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Redes de Telecomunicações

GLAUCIONOR LIMA DE OLIVEIRA


SDH – Hierarquia Digital Síncrona
INTRODUÇÃO
O primeiro telefone viável, na prática, foi considerado pouco mais que um
brinquedo (Alexander Graham Bell, 1876: requerimento de patente respectivo à
transmissão eletromagnética de voz). Parece que ninguém tinha idéia do impacto que o
telefone iria causar mais tarde no mundo. Em nossa sociedade industrial moderna, o
intercâmbio de informações chega a assumir um papel quase tão importante quanto os
fatores básicos de produção: capital e trabalho. Ingressamos em uma nova era da história:
a era da informação e das comunicações.
A partir do início da década de 1970, muitas concessionárias de serviços de
telecomunicações decidiram começar a instalar exclusivamente sistemas digitais. Essa
decisão visava a implementação eventual da Rede Digital de Serviços Integrados - RDSI,
com o objetivo de oferecer a maior variedade possível de serviços aos clientes. Contudo,
são necessários equipamentos digitais de transmissão e comutação para que se dê a
transição à RDSI. Para chegar a esse ponto, primeiro será necessário passar por uma série
de etapas.
Vamos voltar um pouco mais no tempo: em 1938, Allan H. Reeves sugeriu o uso de
uma nova técnica para a amostragem, quantização e transmissão de sinais de voz
codificados. A criação da codificação denominada modulação por associação de códigos a
pulsos (Pulse Code Modulation-PCM), para a transmissão de sinais em altas taxas de bits,
tornou possível transmitir sinais múltiplos através de um único circuito, empregando
técnicas de Multiplexação por Divisão de Tempo (Time Division Multiplexing-TDM). Esta
descoberta, no entanto, estava muito além de sua época. Os sistemas de transmissão PCM
só ficaram economicamente viáveis por volta de 1961, com o advento dos semicondutores
e o aumento na demanda por serviços de telefonia. O rápido desenvolvimento a nível
internacional teve como resultado uma série de padrões nacionais para os
multiplexadores de primeira ordem. Mais tarde, os sistemas digitais interurbanos
entraram em cena. Ao longo dos anos, três padrões foram adotados:
O padrão norte–americano, utilizado nos EUA e Canadá, com uma velocidade
primária de 1,544 Mbit/s (T1);
O padrão europeu, nos países CEPT (Committee European de Post ET Telegraph),
baseado em uma velocidade primária de 2,048 Mbit/s (E1);

Estes padrões empregam a Hierarquia Digital Plesiócrona ou quase síncrona


(Plesiochronous Digital Hierarchy - PDH, do grego Plesiós, que significa quase e chronous,
que significa relógio) na transmissão dos sinais.
Um ajuste das velocidades através do processo de justificação ou enchimento
(stuffing) é necessário ao efetuar-se a multiplexação, devido às diferenças entre os
relógios dos tributários. A extração e a inserção de sinais de voz e dados a partir de fluxos
de informação a velocidades altas exige uma tecnologia bastante complexa de
multiplexadores.
Surge mais tarde a Hierarquia Digital Síncrona (Synchronous Digital Hierarchy –
SDH), com objetivo básico de formar um padrão internacional unificado e facilitar o
processo de extração e inserção de tributários, tornando as redes mais flexíveis. Desta
forma, a gerência das redes poderia tornar-se mais eficaz e mais econômica. Além do
mais, a demanda crescente por enlaces de comunicações de faixa larga poderia ser
satisfeita mais facilmente. Estas mesmas considerações aplicam-se ao Modo de

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Transferência Assíncrono (Assynchronous Transfer Mode-ATM), que já é uma realidade,
principalmente em redes corporativas.
A partir da década de 60, os primeiros sistemas PCM foram introduzidos, com o
propósito de aumentar a capacidade de transmissão dos cabos existentes para
interconectar localmente centrais eletromecânicas de comutação. Até 1984,
aproximadamente, usava-se a rede telefônica apenas para serviços de comunicações em
faixa estreita. Ainda hoje muitas redes telefônicas funcionam segundo o mesmo princípio.
A introdução da Hierarquia Digital Síncrona - SDH trouxe grandes benefícios no
sentido de melhoria das possibilidades de gerência das redes, graças ao seu cabeçalho
(overhead) expandido e à técnica mais versátil de multiplexação. Os assinantes não
deverão dar-se conta destas mudanças na fase inicial, mas as concessionárias poderão
reagir mais ágil e eficientemente às exigências de seus clientes.

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CAPÍTULO 1:

1 – DESCRIÇÃO DA HIERARQUIA PDH

1.1 – Conceitos Básicos Sobre Comunicações Digitais

Centrais telefônicas eletrônicas, telefones celulares, modernos PABX e sistemas de


transmissão trabalham com sinais digitais binários. Contudo, a voz humana é analógica e
antes de ser manipulada por esses equipamentos, deve ser digitalizada. Compreender
como ocorre essa digitalização é fundamental para entender a importância dos sistemas
baseados na Hierarquia Digital Síncrona (Synchronous Digital Hierarchy – SDH).
No início deste século, os cientistas descobriram que não era preciso transmitir a
voz o tempo todo para que fosse compreendida. Enviar amostras do sinal elétrico análogo
à voz, tomadas a intervalos regulares, seria o bastante para recuperar o sinal original
depois. Do outro lado da linha, um circuito eletrônico transformaria as amostras num sinal
analógico muito semelhante ao original.
Harry Nyquist, engenheiro americano que trabalhava no Bell System nos anos 20,
concluiu que utilizando-se uma taxa de amostragem igual a duas vezes a componente de
maior frequência do sinal analógico, seria possível recuperar o sinal original. Com os canais
de voz limitados em uma faixa de 0 à 4 kHz, temos uma taxa de 2 x 4KHz, ou 8.000
amostras por segundo.
Cada amostra é comparada com 256 patamares predefinidos, que correspondem
às 256 possibilidades de palavras de 8 bits. Se a amplitude da amostra estiver mais
próxima do patamar 80, por exemplo, recebe o código de 8 bits referente à este patamar,
e assim por diante. Este processo de codificação é conhecido como modulação por
associação de códigos a pulsos, cuja sigla é PCM ( Pulse Code Modulation ). Como são
feitas 8 mil amostras por segundo, cada qual rotulada com 8 bits, o resultado da
digitalização da voz humana, em aplicações telefônicas, é uma sucessão de 64 mil bits por
segundo, ou 64 Kbps. Esse sinal é o “tijolinho” básico dos sistemas de telecomunicações.
Na outra ponta, do lado do receptor, ocorre o processo inverso. O sinal de 64 Kbps
do canal de voz é decomposto em 8 mil códigos de 8 bits. Um conversor lê cada código e
produz, em sua saída, um pulso de amplitude correspondente. E outro circuito transforma
os 8 mil pulsos num sinal analógico contínuo, semelhante ao sinal original. O importante é
entender que na entrada do conversor analógico-digital há um sinal elétrico cujas
variações de amplitude são análogas às variações de amplitude do sinal de voz, e na sua
saída há uma torrente de bits que se sucedem ao ritmo de 64 Kbps. Este sinal digital é
chamado de canal PCM.
Os sinais digitais são manipulados mais facilmente, e a transmissão é mais imune a
ruídos. Os mesmos equipamentos projetados para tratar voz digitalizada também podem
tratar sinais de dados e vídeo.

1.2 – Quadro PCM de 2 Mbps

Logo os engenheiros perceberam que seria possível projetar sistemas de


transmissão mais baratos e eficientes por meio da mesclagem de vários canais PCM e da
transmissão síncrona dessa mescla por um único par de fios, o mesmo que antes era
ocupado por um só sinal analógico. O método usado para combinar vários canais de 64

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Kbps em uma única torrente de bits de maior velocidade é conhecido como TDM (Time
Division Multiplexing). O conceito é simples: Alinham-se 32 canais PCM. Um byte de cada
canal é transmitido por vez, num canal de saída de alta velocidade. O multiplexador TDM
lê o primeiro byte de cada um dos canais PCM, todos ao mesmo tempo. Cada um desses
bytes dura 125µs, após o que são armazenados na memória do multiplexador.
Da memória do MUX, os bytes são enfileirados na saída de alta velocidade: o
primeiro byte do canal 1, depois o primeiro do canal 2, e assim por diante até o primeiro
byte do canal 32, quando o processo recomeça para o segundo byte de cada canal. Só que,
na saída, cada byte dura apenas 3,90625µs. Em outras palavras, os 32 primeiros bytes de
cada um dos 32 canais PCM duram o mesmo tempo (125µs) que cada byte da entrada.
Com isso, a velocidade da torrente de bits na saída do mux é de 2,048 Mbps ou 32 vezes
64 Kbps.
Desses 32 canais, o primeiro é usado para controle e sincronismo do “seletor
rotativo” que, na outra ponta do sistema, desfaz a intercalação ou desmultiplexa, e o
décimo sétimo é usado para sinalização. Essa é a estrutura de um enlace PCM, também
chamado de enlace E1 (por ser um padrão europeu) e de sinal de 2 Mbps: 30 canais de voz
ou 31 canais de dados, 2 canais para sinalização e sincronismo e taxa de 2,048 Mbit/s.
Antigas centrais telefônicas eletromecânicas eram interligadas por meio de
circuitos eletrônicos analógicos com 2 ou 4 fios. A técnica de digitalização da voz usando
PCM e a de construção de enlaces com 30 canais de voz simultâneos (enlace E1)
representaram uma revolução nas telecomunicações.

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Conforme a procura por serviços telefônicos foi crescendo, ficou claro que o
padrão E1 seria insuficiente para escoar todo o tráfego entre as grandes centrais
telefônicas. Para evitar um número excessivo de enlaces E1 entre as centrais, cuja
manutenção seria cara e complexa, foi preciso criar multiplexadores que intercalassem
vários enlaces E1 num único cabo coaxial ou fibra óptica.
Na Europa e no Brasil, adotou-se o padrão que intercalava quatro enlaces E1,
produzindo um sinal de 8,448 Mbps em um processo semelhante ao da multiplexação de

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32 canais PCM. Desta forma, surge a formação dos quadros PCM de ordem superior, de
acordo com os padrões apresentados a seguir.

1.3 – Hierarquia PDH Americana, Européia e Japonesa

Estas hierarquias são baseadas em velocidades primárias diferentes. Tudo o que


elas possuem em comum são os canais de 64 Kbps. Na Europa, por exemplo, a taxa
primária é composta por 32 canais de 64 Kbps, resultando em um tributário de 2,048
Mbps; já nos EUA, a taxa primária é composta por 24 canais de 64 Kbps, resultando em um
tributário de 1,544Mbps.
Ao cruzar fronteiras internacionais, a conversão é necessária para que ocorra
compatibilidade entre as tecnologias. Isto se deve justamente ao fato de não haver um
padrão na PDH, ao contrário do que ocorre na SDH. A figura 2.6 ilustra as hierarquias PDH
atuais e alguns dos fatores de conversão possíveis entre elas.

1.4 – Quadros PCM de Ordem Superior

Os espaços de carga do quadro multiplexado de ordem superior não são


intercalados byte a byte, como no quadro primário (PCM de 2 Mbps), e sim bit-a-bit. Além
disso, em função dos bits de enchimento, as taxas de transmissão aumentam cada vez
mais nos processos de multiplexação.
O comprimento dos quadros de cada nível hierárquico é arbitrário. Para localizar os
espaços de carga dos tributários e os bits de serviço, cada nível hierárquico tem seu

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próprio sinal de alinhamento de quadro específico para esse nível. Por último, os bits de
serviço são muito limitados em sua capacidade, somente permitindo um pequeno
transporte de alarmes.
Na Hierarquia Plesiócrona adotada no Brasil, para os quadros de ordem superior, o
quadro de cada nível hierárquico contém quatro espaços de carga (um para cada
tributário), intercalados bit-a-bit e precedidos de um sinal de alinhamento de quadro
(repetido a cada novo quadro). Cada espaço de carga possui uma capacidade ligeiramente
superior à necessária para os bits do tributário.
Em uma posição específica, o multiplexador tem a opção de copiar ou deixar de
copiar um bit de informação do tributário. Quando a defasagem acumulada entre o
tributário e o espaço de carga chega a um bit, o mux deixa de copiar um bit de informação
nesse espaço, avisando ao demux para que pule esse bit ao recuperar os bits úteis daquele
tributário.

O Quadro PCM de 8 Mbps

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A figura 1.4 ilustra o quadro de 2a ordem (8Mbps), detalhando a sua estrutura em
geral. Os bits C, que se encontram na primeira posição do segundo, terceiro e quarto
blocos do quadro, são utilizados para indicar ao DMUX se a posição designada como S
contém ou não um bit de informação. Quando o bit S contém informação, os bits C
assumem o valor “0”. Quando o bit S é de justificação (vazio), os bits C assumem o valor
“1”, indicando ao DMUX que este bit deve ser pulado ao percorrer os bits do tributário.
A informação sobre se o bit S contém ou não informação está repetida três vezes,
por segurança, uma vez que deixa de reconhecer uma justificação implicaria um slip
(deslizamento) de um bit no sinal demultiplexado.

Estrutura matricial para os quadros PCMs de 8M, 34M e 140 Mbps.

As figuras abaixo ilustram os quadro PCMs de ordem superior na forma matricial,


onde cada sub-quadro é colocado um abaixo do outro, formando um quadro, mostrando
os bits de sincronismo (FAS), informação (I), controle de justificação (C) e justificação (S).

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1.5 – Processo de Sincronização da PDH

Os tributários transportados no quadro PCM de 2 Mbps são armazenados nos


respectivos espaços de carga (intervalo de tempo). Como o quadro não permite ajustar a
velocidade de cada tributário ao espaço de carga a ele destinado, os tributários têm que
ser síncronos ao quadro primário, pois de outro modo ocorreriam “deslizamentos” (slips)
periodicamente.
A função das centrais de comutação é retirar a carga (tributário de 64 Kbps)
contida nos quadros primários que lhes chegam, e colocá-la nos espaços de carga dos
quadros primários gerados por elas mesmas em direção a outros elementos de rede mais
adiante. Os tributários têm que caber exatamente nos espaços de carga, se não o fizer, os
elementos que realizam a comutação introduzirão slips ou deslizamentos.
Devido a essa problemática, para que um sinal de 64 Kbps ou n x 64 Kbps possa ser
transportado sem ser danificado, é preciso que todos os sinais de 64 Kbps sejam síncronos
aos quadros de 2 Mbps, e que todos os quadros de 2 Mbps sejam síncronos ente si.
Para evitar ter que sincronizar também os multiplex de ordem superior, a
multiplexação dos tributários a partir de 2 Mbit/s obedece a um esquema bastante
distinto.
Nos sistemas multiplex digitais de segunda ordem, seguindo a hierarquia de 2,048
Mbps, os sinais tributários que irão formar um sinal composto a 8,448 Mbps são ditos
plesiócronos. Para se efetuar a formação do sinal composto é preciso primeiramente fazer
com que estes sinais plesiócronos tornem-se síncronos. Um dos métodos usualmente
empregados e que é adotado nos multiplex digitais de alta hierarquia é o método de
justificação positiva.
Este processo consiste em se fazer a inserção de informações redundantes em
intervalos de tempo reservados para tal, nos quatro sinais tributários de entrada. Após
este processo de sincronização, os sinais tributários são multiplexados em um sinal
composto a 8.448 Kbps.

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No caso do multiplex de 2ª ordem, para a sincronização dos sinais de cada
tributário de entrada (plesiócrono), é realizado o armazenamento dos sinais de cada
tributário em uma “memória elástica”. A escrita nessa memória é seqüencial e comandada
pelo relógio de 2,048 MHz recuperado do próprio sinal de entrada. A leitura dessa
memória (seqüencial) é realizada utilizando-se um relógio interno de 2,112 MHz.
Como o relógio de leitura tem freqüência maior que o relógio de escrita, em
determinado momento haveria uma sobreposição de dois bits, e consequentemente, um
erro de leitura. Para evitar tal erro, as fases do relógio de escrita e do relógio de leitura são
comparadas ente si, e na iminência de um erro de leitura, o comparador de fases comanda
a inserção de um espaço vazio no relógio de leitura, o que significa paralisar a operação de
leitura da “memória elástica”.
Esse espaço vazio no relógio de leitura impede a antecipação do relógio de leitura
sobre o de escrita, evitando assim erros de leitura da “memória elástica”. Tal operação é
denominada operação de justificação. Como a velocidade de leitura é ligeiramente
superior à velocidade com que chegam os dados de cada tributário, a memória elástica
tende sempre a esvaziar-se. Ao ocorrer uma defasagem entre os relógios de leitura de
escrita de um bit, há uma ordem de ajuste (stuffing). O quadro seguinte será marcado e,
na posição designada para o bit extra, receberá um bit stuffing. Ao gerar esse bit extra, o
multiplex deixa de ler a memória por um período de relógio, e ela volta a encher-se com o
bit do tributário que não foi lido durante a inserção do bit extra. Desta forma ocorre um
ajuste da velocidade entre os tributários.

Conceito de memória elástica

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Como a velocidade de leitura é ligeiramente superior à velocidade com que
chegam os dados de cada tributário, a memória elástica tende sempre a esvaziar-se. Ao
ocorrer uma defasagem entre os relógios de leitura e escrita de 360 graus (um bit), há uma
ordem de ajuste (stuffing).

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CAPÍTULO 2:

2 – A HIERARQUIA DIGITAL SÍNCRONA

2.1 - Princípios Básicos da Hierarquia Síncrona

2.1.1 – Generalidades

A Hierarquia Digital Síncrona (Synchronous Digital Hierarchy - SDH) consiste em um


sistema de transmissão digital de alta velocidade, cuja característica básica é a formação
de um padrão internacional unificado, diferente do contexto PDH, que possui três padrões
diferentes (americano, europeu e japonês).
Um sistema unificado proporciona maior capacidade e eficiência na gerência das
redes, bem como uma considerável redução de custos. O processo de multiplexação, por
ser mais flexível, se torna muito mais simples em relação à PDH, que necessita de simetria
de equipamentos em todos os pontos da rede. Um sinal SDH pode ser inserido dentro de
uma taxa maior, sem passar por estágios intermediários. Uma característica básica do
quadro SDH é que ele está organizado em bytes, e não em bits.
O início de cada quadro dos tributários, ao contrário do que ocorre na Hierarquia
Plesiócrona (PDH), não é indicado por uma palavra de alinhamento de quadro, e sim por
ponteiros. Na SDH, só existe um sinal de alinhamento de quadro à velocidade da linha (é o
mesmo para qualquer STM-N). Os quadros tributários têm a posição de seu início no
espaço de carga indicado pelos ponteiros. Há sempre um ponteiro associado a cada
espaço de carga. Os ponteiros indicam em qual dos bytes do espaço de carga encontra-se
o primeiro byte do quadro container virtual.
Os ponteiros também servem para resolver eventuais diferenças de velocidade
entre os sinais tributários e os respectivos espaços de carga (chamados de Unidade
Tributária ou Unidade Administrativa, conforme o caso) nos quais os tributários são
copiados para serem transportados.
Outra característica da SDH é possuir um “cabeçalho” grande o suficiente para
permitir designar vários canais de grande capacidade para funções de supervisão,
operação, manutenção e gerência dos elementos de transporte da rede.
Os quadros dos tributários podem ser subdivididos segundo esquemas bem
definidos para acomodar espaços de carga (unidades tributárias) de menor ordem. Estas
unidades tributárias, por sua vez, recebem quadros tributários sob a forma de VC’s (virtual
containers) correspondentes ao seu tamanho. Essa flexibilidade permite misturar sinais de
hierarquias distintas em um módulo básico STM-1 (Synchronous Transport Module).
A simplicidade do processamento permite a realização de redes flexíveis, com o
uso de nós de rede capazes de copiar para e desde o sinal de linha, um ou vários
tributários através de um Multiplexador insere/deriva (Add Drop Multiplexer - ADM) ou
copiar tributários de um sinal de linha para outros sinais de linha, realizando uma matriz
temporal de comutação de containers virtuais (SDXC-Synchronous Digital Cross Connects).

As características mais importantes da SDH são:


• Tratamento a nível de byte;
• Duração de quadro uniforme (125µs);
• Utilização de ponteiros para identificar os quadros dos tributários e
adaptação de velocidade (justificação);

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• Canais de serviço e supervisão de grande capacidade, permitindo a
implementação de uma gerência de rede TMN (Telecommunications Management
Network);
• Padronização mundial que permite compatibilizar as 3 hierarquias
existentes;
• Alta capacidade de transmissão;
• Acesso direto aos tributários de baixas taxas sem passar pelos estágios
intermediários;
• Permite a implementação de arquiteturas mais eficientes e flexíveis com
o uso de ADM’s e SDXC’s, reduzindo o custo nos nós da rede;
• Compatibilidade com as técnicas ATM (Assynchronous Transfer Mode).

2.1.2 – Descrição das Camadas

O ITU-T subdividiu as redes de transporte SDH em três camadas, que são: camada
de circuito, camada de via e camada do meio de transmissão ( fig.3.1). Existe uma relação
servidor/cliente entre essas camadas, onde a camada inferior é cliente da camada
imediatamente superior e esta é servidora da camada imediatamente inferior. Cada
camada tem seus próprios procedimentos de operação e manutenção.
Camada de Circuito – Provê aos usuários serviços de telecomunicações tais como:
Comutação de circuitos e comutação de pacotes. Diferentes camadas de circuito podem
ser identificadas de acordo com os serviços fornecidos;
Camada de Via – É utilizada para dar suporte aos diferentes tipos de camadas de
circuito. No caso da SDH, existem dois tipos: a Camada de Via de Ordem Inferior e a
Camada de Via de Ordem Superior. A monitoração desta rede de camadas é possível
através do POH (Path Overhead) de ordem inferior ou superior;
Camada do Meio de Transmissão – É dividida em camada de seção e camada de
meio físico. A camada de seção se ocupa com todas as funções para a transferência de
informação entre dois nós na camada de via. A camada de meio físico se ocupa com o
meio de transmissão em si (fibra ótica, rádio ou par metálico), a qual serve à camada de
seção.
Existe também uma camada opcional denominada Camada Tandem. Esta camada
trata do transporte confiável da carga útil da camada de via e seu cabeçalho através da
rede, isto é, o propósito da camada de conexão Tandem é fornecer funções de
manutenção a nível de rede. A camada de conexão Tandem é composta por várias seções
multiplex.

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2.1.3 – Taxas de Transmissão da SDH

Todos os sinais plesiócronos que aparecem nas redes atuais podem ser
transportados sobre a SDH, o que significa que a rede SDH é completamente compatível
com as redes existentes. Além disso, a capacidade de transporte da SDH tem flexibilidade
para acomodar os mais avançados sinais para serviços particulares, como: ATM, FDDI,
DQDB entre outros.
Com a definição de uma interface de rede padronizada (Network Node Interface-
NNI), os sistemas SDH permitirão a interconexão direta de equipamentos de transmissão
de diferentes fornecedores e possibilitarão a conexão destes diversos tipos de sinais à
rede SDH.
Na SDH é definida uma estrutura básica de transporte de informação denominada
STM-1 (Synchronous Transport Module), com taxa de 155,520Mbps. Esta estrutura define
o primeiro nível da hierarquia. As taxas de bit dos níveis superiores são múltiplos inteiros
do STM-1.
Atualmente estão padronizados quatro módulos de transporte: STM-1, STM-4,
STM-16, STM-64 e STM-256. Com a necessidade de se definir uma estrutura de quadro
com capacidade de transmissão mais baixa que o STM-1, surgiu o STM-0, para utilização
principalmente em sistemas de rádio-enlace e satélite. Essa estrutura possui taxa de
51,840 Mbps, não sendo considerada um nível hierárquico SDH. O ANSI (American
National Standards Institute) padronizou esta estrutura com capacidade de transmissão de

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1/3 do STM-1, que é denominado OC-1 (Optical Carrier nível 1) e corresponde ao primeiro
nível da hierarquia americana (Synchronous Optical Network-SONET).

2.1.4 – Estrutura de Multiplexação da SDH

Na SDH a informação está organizada em Módulos Síncronos de Transporte-STM,


os quais contêm três áreas básicas:
SOH (Cabeçalho de Seção) – Cumpre funções de sincronismo de quadro, canais de
serviço, funções de controle, etc.
AU Pointer (Ponteiro da Unidade Administrativa): Indica como está estruturada a
informação na área da carga útil, e indica como localizar os virtual containers, onde
está a informação dos tributários.
Payload (Área de carga útil): Composta de containers virtuais, os quais recebem e
acomodam organizadamente a informação dos tributários. Dentro da carga útil,
cada container virtual possui um cabeçalho próprio encapsulando os dados de
usuário (POH - cabeçalho de via).
Os NNI’s (Network Node Interface) ou Interface de Nó da Rede (terminais com
capacidade de derivação e inserção) interpretam os ponteiros para localizar os
containers virtuais, que contêm os dados para derivação ou inserção.

Podemos interpretar o módulo de transporte como um trem cujos vagões são


containers virtuais que podem ser manipulados nos pátios das estações de transferência

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de carga (NNI’s). A seguir, seguem algumas definições para que possamos compreender a
estrutura de multiplexação:

Container : C-11, C-12, C-2, C-3 ou C-4

O Container consiste de uma estrutura de informação de tamanho apropriado, que


transportará o sinal tributário enquanto este permanecer na rede SDH. Sua função é
adaptar os tributários em espaços de carga padrão (containers), que serão transportados
através da rede. Existe um número limitado de containers definidos para as taxas mais
comumente encontradas na rede. Ver figura 3.9.
A função de adaptação de um tributário na rede SDH é feita através de
mapeamento do sinal tributário no container síncrono. Se o sinal tributário for plesiócrono
ou assíncrono, o processo de mapeamento inclui justificação de bit. Assim, o tributário de
2,048 Mbps é mapeado no tributário C-12, o tributário de 34,368 Mbps é mapeado no C-3
e o tributário de 139,264Mbps é mapeado no C-4 (fig.3.3).

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Virtual Container : VC-n
Um Virtual Container ou Container Virtual é uma estrutura de informação utilizada
para acomodar as conexões da camada de via do SDH. Ele é composto pelos campos da
carga útil (container) e do cabeçalho de via POH (Path Overhead), organizados em uma
estrutura que se repete a cada 125 µs.
Os VC’s são categorizados segundo um nível “n”. Para n=1 e 2, temos um VC de
ordem inferior, que é composto por um único container C-1 ou C-2 e um cabeçalho de via
(POH) de ordem inferior. Um VC-3 será de ordem inferior quando estiver associado a um
TU-2. Para n=3 e 4, temos um VC de ordem superior, que é composto por um único
container C-3 ou C-4 ou por um conjunto de Grupos de Unidade Tributária (TUG-2 ou TUG-
3) e por um cabeçalho de via de ordem superior.
Os sinais tributários (por exemplo, um feixe de 2 Mbps) são arranjados dentro de
um VC para transmissão ponto-a-ponto através da rede SDH. O VC é montado e
desmontado apenas uma vez, mesmo se ele precisa ser transferido de um sistema de
transporte para outro várias vezes em seu caminho através da rede.

Tributary Unit: TU-12 ou TU-3

Tributary Unit ou Unidade Tributária (TU) é uma estrutura de informação que


proporciona adaptação entre a camada de via de ordem inferior e a camada de ordem
superior. Uma TU-12 é constituída por um payload de informação (VC-12) e um ponteiro
de TU, através do qual se obtém a diferença em bytes entre a posição ocupada pelo
overhead de via do VC-12 e o início do VC de ordem superior.
Uma TU-3 é uma estrutura constituída por um VC-3 e um ponteiro de TU, através
do qual se obtém a diferença em bytes entre a posição ocupada pelo primeiro byte do
overhead de via do VC-3 e o início do VC-4.

Administrative Unit: AU-3 ou AU-4

Administrative Unit ou Unidade Administrativa (AU) é uma estrutura de


informação que proporciona adaptação entre a camada de via de ordem superior e a
camada de seção de multiplex. A AU-3 é constituída por um payload de informação (VC-3)
e um ponteiro de AU, através do qual obtém-se a diferença em bytes entre a posição
ocupada pelo primeiro byte do overhead de via do VC-4 e o início do quadro STM-N.

Tributary Unit Group : TUG-2 ou TUG-3

O entrelaçamento byte a byte de três TU-12, os quais ocupam posições fixas em


relação ao início do virtual container de ordem superior (VC-3 ou VC-4), constitui um
Grupo de Unidades Tributárias-2 (TUG-2). Um Grupo de Unidades Tributárias-3 (TUG-3) é
obtido a partir do entrelaçamento byte a byte de um TUG-2, ou a partir de um TU-3.

Administrative Unit Group: AUG

O entrelaçamento byte a byte de três AU-3, os quais ocupam posições fixas em


relação ao início do quadro STM-N, constitui um Grupo de Unidades Administrativas
(AUG). Um único AU-4 também se constitui num AUG.

Synchronous Transport Module: STM-N

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O Módulo de Transporte Síncrono STM é uma estrutura de informação utilizada
para permitir conexões entre camadas de seção através da Hierarquia Digital Síncrona
(SDH). Um STM-N é uma estrutura que se repete a cada 125µs, constituída por um payload
de informação (um AUG que resultará em um STM-1 ou quatro AUG’s entrelaçados byte a
byte que resultarão em um STM-4 ou dezesseis AUG’s entrelaçados byte a byte que
resultarão em um STM-16) e um overhead de seção (SOH).
A estrutura de multiplexação da SDH padronizada pelo ITU-T, através da norma
G.709 está ilustrada na figura abaixo. Nesta estrutura podemos identificar as diversas
camadas da rede SDH e a sua formação a partir dos tributários.
Os espaços de carga para os tributários são constituídos por vários bytes
intercalados no quadro, em subdivisões consecutivas, de forma muito ordenada.

O container virtual VC-4 contém um cabeçalho de via (POH) com canais de serviço
e supervisão ponta a ponta. Os demais bytes desse quadro VC-4 podem constituir um
grande espaço de carga definido como C-4, o qual abriga um sinal PDH de 140 Mbps, ou
podem estar subdivididos em três espaços iguais de carga de TUG-3.
Cada TUG-3 por sua vez, pode ser designado como uma unidade tributária de 3ª
ordem (TU-3). A diferença entre TU-3 e TUG-3 é sutil. Uma TU-3 tem todos os seus bytes
considerados como um espaço de carga sólido, capaz de transportar um quadro tributário
de 3ª ordem (VC-3), o qual acomoda um sinal PDH de 34 ou 45 Mbps. A TU-3 possui um
ponteiro associado a ela indicando em qual de seus bytes encontra-se o início do VC-3.
A TUG-3 que se segue subdividindo em unidades tributárias (TU’s) menores, por
outro lado, não possui um ponteiro associado, e sim uma indicação de sua ausência. Neste
caso, a TUG-3 subdivide-se primeiramente em 7 TUG-2; estas por sua vez, sempre se
subdividem em 3 TU-12 cada uma.

20
O VC-12 é um quadro contendo um espaço com capacidade para receber um sinal
PDH de 2,048 Mbps (C-12). A esse container C-12 agrega-se um pequeno cabeçalho de via
para alarme, controle de erros ponta a ponta e bits de serviços.
Nos países de hierarquia compatível com a CEPT, o quadro STM-1 conterá sempre
um VC-4, o qual pode subdividir-se ou não, de acordo com a arquitetura da rede e a
velocidade útil das vias a implementar.
Nos EUA, devido ao fato de já existirem as redes SONET, que trabalham com VC-3
ao invés de considerar que a área de carga do quadro básico STM-1 é única, divide-se esta
área em três unidades administrativas (AU-3).

2.1.5 – Estrutura do Quadro STM-1

Podemos fazer uma analogia do sistema SDH com o sistema de transporte


rodoviário. Se há necessidade de se entregar algo entre dois pontos, são necessários
caminhões. Dependendo da quantidade de itens a serem transportados, será necessário
um container maior ou menor.
Dependendo do tamanho dos itens a serem transportados, serão necessários
estrados, para permitir um empilhamento simples dentro do container. Para diferentes
mercadorias, serão necessários diferentes estrados e instruções de carregamento. A
analogia do sistema rodoviário com a rede SDH pode ser feita da seguinte forma:
Estrada – Fibra Ótica, rádio digital ou satélite.
Caminhão – STM-N
Containers – VC’s
Estrados – TU’s

Na SDH, os caminhões são quadros em um feixe de dados digitais síncronos.


Dentro do quadro, uma seção de container é definida como um VC-4. Dentro do VC-4,
dependendo do serviço, um arranjo de empilhamento do estrado é definido e chamado de
quadro de unidade tributária (TU). O VC-4 pode não precisar da estrutura de quadro TU se
o serviço ocupar todo o VC-4 (ex: 140 Mbps no STM-1).

Cada elemento da rede SDH localiza o início do quadro STM-1 através de uma
seqüência repetitiva no quadro, ou seja, por um sinal de alinhamento de quadro. Essa
seqüência é transmitida nos 6 primeiros bytes do quadro. Uma vez que esteja alinhado

21
com o quadro de linha, o elemento de rede sabe então onde encontrar os canais de
serviço do cabeçalho, os bytes do ponteiro de AU e os bytes da carga útil.
Na figura a baixo temos a transmissão seqüencial dos bytes do STM-1 (155 Mbps).
Temos a divisão do sinal digital em quadros de 125 s. Cada um destes quadros serão
subdivididos em 9 sub-quadros. Cada um destes sub-quadros possui 270 bytes, onde os
primeiros 9 bytes pertencem ao cabeçalho de seção (SOH) e os outros 261 bytes
pertencem a carga útil (payload).

Para facilitar o entendimento, um único quadro de um feixe de sinal serial pode ser
representado por um mapa bi-dimensional. O mapa bidimensional consiste de 9 linhas e
270 colunas de caixas. Cada caixa representa um byte dentro de um sinal síncrono. Seis
bytes de quadro (3xA1 e 3xA2) aparecem no extremo superior esquerdo do mapa bi-
direcional. Os bytes de quadro atuam como um marcador, permitindo que qualquer byte
dentro do quadro seja facilmente localizado.
Os bits de sinal são transmitidos em uma seqüência que se inicia com aqueles da
primeira linha. A ordem de transmissão é da esquerda para a direita. Depois da
transmissão do último byte do quadro, a seqüência se repete.
O conceito de transporte intacto dos sinais através de uma rede síncrona resultou
no termo “Quadro de Transporte Síncrono” aplicado à estrutura de sinais síncronos.

22
Um quadro de transporte síncrono compreende três áreas distintas e facilmente
acessíveis dentro da estrutura de quadro. A primeira é o Payload (carga útil), a segunda é o
Section Overhead (SOH) e a terceira é o ponteiro que está dentro do SOH.
A figura abaixo ilustra o conceito de quadro de transporte síncrono para o STM-1.
Este diagrama não pretende ser proporcional. Na verdade, como se pode ver, a parte à
esquerda (Cabeçalho de Seção – SOH) contém apenas 9 bytes em cada linha; como cada
linha tem 270 bytes no total, há 261 bytes em cada linha na área de carga útil.

a ) Cabeçalho de Seção ( Section Overhead – SOH)

O SOH é a informação adicionada ao payload para gerar um STM-N. No SOH


podem ser encontradas as informações de alinhamento de quadro, manutenção,
monitoração de desempenho e outras funções operacionais.
O conteúdo da informação do RSOH (Regenerator Section Overhead) pode ser
examinado e modificado não somente pelos terminais de uma seção mux, mas também
pelos regeneradores de linha. Contêm, entre outras funções, o sinal de alinhamento de
quadro, etiquetas, informações da gerência, supervisão de erros no sinal de linha (seção
de regeneração) e canais de serviço digitais.
A informação do MSOH (Multiplex Section Overhead) passa através dos
regeneradores de maneira transparente e termina na camada da seção multiplexadora,
onde os AUG’s são montados e desmontados, monitorando dessa forma, o caminho
percorrido dentro da camada da seção multiplexadora. Contém supervisão de erros de
seção multiplex, canais de controle da comutação de proteção, canais de serviço digitais e
canais reservados para uso futuro.

23
Os primeiros 9 bytes da quarta linha, a rigor, fazem parte da área de carga: é a área
onde vai o ponteiro da AU-4 (caso europeu) ou os três ponteiros das três AU-3 (caso norte-
americano).
Cada nó de rede SDH representa um ponto terminal de uma seção multiplex. Ou
seja, o quadro STM-1 nasce em um mux e morre no mux seguinte. Os únicos elementos
transparentes ao quadro na rede são os regeneradores de linha, que somente lêem e
escrevem nos canais do cabeçalho de seção de regeneradores (RSOH). Um mux recebe o
sinal de linha, recupera o relógio de bits, alinha-se com o quadro e começa a processá-lo.
Deriva a informação contida no cabeçalho e a entrega aos processos (internos)
correspondentes.
O mux recupera então o VC-4, ou seja, vai copiando seqüencialmente cada byte
para uma memória FIFO (first-in first-out). Ao fazê-lo, o mux processa o ponteiro da AU-4
para saber se há justificação e poder copiar todos os bytes que efetivamente fazem parte
do VC-4.
Uma vez obtido o VC-4, este é processado pelo mux. Ele pode ser copiado para um
AU-4 de um quadro que está gerando adiante. Neste caso, o mux indica através do novo
valor de ponteiro AU-4, em que posição na área de carga do novo quadro encontra-se o
início do VC-4.
Por outro lado, o mux pode ser o ponto terminal de uma via de VC-4. Neste caso, o
VC-4 tem seu cabeçalho extraído e processado. A área de carga do VC-4 é processada
segundo sua composição; por exemplo, caso se trate de um C-4 contendo um sinal de 140
Mbps, o mux extrai os bits desse sinal e os encaminha a uma interface PDH
correspondente. Se, por outro lado, a área de carga do VC-4 está subdividida em TU’s, o
mux recupera os bytes VC’s de menor ordem que são necessários para derivação e cross
conexão.

2.1.6 – Estrutura do Quadro STM-N

A estrutura de quadro do STM-N é obtida basicamente através da multiplexação


dos payloads de módulos STM-1. Além da área de carga, o STM-N também possui
informações para supervisão (SOH). Assim, da mesma forma que a estrutura de quadro do
STM-1, o quadro STM-N também possui três áreas principais, que são:
SOH (que compreende RSOH e MSOH)

24
Ponteiros da AU
Payload (que contém os VC’s)

Estas áreas estão distribuídas no quadro da mesma maneira como ocorre nos quadros
STM-1, de acordo com a figura anterior, variando apenas com o número de colunas de
acordo com o N de cada STM-N. Na área de SOH serão 9 linhas e N x 9 colunas, e na área
de carga, serão 9 linhas e N x 261 colunas.

25
CAPÍTULO 3:

Redes convergentes
Codificação de Voz

No processo de codificação os valores do sinal analógico são codificados em uma


seqüência de bits para que possam ser transmitidos pela linha.

Processo de Codificação

Digitalização da Voz
É o processo de conversão de um sinal de voz/áudio para a forma digital, a partir
de uma quantização linear ou logarítmica invariante no tempo.
Fatores que influenciam na qualidade da voz digital:
a) Taxa de amostragem
b) Números de bits por amostra

Faixa da Freqüência 0 – 4000 Hz


Freqüência de Amostragem 8000 amostras por segundo
Níveis de Quantização 256
Codificação 8 bits
Banda Gerada 64 Kbps

Características da digitalização do sinal de voz

26
A forma de digitalização do sinal de voz para o sistema telefônico usual atende a
recomendação ITU (International Telecommunications Union) G.711 - Pulse Code
Modulation - Lei A ou Lei (64 Kb).
O sinal de voz após ser amostrado, quantizado e codificado pode ainda passar por
um processo de compressão para que haja uma economia da largura de banda necessária
para o tráfego desse sinal. É importante ressaltarmos que essa compressão deve ser
realizada em tempo real.
Em uma conversação existem ainda alguns aspectos, tais como o silêncio, que
podem ser tratados antes da utilização de técnicas de compressão da voz. O silêncio trata-
se de uma informação inútil e por isso não precisa ser transmitido. Eliminando-se os
intervalos de silêncio é possível diminuir a largura de banda necessária, utilizando para
isso mecanismos de supressão de silêncio.
Segundo [PAT 00] e conforme a figura abaixo, podemos notar que cerca de 56% de
uma conversação é formada por silêncio ou pausas. O que reafirma a necessidade de se
fazer um tratamento deste fato.

Componentes de uma conversação – Fonte: [PAT00]

Quando em uma conversação há um intervalo de silêncio, nenhum pacote é


enviado naquele instante e insere-se um ruído de conforto que tem como função informar
ao receptor que a conversação ainda está estabelecida, causando assim uma sensação de
conforto para o usuário.

O silêncio não é transmitido – Fonte: [PAT00]

27
Existem várias técnicas para realizar a compressão de voz. Cada uma possui um
certo grau de complexidade e diminuem, diferentemente, a largura de banda
necessária. O PCM, somente suporta compressão em termos de amplitude, e não de
banda do sinal [XAV 00]. Portanto, foram desenvolvidas tecnologias mais complexas
para a digitalização e compressão da voz e que também foram registradas através de
recomendações da ITU [ALE 02].

Codificadores de Voz
Realizam o processo de representação binária da voz/áudio com o
compromisso de manter a menor taxa de transmissão possível e a melhor qualidade
do sinal sintetizado.

Classificação dos Codificadores de Voz


a) Codificadores de forma de onda – trabalham diretamente com o sinal de voz.
Reproduz o sinal amostra por amostra. São codificadores de baixo custo e pequena
complexidade, mas requerem uma taxa de transmissão elevada (>16Kb).
b) Codificadores paramétricos – são também chamados de VOCODERS ( Voice Coders).
São baseados no modelo de produção da voz. A taxa de transmissão do Vocoder é
baixa (<ou= 4,8Kb), mas o atraso e a complexidade são elevados e a voz soa
sintetizada.
c) Codificadores híbridos – combinam a qualidade dos codificadores de forma de onda
com a eficiência dos codificadores paramétricos. Geram taxa de transmissão de 4,8
a 16Kb. A qualidade da voz se aproxima dos codificadores de forma de onda, mas
têm alta complexidade.

Pode-se ver que um dos componentes necessários para transmissão de voz numa
rede de dados é o Áudio CODEC (Codificador-Decodificador). Este componente é o
responsável por transformar a voz humana (um sinal analógico) em uma seqüência de
bits (um sinal digital) para transmissão numa rede de dados, fazendo amostragens
periódicas no sinal de voz. Em equipamentos do tipo gateways VoIP, esses CODECs são
implementados através de um componente chamado DSP (Digital Signal Processor).
A introdução dos microprocessadores no final dos anos 70 e início dos anos 80
tornou possível usar técnicas de processamento digital de sinais ( Digital Signal Processing) em
um range muito maior de aplicações.
Durante os anos 80 a importância crescente do processamento digital de sinais
levou vários fabricantes importantes (como Texas Instruments, Analog Devices e
Motorola) a desenvolverem os chips DSP, ou seja, microprocessadores especializados
com arquiteturas projetadas especificamente para os tipos de operações requeridas ao
processamento digital de sinais.
Como um microprocessador de uso geral, um DSP é um dispositivo programável,
com seu próprio conjunto de instruções nativas. O uso desses chips associados a
algoritmos de compressão permitiu a implementação de diversas tecnologias de
CODEC’s. Exemplos de chips DSP são o DSP542 e DSP549 fabricados pela Texas
Instruments e usados pela CISCO Systems em seus gateways VoIP [CISCO-CODEC1].

28
Cada CODEC provê certa qualidade de voz. A medida de qualidade da voz
transmitida é uma resposta subjetiva de um ouvinte. Uma medida comum usada para
determinar a qualidade do som produzido pelos CODECs específicos é o MOS ( Mean Opinion
Score). Com o uso do MOS, um amplo range de ouvintes julgam a qualidade de uma

amostra de voz (correspondendo a um CODEC particular) numa escala de 1 a 5. A


partir desses resultados, é calculada a média dos scores para atribuir o MOS para aquela
amostra [CISCO-CODEC2].
Na tabela 1 são apresentados alguns scores MOS para os CODECs mais usados. Na
Tabela 2 são descritos os scores MOS.

Bit Rate MOS Delay


Método de Compressão
(kbit/s) Score (ms)

G.711 PCM 64 4.1 0.75

G.726 ADPCM 32 3.85 1

G.728 LD-CELP 16 3.61 3 to 5

G.729 CS-ACELP 8 3.92 10

G.729 x 2 Encodings 8 3.27 10

G.729 x 3 Encodings 8 2.68 10

G.729a CS-ACELP 8 3.7 10

G.723.1 MP-MLQ 6.3 3.9 30

G.723.1 ACELP 5.3 3.65 30

Tabela 1: Scores MOS de alguns CODEC's [CISCO-CODEC2]

Score Definição Descrição

Um sinal de voz perfeito gravado em um


5 Excelente
local silencioso

Qualidade de uma chamada telefônica


4 Bom
de longa distância (PSTN)

3 Razoável Requer algum esforço na escuta

Fala de baixa qualidade e difícil de


2 Pobre
entender

1 Ruim Fala não clara, quebrada

29
Os algoritmos de compressão são patenteados e seu uso obriga o fabricante do
gateway VoIP a pagar royalties ao proprietário do algoritmo. Por exemplo, o G.729 é
patenteado pela empresa VoiceAge Solutions [VOICEAGE].
Existem também algoritmos de compressão fechados (i.e., cujas
especificações não são públicas nem licenciáveis). O algoritmo utilizado pela operadora de
telefonia IP Skype (www.skype.com) propicia qualidade de comunicação superior, mesmo
com linhas discadas (56 kbit/s).

Recomendação Taxa de Retardo Qualidade


Algoritmo Complexidade
ITU-T bits (Kbps) (ms) da voz
G.711 PCM 64 0,75 Excelente Muito Baixa
G.726/G.727 ADPCM 32 1 Boa Baixa
G.728 LD-CELP 16 2,5 Boa Média
G.729/G.729a CS-ACELP 8 10 Boa Alta
G.723.1 MP-MLQ 6,3 30 Boa Muito Alta
G.723.1 ACELP 5,3 30 Razoável Muito Alta

Principais padrões de codificação especificados pela ITU

A escolha do padrão a ser utilizado vai depender da necessidade da aplicação que


queremos. Se a aplicação possui restrições quanto à largura de banda disponível, então o
padrão a ser utilizado deve ser tal que a taxa de bits gerada seja suportável. Mas, se não
tolera retardos, então o padrão a ser utilizado deve atender a este requisito.

Comparativo entre Taxa de bits e Retardo entre os padrões de codificação ITU

Note também que à medida que a complexidade aumenta, a taxa de bits diminui e
o retardo aumenta.

30
Exemplo de codificador ADPCM (Adaptive Differential Pulse Code Modulation)

REDES CONVERGENTES

Sabemos que no último século, os meios de comunicação passaram por um grande


processo evolutivo que influenciou diretamente o comportamento da sociedade e os
meios com que esta se relaciona. A Internet com seu grande potencial disseminador,
informativo e principalmente comercial, é considerada hoje a mais nova etapa dentro
deste processo de desenvolvimento da comunicação humana. Ela trouxe o conceito sobre
vários tipos de mídia interagindo num mesmo ambiente, ou seja, aplicações multimídia.
As redes de transmissão de voz, dados e imagem, foram projetadas para o
transporte específico de cada tipo de informação ou tipo de mídia, o que as caracterizam
como redes não convergentes. Como exemplo, a Rede de Telefonia Pública Comutada
(RTPC), amplamente utilizada para a transmissão de voz.
Nesse contexto, podemos levantar duas questões que justificavam o fato de haver
redes específicas para cada tipo de mídia. A primeira é porque não existiam ou eram
economicamente inviáveis tecnologias que permitissem uma operação integrada deste
tipo de informação num só meio; a segunda está no fato de que não havia formulação de
padrões pelos órgãos reguladores de telecomunicações, que viabilizassem a fabricação de
equipamentos, para que no final tudo se tornasse realidade [JOÃO 04].
Quando falamos em convergência de redes ou redes convergentes, estaremos
falando sobre a possibilidade de uma única rede capaz de prover serviços integrados de
comunicação de dados, voz e imagem[JOÃO 04].

31
Dentro dos serviços de multimídia, o serviço de voz é sempre o primeiro a ser
considerado quando se trata de integração de serviços em uma rede. A voz, por possuir
requisitos de comunicação bastante rígidos, nos serve de base para o estudo da integração
de serviços e a convergência de redes. No entanto, tais requisitos necessitam de regalias
para que a qualidade de serviço QoS, possa ser atendida, garantindo assim a
inteligibilidade da comunicação[JOÃO 04].

TECNOLOGIAS DE REDES CONVERGENTES

Basicamente o que tem motivado as empresas a optarem pela convergência de


tecnologias é a redução de custos. A próxima geração de redes telefônicas provavelmente
usará esta multiplexação de voz e dados ao longo das mesmas linhas de transmissão.

Muitas tecnologias são boas candidatas para esta operação, como:


VoIP – Voz sobre IP
VoFR – Voz sobre Frame Relay
VoATM – Voz sobre ATM

A utilização de uma ou outra tecnologia vai variar de acordo com as necessidades de


cada usuário, baseado em uma séria de características próprias de cada sistema:
performance, disponibilidade, facilidade de uso, etc. A infra-estrutura já instalada é
também um ponto crucial para escolha da tecnologia que permitirá a implantação de uma
rede convergente.

Voz sobre IP – VoIP


De maneira prática quando falamos em voz sobre IP, estamos falando da
implementação de uma rede convergente que permite o tráfego de voz sobe uma rede de
dados cujo protocolo de comunicação é o IP (Internet Protocol). Há vários motivos que
podem garantir o sucesso da utilização desta tecnologia. Umas delas é por causa da
grande popularidade e uso do protocolo IP, pois em vários lugares as redes já utilizam o
protocolo IP em suas redes de dados. A evolução das redes baseadas no protocolo IP, já

32
consolidado como um padrão para a comunicação de dados, desperta o interesse dos
fornecedores de equipamentos de inter-rede, bem como dos fabricantes de equipamentos
de telefonia e dos grandes fornecedores de serviços de telecomunicações, para técnicas
de transmissão de voz sobre IP, motivando o crescimento da integração de dados e voz
[FRE 02].

Aspectos básicos do Protocolo IP


O Protocolo de Internet, IP, tornou-se bastante e popularizado devido a sua
utilização na arquitetura Internet, juntamente com o protocolo TCP (Transmission Control
Protocol), formando a pilha de protocolos TCP/IP. Esta arquitetura destacou-se
principalmente pela simplicidade de seus protocolos e pela eficiência em interconectar
sistemas heterogêneos, permitindo que computadores cooperem e compartilhem
recursos de uma rede.
Basicamente, a arquitetura baseia-se em um serviço de rede não orientado à
conexão (datagrama não confiável) através do IP, e em um serviço de transporte orientado
à conexão, oferecido pelo TCP. Juntos, estes protocolos se completam, oferecendo um
serviço de comunicação simples e eficiente.
O modelo da arquitetura da Internet se fundamenta em quatro camadas, onde
cada uma executa um conjunto bem definido de funções de comunicação.

APLICA
ÇÃO TCP,
TRANSPOR
TE UDP
Datagram
INTER-
REDE
a IP
(Frame Relay, ATM,
R Ethernet,
EDE PPP, X.25, ...)

Modelo de camadas da Arquitetura Internet – Fonte: [SOA 95]

Roteamento IP
A tarefa de roteamento seja, talvez, a principal função do protocolo IP. O protocolo
assume que qualquer host sabe enviar datagramas para qualquer outro host conectado à
mesma rede. A função de roteamento torna-se mais complexa quando desejamos enviar
datagramas a destinatários que estão conectados a uma outra rede. Neste caso, parte da
função de roteamento é transferida para os gateways (roteadores), cabendo ao protocolo
IP no host apenas o envio do datagrama a um dos gateways conectados a sua rede.

33
Funcionamento de Voz sobre IP
A definição básica de voz sobre IP é a conversão de amostras de voz em uma série
de pacotes e transmissão destes através de uma rede IP, remontando a amostra original
da voz no ponto de chagada [FRE 02].
As soluções VoIP seguem um modelo de camadas hierárquico e que pode ser
comparado ao modelo de referencia OSI.

Aplicação Ap
de voz licação
Compressão de sinal / Supressão de Apre
silêncio sentação
RTP / S
RTCP essão
U Tr
DP ansporte
I R
P ede
Frame Relay, ATM, E
Ethernet nlace
Porta da F
interface ísica

Modelos de camadas de VoIP – Fonte: [FRE 02]

Basicamente, o efeito de cada camada no processo de comunicação VoIP é a


adição de cabeçalho para controle e transmissão da informação. Como pode ser
observado na figura acima, o pacote (cabeçalho + payload) que uma camada cria passa a
ser o campo de payload da próxima, formando dessa forma o pacote IP para transmissão
da voz.

IP
O IP é o responsável pela entrega pela entrega os pacotes entre os computadores
da aplicação. Mesmo que ele não apresente nenhum tipo de garantia, verificação de erros
ou de seqüência de pacotes, ele tem a vantagem de tornar a rede transparente para as
camadas superiores envolvidas na transmissão de voz.
Ao apresentar a questão desta maneira, a primeira impressão é de que o IP não é
apropriado para o transporte de voz. Essencialmente, ele não é. Aplicações de tempo real,
como a voz, requerem conexões garantidas e com características constantes de atraso. Por
isto são utilizados mecanismos de garantia de qualidade de serviço, mas que são funções
das camadas superiores.

34
Voz sobre Frame Relay - VoFR
Inicialmente, o Frame Relay ganhou mercado como sendo uma tecnologia de
conexões entre redes locais (LAN to LAN). Suas características técnicas o tornaram a
melhor forma de interligação de redes locais.
Contudo, o rápido crescimento das redes e serviços fez surgir uma aplicação
emergente do Frame Relay, que é a incorporação do tráfego de voz à usual rede dados,
criando assim uma nova tecnologia: voz sobre Frame Relay (VoFR). O Frame Relay que já
vinha se mostrando um sucesso no atendimento às necessidades às comunicações de
dados das empresas, agora se transforma em uma oportunidade de ganho financeiro a
mais para as empresas, mostrando ser uma solução eficiente também para o tráfego de
voz.

Aspectos básicos do Frame Raley


Basicamente, o Frame Relay é uma tecnologia que fornece um meio para enviar
informações através de uma rede, dividindo essas informações em frames ou pacotes.
Cada frame carrega um endereço que é usado pelos equipamentos da rede para
determinar o seu destino.
O Frame Relay surgiu como resultado da evolução do X.25. Foram retiradas
funções de verificação e confiabilidade, as quais não são necessárias ao seu
funcionamento, pois o Frame Relay supõe que as linhas de comunicação são livres de
erros, compondo uma estrutura mais livre e eficiente [FRE 02].
A simplicidade de funcionamento de rede Frame Rela acarreta a falta de algumas
funcionalidades, como mecanismos de retransmissão de pacotes, por exemplo, devido a
perdas, sendo realizados, portanto, por protocolos de camadas mais altas, detectando e
recuperando a perda de informação.
Uma rede Frame Relay consiste basicamente pontos de usuário (estações,
servidores), equipamento de acesso Frame Relay e de dispositivos de rede (switches,
roteadores e/ou multiplexadores).
Como vemos na figura abaixo, os dispositivos de rede, representados pelo Switch
FR, executam seu papel dentro da nuvem Frame Relay, sendo responsáveis pelo
encaminhamento dos pacotes pela rede.

Rede Frame Relay – Fonte: [FRE 02]

O Frame Relay é uma tecnologia orientada à conexão com o estabelecimento de


circuitos virtuais entre dois pontos. Assim, do ponto de vista do usuário, o meio de
transmissão é uma linha privada virtual. Os circuitos virtuais estabelecidos podem ser

35
permanentes (PVC - Permanent Virtual Circuit) ou comutados (SVC – Switched Virtual
Circuit).
A garantia de disponibilidade de largura de banda para cada um destes circuitos
virtuais é realizada através de definições de parâmetros de tráfego como o CIR
(Committed Information Rate). O CIR é, portanto, a largura de banda mínima garantida
necessária para uma determinada aplicação.

Funcionamento de Voz sobre Frame Relay


Apesar das redes Frame Relay não terem sido desenvolvidas para atenderem às
aplicações de tráfego isócrono, atualmente é possível atenuar a inadequação de
atendimento às estas aplicações mediante o uso de equipamentos de acesso Frame Relay
capazes de tratar as características de tais aplicações.
Para o caso de uma integração de dados e voz no Frame Relay, utiliza-se um
dispositivo chamado VFRAD (Voice Frame Relay Access Device), capaz de prover este tipo
de tráfego. Os VFRADs são equipamentos de acesso Frame Relay que dão suporte ao
tráfego de voz, sendo responsável por executar operações e procedimentos de forma que
o pacote de voz possa ser transmitido, recebido e entendido na extremidade de destino.

Rede de voz sobre Frame Relay – Fonte: [FRE 02]

Os sinais de informação que chegam ao VFRAD são organizados em filas de


prioridades. Os sinais de voz são posicionados nas filas de mais alta prioridade, e os sinais
de mais baixa prioridade são bufferizados até que os sinais de alta prioridade tenham sido
enviados.
O modelo de referência do FRF.11 define os equipamentos de acesso Frame Relay
(VFRADs), com a presença de CODECs, podendo estes estarem adjacentes ou internos ao
VFRAD; terminais finais, como aparelhos telefônicos, terminais de fac-símile,
microcomputadores (suportando aplicativos de voz), dentre outros; multiplexadores; e
sistemas de comutação de chamadas, tais como PBXs.

36
Voz sobre ATM – VoATM
Apesar da ênfase que é dada aos serviços de dados em altas velocidades sobre o
ATM (Asynchronous Transfer Mode), as grandes redes de voz também se beneficiaram do
desenvolvimento de infra-estruturas eficientes baseadas em ATM.
O ATM surgiu da necessidade de um padrão que permitisse a interoperabilidade da
informação sem distinção do tipo da informação. A intenção era a criação de uma
arquitetura de rede que pudesse dar suporte à transmissão de tráfegos de diversas
naturezas. Desta forma, o ATM se mostrou bastante eficaz no gerenciamento de redes
convergentes onde voz e dados se integram, surgindo a tecnologia de voz sobre ATM
(VoATM).
Voz sobre ATM tornou-se, portanto, uma infra-estrutura única integrada, orientada
a conexão, capaz de gerenciar e entregar eficientemente e com confiabilidade todos os
sinais requeridos (dados e voz), serviços comutados e ou dedicados [FRE 02].

Aspectos básicos do ATM


O ATM baseia-se na transmissão de pequenas unidades de informação de tamanho
fixo e formato padronizado, denominadas células. Células são transmitidas através de
conexões com circuitos virtuais sendo o seu encaminhamento baseado em informações de
um cabeçalho contido em cada uma delas.
Uma rede ATM é basicamente constituída por equipamentos terminais (TE),
Switches ATM e Gateways, como podemos observar na Figura 5.9. Todos estes
equipamentos devem implementar os padrões do modelo ATM.

Rede ATM – Fonte: [ALE 02]

Célula ATM
A célula ATM é composta por 53 bytes, sendo 5 destinadas ao cabeçalho e 48 aos
dados de payload. As células são transmitidas através de conexões com circuitos virtuais,
onde uma rota é estabelecida no momento da conexão.
A principal vantagem da utilização de células de tamanho fixo está na maior
facilidade de tratamento dado por hardware baseados em chaveamento (switches),
quando comparado à quadros de tamanhos variáveis [MAC 99].

37
Funcionamento de Voz sobre ATM
A rede ATM deve prover um meio confiável e com qualidade para o tráfego de voz
sem a necessidade de mudanças na forma de funcionamento atual das centrais digitais,
garantindo a preservação do investimento realizado e a interoperabilidade entre os dois
ambientes [FRE 02].
Desta forma, na maioria das aplicações de voz sobre ATM, as centrais digitais
preservam todas as funções e tratam a rede ATM como um conjunto de canais digitais que
sustentam o transporte de amostras de voz até o seu destino.
Quando qualquer usuário realiza uma chamada para outro usuário discando um
número, o PABX, através dos dígitos que recebeu do usuário, determina se a ligação é para
um ramal diretamente ligado a central ou se é necessário rotear a chamada através de um
canal de comunicação ATM.

Implementação de voz sobre ATM – Fonte: [FRE 02]


Se um usuário utilizar o ramal “442” e discar o número “443”, a central ao receber
estes dígitos identifica que o número discado pertence ao plano de numeração local da
central e a mesma fecha um circuito, estabelecendo a chamada entre o ramal “442” e
“443”.
Se este mesmo usuário utilizar o ramal “442” e discar o número “552”, a central ao
receber estes dígitos identifica que o número discado não pertence ao seu plano de
numeração local e através de uma parte do número discado, a mesma identifica que a rota
que deverá ser utilizada para alcançar o ramal solicitado. Neste caso, a rota necessária
para se chagar até o ramal “552” atravessa a rede ATM. Cabe ao ATM transportar as
células contendo amostras de voz através da rede e entregá-las a outra central, que
identifica o ramal “552”, fechando-se o circuito e estabelecendo a comunicação.

38
Qualidade de Serviço
O aspecto essencial da qualidade de serviço num sistema está diretamente
relacionado ao nível de satisfação do usuário.
Quando uma nova solução tecnológica é implementada, trabalha-se muito até
atingir um ponto ideal de estabilidade operacional, que garanta a satisfação do cliente.
Para o ITU (E.800), a qualidade de serviço é o resultado da atuação coletiva de
diversos fatores num sistema, que determina como um todo a satisfação do usuário de um
serviço de telecomunicações.

Qualidade do sistema telefônico

As tecnologias de transmissão de voz empacotada sobre redes de dados têm


evoluído bastante e estão cada vez mais próximas de alcançar a qualidade de serviço hoje
provida pelos sistemas telefônicos convencionais, também chamados de sistemas legados
de telefonia.
A qualidade de serviço da transmissão de voz nestes sistemas legados é o que
ainda os mantém vivos. Nestes sistemas, esta qualidade é garantida pois:
1. a voz possui um caminho dedicado para uma única conversação; e a rede possui
uma infra-estrutura confiável, pois se trata de um sistema já consolidado que
ultrapassou obstáculos iniciais de implantação que uma tecnologia emergente
passaria.

Para garantir a qualidade da transmissão de voz numa rede de dados, devem ser
observados os seguintes parâmetros:
1. Codificação e decodificação de sinal de voz;
2. Largura de banda e compressão de voz;
3. Atraso e flutuações de atraso; e
4. Congestionamento e perda de pacotes.

A aplicação de voz é muito diferente das aplicações de dados. A voz não pode
esperar, precisa ser transmitida em tempo real, para garantir a inteligibilidade e
interatividade entre os pontos comunicantes.

a) Digitalização

A A Modulação por Codificação de Pulsos PCM, é uma técnica utilizada para


codificar e decodificar um sinal de voz. Esta técnica de converte um sinal analógico de voz
para digital correspondente a 64kbps.

Técnica PCM
b) Compressão

39
Para otimizar a utilização da banda de transmissão numa rede de dados
transportando voz, existe a técnicas chamadas de compressão. Esta técnica é utilizadas
para reduzir o sinal de voz a uma taxa satisfatória que não altere a qualidade do sinal
original bem como o tráfego numa rede de dados.

Compressão

Sistemas de Compressão:

G.729 - que permite que o sinal de voz seja reduzido de 64kbps para 8kbps,
compressão de 8:1.
G.723.1 - que possui uma compressão um pouco mais acentuada de
aproximadamente 6 Kbps.

c) Jitter

Parâmetro que também pode afetar a qualidade do sinal é o atraso da


comunicação que pode ser gerado no transporte da voz numa rede de dados.
Esse atraso variável é chamado de jitter. Ele muda em tempo real, de acordo com
as condições de tráfego e de congestionamento da rede.

Jitter

Percebe-se que utilizando sistemas convergentes, as redes podem oferecer mais


serviços aos usuários. Com certeza ainda virão por aí novas necessidades. A tecnologia de

40
voz sobre dados é relativamente nova se a compararmos com a transmissão de voz em
sistemas comutados.
Tecnicamente, QoS, ou Qualidade de Serviço, é o fenômeno que pressupõe a
entrega constante, previsível e satisfatória de um serviço, processo ou informação. Ela visa
definir mecanismos de qualidade em que elementos de uma rede receberão parâmetros
específicos de tráfego, para garantir:
1. A largura de banda de transmissão necessária para uma aplicação específica; e
2. Atrasos fixos e flutuações mínimas de atraso (jitter mínimo).

Ou seja, na prática, QoS, não é uma funcionalidade que um sistema habilita ou


desabilita, mas sim, um conceito que define funções e procedimentos que juntos
implementam a qualidade de serviço necessária para a garantia dos requisitos em um
sistema.

Tipos Implementação de QOS na rede de dados

Melhor esforço - é o tipo mais simples de serviço que uma rede pode
oferecer, onde todos os pacotes são tratados da mesma forma. Ele não
provê nenhuma forma de garantia de recursos nem otimização dos
parâmetros de desempenho.

Quando uma rede está congestionada, pacotes são simplesmente perdidos. E


como a rede trata qualquer pacote igualmente, qualquer fluxo pode ficar comprometido
pelo congestionamento. O que não é permitido para aplicações em tempo real, como voz
e vídeo, que precisam de um mínimo de confiabilidade para operar com inteligibilidade
satisfatória não comprometendo a interatividade.

As principais tecnologias de QoS que emergiram nos últimos anos são:

1. Serviços Integrados e os Serviços Diferenciados que têm foco na


alocação de recursos de transmissão; e
2. MPLS, que tem foco na otimização dos níveis de desempenho numa rede
de dados.

Os Serviços Integrados - basicamente provém a garantia de recursos através da


reserva de banda de transmissão para determinada aplicação. Para receber
garantia de recurso, uma aplicação deve antes fazer uma reserva prévia para
que ela possa transmitir tráfego sobre a rede.

O protocolo RSVP (Resource Reservation Protoco), desenvolvido pelo IETF, é um


exemplo de protocolo para este estabelecimento de reserva de recursos.

41
Serviços Integrados

Os Serviços Diferenciados - utilizam uma combinação de controle na periferia


da rede, para provisão de recursos de banda e priorização de tráfego. Na
arquitetura dos Serviços Diferenciados, o tráfego do usuário é dividido dentro
de um pequeno número de classes de encaminhamento nos pacotes IP. Para
cada classe, a quantidade de tráfego que cada usuários podem injetar na rede
pode ser diferenciada e limitada a partir de um ponto específico da rede.

Se
Serviços Diferenciados

O MPLS, Multiprotocol Label Switching - tem por objetivo a otimização de níveis


de desempenho de uma rede IP, organizando recursos em uma rede de maneira mais
eficiente para maximizar a probabilidade de entrega da informação minimizando custos
desta entrega.

Através de uma técnica denominada label switching (rótulo de encaminhamento),


o MPLS visa estabelecer políticas que definem caminhos ou rotas para a entrega da
informação e os níveis de prioridade de serviço que determinados tipos de tráfego devem
ter.

Protocolo MPLS

Para este processo de roteamento do MPLS, o caminho que um pacote deve


percorrer, deve ser estabelecido previamente para que este processo possa ser utilizado

42
através dos rótulos de encaminhamento. Este estabelecimento prévio de um caminho é
bastante parecido ao estabelecimento de circuitos virtuais utilizado no Frame Relay.

Resumindo:

Provisão de QoS para o IP


O protocolo IP e a arquitetura Internet são baseados em um conceito simples em
que datagramas com endereços de origem e destino podem viajar por uma rede composta
de equipamento e roteadores.
No entanto, esta simplicidade é justificada pelo fato de que o IP não prover muitos
serviços. Ele é responsável, apenas, pelo endereçamento e isto possibilita uma
independência de cada datagrama, não sendo provido nenhum garantia de entrega dos
dados. O IP provê, somente, o serviço do Melhor Esforço.
Para suportar as aplicações de voz, em tempo real, os serviços IP devem ser
suplementados. Isto requer a adição de dispositivos de diferenciação de tráfego sensível
ao atraso, variação de atraso e descarte [FRE 02]. O desafio para se ter voz sobre IP é
adequar as deficiências do protocolo à realidade da aplicação.

Comparativos entre as Tecnologias

Vimos as tecnologias que se mostraram eficientes para suportar o tráfego


integrado de voz e dados. No entanto, alguns questionamentos típicos podem ser
levantados como que tecnologia implementar? Quando implementar? Como determinar
as condições favoráveis para a integração? As respostas a esses questionamentos podem
ser decisivas para o sucesso da implantação de uma rede convergente.
A utilização da atual infra-estrutura instalada é um ponto de partida para escolha
da tecnologia a ser utilizada. Por esse motivo que é sempre muito importante que uma
rede, durante sua instalação, esteja preparada para seu crescimento e para a agregação de
novos serviços. Desta forma, se uma empresa já possui uma rede Frame Relay interligando
suas filiais, é muito mais fácil implementar uma convergência com essa tecnologia do que
reformular toda a rede para uma aplicação VoATM, por exemplo. O custo para essa
reformulação seria muito alto.
Porém, nem sempre as redes estão preparadas ou projetadas com escalabilidade
necessária para receber novos serviços, como o de voz. Neste caso, as mudanças devem
ser mais complexas, drásticas e dispendiosas; onde a escolha desta ou daquela tecnologia
vai depender exclusivamente de suas características. A Tabela abaixo traz um comparativo
entre as três tecnologias abordadas neste capítulo.

43
TEC. Camada Vantagens Desvantagens Aplicação
Ubíquo; Overhead do protocolo IP;
Alocação dinâmica de Gerenciamento complexo
banda; de QoS; LAN;
IP 3 Consolidação de tráfego Necessita de fragmentação WAN;
na estação do usuário. para minimizar problemas Internet.
de sequenciamento de
grandes pacotes de dados.
Eficiência na gerência de Ocorrência de
banda; congestionamentos podem
Alocação dinâmica de prejudicar o tráfego de voz;
banda; Interoperabilidade entre
Frame
2 Priorização de tráfego; fabricantes; WAN.
Relay
Maturidade tecnológica. Necessita de fragmentação
para minimizar problemas
de grandes pacotes de
dados.
Alocação dinâmica da Custo alto;
banda; Não é adequado para
Garantia de QoS; frações de T1 / E1. LAN;
ATM 2 Única rede para WAN.
integração de dados e voz
desde o acesso de usuário
até o backbone da rede.
Comparativo entre as tecnologias IP, Frame Relay e ATM – Fonte: [FRE 02]

Resumindo:

A Telefonia IP chegou. As redes de transporte de voz por meio de IP estão entre as


tecnologias que mais evoluirão nos próximos anos. Segundo estudos de diversas
consultorias, em oito anos, a voz transmitida via IP terá 95% de participação geral no
tráfego mundial de voz.

44
As redes convergentes estão muito próximas de virar o padrão de redes
corporativas, trazendo diversas mudanças no perfil das operadoras e em suas relações
com clientes corporativos e parceiros estratégicos. A ênfase em serviços avançados será
um diferencial competitivo e o desafio maior será superar questões técnicas que ainda
constituem um obstáculo ou outro que impeça a total confiabilidade de uma rede baseada
em IP.

Telefonia IP

Uma Central VoIP deve realizam as seguinte funções:

1. Codificação/decodificação do sinal de voz


2. Compressão de voz G723.1 ou G.729
3. Multiplexação de voz e dados;
4. Roteamento dos pacotes;
5. Funções de pabx.

Uma rede corporativa é uma WAN, onde a matriz de uma corporação e suas filiais
estão interconectadas através de circuitos dedicados contratados junto a uma operadora.

45
Em cada circuito de dados de 64 Kbps, contratado junto a uma operadora, podem
ser transportadas até 6 chamadas simultâneas, dependendo da configuração do sistema.
Ex. Voz em 64 Kbps à 8kbps + 2 Kbps (Header) = 10 Kbps
Geralmente os administradores de rede definem um percentual da banda alocado
entre sites para voz e o restante para dados.
A definição da quantidade de chamadas simultâneas em um circuito de dados bem
como a quantidade de circuitos contratados junto a uma operadora, vai depender da
implementação e necessidades específicas a serem definidas pela corporação.

46
CAPÍTULO 4:
Tecnologia de Voz sobre IP

A tecnologia de VoIP (Voz sobre IP) é um conjunto de padrões que tem uma
crescente utilização devido à redução dos custos dos equipamentos que o implementam
e a reduções significativas nos custos de telefonia.

Em função do equipamento disponível, podem ser estabelecidos os seguintes tipos


de chamadas telefônicas:

PC-a-PC – o computador pessoal (PC) necessita ter instalado um programa softfone


de um prestador VoIP e o originador da chamada deve saber qual é o numero,
endereço IP ou nome do seu correspondente para o estabelecimento da ligação.

PC-a-telefone – como no caso anterior, o PC deve ter instalado um programa


através do qual seja possível discar o número do telefone, ou utilizar um telefone
IP ou um telefone tradicional (rede pública de serviço telefônico/public service
telephony network - PSTN) com adaptador ATA (Analogue Telephone Adapter).

47
Telefone-a-telefone – este tipo de chamada tem a vantagem de não ser necessário
ligar o computador, porque o estabelecimento realiza-se do modo habitual.

É tradicional o uso de equipamentos do tipo PABX para prover comunicação de voz


entre usuários, através do uso de seus ramais analógicos ou digitais.
Esses PABX’s, por sua vez, são conectados às redes públicas de telefonia comutada
(PSTN – Public Switched Telephone Network) e/ou conectados entre si através de circuitos
dedicados providos por uma operadora de telecomunicações, o que permite que os ramais
internos originem e recebam chamadas de/para interlocutores localizados em qualquer
lugar do planeta que também estejam, de alguma forma, conectados a uma PSTN.
Quando uma empresa possui diversas filiais em localidades físicas distintas, cada
uma dessas filiais via de regra tem o seu próprio PABX, e a interconexão destes às redes
públicas de suas respectivas cidades garante a comunicação telefônica por toda a
empresa.
A designação VoIP vem de Voice over IP, onde IP é o tradicional Internet Protocol
(definido na [RFC791] do IETF - Internet Engineering Task Force) utilizado tanto na Internet
como em redes privadas de comutação de dados.
O Voice over IP usa o protocolo IP para transmitir voz como pacotes de dados
sobre uma rede IP. Desta forma, um sistema VoIP pode ser implementado em quaisquer
redes que usem o protocolo IP: Internet, intranets e redes locais (Local Área Networks –
LAN’s).
Nesses sistemas o sinal de voz é digitalizado, comprimido, e convertido em pacotes
IP antes de efetivamente ser transmitido pela rede. Protocolos de sinalização são usados
para estabelecer e desconectar chamadas, transportar informações necessárias para
localizar usuários e negociar funcionalidades.
Os padrões mais conhecidos de protocolo de sinalização do VoIP são: [H.323] e SIP.
O H323 foi definido pelo ITU (International Telecommunication Union) em 1996. A
estrutura do H.323 pode ser vista nas figuras 1 e 2.

48
Figura 1: Estrutura do Protocolo H.323

Figura 2: Estrutura do Protocolo H.323

O padrão H.323 provê o alicerce para comunicações de áudio, vídeo e dados


através de uma rede baseada no protocolo IP. Esse padrão tem como objetivo permitir
que produtos e aplicações de multimídia de diferentes fabricantes possam inter-operar,
permitindo aos usuários se comunicarem sem preocupações quanto a compatibilidade.

49
O H.323 é uma recomendação tipo guarda-chuva do ITU e que estabelece padrões
para comunicações multimídia sobre redes locais que não provêm funcionalidades de
Qualidade de Serviço (QoS).
O H.323 pode ser usado em qualquer rede de pacotes sem garantias de qualidade
de serviço ou de atraso, quer seja numa LAN ou WAN. A figura mostra a arquitetura H.323
completa incluindo terminais, Gatekeeper, MCU e gateway, que serão abordados mais
adiante.

O SIP (Session Initiation Protocol), é o padrão do IETF (Internet Engineer Task Force)
para o estabelecimento de conexões VoIP. Ele é um protocolo de controle referente à
camada de aplicações do Modelo de Referência OSI (Open System Interconnection), usado
para iniciar, modificar ou terminar sessões ou chamadas multimídia entre usuários. Possui
como funcionalidades a localização de usuários, estabelecimento de chamadas, suporte a
unicast ou multicast, administração na participação de chamadas (transferências,
conferência, outros) e a possibilidade de participação de um usuário em terminal H.323,
via gateway.

O sistema SIP consiste de dois componentes:

User Agent: um agente do usuário é um sistema atuando em nome do usuário.


Ele é formado por dois módulos: o cliente UAC (User Agent Client), responsável
em gerar requisições e o servidor UAS (User Agent Server), responsável em
responder as requisições. Os dois módulos são sempre obrigatórios para todo
cliente.

Servidores de rede: Existem três tipos sendo um servidor de registro que


armazena as localizações dos usuários, um servidor proxy que recebe as
requisições e manda para um próximo servidor que saiba a localização do
usuário e um servidor de redirecionamento que também recebe requisições,
mas retorna o endereço do servidor para onde a requisição deve ser
encaminhada. A Figura 3.8 representa os componentes que fazem parte de uma
rede SIP.

50
Transporte de Voz

O protocolo RTP (Real Time Protocol), provê serviços de entrega fim-a-fim para
dados com características de tempo-real, tais como áudio interativo e vídeo. Esses serviços
incluem identificação do tipo de payload, numeração de seqüências, timestamping e
monitoramento de entrega.
As aplicações VoIP tipicamente rodam o RTP sobre UDP (serviço de transporte de
dados sem conexão) nativo do protocolo IP, para tomar proveito de seus serviços de
multiplexação e checksum, conforme pode ser verificado na recomendação [RFC3550] do
IETF.
Como o protocolo RTP não prevê a criptografia do payload, as comunicações
telefônicas que utilizam VoIP estão sujeitas a ataques do tipo man-in-the-middle, nos quais
o hacker captura o stream da conversação e transforma-o em arquivos tipo .wav ou .mdi
para posterior reprodução e/ou divulgação.
Isso pode ser evitado se os equipamentos terminais e/ou gateways
implementarem critptografia via hardware (para evitar impacto no delay), ou se a
comunicação entre terminais e/ou gateways trafegar por um túnel VPN (Virtual Private
Network).
Neste último caso é necessário avaliar se o delay adicionado pelo túnel VPN não irá
comprometer a qualidade fim-a-fim da comunicação de voz. O IETF está trabalhando em
um aperfeiçoamento do protocolo RTP chamado Secure RTP, o qual proverá
confidencialidade, autenticação e replay-protection às comunicações baseadas no RTP
[RFC3711].

51
O protocolo RTCP é especificado na mesma RFC que o protocolo RTP. Considerado
parte integrante do protocolo RTP, ele complementa a sua funcionalidade, permitindo ao
transmissor receber relatórios dos receptores de como os dados estão sendo recebidos.
No caso específico de VoIP, sua função é informar ao transmissor como a conexão está
sendo vista pelo receptor em termos de QoS.

O conjunto RTP/RTCP permite aos receptores compensarem o jitter da rede, por


meio do controle do buffer e sequenciamento apropriado para que medidas corretivas
possam ser tomadas, como a diminuição da taxa de transmissão para limitar a largura de
banda utilizada.

Qualidade de Serviço (QoS)

O transporte de voz por comutação de pacotes deve levar em consideração que


esse tipo de serviço precisa ser capaz de fornecer um nível de qualidade muito semelhante
aos serviços de voz tradicionais baseados em comutação de circuitos e/ou multiplexação
por divisão de tempo, sob pena de causar uma grande insatisfação nos usuários, já
acostumados a essas tecnologias.
Por este motivo qualquer tecnologia que vise prover serviços de voz numa rede de
pacotes beneficia-se enormemente de mecanismos que garantam ou pelo menos
aproximem essa qualidade. O conceito de Qualidade de Serviço (Quality of Service - QoS)
refere-se à capacidade da rede em prover o melhor serviço para determinados tipos de
tráfego sobre as mais diversas tecnologias, inclusive Frame Relay, ATM, Ethernet, SONET, e
redes IP que usem algumas ou todas essas tecnologias.
Seu principal objetivo é prover prioridade e, inclusive, o controle de banda
dedicada, jitter e tempo de latência (necessários a alguns tipos de tráfego interativos e em
tempo-real). A qualidade de serviços de voz sobre IP (ou qualquer outro tipo de protocolo
de transmissão de dados) é muito afetada por problemas como delay (tempo que o sinal
de voz leva para ser digitalizado, serializado, transmitido e recuperado na outra ponta),
jitter (variações de delay) e perdas de pacotes. Portanto, numa situação ideal algum tipo
de QoS precisaria ser implementado nas infra-estruturas de rede que irão suportar um
serviço de VoIP.
Existem várias técnicas para implementação de QoS, principalmente em se
tratando de LAN’s, onde todos os equipamentos pertencem a uma mesma empresa e

52
sobre os quais se tem total controle. Neste caso podem ser adquiridos comutadores
(switches) que implementem várias dessas técnicas simultaneamente.
Na prática, quando uma empresa deseja utilizar a Internet como backbone para
serviços de VoIP, o máximo que se pode fazer é garantir que os gateways de borda (ou
seja, aqueles instalados nos limites entre a Internet pública e as rede privadas da empresa)
implementem DiffServ.
Vale a pena atentar para o efeito provocado pelo ajuste do tamanho do payload
nos frames IP usados para VoIP. O payload é a área de dados do frame onde a informação
de voz codificada é colocada, conforme pode ser visto na figura a seguir.

Figura 3: Encapsulamento VoIP num frame IP [CISCO-CODEC3]

Quanto maior o payload, menor será o consumo de banda numa chamada VoIP,
porém maior será o delay para transmitir cada frame desta chamada.

CENÁRIOS DE IMPLEMANTAÇÃO DA TECNOLOGIA VoIP

O cenário prático mais simples é aquele onde a empresa não vê como necessária a
integração dos serviços tradicionais de voz (PABX e/ou PSTN) com os serviços de VoIP.
Tipicamente é usado quando é pequeno o número de usuários que executam chamadas
de longa distância. Na Figura 4 pode-se ver uma diagrama esquemático desse tipo de
cenário.

53
Figura 4: Cenário típico para número pequeno de usuários

Nesse exemplo as chamadas locais são feitas através do sistema tradicional de


telefonia (via PABX e operadoras locais – PSTNs), e as chamadas de longa distância são
preferencialmente feitas por meio dos equipamentos gateways VoIP.
A função do gateway VoIP é conectar terminais telefônicos comuns, codificar os
sinais de voz recebidos desses terminais, empacotá-los em frames IP e transmiti-los pela
rede de dados (e vice-versa).
Como são completamente isolados, nenhuma comunicação é possível entre os
terminais telefônicos conectados aos gateways VoIP e os terminais conectados aos PABX’s.
A conexão dos terminais telefônicos ao gateway VoIP se dá por meio de interfaces FXS
(Foreign Exchange Station), as quais geram tons de discagem para os terminais.
A execução de uma chamada pode ser feita discando-se o número de um ramal
remoto, ou simplesmente levantando-se o fone do gancho em um dos terminais
(dependendo do equipamento é possível configurar uma ou outra forma, mas não as duas
simultaneamente).
A vantagem desse cenário é que é tão simples que pode ser usado mesmo em
empresas que não possuem equipamentos PABX em seus escritórios. Na figura 5 vê-se
uma evolução do cenário anterior, onde agora é possível que terminais telefônicos
conectados tanto ao PABX como ao gateway VoIP originem e recebam chamadas de/para
qualquer outro terminal da empresa.
Tipicamente, um usuário localizado no Escritório 1 que deseja fazer uma chamada
de longa distância para um ramal localizado no Escritório 2 só precisará discar um código
de acesso previamente configurado, seguido do número do ramal remoto.
Uma nova possibilidade que se abre neste cenário é a de se originar chamadas de
longa distância para assinantes localizados fora da empresa: se um usuário localizado no
Escritório 1 (cidade “A”) desejar fazer uma chamada de longa distância para um assinante
qualquer na cidade “B”, tudo que precisará fazer é discar um código de acesso para obter
uma linha do PABX do Escritório “B”, e em seguida discar o numero do assinante externo
na cidade “B”. Esse tipo de operação também é conhecido como “TOLL bypass”.

54
Figura 5: Integrando VoIP com a telefonia tradicional

A conexão do gateway VoIP ao PABX pode se dar através de interfaces FXO


(Foreign Exchange Office) ou E1. A primeira é usada para conexão a portas comuns
(analógicas) de ramal do PABX. Para o PABX, o gateway VoIP aparenta ser um terminal
telefônico analógico como outro qualquer.
A desvantagem do uso de portas FXO é que se faz necessário uma quantidade
suficiente de portas FXO no gateway VoIP que permita atender o número desejado de
chamadas VoIP simultâneas, já que cada interface FXO transporta somente uma chamada
de cada vez. A vantagem é a simplicidade e o custo, já que normalmente todo PABX tem
algumas portas de ramal livres e que podem ser aproveitadas para conectar a um gateway
VoIP.
Por outro lado, usando uma interface E1 para conectar o gateway VoIP ao PABX,
podem ser suportadas até 30 chamadas VoIP simultâneas. A desvantagem é o custo, pois
interfaces E1 são significativamente mais caras que interfaces FXO. Além disso, nem todo
PABX suporta interfaces E1, e mesmo que a empresa tenha PABX’’s que suportem, ela
precisa garantir que eles possuam pelo menos uma interface E1 livre.
Qualquer projeto de VoIP deve ser precedido de uma análise de viabilidade técnica
e de ROI (Return On Investment). Através dele, a empresa consegue prever se sua infra-
estrutura está preparada e calcular em quanto tempo o investimento feito para a
implementação do projeto de VoIP será compensado pela economia advinda da redução
ou eliminação de pagamentos de DDD.
Apresenta-se a seguir um exemplo para uma empresa hipotética, como a
apresentada na figura 5, citada anteriormente. Essa empresa decide investir em dois
gateways VoIP com 2 interfaces FXO cada um, ao custo unitário de R$ 1.050,00,
totalizando R$ 2.100,00, e mais R$ 1.600,00 de serviços de instalação.
O investimento total seria de R$ 3.700,00. Em quanto tempo esse investimento se
pagaria?

55
ITEM DESCRIÇÃO CUSTO
A empresa possui um link ADSL de 256kbit/s em cada
escritório para conexão com a Internet através de provedores
locais. Cada link tem uma taxa média de 70% de utilização nas R$
1
horas de pico. 500,00

O custo mensal de cada link é de:


R$
2 Valor total mensal da conta telefônica do Escritório 1:
5.000,00
R$
3 Valor total mensal da conta telefônica do Escritório 2:
4.000,00
R$
4 Custo total de telefonia da empresa = (2) + (3):
9.000,00
R$
5 Custo mensal dos serviços de DDD do Escritório 1:
3.000,00
Chamadas da cidade “A” para “B” representam 60% desse R$
6
total 1.800,00
R$
7 Custo mensal dos serviços de DDD do Escritório 2:
2.500,00
Chamadas da cidade “B” para “A” representam 60% desse R$
8
total 1.500,00
R$
9 Custo total de telefonia da empresa = (2) + (3):
3.300,00
Como se trata de ADSL assume-se que a banda útil seja de 128
10
kbit/s

Tabela 5: Dados atuais do sistema de telefonia corporativa

Com 2 interfaces FXO em cada escritório a empresa poderia ter no máximo duas
chamadas simultâneas entre as cidades “A” e “B” utilizando VoIP. Como premissa de
projeto assumiu-se que os gateways VoIP serão configurados com CODEC G.729 e que o
payload será ajustado para 10 bytes, o que resulta numa banda de 16 kbit/s para cada
chamada (ou seja, 32 kbit/s para duas chamadas simultâneas).
Como a taxa de utilização de cada link é de 70%, sobram 38 kbit/s (=128 kbit/s x
30%) para uso por VoIP. Supondo ainda que, devido a congestionamentos e outros
problemas, em média apenas 50% das chamadas entre “A” e “B” consigam ser
completadas via VoIP, obrigando as chamadas restantes (50%) a utilizarem ainda a PSTN.
Então nesse caso a economia máxima mensal seria de apenas 50% x R$ 3.300,00 = R$
1.650,00.
Rateando o custo mensal dos links ADSL para uso com VoIP, o que implica deduzir
da economia mensal 30% do valor pago pelos links ADSL (ou seja, R$ 1.650,00 – 30% x R$
1.000,00), valor efetivo da economia mensal será de R$ 1.350,00. Isso equivale a uma
economia de 15% sobre os custos mensais totais de telefonia desta empresa. Em um ano a
economia seria de 12 x R$ 1.350,00 = R$ 16.200,00.

56
Supondo que o custo do capital para esta empresa seja de 2,5% a.m., o
investimento inicial de R$3.700,00 estaria pago ao final de 3 meses com a economia
gerada [ =VF(0,025, 3, 1350, 3700) ].
O exemplo acima, apesar das hipóteses assumidas, pode ser considerado bem
próximo da realidade. Um gateway VoIP de boa qualidade com suporte a CODEC G.729 e
dotado de 2 interfaces FXO pode ser adquirido no mercado nacional a um custo inferior a
US$ 350,00.
Neste tutorial procurou-se apresentar uma visão geral sobre o framework VoIP,
discorrendo sobre os principais padrões e protocolos que o compõem, e sobre os aspectos
práticos de sua implementação, visando demonstrar de que maneira as empresas podem
obter proveito dele para reduzir seus custos de telefonia.
Demonstrou-se que, dependendo do caso, essa economia pode chegar a valores
bastante significativos. Além disso, o exemplo apresentado de estudo de ROI pode ser
adaptado e servir de ponto de partida para justificar investimentos em VoIP por uma
empresa.
Como observação final vale a pena ressaltar que a legislação brasileira atual (assim
como a norte-americana) ainda não faz referência a tecnologia VoIP. Contudo, no Brasil as
empresas estão proibidas de usarem um modelo de negócio onde vendam serviços de
telecomunicações para terceiros por meio de VoIP sem a devida concessão, onde as
chamadas sejam iniciadas e terminadas simultaneamente na rede pública (PSTN)
[MELCHIOR04].

Utilizando Voz sobre IP

É a tecnologia que utiliza links de dados para trafegar ligações telefônicas.


Tem como objetivo transportar a voz com qualidade de um ponto a outro, através
de um link de dados, economizando recursos da empresa.

Inconvenientes das redes separadas:

- Grandes despesas com: Discagens locais e interurbanas e Pagamento de links


subutilizados;

57
- Penoso gerenciamento e manutenção de redes separadas;
- Dificuldades para expansão e modificação da estrutura da rede.

Crescimento da taxa de minutos usados pela telefonia IP no mundo


• 1998 -> 310 milhões de minutos
• 1999 -> 2,7 bilhões de minutos
• Estimativas para 2004 -> 135 bilhões de minutos (US$ 20 bilhões)

Benefícios do VoIP

•Ligação telefônica a custo zero;


• Envio e recebimento de Fax a custo zero;
Integra-se a central PABX da empresa;
• Uso de uma única infra-estrutura para prover serviços de link de dados e
telefonia;
• Não requer hardware adicional nem aparelhos telefônicos especiais.

58
Tipos de Links para VoIP

- Links dedicados PPP ou Frame Relay, com CIR devidamente dimensionado para
o consumo total de telefonia e ainda o tráfego de dados.

- ADSL/Cabo Modem só podem ser utilizados se forem empresariais.

Requisitos da LAN
• Atender aos padrões Ethernet (com velocidade de 10/100 Mbps)
• Suportar o protocolo TCP/IP
• Aceitar um endereço de Gateway
• Um endereço IP fixo (Livre) para o equipamento de voz sobre IP

Requisitos de Conexão

•Utilização de banda: 10 a 12 Kbps/ligação


• Utilização máxima: 2, 4 ou 8 ligações, dependendo do equipamento VoIP

59
• Garantir ao menos 25% além da banda de telefonia para compensar
variações do link
• Quanto mais estável o link, melhor
• Deve-se considerar o tráfego de dados (WAN, Internet) no link, analisar o uso e
somar o consumo máximo de telefonia.

Módulos para gateway de VoIP

Os módulos para conexão dos gateways de VoIP ao sistema telefônico das


operadoras ou a estrutura de um PABX, promovem a esta ligação através de interfaces
denominadas FXS, FXO e TDM.
Os módulos FXS e FXO conectam a gateway VoIP aos sistema telefônico tradicional
por meios de linhas analógicas. Com eles pode-se configurar pequenas quantidades de
canais entre a rede VoIP e a rede telefônica de ramais (PABX) ou da operadora local.
FXS (Foreign Exchange Subscriber): Usado para conexão direta de aparelhos
telefônicos, fax ou para prover entradas de troncos (analógicos) de centrais telefônicas.
FXO (Foreing Exchange Office): Usado para conexão de ramais telefônicos
(analógicos) provenientes de qualquer modelo de central PABX, possibilitando a realização
de ‘ponte telefônica’.

Os módulos TDM interconectam o gateway VoIP a telefonia tradicional via conexão


digital (PCM) no Brasil como se utiliza o padrão PCM europeu de 30 canais (E1) estes
módulos devem atender a esta configuração, além de permitirem a sinalização EeM para a
conexão e desconexão dos canais digitais.

Cada modulo TDM pode oferecer 30 canais digitais o que permite criar redes de
conexão com uma grande quantidade de troncos.

Veja abaixo algumas configurações possíveis:

60
Utilizando Módulos FXS

Utilizando módulos FXO

61
Utilizando módulos TDM (E1)

TD
M (E1)

TDM TD
(E1) M (E1)

Dispositivos VoIP

ATA – Adaptador de terminal Analógico

Permite a conexão de telefones analógicos ao link de dados provendo conexão


VoIP. Possui portas FXO e FXS para a conexão dos dispositivos e do equipamento de rede

62
ou Internet. Através deste dispositivos varias empresas promovem a venda de minutos
VoIP para ligações DDD e DDI.

ATA da Digitro

Ata HTGrandstream

Softfone

É um software que permite a uma estação de trabalho simular um aparelho


telefônico e realizar chamadas VoIP. Para a conversação são utilizados as caixas de som e
microfone do PC ou um headset.

63
Hardfone

É um aparelho telefônico para conexão ao PC que permite substituir um softfone


na realização de chamadas VoIP.

64
CAPÍTULO 5:

O PBX Asterisk

O Asterisk é um software de PBX1 (Private Branch eXchange) híbrido com licença


GPL(General Public Licence) que integra tecnologias como TDM (Multiplexação por Divisão
de Tempo), telefonia IP e IVR (Resposta Interativa por Voz) com funcionalidade DAC
(Distribuição Automática de Chamadas).

Esse software roda em plataforma Linux, podendo também funcionar em outros


sistemas operacionais como o Windows, FreeBSD e outros, porém com recursos limitados.
A Digium é a empresa criadora e desenvolvedora primária do Asterisk, sendo Mark
Spencer seu criador e principal mantenedor. Essa empresa além de investir no
desenvolvimento do código fonte do Asterisk, fabrica hardwares de telefonia de baixo
custo que funciona em conjunto.

O Asterisk é uma plataforma completa de telecomunicações. Ele é muito mais que


um PABX comum, pois permite uma conectividade em tempo real entre as redes PSTN e
redes VoIP. Além de possuir as mesmas características de um PABX, ele possui uma série
de recursos adicionais como:

Possibilidade de conectar empregados trabalhando de casa para o PABX da


empresa, através de conexões banda larga;

Correio de voz enviado por e-mail no formato mp3 (MPEG-1/2 Audio Layer 3) ;

Música em espera para clientes esperando em filas, suportando música em


mp3;

Filas de chamadas onde agentes de forma conjunta atendem e as chamadas e


monitoram a fila;

Salas de conferência, onde varias pessoas podem falar simultaneamente;

Identificação do numero chamador;

Siga-me;

URA - Resposta Interativa por Voz permitindo navegar usando reconhecimento


de voz ou teclado do telefone;

DAC - Entrega automática de chamadas;

1
PBX (Private Branch eXchange) é um centro de distribuição telefônica pertencente a uma
empresa que não inclua na sua atividade o fornecimento de serviços telefônicos ao público em geral.

65
Gerência de filas de chamadas (queue);

Direcionamento de chamadas;

Billing (Sistema de bihetagem);

Gravar conversas ou conferências;

FAX over IP;

O Asterisk usa a CPU do servidor para processar os canais de voz, ao invés de ter
um DSP (processador de sinais digitais) dedicado aos canais de voz. Isso permitiu uma
redução de custos, porém o sistema fica muito dependente da performance da CPU, para
atenuar esse problema deve-se optar por uma máquina servidora dedicada.

Ele foi projetado para permitir a adição de novas interfaces e tecnologias de


maneira simples. As principais interfaces são divididas em: hardware Zaptel e Não-Zaptel.
A diferença entre eles está na capacidade de realizar conferências, pois somente os Zaptel
oferecem esse serviço. Segue abaixo alguns modelos de hardwares:

T410P (Zaptel) - Placa E1/T1(Padrão de telefonia Europeu/Americano) com 4


portas PCI (Peripheral Component Interconnect) 3.3 volts;

E110P (Zaptel)– Placa com E1/T1 com 1 porta;

TDM400P (Zaptel)– Placa com 4 portas para telefones analógicos e ADSI


(Analog Display Service Interface);

T405P (Zaptel)– Placa E1/T1 com 4 portas (PCI 5 volts);

ISDN4Linux – É um driver antigo para placas ISDN BRI (Basic Rate Interface),
acesso básico;

ISDN CAPI – É outra forma de suportar as placas ISDN BRI no Linux.

Voicetronix – Possui placas com maior densidade de canais FXS (Foreing


Exchange Station) e FXO (Foreing Exchange Office).

A figura 4.1 mostra algumas dessas placas:

Placas Digium / Fonte: www.digium.com

66
Para poder alocar várias chamadas o Asterisk utiliza CODECs (Coder/Decoder), que
são responsáveis pela compressão dos dados, reduzindo a utilização da banda passante.
Existem vários modelos suportados, como o G.729 que permite codificar a 8 Kbps, a uma
compressão de 8/1. O Asterisk é responsável por intermediar a conversação entre CODECs
variados, ficando totalmente imperceptível para o usuário final, o tipo de CODEC que está
sendo usado em cada terminal. Abaixo podemos ver alguns CODECs suportados:

G.711 (64Kbps)

G.723.1 (5,3-6 Kbps)

G.726 (32 Kbps)

G.729 (8 Kbps)

GSM (Global System for Mobile Communications) (12-13 Kbps)

iLBC (Internet Low Bitrate Codec) (15 Kbps)

LPC (Linear Predictive Coding) (2.5 –10 Kbps)

Speex (Speech codec) (2.15-44.2 Kbps)

Todos os CODECs apresentados são de licença Open Source, com exceção do G.729
que necessita de licença comercial, e somente pode ser usado gratuitamente para uso
educacional. O G.711, GSM e G.729 possuem melhor desempenho, os outros têm
qualidade inferior ou consomem muita CPU.

Para estabelecer conexões entre um telefone e outro, é preciso um protocolo de


sinalização, onde este irá determinar o ponto de destino e também questões relacionadas
à sinalização de telefonia como campainha, identificador da chamada, desconexão, etc. O
Asterisk funciona como um gateway de mídia fazendo a comunicação entre variados
protocolos. Os principais protocolos utilizados são:

SIP – Pode ser usado na rede local (LAN). É o protocolo padrão de fato para
telefonia IP no momento, porém tem problemas no uso do NAT (Network
Address Translation), pois, o uso da banda com RTP (Real-time Transport
Protocol) é alto;

IAX (Inter Asterisk Exchange)v1 e v2 – Protocolo proprietário do Asterisk. Ele é


eficiente em banda passante e pode passar facilmente por firewalls com NAT.
É mais usado para interligar dois ou mais Asterisks (WAN - Internet).

H323 – É um dos protocolos VoIP mais antigos, usado em muitas


implementações. É excelente para videoconferência, mas é complexo e pouco
adotado em telefonia IP.

MGCP (Media Gateway Control Protocol)– Este protocolo foi feito para ser
usado em conjunto com H.323, SIP, IAX. Sua grande vantagem é a
escalabilidade. Possui gerenciamento centralizado, mas ainda é pouco
adotado.

67
Existem vários cenários de uso do Asterisk, um dos mais simples consiste em
conectá-lo a uma rede LAN provendo a substituição ou acrescentando novos ramais ao
sistema telefônico já existente na empresa.

Outra possibilidade é o uso do Asterisk para conexão via Internet ao sistema


telefônico fixo e celular via uma operadora VoIP. Para este modelo é necessária a compra
de minutos de ligação junto a operadora.

68
A interligação do Asterisk ao sistema telefônico de uma operadora de
telecomunicações ou um PABX usando interfaces analógicas ou digitais por ser realizado
utilizando-se basicamente dois tipos de placas: a FXO (Foreign eXchange Office) utilizada
para interligar linhas analógicas de centrais (PABX ou Pública) e a FXS (Foreign eXchange
Station) que pode receber telefones analógicos, secretária eletrônica, máquina de fax e
tronos de PABX.

69
Atualmente é comum encontrarmos softswitches, que são PCs que têm a função
de comutar os circuitos de telefonia VoIP. No caso do Asterisk, ele faz estas funções de
forma integrada, o licenciamento é gratuito e pode ser feito em um ou mais servidores, de
acordo com a necessidade. Na figura 4.2 apresenta esse cenário com uso do Asterisk:

Uso do Asterisk como softswitch

O Asterisk possui uma funcionalidade de gateway de media, podendo converter


sinais analógicos (FXS e FXO) ou digitais (ISDN) vindos da central telefônica ou de telefones
IP, e transmiti-los pela rede corporativa de dados eliminando os custos de ligações de
longa distância entre as filiais. Para isso cada filial deverá ter um Asterisk, onde este se
comunica com o outro através do IAX. A figura 4.3 ilustra esse ambiente:

70
Ambiente em empresa de médio porte em uma mesma cidade

A interface de gerenciamento permite ao programador se conectar ao Asterisk e


emitir comandos, ou ler eventos de PABX usando a interface sockets do TCP/IP.

A AGI (Asterisk Gateway Interface) serve para adicionar funcionalidade ao


Asterisk com muitas linguagens de programação diferentes como Perl ( Extraction and
Report Language), PHP (Hypertext Processor), Pascal ( Linguagem de programação
extruturada), Shell (Interpretador de comandos), Java (Linguagem de programação
orientada a objeto).

Instalação do Asterisk

A instalação do Asterisk requer alguns cuidados como: hardware mínimo


necessário, sistema operacional adequado, ordem de instalação dos módulos e
configuração básica.

O hardware mínimo necessário deverá ser um computador com clock de


processador superior a 300 Mhz e 256 Mb de RAM. Apesar dele funcionar em quase todas
as distribuições Linux, é mais recomendável instalá-lo em arquiteturas mais robustas como
Suse, Mandrake, Slackware, Red Hat, CentOs, etc.

A versão mais atual é a 1.2, e pode ser baixada no site: www.asterisk.org. Os


módulos a serem copiados são: Zaptel, Libpri, Asterisk, Addons e Sounds. Todos devem
ficar na mesma pasta. Antes de instalá-los deverá ser verificado se as seguintes bibliotecas
estão instaladas:

ncurses, e o -devel referente

openssl, e o -devel referente

zlib, e o -devel referente

bison, e o -devel referente

71
Após a verificação deverá ser feita a instalação e a compilação dos módulos.
Primeiramente é necessário acessar a pasta Zaptel e executar os comandos: make clean e
make install. Se os serviços de conferência ou música em espera estiverem nos planos,
também deverá ser compilado o módulo ztdummy. Em seguida, executam-se os comandos
make clean e make install na pasta Libpri e na pasta Asterisk e executam-se os mesmos
comandos com a adição do make samples para a instalação de exemplos de configuração.
A aplicação destes comandos (make clean e make install) deve ser realizada também nas
pastas Asterisk-Addons e Asterisk-sound finalizando o processo de instalação.

Depois de instalado, executam-se os comandos: asterisk –vvvc para iniciar e stop


now para interromper a aplicação; ambos localizados na pasta /usr/bin/. O console de um
processo do Asterisk pode ser acessado a qualquer tempo. Existem muitos parâmetros
que podem ser usados para configuração e monitoramento. Os principais são indicados na
tabela 4.1.

Tabela 4.1 – Parâmetros usados no Asterisk


Fonte: o Autor

COMANDO FUNÇÃO
-h É o help, mostra as opções de parâmetros que podem ser utilizados.
-C <configfile> Inicia o Asterisk com o arquivo de configuração diferente do padrão.
-f Inicia o Asterisk, mas não coloca um processo em background.
-c Habilita o modo de console, iniciando o Asterisk em foreground (na
frente).
-r Conecta a uma instancia do Asterisk já iniciada.
-n Desabilita a cor do console.
-i Pede pelos códigos criptográficos de inicialização.
-p Roda como prioridade em tempo real.
-q Modo silencioso, suprime as mensagens.
-v Inclui mensagens detalhadas.
-d Habilita debug extra em todos os módulos.
-g Faz com que o Asterisk descarregue o núcleo em caso de segment
violation.
-x<cmd> Executa o comando <cmd>(válido apenas com r).

Executar o comando de inicialização do Asterisk não é o suficiente para fazê-lo


funcionar adequadamente, para que isso ocorra é necessário que sejam programados os
arquivos de configuração.

72
Configuração básica do Asterisk

Existem vários arquivos que controlam o Asterisk, e todos eles possuem a extensão
“.conf” e estão localizados na pasta /etc/asterisk. Esses arquivos são responsáveis pela
configuração de hardware, telefones SIP, plano de discagem, envio e recebimento de
chamadas. Os arquivos de configuração são mostrados na tabela 4.2:

Tabela 4.2 – Arquivos de configuração do Asterisk.


ARQUIVO FUNÇÃO
asterisk.conf Responsável pela configuração dos diretórios para os componentes. Caso
algum caminho de instalação seja especificado durante a compilação, será
escrita neste arquivo.
extensions.conf Responsável pelo plano de controle e fluxo de execução das chamadas.
Contém as regras de discagem. Os componentes são conhecidos como
“contextos”
sip.conf Possui informações referentes as configurações SIP do Asterisk. Ele registra
e cadastra os clientes SIP que se registrarão no servidor local, e em
servidores remotos.
oh323.conf Arquivo de configuração para utilização de H.323 do pacote asterisk-
oh323. Ele pode cadastrar como um gatekeeper. Esse módulo não é
compatível com o H.323 que originalmente acompanha o Asterisk.
zapata.conf Possui configurações referentes a interfaces que utilizem o driver zaptel
(como as das placas Digium). Define o protocolo PRI utilizado: EuroISDN,
DMS100, National ISDN, Lucent 5ESS, etc.
musiconhold.conf É responsável pela configuração das músicas de espera. Podem ser
configuradas várias classes de músicas e suporta diferentes tipos de áudio,
desde que exista uma aplicação compatível.
cdr_mysql.conf Arquivo que contém a configuração a ser aplicada a sistema de CDR para
gravar as informações em uma base de dados MySQL
IAX.conf Usado para configurar clientes que usam Inter-Asterisk Exchange protocol
Geralmente utilizado para interconectar servidores Asterisk
logger.conf Responsável pela configuração dos logs do Asterisk. Possui vários níveis de
log. Pode ser configurado para enviar logs para a tela ou arquivos
agents.conf Usado para as configurações referentes aos agentes usados nas filas
configuradas no arquivo queues.conf
enum.conf Usado para configurações de ENUM. Pode ser usado para configurar o
Asterisk para acessar primeiro um endereço via ENUM para depois via
PSTN
modules.conf Configura quais módulos devem ou não ser carregados quando o Asterisk é
iniciado. Um módulo pode ser carregado também CLI, através dos
comando load
queues.conf Arquivo responsável pela configuração das filas de entrada
RTP.conf Configuração do RTP (Real Time Protocol) para o Asterisk. Ele limita as
portas a serem usadas, e é útil para configuração de firewalls
voicemail Configura Voice Mail
meetme.conf Responsável pela configuração das conferências. Podem haver senhas nas
conferências.

73
Todos esses arquivos complementam a configuração do Asterisk incluindo
funcionalidades, extensões ou serviços. Para que o Asterisk funcione de forma básica, é
necessário que sejam configurado os arquivos sip.conf, extension.conf e zaptel.conf.

O arquivo sip.conf, como descrito na tabela 4.2, possui informações referentes as


configurações SIP do Asterisk, contendo parâmetros relacionados à configuração dos
telefones e operadoras SIP. Todos os clientes devem estar previamente configurados para
poderem fazer e receber chamadas.

Este arquivo é lido de cima para baixo e sua primeira seção contém as opções
gerais, sendo identificada como: [general] e as seguintes são os nomes dos clientes,
sempre entre colchetes. A tabela 4.3 mostra as variáveis que implementam a seção
[general]:

Tabela 4.3 – Variáveis da seção [general]


Fonte: o Autor

VARIÁVEL DESCRIÇÃO
Allow Permite que um determinado codec seja usado.
Bindaddr Endereço IP onde o Asterisk irá esperar pelas conexões SIP. O
comportamento padrão é esperar em todas as interfaces e endereços
secundários.
Context Configura o contexto padrão onde todos os clientes serão colocados.
Disallow Proíbe um determinado codec.
Port Porta que o Asterisk deve esperar por conexões de entrada SIP. O
padrão é 5060.
Tos Configura o campo TOS (tipo de serviço) usado para SIP e RTP.
maxexpirey Tempo Maximo para registro em segundos.
defaultexpirey Tempo padrão para registro em segundos.
Register Registra o Asterisk com outro host.

As definições das entidades padrão SIP vêm após a seção [general], cujas
variáveis são exibidas na tabela 4.4:

Tabela 4.4 – Variáveis de configuração das entidades SIP.


Fonte: o Autor

VARIÁVEL DESCRIÇÃO
Type Configura a classe de conexão. A variável do tipo peer recebe
chamadas, do tipo user faz chamadas e do tipo friend faz os dois ao
mesmo tempo.
Host Configura o endereço IP ou nome do host. A opção mais comum é
dynamic. Essa opção espera que o telefone se registre.
username Esta opção configura o nome do usuário que o Asterisk tenta conectar
quando uma chamada é recebida.
Secret Um segredo compartilhado para autenticar os peers e users.

74
A figura 4.4 mostra um exemplo de configuração do arquivo
sip.conf:

Figura 4.4 – Exemplo de configuração do sip.conf.


Fonte: Gonçalves (2005).

O arquivo extensions.conf é responsável pelo plano de controle e fluxo de


execução das chamadas. Este arquivo é dividido em quatro seções: contexto, extensão,
prioridade e aplicações. Os contextos têm um papel importante na organização e
segurança do plano de discagem. Eles estão diretamente ligados aos canais.

Pode-se definir mais de um contexto quando se deseja atribuir permissões de


discagens diferenciadas.

Os contextos recebem o seu nome dentro de colchetes, por exemplo:


[novo_contexto]. Todas as instruções colocadas após ele são partes do contexto. As
variáveis estão localizadas no contexto [Globals], e podem ser usadas por todo o plano de
discagem.

Dentro de cada contexto são definidas diversas extensões. São elas que
determinam o fluxo das chamadas. No Asterisk ela é uma string que dispara um evento. O
comando “exten=>” é seguido pelo número da extensão, prioridade e aplicação.

Prioridades são passos numerados na execução de cada extensão.

75
Aplicações são partes fundamentais do Asterisk, elas tratam o canal de voz,

tocando sons, aceitando dígitos ou desligando uma chamada. As principais aplicações são:

Aswer(): responde um canal que está tocando;

Dial(): Disca para um ramal ou extensão

Playback(): Toca um arquivo de som previamente gravado;

Hangup(): Desliga um canal ativo;

Goto(): Pula para um contexto específico.

O extenions.conf aceita uma série de variáveis que servem de argumento para os


comandos.

Um exemplo de configuração do extensions.conf pode ser visto na figura 4.5:

Figura 4.5 – Exemplo simples do extensions.conf


Fonte: Gonçalves (2005).

Para implementar o sistema de VoIP através do Asterisk pode ser utilizado


o softfone da Lucent chamado X-Lite, cuja interface pode ser visto abaixo. Sua
configuração é muito simples e oferece 3 tipos de codec.

76
Provedores de VoIP:

TAHO, Sistema IP, Lig VoIP, Onda VoIP, NET Brás, Telefonia, VoIP Nordeste, etc...

O Asterisk não é o único software para a implementação de Telefonia IP. Veja


abaixo outros programas para realizam um pouco do que a plataforma Asterisk fornece.

•VOVIDA NETWORK VOCAL


•SIP EXPRESS ROUTER (SER)
•PBX4LINUX
•OPENPBX VOICETRONICS

Para mais informações sobre a tecnologia do Asterisk acesse os link:


•www.asteriskbrasil.org
•www.digium.com
•www.voffice.com.br
•www.asterisk.org
•www.sangoma.com

77
CAPÍTULO 6:
Redes de Nova Geração NGN

Plataformas de Telecomunicações para Prestação de Serviços Convergentes de


Telefonia IP

Desafios da NGN

• CONVERGIR TODAS AS APLICAÇÕES MULTIMÍDIAS EM APENAS UMA REDE;


• SUPORTAR A DEMANDA DO SURGIMENTO DE NOVOS SERVIÇOS DE
MULTIMÍDIA;
• CENTRALIZAR TODOS SERVIÇOS DIGITAIS, COM QUALIDADE DE VOZ, VÍDEO
E TRÁFEGO DE DADOS DE FORMA INTEGRADA;

Vantagens da NGN

EXISTE UM NOVO LEQUE DE APLICAÇÕES PRINCIPALMENTE NA ÁREA


DE MULTIMÍDIA;
REDUÇÕES DOS CUSTOS DE EQUIPAMENTOS;
MANUTENÇÃO MAIS SIMPLIFICADA, REDUZINDO O CUSTO;
NOVOS SERVIÇOS PROVIDOS PELAS OPERADORAS;
OTIMIZAÇÃO DE RECURSO PARA TELEFONIA E DADOS;
AUMENTO DA EFICIÊNCIA DOS EQUIPAMENTOS;
REDUÇÃO DE CUSTOS EM TELEFONIA FIXA DDD E DDI;
NOVAS OPORTUNIDADES DE ESTUDOS E EMPREGOS PARA SUPORTAR
ESTE NOVO CONCEITO.

Normalmente os sistemas telefônicos são construídos a partir de uma única


plataforma, onde esta é responsável por prover as funções de acesso, comutação,
serviços, transmissão.
O paradigma “all over IP ”, quando aplicado a telefonia, permite a introdução de
um modelo de comutação totalmente novo, que aproveita os conceitos da informação
distribuída.
A NGN (Next Generation Networking - Redes de nova geração) é uma nova
concepção de rede de telecomunicações que distribui os elementos de controle e acesso
através de um ambiente IP.
A Rede NGN foi proposta em meados de 2004 pelo ITU-T em suas recomendações
Y.2001 e Y.2011.
Na NGN a função de transporte é realizada por uma rede IP e o protocolo SIP (IETF)
deve ser utilizado no controle de sessões. Portanto, para o ITU-T a NGN é a plataforma
oficial de convergência de redes.

78
Evolução da rede telefônica para NGN

Os media gateway formam a camada de acesso e controlam os terminais dos


usuários de telefonia sejam fixos, móveis ou IP

O media gateway controller ou softswitch é o responsável por realizar a gerencia


dos medias gateway provendo o controle de todo o sistema, ele comanda as funções de
comutação, tarifação, sinalização, etc

A camada de aplicação prove aos usuários os serviços demandados, como por


exemplo: Internet, VoIP, SMS, Correio de voz, Música, IPTV, VOD, etc

79
80
Atendimento aos Requisitos de SD

 Acesso a recursos
 Transparência
 Abertura (TCP/IP, SIP, RTP)
 Escalabilidade
 Organização lógica baseada em eventos
 Organização física baseada em camada no estilo cliente/servidor

81
82
83
Os sistemas distribuídos formam a base das redes convergentes.
A redundância em redes NGN pode ser executada facilmente através de Cluster.

84
CAPÍTULO 7:

Canal Comum

Sinalização: Tronco E1

A conexão a Centrais públicas da Rede Brasileira de Telefonia é feita através de troncos


E1 como exemplificado na figura acima.
A Interface para um Tronco E1 é um conjunto de dois cabos coaxiais [metálicos ou
ópticos], um para transmissão [TX] e outro para recepção [RX], por onde passam 30 canais de
voz digitalizados [01 a 15 e 17 a 31] e 1 canal de sinalização telefônica [16].

A sinalização telefônica através de um tronco E1 pode ocorrer em duas formas básicas:


Canal Associado
Canal Comum
Destas formas, a mais encontrada ainda é a Sinalização por Canal Associado.

Sinalização por Canal Associado

Esta sinalização está sempre associada fisicamente aos canais telefônicos que
correm pelo respectivo tronco E1. É praticamente a mesma velha sinalização dos troncos
analógicos a 6 fios [TX, RX, E/M].
Fazem parte desta Sinalização os protocolos de:
Sinalização de Linha [E/M], que segue pelo canal 16,
Sinalização de Registradores [MFC] que segue pelos canais de voz respectivos.

Sinalização de Linha

Esta é a sinalização de estado da linha telefônica, correspondente à sinalização


E/M [Ear/Mouth], também designada pela sigla R2.
Pode ocorrer na forma E/M Contínua [R2 analógico], E/M Pulsada ou R2 Digital.

85
No Brasil especifica-se esta sinalização no documento SDT 210.110.703 -
Especificação de sinalização de linha para a rede nacional de telefonia

Sinalização entre Registradores

Esta sinalização transporta as informações de comutação da chamada telefônica


[números telefônicos envolvidos, categoria, etc.].
Ocorre na forma analógica, por duplas de tons de áudio [como o DTMF de
discagem por tons] com freqüências e durações especiais.
Este tipo de sinalização é conhecido pela sigla MFC [Multi Freqüência Compelida].
A duração das duplas de tons de cada sinal é variável, pois dado que é compelida
um sinal emitido dura [por TX] até a chegada do sinal de resposta respectivo [por RX].
No Brasil a forma mais utilizada é a MFC Variante 5C.
No Brasil especifica-se esta sinalização no documento SDT 210.110.702 -
Especificação de sinalização entre registradores para a rede nacional de telefonia via
terrestre.
Os protocolos da sinalização estão explicitados no documento SDT 210.110.706 -
Protocolos de sinalização entre registradores para a rede nacional de telefonia.

Sinalização por Canal Comum

Esta é uma forma moderna de sinalização telefônica e não mais está associada
fisicamente aos troncos pelos quais a voz trafega. Usa-se um dado canal de um dado
tronco E1, como um canal de dados de 64 Kbps, e por ele trafega-se toda a sinalização
telefônica numa forma totalmente digital e estruturada, correspondente a uma grande
quantidade [milhares] de canais de voz de vários troncos E1. O protocolo atual deste tipo
de sinalização é o de número 7, sigla SCC7, para Sinalização por Canal Comum número
Sete.
Esta sinalização consiste de uma Parte de Transferência de Mensagens [MTP] e
várias Partes de Usuário [UP].

A Parte deste protocolo que é usada para o Usuário de Telefonia é o de sigla TUP.
A Parte mais genérica, que inclui Serviços Integrados [RDSI], é a de sigla ISUP.
No Brasil, a Parte mais utilizada da SCC7 é a TUP ou BR-TUP.
No Brasil especifica-se esta sinalização [Versão Nacional] nos documentos, entre
outros:
SDT 220.250.715 [Especificações de Sinalização por canal Comum], SDT
210.110.724 [Requisitos mínimos do subsistema de Usuário para Telefonia do
Sistema de Sinalização por Canal Comum CPA-T, TUP (ITU-T Versão Nacional)
para a rede nacional de telefonia],
SDT 220.250.732 [Subsistema de Usuário RDSI - ISUP do Sistema de sinalização
por Canal Comum nº 7],
SDT 220.250.735 [Subsistema de - MTP] e
SDT 220.500.711 [Requisitos mínimos do subsistema de Transferência de
Mensagens do Sistema de Sinalização por Canal Comum MTP (ITU-T Versão
Nacional) para a rede nacional de telecomunicações].

86
Quadros Sintéticos das Sinalizações

Apresenta-se a seguir quadros que sintetizam as sinalizações telefônicas


encontradas em entroncamentos E1 da planta brasileira de telefonia pública para
sinalização por Canal Associado e por Canal Comum.

Sinalização: Canal Associado

Apresentam-se a seguir quadros que sintetizam as sinalizações telefônicas por


Canal Associado encontradas em entroncamentos E1 da planta brasileira de telefonia
pública:
Sinalização E/M Pulsada
Sinalização E/M Contínua
Sinalização R2 Digital
Sinalização MFC 5C

Sinalização E/M Pulsada

N SENTI
SINAL DURAÇÃO (ms) RECONHECIMENTO (ms)
° DO A B

1 OCUPAÇÃO 150 ± 30 80 ± 20 ATÉ 375 ± 75

2 ATENDIMENTO 150 ± 30 80 ± 20 ATÉ 375 ± 75

3 DESLIGAR PARA TRÁS 600 ± 120 ACIMA DE 375 ± 75

4DESLIGAR PARA FRENTE 600 ± 120 ACIMA DE 375 ± 75

CONFIRM
5 DE DESCONEXÃO 600 ± 120 ACIMA DE 375 ± 75

6DESCONEXÃO FORÇADA 600 ± 120 ACIMA DE 375 ± 75

7 BLOQUEIO PERMANENTE ACIMA DE 375 ± 75

8 TARIFAÇÃO 150 ± 30 80 ± 20 ATÉ 375 ± 75

9 RECHAMADA 150 ± 30 80 ± 20 ATÉ 375 ± 75

87
SINAIS CURTO E LONGO

SINAIS DURAÇÃO (ms) FDM PCM CANAL 16

a b c d a b c d
A B C D A B C D
SINAL CURTO 150 ± 30 3825 ± 4 Hz
x 1 y 1 x 1 y 1
X 1 Y 1 X 1 Y 1

a b c d a b c d
A B C D A B C D
SINAL LONGO 600 ± 120 3825 ± 4 Hz
x 1 y 1 x 1 y 1
X 1 Y 1 X 1 Y 1

NOTAS:

X
NORMALMENTE
X=0

X
X = 1 SINALIZAÇÃO

Y
VER TABELA 1
Y=

TABELA 1
CANAIS DE SINALIZAÇÃO

Quadro a b c d

1 A1 1 A8 1

2 A2 1 A9 1

3 A3 1 A10 1

4 A4 1 A11 1

5 A5 1 A12 1

6 A6 1 A13 1

7 A7 1 A14 1

8 A8 1 A15 1

9 A9 1 A1 1

10 A10 1 A2 1

11 A11 1 A3 1

12 A12 1 A4 1

13 A13 1 A5 1

14 A14 1 A6 1

15 A15 1 A7 1

88
Sinalização E+M Continua

FASE DA SINAL P/ SINAL P/


SINAL SENTIDO A B OBSERVAÇÃO
CHAMADA FRENTE TRÁS
1
LIVRE - - AUSENTE AUSENTE -
1
2
OCUPAÇÃO OCUPAÇÃO PRESENTE AUSENTE -
2
TROCA DE
CHAMADA
3 EM SINALIZAÇÃO
- - PRESENTE AUSENTE
3 PROGRESSO ENTRE
REGISTRADORES
4
ATENDIMENTO ATENDIMENTO PRESENTE PRESENTE -
4
5
COVERSAÇÃO - - PRESENTE PRESENTE -
5
DESCONEXÃO
6 DESLIGAR
PRESENTE AUSENTE -
6 PELO DESTINO PARA TRÁS
DESCONEXÃO
7 DESLIGAR
AUSENTE PRESENTE -
7 PELA ORIGEM PARA FRENTE
8 FIM DA CONFIRM. DE
AUSENTE AUSENTE -
8 DESCONEXÃO DESCONEXÃO
9
BLOQUEIO BLOQUEIO AUSENTE PRESENTE -
9

89
SINAIS AUSENTE E PRESENTE

-
SINAIS FDM PCM CANAL 16
-

a b c d a b c d
A B C D A B C D
(
AUSENTE -
(1)
x 1 y 1 x 1 y 1
X 1 Y 1 X 1 Y 1

a b c d a b c
A B C D A B C D
(
PRESENTE 3825 ± 4 Hz (2)
x 1 y 1 x 1 y
X 1 Y 1 X 1 Y 1

NOTAS:

X
X = 1 Y = VER TABELA 1

X
X = 0 Y = VER TABELA 1

Sinalização R2 Digital

CANAIS DE SINAL
SENTIDO
FASE DA P/FRENTE P/TRÁS
SINAL OBSERVAÇÃO
CHAMADA
AB af bf ab bb

LIVRE - - 1 0 1 0 -

OCUPAÇÃO OCUPAÇÃO 0 0 1 0 -

CONFIRMAÇÃO
OCUPAÇÃO 0 0 1 1 -
OCUPAÇÃO

CHAMADA EM
- - 0 0 1 1 -
PROGRESSO

ATENDIMENTO ATENDIMENTO 0 0 0 1 -

CONVERSAÇÃO - - 0 0 0 1 -

90
PULSOS DE 150 ± 30
TARIFAÇÃO TARIFAÇÃO 0 0 1 1
ms EM ab [ 0 1]

CHAMADO REPÕE
DESLIGAR PARA
ANTES DO 0 0 1 1 -
TRÁS
CHAMADOR

CHAMADO REPÕE
DESCONEXÃO PULSO DE 600 ± 120
ANTES DO 0 0 0 0
FORÇADA ms EM bb
CHAMADOR

CHAMADOR
DESLIGAR PARA
REPÕE ANTES DO 1 1 X 1 bf 1 POR 50 ms
FRENTE
CHAMADO

CONFIRM. DA
- 1 0 1 0 -
DESCONEXÃO

PULSOS
TELEFONISTA SINAL DE
1 0 1 1 SIMULTANEOS EM af E
RECHAMA RECHAMADA
bf (150 ± 30 ms)

BLOQUEIO BLOQUEIO 1 0 1 1 -

- FALHA 1 1 1 0 -

NOTA:

X = ESTADO "0" OU "1" (INDIFERENTE)

Sinalização entre Registradores - MFC

COMPOSIÇÃO DOS CÓDIGOS MULTIFREQUENCIAIS


CÓDIGOS PARA FRENTE -

FREQUENCIA -
[Hz]
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 12 14 15

F0 = 1380 X X - X - - X - - - X - - - - F6 = 1140
F1 = 1500 X - X - X - - X - - - X - - - F7 = 1020
F2 = 1620 - X X - - X - - X - - - X - - F8 = 0900
F3 = 1740 - - - X X X - - - X - - - X - F9 = 0780
F4 = 1860 - - - - - - X X X X - - - - X F10 = 0660
F5 = 1980 - - - - - - - - - - X X X X X F11 = 0540
FREQUENCIA
- 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 12 14 15 [Hz]

- CÓDIGOS PARA TRÁS

91
Sinais para Frente

SINAIS PARA FRENTE

SINAL GRUPO I GRUPO II

1 ALGARISMO 1 ASSINANTE COMUM

2 ALGARISMO 2 ASSINANTE COM TARIFAÇÃO ESPECIAL

3 ALGARISMO 3 EQUIPAMEMTO DE MANUTENÇÃO

4 ALGARISMO 4 TELEFONE PÚBLICO LOCAL

5 ALGARISMO 5 TELEFONISTA

6 ALGARISMO 6 EQUIP. DE COMUNICAÇÃO DE DADOS

TELEFONE PÚBLICO INTERURBANO


7 ALGARISMO 7 NACIONAL E ASSINANTE COMUM
SERVIÇO INTERNACIONAL

COMUNICAÇÃO DE DADOS SERVIÇO


8 ALGARISMO 8
INTERNACIONAL

ASSINANTE COM PRIORIDADE, SERVIÇO


9 ALGARISMO 9
INTERNACIONAL

TELEFONISTA COM FACILIDADES DE


10 ALGARISMO 0 TRANSFERENCIA – SERVIÇO
INTERNACIONAL

INSERÇÃO DE SEMI SUPRESSOR DE ECO


11 RESERVA
NA ORIGEM

PEDIDO RECUSADO OU INDICAÇÃO DE


12 RESERVA
TRANSITO INTERNACIONAL

13 ACESSO EQUIP. DE TESTE RESERVA

INSERÇÃO DE SUPRESSOR DE ECO NO


14 DESTINO OU INDICAÇÃO DE TRANSITO RESERVA
INTERNACIONAL

FIM DE N° OU INDICAÇÃO DE QUE A


15 CHAMADA CURSOU ENLACE VIA RESERVA
SATÉLITE

92
Sinais para Trás

SINAIS PARA TRÁS

SINAL GRUPO A GRUPO B

1 ENVIAR PROX ALGARISMO ASSINANTE COMUM

NECESSIDADE DE SEMI SUPRESSOR DE


2 ECO NO DESTINO E ENVIAR PRIMEIRO ASSINANTE COM TARIFAÇÃO ESPECIAL
ALGARISMO ENVIADO

PREPARAR PARA RECEPÇÃO DE SINAIS LINHA DE ASSINANTE COM NUMERO


3
DO GRUPO B MUDADO

4 CONGESTIONAMENTO CONGESTIONAMENTO

ENVIAR CATEGORIA E IDENTIDADE DO LINHA DE ASSINANTE LIVRE SEM


5
CHAMADOR TARIFAÇÃO

LINHA DE ASSINANTE LIVRE COM


6 RESERVA TARIFAÇÃO E COLOCAR RETENÇÃO SOB
CONTROLE DO ASSINANTE CHAMADO

7 ENVIAR ALGARISMO N-2 NIVEL OU NUMERO VAGO

8 ENVIAR ALGARISMO N-3 RESERVA

9 ENVIAR ALGARISMO N-1 RESERVA

10 RESERVA RESERVA

ACESSO A POSIÇÃO DE OPERADORA OU


11 ENVIAR A INDICAÇÃO DE TRANSITO RESERVA
INTERNACIONAL

ENVIAR DIGITO DE IDIOMA OU DE


12 RESERVA
DISCRIMINAÇÃO

ENVIAR INDICAÇÃO DO LOCAL


13 DO REGISTRADOR INTERNACIONAL DE RESERVA
ORIGEM

SOLICITAR INFORMAÇÃO DE
14 NECESSIDADE DE INSERÇÃO DE SEMI RESERVA
SUPRESSOR DE ECO NO DESTINO

CONGESTIONAMENTO NA CENTRAL
15 RESERVA
INTERNACIONAL

93
Sinalização: Canal Comum

Apresentam-se a seguir quadros que sintetizam a sinalização telefônica por Canal


Comum nº 7, encontradas em entroncamentos E1 da planta brasileira de telefonia pública.

Unidade de Sinal de Mensagem - MSU

Formatos das Unidades de Sinal de Mensagem – MSU

INFORMAÇÃO INDICADOR
ALINHAM. DETEÇÃO INDICADOR DE CORREÇÃO ALINHAM.
DE DE TIPO DE
(FLAG) DE ERRO COMPRIMENTO DE ERRO (FLAG)
SINALIZAÇÃO USUÁRIO

F CK SIF SIO LI - F

8 16 8n,N>=2 8 8 16 8

DIREÇÃO DE TRANSMISSÃO

Referente ao Campo SIF

INDICADOR DE TIPO DE
INFORMAÇÕES SINAIS MENSAGEM ETIQUETA
ADICIONAIS
H1 H0
8m,M>=0 4 4 40

Referente ao Campo Etiqueta

CODIGO DE IDENTIFICAÇÃO DE CODIGO DO PONTO DE CODIGO DO PONTO DE


CIRCUITO ORIGEM DESTINO

CIC OPC DPC

12 14 14

Detalhes de formato da MSU

FORMATO DA MSU

C S F F B B
F
F CK SIF SIO - LI FIB FSN BIB BSN

1
8 6 8 n n >= 2 8 2 6 1 7 1 7 8

DIREÇÃO DE TRANSMISSÃO

94
SINCRONIZAÇÃO (FLAG) = 0111111110, TRANSMITIDO NO INICIO DA
F
MSU

BSN NUMERO DE SEQUENCIA DE MENSAGEM PARA TRÁS

BIB
INDICAÇÃO DE PEDIDO DE RETRANSMISSÃO DE MENSAGEM

FSN
NUMERO DE SEQUENCIA DE MENSAGEM PARA FRENTE

FIB INDICAÇÃO DE RETRANSMISSÃO DE MENSAGEM

LI INDICADOR DE COMPRIMENTO DE MENSAGEM : N° DE OCTETOS NO


SIF (LI>= 3)

SIO OCTETO DE INFORMAÇÃO DE SERVIÇO

SIF CAMPO DE INFORMAÇÃO DE SINALIZAÇÃO

DETECÇÃO DE ERRO
CK

CÓDIGO DE INDENTIFICAÇÃO DE CIRCUITO - CIC

-
CIC OPC DPC
SLS

8+4 14 14

- - -

- ETIQUETA DE ENCAMINHAMENTO

ETIQUETA

SLS SELEÇÃO DE ENLACE DE SINALIZAÇÃO

CAMPO DE SINALIZAÇÃO - SIF

MAXIMO DE 41 OCTETOS

- H1 H0 CIC OPC DPC

8 m , m >= 0 4 4 12 14 14

- - - DIREÇÃO DE TRANSMISSÃO

INFORMAÇÕES
CABEÇALHO1 CABEÇALHO2 ETIQUETA
ADICIONAIS

95
DPC CODIGO DE PONTO DE DESTINO

OPC CODIGO DE PONTO DE ORIGEM

CIC CODIGO DE IDENTIFICAÇÃO DE CIRCUITO

H0 INDICADOR DE TIPO DE MENSAGEM

H1 INDICADOR DE SINAIS

Sinais Telefônicos

Grupo de H0
0000 0001 0010 0011 0100 0101 0110 0111 1000 1001 1010 1011 1100 1101 1110 1111
Mensagem H1

- 0000 - - - - - - - - - - - - - - - -
FAM
0001 - - IAI SAM SAO - - - - - - - - - - -
(ITU-T)
FAM (BR) 0001 - - IAI SAM SAO - - - - - - - - - - -
FSM 0010 - GSM - COT CCF - - - - - - - - - - -
BSM 0011 - GRQ - - - - - - - - - - - - - -
SBM
0100 - ACM CHG - - - - - - - - - - - - -
(ITU-T)
SBM (BR) 0100 - ACM CHG SPM - - - - - - - - - - - -
UBM
0101 - SEC - NNC ADI CFL SSB UNN LOS - - - MPR - - -
(ITU-T)
UBM (BR) 0101 - - - - ADI CFL SSB UNN LOS - - - MPR - - -
CSM
0110 - ANC ANN CBK CLF RAN - - - - - - - - - -
(ITU-T)
CSM (BR) 0110 - ANC ANN CBK CLF RAN - - - - - - - - - -
CCM 0111 - RLG BLO BLA UBL UBA CCR RSC - - - - - - - -
GRM 1000 - MGB MBA MGU MUA HGB HBA HGU HUA GRS GRA SGB SBA SGU SUA -
- 1001 - - - - - - - - - - - - - - - -
CNM
1010 - - - - - - - - - - - - - - - -
(ITU-T)
CNM (BR) 1010 - - - - - - - - - - - - - - - -
- 1011 - - - - - - - - - - - - - - - -
- 1100 - - - - - - - - - - - - - - - -
- 1101 - - - - - - - - - - - - - - - -
- 1110 - - - - - - - - - - - - - - - -
- 1111 - - - - - - - - - - - - - - - -

96
PARTE DE USUÁRIO DE TELEFONIA: BR-TUP

A função da BR-TUP é a implementação da Parte do Usuário de Telefonia-TUP


deste sistema de sinalização como foi definida pelos requisitos da SDT 210-110-724,
baseados nas recomendações do ITU-T Q721-Q725.

A função da BR-TUP é implementada pela introdução de algumas modificações na


Parte do Usuário de Telefonia Internacional INT-TUP. Sinalização e outras informações
originadas de uma TUP são transferidas através do enlace de sinalização por melo da
Unidade de Sinal de Mensagem - MSU.

FORMATOS E CÓDIGOS

As mensagens da Parte de Usuário - UP são transmitidas sobre um enlace de


dados por meio de Unidades de Sinal - SU.
A informação de sinalização forma o Campo de Informação de Sinalização - SIF da
correspondente SU e consiste de um número inteiro de octetos.

OCTETO DE INFORMAÇÃO DE SERVIÇO - STO

O STO é formado pelo Indicador de Serviço (SI) e Indicador de Rede (NI).


O SI é usado para associar a informação de sinalização com uma particular Parte
de Usuário - UP, enquanto o NI permite distinguir entre uma mensagem nacional ou
internacional.

MENSAGENS DE SINALIZAÇÃO TELEFÔNICA

A Unidade de Sinal de Mensagem - MSU é constituída de um campo de


Informação de Sinalização - SIF que transporta informação, gerada pela TUP e um certo
número de campos que carregam informações necessárias para controle e transferência
de mensagens.
As mensagens de sinalização telefônica formam o SIF da MSU. O SIF contém uma
etiqueta que especifica o circuito de conversação envolvido, indicadores de tipo de
mensagem e sinais e informações adicionais à mensagem.
O número máximo de octetos (bytes) para a BR-TUP é 41.

97
NOMENCLATURA DOS SINAIS TELEFÔNICOS

ACM Mensagem de endereço completo.

ADI Sinal de endereço incompleto.

AMD Sinal de assinante com número mudado.

ANC Sinal de atendimento com tarifação.

ANN Sinal de atendimento sem tarifação.

BLA Sinal de reconhecimento de bloqueio.

BLO Sinal de Bloqueio.

Grupo de mensagens de solicitação para o estabelecimento de


BSM
chamadas para trás.

CBK Sinal de desligar para trás.

CCD Sinal de congestionamento na central de destino.

CCF Sinal de falta de continuidade.

CCM Grupo de mensagens de supervisão de circuito.

CCR Sinal de solicitação de teste de continuidade.

CFL Sinal de falha na chamada.

CHG Mensagem de tarifação.

CLF Sinal de desligar para frente.

COT Sinal de continuidade.

CRF Sinal de congestionamento na rede a frente.

CSM Grupo de mensagens de supervisão de chamada.

FAM Grupo de mensagens de endereço para frente.

FSM Grupo de mensagens de estabelecimento de chamadas para frente.

GRA Mensagem de reconhecimento de RESET de grupo de circuitos.

GRM Grupo de mensagens de supervisão de grupo de circuitos.

GRQ Mensagem de solicitação geral.

GRS Mensagem de reset de grupo de circuitos.

GSM Mensagem geral de informação de estabelecimento para frente.

Mensagem de reconhecimento de bloqueio de grupo de circuitos por


HBA
falha de "hardware".

HGB Mensagem de bloqueio de grupo de circuitos por falha de "hardware".

Mensagem de desbloqueio de grupo de circuitos por falha de


HGU
"hardware".

Mensagem de reconhecimento de desbloqueio de grupo de circuitos por


HUA
falha de "hardware''.

98
Mensagem inicial de endereçamento com informações adicionais
IAI
(ocupação).

LOS Sinal de linha fora de serviço.

Mensagem de reconhecimento de bloqueio de grupo de circuitos para


MBA
fins de manutenção.

MGB Mensagem de bloqueio de grupo de circuitos para fins de manutenção.

Mensagem de desbloqueio de grupo de circuitos para fins de


MGU
manutenção.

MPR Prefixo nacional mal discado.

Mensagem de reconhecimento de desbloqueio de grupo de circuitos para


MUA
fins de manutenção.

RAN Sinal de rechamada.

RLG Sinal de confirmação de desconexão.

RSC Sinal de reset de circuito (desconexão forçada).

SAM Mensagem subseqüente de endereçamento.

SAO Mensagem subseqüente de endereçamento com um sinal .

Mensagem de reconhecimento de bloqueio de grupo de circuitos por


SBA
alarme de "software".

Grupo de mensagens com informação de sucesso do estabelecimento


SBM
das chamadas para trás.

SGB Mensagem de bloqueio de grupo de circuitos por alarme de "software" .

Mensagem de desbloqueio de grupo de circuitos por alarme de


SGU
"software".

SPM Sinal de Pulso de Multimedição.

SSB Sinal de Assinante Ocupado.

Mensagem de reconhecimento de desbloqueio de grupo de circuitos por


SUA
alarme de "software".

UBA Sinal de reconhecimento de desbloqueio.

UBL Sinal de desbloqueio.

Grupo de mensagens com informação de insucesso no estabelecimento


UBM
de chamada para trás.

UNN Sinal de numero inexistente.

Nota:
No final do item 5, segue uma relação destes sinais com suas descrições originais ITU-
T e as adotadas no Brasil.

99
Diferenças entre Especificações ITU-T e BR: Canal Comum
A TUP, adotada no Brasil, é baseada nas recomendações Q721 a Q725 da ITU-T,
porém com algumas modificações relacionadas com a definição dos Sinais Telefônicos em
função do cabeçalho, conforme apresentado no quadro que segue.

Neste quadro:
As diferenças de grupo são indicadas pelas inscrições ITU-T e BR .
As diferenças de sinal são indicadas em sublinhado.
A TUP Brasil é ressaltada pelas linhas sombreadas.

Grupo de 0
0000 0001 0010 0011 0100 0101 0110 0111 1000 1001 1010 1011 1100 1101 1110 1111
Mensagem
H
1
- 0000 - - - - - - - - - - - - - - - -
FAM (ITU-T) 0001 - IAM IAI SAM SAO - - - - - - - - - - -
FAM (BR) 0001 - - IAI SAM SAO - - - - - - - - - - -
FSM 0010 - GSM - COT CCF - - - - - - - - - - -
BSM 0011 - GRQ - - - - - - - - - - - - - -
SBM (ITU-T) 0100 - ACM CHG - - - - - - - - - - - - -
SBM (BR) 0100 - ACM CHG SPM - - - - - - - - - - - -
UBM (ITU-T) 0101 - SEC CGC NNC ADI CFL SSB UNN LOS SST ACB DPN MPR - - EUM
UBM (BR) 0101 - CRF - CCD ADI CFL SSB UNN LOS - - - MPR AMD - -
CSM (ITU-T) 0110 ANU ANC ANN CBK CLF RAN FOT CCL - - - - - - - -
CSM (BR) 0110 - ANC ANN CBK CLF RAN - - - - - - - - - -
CCM 0111 - RLG BLO BLA UBL UBA CCR RSC - - - - - - - -
GRM 1000 - MGB MBA MGU MUA HGB HBA HGU HUA GRS GRA SGB SBA SGU SUA -
- 1001 - - - - - - - - - - - - - - - -
CNM (ITU-T) 1010 - ACC - - - - - - - - - - - - - -
CNM (BR) 1010 - - - - - - - - - - - - - - - -
- 1011 - - - - - - - - - - - - - - - -
- 1100 - - - - - - - - - - - - - - - -
- 1101 - - - - - - - - - - - - - - - -
- 1110 - - - - - - - - - - - - - - - -
- 1111 - - - - - - - - - - - - - - - -

Para referência, seguem as descrições originais das siglas utilizadas na


identificação dos sinais, em inglês para as internacionais ITU-T e em português para as
brasileiras BR.

100
FAM: Forward Address Message
IAM: Initial address message
IAI: Initial address message with additional information
SAM: Subsequent address message
SAO: Subsequent address message with one signal
FSM: Forward Set-up Message
GSM: General forward set-up information message
COT: Continuity signal
CCF: Continuity-failure signal
BSM: Backward Set-up Message
GRQ: General request message
SBM: Successful backward set-up information message
ACM: Address complete message
CHG: Charging message
SPM: Sinal de Pulso de Multimedição
UBM: Unsuccessful backward set-up information message
SEC: Switching-equipment-congestion signal
CRF: Congestionamento na Rede à Frente
CGC: Circuit-group-congestion signal
NNC: National-network-congestion signal
CCD: Congestionamento na Central de Destino
ADI: Address incomplete signal
CFL: Call-failure signal
SSB: Subscriber-busy signal (electrical)
UNN: Unallocated-number signal
LOS: Line-out-of-service signal
SST: Send-special-information tone signal
ACB: Access barred signal
DPN: Digital path not provided signal
MPR: Misdialled trunk prefix
AMD: Assinante com número Mudado
EUM: Extended unsuccessful backward set-up information message
CSM: Call Supervision Message
ANC: Answer signal, charge
ANN: Answer signal, no charge
CBK: Clear-back signal
CLF: Call-failure signal
RAN: Reanswer signal
FOT: Forward-transfer signal
CCL: Calling party clear signal
CCM: Circuit Supervision Message

101
RLG: Release-guard signal
BLO: Blocking signal
BLA: Blocking-acknowledgement signal
UBL: Unblocking signal
UBA: Unblocking-acknowledgement signal
CCR: Continuity-check-request signal
RSC: Reset-circuit signal
GRM: Circuit Group Supervision Message
MGB: Maintenance oriented group-blocking message
MBA: Maintenance oriented group blocking-acknowledgement message
MGU: Maintenance oriented group-unblocking message
MUA: Maintenance oriented group unblocking-acknowledgement message
HGB: Hardware failure oriented group-blocking message
HBA: Hardware failure oriented group blocking-acknowledgement message
HGU: Hardware failure oriented group-unblocking message
HUA: Hardware failure oriented group unblocking-acknowledgement message
GRS: Circuit group reset message
GRA: Circuit group reset-acknowledgement message
SGB: Software generated group-blocking message
SBA: Software generated group blocking-acknowledgement message
SGU: Software generated group-unblocking message
SUA: Software generated group unblocking-acknowledgement message
CNM: Circuit network management message group
ACC: Automatic congestion control information message

102

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