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01 Querido Diário, não tenho mais dúvida de que este mundo está virado ao avesso!
02 Fui ontem à cidade com minha mãe e você não faz idéia do que eu vi. Uma coisa horrível,
03 horripilante, escabrosa, assustadora, triste, estranha, diferente, desumana... E eu fiquei
04 chateada.
05 Eu vi um homem, um ser humano, igual a nós, remexendo na lata de lixo. E sabe o
06 que ele estava procurando? Ele buscava, no lixo, restos de alimento. Ele procurava
07 comida!
08 Querido Diário, como pode isso? Alguém revirando uma lata cheia de coisas
09 imundas e retirar dela algo para comer? Pois foi assim mesmo, do jeitinho que estou
10 contando. Ele colocou num saco de plástico enorme um montão de comida que um
11 restaurante havia jogado fora. Aarghh!!! Devia estar horrível!
12 Mas o homem parecia bastante satisfeito por ter encontrado aqueles restos.
Na 13 mesma hora, querido Diário, olhei assustadíssima para a mamãe. Ela compreendeu o
14 meu assombro. Virei para ela e perguntei: “Mãe, aquele homem vai comer aquilo?”
15 Mamãe fez um “sim” com a cabeça e, em seguida, continuou: “Viu, entende por que eu
16 fico brava quando você reclama da comida?”.
17 É verdade! Muitas vezes, eu me recuso a comer chuchu, quiabo, abobrinha e
18 moranga. E larguei no prato, duas vezes, um montão de repolho, que eu odeio! Puxa vida!
19 Eu me senti muito envergonhada!
20 Vendo aquela cena, ainda me lembrei do Pó, nosso cachorro. Nem ele come uma
21 comida igual àquela que o homem buscou do lixo. Engraçado, querido Diário, o nosso cão
22 vive bem melhor do que aquele homem. Tem alguma coisa errada nessa história, 23
você não acha?
24 Como pode um ser humano comer comida do lixo e o meu cachorro comer comida
25 limpinha? Como pode, querido Diário, bicho tratado como gente e gente vivendo como
26 bicho? Naquela noite eu rezei, pedindo que Deus conserte logo este mundo. Ele nunca
27 falha. E jamais deixa de atender os meus pedidos. Só assim, eu consegui adormecer um
28 pouquinho mais feliz.
(OLIVEIRA, Pedro Antônio. Gente é bicho e bicho é gente. Diário da Tarde. Belo Horizonte, 16 out. 1999).
QUESTÃO 01. Na frase “Querido Diário, não tenho mais dúvida de que este mundo está
virado ao avesso!” (linha 1), a expressão destacada quer transmitir a idéia de
que o mundo
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(PROVA DE LÍNGUA PORTUGUESA DO CONCURSO DE ADMISSÃO AO 6º ANO − ENSINO FUNDAMENTAL CMB − 2007 / 08)
QUESTÃO 02. No primeiro parágrafo do texto I, há a seguinte estrutura frasal: “Uma coisa
horrível, horripilante, escabrosa, assustadora, triste, estranha, diferente,
desumana... E eu fiquei chateada”. Quanto ao uso das reticências, levando-se
em conta o CONTEXTO, é CORRETO afirmar que
QUESTÃO 03. No trecho “Ele colocou num saco de plástico enorme um montão de comida que
um restaurante havia jogado fora. Aarghh!!! Devia estar horrível!” (linhas 10 e
11) se estabelecem relações de sentido de
A( ) fato / conseqüência.
B( ) fato / causa.
C( ) fato / finalidade.
D( ) fato / oposição
E( ) fato / opinião.
QUESTÃO 04. O quarto parágrafo do texto é iniciado pela palavra “MAS”, cuja função, nesse
contexto, é
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QUESTÃO 05. Analise as afirmativas abaixo, observando se são falsas (F) ou verdadeiras (V).
III – ( ) Em “Como pode, querido Diário, bicho tratado como gente e gente
vivendo como bicho?” (linhas 25 e 26), a narradora mostra-se
revoltada com o fato de um ser humano ter condições de vida
inferiores às condições de vida de um animal.
A seqüência CORRETA é
A( ) V – V – V – F.
B( ) V – F – F – V.
C( ) V – V – F – V.
D( ) V – F – V – V.
E( ) V – F – F – F.
QUESTÃO 06. Na frase “Viu, entende por que eu fico brava quando você reclama da comida?”
(linhas 15 e 16), se a mãe tivesse usado a segunda pessoa do singular em
lugar da terceira pessoa, teríamos:
QUESTÃO 07. Atentando para os elementos narrativos que constituem o texto I, é CORRETO
afirmar que
A( ) 2 – 3 – 1 – 4 – 5.
B( ) 1 – 3 – 2 – 4 – 5.
C( ) 3 – 1 – 4 – 2 – 5.
D( ) 5 – 3 – 4 – 2 – 1.
E( ) 3 – 5 – 4 – 2 – 1.
QUESTÃO 09. Em “Como pode um ser humano comer comida do lixo e o meu cachorro comer
comida limpinha?” (linhas 24 e 25), é CORRETO afirmar que
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TEXTO II
O BICHO
01 Vi ontem um bicho
02 Na imundície do pátio
03 Catando comida entre os detritos.
(BANDEIRA, Manuel. Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: Companhia José Aguilar Editora, 1974).
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QUESTÃO 12. No texto II, há a presença dos vocábulos “imundície”, “detritos” e “voracidade”,
cujos sinônimos, de acordo com o contexto, são, RESPECTIVAMENTE:
A( ) sujeira / dedos / rapidez.
B( ) sujeira / restos / fome.
C( ) sujeira / dedos / fome.
D( ) sujeira / restos / rapidez.
E( ) sujeira / rapidez / fome.
QUESTÃO 13. O enunciado em que a palavra destacada é acentuada pelo mesmo motivo que o
vocábulo “IMUNDÍCIE” (verso 2) é:
QUESTÃO 14. Embora o texto II seja um poema, é possível identificar nele uma sucessão de
acontecimentos. Os verbos que demonstram a sucessão cronológica das ações
executadas pelo homem que busca o que comer no lixo, são:
QUESTÃO 15. Os vocábulos BICHO / ONTEM / CATANDO, quanto à classe de palavras a que
pertencem, igualam-se, RESPECTIVAMENTE, a:
QUESTÃO 16. Após uma análise gramatical do texto II, é CORRETO afirmar que
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“O bicho não era um cão / Não era um gato, / Não era um rato.”
A( ) alcatéia / ninhada.
B( ) matilha / ninhada.
C( ) matilha / alcatéia.
D( ) ninhada / matilha.
E( ) alcatéia / matilha.
TEXTO III
Edgar Vasques – Rango 30 anos – O gênio Gabiru. Porto Alegre: L&PM, 1998. p. 22.
VOCABULÁRIO:
Feudalismo: sistema político, social e econômico que vigorou na Europa durante a Idade Média.
Baseava-se na agricultura e na propriedade da terra.
Ganância: ambição de ganho, de lucro.
QUESTÃO 18. O 2º quadrinho da tira mostra o personagem expondo sua opinião acerca de um
assunto. Analisando o CONTEXTO, o ato imediatamente anterior do
personagem que permite essa exposição de opinião é
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QUESTÃO 19. Após a análise dos aspectos gramaticais do texto III, é INCORRETO dizer que
QUESTÃO 20. A relação de analogia entre os textos I, II e III é estabelecida por meio da
A( ) temática abordada.
B( ) crítica irônica.
C( ) sucessão de fatos.
D( ) estrutura formal.
E( ) temática abordada.
QUESTÃO 21. Durante a leitura dos textos da prova, você teve a oportunidade de refletir sobre
a problemática da fome. Sua tarefa é criar uma carta pessoal, cujo remetente é
a narradora do texto I (CRIE UM NOME PARA ELA) e cujos destinatários são
as “Crianças do Mundo”. Nessa carta, a remetente deve falar sobre a situação
dramática que presenciou, por que razão decidiu escrever essa carta,
apresentar soluções para o problema da fome e de que modo os destinatários
podem ajudá-la. Em seu texto, a cidade de onde a remetente envia a carta deve
ser “Brasília”.
Não se esqueça de:
• seguir as características estruturais do gênero textual solicitado;
• utilizar o padrão culto da linguagem;
• escrever um texto entre 20 e 25 linhas;
• fazer o alinhamento adequado dos parágrafos, de acordo com o gênero;
• assinar com o nome criado para a personagem.
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