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Gaio foi condenado por homicídio doloso a 12 anos de prisão. Seu advogado recorreu alegando que a defesa foi prejudicada porque o tribunal do júri não formulou quesito sobre a tese de ausência de intenção de matar, apesar de ter sido apresentada no plenário. O recurso pede a anulação do julgamento e um novo júri.
Gaio foi condenado por homicídio doloso a 12 anos de prisão. Seu advogado recorreu alegando que a defesa foi prejudicada porque o tribunal do júri não formulou quesito sobre a tese de ausência de intenção de matar, apesar de ter sido apresentada no plenário. O recurso pede a anulação do julgamento e um novo júri.
Gaio foi condenado por homicídio doloso a 12 anos de prisão. Seu advogado recorreu alegando que a defesa foi prejudicada porque o tribunal do júri não formulou quesito sobre a tese de ausência de intenção de matar, apesar de ter sido apresentada no plenário. O recurso pede a anulação do julgamento e um novo júri.
Gaio foi denunciado como incurso no art. 121, § 2º, inciso II, c. C. O art.
29, todos do Código
Penal. Em Plenário, sustentou a Defesa, dentre outras, a tese da ausência do animus necandi. Os Jurados, por significativa maioria de votos, rejeitaram todas, sendo certo que não foi formulado quesito acerca da referida tese defensiva, fato que não foi objeto de reclamação na oportunidade. A sentença, proferida no julgamento realizado há três dias, condenou Gaio a cumprir a pena de 12 anos de reclusão, em regime fechado. QUESTÃO: Como advogado de Gaio, ajuíze a providência judicial adequada, justificando-a. EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO PRESIDENTE DO TRIBUNAL DO JÚRI DA COMARCA DE ___________. Processo nº __________________ GAIO, já qualificado nos autos do processo crime em epígrafe, por seus advogados infra- assinados, vem à presença de Vossa Excelência, não se conformando com a r. Sentença de fls. _, com fundamento no ARTIGO 593, INCISO III, A, DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL, interpor RECURSO DE APELAÇÃO ao Egrégio Tribunal competente. Termos em que, requerendo, seja ordenado o processamento do presente recurso, com as inclusas razões, pede deferimento. Local, 17 de abril de 2017. Advogado OAB/UF nº RAZÕES DE APELAÇÃO APELANTE: GAIO APELADO: MINISTÉRIO PÚBLICO Egrégio Tribunal, No caso em tela, é necessária a reforma da r. Sentença, conforme se verá a seguir. I. SÍNTESE DO PROCESSO Na situação fática ora em análise, o réu foi denunciado como incurso no artigo 121, § 2º, II do Código Penal c/co artigo 29. No Plenário, uma das teses para defesa de Gaio foi a ausência do animus necandi, isto é, ausência de dolo por parte do denunciado. Terminados os debates e dando início aos votos, os jurados por maioria destes rejeitaram todos os quesitos formulados pela defesa, sendo certo que não foi formulado quesito acerca da referida tese defensiva, ou seja, não houve nenhum quesito sobre a inexistência de dolo do acusado em sua ação. Gaio foi condenado a cumprir a pena de 12 anos de reclusão em regime fechado. II. DO DIREITO A condenação interposta ao apelante não merece prosperar. O denunciado foi acusado nos termos dos artigos 29 e 121, § 2º, II, do Código Penal, porém, conforme verificado acima, um dos quesitos de defesa não foi formulado aos Jurados. Sendo assim, pode-se dizer com toda a certeza que a defesa do acusado restou prejudicada. Ademais, como dispõe o artigo 593, III, a, do CPP e a Súmula 156 do STF, cabe apelação da decisão do Tribunal do Júri quando ocorrer nulidade posterior à denúncia, que é o caso em tela, pois não houve quesitação obrigatória sobre a desclassificação do homicídio doloso para culposo, tese apresentada no Plenário pela ausência de animus necandido apelante. Nossa jurisprudência assim se manifesta: JÚRI. AGLUTINAÇÃO DE QUESITOS. AUSÊNCIA DE QUESITO OBRIGATÓRIO. NULIDADE DECLARADA. Como destacou o Procurador de Justiça, cujo parecer é acolhido pela Câmara, após analisar o pedido de nulidade formulado pela Defesa: "Assim, diante de falta de quesito obrigatória, eis que houve aglutinação indevida, tendo atentado Juíza Presidente contra os comandos legais do art. 483, I e II, do CPP, deve ser anulado o julgamento, por ocorrência de nulidade - absoluta - posterior à pronúncia (art. 593, III, a, do CPP), devendo outro ser realizado, forte no entendimento da Súmula 156 do STF." DECISÃO: Apelo defensivo provido. Unânime. (Apelação Crime Nº 70055780050, Primeira Câmara Criminal, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Sylvio Baptista Neto, Julgado em 16/10/2013) (TJ-RS - ACR: 70055780050 RS, Relator: Sylvio Baptista Neto, Data de Julgamento: 16/10/2013, Primeira Câmara Criminal, Data de Publicação: Diário da Justiça do dia 31/10/2013) Por fim, em razão da nulidade absoluta devido à falta de elaboração de quesito obrigatório sobre a inexistência de dolo, requer seja declarado nulo o julgamento, sendo o apelante submetido a novo Júri. III. DO PEDIDO Pelo exposto, requer seja dado provimento ao recurso interposto, com fundamento no artigo 593, III, a do CPP e Súmula 156 do STF, para que o julgamento do Tribunal do Júri seja anulado, tendo em vista a ausência de elaboração de quesito obrigatório, sendo o apelado submetido a novo júri, como medida de justiça. Termos em que Pede Deferimento Local, 17 de abril de 2017. Advogado OAB/UF nº