Desde a Antiguidade que as diversas teorias da argumentação se esforçaram por identificar
se torne provável devido a elas. Na generalização, argumenta-se partindo do que é verdade para um dado conjunto de
e caracterizar tipos distintos de argumentos. Apontaremos aqui alguns exemplos de casos particulares e conclui-se, com base nisto, que também o é para todos os casos em
argumentos não dedutivos e respetivos critérios para estabelecer a sua força: geral.
As inferências indutivas são sempre extrapolações: a conclusão ultrapassa as premissas,
no sentido em que a verdade conjunta das premissas não garante a verdade da → Todos os A observados são X. Logo, todos os A são X.
→ Argumentos indutivos (generalização e previsão) Por exemplo: «É verdade que os pêssegos observados têm caroço. Logo, todos os
conclusão. Mesmo que as premissas sejam verdadeiras e a conclusão esteja baseada num pêssegos têm caroço».
→ Argumentos por analogia forte grau de probabilidade, nenhuma inferência não dedutiva, por muito boa que seja,
→ Argumentos de autoridade Já no que respeita à previsão, a estratégia argumentativa passa por partir de um
pode garantir absolutamente uma conclusão. conjunto de casos ocorridos para deles concluir que no futuro o mesmo se verificará.

→ Todos os A observados (até este momento) são X. Logo, todos os A observados (no
É sempre logicamente possível, mesmo quando é improvável, que as premissas sejam futuro) serão X.
verdadeiras e a conclusão falsa. Apesar desta fragilidade, o raciocínio indutivo é Por exemplo: «É verdade que os pêssegos já observados têm caroço. Logo, o próximo
pêssego que for observado terá caroço».
omnipresente e imprescindível.

1
17/03/2019

O DISCURSO ARGUMENTATIVO E PRINCIPAIS TIPOS DE O DISCURSO ARGUMENTATIVO E PRINCIPAIS TIPOS DE O DISCURSO ARGUMENTATIVO E PRINCIPAIS TIPOS DE
ARGUMENTOS E FALÁCIAS INFORMAIS ARGUMENTOS E FALÁCIAS INFORMAIS ARGUMENTOS E FALÁCIAS INFORMAIS

Argumentos indutivos Argumentos indutivos Argumentos por analogia

Neste cartaz da Amnistia Internacional pode ler-se: São argumentos baseados numa comparação entre duas coisas supostamente
Para garantirmos que os nossos argumentos indutivos são fortes, isto é, para «Ele não fez nada. Só está a divulgar o telefone da Amnistia. semelhantes. Parte-se do princípio que se duas realidades são semelhantes em certos
Discriminar não é humano». aspetos conhecidos é provável que também o sejam noutros.
acautelarmos que o vínculo que une premissas e conclusão está baseado num forte Após os ataques de 11 de setembro de 2001 às Torres
grau de probabilidade: Gémeas de Nova Iorque, tornou-se frequente, no Ocidente, A inferência por analogia decorre, assim, do estabelecimento de uma relação entre o que
discriminar negativamente pessoas conotadas com o se pretende argumentar e um aspeto que se vai procurar a outro elemento do real. Pode
mundo muçulmano. ser um tipo de argumento extremamente persuasivo, principalmente quando aquilo que
→ A amostra deve ser ampla. Este fenómeno tem por base uma inferência indutiva fraca, se pretende estabelecer na conclusão é do domínio do complexo ou invisível. Mas, tal
uma vez que se conclui que todos os muçulmanos são como acontece com a generalização e a previsão, a analogia gera, na melhor das
→ A amostra deve ser relevante, isto é, representativa do universo em questão. terroristas com base numa amostra claramente reduzida e hipóteses, conclusões prováveis.
→ Não deve omitir-se, a propósito da amostra, informação relevante. pouco representativa dos muçulmanos
no seu todo. Este cartaz põe em evidência o preconceito Argumentar por analogia é argumentar que uma vez que A e B são idênticos em alguns
islamofóbico e força-nos a refletir sobre as fragilidades de aspetos conhecidos, então, sê-lo-ão também noutros.
uma generalização precipitada.
→ A é como B em x e y. B é z. Logo, A também é z.

O DISCURSO ARGUMENTATIVO E PRINCIPAIS TIPOS DE O DISCURSO ARGUMENTATIVO E PRINCIPAIS TIPOS DE O DISCURSO ARGUMENTATIVO E PRINCIPAIS TIPOS DE
ARGUMENTOS E FALÁCIAS INFORMAIS ARGUMENTOS E FALÁCIAS INFORMAIS ARGUMENTOS E FALÁCIAS INFORMAIS

Argumentos por analogia Argumentos por analogia Argumentos de autoridade

A argumentação por analogia é também utilizada nos casos em que queremos Este cartaz publicitário, da agência TBWA, promove uma marca de pão industrial. Nesta São argumentos cuja conclusão é sustentada pela opinião de um especialista ou pelos
convencer o nosso interlocutor de que uma dada situação comummente percebida imagem compara-se a fatia de pão de forma a uma almofada, sugerindo-se que, tal dados de uma instituição confiável.
como positiva (por exemplo, o sofrimento dos mamíferos que são utilizados como como esta, as fatias de pão de forma da marca são agradáveis e fofas. A analogia é eficaz
cobaias em laboratórios de todo o mundo) é, afinal, negativa. Se utilizarmos analogias mas encerra, do ponto de vista lógico, alguns problemas. Por exemplo, são ignoradas Uma vez que a vida é demasiado breve e as nossas capacidades intelectuais são limitadas,
fortes, colocamo-nos em terreno favorável. diferenças significantes entre os elementos que estão a ser comparados (almofadas e fatias não nos é possível investigar e descobrir tudo sozinhos. Somos, por isso, frequentemente
de pão). levados a argumentar apoiando-nos no trabalho e opinião de especialistas. Sem eles ser-
Argumentar por analogia pode parecer, à primeira vista, uma forma de raciocínio Dizemos, por isso, que se trata de uma analogia fraca ou de uma falsa analogia. nos-ia impossível reunir toda a informação e conhecimento que existe sobre o nosso
segura. Todavia, para que um argumento por analogia possa ser considerado forte, mundo.
devemos poder responder afirmativamente às duas primeiras perguntas do conjunto
que se segue e negativamente à terceira. → X (uma fonte com a obrigação de saber) diz A. Logo, A é verdade.

→ As semelhanças apontadas são relevantes para a conclusão? Uma fonte tanto pode ser uma pessoa como uma organização ou instituição.
→ A comparação tem por base um número razoável de semelhanças?
→ Não haverá diferenças importantes entre o que está a ser comparado?

2
17/03/2019

O DISCURSO ARGUMENTATIVO E PRINCIPAIS TIPOS DE O DISCURSO ARGUMENTATIVO E PRINCIPAIS TIPOS DE O DISCURSO ARGUMENTATIVO E PRINCIPAIS TIPOS DE
ARGUMENTOS E FALÁCIAS INFORMAIS ARGUMENTOS E FALÁCIAS INFORMAIS ARGUMENTOS E FALÁCIAS INFORMAIS

Argumentos de autoridade Argumentos de autoridade Principais tipos de falácias informais


Suponhamos que a APAV (Associação Portuguesa de Apoio à
Para que um argumento de autoridade possa ser considerado forte: Vítima), uma reputada instituição que tem como objetivo Uma das preocupações da lógica informal é a investigação e identificação de erros ou
apoiar as vítimas de crime, suas famílias e amigos, afirma que,
em Portugal, todos os anos milhares de crianças, mulheres e lapsos argumentativos não formais, conhecidos como falácias informais.
→ As fontes devem ser citadas. idosos são vítimas de violência doméstica, sob a forma de
maus tratos psicológicos e físicos. Logo, devemos admitir que
→ As fontes devem ser qualificadas para a afirmação. é verdade que o crime de violência doméstica, sob a forma de Da mesma maneira que há padrões típicos de argumentação informal legítima, também
→ As fontes devem ser imparciais. maus tratos há padrões típicos de argumentação informal falaciosa. Conseguir detetar estes
psicológicos e físicos, persiste em Portugal, atingindo milhares
→ Deverá existir acordo relativamente à informação. de vítimas a cada ano. raciocínios imperfeitos é uma competência argumentativa e filosófica importante. Mas
A APAV é uma autoridade qualificada para dados sobre nem sempre é fácil, até porque as falácias informais podem ser formas perfeitamente
violência doméstica, mas não, por exemplo, para os números
relativos ao pão consumido por ano pelos portugueses ou válidas de argumento, no que respeita à sua estrutura lógica.
para calcular a distância da Terra à Lua.

Vejamos alguns exemplos frequentes e particularmente enganosos.

O DISCURSO ARGUMENTATIVO E PRINCIPAIS TIPOS DE O DISCURSO ARGUMENTATIVO E PRINCIPAIS TIPOS DE O DISCURSO ARGUMENTATIVO E PRINCIPAIS TIPOS DE
ARGUMENTOS E FALÁCIAS INFORMAIS ARGUMENTOS E FALÁCIAS INFORMAIS ARGUMENTOS E FALÁCIAS INFORMAIS

Falácia contra a pessoa (ad hominem) Falácia contra a pessoa (ad hominem) Falácia do apelo à ignorância
Argumentar que uma afirmação é verdadeira/falsa, só
Atacar pessoalmente o opositor e não as suas afirmações. Atacar pessoalmente o opositor e não as suas afirmações. porque não se mostrou o contrário.

A falácia contra a pessoa ou ad hominem (do latim, dirigido à pessoa) Consiste em inferir que uma afirmação é verdadeira, uma vez que não
acontece quando se procura refutar determinado argumento denegrindo Na classificação clássica e mais generalizada deste tipo de falácia, distinguem-se três tipos se provou que seja falsa, ou vice-versa, isto é, concluir que é falsa dado
o seu autor e não o argumento em si mesmo. Trata-se de um ataque pessoal diferentes de argumentos ad hominem: que não se provou ser verdadeira. Acontece que a falta de prova não é prova do que
direto contra quem argumenta, isto é, contra o indivíduo, a pessoa. quer que seja.

→ X afirma A. X tem alguma característica reprovável. Logo, A é falso. → Ad hominem abusivos (quando se ataca o caráter da pessoa). → Ninguém provou que A é falsa. Logo, A é verdadeira.
Nenhum dos argumentos a favor da existência de Deus é indiscutivelmente sólido;
Os argumentos ad hominem são geralmente considerados falaciosos, uma vez que uma → Ad hominem circunstanciais (quando se referem circunstâncias da pessoa). logo, Deus não existe.
dada opinião pode estar correta, ainda que o seu autor seja mentalmente confuso, → Tu quoque (quando se invoca o facto de a pessoa não praticar o que diz).
hipócrita, indigno de confiança, desonesto, etc. Exemplos de argumentos ad hominem → Ninguém provou que A é verdadeira. Logo, A é falsa.
são frequentes, por exemplo, nas discussões políticas e nos debates jurídicos. Nenhum dos argumentos a favor da inexistência de Deus é indiscutivelmente sólido;
logo, Deus existe

3
17/03/2019

O DISCURSO ARGUMENTATIVO E PRINCIPAIS TIPOS DE O DISCURSO ARGUMENTATIVO E PRINCIPAIS TIPOS DE O DISCURSO ARGUMENTATIVO E PRINCIPAIS TIPOS DE
ARGUMENTOS E FALÁCIAS INFORMAIS ARGUMENTOS E FALÁCIAS INFORMAIS ARGUMENTOS E FALÁCIAS INFORMAIS

Falácia do apelo à ignorância Falácia da falsa relação causal Falácia da falsa relação causal
Argumentar que uma afirmação é verdadeira/falsa, só Assumir precipitadamente uma relação causal com base na Assumir precipitadamente uma relação causal com base na
porque não se mostrou o contrário. mera sucessão temporal. mera sucessão temporal.

Consideremos os dois exemplos propostos. Este argumento falacioso é um tipo particular de falsa causa Vejamos um exemplo. Corria o ano de 1811, quando o astrónomo
(conclusão discutível acerca de causas e efeitos) e resulta da convicção francês Honoré Flaugergues descobriu um cometa brilhante, visível a
Ninguém provou que A é falsa. Logo, A é verdadeira. de que dois eventos que ocorrem em sequência cronológica estão necessariamente olho nu. O cometa Flaugergues foi visível durante 9 meses, tornando-se num dos
Nenhum dos argumentos a favor da existência de Deus é indiscutivelmente sólido; logo, interligados através de uma relação de causa-efeito. Esta falácia é muito característica cometas com maior período de visibilidade da história da astronomia. Na mesma altura,
Deus não existe. das superstições. em Portugal era produzido um vinho do Porto que se revelaria de excelente qualidade,
→ O facto de não ter sido possível, até ao momento, provar a existência de Deus não nos classificado como um vintage de cinco estrelas. O nexo entre a qualidade do vinho do
autoriza a concluir pela sua inexistência. → Quando o evento A acontece, em seguida o evento B também ocorre. Portanto, o Porto de 1811 (conhecido como Cometa) e o grande cometa do mesmo ano parecia
evento A é causa do evento B. assim perfeita – uma colheita excecional só poderia ter resultado da passagem de um
cometa notável.
Ninguém provou que A é verdadeira. Logo, A é falsa.
Nenhum dos argumentos a favor da inexistência de Deus é indiscutivelmente sólido; logo, Porém, o facto de um evento ocorrer depois de um outro, por si só, não justifica a crença
Deus existe. de que exista qualquer ligação entre ambos.
→ O facto de não ter sido possível provar, até ao momento, a inexistência de Deus não nos
autoriza a concluir pela sua existência.

O DISCURSO ARGUMENTATIVO E PRINCIPAIS TIPOS DE O DISCURSO ARGUMENTATIVO E PRINCIPAIS TIPOS DE O DISCURSO ARGUMENTATIVO E PRINCIPAIS TIPOS DE
ARGUMENTOS E FALÁCIAS INFORMAIS ARGUMENTOS E FALÁCIAS INFORMAIS ARGUMENTOS E FALÁCIAS INFORMAIS

Falácia da petição de princípio Falácia da derrapagem (ou bola de neve) Falácia da derrapagem (ou bola de neve)
Usar implicitamente a conclusão do argumento como Assumir que se dermos um pequeno passo numa dada direção Assumir que se dermos um pequeno passo numa dada direção
premissa. não conseguiremos evitar ser conduzidos a um passo muito não conseguiremos evitar ser conduzidos a um passo muito
mais substancial na mesma direção. mais substancial na mesma direção.
Um argumento é uma petição de princípio quando – explícita ou
implicitamente – a verdade da conclusão é pressuposta pelas premissas. A metáfora da derrapagem é frequentemente usada para clarificar esta Vejamos um exemplo.
Para aceitar as premissas do argumento teremos de aceitar previamente a sua conclusão. falácia: se dermos um pequeno passo num declive íngreme, corremos o risco de dar Se não praticarmos desporto ou qualquer outra atividade física, não demorará muito
A petição de princípio é o tipo de argumentação a rejeitar por se tratar de um argumento por nós a deslizar a uma velocidade crescente e progressivamente incontrolável e tempo até começarmos a engordar. Se começarmos a engordar, é certo que nos
circular ou vicioso. assustadora. A determinada altura, à medida que descemos, deixaremos de ser transformaremos rapidamente em pessoas obesas. Desenvolveremos diabetes,
capazes de parar, mesmo que queiramos. problemas nas articulações e estaremos condenados a ter pouca qualidade de vida,
→ A. Logo, A. acabando por morrer muito jovens. Portanto, devemos praticar desporto.
→ X defende a posição A. Y encadeia de forma exagerada consequências que podem
Vejamos um exemplo. resultar se se aceitar A.
Suponhamos que Platão nos convida a aceitar uma qualquer afirmação de Sócrates com
base no seguinte argumento: «Sócrates quando discursa não mente. Sócrates está a
discursar neste momento. Logo, Sócrates diz a verdade». Aceitar a verdade da premissa
«Sócrates quando discursa não mente» exige, à partida, que admitamos a conclusão:
«Sócrates diz a verdade».

4
17/03/2019

O DISCURSO ARGUMENTATIVO E PRINCIPAIS TIPOS DE O DISCURSO ARGUMENTATIVO E PRINCIPAIS TIPOS DE O DISCURSO ARGUMENTATIVO E PRINCIPAIS TIPOS DE
ARGUMENTOS E FALÁCIAS INFORMAIS ARGUMENTOS E FALÁCIAS INFORMAIS ARGUMENTOS E FALÁCIAS INFORMAIS

Falácia do boneco de palha (ou espantalho) Falácia do boneco de palha (ou espantalho) Falácia falso dilema
Caricaturar uma opinião oposta para que assim seja mais Caricaturar uma opinião oposta para que assim seja mais Reduzir as opções possíveis a apenas duas.
fácil refutá-la. fácil refutá-la.
A falácia do falso dilema acontece quando se ignoram alternativas,
É uma das táticas falaciosas mais repetidas na comunicação e no debate Por exemplo, contra um oponente que se apresenta como defensor da quando se reduzem as opções possíveis a apenas duas, muitas
quotidianos. Consiste em começar por deturpar o sentido das afirmações preservação de uma determinada floresta começa-se por enfraquecer a vezes claramente opostas e injustas para o interlocutor, quando se
adversárias, reconstruindo-as numa perspetiva enganadora e dificilmente sustentável, sua posição apresentando-a como o desejo de converter todo o planeta num lugar insiste que só temos duas opções mutuamente exclusivas.
claramente mais fraca, a fim de poder refutá-las mais facilmente. exclusivamente natural onde não há lugar para a industrialização. Este boneco de palha,
anunciado como se fosse de facto a posição defendida pelo oponente, é seguidamente → Ou A ou B (ignorando-se outras alternativas). Não é A. Logo, B.
→ X defende a posição A. Y apresenta a posição B (que é uma perspetiva distorcida da derrubado sem grande esforço argumentativo.
posição A). Y ataca a posição B. Logo,a proposição A é incorreta. Os falsos dilemas são muito comuns em política: «Ou votam em mim ou será o caos»,
«Ou temos armas nucleares ou corremos o risco de ser atacados», «Quem não é por
César é contra César», etc. Surgem, por vezes, camuflados sob perguntas retóricas: «Está
Vossa Excelência do nosso lado ou do lado das forças do mal?!». Os políticos usam
frequentemente falsos dilemas quando pretendem fazer-nos aceitar conclusões que não
queremos admitir.

O DISCURSO ARGUMENTATIVO E PRINCIPAIS TIPOS DE O DISCURSO ARGUMENTATIVO E PRINCIPAIS TIPOS DE O DISCURSO ARGUMENTATIVO E PRINCIPAIS TIPOS DE
ARGUMENTOS E FALÁCIAS INFORMAIS ARGUMENTOS E FALÁCIAS INFORMAIS ARGUMENTOS E FALÁCIAS INFORMAIS

Falácia falso dilema Falácia da generalização precipitada Falácia da amostra não representativa
Reduzir as opções possíveis a apenas duas. Consiste em extrair uma conclusão com base num número muito limitado de Quando a generalização é feita a partir de dados insuficientes para sustentar
casos, ou seja, numa amostra insuficiente. essa generalização.
Quando as duas opções apresentadas não são de facto mutuamente
exclusivas, isto é, quando existem outras alternativas, devemos Por exemplo: Por exemplo:
rejeitar o argumento por se tratar de um falso dilema. 1. Fred, o australiano, roubou a minha carteira. Portanto, os australianos são ladrões. 1. Para ver como os canadianos vão votar na próxima eleição, entrevistámos cem pessoas
Vejamos um exemplo. (É evidente que não devemos julgar os australianos tendo por base um exemplo.) em Calgary. Isso mostra, de forma conclusiva, que o Partido da Reforma vai varrer as
eleições.
O objetivo do anunciante é apoiar publicamente os testes em animais, valendo-se 2. Perguntei a seis dos meus amigos o que pensavam das novas restrições ao consumo e (As pessoas em Calgary tendem a ser mais conservadoras, portanto, mais propensas a
para isso de um falso dilema: ou temos testes em animais ou morrem crianças. eles concordaram que é uma boa ideia. As novas restrições são, portanto, populares. votar no Partido da Reforma, que é conservador, do que as outras pessoas do resto do
Existem, todavia, alternativas que foram intencionalmente ignoradas no anúncio. país.)
Stephen Downes. Stephen’s Guide to the Logical Fallacies (adaptado).
2. As maçãs de cima da caixa parecem boas. Todas as maçãs desta caixa devem ser boas.
(As maçãs podres, claro, estão escondidas no fundo.)

Stephen Downes. Stephen’s Guide to the Logical Fallacies (adaptado).

Cartaz publicitário da Foundation for Biomedical Research (EUA).

5
17/03/2019

O DISCURSO ARGUMENTATIVO E PRINCIPAIS TIPOS DE O DISCURSO ARGUMENTATIVO E PRINCIPAIS TIPOS DE


ARGUMENTOS E FALÁCIAS INFORMAIS ARGUMENTOS E FALÁCIAS INFORMAIS

Falácia da falsa analogia Falácia ad populum


Ocorre quando o número de objetos comparados é reduzido, as semelhanças Ocorre quando se sustenta que uma proposição é verdadeira por ser aceite
entre si são escassas e pouco ou nada relevantes. como verdadeira por uma parte significativa da população.

«Os estudantes deviam ser autorizados a consultar os seus apontamentos durante os


testes. Afinal, os cirurgiões levam radiografias para se guiarem durante uma operação, os
advogados consultam as suas anotações durante um julgamento, os construtores têm
plantas que os orientam na construção de uma casa. Então, por que razão os estudantes
não estão autorizados a consultar os seus apontamentos durante um exame?»

Max Shulman, “Love is a fallacy”. In Fred D. White e Simone J. Billings (2013),


The Well-Crafted Argument. Boston: Cengage Learning, pp. 184-192.

Esta afirmação é desmentida pelo estudo do Alto Comissariado para as Migrações, que
situa em 33.5% a percentagem de famílias ciganas beneficiárias do Rendimento Social
de Inserção (RSI).

Вам также может понравиться