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MARÇO DE 2012
Métodos de Explotação
Professores: Marlis Elena Ramírez Requelme e Edson Neves dos Santos
SUMÁRIO
Pg.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES ............................................................................................ iii
UNIDADE I: INTRODUÇÃO AOS MÉTODOS DE EXPLOTAÇÃO ....................... 1
1.1 Introdução. Importância. Conceitos básicos ................................................................. 1
1.2 Fases do empreendimento de mineração ...................................................................... 2
1.3 Fases da mineração ....................................................................................................... 4
1.4 Estudo para a escolha do método de explotação ........................................................... 7
1.4.1 Principais exigências para a explotação de uma jazida ........................................ 11
1.4.2 Princípios e regras fundamentais da explotação mineira ..................................... 12
1.4.3 Classificação dos métodos de explotação ............................................................... 13
UNIDADE II: OPERAÇÕES MINEIRAS ..................................................................... 16
2.1 Operações fundamentais e ciclos .................................................................................. 16
2.1.1 Ciclo de produção ..................................................................................................... 17
2.2 Operações de produção ................................................................................................. 17
2.2.1 Preparação das rochas para sua extração através de métodos explosivos
(massas minerais coerentes) ............................................................................................. 18
2.2.2 Preparação das rochas para sua extração com escarificadores mecânicos
(ruster, rippers) .... .............................................................................................................. 20
2.2.3 Arranque - carregamento / escavação - carregamento. Princípios e escolha de
equipamentos ..................................................................................................................... 22
2.2.4 Transporte de cargas (estéril/minério) - arrasto e içamento. Principio e
escolha de equipamentos .................................................................................................. 28
2.3 Operações auxiliares - classificação. Importância ........................................................ 35
2.3.1 Drenagem da mina - controle de águas superficiais e subterrâneas ................... 37
2.3.2 Operações auxiliares em minas subterrâneas ....................................................... 37
UNIDADE III: LAVRA A CÉU ABERTO ..................................................................... 41
3.1 Generalidades sobre a lavra a céu aberto ...................................................................... 42
3.1.1 Conceitos mineiro-técnicos e terminologia ............................................................ 41
3.1.2 Aplicabilidade. Classificação das jazidas minerais explotáveis ........................... 42
3.1.3 Vantagens e desvantagens comparativas ............................................................... 43
3.2 Lavra a céu aberto: Etapas operacionais ....................................................................... 44
3. 2.1 Etapas básicas de trabalho ..................................................................................... 45
3.2.2 Processos mineiros de produção. Ciclo de operações unitárias ........................... 45
3.3 Deposição de estéril ...................................................................................................... 47
3.3.1 Introdução ................................................................................................................. 47
3.3.2 Aterros de terras de cobertura ............................................................................... 49
3.3.3 Aterros de estéreis (bota foras) ............................................................................... 49
3.3.4 Critérios e fatores para o dimensionamento e construção dos depósitos de
estéril .................................................................................................................................. 50
3.3.5 Configuração do depósito de estéril ............................................................................. 54
3.3.6 Estabilidade de um depósito de estéril ......................................................................... 57
3.3.7 Processo construtivo ................................................................................................ 60
3.3.8 Disposição do material. Formação das pilhas de estéril ....................................... 61
3.3.9 Seleção preliminar do tipo e geometria de pilha ................................................... 67
3.4 Métodos de lavra a céu aberto. Classificação ............................................................... 71
3.4.1 Lavra por bancadas ................................................................................................. 71
3.4.2 Lavra por tiras ......................................................................................................... 76
3.4.3 Lavra de pláceres ..................................................................................................... 78
3.4.4 Profundidade dos trabalhos a céu aberto (profundidade final da mina) ............ 85
i
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Pg.
UNIDADE IV: LAVRA SUBTERRÂNEA ..................................................................... 89
4.1 Generalidades sobre a lavra subterrânea ....................................................................... 89
4.2 Lavra subterrânea. Etapas operacionais ........................................................................ 90
4.2.1 Etapas básicas de trabalho ...................................................................................... 90
4.2.2 Processos mineiros de produção no ataque de arranque. Ciclo de operações
unitárias ............................................................................................................................. 92
4.3 Métodos de lavra subterrânea. Classificação ................................................................ 95
4.3.1 Alargamentos Abertos ............................................................................................. 98
4.3.2 Alargamentos Conservados ..................................................................................... 110
4.3.3 Alargamentos abatidos ............................................................................................ 113
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................ 123
ii
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LISTA DE ILUSTRAÇÕES
FIGURAS Pg.
Figura 1.1 - Dos exemplos de minas. (a) Mina de bauxita da ALCOA - Poços de
Caldas - MG e (b) Minas de ferro da VALE - Carajás. PA. ........................ 2
Figura 1.2 - Esquema de um empreendimento de mineração .......................................... 4
Figura 1.3 - Fases da mineração ....................................................................................... 4
Figura 2.1 - Fluxo de operações mineiras. (a) MRN, (b) VALE ..................................... 16
Figura 2.2 - Ciclo de produção ......................................................................................... 17
Figura 2.3 - Perfuração das rochas. Componentes operacionais ...................................... 23
Figura 2.4 - Representação de um “ripper” ...................................................................... 21
Figura 2.5 - Equipamentos para decapeamento e escavação convencional em bancadas
a céu aberto ................................................................................................... 24
Figura 2.6 - Tipos de dragas ............................................................................................. 24
Figura 2.7 - LHDs (Load - haul - dump) .......................................................................... 25
Figura 2.8 - Operações fundamentais de uma explotação de rocha industrial ................. 26
Figura 2.9 - Tipos de TBMs (Tunnel Boring Machines) ………………………………. 27
Figura 2. 10 (a) TBM (Tunnel Boring Machine). (b) Minerador alpine (AM-85) ……... 27
Figura 2.11- Equipamentos de transporte a céu aberto ..................................................... 30
Figura 2.12- Equipamentos de transporte subterrâneo ...................................................... 31
Figura 2.13- Equipamentos de transporte contínuos ......................................................... 32
Figura 2.14- Circuito de ventilação com uma simulação de fluxo de ar .......................... 38
Figura 2.15- Diagrama esquemático da ventilação nas frentes de trabalho. ..................... 38
Figura 3.1 - Elementos da mina a céu aberto ................................................................... 42
Figura 3.2 - Tipos fundamentais de jazidas minerais úteis que se lavram a céu aberto .. 44
Figura 3.3 - Tipos de pilhas de estéril atendendo as formas naturais do terreno ............. 52
Figura 3.4. - Tipos de bota-foras segundo a sequência de construção .............................. 54
Figura 3.5 - Aterro confinante de estabilização (fase de espalhamento e compactação) 59
Figura 3.6 - Pilha executada por via seca pelo método descendente ............................... 62
Figura 3.7 - Pilha executada por via seca pelo método ascendente (fase de lançamento) 63
Figura 3.8 - Pilha executada por via seca pelo método ascendente (fase de
empilhamento e compactação) ..................................................................... 63
Figura 3.9 - Pilha executada por via seca pelo método ascendente de bancada (fase de
lançamento) .................................................................................................. 63
Figura 3.10- Pilha executada por via seca pelo método ascendente (fase de
retadulamento) .............................................................................................. 64
Figura 3.11- Seção típica de uma pilha de estéril ............................................................. 64
Figura 3.12- Seção típica de retadulamento de uma pilha de estéril ................................ 65
Figura 3.13- Tipos de drenagem ....................................................................................... 69
Figura 3.14- Representação de uma bancada .................................................................... 72
Figura 3.15- Elementos de uma bancada .......................................................................... 73
Figura 3.16- Avanço de uma bancada ............................................................................... 73
Figura 3.17- Típico desmonte em flanco de encosta ........................................................ 75
Figura 3.18- Típico desmonte em cava ............................................................................. 75
Figura 3.19- Esquema da lavra por tiras ........................................................................... 77
Figura 3.20- Explotação manual de um plácer aurífero .................................................... 79
Figura 3.21- Tipos de dragas mecânicas ........................................................................... 80
Figura 3.22- Tipos de dragas hidráulicas .......................................................................... 81
Figura 3.23- Monitor hidráulico ........................................................................................ 82
Figura 3.24- Corte de uma explotação com arranque hidráulico ...................................... 83
iii
Métodos de Explotação
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TABELAS Pg.
Tabela 1.1 - Classificação dos métodos de explotação .................................................... 14
Tabela 2.1 - Escala de Protodiakonov .............................................................................. 18
Tabela 2.2 - Classificação dos métodos de fragmentação baseados sobre a forma de
energia aplicada ............................................................................................ 19
Tabela2.3 - Classificação dos métodos de escavação carregamento e equipamentos ..... 23
Tabela 2.4 - Classificação dos métodos de arrasto, içamento e equipamentos ................ 29
Tabela 2.5 - Comparação entre as unidades principais de arrasto .................................... 33
Tabela 2.6 - Classificação das operações auxiliares em mineração ................................. 36
iv
Métodos de Explotação 1
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INTRODUÇÃO
CONCEITOS BÁSICOS
* Mina: escavação desenvolvida para a extração de bens minerais. A partir do momento que a
jazida começa a ser lavrada, ela passa a ser denominada de mina (Figura 1.1).
* Mineral: é um elemento ou composto químico homogêneo, que apresenta composição
química definida dentro de certos limites e estrutura atômica característica, cristalizados e
formados naturalmente por meio de processos geológicos inorgânicos. Ex: quartzo.
* Minério: toda substância ou agregado de minerais (rochas ou solo), que pode ser
aproveitado economicamente. Ex: bauxita. Mineral-minério é qualquer mineral do qual se
pode extrair economicamente uma ou mais substâncias químicas, simples ou complexas. Ex:
hematita (Figura 1.1a).
* Rocha: qualquer agregado natural constituído de um ou mais tipos de partículas minerais.
As rochas são constituídas por um ou mais minerais. Ex. granito.
Métodos de Explotação 2
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* Encaixante: diz-se das rochas que se situam externamente ao corpo mineral, nas quais o
mesmo se encaixou. Se a intrusão é inclinada à rocha do topo é denominada capa e a da base,
lapa.
* Estéril: rocha ou solo que ocorre dentro do corpo de minério ou externamente ao mesmo,
sem valor econômico, que é extraído na operação de lavra para o aproveitamento do minério.
Neste caso o conceito de estéril, tal como se aplica aos conceitos de jazida e minério, dada sua
conotação econômica pode variar no tempo, o que é estéril numa época pode representar
minério em outra (Figura 1.1b).
* Rejeito: material que resulta como “sem valor econômico” no processo de concentração
mineral. Em geral, exibem granulometria de areia até argila, tendo sido britados e moídos no
beneficiamento mineral. Normalmente, é descartada das usinas de concentração na forma de
polpa, mistura de sólidos + água, e contidos por uma barragem ou dique.
a) b)
Figura 1.1 - Exemplo de minas. (a) Mina de bauxita da ALCOA - Poços de Caldas - MG
(Foto Sílvio Leossi) e (b) Minas de ferro da VALE - Carajás. PA.
PROSPECCÇÃO
EXPLORAÇÃO
DESENVOLVIMENTO
LAVRA (EXPLOTAÇÃO)
A fase de explotação não somente representa a finalização das três fases anteriores
(prospecção, exploração, desenvolvimento), mais também o processo final que justifica as três
fases prévias e a quinta fase, o fechamento e restauração do local da mina. Embora, alguma
exploração e o desenvolvimento continuam durante a fase de explotação, o objetivo principal
da explotação de uma jazida é a extração sistemática de minérios e/ou substâncias minerais
(produção de minerais), de tal forma que sua comercialização proporcione para a empresa de
mineração o retorno econômico esperado (utilidade). Neste processo de produção, são
empregadas várias operações de extração: operações de produção (ciclo de produção) e
operações auxiliares ou de apoio.
Explotação é a atividade posterior à prospecção e pesquisa, envolve o reconhecimento,
a preparação e a extração industrial do minério bruto (minério, estéril ou substâncias
minerais), do solo ou subsolo, bem como o seu tratamento e transformação, quando
processados em anexos mineiros (usina). O método ideal de lavra seria aquele que permitisse
o aproveitamento mais lucrativo, completa extração, máxima segurança e higiene e, um
mínimo de perturbação ambiental. Esta pode ser de quatro tipos:
- A céu aberto;
- Subterrânea;
- A partir de perfurações;
- Hidráulica.
Métodos de Explotação 7
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RECUPERAÇÃO
MÉTODO DE EXPLOTAÇÃO
CARACTERÍSTICAS GEOTÉCNICAS
CONDIÇÕES ECONÔMICAS
FATORES TECNOLÓGICOS
PREOCUPAÇÃO AMBIENTAL
Os fatores mais importantes que se devem levar em conta para escolher ou eleger o
método de explotação adequado podem ser agrupados em fatores e critérios de seleção
seguintes:
Fatores de Seleção:
Critérios de Seleção:
- Rendimento e produtividade
- Segurança do pessoal e produtividade
- Recuperação (extração)
- Porcentagem de reservas (cubagem)
- Reservas in situ: seletividade, diluição, simplicidade, custos (inversão, operação).
Para tal é necessário ter em consideração inúmeros aspectos resumidos nas regras
fundamentais da explotação:
Uma primeira análise dos quatro princípios anteriormente enunciados poderá levar à
conclusão de que atuam em sentido inverso, já que uma explotação muito segura pode ser
cara e de mau aproveitamento, ou que uma lavra muito econômica pode ser perigosa e
ambientalmente opressiva.
Desta maneira pode-se referir que uma das características que melhor define a
perfeição de explotação mineira é o grau de equilíbrio conseguido entre os quatro princípios
fundamentais. A correta aplicação do método de explotação é importante, O que se torna
fundamental é a sua correta aplicação, sendo preferível um método regular, bem aplicado e
com continuidade, do que um método "ótimo", mas que não é corretamente desenvolvido,
imperfeitamente aplicado ou deficientemente gerado.
A economia global é uma regra importante na medida em que qualquer tentativa
exagerada de minimização de custos numa dada operação (por exemplo, no desmonte) irá
refletir-se de uma forma negativa numa operação subsequente (por exemplo, na britagem).
Deste modo o esforço tendente à redução do preço de custo do produto deve ser feito de um
modo geral considerando o circuito global (explotação - beneficiamento) e não apenas uma
parte.
O aperfeiçoamento permanente é sem dúvida uma regra que condiciona todo o
processo técnico e/ ou humano. O aproveitamento de fatores naturais, ocorrentes na área da
jazida, pode determinar substanciais econômicas, caso sejam tomadas em consideração na
aplicação do método de explotação.
Tabela 1.1 Classificação dos métodos de explotação (Hartman, L.H. & Mutmansky J.M.
2002).
Local Classe Subclasse Método Minérios Custos
Relativos
(%)
*
Superfície Mecânico - Open pit (Bancadas em Metais, não 5
(céu aberto) flanco e em cava) metais
Pedreiras Não metais 100
*
Open cast (Lavra por Carvão, 10
tiras) não metais
Auger mining Carvão 5
Aquoso Plácer Hidráulico Metais, não 5
metais
Dragagem Metais, não <5
metais
Solução Borehole mining Não metais 5
*
Lixiviação Metais 10
Subterrâneo Alargamentos *Câmaras e pilares Carvão, 20
Abertos não metais
Salões e pilares Metais, não 10
metais
Shrinkage stoping Metais, não 45
metais
*Sublevel stoping Metais, não 20
metais
Alargamentos - *Corte e enchimento Metais 55
Conservados
Stull stoping Metais 70
Estruturas retangulares Metais 100
Abatimento *Lonwall stoping Carvão 15
Abatimento por subníveis Metais 15
*Abatimento em bloco Metais 10
*
Métodos de explotação mais importantes e comumente usados.
consolidados como areia comum, cascalho, cascalho contendo Au, Sn, diamantes, Pt, Ti ou
carvão. Já a lavra hidráulica utiliza a injeção direta no corpo de minério de jatos de água a
pressão para sua remoção através da ação erosiva da água. A dragagem é executada com
dragas flutuantes completando a extração mecânica ou hidráulica. Métodos de extração por
solução incluem furos longos (borehole mining) na extração de cloreto de Na ou enxofre e
lixiviação através de furos, montes ou entulho empilhados sobre a superfície.
Lavra de pláceres e mineração por solução estão entre os mais econômicos de todos os
métodos de explotação, porém somente podem ser aplicados em limitadas categorias de
depósitos minerais.
A lavra subterrânea normalmente é classificada em três categorias de métodos:
alargamentos abertos; sem escoramentos (unsupported stopes), alargamentos conservados:
com escoramentos (supported stopes) e alargamentos abatidos (caving stopes). Os métodos de
lavra subterrânea se diferenciam por o tipo de sustentação (escoramento) usados em paredes e
tetos, pela configuração e tamanho das aberturas para produção e direção e progressão das
operações mineiras.
Métodos de Explotação 16
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O ciclo de produção para extração de minerais emprega unidades unitárias que são
normalmente agrupadas em: escavação - carregamento (arranque - carregamento) e transporte
- descarregamento. Para a escavação de recursos minerais de elevada resistência (minerais
coerentes) é preciso desenvolver atividades de perfuração e detonação, denominada etapa de
fragmentação das rochas. Já, depósitos brandos (minerais incoerentes), são escavados
diretamente por métodos mecânicos, compreendem atividades de arrasto e carregamento
(transporte horizontal) e algumas vezes atividades de içamento (transporte vertical ou
inclinado).
Métodos de Explotação 17
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Com base no grau dificuldade que apresentam as rochas para sua extração,
convencionalmente se classificam em 5 grupos: ao primeiro grupo pertencem as rochas com
coeficiente de resistência, de acordo com a escala de Protodiakonov, f = 1 - 2; ao segundo
grupo as rochas com coeficiente de resistência, f = 2 a 6; ao terceiro grupo com f = 6 - 10; ao
quarto grupo com f = 10 - 14; e ao quinto grupo as rochas com f > 14. (Tabela 2.1)
2.2.1 Preparação das rochas para sua extração através de métodos explosivos (massas
minerais coerentes)
A fragmentação das rochas tenta quebrar as rochas segundo o tamanho e forma desejáveis,
normalmente por energia química (dinamitando) ou por energia mecânica, hidráulica, ou
outras aplicações mais modernas de energia. A tabela 2.2 apresenta a classificação dos
métodos de fragmentação de acordo com forma de energia aplicada sobre a rocha.
Tabela 2.2 - Classificação dos métodos de fragmentação baseados sobre a forma de energia
aplicada.
Forma de energia Método Agente ou equipamento
aplicada
Química Detonação/explosão Explosivo de elevada energia,
agente de dinamitação, oxigênio
liquido, pólvoras negras.
Reação “Abrandamento” ou mitigação da
rocha, dissolução.
Mecânica Pneumático Ar comprimido ou cilindros de
dióxido de carbono.
Escarificadores mecânicos Lâmina de rippers, lâmina de
(rippers) bulldozers.
Impacto/choque Martelos hidráulicos, dispositivo
de pingar (gota).
Fluido Mineração de solos Monitores hidráulicos.
Mineração de rochas Jatos de água a pressão.
Elétrica Arco elétrico ou corrente Perfuração elétrica.
- Ataque térmico; perfuração térmica é um dos métodos modernos de escavação que tem
encontrado aplicação prática na fragmentação das rochas. Compreende métodos de chama,
plasma, fluidos quentes, fusão, congelamento.
- Ataque fluido: empregando fluido hidráulico para o ataque do depósito mineral, foi um
método produtivo de mineração por mais de um século. Sua aplicação principal foi em
depósitos de plácer a través do uso de monitores hidráulicos. Também jatos de água a pressão
foram aplicados mais recentemente para mineração de carvão e outros materiais consolidados.
Neste caso, contudo, a ação é mais de fragmentação que de penetração das rochas.
- Métodos modernos de ataque: embora fossem aplicados outros métodos de penetração das
rochas, quase todos são considerados pelos cientistas em fase experimental. Podem ser
mencionados métodos sônicos (vibração), químicos (explosão, reação), elétricos (arco elétrico
ou corrente, irradiação de eletros, indução eletromagnética), luminosos (laser), nuclear
(fendimento, fusão).
Métodos de Explotação 20
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(curvados, retos, combinados) penetram no solo executando seu arranque o qual aumenta a
eficiência do implemento. Cada dente pode desenvolver uma potência de 23000 Kg.
Os dentes estão inclinados para frente e seu extremo está constituído por uma peça
removível. Para obter o rendimento máximo, é necessário que os dentes do ripper penetrem
quase totalmente no solo, quando não é possível, é quase sempre por influência da pressão
vertical ou do esforço de tração, solucionando-se este problema com a redução do número de
dentes, às vezes é necessário aumentar o peso do equipamento através de uma sobrecarga de
grava.
Quando o ripper antecede a um scraper, é mais efetivo empregar dois dentes que
facilita um melhor enchimento do scraper.
O ripper é muito eficaz para trabalhos de preparação, de desmonte e de limpeza de
terrenos virgens, facilitando o trabalho posterior de outros equipamentos de escavação
(scrapers). O uso do ripper em mineração é bastante difundido, principalmente em
decapeamento de jazidas de consistência elevada que não é possível seu desmonte com a
própria lâmina do trator. Nesse caso, faz-se a escarificação em toda a área a ser removida e,
posteriormente, executa-se a remoção com a lâmina do tratar.
Os rippers são utilizados para desagregar e arrancar solos muito compactos, argilas
duras, granito descomposto, xistos argilosos, rochas estratificadas, etc, ou seja são
característicos de rochas relativamente brandas mas que não seriam escaváveis pelos métodos
comuns.
Como vantagens dos métodos mecânicos têm-se menor custo de produção da preparação
mecânica das rochas, maior segurança, menor contaminação do minério, ausência do efeito
sísmico que permite empregar-se em áreas com instalações e povoados. O emprego do ripper
é econômico, devido a que permite evitar o uso de explosivos custosos e de manipulação
perigosa e evitar perdas de tempo na perfuração de furos.
Escolha do escarificador
O equipamento deve ser apropriado para o trabalho que se deseja efetuar, devem ser
observados os seguintes fatores:
- o esforço que se pode obter na ponta do dente, que determina a penetração do ripper e sua
fixação no solo,
- a potência no volante do trator, que permite conhecer si o trator tem força suficiente para
acionar o dente,
- o peso do trator, que determina se este tem uma aderência suficiente para poder utilizar toda
sua potência.
Figura 2.5 - Equipamentos para decapeamento e escavação convencional em bancadas a céu aberto:
(a) pá carregadeira; (b) motoscraper; (c) retroescavadeira; (d) escavadeira shovel;
(e) trator de esteira (com lâmina e escarificador); (f) escavadeira hidráulica.
Figura 2.6 - Tipos de dragas: (a) draglines; (b) bucket chain; (c) bucket wheel; (d) clamshells.
Métodos de Explotação 25
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a) b)
Figura 2.7 - (a) LHDs (Load - haul - dump); (b) pá carregadeira rebaixada.
ESCAVAÇÕES MECANIZADAS
Figura 2.9 - Tipos de TBMs (Tunnel Boring Machines). a) máquina de perfil arcial;
b) máquina de face plena; c) escavadeira para poços descendentes;
d) escavadeira ascendente tipo raise boring.
a) b)
Figura 2.10 - (a) TBM (Tunnel Boring Machine). (b) Minerador alpine (AM-85).
cortado e não pela capacidade de corte propriamente dita. Adicionalmente, quando o material
da frente de escavação é muito inconsolidado e com presença de água sobre pressão, ele tende
a fluir para dentro do túnel. Com isso, além de drenos subhorizontais para reduzir a pressão
hidrostática e drenar a frente, muitas vezes é feito um tratamento do maciço a escavar, com
execução de uma seqüência de furos em leque aproximadamente paralelos ao eixo do túnel,
junto à abóbada e eventualmente nas paredes sendo então injetada calda de cimento ou
substâncias químicas que criam uma carapaça mais ou menos resistente, permitindo o avanço
da escavação. O desabamento de escavações subterrâneas pode ser evidenciado até na
superfície do terreno provocando fenômenos de subsidência.
O Minerador alpine (Figura 2.10b) é utilizado na escavação de galerias de
desenvolvimento. Apresenta boa flexibilidade para execução de galerias de reconhecimento
de diferentes dimensiones. A altura de corte mínima é de 3,5 m e a máxima de 5,5 m por
avanço. A produtividade com 1 shuttle-car é de 85 t/h e com 2 shuttle-car de 125 t/h.
* Caminhão basculante: se adéqua a maioria dos serviços, transportando boa parte dos
materiais na maioria dos terrenos, com bom rendimento de produção. Unidade resultante do
chassi de um caminhão convencional ligeiramente alterado ao qual se aplica uma carroceria
de chapas (básculas ou caçamba). A báscula, cuja capacidade é de 4,5 a 6,0 m3, é adaptada
sobre um chassi de caminhão convencional. A descarga pode ser feita por gravidade pela
lateral ou pela parte traseira. Apresentam velocidade de 24 a 80 km/h.
* Dumper: os dumpers são transportadores que se assemelham ao basculante normal,
destinados ao transporte de material em blocos de volume ponderável, com capacidade maior
que a dos basculantes comum. A principal diferença reside na constituição, formada por má
estrutura (chassi) e uma caçamba bem reforçada com a finalidade de melhor resistir aos
esforços e solicitações, representados pelo peso dos blocos transportados. A descarga é feita
por basculagem da caçamba, acionada por pistões hidráulicos.
Métodos de Explotação 29
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dumper é menor que o do caminhão basculante comum e pode-se admitir que a duração total
de seu emprego é superior (entre 60% a 100%) à do caminhão basculante comum.
* Vagões: são unidades de grande capacidade de carga, são mais utilizadas no transporte
ferroviário, adaptando-se o eixo de modo que as rodas curvem sobre os trilhos, são levadas
em comboio, tracionadas por uma locomotiva. Executam apenas as operações de transporte e
descarga, sendo carregados por unidades escavo-carregadoras. Os vagões diferenciam-se entre
si, pois podem fazer a descarga por fundo móvel (bottom-dump), descarga traseira, descarga
por basculagem da caçamba (rear-dump) e descarga lateral (side-dump). Uma das limitações
do transporte com vagões sobre trilhos é a débil resistência ao rolamento, que apresenta com
respeito carga que deve transportar-se. Os gastos de manutenção do material móvel e das vias
são relativamente reduzidos. Os vagões empregados em obras de escavação apresentam
capacidades de 0,75 m3 a 35 m3.
* Caminhão fora de estrada ("off highway trucks"): os caminhões chamados "fora-de-
estrada" são veículos de grande tonelagem de transporte, construídos e dimensionados para o
serviço de terraplenagem pesada ou mineração. Devido suas dimensões, são impedidos de
circular nas estradas de tráfego normal, sendo restritos aos canteiros de obras. Apresentam
certas características mecânicas de fabricação que os tomam resistentes e especialmente
adaptados aos trabalhos pesados, tais como: diferencial travante, transmissão automática,
direção com acionamento hidráulico etc. As operações de carga e descarga são realizadas de
forma semelhante ao basculante comum. Têm caçambas com volumes superiores a 10 m3 e
atingem velocidades máximas da ordem de 60 km/h. Há caminhões super pesados que
permitem transportar mais de 100 t, com motores de 1.000 HP. Como é fácil perceber, são
unidades de custo de aquisição bastante elevado, do que resulta o seu emprego, apenas, em
trabalhos de movimento de terra com grandes volumes.
* Pelo principio de ação, o transporte pode ser de ação contínua e descontinua (cíclica).
Assim, o sistema e circuito de transporte podem ser de dois tipos: a) contínuo - ex. correias
transportadoras, b) cíclico - ex. caminhão fora de estrada (Figuras 2.11, 2.12 e 2.13).
* Pelo o método de deslocamento da carga e o tipo de instalação de rolamento e vias, o
transporte pode ser: férreo, automotriz, vagões, correias transportadoras, , por gravidade, etc.
destes os três primeiros constituem os tipos mais comuns de transporte cíclico ou descontinuo
e os três seguintes de transporte descontínuos.
* Pelo caráter de trabalho, o transporte pode ser móvel e estacionário (levantamento por
cabos, teleférico, etc).
* Pelo caráter de seu funcionamento, o transporte pode ser independente e de tipo especial.
Aos primeiros pertence o transporte férreo, automotriz e hidráulico e com eles o deslocamento
da massa rochosa pode-se realizar desde os frentes de desmonte até os pontos de recepção. Os
tipos especiais de transporte (skip, gravidade, teleférico e outros), podem-se empregar para o
deslocamento de cargas em setores separados (geralmente para o içamento - levantamento
desde a mina).
Métodos de Explotação 33
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CONDIÇÃO DE SINCRONISMO
Q carregadeira = c . . 1/ tc . R = NC . . 1/ Tc . R (R = 100%)
a) Quanto menor a relação peso / potência, mais facilmente o veículo conseguirá a sua
aceleração e o fator de redução será numericamente maior, e inversamente.
b) A quantidade de movimento com que a unidade entra num trecho, dependendo
da velocidade inicial ou final, afeta sensivelmente o fator de redução. Um veículo que
entra ou sai de um segmento, na (ou próximo da) velocidade máxima, terá o fator de
redução muito perto de 1,0, enquanto aquele que inicia o movimento ou deve diminuir a
velocidade ao final do trecho, terá obviamente valores mais reduzidos.
c) A quantidade de movimento e aceleração (ou desaceleração) afeta apenas o começo (ou o
fim) do movimento do veículo no trecho. O comprimento será outro fator a ser tomado em
conta, pois, quando for muito curto e o veículo parte do repouso ou apresenta velocidade
inicial baixa, não haverá tempo para atingir, a velocidade de regime, e fator de redução
será grande.
d) Há certos fatores negativos ou obstruções no trajeto que podem diminuir substancialmente
a velocidade, de maneira que o fator de redução diminui paralelamente, a saber: curvas
fechadas, má visibilidade, estreitamento da pista, congestionamento de muitas unidades,
resistência ao rolamento muito variável, pistas muito úmidas, grandes trechos em declive
muito pronunciado, etc.
* Ventilação
Q(m 3 / s) xP(mm)
N ( HP )
56,6
Onde: Q = vazão;
P = perda de carga;
N = potência do ventilador.
* Ar comprimido
* Iluminação
* Rede elétrica
* Rede de detonação
* Água industrial
No interior dos túneis é instalada uma rede de água industrial, para abastecimento das
perfuratrizes e do equipamento para concreto estrutural e projetado. E terminantemente
proibida a perfuração a seco no interior dos túneis, sendo necessário um mínimo de cinco
litros de água por perfuratriz leve, por minuto. O abastecimento de água é garantido por um
reservatório adequadamente localizado acima do túnel.
Métodos de Explotação 41
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A extração de minerais úteis supera os dez mil milhões de toneladas ao ano e, aumenta
ao ritmo de 4.4 - 5.5% anualmente, aproximadamente um 75% desse volume se extraem pelo
método a céu aberto. A proporção de extração superficial é elevada devida essencialmente a
dois fatores: a dificuldade crescente em descobrir depósitos minerais que possam ser
economicamente lavrados pelo método subterrâneo e a eficiência, também crescente, na
mineração de depósitos pelo método a céu aberto, embora o custo de recuperação para uma
mina de superfície esteja aumentando continuamente.
A lavra a céu aberto compreende todos os serviços executados na superfície em
aberturas (amplas ou limitadas) ou próximo dela em profundidades limitadas, visando a
extração do minério ou substancia mineral útil da jazida. Envolve casos específicos de
aproveitamento de material subterrâneo como petróleo, gases combustíveis e sais solúveis.
O planejamento de mina e desenvolvimento são fases importantes na operação de uma
mina. Para isso, a equipe de planejamento considera as condições locais de geologia,
geoestatística, topografia, hidrogeologia, geotecnia, clima e condições ambientais. Os projetos
de mina devem considerar, além da economicidade do empreendimento, os aspectos relativos
ao desenvolvimento das operações unitárias, à segurança operacional, controle ambiental e a
reabilitação da área.
Hoje em dia, climas severos em altitudes elevadas, raras vezes, impossibilitam o
desenvolvimento de lavra a céu aberto, porém podem ser prejudiciais para a eficiência da
produção e custos de operação. Entre os fatores naturais e geológicos: terreno, profundidade,
características espaciais do depósito e presença de água são variáveis muito importantes.
Preocupações ambientais e os custos na solução de problemas ambientais aparecem entre as
mais importantes considerações no planejamento e desenvolvimento de uma mina a céu
aberto.
A galeria mineira aberta, que tem seção trapezoidal e grande extensão denomina-se
trincheira. A trincheira inclinada que serve para o decapeamento e comunica a superfície com
as bancadas de trabalho da mina é conhecida como trincheira principal. A trincheira
horizontal, empregada para a criação do frente inicial de trabalho nas bancadas se denomina
trincheira de corte. A escavação de trincheiras principais que possibilitam o tráfego desde a
superfície da jazida ou desde uma parte lavrada da jazida a outra em explotação, denomina-se
decapeamento da jazida.
Os limites do perímetro da mina a céu aberto são as superfícies que passam através do
contorno inferior e superior da mina na sua etapa final (Figura 3.1). Contorno superior
denomina-se à linha de corte das bordas da mina com a superfície. Contorno inferior
denomina-se à linha de corte das bordas da mina com o plano do fundo da mina. Fundo da
mina denomina-se à superfície inferior, geralmente horizontal da mina.
O conjunto de praças e taludes dos bancos desde a superfície até o fundo da mina se
denomina talude da mina. Quando as bancadas chegam a sua face final (posição final na
exaustão da mina) forma-se o talude inativo (i 50º). O talude ativo compreende as
diferentes bancadas donde se estão desenvolvendo trabalhos (localizam-se os diferentes
equipamentos, rede elétrica, tubulação de ar comprimido, mangueira de água, etc), é também
conhecido como talude de trabalho (t 10 - 15º).
Métodos de Explotação 42
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O ângulo que se forma entre a linha do talude da mina e sua projeção sobre o plano
horizontal denomina-se ângulo do talude da mina.
A distancia vertical entre a cota da superfície e o fundo da mina se denomina
profundidade da mina. A profundidade máxima calculada para a mina se denomina
profundidade de desenho.
Talude em Talude em
recesso Limite superior da mina trabalho
5
2
Profundidade
da mina 3
4
β 1
Ângulo de talude
Limite inferior da mina
Figura 3.1 - Elementos da mina a céu aberto. 1 - bancadas, 2 - bermas (praça da bancada),
3 - face ou talude do banco, 4 - fundo da mina, 5 - talude final da mina.
6. Jazidas em forma de anticlinais e sinclinais - jazidas típicas de carvão (Figuras 3.2g e 3.2h,
respectivamente).
7. Jazidas dispostas acima da cota de superfície nas pendentes (Figura3.2i) e jazidas onde a
sua parte superior encontra-se na parte alta da montanha e sua parte inferior sob o nível da
bacia em forma de “paper” (Figura 3.2j).
Vantagens
- Aproveitamento de jazidas de baixo teor.
- Elevada escala de produção e de produtividade (flexibilidade de produção).
- Desnecessidade de suporte do céu da mina (emadeiramento, cavilhamento, enchimento,
abatimento controlado, etc).
- Fácil observação e supervisão das atividades.
- Emprego de equipamentos de grande porte (mecanização e automação das diferentes
operações).
- Menores custos de extração.
- Maior segurança do trabalho, melhor higiene e iluminação.
- Menor prazo de construção (tempo de construção).
- Ausência de problemas de ventilação.
- Melhor controle do esgotamento.
Desvantagens
- Custos operacionais diretos mais elevados (exige maior remoção e movimentação de rochas
estéreis)
- Imobilização de grandes áreas superficiais (com lavra e bota-foras, etc)
- Restrições de localização (presença de rios, lagos, pântanos, mar, cidades, construções e
edificações, terrenos demasiado valorizados, reservas ecológicas, etc)
- Certa dependência das condições climáticas (chuva, vento, neve, insolação intensa, etc)
- Lavra se limita até profundidades moderadas
Métodos de Explotação 44
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Figura 3.2 - Tipos fundamentais de jazidas minerais úteis que se lavram a céu aberto.
A lavra de jazidas minerais pelo método a céu aberto encerra as seguintes etapas
fundamentais de trabalho e processos mineiros de produção:
1. Desmatamento;
2. Remoção do capeamento;
3. Drenagem da mina;
4. Desmonte;
5. Carregamento;
6. Transporte;
7. Disposição do estéril
Métodos de Explotação 45
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3.3.1 Introdução
de estéril a serem empilhados, como também se determina o de cada material para ajuste da
configuração projetada da pilha. O estéril temporário (minério marginal) destinado ao
aproveitamento futuro deve ficar preferencialmente próximo da usina de beneficiamento para
em caso de retomada reduzir a distância de transporte. Após estes procedimentos são
projetadas pilhas que tenham capacidade para atender às necessidades levantadas,
contemplando as drenagens e acessos. Define-se uma trajetória que resulte em menor
distância de transporte, entre o ponto de origem e destino do estéril. Desta maneira, a
construção dos bota-foras leva em conta:
LOCAL DE IMPLANTAÇÃO
DIMENSÃO E FORMA
Figura 3.3 - Tipos de pilhas de estéril atendendo as formas naturais do terreno. Tipo 1 -
geometria em vale. Tipo 2 - variante da geometria em vale, a pilha atua como barramento.
Tipo 3 - geometria em meia encosta. Tipo 4 - variante da geometria em meia encosta. Tipo 5 -
geometria em altura.
GEOLOGIA E CAPACIDADE
ESTUDO PRELIMINAR
Uma das informações mais importantes para caracterizar a disposição de estéril é o seu
caráter temporal, isto é, se ela é provisória ou permanente. Caso a disposição seja considerada
temporária, implica em que outros destinos finais serão dados ao estéril de mina, como o
Métodos de Explotação 56
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retorna à própria cava de origem para o seu preenchimento, servindo para recompor aspectos
topográficos ou paisagísticos. Caso não sejam temporários termos que conviver com alguns
problemas tais como: estabilidade dos depósitos de estéril, drenagem, revegetação e uso
futuro do mesmo.
Assim, a escolha de locais mais favoráveis para a disposição de estéreis deve levar em
consideração a distância de transporte, estradas de acesso, capacidade de armazenamento,
aspectos hídricos, declividade das encostas, necessidade de desmatamento, implicações com
áreas rurais ou urbanas a jusante etc. E, também, que não comprometa a continuidade da
lavra, instalações de tratamento de minério ou expansões futuras.
- Estudos de localização da mina e o seu tamanho através do tempo - nesta fase se definem os
pontos de descarga do material, a rapidez do avanço da lavra e o volume final que as áreas de
disposição devem conter.
- Topografia - O relevo do terreno é que definirá o tipo ou forma de depósitos de estéril.
- Volume de rocha estéril e suas fontes - conhecimento prévio do fator de empolamento
(aumento do volume do material rochoso depois de desmontado em relação ao volume de
material “in situ”) e o ângulo de repouso do material para rochas secas e blocos soltos altura
ente 26 a 300;
- Existência de vias de drenagem - necessária à previsão e desvio destas vias para evitar a
instabilidade do depósito;
- Condição da fundação - fazer teste na fundação para evitar recalque no terreno.
Remoção da cobertura vegetal do local que será disposto o estéril, principalmente árvores de
grande porte.
- Desmonte e armazenamento da camada de solo fértil para posterior aproveitamento,
evitando assim, a utilização de áreas de empréstimo para a revegetação do depósito de estéril.
- Drenagem da fundação, através de desvio de cursos d’água ou vias preferenciais de
escoamento superficial.
- Disposição controlada do estéril no local determinado pelas condições anteriores.
Controle da erosão e drenagens superficiais dos depósitos por meio de canaletas de drenagens
superficiais.
- Preparo da superfície para a revegetação, revegetação, monitoramento da revegetação e da
estabilidade do depósito e uso futuro do depósito de estéril.
INVESTIGAÇÕES DE CAMPO
DENSENVOLVIMENTO DO PROJETO
Por fim, após tais investigações, entra-se na fase de desenvolvimento do projeto, onde
são delineadas todas as feições geométricas desde o dimensionamento da drenagem da
fundação, até a proteção final das bermas e o acabamento paisagístico. Um ítem de suma
importância refere-se a análise da estabilidade do depósito e de sua fundação. Esta análise
baseia-se em dados obtidos durante o estudo preliminar e principalmente nas investigações de
campo. Em algumas circunstâncias, seções de ensaio são construídas no campo, amostras são
coletadas e analisadas em laboratórios e simulações de várias hipóteses de ruptura para as
diversas geometrias (alturas e inclinações) dos depósitos sob diferentes condições (material
seco e saturado) devem ser realizadas. A questão da estabilidade é um aspecto que deve ser
assegurado durante as fases de construção, bem como após a finalização das atividades
mineiras. A instabilidade em depósitos de estéril incrementa os custos operacionais sob os
seguintes aspectos:
O estéril de mineração, de uma forma geral, é constituído por solo, rocha sã e alterada,
cujas relações recíprocas (minério ou estéril), dependem do estágio da mineração ou de
alterações no planejamento da lavra decorrente de considerações econômicas. O material
apresenta uma distribuição granulométrica ampla, com partículas de dimensões de argila
variando até matacões.
Tipos de ruptura
c) Planar - é uma modificação do tipo rotacional. Pode ser causada pela presença de material
fraco abaixo da face de avanço. Tais materiais poderiam ser:
a) inclinação e forma da superfície das encostas. Encostas regulares e côncavas são mais
favoráveis para deposição do que encostas convexas e irregulares. Quanto à inclinação, de
uma forma geral, encostas com 10 graus são consideradas planas, acima de 10 graus são
consideradas íngremes;
b) ocorrência de tálus e movimentos superficiais nas encostas. A sobrecarga decorrente do
lançamento de estéril sobre encostas com depósitos de tálus apresentam movimento de
rastejo, poderiam induzir ou acelerar processos de instabilização da própria pilha de estéril, e
mesmo das encostas de todo o vale;
c) surgências de água e drenagens perenes. Visto que a estabilidade é influenciada pelas
condições das pressões neutras, deve-se evitar a construção de depósitos de estéril
interceptando talvegues perenes e surgências de água significativas. Em caso alternativo, a
ação da água poderá ser minimizada através da adoção de um sistema de interceptação e
desvio dos talvegues naturais, ou através da construção de uma drenagem de base adequada;
d) porte da vegetação. Principalmente em encostas íngremes, a não remoção da vegetação
densa (mata), poderá desenvolver uma superfície mais fraca no contato do depósito de estéril
com o terreno natural. Tal superfície pode ser o condicionante de instabilidade;
e) matéria orgânica e estratos "moles". Mesmo em encostas planas a presença de camadas
fracas poderá induzir movimentações de massa ao longo da base da pilha de estéril.
Recomenda-se a remoção de solos orgânicos fracos quando estes atingem uma espessura
superior a 0,3 m. Muitas vezes, entretanto, a remoção pode representar custos elevados,
podendo ser economicamente inviável. Nesse caso a estabilidade deverá ser analisada e certos
recursos utilizados como:
- suavização de taludes e emprego de bermas de equilíbrio;
- deposição controlada em camadas de pequena espessura, minimizando-se a velocidade de
alteamento;
- deposição de material drenante sobre a fundação para facilitar o adensamento.
f) permeabilidade. A propriedade de uma rocha, ou qualquer outro material, de permitir a
passagem de água ou outro fluido.
g) compressibilidade. A presença ao longo da encosta de deposição de horizontes de
compressibilidade muito diferentes poderá causar recalques diferenciais significativos no
corpo da pilha com consequente desenvolvimento de trincas de tração. Por ocasião de grandes
precipitações, poderá ocorrer aumento de pressões neutras em tais trincas, suficientes para
levarem à ruptura porções significativas do depósito;
h) resistência ao cisalhamento. No caso da resistência ao cisalhamento da fundação ser menor
do que o material constituinte do depósito de estéril, a geometria do aterro será condicionada
pela fundação. Em caso contrário, as características de resistência dos materiais do depósito
serão os condicionantes de sua geometria.
Métodos de Explotação 59
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S = c + ( - u ) tg
DESMATAMENTO
DRENAGEM DE FUNDAÇÃO
Para calcular a vazão de infiltração são necessários dados como: permeabilidade média
do solo, gradiente hidráulico do local a se drenar (perda de carga por comprimento do
talvegue), além da área. De posse destes dados a vazão infiltrante é encontrada, utilizando a
lei de Darcy ou ábacos apropriados.
Lei de Darcy
Qi
K
A
i = dh / l
Onde:
dh = perda de carga,
l = comprimento talvegue,
A = área em m2.
A maioria dos depósitos de estéreis são construídos por unidades móveis com o
basculamento direto do material nas encostas (ponta de aterro). O estéril basculado flui pela
encosta assumindo um ângulo de repouso de 37º em média para materiais não coesivos,
ocorrendo ainda uma segregação do mesmo material, onde os fragmentos grosseiros "escoam"
para a base e os finos ficam na parte superior do talude. Isto gera um ângulo ligeiramente
mais íngreme no topo do que na base do talude.
O material é lançado em ponta de aterro, sem planejamento ordem ou controle. A pilha
(bota-fora) é construída em sua altura máxima. Neste caso o material não sofre compactação e
não há preparação da base para o seu recebimento. (Figura 3.6).
Métodos de Explotação 62
Professores: Marlis Elena Ramírez Requelme e Edson Neves dos Santos
Figura 3.6 - Pilha executada por via seca pelo método descendente.
Figura 3.7 - Pilha executada por via seca pelo método ascendente (fase de lançamento).
Figura 3.8 - Pilha executada por via seca pelo método ascendente (fase de empilhamento e
compactação)
Figura 3.9 - Pilha executada por via seca pelo método ascendente de bancada (fase de
lançamento).
metros de altura. Normalmente as larguras da bermas devem ser superiores a 6 metros, largura
mínima aceita pela norma padrão.
RETALUDAMENTO DE BANCADAS
Entende-se por retaludamento o ato de quebrar o ângulo da face para valores inferiores
ao ângulo de repouso (Figuras 3.10, 3.11 e 3.12).
Após a conclusão de cada bancada, deverá ser executado o retaludamento, motivo pelo
qual se deve formar a pilha com bermas entre 10 e 12 metros, que consiste em quebrar a crista
de cada bancada para suavizar o ângulo de repouso. Esta operação tem por objetivo aumentar
a estabilidade da pilha através da compactação da superfície.
Em alguns casos dependendo do resultado da análise da estabilidade e do material que
está sendo empilhado, pode-se lançar o estéril em ponta de aterro, desde que se resguarde a
altura igual à da bancada e não maior, e se execute o retaludamento para favorecer a
compactação da superfície.
Figura 3.10 - Pilha executada por via seca pelo método ascendente (fase de retadulamento).
Berma
Ângulo da face
10 metros
26º
6 metros 21º
ACABAMENTO
DRENAGEM SUPERFICIAL
Tipos de erosão
- Erosão laminar. Ocorre quando o escoamento da água, encosta abaixo, "lava" a superfície do
terreno como um todo, transportando as partículas sem formar canais definidos.
- Erosão em sulcos. Ocorre por concentração do fluxo d'água em caminhos preferenciais,
arrastando as partículas e aprofundando os sulcos, podendo formar ravinas com alguns metros
de profundidade.
- Erosão por voçorocas. Constituem-se no estágio mais avançado da erosão, sendo
caracterizadas pelo avanço em profundidade das ravinas até estas atingirem o lençol freático
ou o nível d'água do terreno.
- volume d'água que atinge o terreno: o volume e sua distribuição no espaço e no tempo são
determinantes da velocidade dos processos erosivos;
- cobertura vegetal: o tipo determina maior ou menor proteção contra o impacto e remoção de
partículas de solo pela água;
- tipo solo/rocha: determina a suscetibilidade dos terrenos à erosão, em função de suas
características granulométricas, estruturais, de espessura etc;
- lençol freático: a profundidade do lençol nos solos é fator decisivo para o desenvolvimento
de voçorocas;
- topografia: maiores declividades determinam maiores velocidades de escoamento das águas,
aumentando sua capacidade erosiva; e maior comprimento da encosta implica maior tempo de
escoamento e, consequentemente, maior erosão.
REVEGETAÇÃO
- compromisso empresarial;
- planejamento;
- preparo da área a ser lavrada;
- remoção da camada fértil do solo e estocagem;
- recomposição topográfica e paisagística;
- tratos a superfície final;
- revegetação.
técnica de plantio e o tipo de gramínea mais adequada dependem de fatores como solo,
inclinação do talude e condições climáticas, sendo, portanto, específicos para cada caso.
CUSTOS
Os custos de disposição de estéril de mina estão concentrados no transporte, na
drenagem/proteção vegetal, na retenção de finos gerados por carreamento durante e após a
formação da pilha e na manutenção de drenagens ao longo dos anos. Destes custos, o mais
significativo em qualquer situação é o transporte do estéril da mina até a pilha e cuja
otimização depende mais dos equipamentos e perfis de transportes e menos do projeto ou do
método executivo da pilha. Porém os outros custos, apesar das pequenas incidências
percentuais, podem significar grandes montantes de desembolso ao longo e após a formação
da pilha. Estes custos podem ser minimizados através de um bom projeto de engenharia e de
métodos executivos apropriados.
A formação controlada de depósitos de estéreis é evidentemente mais onerosa ao
empreendimento mineiro que o simples basculamento do material nas encostas ou terrenos
adjacentes à mina. Entretanto, como benefícios, podem ser apontados, dentre outros, a
ocupação racional das áreas disponíveis, estabilidade dos taludes, controle da erosão e
drenagem, estética, possibilidade de recomposição da paisagem natural e reaproveitamento
futuro do material.
Embora não haja razões técnicas que limitem a altura total da pilha, não é aconselhável
projetar maciços com altura superior a 200 m, devido às dificuldades e custos operacionais
elevados na execução de pilhas com grandes alturas, por não se tratar de uma atividade
definida e padronizada exigindo, em muitos casos, conhecimentos um pouco além da
mecânica de solos convencional e uma adequada qualificação da equipe envolvida.
Em casos excepcionais onde a magnitude dos volumes a dispor, conjugados com
restrições de espaço e topografia muito acidentada, pressione em favor de uma pilha muito
Métodos de Explotação 68
Professores: Marlis Elena Ramírez Requelme e Edson Neves dos Santos
Recomenda-se que a inclinação dos taludes entre bancos seja estabelecido para valores
próximos de 2H:1V (26,6º aproximadamente), de modo a facilitar a implantação da proteção
dos taludes, além de evitar pequenas rupturas que possam assorear as canaletas de drenagem.
As bermas dos bancos deverão ter uma largura tal que viabilizem trânsito e operação
de equipamentos para implantação e manutenção da proteção dos taludes e drenagem
superficial. Recomenda-se o valor mínimo de 6 m, em função de experiências prévias.
Poderão ser adotadas larguras maiores em uma ou mais bermas da pilha, caso o plano viário
global a ser estabelecido na mina assim o exija, ou para abater o ângulo geral da pilha, a ser
definido pelas verificações de estabilidade.
e) Declividade das bermas
Com o objetivo de conduzir as águas pluviais para fora da pilha, deverá ser previsto
uma declividade longitudinal mínima de 1% na berma, na direção do dispositivo coletor ou
dissipador. De forma a evitar o corrimento de água pelo talude, com a conseqüente erosão
superficial, deverá ser previsto uma declividade transversal mínima de 5% no sentido interno
(crista-pé do talude).
O acesso às pilhas de estéril depende do sistema de acesso à mina, de tal forma que o
conjunto de rampas ao longo da lavra deve ser estrategicamente definido para que possa dar
rendimento, segurança e funcionalidade.
Deverá ser previsto, na geometria global da pilha, a incorporação e/ou interligação de
acessos, integrados ao plano viário da mina, que viabilizem a manutenção dos taludes. A
malha viária deve ser de tal forma dimensionada a atender as necessidades, procurando não se
abrir rampas sem necessidades para evitar aumento de poeira, ruídos, consumo de águas para
irrigação e processos erosivos.
Para cada pilha é definido um sistema de drenagem (Figura 3.13). As bermas deverão
ter, para efeito de direcionamento do fluxo de água, inclinação de 1% descendente do centro
para as extremidades do depósito, suficiente para evitar erosões e para impedir empoçamento
da água. Para proteger a face do banco evitando que a água desça pela crista, na secção
longitudinal deve-se dotar a berma de um caimento de 3 a 5% descendente da crista do banco
Métodos de Explotação 69
Professores: Marlis Elena Ramírez Requelme e Edson Neves dos Santos
inferior para o pé do banco superior. Poderá ser executada juntamente uma leira junto à crista.
(banqueta).
Drenagem de
fundo
Drenagem
1% superficial
1%
Drenagem
periférica
O processo de formação da pilha por via seca pelo método ascendente permite ainda o
zoneamento interno dos materiais a serem dispostos, de forma a aproveitar ao máximo as
características de resistência e permeabilidade de cada material. Canaletas de drenagem com
dissipadores de energia devem ser construídas no entorno da pilha em terreno natural. A água
proveniente das bermas deverá ser conduzida para estas canaletas.
DRENAGEM INTERNA
DRENAGEM SUPERFICIAL
Durante a evolução das pilhas, com o objetivo evitar as erosões, deverá ser dado o
caimento adequado às praças, a partir de pontos determinados, com declividade de 1%. Para
evitar que a água caia pelas faces dos taludes. As bermas deverão ser construídas com
caimento de 5% em direção ao pé da bancada superior.
Após a conclusão das bancadas e implantação do sistema de drenagem, deverão ser
executadas as descidas d’água com enrocamento para redução da velocidade da água que
poderão criar as erosões. A garantia para a eficiência do sistema de drenagem superficial é a
criação de canaletas nas praças que dirijam as águas para os pontos de descida. Em sua fase
final deverá ser providenciado o plantio de gramíneas e de plantas nativas para recobrimento
e maior proteção dos taludes e bermas.
DRENAGEM PERIFÉRICA
A drenagem periférica tem como objetivo receber as águas das descidas d’água e
lança-las na drenagem natural com o menor impacto possível. Prevê-se desta forma que
durante a evolução das pilhas serão preparadas áreas preferenciais para descidas d’água e
enrocamento no pé dos taludes. Será conveniente a construção do enrocamento com materiais
de granulometria mais grosseira e resistente, de maneira que atuem como um muro de
contenção estéril evitando que a ação das águas causem erosões.
Métodos de Explotação 71
Professores: Marlis Elena Ramírez Requelme e Edson Neves dos Santos
Os métodos de lavra a céu aberto não se distinguem por uma variedade tão grande
quanto os métodos de lavra subterrânea. Segundo a literatura diversas classificações são
apresentadas para os métodos de lavra a céu aberto (Hartman & Mutmansky, 2002; Bonates,
1988; Thomas, 1985; Cummins e Given, 1973), porém de uma forma geral podem ser
classificados em:
A lavra de mineral útil contido dentro dos contornos da mina, geralmente se executa
em camadas horizontais separadas. No processo de explotação estas camadas adquirem uma
forma de degraus ou escalões. A parte do maciço de rochas que na mina a céu aberto (na parte
em que se trabalha) adquire a forma de degrau ou escalão e se lavra separadamente com seus
próprios médios de explosão, extração e transporte denomina-se banco ou bancada (Figura
3.14a e b).
BANCO ou BANCADA, define-se como o pacote de rochas compreendido entre a
linha de pé da bancada superior e a linha de pé da bancada imediatamente inferior ou vice-
versa. Em altura, o banco que se explota com meios próprios de escavação - carregamento,
porém realiza o transporte da massa de rochas para o banco total, denomina-se sub-banco ou
BANCO DUPLO ou "double bench", ou seja, seqüência de duas bancadas onde não é deixada
berma intermediária (Figura 3.14c).
Métodos de Explotação 72
Professores: Marlis Elena Ramírez Requelme e Edson Neves dos Santos
Nível de
transporte
a) b)
Nível de
transporte
h
h
c)
Nível de
transporte
h1
h2
a)
Berma superior ou Topo
Crista ou
Face
Altura da
bancada
Berma inferior ou Praça Pé
ou
b) Crista
Berma Pé
Face
a)
Situação
atual Situação após
avanço de lavra
b)
Pé após avanço
Aplicabilidade
Condicionantes
- resistência do minério/estéril;
- forma do depósito: qualquer, de preferência maciço ou tabular;
- mergulho: qualquer, de preferência horizontal ou baixo mergulho;
- tamanho do depósito: grande espesso ou maciço;
- teor do minério;
- uniformidade do minério;
- profundidade do depósito;
- exigências ambientais.
TIPOS:
a) Em flanco
b) Em cava
Na lavra a céu aberto a dimensão dos degraus deve garantir a execução das manobras
com segurança, obedecendo às seguintes condições:
- A altura dos degraus não deve ultrapassar 15 m, mas na configuração final, antes de se
iniciarem os trabalhos de recuperação paisagística, esta não deve ultrapassar os 10 m;
- Na base de cada degrau deve existir um patamar, com, pelo menos, 2 m de largura, para
permitir, com segurança, a execução dos trabalhos e a circulação dos trabalhadores, não
podendo na configuração final esta largura ser inferior a 3 m, tendo em vista os trabalhos de
recuperação;
- Os trabalhos de arranque num degrau só devem ser retomados depois de retirados os
escombros provenientes do arranque anterior, de forma a deixar limpos os pisos que os
servem;
- Relação entre o porte da máquina de carregamento e a altura da frente não inferior a 1.
Sendo a explotação a céu aberto, feita na sua grande maioria, por degraus, é necessária
a existência, de acordo com a lei em vigor, de um plano de trabalhos contendo os seguintes
elementos:
Vantagens
- alta produtividade;
- baixo custo operacional;
- produção em grande escala;
- flexibilidade da produção;
- emprego de grandes equipamentos;
- permite melhor controle geotécnico;
- alta recuperação da jazida;
- maior segurança e higiene.
Desvantagens
- profundidade limitada;
- grande investimento de capital;
- limitado pela relação estéril/minério;
- problemas ambientais;
- adequado para grandes jazidas;
- dependente das condições climáticas.
Impactos ambientais
Mitigação
profundas paralelas entre si, referidas as bancadas ou tiras que podem exceder 1 km de largura
(Figura 3.19).
Na lavra por tira, além de dragalines e escavadeiras, é muito comum o uso de
equipamentos de escavação contínua tais como: escavadeira por roda de caçambas (bucket-
wheel) e escavadeira por corrente de caçambas (bucket-chain).
A principal vantagem do método de lavra por tiras é o baixo custo unitário de lavra
devido a que o capeamento é depositado direto para as ares lavradas e emprego de um mesmo
equipamento para as operações de decapeamento e extração de minérios. Outra vantagem é
um ângulo de talude maior considerando que o corte fica exposto por pouco tempo.
Aplicação
Condicionantes
Dimensões típicas
Operações auxiliares
- Estabilidade de taludes;
- Acessos para caminhões;
- Manutenção: mecânica e elétrica;
- Drenagem e bombeamento;
- Recuperação ambiental;
- Controle de poeira, saúde e segurança
1) manuais
2) hidráulicas
3) mecânicas
MÉTODOS MANUAIS
tratado é jogado com pás no canal e são desintegrados pela água e arrastados sobre os rifles ou
ranhuras do sluice. Os blocos grandes são removidos a mão e empilhados ao lado.
Para realizar o desmonte hidráulico, se faz a água correr sobre a superfície e se parte
de uma trincheira aberta na rocha de fundo, que se vai estendendo água acima, até alcançar os
limites do plácer. Ao chegar a este ponto se dirige a corrente de água contra o bordo superior
do banco e se arranca assim uma faixa de seis metros de largura, que se avança no sentido da
corrente. A água conduzida ao longo de frente de desmonte por valetas ou calhas de madeira.
A trincheira aberta na rocha de fundo conduz as água e o material desmontado até aos sluices.
Os sluices são limpos de tempos em tempos e o material recolhido é concentrado em batéias.
Nos serviços de desmonte manuais, deverá atentar-se para a quantidade e
posicionamento dos homens em cada frente de serviço, distanciamento entre eles, rendimento
do trabalho, altura ou paleamento, segurança, sincronia de operações, manutenção de
ferramentas de ótimas condições de trabalho.
MÉTODOS MECÂNICOS
permitem o controle desse ângulo de rotação que, em operação, se limita a uns 120º.
Movimentos da lança, no plano vertical, mais o controle do calado, por admissão ou expulsão
de lastro (a própria água em que flutua), permitem escavar a maior ou menor profundidade.
Existem diversos tipos de draga utilizadas comumente neste tipo de operação, as quais
são classificadas em mecânica, hidráulica e mista (mecânica/hidráulica), sendo que cada uma
destas tem diferentes tipos de mecanismo e operação.
As dragas mecânicas são utilizadas para a remoção de cascalho, areia e sedimentos
muito coesivos, como argila, turfa, e silte altamente consolidado. Estas dragas removem
sedimentos de fundo através da aplicação direta de uma força mecânica para escavar o
material, independente de sua densidade. Os principais tipos de dragas mecânicas são as
escavadeiras flutuantes (tais como as de caçamba e as de garras) e as dragas de alcatruzes
(também conhecidas por “bucket ladder”, estas dragas dispõem de uma corrente sem fim com
caçambas que trazem o material de fundo até uma esteira montada em uma lança que eleva e
projeta o material dragado a uma certa distância, ou o despeja em outra embarcação). Os
sedimentos escavados com a utilização de dragas mecânicas são geralmente transportados em
barcas ou barcaças, dependendo do volume a ser transportado. As dragas mecânicas podem
ser observadas na Figura 3.21.
200 m de coluna d’água), como as aluviões de ouro, cassiterita, diamantes, ilmenita, rútilo,
zircão, formações argilosas, arenosas e outras.
De todos os sistemas de explotação existentes, o hidráulico é o único que permite
combinar o desmonte de um material, o seu transporte para uma estação de tratamento e sua
recuperação nessa mesma estação, assim como o posterior escoamento dos resíduos com a
energia obtida por um fluxo de água.
Os equipamentos hidráulicos são equipamentos de desmonte, constituídos por uma
lança ou canhão orientável, de largo diâmetro, que projeta um jato de água sobre o maciço
rochoso que permite desagregar e arrastar os materiais, cujo estado de consolidação é
apropriado para tal finalidade (Figura 3.23).
Desvantagens
Se começa por localizar um curso de água em cota elevada, acima do corpo que se
deseja lavrar e conduzir esta água por trincheiras, canais ou canos até à câmara de carga que
alimenta os canos que conduzem aos monitores. Em geral água deve ter suficiente para
assegurar trabalho contínuo, porém em certos casos, o trabalho terá que ser intermitente. A
extração do minério se faz mediante jatos de água, sendo material concentrado em sluices.
Para se obter melhores resultados, a rocha de fundo deve ter um caimento próximo do
caimento dos sluices (não menor que 1,5% e de preferência 4,5% ou mais). O espaço
Métodos de Explotação 83
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disponível para o vertedouro deve ter amplitude suficiente para a área a ser lavrada. A
escavação de trincheiras na rocha de fundo permite aumentar o caimento, porém encarece o
método. Em alguns casos favoráveis, se avança uma galeria sob o aluvião e com isso
consegue-se o caimento e a área necessária para o vertedouro. Quando se trabalha em leitos
de rios ou locais com desníveis insuficientes para o uso da gravidade, são necessários
elevadores hidráulicos ou bombas (Figura 3.24).
Nas explotações de argila, areia, cascalho ou quaisquer outras massas de fraca coesão
(inconsolidadas), devem ser observadas as seguintes regras:
- Se a explotação não for feita por degraus, o perfil da frente não deve ter inclinação superior
ao ângulo de talude natural do terreno;
- Se a explotação for feita por degraus, a sua base horizontal não pode ter, em nenhum dos
seus pontos, largura inferior à altura do maior dos dois degraus que separa, e as frentes não
podem ter inclinação superior à do talude natural;
- Se o método de explotação exigir a presença normal de trabalhadores na base do degrau, a
sua altura não pode exceder 2 m.
- Os operários e os equipamentos que efetuam o desmonte devem estar protegidos por uma
distância adequada de forma que os possíveis desmoronamentos e deslizamentos do talude
não os atinjam;
- É proibida a entrada de pessoas não autorizadas nos taludes onde se realiza o desmonte
hidráulico;
- O pessoal, no desmonte hidráulico deve estar provido de equipamento específico e adequado
para serviços em condições de alta umidade;
- Para instalações do desmonte hidráulico que funcionam com pressões de água acima de 10
Kg/cm2 devem ser cumpridas as seguintes regras adicionais:
- Projeção do jato sobre o pé do talude de modo a criar uma sobreescavação do mesmo até
que se origine a queda do talude;
- O material desmontado é submetido à ação do jato de modo a promover a sua desagregação
e escoamento ao longo do canal de transporte;
- Uma vez limpa a frente, o equipamento é aproximado da nova frente de trabalho, repetindo-
se o ciclo.
a) Em direção,
b) Em contracorrente,
c) Misto.
Figura 3.25 - Esquemas de extração segundo as direções relativas do jato projetado e da polpa
escoada. 1 - equipamento, 2 - tubagem de alimentação, 3 - canal de transporte, 4 - captação,
5 - estação de bombeio, 6 - tubagem da polpa, 7 - polpa.
Métodos de Explotação 85
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LAVRA “IN-SITU”
A explotação das jazidas minerais pode ser efetuada por trabalhos a céu aberto,
trabalhos subterrâneos ou por uma combinação de ambos. Quando se emprega o método
combinado de lavra é indispensável estabelecer o limite entre os trabalhos a céu aberto e
subterrâneos, o qual ofereça o mínimo custo de extração mineral e o máximo rendimento do
trabalho.
Durante a projeção da mina resolve-se o problema de determinação dos limites entre a
lavra a céu aberto e a lavra subterrânea, sendo necessário contornar a mina e estabelecer os
contornos no plano e os perfis geológicos. Estes contornos determinam-se com base a pratica
e podem ser contorno final, contorno perspectivo e contorno intermediário.
Denominam-se contornos finais, aqueles onde segundo o plano deve finalizar a lavra,
são determinados com elevado grau de precisão. O contorno perspectivo determina-se
aproximadamente e é aquele que pressupõe até onde devem chegar as diferentes operações ou
labores mineiras e é retificado durante a explotação. O contorno intermediário é aquele que se
deve alcançar num momento determinado da explotação.
Métodos de Explotação 86
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O perfil do talude da mina fica determinado pelo volume total dos trabalhos de
decapeamento em correspondência às exigências de estabilidade e incide em forma
determinante sobre a tecnologia dos trabalhos mineiros.
A sobreelevação da pendente do perfil ocasiona a deformação do talude da mina e sua
liquidação exige grandes gastos. Deslizamentos e desmoronamentos do talude da mina podem
impossibilitar o prosseguimento da lavra do mineral útil por o método a céu aberto. Também,
a diminuição da pendente do perfil do talude eleva os gastos complementares pelo
decapeamento de rochas estéreis. Assim, a diminuição do ângulo de inclinação do talude da
mina em 2º - 3º, no momento da finalização das operações mineiras, ocasiona o aumento
considerável de volume de estéril a ser extraído (10-30% ou mais) e conseqüentemente
aumenta os custos de explotação da jazida.
COEFICIENTE DE DECAPEAMENTO
Na lavra a céu aberto, quanto maior seja a potência do recobrimento das jazidas
horizontais ou quanto mais profunda se encontre uma jazida mineral inclinada ou abrupta,
tanto maior é o volume de rochas estéreis que há que remover para facultar a extração do
mineral útil da jazida (Figura 3.25). O custo de extração mineral, em grande medida depende
do volume de decapeamento, porém esse custo está diretamente relacionado com o volumem
de decapeamento relativo e não com o volume de decapeamento absoluto.
O volume relativo, ou seja o volume de rochas estéreis que é indispensável remover
por unidade de mineral útil (relação estéril - minério) se denomina coeficiente de
decapeamento.
O coeficiente de decapeamento pode ser expresso em peso, quando as rochas estéreis e
o mineral útil se indicam em unidades de massa (t) e, pode ser volumétrico quando estes se
indicam em unidades de volume (m3). Na prática, com maior freqüência o coeficiente de
decapeamento se expressa como volume de rochas decapeadas em metros cúbicos, com
relação a uma tonelada de mineral útil (m3/t).Também, o coeficiente de decapemento é
possível ser expresso somente em unidades de massa ou volume (t/t, m3/m3).
Comumente é aceito que a igualdade dos custos de extração do mineral útil pelo
método a céu aberto e subterrâneo determina a base para definir o limite da profundidade da
mina. Qualquer profundização dos trabalhos a céu aberto que sobrepasem esse limite será de
maior custo que os trabalhos subterrâneos.
Métodos de Explotação 87
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CMs = CMca + Kl Ce
Onde:
CMca - custo de lavra subterrânea de 1 t de minério, incluindo os custos operacionais
de desmonte, carregamento, britagem do minério e transporte até a usina de concentração;
CMca - custo de lavra a céu aberto de 1 t de minério, incluindo os custos operacionais
de desmonte, carregamento, britagem do minério e transporte até a usina de concentração;
Kl - coeficiente de decapeamento limite;
Ce - custo de lavra do estéril, incluindo seu desmonte, carregamento, e transporte até o
“bota-fora”.
O custo do mineral útil durante a lavra pelo método a céu aberto determina-se pela
expressão:
Cmp – Gm
Kl =
Ge
Onde:
Cmp - custo permissível de 1 m3 de mineral útil
Gm - gastos para a extração de 1 m3 de mineral útil
Ge - gastos para a extração de 1 m3 de estéril
Ao nível de toda a jazida, a opção lavra será obtida através de análise das expressões:
* Teor de corte (céu aberto): entende-se por teor de corte de um bloco (t), aquele teor capaz de
pagar sua lavra, seu tratamento, bem como seus custos indiretos e financeiros, não obtendo
nenhum lucro e também não suportando a remoção de nenhum estéril associado.
* Teor mínimo ou marginal (céu aberto): teor mínimo ou marginal (tm) é aquele teor que paga
apenas os custos de beneficiamento, além dos custos indiretos e financeiros subseqüentes.
Corresponde ao bloco já lavrado que, em lugar de ser jogado ao "bota-fora", é levado à usina
de beneficiamento, extraindo se o elemento valioso, não dando nem lucro nem prejuízo.
* Teor de utilização (céu aberto): o conceito de teor de utilização (tu) tem aspectos a ver com
o estabelecimento do contorno final da cava, planejamento seqüencial da lavra,
beneficiamento do minério e fluxo de caixa da empresa.
Dentre os materiais desmontados, com certeza há blocos mineralizados e não
mineralizados. Estes últimos como são evidente, serão levados ao botafora. Já os blocos
mineralizados constituem o problema, que teor deve utilizar-se?. Como é óbvio, o teor de
Métodos de Explotação 88
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alimentação da usina não pode estar abaixo do teor marginal, ou então não se pagarão as
despesas subsequentes.
Surge assim a necessidade do conceito de teor de utilização. Este teor, pelo visto, deve
ter correspondência entre o teor de corte e o teor mínimo. A diminuição do teor de utilização
acarreta um aumento do volume de minério a tratar o uma diminuição do estéril, pois dentro
do contorno da cava há um volume definido e conhecido.
O teor de utilização é estimado inserindo várias admissões que levarão a várias
alternativas, das quais será selecionada aquela que melhor se adapte com os objetivos de
produção ou econômicos da empresa.
* Teor limite (teor de corte subterrâneo): se define como teor limite (tl) o menor teor que
compensa economicamente a lavra subterrânea.
Se o bloco tecnológico (ou painel) estiver gravado por uma relação estéril/minério R
superior à relação estéril/minério limite Rl (R > Rl) e se o respectivo teor do bloco tb for igual
ou superior a tl, o bloco será lavrado subterraneamente. Se R > Rl com teor do bloco inferior
ao limite (tb < tl), não há lavra pois, se houvesse conduziria a prejuízos econômicos.
1. Quando R < Rl e o teor do bloco tb for igual ou superior ao teor de corte (tb tc) o bloco
será lavrado a céu aberto;
2. Quando o teor do bloco tb estiver compreendido entre o teor marginal e o teor de corte (tm
tb < tc) aplica-se o conceito de teor de utilização (tu);
3. Finalmente, por razões de ordem econômica, não se aproveita, em hipótese alguma,
materiais com teores inferiores ao teor mínimo, sendo estes blocos considerados estéreis.
A lavra subterrânea é aquela executada no seio dos terrenos. É aplicável a corpos sob
espessas camadas de capeamento, cuja remoção seja antieconômica pelo método de lavra a
céu aberto, ou em casos impostos (legislação mineira, jazidas sobre cidades ou espessas
lâminas de água, etc).
Uma mineração subterrânea exige a construção de uma série de galerias e escavações
próximas e semelhantes em geometria, geologia e sistema de execução. A natureza temporária
da maior parte das escavações executadas (podem ser abandonadas logo após a lavra do
minério) associada à presença relativa de constrangimentos econômicos determina a adoção
dos fatores de segurança inferiores aos de obras civis. Além de galerias e travessas sub-
horizontais, escavam-se poços (shafts) verticais para transporte de pessoal, minério/estéril e
equipamentos, bem como, poços inclinados tais como chutes descendentes, passagens ou
ainda chaminés para minério e/ou estéril, escavam-se também raises ascendentes e winzes
descendentes para interligação de níveis diferentes, rampas e planos inclinados para tráfego de
equipamentos (sob trilhos ou não, muitos dos quais chegando até a superfície do terreno).
Adicionalmente, para a lavra do minério, escavam-se aberturas com desenvolvimento em
volume do tipo alargamentos ou realces ou ainda câmaras com utilidades diversas. A Figura
abaixo mostra um esquema de mina subterrânea. A Figura 4.1 é apresenta os elementos do
espaço mineiro subterrâneo.
A jazida mineral não é lavrada simultaneamente em toda sua superfície, para sua
explotação é indispensável dividi-la em pisos, O piso é uma parte do campo mineiro, limitado
na sua parte superior e inferior por níveis básicos (de ventilação o superior e de transporte o
inferior) e no sentido da extensão pelos limites do campo mineiro.
Em corpos minerais de pouca inclinação e de grande potência, a divisão em pisos
efetua-se no sentido da potência; nos demais casos, os corpos minerais são lavrados a toda sua
potência com um só piso. Corpos minerais horizontais, de pouca inclinação e de pequena
potência, para sua explotação dividem-se em painéis.
Quando o poço de levantamento (poço principal) está disposto no centro da unidade de
lavra, este se divide em flancos. Quando os dois flancos se lavram simultaneamente, então o
método de explotação denomina-se por dois flancos; se os flancos se lavram em serie, então o
método de lavra denomina-se por um flanco. Quando o poço está disposto num flanco da
unidade de lavra, a explotação é lateral.
A explotação dos pisos pode desenvolver-se verticalmente de duas maneiras:
ascendente e descendente. Geralmente os pisos, se lavram em forma descendente (a jazida
ingressa mais rapidamente em explotação, os gastos iniciais básicos são menores, etc). A
lavra ascendente dos pisos é empregada muito pouco e em casos especiais (jazidas pouco
Métodos de Explotação 92
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1. Avanço direto (ataque em direção), uma das vantagens do avanço direto na explotação do
piso, é o rápido desenvolvimento dos trabalhos de arranque, e uma das desvantagens, é a
dificuldade na manutenção de certas galerias de carreio em determinados sistemas de
explotação.
2. Avanço em retirada (ataque em retrocesso), a explotação do piso com este tipo de avanço,
permite uma fácil manutenção das galerias de carreio situadas no maciço mineral, porém o
inicio do ataque de arranque pode-se começar somente depois da abertura da galeria de
carreio ao longo do flanco no campo mineiro ou do piso.
3. Arranque ao longo da extensão do corpo mineral, neste caso os trabalhos de ataque
efetuam-se simultaneamente em todos os blocos do piso. Empregam-se quando os sistemas de
explotação apresentam baixo rendimento e o corpo mineral é de pequena extensão.
4. Arranque alternado dos blocos, forma de arranque empregada quando os minerais e rochas
de contato são instáveis e comumente em corpos minerais de grande potência.
5. Arranque com divisão da jazida mineral em seções e explotação continua dos blocos nas
seções. Esta forma de ataque se emprega, quando as rochas de contato e mineral útil são
instáveis.
6. Explotação seletiva dos blocos. Esta forma de ataque emprega-se quando as características
qualitativas do mineral são diferentes (teores diferentes). Neste caso em primeiro lugar são
lavrados os blocos com um alto conteúdo de mineral útil ou estão mais bem reconhecidos
geologicamente.
7. Forma combinada de ataque de arranque, esta forma compreende a combinação de todas as
formas de ataque de arranque acima indicadas.
ARRANQUE DO MINERAL
FRAGMENTAÇÃO SECUNDÁRIA
Representa de 10 - 35% do custo total de produção, em alguns casos eleva-se até 50%
do total de custos de produção.
Métodos de Explotação 94
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apresentar pilares dispostos sistematicamente, sem ditos “sem pilares” (sem excluir a
existência eventual deles), ou podem apresentá-los sistematicamente, como condição
intrínseca da lavra procedida, sendo dito “com pilares”.
Alargamentos emadeirados são aqueles em que o escoramento é sistematicamente
executado - com madeira ou por substitutivos, tais como metais, alvenaria, etc. Conforme o
tipo funcional do escoramento teremos, esteiados (esteios, fogueiras, gaiolas, quadros) ou,
mais complexamente, com estruturas retangulares (square-sets).
Alargamentos enchidos - são os que empregam dilatadamente o princípio de
enchimento - seja parcial ou total. È de se observar que o enchimento posterior serve ao
controle geral das aberturas executadas, mas não altera a essência do método de lavra
inicialmente utilizado (seja alargamento aberto ou de alargamento emadeirado), sendo simples
complementação.
Quanto aos alargamentos abatidos são os que aplicam, para a lavra inicialmente
procedida, o princípio geral de abatimento do céu nas suas diferentes modalidades,
especificadas.
Seja qual for o principio fundamental ou método de lavra, será necessário manter
livres as vias subterrâneas principais de acesso, de transporte de ventilação, esgotamento, etc,
tanto nos níveis como nos subníveis importantes. Tal manutenção dessas vias poderá ser
obtida por uma das modalidades
1. Centrais abertas na lapa - raramente dispensam uma via no minério, de maior ou menor
importância, mas cuja duração poderá ser reduzida;
2. Centrais protegidas por pilares permanentes - neste caso, é aberta uma sub-central
provisória (geralmente denominada “abertura do alargamento”), paralelo, para desvio das
linhas, enchimento dos carros nos chutes; esta sub-central pode ser executada após a abertura
da central ou simultaneamente (neste caso, a central é aberta mais larga, nos trechos
convenientes no modo designado por “cabeceira-alargamento”);
3. Centrais protegidas por “barreiras” - estas barreiras são constituídas por grossos esteios (de
20 a 60 cm de diâmetro espaçados de 1 a2m , ou mesmos justapostos, complementados por
“fachinamento”, com paus roliços de 10 a15cm de diâmetro, com costaneiras ou com
pranchões; sobre essa paliçada constituída, deixa-se uma camada, de cerca de 1m de
espessura, do minério inicialmente desmontado, afim de protegê-la dos fogos sucessivamente
empregados no desmonte), quadros da central, gaiolas, “gigantes” de pedra, etc.; chutes são
convenientemente dispostos, para enchimento dos carros;
4. Centrais em “túneis” - a central é total ou parcialmente protegida por pedras secas, tijolos,
concretos, placas e armaduras metálicas, etc.
SELETIVIDADE
1. Depositado no local- Para evitar o seu transporte e a sua mistura com o minério melhor, a
acumulação pode ser feita no chão, se mergulho é pequeno, ou, limitadamente, em
plataformas (constituídas por pranchões ou paus roliços apoiados em esteios ou gaiolas), se o
mergulho é forte;
2. Usado no enchimento - como enchimento total, se é muito, se pouco, como, enchimento
parcial (constituído por paredes laterais ou divisórias, em gigante. Em gaiolas - se necessário
suportadas na fase mais baixa por esteios, baterias de esteios, pranchões, etc,)
3. Removido - como empregos de raspadores e posterior transporte ou diretamente
descarregado, através de chutes especiais (alternados com chutes de minério) e transporte. Se
esse material estéril ou minério pobre é deixado no local abandonado, pode interferir e diluir o
minério desmontado ou prejudicar os colchões, no caso de abatimento do céu de corpos
potentes.
No arranque seletivo, o mineral é extraído separadamente por classes, frequentemente
se emprega o arranque seletivo e escolhido do mineral na frente de trabalho. Este tipo de
arranque é característico para jazidas com diferencias marcantes na sua qualidade e com
reservas não muito grandes de minerais valiosos, em condições que a extração (arranque)
seletiva e escolhido subterrâneo do mineral sejam favoráveis.
São condições favoráveis: a presencia de contatos claros e precisos entre os diferentes
tipos de mineral ou entre o mineral e a rocha estéril; diferencia de minerais por cor, minerais
facilmente separáveis no processo de arranque. Quando o arranque é seletivo, se empregam
sistemas de explotação com sustentação artificial do espaço em explotação, permitindo a
explotação subsequente do mineral empobrecido deixado e do mineral para o qual ainda não
se tem determinado a tecnologia de tratamento.
O escolhido do mineral efetua-se diretamente nas frentes de arranque, quanto nas
instalações especiais subterrâneas ou superficiais. O escolhido na frente se executa mediante
separação manual da rocha estéril do mineral fragmentado, apresenta baixo rendimento (2 - 5
t de rocha escolhida por turno) e relativa alta perda de metal, devido as condições incomodas
de trabalho e má iluminação da frente, porém , neste caso, não existem os gastos de transporte
da rocha estéril à superfície.
Métodos de Explotação 98
Professores: Marlis Elena Ramírez Requelme e Edson Neves dos Santos
1. Escolha correta do método de explotação. A perda de mineral deve ser maior que as que
justificam as considerações econômicas. O prejuízo ocasionado pela diluição não deve ser
maior que a economia que produz o emprego de sistemas de explotação mais baratos, assim
como também pelo preço complementar que produz o produto extraído.
2. Efetuar corretamente os trabalhos mineiros, observando todas as medidas para diminuir as
perdas e diluição do mineral:
APLICABILIDADE
Corpos de céu de minério fortes (em alguns casos, minérios fracos, mas de céu forte);
mergulho qualquer, potência qualquer, (comumente, com tiras limitadas, cada uma, ao
comprimento econômico dos esteios ou à espessura sustentável por cavilhas ou por pilares
abandonados.
Métodos de Explotação 99
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MÉTODOS
Sem pilares:
a) lavra assistemática (gophering);
b) lavra frontal - simples, com bancos em mergulho;
c) lavra descendente;
d) lavra ascendente - comum, variantes de recalque (shrinkage), de subnível (sub- level).
Com pilares:
a) câmaras e pilares
b) salões e pilares
LAVRA ASSISTEMÁTICA
Não chega a ser um método de lavra, por se caracterizar exatamente pela falta de uma
sistemática coordenação dos diversos serviços envolvidos, sem um planejamento rígido. È
uma maneira incipiente de lavrar, atestada por muitos antigos serviços e mesmo, por outros
atuais, empreendimentos sem técnica ou por curiosos. São os chamados “buracos de tatu” ou
de “coiotes”, pois a mentalidade dos executantes deve ser equivalente à desses animais. Os
serviços se limitam, geralmente, a acompanhar e extrair o minério mais favorável à medida
que se revela, em plano subindo ou descendo.
É claro que nessas condições, as aberturas subterrâneas são irregulares ou ineficientes,
além de, comumente, perigosas. Os alargamentos são maiores ou menores, conforme o
comportamento do corpo e as possibilidades de desmonte. Muito minério é perdido. Custos
unitários geralmente elevados, transportes improvisados e penosos. É claro que, com a
aplicação dos serviços, certa sistematização acaba por se estabelecer, quase sempre pouco
adequada e sempre falha, em falta de prévio delineamento. A citação é, apenas, um
reconhecimento da realidade, nunca uma preconização, em qualquer circunstancia.
LAVRA FRONTAL
Aplicabilidade
Desenvolvimento
Lavra
O desmonte é usualmente, feito em único passe ou, então com emprego de bancos
(direitos ou invertidos). Proceda-se como em cabeceiras de grandes larguras, deixando pilares
entre elas. Estes pilares poderão ser recuperados ou não e são dispostos em linha ou
alternadamente, de modo a não prejudicar muito as linhas ou raspadores utilizados - o tráfego
de veículos automotores se for o caso. O carregamento e o transporte do material desmontado
podem ser manuais ou mecânicos (raspadores, carregadoras, carregadoras-transportadoras,
etc.). Quando usados bancos, podem ser usada paleação ou carregamento mecânico no banco
superior ou transferência, por caída natural, para o banco inferior onde o material é carregado.
- A furação das frentes é feita com marteletes montados em pernas de alimentação drífteres
em colunas (pequenas alturas) ou jumbos. Mas raramente, podem ser empregadas espingardas
e marteletes sem montagem. As frentes são mantidas em zigue-zague, para facilitar o arranque
- ou este é procedido com pilões em leque ou em V.
No caso de emprego de veículos auto-motores sobre pneus, é de alta relevância a
manutenção de chãos planos, bem cuidados, possivelmente revestido, para minimizar e o alto
consumo de pneus. Todo desmonte deve Ter em conta o tamanho de blocos compatível com o
bom rendimento do tipo de carregamento utilizado. Uma boa ventilação forçada é
freqüentemente necessária, normalmente com uso de equipamentos a diesel.
Vários exemplos podem ser vistos nas obras citadas, inclusive aplicações nas minas da
África do Sul, com transferência do minério para travessas abertas na lapa, sobre os
alargamentos, e tipos de suportes para o céu de mina, evitando ou minorando o abandona de
pilares de minério.
O método conduz, geralmente, a baixos custos. A produtividade é muito variável
conforme o grau de mecanização, pois o manuseio do material é um item muito importante
desse rendimento. Quanto a furação, a tendência atual é para emprego de grandes jumbos,
operados hidraulicamente e com controle remoto, automotores e montados sobre esteiras ou
pneus. Comumente, são de 2 ou 3 perfuratrizes de percussão ou rotativas-percussivas (rocha
com carga de esmagamento inferior a 25.000 psi, isto é, 1750 kg/cm2 ), capazes de furar
frentes de 3,5 a 6,0 m de altura. Para alturas maiores, bancos, com abertura inicial na parte
alta.
O emprego de trilhos como meio de transporte inicial tem caído muito, pelas suas
limitações e pouca flexibilidade. Tem sido substituído por equipamentos sobre pneus, tipo
LHD, com capacidade individual de até 15 jardas cúbicas e predominância de 5 a 8 jardas
cúbicas. Quando a distância do transporte excede o limite econômico desses veículos, há
transferência através de chutes para vagões sobre trilhos (nas centrais) ou para caminhões - ou
mesmo, em grandes tonelagens, para britadores móveis e correias transportadoras.
Naturalmente, o emprego de carregadoras-transportadoras requer vias de grande - seção
(larguras até 6m ou mais, alturas de 3 a 3,6m)
LAVRA DESCENDENTE
Comumente uma jazida é lavrada em ordem descendente, isto é, da parte superior para
a mais profunda, as frentes prosseguindo em sentido descendente, possibilitando lavrar abaixo
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dos níveis desenvolvidos. Cada internível poderá, entretanto ser lavrado ascendentemente ou
descendentemente, com ou sem subníveis, conforme o método usado.
Aplicabilidade
Desenvolvimento
Além das vias de acesso, requer uma central de transporte - que pode ser nível ou
subnível; em geral, ela é no minério, se na lapa, faz-se uma “reta” correspondente no minério,
com travessas de ligação para a central. A partir da central ou da “reta” é iniciada uma
descida, em avanço sobre a lavra e que poderá ou não atingir o nível inferior antes de se
iniciar a lavra.
Lavra - comporta diversas variantes. - A partir da descida, lavram-se sucessivas tiras,
denominadas “1ª reta”, “2ª reta”, etc., formando degraus direitos. Se estas retas se estendem
apenas para um dos lados da descida, temos “alargamento simples” e, se para ambos os lados,
“alargamento duplo”.
Se a descida é ligada a uma central inferior, temos a “variante cornesa” (cornish
method), evitando muitos inconvenientes da lavra descendentes. Permite que o minério
desmontado seja descido, por queda natural, em vez de subido. Para facultar essa descida, as
diversas retas são levadas quase sem decalagem, desenhando um perfil quase reto, a meia
declividade. É claro, entretanto, que se o mergulho não é muito forte ou se o alargamento é
extenso (em direção), a variante requer auxilio de paleamento, ou de raspadores, para descida
do material desmontado, que correrá naturalmente. Também, no caso desta variante, uma vez
enchido o chute da base da subida, não haveria circulação da ventilação, uma das vantagens
providas pela ligação da descida com a central inferior.
Comumente, os alargamentos podem atingir 50m de extensão, segundo a direção, e
50m segundo o mergulho. O desmonte do minério é efetuado com marteletes, sem montagem,
ou com jumbos, executando furação descendente, nos diversos bancos fornecidos pelas retas.
A segurança eventual de alguns trechos poderá ser provida por esteios, bateria de esteios,
gaiolas, “fogueiras”, cavilhamento, etc. Em alguns casos, por “paliçadas” - plataformas
formadas por pranchões ou paus roliços, amparados em esteios; para proteção contra caída de
“chocos” despendidos ou para depósito local de estéril desmontado. A necessidade dessa
segurança eventual torna difícil a aplicação do método a, potências superiores a 4,5m. No
método convencional, o minério é carregado nas diversas retas e sobem “pela descida” inicial,
provida de guincho. Caso a central superior seja aberta no minério, ficará com seu chão
prejudicado pela lavra do alargamento; será preciso estabelecer um estrado na mesma
(pranchas apoiadas em pontaletes travejados nas paredes).
As diversas retas tem altura usual de 2 a 2,5 m e largura correspondente à potência do
minério. São levadas de modo que as guinas apresentem um perfil geral com declividade da
ordem de 60º, quando o minério é descido para a central inferior. Quando é atingida esta
central, o desmonte prossegue para os lados e são construídos chutes sucessivos, para o
carregamento na central a cada 6 a 7 m. O método presta-se mal a mecanizações, sendo seu
emprego limitado.
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LAVRA ASCENDENTE
Aplicabilidade
Minério e encaixantes resistentes; corpo regular, mergulho >40° ideal em torno de 60°
e potência <4 m; mesmo tratando-se de um método de pequena produção, a reserva terá que
justificar os investimentos iniciais com desenvolvimento, pois nesta fase praticamente não é
registrada produção.
Desenvolvimento
O acesso principal a mina é feito por shaft vertical ou inclinado de 40° a 60°. Partindo
da via principal, são projetados os níveis de transporte ao longo do corpo de minério, em
intervalos verticais que variam de 40 a 60 m, dependendo da extensão em profundidade da
mineralização. O comprimento dos níveis depende da extensão longitudinal do depósito. As
funções dos níveis são: o transporte dos equipamentos, minério, estéril, materiais diversos e
bloqueio da zona mineralizada, sendo a partir destes, projetos de chutes até o subnível onde
iniciará a lavra de realce. Do subnível será projetada uma chaminé no centro do bloco a ser
lavrado, a qual se comunica com um nível superior ou com a superfície, finalidade desta é
promover a renovação do ar nas frentes de lavra e de acesso para pessoal.
Lavra
Vantagens
Apresenta custos globais, bem menores que a lavra descendente, visto que do minério
desmontado rola até os chutes por gravidade; detonação aproveita a gravidade, evitando
subfuração; boa segurança nas frentes de lavra; sistema de renovação adequado, considerando
que os realces encontram-se interligados entre si; todas as frentes de lavra são trabalhadas
simultaneamente.
Desvantagens
Desvantagens
Aplicabilidade
Mergulho que permita a caída do minério por gravidade, muito embora, possa ser adaptado a
corpos de pequeno mergulho. A aplicação do método não depende muito da potência do
corpo, entretanto, potência < 6m dificulta a prática do mesmo, principalmente quando o
sistema adotado é de furos longos.
Considerando os grandes investimentos, necessários para a implantação de um projeto
com o método de subnível. Por tratar-se de um sistema mecanizado de alta produtividade -
variando de 20 a 30 tons/homem/turno. Somente justifica-se a utilização quando s e dispõe de
grande reserva que comporte o empreendimento e possa recuperar os investimentos.
Desenvolvimento
O método de subnível difere dos demais métodos de realce verticais, pelo fato da
utilização de subníveis, entre os níveis principais. Hoje, esta distinção é menor marcante, em
função dos outros métodos terem introduzido subníveis, considerando que a distância entre
níveis tem aumentado consideravelmente.
A seqüência de desenvolvimento é semelhante ao shrinkage e outros métodos de
realce verticais. Galerias de transporte, travessas e “drawpoints” são executadas para
manuseio do minério; conjuntamente com chaminés de interligação entre níveis, usadas no
acesso de pessoal e ventilação. Para iniciar as operações de lavra no realce, são executados
um corte horizontal na base do bloco e um corte vertical para formação da face, para ser dado
início ao processo de desmonte do bloco que será lavrado.
Métodos de Explotação 106
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Lavra
Vantagens
- Grande produtividade;
- Poucos níveis em desenvolvimentos;
- Baixos custos globais, quando comparados a outros métodos;
- Boa segurança para pessoal e equipamentos;
- Pequena quantidade de pessoal envolvido no sistema produtivo;
- Não necessário manuseio de material nos realces;
- Dispensa utilização de suportes no interior dos realces.
Desvantagens
mas por questões de segurança, é limitado pela MSHA (6 m se é utilizado parafuso de teto, ou
9 m, se são usados outros sistemas de suporte (Stretuko & Bise 1983, Anon 1984).
O espaço entre as câmaras (centro a centro) em mina de carvão varia de 12 a 30 m, de
forma que a distribuição de tensões em uma das câmaras pode afetar as adjacentes.
Finalmente, o máximo espaço entre travessas é limitado pela necessidade da ventilação e
normalmente é estabelecido por leis estaduais (aproximadamente 30 m). O projeto de
distribuição de pilares e o sistema de suporte devem ser cuidadosamente coordenados, de
forma a não comprometerem os trabalhos de explotação. Por exemplo, se as galerias são de 6
m de largura, o espaço entre elas (de centro a centro) deve ser de 24 m, deixando 24 m de
pilares, promovendo uma relação 3:1. Para um projeto desta natureza, a malha de
parafusamento do teto será quadrada com espaçamento variando de 1.2 a 1.5 m. Na
explotação as larguras das câmaras são de 9 m com espaço entre os vãos variando entre 12 a
18 m, porque são de natureza mais temporária. A lavra praticada com recuperação de pilares,
podendo ser promovida em ambos os sentidos (avanço/recuo). Neste sistema é necessário o
uso de suportes temporários (pilares artificiais, macacos hidráulicos) em função do grande
risco envolvido.
Aplicabilidade
Desenvolvimento
inclinação máxima praticada é de 15% e para transportador de correia 40%. Ainda podemos
ter acesso por central de nível, desde que a topografia onde está localizada a jazida permita.
Dependendo da geometria do depósito e da atitude do corpo de minério, podemos ou
não ter níveis de transporte. Estes fatores ditam o grau de mecanização, pois é aconselhado
sistema totalmente mecanizado quando o mergulho do corpo de minério é menor que 10°,
possibilitando acesso de LHDs e caminhões as frentes de lavra. Neste caso específico não será
necessário níveis de transporte, considerando-se que o acesso às frentes de lavra é feito
diretamente pela rampa principal. Para mergulho maior que 10°, aconselha-se desenvolver
níveis de transporte, onde normalmente o sistema não é totalmente mecanizado, sendo
utilizado “scrapers” para manuseio do minério entre um nível e outro, conforme figura. A
distância econômica entre os níveis é no máximo 50 m, por ser esta a máxima distância
econômica que operar o “scraper”. Para um bom sistema de ventilação deve existir conexão
entre os níveis entre os níveis ou com a superfície. Quando o sistema for mecanizado será
necessária ventilação adicional com injeção de ar através de ventiladores colocados na
superfície. Conforme padrões internacionais, normalmente usa-se 0,047 m³ / s (100 pés³/min)
para cada Hp de máquina operando em subsolo. Após a ventilação requerida para o primeiro
veículo ter sido satisfeita, para efeito do cálculo, considera-se 100% da quantidade de ar
requisitada quando existe apenas 1 veículo em operação, 75% para 2 veículos e 50% a partir
do terceiro.
Lavra
Vantagens
Desvantagens
Excetuando o caso que veremos sob o nome de método de travessas, o uso da madeira
é ocasional, para suporte provisório imperioso. Geralmente o corpo é desmontado em
pequenas seções ou áreas totalmente enchidas antes que se passe à lavra das adjacentes. Quase
sempre, a lavra é ascendente, com frente horizontal, e o enchimento é mantido sensivelmente
paralelo a ela e tão próximo quanto possível. Passagens de minério ou chutes, emadeirados,
são estabelecidos através do enchimento, para descida do minério desmontado na frente
superior, bem como outra passagem para acesso de homens e equipamentos, se convenientes.
Naturalmente, o intervalo entre a face do desmonte e o enchimento é regulado pelas condições
locais e equipamentos empregados.
MÉTODOS
1) Enchimento imediato
- Método de corte e enchimento (cut and fill)
a) corte horizontal
b) corte corrido ou inclinado
c) corte estagiado
- Método de desmonte seletivo (resuing) ou reprocessamento
- Método de travessas (cross-cut) -
a) tiras ascendentes
b) tiras descendentes
2) Enchimento posterior (Completando alargamento abertos ou emadeirados)
CONSIDERAÇÕES GERAIS
Por alguns anos, foi o método mais usado em minas metálicas, sendo posteriormente
substituído por métodos de abatimento e por sistema combinado shrinkage - abatimento.
Novamente torna-se importante para grandes profundidades, onde o realce tem de permanecer
aberto por um longo período, provocando diluição excessiva.
O método é bastante flexível, sendo facilmente adaptável a corpos irregulares. A
aplicação padrão, normalmente, projeta-se fatias com largura de 2,4 a 3m, após a remoção do
minério é feito parafusamento do teto, com objetivo de oferecer a segurança devida ao vão
livre, e nova fatia ser desmontada, até que o enchimento seja efetuado; este ciclo de operação
Métodos de Explotação 111
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é repetido durante toda a lavra do realce. O uso deste sistema de lavra é indicado para corpos
com mergulho subvertical, minério que requer seletividade, maciço incompetente que
necessite de uma sustentação contínua e minério de alto valor econômico que comporte os
elevados custos de lavra. Devido à pequena altura das frentes de desmonte, minério de baixo
teor ou estéril, pode ser deixado como pilar ou então, abandonado no realce após ser
desmontado. A Figura 4.5 é representativa do método de corte e enchimento.
Uma vez definido, que o método de corte e enchimento é o mais indicado para um
determinado depósito, as próximas considerações seriam se determinar a disponibilidade do
material de enchimento mais econômico e qual o sistema de transporte para esse material.
Muito embora o transporte hidráulico de rejeitos seja o mais usado, esta não é sempre a
prática, devido à localização e a qualidade dos “tailings”. Assim sendo, procura-se usar
sistema combinado, onde em uma parte o enchimento é mecânico, até aproximadamente 50
cm do teto e no restante enchimento hidráulico, com esta prática, não fica espaço livre ente o
enchimento e o teto do realce, evitando-se subsidências do minério.
A seleção do equipamento de remoção do minério é de grande importância, somente
assim poderá ser projetada a dimensão das vias de acessos e dos realces. O uso de LHD ou
“scraper” no realce minimiza os custos de desenvolvimento. Se o minério é contínuo de
forma que o sistema de rampa possa ser usado, aumenta os custos de desenvolvimento, mas
diminui os custos de extração, com o ganho de produtividade.
A altura das seções, normalmente é determinada pela quantidade de cavilhas
requeridas. Uma vez tomada esta decisão é escolhido o equipamento de furação adequado. O
número e dimensões das passagens de minério dependem do tipo de equipamento e do tipo de
Métodos de Explotação 112
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enchimento usado. Uma vez que, os minérios têm de entrar e deixar o realce em cada turno, o
intervalo mantido entre os níveis, gira em torno de 45m. Deve sempre ser mantido um acesso
do nível inferior com o superior, aumentando o rendimento de todos os trabalhos de lavra,
visto a boa ventilação existente.
Aplicabilidade
Desenvolvimento
Os tipos mais comuns de vias são shafts e rampas projetadas na lapa. As rampas são
desenvolvidas no sentido longitudinal ao corpo e paralelas a este, com inclinação máxima em
torno de 0.15 rad (9°). Ao atingir a profundidade projetada, a partir deste nível é executada
uma travessa até o corpo de minério e ao longo do mesmo uma cabeceira no minério, com
seção transversal adequada ao equipamento utilizado e comprimento correspondente à
extensão do realce. À medida que a lavra em cada fatia é concluída, nova travessa é
executada, no nível correspondente à altura da mesma e assim sucessivamente até se concluir
o realce. Para possibilitar a descida do enchimento e ventilação adequada, é projetada uma
chaminé em cada realce, comunicando-se a um nível superior ou a superfície. Para acesso de
pessoal ao nível inferior é feita uma passagem emadeirada, cuja altura aumenta
gradativamente, com as frentes que são lavras e vão sendo cheias de estéril ou rejeitos da
usina.
Lavra
Vantagens
- Blocos de minérios contínuos de grande extensão podem ser lavrados sem qualquer
problema;
- Mínimo desenvolvimento possível antes de iniciar a lavra;
- Possibilita a seletividade, reduzindo a diluição;
Métodos de Explotação 113
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Desvantagens
Aplicabilidade
Desenvolvimento
Lavra
operação que constitui parte integrante da lavra, dela dependente para o seu prosseguimento.
Há algum consumo de madeira.
Aplicabilidade
Desenvolvimento
Lavra
Cada bloco é servido por uma subida e é lavrado por paineiras (barriguda) em travessa,
com largura possível e emadeirada. A parte lateral de cada painel é revestida com pranchões e
o painel é enchido. O enchimento necessário desce do nível superior, pela subida do bloco. A
ordem de desmonte dos painéis é variável. Lavrada uma tira de bloco, a central
correspondente pode ser elevada e empreendida a lavra da tira superior no bloco (o minério é
despejado para a central do nível através da parte inferior da subida correspondente a este
bloco). Os demais blocos são identicamente elevados e enchidos. A partir da 3ª tira, a subida
emadeirada servirá para a descida do minério até a central do nível e, na sua parte superior,
para entrada do enchimento. Em alguns casos, os diversos painéis são lavrados
sucessivamente, em ordem contínua, caso não se imponha enchimento imediato
(possibilitando triagem e jogada do estéril no painel contíguo). Esses painéis ou paineiras
travessas têm 1,8 a 2,5m de altura e 1,8 a 3,0m de largura (quanto o minério permitir). A lavra
é frontal e, naturalmente, mais fácil nas travessas posteriores à primeira de cada bloco, bem
com nas tiras superiores. A lavra da última tira de cada nível requer cuidados especiais, a
menos que já esteja consolidado o enchimento do nível superior. A lavra descendente das
diversas tiras requer assoalhos e vigas longitudinais sob os postes dos jogos de madeira
assentados. Raramente um nível comporta mais de dez tiras, pois o enchimento não é
compactado e cede um pouco, pela pressão do minério circundante.
ALARGAMENTOS EMADEIRADOS
ALARGAMENTOS ESTEIADOS
dispostos. Feita a abertura dos alargamentos (contígua à central de transporte), são assentados
esteios, mantendo distancia de 2 a 3 m de frente de desmonte e 1 a 3 m entre dois sucessivos,
em cada fila. À medida que a frente prossegue novos esteios são estabelecidos.
Os esteios de madeira são de seção circular com 8” a 24” de diâmetro (20 -40 cm) -
conforme seu comprimento e carga a suportar, usualmente com espaçamento de 1 a 1,5 m e
mais raramente até 2 ou 3 m. em casos extremos, os esteios podem ser justapostos. De modo
geral, o diâmetro dos esteios não deve ser inferior a 1/10 ou 1/12 do seu comprimento.
Apoiado nos esteios de uma fila, é executado um estivamento ou faxinamento - constituídos
por paus roliços, de 4” a 6” de diâmetro (10 - 15 cm), ou por pranchões, de 2” a 3” de
espessura. Sobre esta paliçada constituída é deixada uma camada de minério desmontado,
com 1 a 1,5 m de espessura, para protegê-la dos fogos.
1. Quando as condições do terreno impõe sustentação cerrada do minério ou das paredes (isto
é, em terrenos frouxos ou nos casos em que ocorre esfoliação ou laminação);
2. Como método auxiliar na recuperação de pilares.
3. Em trechos isolados muito altos.
Desenvolvimento
Central de transporte na lapa ou no minério, pelo menos uma subida até o nível superior (para
ventilação de cada alargamento, descida de madeiras e de enchimento). Em corpos grandes,
há usualmente divisão em blocos, que são geralmente lavrados alternadamente ou em
seqüências em forma ascendente.
Lavra
Vantagens
Desvantagens
- alto custo, requer de muita madeira de boa qualidade e muita mão de obra especializada, são
reduzidas as possibilidades de manuseio mecanizado;
- perigo de incêndio.
- Que o capeamento seja abatido à medida que é removido o minério subjacente (capeamento
que permaneça pendente e caia depois bruscamente em grandes áreas é muito perigoso).
- A subsidência superficial não deve afetar propriedades superficiais, nem acarretar perigo ou
dificuldades ao serviço subterrâneo. São indesejáveis: jazidas planas e pouco potentes, corpos
pequenos e de alto teor ou de forma muito irregular, corpos com muito estéril que deva ser
separado subterraneamente, corpos contendo minerais que devam ser tratados separadamente.
Aplicabilidade
Céu e minérios fracos, corpos com paredes verticais ou de grande mergulho (no caso
de mergulhos inferiores a 60º, haverá despesas suplementares para atender a desigual
extensão do “colchão” nas várias tiras).
O método possibilita lavra em terrenos muito pesados para a econômica utilização de
estruturas retangulares, requer menos madeira, economiza custo de enchimento, requer
poucos trabalhadores especializados, possibilita razoável recuperação dos finos ricos, faculta
ocasionais interrupções. Em compensação, é pouco flexível, implica desmonte frontal
(geralmente mais caro que o ascendente), concentra o desmonte no topo do corpo (sem
Métodos de Explotação 117
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possibilitar abertura simultânea dos níveis inferiores), tem custo de transporte usualmente
maior que nos métodos de jogos retangulares.
Sua maior aplicação é para terrenos fracos, nos quais os alargamentos abertos ou
enchidos seriam impraticáveis. Nessas condições seu maior competidor é o método de
abatimento parcial do minério (sublevel caving).
O método extrai 90 a 95%, com pequena ou nula diluição. A produtividade varia
muito, com as condições locais; usualmente 2 a 13 t/homem podendo atingir 22 t. O método
não é adequado a mecanização e apresenta grande consumo de madeira.
Desenvolvimento
Muito variável conforme a seção horizontal do corpo. Poços devem ser locados de
modo a não serem afetados pelo abatimento do terreno. Os níveis distam, usualmente, 15 a 30
m, com transporte mecânico concentrado a cada 30 - 90 m verticalmente. A central de
transporte pode ser única ou em rede de cabeceiras e travessas. As subidas em cada nível são
convencionalmente espaçadas, usualmente, 1,5 a 30 m (por vezes com dois compartimentos).
Quando as diversas tiras têm mais de 3,5 m de altura e o minério é suficientemente
forte, são estabelecidos subníves não emadeirados, com galeria de 2m de altura,
sucessivamente.
Lavra
O método é adotado para minério de baixo valor econômico, que comporte alta diluição
provocada pelo abatimento das encaixantes. Em função da diluição se faz necessário um
grande controle de teor nas frentes de lavra, como também uma informação bastante precisa
fornecida pela geologia de mina. Neste sentido, são repassados ao engenheiro de produção
conhecimentos detalhados a respeito de todas as seções geológicas que serão desmontadas.
Para uma maior precisão, todos os resultados são plotados em mapa, com respectivo volume
de minério a ser minerado. Para se alcançar a recuperação desejada é estabelecido número de
conchas da LHD que deverá ser retirado por seção, caso este valor não seja atingido, deverá
ser acrescido ao volume de minério a ser transportado no subnível inferior. A figura abaixo
mostra o método de abatimento por subnível. A Figura 4.6 mostra o método de abatimento
por subnível.
Métodos de Explotação 118
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Aplicabilidade
Desenvolvimento
Lavra
Vantagens
Desvantagens
Aplicabilidade
Desenvolvimento
Produção
Manuseio do minério
Vantagens
Custos menores que qualquer outro método em virtude dos desmontes relativamente
pequenos comparados aos outros métodos; centralização na produção permitindo uma
eficiente supervisão, resultando em alta produtividade homem/turno, atingindo uma média
que pode variar de 150 a 300 toneladas para o pessoal em subsolo, a variação na
produtividade se verifica, em função do tempo de demanda na preparação do bloco para poder
entrar em plena produção; controle da ventilação é menos complexo comparado a outros
métodos; sistema é favorável para minério de baixo valor econômico.
Métodos de Explotação 122
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Desvantagens
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: