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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE DO EGRÉGIO

SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA.

ELISEU SIMÃO DA SILVA, já qualificado por seu advogado


que esta subscreve nos autos da Apelação Criminal nº. 0000310-85.2008.8.12.0011,
vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, vem respeitosamente, à presença
de Vossa Excelência, opor:

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, com fundamento no artigo


619 do Código de Processo Penal, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas.

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I - DOS FATOS

No acordão proferido por V. Exa., existe uma omissão sobre a


imprecisão, tanto na denúncia quanto na sentença, que levassem a um juízo de certeza
quanto, condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes, em que
os crimes foram supostamente cometidos ou mesmo se a ação delituosa se deu em
conjunto ou separadamente, nem o número de vezes foram cometidas, aliás sequer o
Ministério Público logrou êxito em indicar quando de fato, os supostos crimes
aconteceram, é justamente por isso e nesse ponto que reside o inconformismo do
recorrente.

Pois, mesmo apontando com maestria esses pontos que


consideramos falhos, na sentença condenatória, o tribunal a quo, sequer se dignou em
dar seguimento ao recurso para que pudesse ser analisado pela instância superior, e com
isso feriu de morte os preceitos constitucionais da ampla defesa e contraditório
corolários do Princípio do Devido Processo Legal.

II - DO CABIMENTO

Em um Estado Democrático de Direito, a garantia da jurisdição


e, principalmente, o princípio constitucional da fundamentação das decisões (previsto
no artigo 93, IX da CR/88), não admitem a prolação de “qualquer” decisão. É
fundamental que o ato decisório possua requisitos mínimos (clareza, coerência, lógica e
exaustividade), sob pena de invalidade:

“A decisão deve ser passível de ser compreendida, por


elementar, sob pena de tornar-se um mero rebusqueio inútil de teses jurídicas sem
nenhum valor ou utilidade. Da mesma forma que a acusação deve ser clara, coerente e
lógica, sob pena de inépcia e rejeição liminar, a decisão deve revestir-se desses
mesmos atributos (infelizmente, para o direito processual, não existem sentenças
ineptas). A exaustividade da decisão significa que é dever do juiz analisar e decidir
acerca de todas as teses acusatórias e defensivas, acolhendo-as ou não, mas sempre
enfrentando e fundamentando cada uma, sob pena de omissão e, dependendo da
gravidade, gerar um ato defeituoso insanável (nulo, portanto). ”

Assim, havendo qualquer uma dessas irregularidades em uma


determinada decisão, a parte deverá impugná-la através de Embargos Declaratórios,
permitindo que o magistrado esclareça ou supra eventuais omissões.

Por este motivo, tais embargos, que possuem efeito regressivo,


permitindo uma nova análise do Juízo a quo mesmo após esgotada sua jurisdição, se
caracterizam como “instrumentos a serviço da eficácia da garantia da motivação das
decisões judiciais, pois as partes têm o direito fundamental de saber o que o juiz
decidiu, como e por que”

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Os embargos de declaração são previstos em primeira, quanto
em segunda instância, conforme os artigos 382 e 619, ambos do Código de Processo
Penal. Vejamos:

“Art. 382. Qualquer das partes poderá, no prazo de 2 (dois)


dias, pedir ao juiz que declare a sentença, sempre que nela houver obscuridade,
ambiguidade, contradição ou omissão.”

“Art. 619. Aos acórdãos proferidos pelos Tribunais de


Apelação, câmaras ou turmas, poderão ser opostos embargos de declaração, no prazo
de dois dias contados da sua publicação, quando houver na sentença ambiguidade,
obscuridade, contradição ou omissão.”

Desta forma, toda decisão judicial, ainda que irrecorrível, é


passível de embargos declaratórios (como ocorre, por exemplo, com as decisões
interlocutórias simples), bastando que contenha uma obscuridade (decisão confusa),
ambiguidade (decisão com mais de uma interpretação, imprecisa), contradição (decisão
cujo conteúdo é incompatível) ou omissão (decisão que não enfrenta todas as teses e
pedidos arguidos pelas partes), de modo que, perfeitamente cabível o presente recurso.

III - DA TEMPESTIVIDADE

O prazo para interposição de embargos de declaração, em regra


é de 02 (dois) dias, independente da instância de interposição, contado a partir da
intimação da decisão em primeira instância ou da publicação do Acórdão no âmbito dos
Tribunais.

Além disso, deve-se levar em conta que, no processo penal, a


contagem do prazo se inicia com o ato em si (seja ele de citação, intimação ou
publicação) e não com a juntada aos autos do respectivo mandado, nos termos do art.
798, § 5º a do CPP.

Assim, considerando que a intimação da recorrente se ocorreu


no dia 07 de fevereiro de 2017, tem-se por tempestivo o presente recurso.

IV - DO MÉRITO

Trata-se de sentença omissa, eis que, conforme já exposto


anteriormente, não houve nenhuma manifestação a respeito do pedido preliminar de
nulidade absoluta do processo por cerceamento de defesa, tampouco sobre a imprecisão,
tanto na denúncia quanto na sentença, que levassem a um juízo de certeza quanto,
condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes, em que os crimes
foram supostamente cometidos ou mesmo se a ação delituosa se deu em conjunto ou
separadamente, nem o número de vezes foram cometidas, aliás sequer o Ministério
Público logrou êxito em indicar quando de fato, os supostos crimes aconteceram, é
justamente por isso e nesse ponto que reside o inconformismo do recorrente.

Desse modo, tem-se que tais omissões devam ser supridas.

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V - DO PEDIDO

Isso posto, requer sejam conhecidos e providos os presentes


embargos, com a manifestação a respeito do tema objeto da omissão alegada,
atendendo-se aos pedidos não apreciados, como medida de inteira justiça.

Requer, outrossim, a fim de evitar ofensa ao contraditório, a


intimação do embargado para manifestação no prazo de dois dias.

Termos em que, pede deferimento.

Cuiabá-MT, 20 de março de 2019.

Rodrigo Moreira Marinho


OAB/MT nº 18.791.

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