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A VOZ DO SILÊNCIO

Por: Glenio Fonseca Paranaguá


01/03/1998
Aquele que possui conhecimento refreia as suas palavras, e o homem de
entendimento é de espírito sereno. Provérbios 17:27.

A palavra é o barulho da mente, mas o silêncio é o eco da alma descansada. A mente


agitada tem uma língua solta, enquanto a alma tranqüila fala com o silêncio. O mundo
inquieto dos nossos dias tem produzido uma população tagarela, que se compraz no
movimento frouxo de uma língua desparafusada. Falar é o vício entorpecente da maioria
das pessoas. Muita gente simplesmente deseja falar, ainda que não tenha nada a dizer.
Grande parte das conversas são apenas o sopro de palavras ocas e vazias; mas com
isto, fica muito fácil definir o perímetro da cabeça. Pelo conteúdo das palavras podemos
avaliar a dimensão do conhecimento. Alguém já disse que conhecemos os pássaros pelo
seu canto, e um homem, pelas suas palavras. Quando falamos, sempre revelamos a
nossa identidade. A palavra é a voz do coração, o retrato da mente e a radiografia do
caráter. Jesus foi muito enfático com este assunto: Raça de víboras, como podeis falar
coisas boas, sendo maus? Porque a boca fala do que o coração está cheio. Mateus
12:34.

J. S. Baxter disse que uma das primeiras coisas que acontece quando alguém está
realmente cheio do Espírito Santo não é falar línguas, mas, sim, aprender a dominar a
língua que já tem. Até o tolo quando se mantém calado é tido por sábio. Dificilmente
distinguimos um tolo quando está em silêncio; só podemos julgá-lo adequadamente
quando ele está falando. A grande necessidade que percebemos na vida da igreja
contemporânea é o aprendizado espiritual da verdadeira eloqüência do silêncio. Não
estamos defendendo os votos de mutismo, mas a experiência íntima da quietude e a
ciência profunda do silêncio ocasional. Falar palavras de peso com propriedade é tão
importante como ficar silencioso nos momentos que a verdadeira sabedoria o requer.
Todos tropeçamos em muitas coisas. Se alguém não tropeça em palavras, esse
homem é perfeito, e capaz de refrear todo o corpo. Tiago 3:2. Aprender a controlar a
língua e ficar silencioso diante de Deus. Esperar a sua manifestação graciosa, em face
dos acontecimentos injustos deste mundo. Eis a mais elevada postura da verdadeira
sabedoria. No muito falar não falta transgressão, mas o que modera os lábios é
prudente. Provérbios 10:19.

O silêncio é fundamental quando entramos na presença de Deus. Vivemos hoje um


momento de muito ruído quando oramos e adoramos. É verdade que precisamos das
palavras para falar com Deus; mas a oração atual, além da abundância das palavras é
perturbada pela intensidade angustiante da voz, e pelo barulho estrepitoso dos
pensamentos. Somos uma geração do estrondo: Gritos na garganta, tumulto na alma,
zunidos nos pensamentos. A algazarra de dentro é pior do que a zoada de fora. Mas o
Senhor está no seu santo templo; cale-se diante dele toda a terra. Habacuque 2:20.
Deus ainda se manifesta em ocasiões nas quais encontra alguém suficientemente quieto
para ouvir, e, solitário o bastante para prestar atenção. Não é possível ouvirmos a voz de
Deus enquanto não sossegarmos na sua presença. O espalhafato do culto moderno tem
sido um estorvo para a comunhão do espírito. Se fizermos um grande silêncio no coração,
escutaremos Deus falar. Cale-se, toda carne, diante do Senhor, porque ele se
levantou da sua santa morada. Zacarias 2:13. A alma precisa de períodos de profundo
silêncio, para poder gozar da intimidade com Deus. Os sussurros divinos não são
captados no tropel desta agitação alucinante. Se a igreja continuar a desconsiderar a
necessidade de manter-se em silêncio diante de Deus, perderá por completo a
capacidade de ouvir a voz de Deus, e se tornará tão autocêntrica que qualquer voz
assumirá a orientação do discurso espiritual. O silêncio é o ponto de partida mais seguro
para a acústica do timbre celestial. Cala-te diante do Senhor Deus, porque o dia do
Senhor está perto, porque o Senhor preparou o sacrifício, e santificou os
convidados. Sofonias 1:7.

A voz do silêncio também precisa ser mantida diante dos adversários. O silêncio é uma
virtude tão rara em situações em que a sabedoria o rege, que é considerado uma virtude
quando a loucura o impõe. A língua desligada na presença dos adversários
freqüentemente se constitui em matéria prima de toda forma de maledicência. Mais vale
um silêncio prudente do que uma verdade pouco caridosa. As palavras devem ser sempre
oportunas e a linguagem sã e irrepreensível, para que o adversário se envergonhe,
não tendo nenhum mal que dizer de nós. Tito 2:8. Mantenha silêncio ou fale aquilo que
é melhor do que o silêncio. Muitas vezes o silêncio causa muito mais efeito do que todas
as nossas explicações razoáveis. É verdade que não se deve usar o silêncio como
omissão ou punição, pois, pode-se cometer uma injustiça contra outra pessoa tanto por
meio do silêncio quanto da calúnia. Do mesmo modo que iremos prestar contas de toda
palavra ociosa que tivermos proferido, seremos responsáveis pelo silêncio negligente que
temos assumido.

Nunca devemos esquecer que o tempo precisa ser bem administrado, para que tenhamos
oportunidade de calar com sabedoria e falar com precisão. Mas falar só é bom, quando
for melhor do que silenciar. A Bíblia fala que há um tempo de rasgar, e tempo de coser;
tempo de estar calado, e tempo de falar. Eclesiastes 3:7. É conveniente observar que
o tempo de ficar calado precede o tempo de falar. Quem pensa o que vai falar,
normalmente não corre o risco de engolir a seco as palavras impensadas. Nada pode ser
mais indigesto, do que ficar entalado com as palavras apimentadas, ditas sem
comedimento. Quando o silêncio antecede o discurso, com certeza, a coerência
determina a fala. Pense tudo o que você quer falar; mas não se esqueça que é muito
vantajoso não falar tudo o que tenha pensado. Como maçãs de ouro em salvas de
prata, assim é a palavra dita a seu tempo. Provérbios 25:11. E um antigo provérbio
vem ressaltar ainda mais esta ênfase com sua sabedoria: A palavra é de prata e o
silêncio é de ouro.

É sempre muito oportuno desenvolver o aprendizado das disciplinas que promovem o


silêncio. Publius Syrius disse: Várias vezes me arrependi dos meus discursos, nunca do
meu silêncio. Como já vimos acima, há silêncio que é covarde. Entretanto, nós falhamos
muito mais pela precipitação das palavras do que pela falta de silêncio. Sendo assim, é
urgente que nos matriculemos na escola divina das disciplinas espirituais, capazes de
promover o silêncio oportuno para os momentos adequados. Mais do que nunca, somos
instigados a buscar os lugares apropriados, onde podemos, pela graça, descarregar as
exigências sufocantes do desempenho, na pessoa de Jesus Cristo, para exercitar o
descanso silencioso da alma. A igreja dos nossos dias precisa parar para ouvir a voz do
silêncio, a fim de poder ouvir a voz de Deus. Nos tempos excitantes e maus do fim é
imperioso o silêncio mais silencioso, para se poder ouvir o som da voz divina. Portanto,
o que for prudente guardará silêncio naquele tempo, porque o tempo será mau.
Aquietai-vos e sabei que eu sou Deus; sou exaltado entre as nações, sou exaltado
na terra. Amos 5:13, Salmo 46:10.

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