Академический Документы
Профессиональный Документы
Культура Документы
Também nesta ocasião, foi feita uma lista para os vinhos de Sauternes
e Barsac, dois AOC´s (denominações de origem) para vinhos de
sobremesa, seguindo a mesma metodologia, mas criando apenas dois
níveis: Premier e Deuxième Cru. O Château D´Yquem foi eleito o
melhor dos melhores, sendo classificado como um Premier Cru
Superiéur.
Essa qualificação, com base nos preços da época, foi dada para
os châteaux e não para a propriedade. E apenas para o primeiro vinho,
o chamado Grand Vin, que é o rótulo mais importante e leva o nome
do Château. Os demais vinhos produzidos pela vinícola podem ter um
nome que remeta ao château, mas não pode ser o mesmo do vinho
principal, que foi classificado.
Claro que muita coisa mudou desde 1855, mas de lá para cá, como
falei no post citado, só houve uma alteração, que foi o upgrade do
Mouton Rothschild de 2éme para 1er Cru, em 1973, depois de muito
lobby por parte da família. Por isso que esta classificação é tão
criticada. Claro que os Premiers continuam fazendo vinhos
extraordinários, mesmo em safras fracas. Mas há outros Châteaux que
poderiam ter subido na escala e outros que poderiam ter até perdido
classificação. Sendo assim, é possível encontrar um 5ème Cru que
está subvalorizado e outro 2ème ou 3ème que está supervalorizado.
Na época, também, as sub-regiões de Saint-Émilion e Pomerol não
eram muito conhecidas. Os produtores locais eram considerados
fazendeiros e não vinicultores.
O Grand Vin, ou primeiro vinho, do Château Talbot com o termo "Grand Cru Classé" e o segundo vinho, que não tem
o termo Château no rótulo.
Passados quase 100 anos, a região de Graves solicitou ao INAO
(Institut National des Appellations d'Origine) que fosse criada uma
lista classificatória para os vinhos da região, que foi finalizada em
1959. Como em Graves também é permitida a produção de vinhos
brancos, a lista contempla tintos e brancos secos. Não há hierarquia
nesta listagem. Todos os vinhos são considerados “Cru Classés” e
todos estão dentro de Péssac-Leognan AOC. Alguns produtores
produzem apenas tintos e outros apenas brancos, mas alguns podem
produzir ambos.
Outra classificação do Médoc é a Cru Bourgeois, que deriva das
famílias burguesas que viviam em Bordeaux, desde a Idade Média. Por
volta do século XV, estas famílias, que trabalhavam com o comércio,
enriqueceram bastante e compraram algumas das melhores
propriedades da região. Mesmo sendo conhecidos em 1855, quando
havia em torno de 200 a 300 châteaux pertencentes às famílias
burguesas e conhecidos como Cru Bourgeois, foi somente em 1932
que foi criada uma lista oficial pelos corretores de Bordeaux, sob a
supervisão da Câmara de Comércio e da Câmara de Agricultura do
Gironde. Na época, foram classificados 444 vinhos, que podiam
colocar o termo “Cru Bourgeois” em seus rótulos.
Era para ser uma classificação anual, mas houve alterações apenas
em 2003, 2006 (quando criaram as categorias de Cru Bourgeois
Supérior e Cru Bourgeois Exceptional), 2008 e 2010, quando
revogaram as categorias adicionais. Depois de muitas controvérsias
por parte daqueles que perderam status ou por aqueles que não
ficaram no nível que gostariam, foram estabelecidas regras claras e
isentas. Um comitê independente deve provar os vinhos anualmente,
dois anos após a colheita.