Вы находитесь на странице: 1из 254

ELETRICIDADE

BÁSICA E
EQUIPAMENTOS
ELÉTRICOS

Autora: Helena Junia Diniz Costa


Co-Autor: Roberto Ferreira Coelho Filho
ELETRICIDADE
BÁSICA E
EQUIPAMENTOS
ELÉTRICOS
Este é um material de uso restrito aos empregados da PETROBRAS que atuam no E&P.
É terminantemente proibida a utilização do mesmo por prestadores de serviço ou fora
do ambiente PETROBRAS.

Este material foi classificado como INFORMAÇÃO RESERVADA e deve possuir o


tratamento especial descrito na norma corporativa PB-PO-0V4-00005“TRATAMENTO DE
INFORMAÇÕES RESERVADAS".

Órgão gestor: E&P-CORP/RH


ELETRICIDADE
BÁSICA E
EQUIPAMENTOS
ELÉTRICOS

Autora: Helena Junia Diniz Costa


Co-autor: Roberto Coelho Ferreira Filho

Ao final desse estudo, o treinando poderá:

• Reconhecer os principais conceitos de eletricidade, os equipamentos


e componentes elétricos utilizados em instalações elétricas, os
problemas e as medidas de segurança relacionados à eletricidade.
Programa Alta Competência

Este material é o resultado do trabalho conjunto de muitos técnicos


da área de Exploração & Produção da Petrobras. Ele se estende para
além dessas páginas, uma vez que traduz, de forma estruturada, a
experiência de anos de dedicação e aprendizado no exercício das
atividades profissionais na Companhia.

É com tal experiência, refletida nas competências do seu corpo de


empregados, que a Petrobras conta para enfrentar os crescentes
desafios com os quais ela se depara no Brasil e no mundo.

Nesse contexto, o E&P criou o Programa Alta Competência, visando


prover os meios para adequar quantitativa e qualitativamente a força
de trabalho às estratégias do negócio E&P.

Realizado em diferentes fases, o Alta Competência tem como premissa


a participação ativa dos técnicos na estruturação e detalhamento das
competências necessárias para explorar e produzir energia.

O objetivo deste material é contribuir para a disseminação das


competências, de modo a facilitar a formação de novos empregados
e a reciclagem de antigos.

Trabalhar com o bem mais precioso que temos – as pessoas – é algo


que exige sabedoria e dedicação. Este material é um suporte para
esse rico processo, que se concretiza no envolvimento de todos os
que têm contribuído para tornar a Petrobras a empresa mundial de
sucesso que ela é.

Programa Alta Competência


ATERRAMENTO
DE SEGURANÇA
O material está dividido em capítulos.

No início de cada capítulo são apresentados os objetivos


específicos de aprendizagem, que devem ser utilizados como
orientadores ao longo do estudo.

48

Capítulo 1

Riscos elétricos
e o aterramento
de segurança

Ao final desse capítulo, o treinando poderá:

Objetivo Específico
• Estabelecer a relação entre aterramento de segurança e
riscos elétricos;
• Reconhecer os tipos de riscos elétricos decorrentes do uso de
equipamentos e sistemas elétricos;
• Relacionar os principais tipos de sistemas de aterramento de
segurança e sua aplicabilidade nas instalações elétricas.

No final de cada capítulo encontram-se os exercícios, que


visam avaliar o alcance dos objetivos de aprendizagem.

Os gabaritos dos exercícios estão nas últimas páginas do


capítulo em questão.

Alta Competência Capítulo 1. Riscos elétricos e o aterramento de segurança Capítulo 1. Riscos elétricos e o aterramento de segurança

mo está relacionada a 1.6. Bibliografi a Exercícios


1.4. 1.7. Gabarito
CARDOSO ALVES, Paulo Alberto e VIANA, Ronaldo Sá. Aterramento de sistemas 1) Que relação podemos estabelecer entre riscos elétricos e aterramento de segurança?
1) Que relação podemos estabelecer entre
elétricos - inspeção e medição da resistência de aterramento. UN-BC/ST/EMI –
riscos elétricos e
Elétrica, 2007. aterramento de segurança? O aterramento de segurança é uma das formas de minimizar os riscos decorrentes
do uso de equipamentos e sistemas elétricos.
_______________________________________________________________
COELHO FILHO, Roberto Ferreira. Riscos em instalações e serviços com eletricidade. 2) Apresentamos, a seguir, trechos de Normas Técnicas que abordam os cuidados
_______________________________________________________________
Curso técnico de segurança do trabalho, 2005. e critérios relacionados a riscos elétricos. Correlacione-os aos tipos de riscos,
marcando A ou B, conforme, o caso:
Norma Petrobras N-2222. 2) Apresentamos,
Projeto de aterramentoa de
seguir, trechos
segurança de Normas Técnicas que
em unidades
marítimas. Comissão de abordam os cuidados
Normas Técnicas e critérios relacionados a riscos elétricos.
- CONTEC, 2005. A) Risco de incêndio e explosão B) Risco de contato

Correlacione-os aos tipos de riscos, marcando A ou B, conforme, (B) “Todas as partes das instalações elétricas devem ser projetadas e
Norma Brasileira ABNT NBR-5410. Instalações elétricas de baixa tensão. Associação
o caso: executadas de modo que seja possível prevenir, por meios seguros, os
Brasileira de Normas Técnicas, 2005.
perigos de choque elétrico e todos os outros tipos de acidentes.”
e do tipo de
A) Risco Proteção
Norma Brasileira ABNT NBR-5419. de incêndio e explosão
de estruturas B) Risco
contra descargas de contato (A) “Nas instalações elétricas de áreas classificadas (...) devem ser
es durante toda atmosféricas. Associação Brasileira de Normas Técnicas, 2005. adotados dispositivos de proteção, como alarme e seccionamento
na maioria das ( ) “Todas as partes das instalações elétricas devem ser automático para prevenir sobretensões, sobrecorrentes, falhas
Norma Regulamentadora NR-10. Segurança em instalações e serviços em de isolamento, aquecimentos ou outras condições anormais de
mantê-los sob projetadas e executadas de modo que seja possível operação.”
eletricidade. Ministério do Trabalho e Emprego, 2004. Disponível em: <http://
is, materiais ou 24 prevenir, por meios seguros,
www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/nr_10.pdf> os perigos de choque
- Acesso em: (B) “Nas partes das instalações elétricas sob tensão, (...) durante os 25
14 mar. 2008. elétrico e todos os outros tipos de acidentes.” trabalhos de reparação, ou sempre que for julgado necessário
21 à segurança, devem ser colocadas placas de aviso, inscrições de
( ) of Lightining
NFPA 780. Standard for the Installation “Nas instalações elétricas
Protection Systems. de
áreas classificadas
National advertência, bandeirolas e demais meios de sinalização que chamem
a maior fonte Fire Protection Association, 2004. a atenção quanto ao risco.”
(...) devem ser adotados dispositivos de proteção,
sária, além das como alarme e seccionamento automático para
Manuais de Cardiologia. Disponível em: <http://www.manuaisdecardiologia.med. (A) “Os materiais, peças, dispositivos, equipamentos e sistemas destinados
ole, a obediência br/Arritmia/Fibrilacaoatrial.htm> - Acesso em: 20 mai.sobretensões,
prevenir 2008. sobrecorrentes, falhas de
à aplicação em instalações elétricas (...) devem ser avaliados quanto à
sua conformidade, no âmbito do Sistema Brasileiro de Certificação.”

Para a clara compreensão dos termos técnicos, as suas


nça. isolamento, aquecimentos ou outras condições
Mundo Educação. Disponível em: <http://mundoeducacao.uol.com.br/doencas/
parada-cardiorespiratoria.htm> - Acessoanormais de operação.”
em: 20 mai. 2008. 3) Marque V para verdadeiro e F para falso nas alternativas a seguir:

( ) “Nas partes das instalações


Mundo Ciência. Disponível em: <http://www.mundociencia.com.br/fi elétricas
sob tensão, (...)
sica/eletricidade/ (V) O contato direto ocorre quando a pessoa toca as partes
choque.htm> - Acesso em: 20 mai. 2008. normalmente energizadas da instalação elétrica.
durante os trabalhos de reparação, ou sempre que for
julgado necessário à segurança, devem ser colocadas (F) Apenas as partes energizadas de um equipamento podem oferecer
placas de aviso, inscrições de advertência, bandeirolas riscos de choques elétricos.

e demais meios de sinalização que chamem a atenção (V) Se uma pessoa tocar a parte metálica, não energizada, de um
equipamento não aterrado, poderá receber uma descarga elétrica, se
quanto ao risco.” houver falha no isolamento desse equipamento.
( ) “Os materiais, peças, dispositivos, equipamentos e (V) Em um choque elétrico, o corpo da pessoa pode atuar como um
sistemas destinados à aplicação em instalações elétricas “fio terra”.
3. Problemas operacionais, riscos e
cuidados com aterramento de segurança

T
odas as Unidades de Exploração e Produção possuem um plano
de manutenção preventiva de equipamentos elétricos (motores,
geradores, painéis elétricos, transformadores e outros).

A cada intervenção nestes equipamentos e dispositivos, os


Para a clara compreensão dos termos técnicos, as suas
mantenedores avaliam a necessidade ou não da realização de inspeção
definos
nições
sistemasestão disponíveis
de aterramento envolvidosno glossário.
nestes equipamentos.Ao longo dos
textos do capítulo, esses termos podem ser facilmente
Para que o aterramento de segurança possa cumprir corretamente o
identifi cados, pois estão em destaque.
seu papel, precisa ser bem projetado e construído. Além disso, deve
ser mantido em perfeitas condições de funcionamento.

Nesse processo, o operador tem importante papel, pois, ao interagir 49


diariamente com os equipamentos elétricos, pode detectar
imediatamente alguns tipos de anormalidades, antecipando
problemas e, principalmente, diminuindo os riscos de choque elétrico
por contato indireto e de incêndio e explosão.

3.1. Problemas operacionais

Os principais problemas operacionais verificados em qualquer tipo


de aterramento são:

• Falta de continuidade; e
• Elevada resistência elétrica de contato.

É importante lembrar que Norma Petrobras N-2222 define o valor


de 1Ohm, medido com multímetro DC (ohmímetro), como o máximo
admissível para resistência de contato.

Alta Competência Capítulo 3. Problemas operaciona

3.4. Glossário 3.5. Bibliografia

Choque elétrico – conjunto de perturbações de natureza e efeitos diversos, que se CARDOSO ALVES, Paulo Alberto e VIAN
manifesta no organismo humano ou animal, quando este é percorrido por uma elétricos - inspeção e medição da re
corrente elétrica. Elétrica, 2007.

Ohm – unidade de medida padronizada pelo SI para medir a resistência elétrica. COELHO FILHO, Roberto Ferreira. Riscos
– Curso técnico de segurança do trab
Ohmímetro – instrumento que mede a resistência elétrica em Ohm.
NFPA 780. Standard for the Installation
Fire Protection Association, 2004.

Norma Petrobras N-2222. Projeto de


marítimas. Comissão de Normas Técn

Norma Brasileira ABNT NBR-5410. Instala


Brasileira de Normas Técnicas, 2005.

Norma Brasileira ABNT NBR-5419. Pr


56 atmosféricas. Associação Brasileira d

Norma Regulamentadora NR-10. Seg


eletricidade. Ministério do Trabalho
www.mte.gov.br/legislacao/normas_
em: 14 mar. 2008.
86
87
88
89
90
91
92
93
94
95
96
98
100
102

Caso sinta necessidade de saber de onde foram retirados os 104


105

insumos para o desenvolvimento do conteúdo desta apostila, 106


108

ou tenha interesse em se aprofundar em determinados temas, 110


112

basta consultar a Bibliografia ao final de cada capítulo. 114


115

Alta Competência Capítulo 1. Riscos elétricos e o aterramento de segurança

1.6. Bibliografia 1.7. Gabarito NÍVEL DE RUÍDO DB (A)

CARDOSO ALVES, Paulo Alberto e VIANA, Ronaldo Sá. Aterramento de sistemas 1) Que relação podemos estabelecer entre riscos elétricos e aterramento de segurança?
85
elétricos - inspeção e medição da resistência de aterramento. UN-BC/ST/EMI –
Elétrica, 2007. O aterramento de segurança é uma das formas de minimizar os riscos decorrentes 86
do uso de equipamentos e sistemas elétricos.
COELHO FILHO, Roberto Ferreira. Riscos em instalações e serviços com eletricidade.
87
2) Apresentamos, a seguir, trechos de Normas Técnicas que abordam os cuidados
Curso técnico de segurança do trabalho, 2005. e critérios relacionados a riscos elétricos. Correlacione-os aos tipos de riscos,
marcando A ou B, conforme, o caso:
88
Norma Petrobras N-2222. Projeto de aterramento de segurança em unidades
marítimas. Comissão de Normas Técnicas - CONTEC, 2005. A) Risco de incêndio e explosão B) Risco de contato 89
Norma Brasileira ABNT NBR-5410. Instalações elétricas de baixa tensão. Associação
(B) “Todas as partes das instalações elétricas devem ser projetadas e 90
executadas de modo que seja possível prevenir, por meios seguros, os
Brasileira de Normas Técnicas, 2005.
perigos de choque elétrico e todos os outros tipos de acidentes.” 91
Norma Brasileira ABNT NBR-5419. Proteção de estruturas contra descargas (A) “Nas instalações elétricas de áreas classificadas (...) devem ser
atmosféricas. Associação Brasileira de Normas Técnicas, 2005. adotados dispositivos de proteção, como alarme e seccionamento 92
automático para prevenir sobretensões, sobrecorrentes, falhas
Norma Regulamentadora NR-10. Segurança em instalações e serviços em de isolamento, aquecimentos ou outras condições anormais de 93
eletricidade. Ministério do Trabalho e Emprego, 2004. Disponível em: <http:// operação.”
24 www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/nr_10.pdf> - Acesso em: (B) “Nas partes das instalações elétricas sob tensão, (...) durante os 25 94
14 mar. 2008. trabalhos de reparação, ou sempre que for julgado necessário
à segurança, devem ser colocadas placas de aviso, inscrições de 95
NFPA 780. Standard for the Installation of Lightining Protection Systems. National advertência, bandeirolas e demais meios de sinalização que chamem
96
Ao longo de todo o material, caixas de destaque estão
Fire Protection Association, 2004. a atenção quanto ao risco.”

Manuais de Cardiologia. Disponível em: <http://www.manuaisdecardiologia.med. (A) “Os materiais, peças, dispositivos, equipamentos e sistemas destinados 98
br/Arritmia/Fibrilacaoatrial.htm> - Acesso em: 20 mai. 2008. à aplicação em instalações elétricas (...) devem ser avaliados quanto à
sua conformidade, no âmbito do Sistema Brasileiro de Certificação.” 100
presentes. Cada uma delas tem objetivos distintos.
Mundo Educação. Disponível em: <http://mundoeducacao.uol.com.br/doencas/
parada-cardiorespiratoria.htm> - Acesso em: 20 mai. 2008. 3) Marque V para verdadeiro e F para falso nas alternativas a seguir: 102
Mundo Ciência. Disponível em: <http://www.mundociencia.com.br/fisica/eletricidade/ (V) O contato direto ocorre quando a pessoa toca as partes 104
choque.htm> - Acesso em: 20 mai. 2008. normalmente energizadas da instalação elétrica.

(F) Apenas as partes energizadas de um equipamento podem oferecer


105
riscos de choques elétricos.
106
(V) Se uma pessoa tocar a parte metálica, não energizada, de um

A caixa “Você Sabia” traz curiosidades a respeito do conteúdo (V)


equipamento não aterrado, poderá receber uma descarga elétrica, se
houver falha no isolamento desse equipamento.

Em um choque elétrico, o corpo da pessoa pode atuar como um


108
110

abordado Alta
deCompetência
um determinado item do capítulo. 112
“fio terra”.

(F) A queimadura é o principal efeito fisiológico associado à passagem


da corrente elétrica pelo corpo humano. 114 Capítulo 1. Riscos elét
115

Trazendo este conhecimento para a realid


observar alguns pontos que garantirão o
incêndio e explosão nos níveis definidos pela
É atribuído a Tales de Mileto (624 - 556 a.C.) a durante o projeto da instalação, como por ex
primeira observação de um fenômeno relacionado
com a eletricidade estática. Ele teria esfregado um • A escolha do tipo de aterramento fu
fragmento de âmbar com um tecido seco e obtido ao ambiente;
um comportamento inusitado – o âmbar era capaz de
atrair pequenos pedaços de palha. O âmbar é o nome • A seleção dos dispositivos de proteção
dado à resina produzida por pinheiros que protege a
árvore de agressões externas. Após sofrer um processo
• A correta manutenção do sistema elét
semelhante à fossilização, ela se torna um material
duro e resistente.

O aterramento funcional do sist

14
?
Os riscos VoCÊ
elétricosSaBIa?
de uma instalação são divididos em dois grupos principais:

Uma das principais substâncias removidas em poços de


como função permitir o funcion
e eficiente dos dispositivos de pro
sensibilização dos relés de proteçã

MÁXIMA EXPOSIÇÃO
“Importante” é um lembrete
petróleo pelo pig de limpeza é adas
parafina. questões
Devido às
baixas temperaturas do oceano, a parafina se acumula
essenciais do uma circulação de corrente para a
por anormalidades no sistema elétr
DIÁRIA PERMISSÍVEL
8 horas conteúdo tratadovirno capítulo.
nas paredes da tubulação. Com o tempo, a massa pode
a bloquear o fluxo de óleo, em um processo similar
7 horas ao da arteriosclerose.
6 horas
Observe no diagrama a seguir os principais ris
5 horas
à ocorrência de incêndio e explosão:
4 horas e 30 minutos
4 horas 1.1. Riscos de incêndio e explosão
3 horas e 30 minutos
Importante!
3 horas Podemos definir os riscos de incêndio e explosão da seguinte forma:
2 horas e 40 minutos É muito importante que você conheça os tipos de pig
2 horas e 15 minutos de limpeza e de pig instrumentado mais utilizados na
Situações associadas à presença de sobretensões, sobrecorrentes,
2 horas sua Unidade. Informe-se junto a ela!
fogo no ambiente elétrico e possibilidade de ignição de atmosfera
1 hora e 45 minutos
potencialmente explosiva por descarga descontrolada de
1 hora e 15 minutos
eletricidade estática.
1 hora
45 minutos atenÇÃo
35 minutos Os riscos de incêndio e explosão estão presentes em qualquer
30 minutos instalaçãoÉ e muito
seu descontrole se traduz
importante que principalmente
você conheça em os
danos
25 minutos pessoais, procedimentos específicosoperacional.
materiais e de continuidade para passagem de pig
20 minutos em poços na sua Unidade. Informe-se e saiba
15 minutos quais são eles.
10 minutos
8 minutos
7 minutos
reSUmInDo...

Recomendações gerais
• Antes do carregamento do pig, inspecione o
interior do lançador;
• Após a retirada de um pig, inspecione internamente
o recebedor de pigs;
• Lançadores e recebedores deverão ter suas
7 horas ao da arteriosclerose.
6 horas
5 horas
4 horas e 30 minutos
4 horas
3 horas e 30 minutos
Importante!
3 horas
2 horas e 40 minutos É muito importante que você conheça os tipos de pig
2 horas e 15 minutos de limpeza e de pig instrumentado mais utilizados na
2 horas sua Unidade. Informe-se junto a ela!
1 hora e 45 minutos
1 hora e 15 minutos
1 hora
45 minutos atenÇÃo
35 minutos
30 minutos Já a caixa de destaque
É muito “Resumindo”
importante que você conheçaé uma os versão compacta
procedimentos específicos para passagem de pig
25 minutos
20 minutos dos principais pontos
em poços abordados no capítulo.
na sua Unidade. Informe-se e saiba
15 minutos quais são eles.
10 minutos
8 minutos
7 minutos
reSUmInDo...

Recomendações gerais

? VoCÊ SaBIa?
• Antes do carregamento do pig, inspecione o
interior do lançador;
Uma das principais substâncias removidas em poços de
• Apóspelo
petróleo a retirada
pig dede um pig, inspecione
limpeza internamente
é a parafina. Devido às
MÁXIMA EXPOSIÇÃO o recebedor
baixas de pigs;
temperaturas do oceano, a parafina se acumula
DIÁRIA PERMISSÍVEL nas paredes da tubulação. Com o tempo, a massa pode
8 horas • Lançadores e recebedores deverão ter suas
vir a bloquear o fluxo de óleo, em um processo similar
7 horas ao da arteriosclerose.
6 horas
5 horas
4 horas e 30 minutos

Em “Atenção” estão destacadas as informações que não


4 horas
3 horas e 30 minutos
Importante!
3 horas
2 horas e 40 minutos devem ser esquecidas.
É muito importante que você conheça os tipos de pig
2 horas e 15 minutos de limpeza e de pig instrumentado mais utilizados na
2 horas sua Unidade. Informe-se junto a ela!
1 hora e 45 minutos
1 hora e 15 minutos
1 hora
45 minutos atenÇÃo
35 minutos
30 minutos É muito importante que você conheça os
25 minutos procedimentos específicos para passagem de pig
20 minutos em poços na sua Unidade. Informe-se e saiba
15 minutos quais são eles.
10 minutos
tricos e o aterramento de segurança
8 minutos
7 minutos
reSUmInDo...

Recomendações gerais
dade do E&P, podemos
controle dos riscos de
Todos os recursos• Antes
didáticos presentes nesta apostila têm
do carregamento do pig, inspecione o
as normas de segurança
xemplo:
como objetivo facilitar o aprendizado de seu conteúdo.
interior do lançador;
• Após a retirada de um pig, inspecione internamente
o recebedor de pigs;
uncional mais adequado
• Lançadores e recebedores deverão ter suas

o e controle;
Aproveite este material para o seu desenvolvimento profissional!

trico.

tema elétrico tem


namento confiável
oteção, através da
15
ão, quando existe
a terra, provocada
rico.

scos elétricos associados


Sumário
Introdução 17

Capítulo 1 - Eletrostática
Objetivos 19
1. Eletrostática 21
1.1. Eletrização por atrito, contato e indução 22
1.1.1. Eletrização por atrito 23
1.1.2. Eletrização por contato 23
1.1.3. Eletrização por indução 24
1.2. Carga elétrica 24
1.2.1. Isolantes elétricos ou dielétricos 27
1.2.2. Condutores de eletricidade 27
1.3. Força elétrica e Lei de Coulomb 29
1.3.1. Campo elétrico 30
1.3.2. Campo elétrico criado por uma carga puntual 32
1.3.3. Linhas de força 33
1.3.4. Comportamento de um condutor eletrizado 34
1.4. Potencial elétrico 39
1.4.1. Sentido do movimento de uma carga 40
1.4.2. Distribuição de cargas entre dois condutores 41
1.4.3. Diferença de potencial em um campo elétrico uniforme 43
1.5. Rigidez dielétrica 46
1.5.1. Rigidez dielétrica do material 47
1.6. Exercícios 49
1.7. Glossário 51
1.8. Bibliografia 52
1.9. Gabarito 53

Capítulo 2 - Corrente elétrica


Objetivos 55
2. Corrente elétrica 57
2.1. Corrente real e corrente convencional 58
2.2. Corrente contínua e corrente alternada 59
2.3. Intensidade de corrente 64
2.4. Exercícios 65
2.5. Glossário 67
2.6. Bibliografia 68
2.7. Gabarito 69
Capítulo 3 - Resistência elétrica
Objetivos 71
3. Resistência elétrica 73
3.1. Fatores que determinam a resistência elétrica de um condutor 74
3.2. Variação da resistência de um condutor 76
3.3. Lei de Ohm 76
3.4. Associação de resistências 78
3.4.1. Associação em série 78
3.4.2. Associação em paralelo 79
3.4.3. Associação em série e em paralelo: exemplo numérico 81
3.5. Exercícios 86
3.6. Glossário 88
3.7. Bibliografia 89
3.8. Gabarito 90

Capítulo 4 - Potência e energia elétrica


Objetivos 93
4. Potência e energia elétrica 95
4.1. Potência e energia 95
4.2. Efeito Joule 96
4.3. Exercícios 101
4.4. Glossário 103
4.5. Bibliografia 104
4.6. Gabarito 105

Capítulo 5 - Noções de circuitos elétricos


Objetivos 107
5. Noções de circuitos elétricos 109
5.1. Níveis de tensão 110
5.2. Força eletromotriz: a equação do circuito 113
5.2.1. Gerador de força contra-eletromotriz 114
5.2.2. Tensão nos terminais do gerador 117
5.3. Problemas comuns em circuitos elétricos 119
5.3.1. Sobrecarga 119
5.3.2. Curto-circuito 121
5.3.3. Queda de tensão em condutores 123
5.4. Exercícios 127
5.5. Glossário 130
5.6. Bibliografia 131
5.7. Gabarito 132
Capítulo 6 - Instrumentos elétricos de medida
Objetivos 135
6. Instrumentos elétricos de medida 137
6.1. Amperímetro 137
6.2. Voltímetro 138
6.3. Ohmímetro 139
6.4. Multímetro 140
6.5. Wattímetro 142
6.6. Cuidados essenciais na utilização de multímetros 143
6.6.1. Manutenção e conservação dos instrumentos 149
6.6.2. Fusíveis 149
6.6.3. Pontas de prova 150
6.7. Exercícios 151
6.8. Glossário 153
6.9. Bibliografia 154
6.10. Gabarito 155

Capítulo 7 - Equipamentos elétricos


Objetivos 157
7. Equipamentos elétricos 159
7.1. Diagramas elétricos 159
7.2. Componentes de circuitos de comando e proteção na indústria 160
7.3. Equipamentos elétricos mais utilizados em instalações
de exploração e produção de petróleo 165
7.3.1. Geradores elétricos 165
7.3.2. Transformadores 169
7.3.3. Motores elétricos 178
7.3.4. Demarradores 180
7.3.5. Painéis elétricos 183
7.3.6. Disjuntores 185
7.3.7. Chaves seccionadoras 188
7.3.8. Fusíveis 190
7.3.9. Contatores 191
7.4. Exercícios 192
7.5. Glossário 195
7.6. Bibliografia 197
7.7. Gabarito 198
Capítulo 8 - Choque elétrico
Objetivos 201
8. Choque elétrico 203
8.1. Proteção contra choques elétricos 204
8.2. Efeitos da passagem da corrente elétrica pelo corpo humano 205
8.3. Medidas de proteção contra choque elétrico 209
8.3.1. Isolamento de partes energizadas 210
8.3.2. Barreiras e invólucros 212
8.3.3. Obstáculos e anteparas 214
8.3.4. Colocação fora de alcance 215
8.3.5. Dispositivos DR (Diferencial Residual) 215
8.3.6. Aterramento 217
8.3.7. Isolação dupla ou reforçada 225
8.3.8. Desenergização 226
8.4. Exercícios 235
8.5. Glossário 237
8.6. Bibliografia 238
8.7. Gabarito 239
Introdução

A eletricidade é a forma de energia mais difundida na sociedade


humana ao longo da história. Está tão interligada às nossas vidas que
é difícil imaginarmos o mundo atual sem ela. Nas grandes indústrias, a
energia elétrica é fundamental para o funcionamento das instalações.
A eletricidade move economias, gerando riqueza e conforto para os
seres humanos.

Nas atividades de exploração e produção de petróleo, a energia


elétrica é fundamental para manter as facilidades das instalações de
forma contínua e confiável. Essa energia pode ser produzida em locais
distantes como usinas hidroelétricas e termoelétricas ou produzida
no próprio local onde será consumida. 17

Mas a eletricidade está mais próxima de nós do que poderíamos


imaginar: somos um complicado sistema elétrico vivo! Os seres
vivos, seus músculos, cérebros e órgãos são comandados através de
minúsculos impulsos elétricos que mantêm um equilíbrio harmônico.
Não é difícil deduzir, então, que a eletricidade fluindo de uma fonte
externa para nosso corpo, através de um choque elétrico, pode nos
trazer danos, seqüelas e inclusive provocar a morte.

O tema Eletricidade Básica e Equipamentos Elétricos foi desenvolvido


para fornecer aos operadores da área de E&P da Petrobras o
conhecimento sobre os princípios da eletricidade, suas diversas
formas de aplicação e quais os cuidados no uso dos equipamentos e
dispositivos elétricos mais utilizados nas atividades de exploração e
produção de petróleo.

RESERVADO
RESERVADO
Capítulo 1
Eletrostática

Ao final desse capítulo, o treinando poderá:

• Distinguir as diversas formas de energia;


• Identificar os fenômenos da eletricidade estática.

RESERVADO
Alta Competência

20

RESERVADO
Capítulo 1. Eletrostática

1. Eletrostática

A
s primeiras descobertas relacionadas a fenômenos elétricos
foram feitas pelos gregos, na Antigüidade. Thales de Mileto,
filósofo e matemático, observou, no século VI a.C., que um
pedaço de âmbar (resina fóssil, originária de pinheiros da Era Terciária),
ao ser atritado com a pele de um animal, adquiria a propriedade de
atrair corpos leves, como pedaços de palha e sementes de grama.

Observações sistemáticas e cuidadosas dos fenômenos elétricos


somente começaram a ser feitas cerca de dois mil anos depois
da descoberta de Mileto, época em que os trabalhos do médico
inglês W. Gilbert (1.544-1.603) se destacaram. Gilbert observou
que não só o âmbar, mas vários outros corpos, ao serem atritados,
comportavam-se da mesma maneira, isto é: a atração exercida por
eles manifestava-se sobre qualquer outro corpo, mesmo que não
21
fosse leve. A experiência com o âmbar é o fenômeno eletrostático
mais antigo de que se tem notícia.

O estudo da eletrostática dividide-se em três partes: atrito, contato


e indução.

Na natureza, não pode haver criação nem destruição de energia,


apenas a transformação de uma forma de energia em outra.
Por exemplo: a energia potencial de um corpo quando cai é
transformada em energia cinética durante a queda. Através da
utilização e transformação das várias formas de energia, podemos
obter calor, luz e trabalho mecânico.

RESERVADO
Alta Competência

Importante!

Energia é a capacidade que os corpos possuem de realizar


trabalho. A energia existe de várias formas na natureza,
dentre as quais podemos citar:

• energia térmica: calor;

• energia potencial: depende da sua posição em relação


a outros corpos;

• energia cinética: é aquela apresentada por um corpo


em movimento;

• energia mecânica: energia potencial + cinética;

22 • energia elétrica: pode-se dizer que a eletricidade é


uma energia intermediária entre a fonte produtora e a
aplicação final. A energia elétrica é um tipo especial de
energia porque dela conseguimos calor, luz e trabalho
mecânico. É usada para transmitir e transformar a energia
primária da fonte produtora, que aciona os geradores nas
usinas geradoras, em outros tipos de energia utilizados
nas residências e nas indústrias. É uma das formas mais
importantes de energia, pois é possível transportá-la,
de modo a suprir uma cidade com a energia gerada em
uma usina a quilômetros de distância.

1.1. Eletrização por atrito, contato e indução

A palavra grega correspondente a âmbar é elektron. Por isso, o cientista


inglês, W. Gilbert, passou a usar o termo eletrizado para referir-se aos
corpos que se comportavam como o âmbar. Daí surgiram derivações
como eletrização, eletricidade, entre outras.

Atualmente, sabe-se que todas as substâncias podem exercer o mesmo


comportamento do âmbar, de eletrizarem-se ao serem atritadas com
outra substância.

RESERVADO
Capítulo 1. Eletrostática

1.1.1. Eletrização por atrito

Atrito é a fricção entre dois corpos, pelo menos um deles deve estar
em movimento. Ao ser friccionado, um deles irá retirar elétrons
do outro e, conseqüentemente, também perderá elétrons. O que
retira mais elétrons do outro fica com carga negativa e o que
perdeu fica com carga positiva. Após o atrito, ambos ficam com
cargas de sinais opostos.

Para exemplificar o que é atrito, vamos relembrar algumas


experiências conhecidas.

Esfregue uma régua de plástico numa seda, depois a aproxime


de uma bola de isopor. A régua atrairá a bola de isopor.
Agora, experimente fazer a mesma experiência com um pente
de plástico, uma flanela e um pedaço de papel. Esfregue o
pente várias vezes e rapidamente na flanela. Segure-o com 23
dois dedos, evitando tocá-lo diretamente com a mão. Agora,
encoste-o no papel, levante-o com cuidado e observe: alguns
pedaços ficam grudados no pente. Você também pode levantar
seu cabelo, aproximando-o da cabeça.

Eletrização por atrito.

1.1.2. Eletrização por contato

Na eletrização por contato, é preciso ter dois ou mais corpos


condutores, bastando apenas um estar eletrizado. Consiste em
encostar um corpo eletrizado em um outro. Na eletrização por
contato, os condutores ficam com cargas elétricas de mesmo sinal.

RESERVADO
Alta Competência

1.1.3. Eletrização por indução

Já na eletrização por indução, a eletrização de um condutor neutro


acontece com a simples aproximação de um corpo eletrizado, ou seja,
não precisa haver o contato direto entre eles. As cargas do objeto
condutor neutro separam-se com a aproximação do corpo que está
eletrizado, ficando as cargas de mesmo sinal do indutor o mais distante
possível dele. Para que o objeto induzido seja mantido eletrizado,
mesmo depois do afastamento do indutor, devemos ligar o lado mais
distante à terra.

1.2. Carga elétrica

A moderna teoria atômica afirma que todos os corpos são compostos


de moléculas e que estas são um aglomerado de um ou mais átomos.

24 Cada átomo compõe-se de um núcleo no qual existem prótons (com


carga positiva) e nêutrons (sem carga). Os elétrons (partículas de
carga negativa) gravitam em torno do núcleo.

Em um átomo em equilíbrio, o número de elétrons é igual ao número


de prótons existentes no núcleo. Neste caso, a carga elétrica do átomo
será nula.

Átomo em equilíbrio.

O hidrogênio é o elemento mais simples, porque só


possui um próton no núcleo e um elétron em órbita.
O urânio é um dos elementos mais complexos, com 92
prótons no núcleo e 92 elétrons em órbita.

RESERVADO
Capítulo 1. Eletrostática

Quando um átomo recebe ou perde elétrons, fica eletricamente


carregado, sendo chamado de íon. O átomo que perde elétrons fica
positivo e é chamado de cátion. Se ganha elétrons fica negativo e é
chamado de ânion.

Sendo assim:

- +
-
Ânion ( ) Íon +
Cátion ( )
íon negativo átomo eletricamente íon positivo
carregado
25

Em um átomo neutro, ou seja, não eletrizado, o número de


prótons é igual ao número de elétrons. Quando dois corpos se
atritam, há transferência de elétrons de um corpo para o outro.
Aquele que perde elétrons apresenta-se com excesso de prótons,
ficando eletrizado positivamente. O outro fica eletrizado
negativamente, pois se apresenta com excesso de elétrons.

No processo de eletrização o número total de prótons e elétrons


não se altera, há apenas uma separação das cargas elétricas. Não há,
portanto, criação nem destruição de carga elétrica, isto é, a carga
total é conservada.

Os prótons e os nêutrons estão localizados no núcleo do átomo e


não podem ser deslocados de suas posições pelo simples atrito de
um corpo com o outro. Por atrito, apenas os elétrons podem ser
trocados entre dois corpos.

RESERVADO
Alta Competência

O atrito entre os corpos é uma maneira de fazer com que eles se


aproximem para que os átomos de um possam interagir com os
átomos do outro. O átomo que exercer menor força sobre eles perderá
elétrons, de forma que um mesmo corpo poderá ser eletrizado positiva
ou negativamente, dependendo do corpo com o qual for atritado.

No seu dia-a-dia, certamente, você já ouviu falar que “os opostos se


atraem”. De onde vem esta afirmação?

Existem dois tipos de cargas elétricas: positivas e negativas.

Cargas com sinais iguais se repelem. Cargas com sinais opostos se


atraem. Um corpo eletrizado com carga positiva atrai um corpo
eletrizado com carga negativa e repele outro eletrizado positivamente
como ele. Da mesma forma, um corpo com carga negativa irá atrair
um corpo com carga positiva e repelir outro com carga negativa.
26
Para entender e fixar melhor, observe a ilustração a seguir.

F F

F F

Cargas elétricas com sinais iguais se repelem e com


sinais opostos se atraem.

No entanto, um corpo eletrizado negativamente ou positivamente


sempre atrai um corpo neutro, ou seja, aquele com carga elétrica nula.

Sabe por que isto acontece?

Ao ser aproximado, o corpo eletrizado provoca a separação das cargas


do corpo com carga nula. Em seguida, as cargas de sinal contrário
ao do corpo eletrizado ficam mais próximas dele, provocando a
atração entre eles.

RESERVADO
Capítulo 1. Eletrostática

O fenômeno de separação das cargas elétricas nos condutores


de eletricidade é provocado por indução eletrostática, que é o
movimento de elétrons livres.

ATENÇÃO

Elétrons livres são os elétrons da última camada que,


por serem facilmente separados, podem migrar de um
átomo para outro.

Nos materiais isolantes, o fenômeno é provocado pela polarização das


moléculas. Vamos a definições mais importantes, para que possamos
avançar nos estudos.

1.2.1. Isolantes elétricos ou dielétricos

27
Ao contrário dos condutores, existem sólidos nos quais os elétrons
estão firmemente presos aos respectivos átomos. Estas substâncias
não possuem elétrons livres ou sua quantidade é relativamente
pequena, não sendo possível, por isso, fazer o deslocamento de carga
elétrica através delas. Estas substâncias são denominadas isolantes
elétricos ou dielétricos.

Exemplos: porcelana, plástico, vidro, borracha, papel e madeira.

1.2.2. Condutores de eletricidade

Todos os corpos são constituídos por átomos que possuem partículas


eletrizadas (prótons e elétrons). Quando vários átomos se reúnem
para formar sólidos específicos (exemplo: metais), os elétrons das
órbitas mais externas não permanecem ligados aos respectivos átomos
e adquirem a capacidade de se movimentar no interior deste sólido.

Estes elétrons são denominados elétrons livres. É possível transportar


a carga elétrica através dos sólidos que possuam elétrons livres.

RESERVADO
Alta Competência

Estas substâncias são conhecidas como condutores de eletricidade.

Quanto ao fato de um corpo eletrizado sempre atrair um corpo


neutro, é interessante notar que se ao ser atraído o corpo neutro
entrar em contato com o corpo eletrizado, poderá haver uma
troca de cargas entre esses dois corpos, de modo que o corpo
neutro também fique eletrizado com a carga de mesmo sinal do
primeiro. Caso isso ocorra, haverá repulsão entre os dois corpos
após o contato entre eles.

Para entender melhor, observe a ilustração a seguir.

A B
a) Um corpo eletrizado A, ao
se aproximar de um corpo
neutro B, provoca neste uma
28 (a) separação de cargas, que
resulta na atração entre os
A B dois corpos.

b) Se os dois corpos se tocarem,


(b) haverá transferência de carga
negativa do corpo B para o
corpo A, neutralizando parte
da carga positiva de A.
A B
c) Os dois corpos irão passar
a ter, então, carga de mesmo
(c) sinal e, conseqüentemente, a
se repelir.

Nas primeiras observações dos fenômenos elétricos,


constatou-se que os corpos eletrizados tinham a
capacidade de atrair outros corpos. Atualmente, sabe-
se que um corpo eletrizado também pode repelir
outros corpos.

RESERVADO
Capítulo 1. Eletrostática

1.3. Força elétrica e Lei de Coulomb

A carga elétrica de um corpo, representada por Q ou q, pode ser


definida como a quantidade de elétrons que um corpo perdeu
ou ganhou.

A unidade de carga elétrica é o Coulomb (C).

Um elétron possui uma carga de 1,6 x 10-19C, ou seja, para se formar


1 Coulomb são necessários 6,25 x 1018 elétrons.

Considerando dois corpos eletrizados com cargas Q1 e Q2, separados


por uma distância r, sabe-se que haverá uma força de atração ou de
repulsão entre eles, dependendo do sinal de suas cargas. Se o tamanho
dos corpos eletrizados for muito pequeno em relação à distância r
entre eles, as dimensões dos corpos são consideradas desprezíveis e
as cargas são conhecidas como cargas puntuais. 29

O cientista francês Charles Augustin de Coulomb (1.736-1.806)


estudou o fenômeno da força elétrica e, após algumas constatações,
elaborou um dos princípios fundamentais da eletricidade, hoje
conhecido como a Lei de Coulomb.

O que Coulomb constatou?

• Que a força elétrica é diretamente proporcional às cargas Q1 e


Q2, sendo proporcional ao produto delas: F α Q1 * Q2;

• Que a força elétrica é inversamente proporcional à distância r


entre as cargas: F α 1/r;

• Que a força elétrica depende do meio em que as cargas estão


inseridas, sendo maior no vácuo do que em qualquer outro meio.

RESERVADO
Alta Competência

LEI DE COULOMB

Duas cargas puntuais, Q1 e Q2, separadas por uma distância r,


situadas no vácuo, se atraem ou se repelem com uma força F
dada por:

F = k0*Q1*Q2 / r2 ,onde:

K0 é a constante de proporcionalidade para o vácuo e, no


Sistema Internacional de Unidades (SI), vale 9,0 * 109 N • m/C2.

Se essas cargas forem mergulhadas em um meio material, o


valor entre elas torna-se K vezes menor, onde K é a constante
dielétrica desse meio.

Conheça a constante dielétrica de alguns meios materiais:


30

Constante dielétrica de alguns meios materiais


Constante dielétrica (K)

100
80
80
60
56,2
40
20 1 1,0006 5,4
2 2,7 3,7 4
0

cu
o Ar en
o
ba
r
dr
o
le
o
ica rin
a ua
á nz
Âm Vi Ó M e Ág
V lic
Be G
Meio material

1.3.1. Campo elétrico

Uma carga elétrica Q qualquer cria em torno de si um campo elétrico,


de forma que qualquer outra carga colocada em torno de Q sofrerá
a ação de uma força elétrica.

Para entender o conceito de campo elétrico, pode-se fazer uma


analogia com o campo gravitacional: todo corpo celeste cria em torno
de si um campo gravitacional, atraindo qualquer outro corpo que se
aproximar dele.

RESERVADO
Capítulo 1. Eletrostática

Campo gravitacional.

A diferença é que, no caso do campo elétrico, a força pode ser de


atração ou de repulsão, dependendo dos sinais das cargas envolvidas.

Por convenção, define-se a direção e o sentido do campo elétrico em 31


um determinado ponto como sendo aquele da força exercida sobre
uma carga de prova positiva colocada no mesmo ponto, isto é, a
direção e o sentido do movimento que essa carga tende a adquirir.

Linhas de força de campos elétricos


criados por cargas puntuais próximas.

RESERVADO
Alta Competência

O módulo do vetor campo elétrico E em um dado ponto é


denominado intensidade de campo elétrico naquele ponto e é
definido pela expressão:

E = F /q [N/C] , onde:

E: intensidade do vetor campo elétrico em um ponto [N/C];

q: carga de prova colocada no ponto [C];

F: força elétrica que atua sobre a carga de prova [N].

A existência do campo elétrico em um ponto não depende da presença


da carga de prova naquele ponto. A carga de prova permite concluir
apenas se existe ou não um campo elétrico.
32
1.3.2. Campo elétrico criado por uma carga puntual

A expressão E = F/q permite calcular a intensidade do campo elétrico,


quaisquer que sejam as cargas que criam este campo.

Considerando:

a) uma carga puntual Q no vácuo;

b) um ponto situado a uma distância r dessa carga; e

c) colocando-se uma carga de prova q nesse ponto, ela ficará sujeita


a uma força elétrica F, cujo módulo será:

F = k0*Q*q / r2 [N] .

Como E = F/q, tem-se:

E = (k0*Q*q) / (r2*q) ,

onde:
E=k0*Q/r2
.

RESERVADO
Capítulo 1. Eletrostática

A expressão acima permite concluir que:

• A intensidade do campo elétrico não depende da carga de


prova colocada no ponto, ao contrário do que se poderia pensar
à primeira vista;

• A intensidade E em um dado ponto é diretamente proporcional


à carga Q que cria o campo;

• O campo elétrico criado por uma carga em um determinado


ponto é inversamente proporcional ao quadrado da distância
entre o ponto e a carga.

1.3.3. Linhas de força

O conceito de linhas de força foi introduzido pelo físico inglês Michael


33
Faraday (1.791-1.867), no século XIX, com a finalidade de representar
o campo elétrico através de diagramas.

As linhas de força são sempre tangentes ao vetor campo elétrico nos


diversos pontos em torno de uma carga elétrica, conforme mostram
as ilustrações a seguir:

E3
E2
E1

(a)
LINHAS DE FORÇA

(b)

Linhas de força de campos elétricos criados por cargas puntuais.

RESERVADO
Alta Competência

E1

(a)
LINHAS DE FORÇA

E2

(b)
Linhas de força de campos elétricos criados por duas cargas: (a)
de sinais contrários e (b) de sinais iguais.
34
Assim, observando-se o desenho com as linhas de força, é possível
determinar a direção e o sentido do vetor campo elétrico em
qualquer ponto.

O campo elétrico é sempre tangente à linha de força num


determinado ponto.

As linhas de força dão, também, uma idéia sobre o módulo do vetor


E. Para isso, convencionou-se traçar as linhas de força mais próximas
umas das outras nas regiões onde a intensidade do campo for maior
e mais separadas onde for menor. Nas linhas de força de campos
elétricos criados por cargas puntuais, percebe-se que as linhas ficam
mais afastadas umas das outras nos pontos mais distantes da carga, à
medida que o campo elétrico diminui.

1.3.4. Comportamento de um condutor eletrizado

a) A carga se distribui na superfície do condutor

Considere-se um corpo condutor, como por exemplo, um bloco


metálico, sendo atritado em uma determinada região de sua superfície
e adquirindo uma carga negativa. Evidentemente, esta carga aparece
na região que foi atritada, como mostra a ilustração a seguir.

RESERVADO
Capítulo 1. Eletrostática

Metal

O corpo, ao ser atritado, adquire carga negativa.

Entretanto, essas cargas, constituídas por excesso de elétrons,


repelem-se mutuamente e atuam sobre os elétrons livres do condutor,
fazendo com que eles se desloquem até atingir uma situação final,
denominada “situação de equilíbrio eletrostático”, em que as cargas
no condutor apresentam-se em repouso. Ao ser atingida essa situação
final de equilíbrio eletrostático (o que ocorre em um intervalo de 35
tempo extremamente pequeno), verifica-se que a carga negativa
adquirida pelo condutor apresenta-se distribuída em sua superfície.

Metal

Os elétrons livres adquiridos pelo condutor se


distribuem em sua superfície.

Se o condutor fosse eletrizado positivamente o mesmo resultado final


seria observado. A carga positiva, adquirida pelo condutor em uma
dada região de sua superfície, atrai elétrons livres deste corpo, que se
deslocam até que seja atingido o equilíbrio eletrostático, quando, então,
a carga positiva se apresenta distribuída na superfície do condutor.

RESERVADO
Alta Competência

Metal Metal

Mesmo quando um condutor adquire carga positiva ela fica distribuída em sua superfície,
em virtude do movimento dos elétrons livres.

Deve-se observar que esse comportamento é característico de um


condutor. Se um isolante for atritado em uma determinada região
de sua superfície, a carga por ele adquirida não se espalhará,
permanecendo em equilíbrio na região em que ela foi gerada.

ATENÇÃO
36
Se um condutor eletrizado estiver em equilíbrio
eletrostático, as cargas elétricas estarão distribuídas
em sua superfície.

b) Campo no interior e na superfície do condutor

Ao ser atingido o equilíbrio eletrostático, as cargas elétricas em


um condutor estão distribuídas em sua superfície e se encontram
em repouso.

Nessas condições, a distribuição dessas cargas deve ser tal que torne
nulo o campo elétrico em qualquer ponto do interior do condutor.
De fato, se o campo elétrico no interior do condutor fosse diferente
de zero, os elétrons livres aí existentes entrariam em movimento sob
a ação desse campo. Como as cargas no condutor estão em equilíbrio
tal movimento não pode existir e, portanto, o campo elétrico deve
ser nulo no interior do condutor.

Já em pontos da superfície do condutor é possível existir um campo


elétrico, sem que isto altere a condição de equilíbrio eletrostático,
desde que o vetor E seja perpendicular à superfície do condutor, como

RESERVADO
Capítulo 1. Eletrostática

mostrado nos pontos B, C e D da ilustração a seguir. De fato, se o


campo elétrico não fosse perpendicular à superfície, como desenhado
no ponto A, ele teria uma componente Et tangente à superfície do
condutor. Se essa componente existisse, os elétrons livres ali presentes
estariam em movimento sob a ação de Et. Logo, essa componente
não pode existir, pois o condutor está em equilíbrio eletrostático. Não
existindo uma componente tangencial, o vetor E tem que ser
perpendicular à superfície do condutor. Evidentemente, atuando
nessa direção, o campo não pode provocar movimento de cargas
porque o condutor está envolvido pelo ar, que é isolante.

E
E
C B
Et
E=0
E
A 37

D
E

O vetor campo elétrico na superfície de um


condutor eletrizado em equilíbrio eletrostático é
perpendicular à superfície desse condutor.

Em resumo, se um condutor eletrizado estiver em equilíbrio


eletrostático, o campo elétrico será nulo em todos os pontos do seu
interior. Em pontos da superfície desse condutor o vetor E será
perpendicular a ela (pontos B, C e D da ilustração anterior).

c) Blindagem eletrostática

Os fatos descritos nas seções a) e b) são válidos mesmo se o condutor


for oco, isto é, se ele apresentar uma cavidade interna, como o bloco
metálico mostrado na ilustração a seguir. Quando um bloco como este
é eletrizado, as cargas elétricas tendem rapidamente a se localizar
em sua superfície externa, distribuindo-se de modo a tornar nulo o
campo elétrico em todos os pontos do interior do condutor, tanto na
parte material quanto em sua cavidade.

RESERVADO
Alta Competência

E=0

O campo elétrico no interior de um


condutor eletrizado em equilíbrio
eletrostático é nulo.

Assim, uma cavidade no interior de um condutor é uma região que


não será atingida por efeitos elétricos produzidos externamente,
pois o campo elétrico nessa cavidade é sempre nulo e não há carga
elétrica distribuída em sua parede (a carga se localiza na superfície
externa do condutor). Por isso, um condutor oco pode ser usado para
38
produzir uma “blindagem eletrostática”: quando se deseja proteger
um aparelho qualquer contra influências elétricas externas pode-se
envolvê-lo com uma capa metálica, isto é, colocá-lo em uma cavidade
no interior de um condutor.

Nessas condições, diz-se que o aparelho está blindado, porque


nenhum fenômeno elétrico externo afetará o seu funcionamento.
Um exemplo típico de blindagem em circuitos elétricos pode ser
observado em cabos elétricos de controle e automação, que são
envolvidos por uma capa metálica para evitar influências elétricas
externas. Esse tipo de proteção é conhecido pela palavra inglesa
“shield”, que significa blindagem. Por isso, é comum ouvir que esses
cabos são “shildados”, numa tentativa de aportuguesamento da
palavra “shield”.

O poder de blindagem de uma capa metálica já era conhecido


por Faraday que, para comprová-lo experimentalmente, realizou
uma experiência que se tornou famosa. Tendo em suas mãos um
eletroscópio, aparelho capaz de detectar presença de campo elétrico
em uma região, Faraday entrou em uma gaiola metálica que foi a
seguir altamente eletrizada por seu auxiliar. Apesar da superfície da
gaiola não ser contínua, ela constitui uma blindagem bastante eficaz,
de modo que Faraday nada sofreu nem observou qualquer deflexão
nas folhas do eletroscópio.

RESERVADO
Capítulo 1. Eletrostática

Outro exemplo de blindagem eletrostática pode ser observado em


um automóvel. Se houver uma descarga sobre a superfície metálica
do carro, as cargas distribuem-se por sua superfície, não atingindo
o seu interior. Por isso, um carro é considerado um local seguro se
alguém se encontrar ao ar livre durante uma tempestade de raios.
É importante lembrar que, embora seja muito mais seguro ficar
dentro do que fora do automóvel, este não oferece proteção total
contra raios, pois a descarga pode cair nos seus vidros, que não são
condutores e podem não suportar a descarga.

1.4. Potencial elétrico

Considere-se um corpo eletrizado criando um campo elétrico


em volta dele e dois pontos
A v v =
AB e BTnesse
AB / qcampo, como mostra a
ilustração a seguir:

39

A F B
q

A diferença de potencial entre os pontos A e B é dada pela expressão VA-VB=TAB/q.

Se uma carga de prova positiva q for abandonada em A, irá atuar sobre


ela uma força elétrica devido ao campo. Se, sob a ação dessa força,
a carga se desloca de A para B, a força elétrica realiza um trabalho
sobre a carga designado TAB. Em outras palavras, TAB representa certa
quantidade de energia que a força elétrica F transfere para a carga q
em seu deslocamento.

RESERVADO
Alta Competência

Uma grandeza muito importante no estudo dos fenômenos


elétricos está relacionada com esse trabalho. Essa grandeza é
denominada diferença de potencial entre os pontos A e B, sendo
representada por VA-VB, e é definida pela seguinte relação:

VA – VB = TAB /q

A diferença de potencial é também denominada tensão entre


dois pontos. Pode ser representada por VAB ou, simplesmente, V.
Assim, quando se diz que a tensão entre dois pontos é muito
grande (alta tensão), significa que o campo elétrico realiza um
trabalho grande sobre uma dada carga que se desloca entre esses
pontos, ou seja, a carga recebe do campo uma grande quantidade
de energia em seu deslocamento.

40
A tensão é uma grandeza escalar, cuja unidade no Sistema
Internacional é o joule por coulomb (1J/C). Esta unidade é
denominada 1 volt (1V).

O nome volt, escolhido para esta unidade, é uma


homenagem ao físico italiano, Alessandro Volta
(1754-1827), um pioneiro nos estudos relacionados
à eletricidade. Ele foi o inventor da primeira bateria
elétrica da história.

1.4.1. Sentido do movimento de uma carga

Abandonando uma carga positiva no ponto A da ilustração, sabe-


se que a força elétrica F que atua sobre ela estará dirigida para B.
Logo, quando esta carga se deslocar de A para B, a força elétrica
realizará sobre ela um trabalho positivo, isto é: TAB > 0.

Como VA – VB = TAB/q, conclui-se que a diferença de potencial entre A


e B também é positiva, ou seja, VA – VB > 0. Diz-se que o potencial de
A é maior que o potencial de B.

RESERVADO
Capítulo 1. Eletrostática

A ilustração anterior (diferença de potencial entre pontos A e B) nos


permite observar que a carga positiva se deslocou, sob ação da força
elétrica, do ponto A, onde o potencial é maior, para o ponto B, onde
o potencial é menor. Evidentemente, se uma carga negativa fosse
abandonada entre os pontos A e B, ela iria se deslocar, sob ação da
força elétrica, de B para A.

Assim, pode-se concluir que uma carga positiva abandonada em um


campo elétrico tende a se deslocar de pontos onde o potencial é
maior para pontos onde ele é menor. Uma carga negativa tende a
se mover em sentido contrário, isto é, de pontos onde o potencial é
menor para pontos onde ele é maior.

1.4.2. Distribuição de cargas entre dois condutores

Quando um condutor é eletrizado, as cargas elétricas distribuem-se


pela sua superfície, levando-o ao estado de equilíbrio eletrostático. 41
Nessa situação, todos os pontos do condutor estão em um mesmo
potencial, seja em sua superfície ou no seu interior.

No caso específico de uma esfera, o potencial em qualquer dos seus


pontos é dado pela expressão:

V = k0 *Q / R , onde:

R é o raio da esfera e Q é a sua carga.

Exemplo:

Sejam dois corpos metálicos A e B, com cargas Q1 e Q2 e potencial V1


e V2. Se os potenciais dos corpos são diferentes, existe uma diferença
de potencial entre eles.

RESERVADO
Alta Competência

Analise a ilustração a seguir:

A B A B A B
R
R

1
R

R
Q Q Q1 Q2 Q Q
(a) (b) (c)
Nas três situações existe diferença de potencial entre os corpos.

Estabelecendo-se contato elétrico entre os condutores e sabendo-


se que as cargas elétricas tendem a se mover de um ponto para o
outro quando existe diferença de potencial entre eles, conclui-se que
haverá passagem de cargas elétricas de um corpo para o outro.

Como são os elétrons livres que se deslocam em um condutor


42 metálico e as cargas negativas tendem a se deslocar de pontos de
menor para pontos de maior potencial, os elétrons livres passarão
do corpo de menor potencial para o de maior potencial, como
podemos acompanhar na ilustração a seguir.

A B A B
R
R
R

Q Q Q1 Q2

A B A B
R

R
R

(a) Qf (b) Qf
Ao se estabelecer contato elétrico entre dois condutores com potenciais diferentes,
existe transferência de elétrons do condutor de menor para o de maior potencial.

Em virtude da transferência de elétrons, as cargas Q1 e Q2 e os


potenciais V1 e V2 serão alterados e haverá um instante em que os
potenciais dos dois condutores ficarão iguais. A partir desse instante

RESERVADO
Capítulo 1. Eletrostática

não haverá mais transferência de cargas de um condutor para o outro


e eles terão atingido uma situação final de equilíbrio.

É interessante notar que haverá transferência de cargas entre os dois


condutores, mesmo que possuam a mesma carga elétrica.

Isso acontece porque o potencial em um condutor depende não só


de sua carga, mas também de suas dimensões. No caso da esfera, o
potencial é inversamente proporcional ao seu raio.

Haverá transferência de elétrons da esfera de maior raio (menor


potencial) para a de menor raio (maior potencial), até que os
potenciais se igualem.

1.4.3. Diferença de potencial em um campo elétrico uniforme

43
Observando a ilustração, vemos que nela estão representadas duas
placas planas, paralelas, separadas por uma distância pequena em
relação às suas dimensões, uniformemente eletrizadas com cargas de
mesmo módulo e sinais contrários.

A B
P E
q
F
P1
q E
F
P2
q
F
P3
d

(a) (b)
(a) Duas placas planas, paralelas, eletrizadas uniformemente com cargas
de sinais contrários criam um campo uniforme no espaço entre elas.
(b) Linhas de força do campo uniforme nessa situação.

RESERVADO
Alta Competência

Colocando-se uma carga de prova positiva q em um ponto P1 situado


entre as placas, essa carga fica sujeita à ação de uma força F, devido
ao campo elétrico criado pelas placas no espaço entre elas. A força
F é perpendicular às placas e está orientada da placa positiva para a
negativa, como mostra a ilustração (a).

Deslocando-se a carga de prova q para outro ponto qualquer entre


as placas (P2, P3 etc.), verifica-se que atua sobre q uma força F de
mesmo módulo, mesma direção e mesmo sentido daquela que atuava
quando q se encontrava em P1.

Conclui-se, então, que o campo elétrico existente entre as placas tem,


em qualquer ponto, o mesmo módulo (E = F/q), a mesma direção e o
mesmo sentido. Um campo como esse é denominado campo elétrico
uniforme e pode ser representado por um vetor E, como o indicado
no ponto P da ilustração.
44
Na ilustração estão traçadas as linhas de força do campo
existente entre as duas placas. Estas linhas são paralelas (a
direção de E não varia) e espaçadas igualmente (o módulo de
E é constante), indicando que o campo elétrico nessa região é
uniforme. Contudo, essas considerações são válidas para pontos
não muito próximos das extremidades das placas, onde as linhas
são curvas, indicando que o campo deixa de ser uniforme.

Assim como o campo elétrico, a força elétrica que atua sobre a carga,
ao se deslocar de (A) para (B), também é uniforme (F = q E).

Por definição, o trabalho exercido sobre um corpo é dado pela


expressão:

T = F * d , onde:

F é a força exercida sobre o corpo e d é o seu deslocamento.

RESERVADO
Capítulo 1. Eletrostática

Da expressão da tensão entre dois pontos (VAB=TAB/q), é possível


deduzir:

VAB = TAB / q = F * d / q = (q * E * d / q)

VAB = E * d

Essa expressão permite calcular a diferença de potencial entre dois


pontos quaisquer de um campo uniforme. É importante observar
que a distância d entre os dois pontos deve ser tomada na direção
paralela ao vetor E.

Assim, na ilustração que se segue, a diferença de potencial entre os


pontos M e N pode ser dada pela expressão VMN = E * d, onde d é a
distância indicada na ilustração.

45
A B
E

M
d

Diferença de potencial entre dois pontos


em um campo elétrico uniforme.

Da relação VAB = E * d deduz-se que:

E = VAB / d

Ou seja, o campo elétrico é diretamente proporcional à tensão


aplicada e inversamente proporcional à distância entre as placas.

RESERVADO
Alta Competência

1.5. Rigidez dielétrica

Os dielétricos (ou isolantes) são substâncias nas quais os elétrons


estão presos aos núcleos dos átomos, isto é, não existem cargas livres
na estrutura interna destes materiais.

Entretanto, se um campo elétrico for aplicado a um corpo isolante,


colocando-o, por exemplo, entre duas placas eletrizadas, uma força
elétrica irá atuar sobre todos os elétrons do isolante, tendendo a
arrancá-los de seus átomos.

Observe a ilustração a seguir:

A B
46
E

ELÉTRON

ISOLANTE

Substância isolante colocada em um campo


elétrico uniforme.

Se a intensidade do campo não for muito grande, os elétrons


continuarão ligados aos núcleos e a força elétrica irá provocar
apenas uma polarização do dielétrico, ou seja, quando de um lado
do dielétrico há grande quantidade de prótons e do outro lado há
grande quantidade de elétrons.

Aumentando-se a intensidade do campo elétrico aplicado ao


isolante, o valor da força que atua nos elétrons também aumentará.
Para certo valor de campo elétrico, essa força será suficiente para
arrancar um ou mais elétrons de cada átomo. Isto significa que eles

RESERVADO
Capítulo 1. Eletrostática

passarão a ser elétrons livres. Com um número grande de elétrons


livres em sua estrutura, o material passará a ser um bom condutor
de eletricidade. Esse processo pode ocorrer com qualquer isolante,
dependendo, apenas, do campo elétrico aplicado.

1.5.1. Rigidez dielétrica do material

O maior valor do campo elétrico que pode ser aplicado a um isolante,


sem que ele se torne condutor, é denominado rigidez dielétrica
do material. A rigidez dielétrica varia de um material para outro,
fazendo com que algumas substâncias sejam melhores isolantes
elétricos do que outras.

Dos três materiais a seguir, o melhor isolante é a mica


e o pior é o ar. 47
Material Rigidez dielétrica [N/C/]
Vidro pirex 14 * 106
Mica (malacacheta) 100 * 106
Ar 3 * 106

Enquanto a intensidade do campo elétrico aplicado a uma mistura de


ar for inferior a 3 * 106N/C, o ar será isolante. Quando a intensidade
do campo ultrapassar esse valor, o ar passará a ser condutor.

Esse fato explica um fenômeno comum, o da centelha elétrica que


salta de um corpo eletrizado para outro colocado próximo a ela. Isso
acontece quando a diferença de potencial entre os dois corpos faz
com que o campo elétrico aplicado seja maior que a rigidez dielétrica
do ar, tornando-o condutor e permitindo a passagem de carga elétrica
de um corpo para o outro.

Quanto maior a tensão de um equipamento elétrico, maior a


diferença de potencial entre as suas partes energizadas, assim como
entre essas e a sua carcaça. Da expressão E=VAB / d e conhecendo o
conceito de rigidez dielétrica, conclui-se que quanto maior for a

RESERVADO
Alta Competência

tensão de um equipamento, maior deverá ser a distância entre as


suas partes vivas para que o campo elétrico aplicado não rompa a
rigidez dielétrica do ar.

Situação semelhante ocorre no aparecimento do raio que vem


acompanhado de relâmpago e trovão. Durante a formação de uma
tempestade, há uma separação de cargas elétricas. As nuvens mais
baixas ficam eletrizadas negativamente e as mais altas positivamente,
de modo que surge um campo elétrico entre essas nuvens. Além
disso, as nuvens mais baixas induzem o aparecimento de uma carga
positiva na superfície da Terra, provocando o surgimento de outro
campo elétrico entre estas nuvens mais baixas e a Terra.

48
A

O relâmpago é uma enorme centelha elétrica que salta de


uma nuvem para outra ou de uma nuvem para a Terra.

À medida que as cargas elétricas se avolumam nas nuvens, a


intensidade desses campos elétricos aumenta e acaba a ponto de
ultrapassar o valor da rigidez dielétrica do ar. Quando isso ocorre,
o ar torna-se condutor e uma enorme centelha elétrica, que é o
relâmpago, salta de uma nuvem para a outra ou de uma nuvem
para a Terra. Esta descarga elétrica aquece o ar, provocando uma
expansão que se propaga em forma de uma onda de pressão
sonora, que é o trovão. O ouvido humano é atingido não só pela
onda sonora que chega diretamente da descarga, mas também
pelas ondas refletidas em montanhas, prédios etc. Por isso, o trovão
geralmente não é percebido como um estalo único, mas sim com
aquele ribombar característico.

RESERVADO
Capítulo 1. Eletrostática

1.6. Exercícios

1) Relacione os tipos de energia apresentados na coluna da esquerda


às definições listadas na coluna da direita:

( 1 ) Energia térmica ( ) É apresentada por um corpo


em movimento.
( 2 ) Energia potencial ( ) É uma das formas mais
importantes de energia, usada
para transmitir e transformar
a energia primária da fonte
produtora.
( 3 ) Energia cinética ( ) Depende da sua posição em re-
lação a outros corpos.
( 4 ) Energia mecânica ( ) Calor.

( 5 ) Energia elétrica ( ) É a energia potencial junto com 49


a energia cinética.

2) Ao aproximamos um corpo eletrizado de um corpo neutro, sem


encostar, o corpo neutro:

( ) permanece neutro.
( ) se eletriza pelo fenômeno da indução, ocorrendo uma
separação de cargas.
( ) é repelido pelo eletrizado.
( ) não é atraído e nem repelido pelo eletrizado.
( ) se eletriza com carga de mesmo sinal que a do eletrizado.

RESERVADO
Alta Competência

3) Com relação à Lei de Coulomb marque V (verdadeiro) ou F (falso)


nas afirmativas a seguir:

( ) A força elétrica é inversamente proporcional ao quadrado


da distância entre as cargas.
( ) A força elétrica não depende do meio em que as cargas
estão inseridas.

( ) A força elétrica é maior no vácuo do que em qualquer


outro meio.

( ) A força elétrica é diretamente proporcional ao produto


das cargas.

4) Com relação aos fenômenos da eletrostática, podemos afirmar:

( ) O menor valor do campo elétrico que pode ser aplicado


a um isolante sem que ele se torne condutor é chamado
50 rigidez dielétrica.
( ) Nas substâncias dielétricas os elétrons estão firmemente
presos aos respectivos átomos, mas possibilitam o trans-
porte de cargas elétricas.

( ) Condutores de eletricidade são substâncias que possuem


elevada quantidade de elétrons livres, possibilitando o
transporte da carga elétrica.
( ) Os metais são os piores condutores de eletricidade.

RESERVADO
Capítulo 1. Eletrostática

1.7. Glossário
Constante dielétrica - propriedade do material isolante.

Elétron livre - elétron das órbitas mais externas de um átomo, porém não ligado a
ele, que adquire a capacidade de se movimentar livremente.

Isolante - material que não permite o fluxo de eletricidade.

Trabalho mecânico - produto escalar de uma força aplicada sobre um corpo ou


sistema pelo deslocamento.

51

RESERVADO
Alta Competência

1.8. Bibliografia
DINIZ, Helena. Noções Básicas de Eletricidade. Apostila 1 - Eletricidade Básica. Rio
de Janeiro: Petrobras, 2005.

52

RESERVADO
Capítulo 1. Eletrostática

1.9. Gabarito
1) Relacione os tipos de energia apresentados na coluna da esquerda às definições
listadas na coluna da direita:

(1) Energia térmica (3) É apresentada por um corpo em movimento.

(2) Energia potencial (5) É uma das formas mais importantes de energia,
usada para transmitir e transformar a energia
primária da fonte produtora.

(3) Energia cinética (2) Depende da sua posição em relação a outros


corpos.
(4) Energia mecânica (1) Calor.

(5) Energia elétrica (4) É a energia potencial junto com a energia cinética.

2) Ao aproximamos um corpo eletrizado de um corpo neutro, sem encostar, o


corpo neutro:

(X) permanece neutro. 53


( ) se eletriza pelo fenômeno da indução, ocorrendo uma separação de cargas.

( ) é repelido pelo eletrizado.

( ) não é atraído e nem repelido pelo eletrizado.

( ) se eletriza com carga de mesmo sinal que a do eletrizado.

3) Com relação à Lei de Coulomb marque V (verdadeiro) ou F (falso) nas


afirmativas a seguir:

(V) A força elétrica é inversamente proporcional ao quadrado da distância


entre as cargas.
(F) A força elétrica não depende do meio em que as cargas estão inseridas.
Justificativa: A força elétrica muda, dependendo do meio em que as cargas
estiverem inseridas.
(V) A força elétrica é maior no vácuo do que em qualquer outro meio.

(V) A força elétrica é diretamente proporcional ao produto das cargas.

RESERVADO
Alta Competência

4) Com relação aos fenômenos da eletrostática, podemos afirmar:

( ) O menor valor do campo elétrico que pode ser aplicado a um isolante sem
que ele se torne condutor é chamado rigidez dielétrica.

( ) Nas substâncias dielétricas os elétrons estão firmemente presos aos


respectivos átomos, mas possibilitam o transporte de cargas elétricas.

(X) Condutores de eletricidade são substâncias que possuem elevada quantidade


de elétrons livres, possibilitando o transporte da carga elétrica.

( ) Os metais são os piores condutores de eletricidade.

54

RESERVADO
Capítulo 2
Corrente
elétrica

Ao final desse capítulo, o treinando poderá:

• Diferenciar corrente contínua e corrente alternada a partir


da compreensão de seus conceitos;
• Identificar os tipos de tensão elétrica;
• Explicar o conceito de intensidade de corrente.

RESERVADO
Alta Competência

56

RESERVADO
Capítulo 2. Corrente elétrica

2. Corrente elétrica

P
ara entendermos o que é uma corrente elétrica, vamos partir
de um exemplo prático: um fio elétrico. Um fio elétrico é um
condutor metálico, ou seja, dentro deste condutor metálico há
muitos elétrons livres sem direção determinada.

Para que haja uma corrente elétrica é preciso aplicar uma diferença
de potencial entre dois pontos do metal, ligando as pontas do
fio a uma bateria, por exemplo. Sempre que houver diferença de
potencial entre dois pontos haverá passagem de cargas elétricas de
um ponto para o outro. Se essa diferença de potencial se mantiver
por um determinado tempo, haverá um fluxo de cargas elétricas,
denominado corrente elétrica.

57
V

CARGA

Ao se estabelecer uma diferença de potencial (V)


entre as extremidades de um condutor, haverá
movimento de elétrons livres ao longo dele, do
ponto de menor para o de maior potencial.

Uma corrente elétrica pode ser estabelecida, também, nos condutores


líquidos, como por exemplo, em uma solução de sal de cozinha (NaCl)
em água.

RESERVADO
Alta Competência

O sal dá origem a íons positivos (Na+) e íons negativos (Cl-), que ficam
livres, podendo se deslocar no interior do líquido, estabelecendo-se um
campo elétrico nesta solução, que pode ser obtido com a introdução
nela de duas placas metálicas ligadas a uma bateria; os íons positivos
passam a se deslocar no sentido do vetor E (do potencial maior para
o menor) e os íons negativos em sentido contrário.

58

Em um condutor líquido, os íons


positivos movimentam-se no sentido do
campo elétrico e os íons negativos no
sentido contrário.

É possível, ainda, estabelecer correntes elétricas nos gases, como


acontece nas lâmpadas de vapor de mercúrio ou quando uma faísca
elétrica salta de um corpo para outro através do ar. Nestes casos,
a corrente é constituída pelo movimento de íons positivos, íons
negativos e também de elétrons livres.

2.1. Corrente real e corrente convencional

Verificou-se que o movimento de uma carga negativa é equivalente


ao movimento de uma carga positiva de mesmo valor deslocando-se
com a mesma velocidade em sentido contrário. Essa constatação levou
os cientistas a estabelecerem a seguinte convenção para facilitar o
estudo das correntes elétricas:

RESERVADO
Capítulo 2. Corrente elétrica

Uma carga negativa em movimento será sempre


imaginada como se fosse uma carga positiva movendo-
se em sentido contrário.

Com essa convenção, pode-se supor que qualquer corrente elétrica


seja constituída apenas por cargas positivas.

Esta corrente imaginária, equivalente à corrente real, é denominada


corrente convencional. Os estudos e fórmulas de eletricidade
consideram sempre o sentido da corrente convencional, a menos que
indicado em contrário.

Elétrons livres V V
em movimento Fluxo de elétrons

E E

CORRENTE CONVENCIONAL
59

Pilha 1,5v Corrente real Corrente convencional

Corrente real e corrente convencional.

2.2. Corrente contínua e corrente alternada

A aplicação de um campo elétrico nas extremidades de um fio


condutor estabelece, nesse fio, uma corrente elétrica cujo sentido
(convencional) é o mesmo do vetor campo elétrico. Logo, se o
sentido do campo elétrico permanecer sempre o mesmo, o sentido
da corrente também não sofrerá alterações, isto é, as cargas irão se
deslocar sempre em um mesmo sentido ao longo do fio. Uma corrente
como essa é denominada corrente contínua (CC) e é gerada por uma
fonte de tensão contínua.

RESERVADO
Alta Competência

IMPORTANTE!

Fonte de tensão contínua é aquela em que a


polaridade de seus terminais não varia ao longo do
tempo, de forma que o campo elétrico aplicado ao
condutor tem sempre o mesmo sentido.

Nos circuitos de CC, a corrente tem sempre o mesmo sentido, mas


pode sofrer alterações no seu valor (corrente contínua pulsante).

A utilização da corrente contínua e da corrente


alternada já foi motivo de uma disputa acirrada nos
Estados Unidos, nos primórdios do desenvolvimento
60
da geração e distribuição de energia. De um lado,
a Companhia Edison, de Thomas Alva Edison,
“partidária” da corrente contínua e, de outro, a
Companhia de George Westinghouse, “defensora” da
corrente alternada.

A campanha de Edison ganhou força com um


fato novo: um funcionário dos correios morreu
eletrocutado quando fazia manutenção em um fio
telegráfico que usava corrente alternada. Com o
objetivo de demonstrar o perigo real desse sistema
de geração em relação à corrente contínua, e
aproveitando a situação, Thomas Edison desenvolveu
uma “cadeira da morte” e eletrocutava, publicamente,
cães e gatos.

RESERVADO
Capítulo 2. Corrente elétrica

Apesar do esforço de Edison em desacreditá-la, a


corrente alternada se tornaria, em poucos anos, a única
forma de fornecimento em larga escala de eletricidade,
devido à facilidade de geração e ao baixo custo.

O efeito colateral dessa história foi que o Estado


de Nova Iorque acabou adotando a eletrocussão
em cadeira elétrica como uma forma “mais
humana” de execução da pena de morte, em
substituição ao enforcamento, tido, na época,
como um método “desumano”.

Exemplos de fontes de tensão contínua são as pilhas, baterias de


automóvel e os geradores CC.
61

Tensão (Volts)
Tensão (Volts)

Tensão contínua e constante


12V

Tensão contínua pulsante

0 Tempo
Tempo
(a) (b)

Gráficos de tensão ou corrente contínua: (a) constante; (b) pulsante.

Por outro lado, se o sentido do campo elétrico estabelecido no


condutor variar ao longo do tempo, o sentido da corrente também
sofrerá alteração. Uma corrente como essa é chamada corrente
alternada (CA) e é gerada por uma fonte de tensão alternada.

IMPORTANTE!

Fonte de tensão alternada (CA) é aquela em que a


polaridade de seus terminais varia periodicamente
ao longo do tempo, de forma que o campo elétrico
aplicado ao condutor também mude periodicamente
o sentido. Nos circuitos de CA, o sentido da corrente
elétrica sofre inversões periódicas.

RESERVADO
Alta Competência

O gráfico a seguir representa uma tensão alternada senoidal, que


é assim denominada por ter comportamento idêntico à função
trigonométrica do seno de um ângulo.

Tensão (volts)

+V1

Tempo
0 t1 t2 t3 t4

-V1

1º Ciclo 2º Ciclo

Gráfico da tensão alternada senoidal.

62 A tensão varia desde zero até um valor máximo positivo V1, no


tempo t1, e depois começa a decair até o valor zero, atingido no
tempo t2. Cresce novamente, em sentido contrário, até um valor
máximo negativo –V1, no tempo t3, e decai mais uma vez até zero,
no tempo t4.

Um conjunto completo de valores positivos é chamado de ciclo


(intervalo de 0 a t4). O número de ciclos desenvolvidos em um
segundo é chamado de freqüência (f), cuja unidade é hertz (Hz).

Em quase todas as cidades do mundo, a energia elétrica é fornecida


pelas concessionárias e utilizada pelas indústrias e residências sob
forma de tensão alternada senoidal. A freqüência do sistema
elétrico brasileiro é de 60Hz, ou seja, 60 ciclos por segundo. Isso
equivale a dizer que a corrente elétrica muda de sentido 120 vezes
em 1 segundo. Em alguns países, como o Paraguai, por exemplo, a
freqüência é de 50Hz.

Embora a corrente alternada mais comum seja a senoidal, já que


é a forma de onda de saída dos geradores das concessionárias
e indústrias, a definição de corrente alternada não se restringe
à corrente senoidal. Por definição, corrente alternada é aquela
que sofre variações periódicas no seu sentido. Assim, a onda de

RESERVADO
Capítulo 2. Corrente elétrica

corrente (e de tensão) alternada pode ter formas variadas, como por


exemplo as mostradas na ilustração a seguir:

Tensão (V) Tensão (V)

Tempo Tempo

Exemplos de tensão alternada não senoidal.

IMPORTANTE!

Conforme o comportamento da tensão, tem-se os


diferentes tipos de tensão: senoidal, quadrada,
triangular, pulsante etc.
Dessas, a senoidal é a de maior interesse, pois é a 63
tensão que é gerada nas usinas e a que alimenta as
indústrias e residências.

O período (T) da onda é definido como o tempo necessário para a


realização de um ciclo completo, ou seja, é o inverso da freqüência e
é medido em segundos. Em um sistema de 60Hz, o período será:

T = 1 / f ⇒ T = 1/60 ⇒ T = 0,1667s = 16,67ms

A intensidade da corrente senoidal em função do tempo é dada por:

i = Imax sen t em que Imax e são constantes.

É possível transformar uma corrente alternada em corrente contínua


através de um equipamento chamado retificador. A tensão de saída
do retificador é contínua, mas não necessariamente constante ao
longo do tempo. Pode ser uma corrente contínua pulsante.

RESERVADO
Alta Competência

É possível transformar, também, corrente contínua em corrente


alternada através de um equipamento chamado inversor. A tensão
de saída do inversor é alternada, mas não necessariamente senoidal.

2.3. Intensidade de corrente

A ilustração a seguir representa um fio condutor no qual foi


estabelecida uma corrente elétrica (está sendo considerada a corrente
convencional). Considerando uma seção S qualquer do condutor,
denomina-se intensidade de corrente a quantidade de carga ∆Q que
passa por essa seção num determinado intervalo de tempo ∆).

Assim, a intensidade da corrente elétrica i é definida pela equação:

i = ∆Q / ∆t

64

A corrente elétrica é definida como a quantidade de carga


que passa através da seção reta de um condutor em um
determinado intervalo de tempo.

A unidade de corrente no Sistema Internacional


(SI) é Coulomb por segundo (1C/s). Essa unidade é
denominada 1 ampère (1A) em homenagem ao físico
francês André-Marie Ampère (1775-1836).

RESERVADO
Capítulo 2. Corrente elétrica

2.4. Exercícios

1) Relacione os conceitos apresentados na coluna da direita com as


definições listadas na coluna da esquerda:

(1) Corrente contínua ( ) O sentido do campo elétrico


estabelecido no condutor varia
ao longo do tempo.
(2) Corrente alternada ( ) As cargas se deslocam sempre
em um mesmo sentido ao
longo do condutor.
(3) Corrente elétrica ( ) É a quantidade de carga
que passa em uma seção do
condutor em um determinado
intervalo de tempo.
(4) Intensidade de ( ) É o movimento ordenado de 65
corrente elétrons através de um condu-
tor sujeito a uma diferença de
potencial.

2) Coloque verdadeiro (V) ou falso (F) nas afirmativas a seguir:

( ) Na fonte de tensão alternada, o campo elétrico aplicado ao


condutor não muda o sentido.
( ) Na fonte de tensão contínua, a polaridade de seus terminais
não varia ao longo do tempo.
( ) Nos circuitos de corrente contínua, a corrente pode
sofrer alterações no seu valor, mesmo tendo sempre o
mesmo sentido.
( ) Fonte de tensão alternada pode ser definida como aquela
em que a polaridade de seus terminais é invariável ao longo
do tempo.
( ) Na fonte de tensão alternada o sentido da corrente sofre
inversões periodicamente.
( ) Na fonte de tensão contínua o campo elétrico aplicado ao
condutor possui sempre o mesmo sentido.

RESERVADO
Alta Competência

3) Correlacione os gráficos com os tipos de tensão:

Tensão (V)

Tensão alternada
1 ( )
Tempo Tempo senoidal

Tensão (V) Tensão (V)

Tensão alternada
2 ( )
Tempo triangular Tempo

Tensão alternada
3 ( )
quadrada
66

4) Considerando as afirmativas a seguir:

I) Não é possível transformar corrente contínua em alternada ou


alternada em contínua.

II) É possível supor que qualquer corrente elétrica seja representada


apenas por cargas positivas (corrente convencional).

III) A corrente convencional pressupõe que o movimento de uma


carga negativa não pode equivaler ao movimento de uma carga
positiva de mesmo valor.

IV) A intensidade da corrente elétrica é definida pela equação


que determina a quantidade de carga que passa por uma
determinada seção de um condutor, em um determinado
intervalo de tempo.

Analisando as afirmativas, podemos concluir que:

( ) apenas a afirmativa II está correta.


( ) apenas a afirmativa IV está correta.
( ) apenas as afirmativas III e IV estão corretas.
( ) apenas as afirmativas II e IV estão corretas.

RESERVADO
Capítulo 2. Corrente elétrica

2.5. Glossário
CA - Corrente alternada - corrente elétrica cuja magnitude e direção da corrente
varia ciclicamente, ao contrário da corrente contínua cuja direção permanece
constante e que possui pólos positivo e negativo definidos.

CC - Corrente contínua - fluxo constante e ordenado de elétrons sempre em uma


mesma direção.

Elétron livre - elétron das órbitas mais externas de um átomo, porém não ligado a
ele, que adquire a capacidade de se movimentar livremente.

Inversor - dispositivo capaz de converter um sinal elétrico CC (corrente contínua)


em um sinal elétrico CA (corrente alternada).

Retificador - dispositivo que permite que uma tensão ou corrente alternada


(normalmente senoidal) seja retificada, sendo transformada em contínua.

Senoidal - relativo à senóide; matemática curva plana que representa as variações


do seno quando o arco varia.
67

RESERVADO
Alta Competência

2.6. Bibliografia
DINIZ, Helena. Noções Básicas de Eletricidade. Apostila 1 - Eletricidade Básica. Rio
de Janeiro: Petrobras, 2005.

68

RESERVADO
Capítulo 2. Corrente elétrica

2.7. Gabarito
1) Relacione os conceitos apresentados na coluna da direita com as definições
listadas na coluna da esquerda:

(1) Corrente contínua (2) O sentido do campo elétrico estabe-


lecido no condutor varia ao longo do
tempo.

(2) Corrente alternada (1) As cargas se deslocam sempre em um


mesmo sentido ao longo do condutor.

(3) Corrente elétrica (4) É a quantidade de carga que passa


em uma seção do condutor em um
determinado intervalo de tempo.

(4) Intensidade de corrente (3) É o movimento ordenado de elé-


trons através de um condutor sujeito
a uma diferença de potencial.

2) Coloque verdadeiro (V) ou falso (F) nas afirmativas a seguir: 69


(F) Na fonte de tensão alternada, o campo elétrico aplicado ao condutor não
muda o sentido.
Justificativa: O campo elétrico também muda o sentido periodicamente.
(V) Na fonte de tensão contínua, a polaridade de seus terminais não varia ao
longo do tempo.

(V) Nos circuitos de corrente contínua, a corrente pode sofrer alterações no


seu valor, mesmo tendo sempre o mesmo sentido.

(F) Fonte de tensão alternada pode ser definida como aquela em que a pola-
ridade de seus terminais é invariável ao longo do tempo.
Justificativa: A polaridade de seus terminais varia periodicamente ao longo
do tempo.
(V) Na fonte de tensão alternada o sentido da corrente sofre inversões perio-
dicamente.

(V) Na fonte de tensão contínua o campo elétrico aplicado ao condutor pos-


sui sempre o mesmo sentido.

RESERVADO
Alta Competência

3) Correlacione os gráficos com os tipos de tensão:

Tensão (V)

1 (3) Tensão alternada senoidal


Tempo Tempo

Tensão (V) Tensão (V)

2 (1) Tensão alternada triangular


Tempo Tempo

3 (2) Tensão alternada quadrada

70

4) Considerando as afirmativas a seguir:

I) Não é possível transformar corrente contínua em alternada ou alternada


em contínua.

II) É possível supor que qualquer corrente elétrica seja representada apenas por
cargas positivas (corrente convencional).

III) A corrente convencional pressupõe que o movimento de uma carga negativa


não pode equivaler ao movimento de uma carga positiva de mesmo valor.

IV) A intensidade da corrente elétrica é definida pela equação que determina a


quantidade de carga que passa por uma determinada seção de um condutor, em
um determinado intervalo de tempo.

Analisando as afirmativas, podemos concluir que:

( ) apenas a afirmativa II está correta.

( ) apenas a afirmativa IV está correta.

( ) apenas as afirmativas III e IV estão corretas.

(X) apenas as afirmativas II e IV estão corretas.

RESERVADO
Capítulo 3
Resistência
elétrica

Ao final desse capítulo, o treinando poderá:

• Descrever o conceito de resistência elétrica;


• Identificar os fatores que determinam a resistência elétrica
de um condutor;
• Distinguir associações de resistências em série e em paralelo;
• Calcular a resistência de determinado circuito elétrico.

RESERVADO
Alta Competência

72

RESERVADO
Capítulo 3. Resistência elétrica

3. Resistência elétrica

S
empre que se aplica uma diferença de potencial V às extremidades
de um condutor, uma corrente elétrica i passa através dele.
As cargas móveis (elétrons livres) que constituem a corrente
elétrica realizam colisões contra os átomos ou moléculas do condutor,
havendo, então, uma oposição oferecida pelo condutor à passagem
da corrente elétrica através dele.

Essa oposição é chamada de resistência elétrica R.

IMPORTANTE!

Resistência elétrica é a oposição oferecida pelo


condutor à passagem da corrente através dele.
73
É fácil percebermos que a corrente elétrica através do condutor
dependerá da oposição oferecida a sua passagem, ou seja, dependerá
da resistência do condutor.

A resistência R é definida por:

R=V/i

Para um dado valor de tensão V, quanto menor for o valor da corrente


i, maior será o valor de R, isto é, maior será a oposição oferecida pelo
condutor à passagem de corrente através dele.

A unidade de resistência elétrica no Sistema


Internacional é Volt por Ampère (1V/A). Essa unidade
é denominada 1ohm (1Ω), em homenagem ao físico
alemão George Ohm (1787-1854).

RESERVADO
Alta Competência

A equação de definição de resistência também pode ser escrita de


outra forma:

V=R*i

Ou seja, a queda de tensão em uma resistência é igual ao produto da


resistência pela corrente que passa por ela. A seguir, você irá aprender
um pouco mais sobre resistência elétrica.

3.1. Fatores que determinam a resistência elétrica de um condutor

A resistência elétrica de um condutor depende de três fatores:

a) Comprimento:

74 Quanto maior o comprimento L do condutor, maior a sua


resistência, ou seja, a resistência é diretamente proporcional ao
comprimento do condutor: R α L;

b) Área da seção reta:

Quanto maior a área A da seção reta do condutor, menor a sua


resistência, ou seja, a resistência é inversamente proporcional à
área da seção reta do condutor: R α 1/A;

c) Material do qual é formado:

Cada material possui uma característica própria de oposição


à passagem da corrente elétrica, denominada resistividade
elétrica ρ. Quanto maior for a resistividade do material, maior
será a resistência elétrica do condutor, ou seja, a resistência é
diretamente proporcional à resistividade: R α ρ.

Das afirmações acima, surge a seguinte expressão: R = ρ*L/A

RESERVADO
Capítulo 3. Resistência elétrica

ATENÇÃO

No Sistema Internacional, as unidades das grandezas


acima são:
R: ohm (Ω)
ρ: resistividade (Ω.m)
L: metro (m)
A: área (m2)

Bons condutores de eletricidade possuem baixos valores


de resistividade, enquanto os isolantes elétricos possuem
resistividade elevada.

• Contrariando uma crença popular, a resistividade 75


elétrica do ouro é maior do que a da prata e do
cobre, ou seja, o ouro não é um melhor condutor de
eletricidade do que esses materiais. O que acontece é
que o ouro é mais resistente à corrosão;

• A prata e o cobre são mais propensos à corrosão


do que o ouro e, nesse caso, há formação
de óxidos metálicos em sua superfície. Estes
óxidos são compostos isolantes, o que aumenta,
consideravelmente, a resistência elétrica dos
contatos. Por isso, para aplicações em que é
necessário que a qualidade do contato elétrico não
seja diminuída ao longo do tempo, deve-se utilizar
ouro em vez da prata ou cobre.

A tabela a seguir apresenta as resistividades de alguns materiais.


Note que todos os valores apresentados são muito baixos, o que
nos permite concluir que esses materiais são bons condutores.
Além disso, todas as substâncias da tabela são metálicas.

RESERVADO
Alta Competência

Resistividade à temperatura ambiente


Material ρ (Ω.m)
Alumínio 2,6 x 10-8
Cobre 1,7 x 10-8
Ouro 2,44 x 10-8
Níquel-cromo 100 x 10-8
Chumbo 22 x 10-8
Ferro 10 x 10-8
Mercúrio 94 x 10-8
Prata 1,59 x 10-8
Tungstênio 5,5 x 10-8

3.2. Variação da resistência de um condutor

A resistência R de um condutor também varia em função da sua


temperatura, de acordo com a expressão: R1 = R0 [1 + α (t1 –t0)]

76 Onde:

R1: resistência (Ω) na temperatura t1

R0: resistência (Ω) na temperatura t0

α: coeficiente de temperatura (ºC-1) para a temperatura t0

t1 e t0: temperaturas final e inicial (ºC)

Para o cobre, α = 0,0039ºC-1 a 0ºC e 0,004ºC-1 a 20ºC

3.3. Lei de Ohm

Aplicando-se uma tensão em um condutor, circulará por ele uma


corrente elétrica. Dependendo da variação do valor da tensão
aplicada, o valor da corrente também irá se modificar.

Por exemplo:

• Uma tensão V1 provoca uma corrente i1;


• Uma tensão V2 provoca uma corrente i2;
• Uma tensão V3 provoca uma corrente i3.
RESERVADO
Capítulo 3. Resistência elétrica

Após realizar várias experiências medindo tensões e correntes em


diversos condutores de substâncias diferentes, o cientista alemão
George Ohm concluiu, no século XIX, que para muitos materiais,
principalmente os metais, a relação entre a tensão e a corrente
mantinha-se constante, isto é:

V1 / i1 = V2 / i2 = V3 / i3 = ...

Ou seja:

V / i = constante

Como V / i representa a resistência R do condutor, Ohm concluiu que


aqueles condutores tinham a resistência constante. Esse estudo ficou
conhecido como a lei de Ohm.

77
IMPORTANTE!

LEI de OHM
Para um grande número de condutores, principalmente
os metais, o valor da resistência permanece constante,
não dependendo da tensão aplicada ao condutor.

Os condutores que obedecem a essa lei são denominados


condutores ôhmicos. Porém, existem materiais que não obedecem
à lei de Ohm. Isto é, modificando-se a tensão aplicada a um corpo
feito com material desse tipo, altera-se, também, o valor da sua
resistência. Isto acontece porque a resistividade do material é
alterada pela modificação na tensão.

A expressão V = R * i é válida para qualquer condutor, que obedeça


ou não à lei de Ohm. Se o condutor for ôhmico, o valor de R nessa
expressão será sempre o mesmo. Por outro lado, para um condutor
não ôhmico, o valor de R irá variar de acordo com a tensão aplicada.

RESERVADO
Alta Competência

3.4. Associação de resistências

Vivemos hoje cercados de inúmeras redes elétricas em casa,


no trabalho, nas ruas. A eletricidade é imprescindível para
o funcionamento de máquinas, equipamentos, sistemas etc.
As instalações elétricas utilizam tecnologia em constante
aperfeiçoamento para tornar a eletricidade cada dia mais fácil de
ser utilizada, mais eficiente e mais segura.

Dessa forma, desde a geração até os circuitos terminais de


utilização para iluminação, motores e equipamentos, estamos
falando de instalações elétricas. Nesse contexto, as resistências
estão presentes para estabelecer o valor adequado da tensão dos
circuitos, limitar a corrente, constituir-se em uma carga, iluminar e
aquecer ambientes e equipamentos.

78 3.4.1. Associação em série

Nesse tipo de associação, as resistências são ligadas uma em seguida


da outra, conforme a ilustração a seguir:

R1

A B R2

i √

C
D
C R3

i
D

Associação de resistências em série.

a) Características das associações de resistências em série:

• É fácil perceber que a corrente que circula em todas as


resistências é a mesma, uma vez que só existe um caminho
para a corrente;

RESERVADO
Capítulo 3. Resistência elétrica

• A queda de tensão em cada resistência é igual ao produto da


corrente pela respectiva resistência, ou seja:

VAB = R1 * i; VBC = R2 * i; VCD = R3 * i

• a queda de tensão total é igual à soma das quedas de tensão


em cada resistência, ou seja:

V = VAD = VAB + VBC + VCD

V = R1 * i + R2 * i + R3 * i

V = (R1 + R2 + R3) * i

• Da última sentença acima, pode-se concluir que é possível


substituir as resistências R1, R2 e R3 por uma única resistência,
que causaria a mesma corrente total no circuito. Essa resistência 79
é chamada resistência equivalente da associação. Então, no
circuito em série, a resistência equivalente é igual à soma das
resistências individuais, ou seja:

Req = R1 + R2 + R3 + R4 + ...

• Se houver interrupção (“queima”) de qualquer uma das


resistências, será interrompido o caminho para passagem da
corrente elétrica, que cessará imediatamente. Assim, numa
ligação de várias lâmpadas em série, bastará que uma se queime
para que todas se apaguem.

b) Exemplo de associação em série:

• Lâmpadas de iluminação de árvores de natal.

3.4.2. Associação em paralelo

Neste tipo de associação, as resistências são ligadas entre dois pontos.


Observe a ilustração a seguir:

RESERVADO
Alta Competência

i
R2 R3
√ B
R1
A i1 i2 i3

Associação de resistências em paralelo.

a) Características das associações de resistências em paralelo:

• É fácil perceber que existe mais de um caminho para a corrente,


de forma que a corrente total se divida por cada uma das
resistências. Assim: i = i1 + i2 + i3 + ...;

• A queda de tensão é a mesma em todas as resistências;


80

• Da fórmula VAB = R * i, é possível calcular a corrente em


cada resistência:

i1 = VAB / R1

i2 = VAB / R2

i3 = VAB / R3

• Das fórmulas acima, conclui-se que a corrente será


inversamente proporcional às resistências, ou seja, a
resistência de menor valor será percorrida pela corrente de
maior intensidade e vice-versa;

• A corrente total do circuito é:

i = i1 + i2 + i3

i = VAB / R1 + VAB / R2 + VAB / R3

RESERVADO
Capítulo 3. Resistência elétrica

• Trabalhando matematicamente a equação acima, deduz-se


que a resistência equivalente do circuito em paralelo é dada
pela expressão:

1 / Req=1 / R1 + 1 / R2 + 1 / R3 + ...

• Se houver interrupção (queima) de qualquer uma das


resistências, o caminho das demais não será interrompido,
de forma que a corrente nas demais resistências não irá se
alterar. Porém, a corrente total do circuito irá diminuir, já
que a corrente correspondente à resistência queimada será
interrompida. Pode-se concluir, então, que a resistência
equivalente do circuito será maior. Logo, quanto maior o
número de resistências em paralelo, menor a resistência
equivalente e maior a corrente total do circuito;

• A resistência equivalente de uma associação em paralelo é 81


sempre menor que a menor das resistências.

b) Exemplos de associação em paralelo:

• Praticamente todos os sistemas elétricos – residências,


indústrias, faróis de automóveis etc.

3.4.3. Associação em série e em paralelo: exemplo numérico

É possível associar as resistências de forma que algumas fiquem ligadas


em série e outras em paralelo, como mostra a ilustração a seguir:

A R1 B A R1 B
i 1 i 1

12V i1 R2 i2 R3 i3 R4 V i Req
2 3 6 1
i R6 R5 i R6 R5
E 1 D 3 C E 1 D 3 C
(a) (b)
(a) associação série paralelo; (b) resistência equivalente (Req’)
das resistências em paralelo.

RESERVADO
Alta Competência

Exercício resolvido:

O caminho mais fácil para resolver o circuito acima é:

1º) Calcular a resistência equivalente do circuito.

A tarefa fica mais fácil se for feita em duas etapas: primeiro calcula-
se a resistência equivalente (Req’) das resistências em paralelo,
somando-a com as demais resistências em série.

Logo:

1/Req’ = 1 / R2 + 1 / R3 + 1 / R4
1 / Req’ = 1/2 + 1/3 + 1/6
1 = 3+2+1
82 Req ‘ 6
1 / Req’ = 1/1
Req’ = 1Ω

A resistência equivalente total será:

Req = 1 + 1 + 1 + 3 = 6Ω

2º) Calcular a corrente total do circuito.

i = V / Req = 12/6 ⇒ i = 2A

3º) Calcular as quedas de tensão em cada trecho.

VAB = R1 * i = 1 * 2 = 2V
VBC = Req’ * i = 1 * 2 = 2V
VCD = R5 * i = 3 * 2 = 6V
VDE = R6 * i = 1 * 2 = 2V
Observação: VAB + VBC + VCD + VDE =2 + 2 + 6 + 2 = 12V

RESERVADO
Capítulo 3. Resistência elétrica

4º) Calcular as correntes i1, i2 e i3.

i1 = VBC / R2 = 2 / 2 = 1A
i2= VBC / R3 = 2 / 3 = 0,67A
i3= VBC / R4 = 2 / 6 = 0,33A
Observação: i1 + i2 + i3 = 1 + 0,67 + 0,33 = 2A = i

RESUMINDO...

Fórmulas e expressões:

Circuito elétrico simples: VAB = R * i

A resistência R é definida por: R = V/ i


83
• A resistência é diretamente proporcional ao
comprimento do condutor: R α L;

• A resistência é inversamente proporcional à


área da seção reta do condutor: R α 1/A;

• A resistência é diretamente proporcional à


resistividade: R α ρ.

Dessas três últimas afirmações surge a seguinte


expressão: R = ρ* L/A

RESERVADO
Alta Competência

RESUMINDO...

A resistência R de um condutor também varia


em função da sua temperatura, de acordo com a
expressão: R1 = R0 [1 + α (t1 –t0)]

Lei de Ohm: para um grande número de condutores,


a relação entre a tensão e a corrente mantém-se
constante: V1 / i1 = V2 / i2 = V3 / i3 = ...

Ou seja: V / i = constante

A expressão V = R i é válida para qualquer condutor


que obedeça ou não à lei de Ohm.

Circuito série: a queda de tensão em cada resistência


84 é igual ao produto da corrente pela respectiva
resistência, ou seja: VAB = R1 * i; VBC = R2 * i; VCD = R3 * i

A queda de tensão total é igual à soma das quedas de


tensão em cada resistência, ou seja:

V = VAD = VAB + VBC + VCD

V = R1 * i + R2 * i + R3 * i

V = (R1 + R2 + R3) * i

A resistência equivalente é igual à soma das resistências


individuais, ou seja: Req = R1 + R2 + R3 + R4 + ...

Circuito paralelo: existe mais de um caminho para a


corrente, de forma que a corrente total se divide por
cada uma das resistências.

RESERVADO
Capítulo 3. Resistência elétrica

RESUMINDO...

Da fórmula VAB = R * i, é possível calcular a corrente


em cada resistência:

i1 = VAB / R1

i2 = VAB / R2

i3 = VAB / R3

A corrente total do circuito é:

i = i1 + i2 + i3

i = VAB / R1 + VAB / R2 + VAB / R3


85
A resistência equivalente do circuito em paralelo é
dada pela expressão: 1 / Req=1 / R1 + 1 / R2 + 1 / R3 + ...

Lembrando que:

Área (A);

Comprimento (L).

RESERVADO
Alta Competência

3.5. Exercícios

1) Coloque verdadeiro (V) ou falso (F) nas afirmativas a seguir:

( ) Não é possível associar as resistências de forma que algumas


fiquem ligadas em série e outras em paralelo.
( ) Numa associação em paralelo, a queda de tensão é a
mesma em todas as resistências.
( ) Os fatores que determinam a resistência de um condutor
são o seu comprimento, a área de seção reta e o material
do qual é formado.
( ) O valor da resistência permanece constante para os metais,
dependendo da tensão aplicada ao condutor.
( ) Resistência elétrica é a oposição oferecida pelo condutor à
passagem da corrente através dele.
86
2) Em relação à resistência elétrica, considere as seguintes afirmativas:

I) A resistência é inversamente proporcional ao comprimento


do condutor.

II) A resistência é diretamente proporcional à área da seção


reta do condutor.

III) A resistência de um condutor também varia em função da


sua temperatura.

Observando-se as afirmativas, conclui-se que:

( ) Somente a I está correta.


( ) Somente a II está correta.
( ) Somente a III está correta.
( ) I e II estão corretas.
( ) I e III estão corretas.

RESERVADO
Capítulo 3. Resistência elétrica

3) Vinte lâmpadas de uma árvore de natal são ligadas em série.


Numerando estas lâmpadas de 1 a 20 e supondo que a 13ª
lâmpada queime:

( ) Todas queimam.
( ) Ficam acesas apenas as lâmpadas de 1 a 12ª.
( ) Somente a 12ª lâmpada apaga.
( ) Somente as lâmpadas de 14ª a 20ª ficam acesas.
( ) Todas apagam.

4) Identifique cada tipo de associação de resistências aos seus


conceitos e/ou características:

( ) As resistências são ligadas


uma em seguida da outra.

1 Associação em série ( ) A resistência de menor valor 87


será percorrida pela corrente de
maior intensidade e vice-versa.
2 Associação em paralelo ( ) A queda de tensão total é
igual à soma das quedas de
tensão em cada resistência.

5) Calcule a resistência equivalente ao circuito apresentado a seguir:

A R1 B A R1 B
i 1 i 1

12V i1 R2 i2 R3 i3 R4 V i Req
2 3 6 1
i R6 R5 i R6 R5
E 1 D 3 C E 1 D 3 C
(a) (b)

RESERVADO
Alta Competência

3.6. Glossário
Condutor ôhmico - condutor que obedece à lei de Ohm, como por exemplo,
o cobre. É também chamado de condutor linear. Em um condutor ôhmico, a
resistência não depende do valor da intensidade da corrente que o percorre ou
da diferença de potencial.

Elétron livre - elétron das órbitas mais externas de um átomo, porém não ligados a
ele, que adquire a capacidade de se movimentar livremente.

Isolante - material que não permite o fluxo de eletricidade.

Resistência - quociente de uma diferença de potencial aplicada às extremidades de


um condutor pela intensidade da corrente que ela produz quando o condutor não
é dotado de força eletromotriz.

Resistividade - característica própria de cada material em se opor à passagem de


corrente elétrica.

88

RESERVADO
Capítulo 3. Resistência elétrica

3.7. Bibliografia
DINIZ, Helena. Noções Básicas de Eletricidade. Apostila 1 - Eletricidade Básica. Rio
de Janeiro: Petrobras, 2005.

89

RESERVADO
Alta Competência

3.8. Gabarito
1) Coloque verdadeiro (V) ou falso (F) nas afirmativas a seguir:

(F) Não é possível associar as resistências de forma que algumas fiquem ligadas
em série e outras em paralelo.
Justificativa: Ao contrário do que se afirma, é possível associar as
resistências de forma que algumas fiquem ligadas em série e outras em
paralelo.
(V) Numa associação em paralelo, a queda de tensão é a mesma em todas as
resistências.
(V) Os fatores que determinam a resistência de um condutor são o seu
comprimento, a área de seção reta e o material do qual é formado.

(F) O valor da resistência permanece constante para os metais, dependendo


da tensão aplicada ao condutor.
Justificativa: O valor da resistência permanece constante, independente
da tensão aplicada ao condutor.
(V) Resistência elétrica é a oposição oferecida pelo condutor à passagem da
corrente através dele.
90
2) Em relação à resistência elétrica, considere as seguintes afirmativas:

I) A resistência é inversamente proporcional ao comprimento do condutor.

II) A resistência é diretamente proporcional à área da seção reta do condutor.

III) A resistência de um condutor também varia em função da sua temperatura.

Observando-se as afirmativas, conclui-se que:

( ) Somente a I está correta.

( ) Somente a II está correta.

(X) Somente a III está correta.

( ) I e II estão corretas.

( ) I e III estão corretas.

3) Vinte lâmpadas de uma árvore de natal são ligadas em série. Numerando estas
lâmpadas de 1 a 20 e supondo que a 13ª lâmpada queime:

( ) Todas queimam.

( ) Ficam acesas apenas as lâmpadas de 1 a 12ª.

( ) Somente a 12ª lâmpada apaga.

( ) Somente as lâmpadas de 14ª a 20ª ficam acesas.

(X) Todas apagam.

RESERVADO
Capítulo 3. Resistência elétrica

4) Identifique cada tipo de associação de resistências aos seus conceitos


e/ou características:

(1) As resistências são ligadas uma em seguida


da outra.

1 Associação em série (2) A resistência de menor valor será


percorrida pela corrente de maior
intensidade e vice-versa.
2 Associação em paralelo (1) A queda de tensão total é igual à soma das
quedas de tensão em cada resistência.

5) Calcule a resistência equivalente ao circuito apresentado a seguir:

A R1 B A R1 B
i 1 i 1

12V i1 R2 i2 R3 i3 R4 V i Req
2 3 6 1
i R6 R5 i R6 R5
E 1 D 3 C E 1 D 3 C
(a) (b) 91

Solução:
1/Req’ = 1 / R2 + 1 / R3 + 1 / R4
1 / Req’ = 1/2 + 1/3 + 1/6
1 = 3+2+1
Req ‘ 6
1 / Req’ = 1/1
Req’ = 1Ω

A resistência equivalente total será:


Req’ = 1 + 1 + 1 + 3 = 6Ω

RESERVADO
RESERVADO
Capítulo 4
Potência e
energia elétrica

Ao final desse capítulo, o treinando poderá:

• Reconhecer os conceitos de conversão de energia e


potência elétrica;
• Determinar a potência elétrica de um aparelho e os
valores de consumo de energia elétrica.

RESERVADO
Alta Competência

94

RESERVADO
Capítulo 4. Potência e energia elétrica

4. Potência e energia elétrica

O
s aparelhos elétricos, de modo geral, são dispositivos que
transformam energia elétrica em outra forma de energia.
Em um motor elétrico, por exemplo, a energia elétrica é
transformada em energia mecânica de rotação. Em um aquecedor, a
energia elétrica é transformada em calor.

Em uma lâmpada fluorescente, a energia elétrica é transformada em


energia luminosa e assim por diante.

Ao ligarmos um equipamento elétrico a um gerador de energia


elétrica, uma corrente elétrica passa por esse equipamento, sempre
do ponto de maior potencial (energia) para o de menor potencial
(energia). Isto significa que as cargas perdem energia elétrica ao
passar pelo equipamento, embora a energia não desapareça, pois 95
é transferida ao aparelho sob outra forma de energia: mecânica,
térmica, luminosa etc.

4.1. Potência e energia

A potência desenvolvida por um aparelho é dada pela equação: P = V * i

Onde:

P: potência desenvolvida pelo aparelho em watt (W);

V: diferença de potencial (tensão) aplicada nos terminais


do aparelho (V);

i: corrente elétrica que percorre o aparelho (A).

Não há muita diferença entre energia e trabalho, ambos são expressos


nas mesmas unidades.

Energia leva em conta o tempo gasto na realização do trabalho.

RESERVADO
Alta Competência

Potência é igual a energia desenvolvida por unidade de tempo,


ou seja:

P=E/t

Portanto, para calcular a quantidade de energia consumida em um


dado intervalo de tempo, basta multiplicar a potência desenvolvida
pelo tempo considerado.

Sendo o watt a unidade de potência, um watt usado durante um


segundo é igual ao trabalho de um joule ou um watt é igual a
um joule por segundo. Apesar de ser a medida correta no Sistema
Internacional, a energia é tratada como potência X tempo. A energia
elétrica comercializada pelas concessionárias de energia e faturada
mensalmente aos consumidores é medida em Watt-hora ou kWh.

96 4.2. Efeito Joule

Sempre que uma corrente elétrica passa por uma resistência, toda
energia consumida é transformada em energia térmica, isto é, a
resistência se aquece, podendo-se observar uma transferência de
calor do resistor para o meio ambiente.

Este fenômeno foi estudado no século XIX pelo cientista


James Joule e, em sua homenagem, é denominado
efeito Joule.

No Sistema Internacional, a unidade de energia elétrica é o Joule (J),


mas, no dia a dia, usamos o quilowatt hora (kWh). Então:

S.I. Uso na
prática
Joule (J) (kWh)

Conversão
1kWh = 3.600.000 J = 3,6 x 106J

RESERVADO
Capítulo 4. Potência e energia elétrica

A expressão geral da potência elétrica é:

P = V * i (eq. a)

Porém, para um resistor:

V = R * i (eq. b)

Substituindo V na equação (a), tem-se:

P=R*i*i , ou seja: P = R * i2

IMPORTANTE!

O efeito Joule consiste na transformação de energia 97


elétrica em energia térmica (calor) em uma resistência
percorrida por uma corrente elétrica.

Sendo R o valor da resistência, VAB a tensão nela aplicada e i a corrente


que a percorre, a potência desenvolvida, por efeito Joule, pode ser
calculada pelas expressões:

P = VAB * i ou P = R * i2

Todos os dispositivos elétricos utilizados para


aquecimento são baseados no efeito Joule. Consistem,
essencialmente, em uma resistência que se aquece ao
ser percorrida por uma corrente. Exemplos: chuveiro,
ferro elétrico, forno elétrico etc.

RESERVADO
Alta Competência

As lâmpadas incandescentes possuem os filamentos geralmente


feitos de tungstênio, um metal cujo ponto de fusão é muito
elevado. Assim, esses filamentos, ao serem percorridos por uma
corrente elétrica, se aquecem e podem alcançar altas temperaturas
(cerca de 2.500ºC), tornando-se incandescentes e emitindo grandes
quantidades de luz.

Os fusíveis são dispositivos usados para limitar a corrente que passa


em um circuito elétrico, de modo a garantir a segurança das pessoas e
das instalações. São constituídos por um filamento metálico que tem
baixo ponto de fusão. Assim, quando a corrente que passa pelo fusível
ultrapassa um certo valor, próprio de cada fusível, o calor gerado
pelo efeito Joule provoca a fusão do filamento, interrompendo a
passagem de corrente.

IMPORTANTE!
98
O efeito Joule torna-se impróprio quando o objetivo é
utilizar a energia elétrica para outro fim que não seja
o aquecimento.

Exemplos:

• Para levar energia elétrica de um ponto a outro é preciso


utilizar fios condutores, mas, como se sabe, a resistência
desses condutores não é nula. Desse modo, parte da energia
elétrica será dissipada sob forma de calor por efeito Joule,
inevitavelmente. Como esse calor não é aproveitado, pode-se
dizer que essa energia é desperdiçada. Assim, parte da energia
elétrica gerada nas usinas é perdida sob forma de calor nas linhas
de transmissão, de distribuição e nos condutores no interior das
residências e das indústrias;

• O objetivo de um motor elétrico é transformar energia


elétrica em energia mecânica de rotação. Porém, no interior
do motor existem enrolamentos de cobre que possuem uma
certa resistência elétrica. Dessa forma, sempre haverá dissipação
de calor no motor, efeito duplamente indesejável, pois, além
de desperdiçar energia, provoca fadiga nos componentes e
isolamentos do motor.

RESERVADO
Capítulo 4. Potência e energia elétrica

IMPORTANTE!

Um bom projeto elétrico consiste, portanto, em


garantir que a resistência elétrica dos condutores
e equipamentos fique num patamar técnica e
economicamente aceitável, ou seja, causando a menor
perda por efeito Joule possível.

RESUMINDO...

Fórmulas e expressões:

A potência desenvolvida por um aparelho é dada


pela equação:
99
P=V*i

Potência é igual a energia desenvolvida por unidade


de tempo, ou seja:

P=E/t

A expressão geral da potência elétrica é:

P = V * i (eq. a)

Para um resistor a expressão é:

V = R * i (eq. b)

Substituindo V na equação (a), tem-se:

P=R*i*i

ou seja:

P = R * i2

RESERVADO
Alta Competência

RESUMINDO...

Sendo R o valor da resistência, VAB a tensão nela aplicada


e i a corrente que a percorre, a potência desenvolvida,
por efeito Joule, pode ser calculada pelas expressões:

P = VAB * i ou P = R * i2

Lembrando que:

i: corrente elétrica (A);

P: potência desenvolvida pelo aparelho (W);

R: Resistência (Ω);

100 V: diferença de potencial (V).

RESERVADO
Capítulo 4. Potência e energia elétrica

4.3. Exercícios

1) Complete:

a) Quando queremos calcular a quantidade de energia


consumida em um dado intervalo de tempo, _______________
_________________, pelo ________________________________.

b) No Sistema Internacional, a unidade de potência é _________e


a unidade de energia elétrica é _________mas, no dia-a-dia,
usamos ________________.

c) O efeito Joule consiste na transformação de uma corrente


elétrica que passa por uma resistência em _________________
_______________.

d) Sendo R_________________________,VAB ________________________,


e i _________________________, a potência desenvolvida, por efeito 101
Joule, pode ser calculada pelas expressões: P = VAB * i ou P = R * i2

2) Sabendo que a tensão elétrica de alimentação de um


condicionador de ar vale 120V e que ele tem uma potência de
710W (7.000BTU), determine sua corrente de operação e a energia
consumida em 22 dias, se ele permanece ligado 10 horas por dia.

_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________

RESERVADO
Alta Competência

3) O sistema de iluminação ambiente de um escritório é


composto por 6 lâmpadas incandescentes de potência de 60W
cada. Sabendo que uma lâmpada fluorescente compacta do
tipo eletrônica de 13W fornece o mesmo fluxo luminoso que
uma lâmpada de 60W, determine a energia elétrica poupada ao
final de 1 mês, sabendo que o escritório mantém a iluminação
funcionando durante 10 horas no dia, 22 dias no mês.

_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________

102

RESERVADO
Capítulo 4. Potência e energia elétrica

4.4. Glossário
Circuito elétrico - série ininterrupta de condutores da corrente elétrica.

Efeito Joule - consiste na transformação de energia elétrica em energia térmica


(calor) em uma resistência percorrida por uma corrente elétrica.

Resistência - quociente de uma diferença de potencial aplicada às extremidades de


um condutor pela intensidade da corrente que ela produz, quando o condutor não
é dotado de força eletromotriz.

103

RESERVADO
Alta Competência

4.5. Bibliografia
DINIZ, Helena. Noções Básicas de Eletricidade. Apostila 1 - Eletricidade Básica. Rio
de Janeiro: Petrobras, 2005.

104

RESERVADO
Capítulo 4. Potência e energia elétrica

4.6. Gabarito
1) Complete:

a) Quando queremos calcular a quantidade de energia consumida em um


dado intervalo de tempo, multiplicamos a potência desenvolvida, pelo
tempo considerado.

b) No Sistema Internacional, a unidade de potência é o watt (W) e a unidade


de energia elétrica é o Joule (J), mas, no dia a dia, usamos o quilowatt hora
(kWh).
c) O efeito Joule consiste na transformação de uma corrente elétrica que passa
por uma resistência em energia térmica (calor).

d) Sendo R o valor da resistência,VAB a tensão nela aplicada , e i a corrente que a


percorre, a potência desenvolvida, por efeito Joule, pode ser calculada pelas
expressões: P = VAB * i ou P = R * i2.

2) Sabendo que a tensão elétrica de alimentação de um condicionador de ar


vale 120V e que ele tem uma potência de 710W (7.000BTU), determine sua
corrente de operação e a energia consumida em 22 dias, se ele permanece
ligado 10 horas por dia. 105
A corrente de operação será calculada da seguinte forma:
P = V x i, onde (P) é a potência elétrica em Watt, (V) é a tensão elétrica em Volt e (i)
é a corrente elétrica do circuito. Dessa forma a corrente será:
i = P / V = 710 / 120 = 5,9A
A energia consumida diariamente será o produto da potência elétrica do aparelho
(710W) com o tempo que ele permanece ligado (10h). Dessa forma:
Energia diária = 710 x 10 = 7.100Wh ou 7,1kWh
Em 22 dias:
Energia mensal = 7,1 x 22 = 156,2kWh

RESERVADO
Alta Competência

3) O sistema de iluminação ambiente de um escritório é composto por 6


lâmpadas incandescentes de potência de 60W cada. Sabendo que uma
lâmpada fluorescente compacta do tipo eletrônica de 13W fornece o mesmo
fluxo luminoso que uma lâmpada de 60W, determine a energia elétrica
poupada ao final de 1 mês, sabendo que o escritório mantém a iluminação
funcionando durante 10 horas no dia, 22 dias no mês.

Cálculo da potência com as lâmpadas incandescentes de 60W


P inc = 6 x 60W = 360W
Calculando a energia consumida no mês:
Energia inc = 360W x 10h x 22 dias = 79.200Wh = 79,2kWh
Cálculo da potência com lâmpadas fluorescentes compactas de 13W
P flu = 6 x 13W = 78W
Calculando a energia consumida no mês:
Energia flu = 78W x 10h x 22 dias = 17.160 Wh = 17,16kWh
Energia elétrica poupada mensalmente:
E poup = Energia inc - Energia flu = 79,2kWh - 17,16kWh = 62,04kWh
Essa economia seria suficiente para custear aproximadamente 40% do consumo de
energia do condicionador de ar do exercício anterior.

106

RESERVADO
Capítulo 5
Noções de
circuitos
elétricos

Ao final desse capítulo, o treinando poderá:

• Conceituar circuitos elétricos;


• Identificar níveis de tensão e força eletromotriz;
• Relacionar os problemas mais recorrentes em sistemas
elétricos, identificando as medidas para evitá-los.

RESERVADO
Alta Competência

108

RESERVADO
Capítulo 5. Noções de circuitos elétricos

5. Noções de circuitos elétricos

U
m circuito elétrico é formado por uma série ininterrupta de
condutores da corrente elétrica. É constituído por, pelo menos,
uma fonte de energia elétrica (um gerador elétrico), uma
carga (receptora da energia) e por condutores elétricos (interligam
os aparelhos).

Gerador Circuito
Carga
elétrico elétrico

Um circuito elétrico mais simples pode ser representado por duas


lâmpadas, um interruptor e uma pilha de 4,5 volts conforme a imagem 109
a seguir:

Interruptor
Lâmpada
Lâmpada

Pilha de 4,5 volt

RESERVADO
Alta Competência

5.1. Níveis de tensão

A resistência dos condutores provoca dois dos principais problemas


nos sistemas elétricos: perdas por efeito Joule e queda de tensão
nos condutores (ver item 5.3.3 adiante).

Conclui-se, então, que os condutores devem ter a menor resistência


possível. Lembrando a equação da resistência R = ρ * L / A, é possível
imaginar algumas medidas para atingir esse objetivo:

a) Os condutores devem ter o menor comprimento possível, ou


seja, devem percorrer o menor caminho possível entre o ponto
de energia e o equipamento consumidor. Porém, devem ser
levados em consideração fatores como a segurança das pessoas e
as características da obra civil;

110 b) Os condutores devem ter a menor resistividade possível.


Para isso, devem ser usados materiais com baixa resistividade,
mas que permitam um retorno financeiro do investimento.
Por isso, em geral, são utilizados o cobre e o alumínio;

c) Os condutores devem ter a maior bitola possível. Mais uma


vez, devem ser considerados os fatores econômicos, de modo a
se encontrar um ponto satisfatório entre custo do cabo, queda
de tensão e efeito Joule provocado.

Todavia, dependendo da potência do sistema, as medidas acima não


são suficientes para minimizar os problemas causados pela resistência
dos condutores.

Uma análise das equações envolvidas permite encontrar uma outra


solução para o problema:

• Potência do sistema: (a) P = V * i


• Perda por efeito Joule nos (b) P = Rcondutor * i2
condutores:
• Queda de tensão no condutor: (c) Vcondutor = Rcondutor * i

RESERVADO
Capítulo 5. Noções de circuitos elétricos

As equações (b) e (c) indicam que existem duas maneiras de reduzir a


perda por efeito Joule e a queda de tensão no condutor: diminuir a
resistência do condutor ou diminuir a corrente do circuito. Quando a
primeira medida atinge o limite técnico, resta a segunda.

A equação P = V * i (a) indica que, para uma mesma potência, quanto


maior a tensão do sistema, menor será a sua corrente. Logo, para
reduzir a corrente do sistema basta aumentar a sua tensão.

Esse recurso é largamente utilizado nos sistemas elétricos.


Aumentar ou abaixar a tensão é relativamente simples nos
sistemas de corrente alternada, com o uso de um equipamento
chamado transformador, que você certamente já ouviu falar.

Os sistemas elétricos possuem vários níveis de tensão, definidos em


função de fatores envolvidos, tais como potência, custo da instalação,
segurança das pessoas, equipamentos etc. 111

Quanto maior a tensão do sistema, maior será o custo dos materiais


isolantes empregados nos equipamentos. As dimensões também
aumentam, pois são necessárias maiores distâncias entre os pontos
com potenciais diferentes (distâncias de isolamento), para não romper
a rigidez dielétrica do ar ou do meio isolante utilizado.

ATENÇÃO

Logicamente, a segurança das pessoas e das instalações


é muito importante. Quanto maior for o nível de
tensão, maior será o risco para as pessoas envolvidas.
Por isso, apenas o pessoal treinado e qualificado pode
operar sistemas com tensões elevadas.

RESERVADO
Alta Competência

Não existe uma padronização dos níveis de tensão. No Brasil, existem


diferenças entre as concessionárias. Entretanto, os dados a seguir
servem como orientação dos níveis mais comuns nas redes das
concessionárias do país:

Geração 13.800V (13,8kV) (média tensão)


Transmissão 230kV; 345kV; 500kV (alta tensão)
Subtransmissão 138kV (alta tensão)
Distribuição 69kV (alta tensão); 34,5kV; 13,8kV (média tensão)
Distribuição em baixa tensão 220/127V

Dependendo da potência consumida, as indústrias são alimentadas


em baixa, média ou alta tensão. Quando alimentadas em média ou
alta tensão, elas possuem transformadores para alterar internamente
os níveis de tensão. Mais uma vez, os números a seguir servem como
exemplo:
112
Chegada de energia Depende da potência e do padrão
da concessionária
Motores de grande porte 13,8kV; 4,16kV
Motores de pequeno e 480V
médio porte
Instalações de escritório 220/127V
Iluminação 220/127V

Há geração local de energia nas plataformas.


Os critérios para a escolha dos níveis de tensão
dependem, também, da potência consumida, do porte
dos equipamentos e das exigências de segurança. São
encontrados alguns níveis de tensão pouco usuais nas
indústrias em geral, como 6,6kV e 600V.

RESERVADO
Capítulo 5. Noções de circuitos elétricos

5.2. Força eletromotriz: a equação do circuito

O que é um gerador de força eletromotriz?

Sabemos que uma pilha ou uma bateria estabelece e mantém


uma diferença de potencial entre seus pólos. Se for estabelecida
uma conexão elétrica entre esses pólos, uma corrente elétrica
passa a circular.

Por exemplo, ao ligar um motor elétrico, uma corrente elétrica


passa a circular e faz o motor funcionar. No exterior da bateria, as
cargas deslocam-se naturalmente do pólo positivo para o negativo,
ou seja, do pólo de maior para o de menor potencial. Entretanto,
para completar o circuito, as cargas devem ser transportadas do pólo
negativo para o positivo no interior da bateria.

Este deslocamento não se faz naturalmente - pois parte de um 113


ponto de menor para um de maior potencial - mas é forçado a este
movimento por reações químicas no interior da bateria.Portanto, a
bateria é um dispositivo que, consumindo energia química, realiza
um trabalho sobre as cargas.

Como isto acontece?

A bateria empresta às cargas uma certa quantidade de energia elétrica


ao elevar o potencial delas do pólo negativo para o pólo positivo.

Existem vários outros dispositivos elétricos que são capazes de


realizar um trabalho sobre as cargas elétricas que passam através
deles, aumentando o potencial dessas cargas. Tais dispositivos
são denominados geradores de corrente ou geradores de força
eletromotriz (geradores de f.e.m.). Portanto, uma pilha ou uma
bateria é um gerador de força eletromotriz, pois utiliza energia
química e a transfere às cargas sob forma de energia elétrica.

RESERVADO
Alta Competência

Assim como um dínamo (gerador de corrente contínua), que utiliza


energia mecânica de rotação para elevar o potencial das cargas que
passam por ele.

A expressão da força eletromotriz é dada por:

= ∆T / ∆q

Na qual, ∆T representa a energia que é transferida à carga ∆q


que passa pelo gerador de força eletromotriz. A unidade da
força eletromotriz é Joule por coulomb (1J/C), que é igual a
volt (1V). Portanto, a unidade de força eletromotriz é a mesma
da diferença de potencial. Contudo, os conceitos dessas duas
grandezas são diferentes, embora em certas situações seus
valores possam ser iguais.

114 5.2.1. Gerador de força contra-eletromotriz

Um gerador de força contra-eletromotriz é um dispositivo que retira


energia elétrica das cargas, transformando-a em qualquer outra
forma de energia que não seja a térmica (a transformação de energia
elétrica em calor ocorre nas resistências, por efeito Joule). Portanto,
um motor é um gerador de força contra-eletromotriz, pois transforma
a energia elétrica em energia mecânica de rotação.

Um outro exemplo de gerador de força contra-eletromotriz é uma


bateria recebendo carga. Nesse caso, a energia elétrica das cargas
que passa através da bateria é transformada em energia química,
que fica armazenada na própria bateria. É interessante notar que
quando uma bateria funciona como gerador de força eletromotriz,
a corrente dentro da bateria passa do pólo negativo para o pólo
positivo. Para receber carga, ou seja, funcionar como gerador de
força contra-eletromotriz, a bateria deve ser ligada a um gerador
que faça a corrente passar, dentro da bateria, do pólo positivo para o
negativo, como pode ser observado na ilustração a seguir.

RESERVADO
Capítulo 5. Noções de circuitos elétricos

R
i
f.c.e.m.
B1 B2
f.e.m. i i

A bateria B1 funciona como um gerador de força eletromotriz


(está se descarregando) e a bateria B2 como um gerador de
força contra-eletromotriz (está recebendo carga).

a) Potência fornecida por um gerador:

A potência fornecida por um gerador é dada pela expressão: P = ∈ * i 115

Ou seja, é obtida multiplicando-se sua força eletromotriz pela corrente


que ele fornece. Essa mesma expressão permite calcular a potência
desenvolvida em um receptor (gerador de f.c.e.m), sendo que, nesse
caso, ∈ representa a força contra-eletromotriz do receptor e i a
corrente que passa por ele.

b) Resistência interna:

Sempre que uma corrente elétrica passa por um condutor, enfrenta


uma certa oposição a sua passagem na corrente, que é conhecida
como resistência elétrica. Um motor também oferece oposição à
passagem da corrente, que é obrigada a percorrer vários fios em seu
interior. A resistência elétrica imposta por esses fios é conhecida como
resistência interna do motor.

Do mesmo modo, uma bateria, uma pilha ou outro gerador qualquer


também oferecem oposição à passagem da corrente através deles,
isto é, esses aparelhos também possuem uma resistência interna.
Quando uma bateria é bem construída e possui pouco tempo de
uso, sua resistência interna é muito pequena e, geralmente, pode ser
desprezada. À medida que vai sendo usada, sua resistência interna

RESERVADO
Alta Competência

aumenta, podendo alcançar valores bastante elevados. Nestas


condições, o calor gerador por efeito Joule no interior da bateria
torna-se apreciável, fazendo com que ela perca sua utilidade como
gerador de corrente.

c) A equação do circuito série:

A figura a seguir apresenta vários elementos ligados em série: uma bateria


de força eletromotriz ∈ e resistência interna r, uma resistência elétrica R e
um motor de força contra-eletromotriz ∈’ e resistência interna r’.

R
i ,
r r
116 i ,
M
i

O circuito em série.

Nesse caso, a corrente elétrica do circuito é dada por:

i = (∈ - ∈’) / (r + R + r’)

Essa equação pode ser generalizada da seguinte forma para qualquer


circuito série:

Quando, em um circuito, existirem vários geradores de f.e.m.


ligados em série a vários receptores (geradores de força contra-
eletromotriz) e a várias resistências elétricas, a intensidade da
corrente nesse circuito é dada por:

i = Σ∈/ ΣR

onde Σ∈ representa a soma algébrica da f.e.m. e f.c.e.m. do


circuito (essas últimas com sinal negativo) e ΣR representa a
soma de todas as resistências - internas e externas - do circuito.

RESERVADO
Capítulo 5. Noções de circuitos elétricos

A equação apresentada é a equação do circuito série. Embora


só seja aplicada a circuitos com elementos ligados em série, é
bastante útil. Mesmo que um circuito possua resistências ligadas
em paralelo, estas podem ser reduzidas a uma única resistência
equivalente em série com os demais elementos do circuito.

5.2.2. Tensão nos terminais do gerador

A ilustração a seguir apresenta um gerador de força eletromotriz


∈, com uma resistência interna r, ligado a um circuito externo de
resistência R. Pela equação do circuito série, sabe-se que a corrente
elétrica é dada por:

i = ∈/ (r + R)
i / (r + R)

R 117
A

i
r
V
VAB ri
i
B
A tensão nos terminais do gerador é dada por V = ∈ – ri.

No circuito acima, a bateria estabelece uma tensão VAB entre seus


pólos, que representa a tensão que a bateria aplica no circuito
externo. Nessas condições, o gerador transfere ao circuito externo
uma potência, cuja expressão é:

P = VAB * i (eq. 1)

Muitas vezes é comum confundir os conceitos de força eletromotriz


e diferença de potencial, considerando-se que a tensão VAB existente
entre os pólos de um gerador é sempre igual a sua f.e.m. ∈.

RESERVADO
Alta Competência

Entretanto, a seguir, demonstramos que isso não é verdade.

As cargas elétricas que passam no interior da bateria recebem, em


virtude da f.e.m. do gerador, uma potência dada por:

P=∈*i (eq. 2)

Em virtude da resistência interna, parte dessa potência é dissipada


por efeito Joule dentro do próprio gerador:

Pdissipada = r * i2 (eq. 3)

Assim, a potência disponível, entregue pelo gerador ao circuito


externo, é igual à diferença:

118 Pdisponível = ∈ * i – r * i2 (eq. 4)

Da equação (1) tem-se:

VAB * i = ∈ * i – r * i2 ⇒ VAB = ∈ – r * i

Portanto, a tensão nos pólos do gerador nem sempre é igual ao


valor de sua força eletromotriz. Em virtude da potência dissipada no
interior do gerador, na expressão VAB aparece o termo r * i, que torna
a tensão menor que a f.e.m. do gerador.

Observações:

• Verifica-se que nas baterias e pilhas o valor da f.e.m. é uma


característica do aparelho, dependendo apenas dos elementos
químicos que entram em sua composição. Por exemplo, uma pilha
seca comum (pilha utilizada normalmente em lanternas, rádios,
controles remotos etc.) possui uma f.e.m. de 1,5V, quer esteja
nova ou com algum tempo de uso. Com o uso prolongado, o que
se observa é um aumento na resistência interna r da pilha ou da
bateria. A relação VAB = ∈ – r * i mostra que a tensão VAB diminui,
provocando uma diminuição na potência que a pilha ou a bateria
é capaz de fornecer ao circuito externo, apesar de sua f.e.m. não
ter se modificado;

RESERVADO
Capítulo 5. Noções de circuitos elétricos

• Se o gerador não estiver fornecendo corrente, isto é, se os seus


pólos não estiverem ligados por um condutor, diz-se que ele está
em circuito aberto. Nessa situação, a corrente é igual a zero e tem-
se: VAB = ∈. Nesse caso particular, a tensão entre os pólos de um
gerador é igual ao valor da sua f.e.m.

Quando se liga um voltímetro aos terminais de um gerador, sua


leitura fornece o valor de VAB. Porém, como a resistência interna do
voltímetro é muito elevada, se o gerador estiver em circuito aberto,
a corrente fornecida será praticamente nula. Nesse caso, a leitura do
voltímetro fornece diretamente o valor da força eletromotriz. Isso
mostra que a simples leitura de tensão nos terminais de uma bateria
não é suficiente para determinar que ela está carregada. É preciso
fazer uma análise da solução da bateria.

5.3. Problemas comuns em circuitos elétricos


119
Uma das causas mais comuns de incêndios nas residências é a sobrecarga
elétrica. Os problemas mais corriqueiros que ocorrem nos circuitos elétricos
estão relacionados ao uso inadequado desses circuitos. Os circuitos são
projetados para suportar uma determinada corrente máxima. A sobrecarga
pode provocar um curto-circuito e incêndios. A seguir, explicaremos as
causas, conseqüências e medidas preventivas dos problemas mais comuns
que ocorrem nos circuitos elétricos.

5.3.1. Sobrecarga

Os circuitos elétricos nas residências e fábricas são ligados em


paralelo. Considere um circuito qualquer, ligado a uma fonte de
energia (uma tomada de uma residência, por exemplo).

A
i
Ch1 Ch2 Ch3 Ch4
TOMADA
i1 i2 i3 i4
127V
Eq.1 Eq.2 Eq.3 Eq.4
i
B

Quanto maior o número de resistências ligadas em paralelo, maior a


corrente total do circuito.

RESERVADO
Alta Competência

Quanto maior o número de equipamentos ligados à tomada, maior


será a corrente total do circuito.

ATENÇÃO

As tomadas e seus circuitos são projetados para


uma corrente máxima, conhecida como corrente
nominal que, se ultrapassada, poderá causar sérios
danos à instalação.

Os fios condutores são dimensionados para uma corrente máxima.


Quanto maior a corrente a ser conduzida, maior deverá ser a bitola
do condutor, para que a dissipação de calor por efeito Joule (P = R *
i2) fique dentro de parâmetros aceitáveis. (Quanto maior a bitola do
condutor, menor a sua resistência).

120
Ligando-se vários equipamentos a uma mesma tomada, a
dissipação de calor no condutor irá aumentar, envelhecendo de
forma prematura seu isolamento, podendo chegar ao extremo de
derretê-lo, causando curto-circuito e incêndios.

As conexões também são pontos críticos dos sistemas elétricos, pois


apresentam uma resistência elétrica, normalmente conhecida como
resistência de contato. Por isso, pontos de conexão, tais como emendas
de cabo e plugs de aparelhos, por exemplo, costumam apresentar
maior aquecimento por efeito Joule. Conectar vários aparelhos a uma
mesma tomada significa deixar várias conexões num mesmo ponto,
podendo causar sobreaquecimento da tomada e provocar incêndio e
curto-circuito.

ATENÇÃO

Sempre que desocupar um ambiente por um período


prolongado desligue as lâmpadas. Além de conservar
energia, evitará o superaquecimento das lâmpadas,
que pode causar um incêndio.

RESERVADO
Capítulo 5. Noções de circuitos elétricos

Quando se ultrapassa a corrente máxima para a qual um circuito foi


projetado, diz-se que houve uma sobrecarga neste circuito. Deve-se
tomar muito cuidado ao ligar vários aparelhos a uma mesma tomada
com conectores do tipo T (benjamim), pois isso pode causar sobrecarga
na tomada. Ainda que não se atinja um sobreaquecimento capaz de
derreter a fiação e causar um curto-circuito, a resistência elevada de
contato provoca desperdício de energia, que é transformada em calor
por efeito Joule. Portanto, evite usar benjamins ou extensões. Muitos
aparelhos ligados na mesma tomada podem causar sobrecarga e
curto-circuito na fiação.

5.3.2. Curto-circuito

A corrente que circula por cada resistência ligada em paralelo é dada


pela expressão: i = V /R
AB

Ou seja, quanto menor a resistência elétrica, maior a corrente que 121


passa por ela.

Se, por um motivo qualquer, houver uma conexão de resistência nula


entre os pontos A e B, conforme mostrado na ilustração a seguir, a
corrente elétrica que circula por esse trecho será:

i = VAB /R ⇒ i = VAB /0 ⇒ i ∞

Nessa situação, a corrente tende a infinito e se diz que houve um


curto-circuito.

É uma situação muito perigosa, pois a corrente atinge valores


extremamente elevados para os quais o circuito não foi projetado,
havendo uma grande liberação de energia. Se não controlada, pode
causar incêndios e acidentes de grandes proporções.

RESERVADO
Alta Competência

A
i
Ch1 Ch2 Ch3 Ch4
i

8
TOMADA
127V
Eq.1 Eq.2 Eq.3 Eq.4
i
R ~ 0
B

Ao se conectar dois terminais de uma fonte com um condutor de


resistência praticamente nula, a corrente tende ao infinito.

Observações:

a) A corrente elétrica sempre busca o caminho de menor resistência.


Assim, se existe um caminho de resistência nula, toda a corrente
passará por esse caminho; nos demais trechos (eq. 1, 2, 3 e 4) a
corrente será nula;

122
b) Durante o curto-circuito, a tensão entre os terminais A e B vai a
zero, pois VAB = R * i. Se R é nula, VAB também é;

c) Na realidade, a corrente elétrica durante um curto-circuito não é


infinita. É limitada por alguns fatores, tais como:

•­ Capacidade da fonte: os geradores elétricos possuem um limite


máximo de potência fornecida. Este limite é conhecido como
potência de curto-circuito e a corrente máxima fornecida é
limitada por essa potência;

•­ A resistência elétrica entre a fonte de energia e o ponto em


que ocorreu o curto-circuito não é nula, de modo que mesmo
durante um curto-circuito a resistência elétrica total possui um
valor diferente de zero, limitando a corrente de curto-circuito.

De qualquer forma, a corrente de curto-circuito possui sempre


um valor extremamente elevado e deve ser eliminada no menor
tempo possível.

RESERVADO
Capítulo 5. Noções de circuitos elétricos

Conhecendo-se as características do circuito (dados dos geradores,


bitola e comprimento dos condutores, dados dos transformadores
etc.), é possível calcular a máxima corrente de curto-circuito possível
em um ponto. Este é um dado muito importante para a correta
especificação dos equipamentos de um sistema elétrico.

A corrente de curto será maior quanto mais perto da fonte de energia


estiver o ponto em que ocorreu o curto-circuito. Isto porque haverá
menos condutores e equipamentos limitando essa corrente.

ATENÇÃO

As duas situações em que a corrente ultrapassa os


limites máximos admitidos pelo sistema são no curto-
circuito e na sobrecarga.

No curto-circuito, há uma ligação acidental entre dois 123


pontos do circuito a tensões diferentes, o que provoca
uma intensidade de corrente elevada.

A diferença entre uma sobrecarga e um curto-circuito


está no valor da intensidade de corrente e no tempo
da sua duração.

Uma sobrecarga pode evoluir para um curto-circuito


se houver aquecimento do condutor, causado por
uma corrente elevada, derretendo o seu isolante
e colocando em contato os condutores da fase e do
neutro, ou de duas fases diferentes, caracterizando
um curto-circuito.

5.3.3. Queda de tensão em condutores

Muitas vezes, ao se calcularem as correntes e tensões em um


circuito elétrico, só são levadas em consideração as resistências dos
equipamentos, desprezando-se as resistências dos cabos. Isso pode
ser feito sempre que os cabos apresentarem resistências muito
pequenas, desprezíveis em relação aos demais valores de resistência
do circuito.

RESERVADO
Alta Competência

Na prática, todo condutor apresenta alguma resistência elétrica


que pode influenciar significativamente nas tensões e correntes do
sistema, dependendo da potência fornecida.

Considere o circuito apresentado na ilustração a seguir:

A B
i
R {condutor} Ch1 Ch2 Ch3 Ch4
V i1 R1 i R2 i R3 i R4
2 3 4

i
D C
R {condutor}

A queda de tensão no condutor é dada pela expressão V=Rcondutor * i.

As resistências são ligadas à fonte de energia através de um condutor


longo. Existe, então, uma queda de tensão ao longo do condutor,
dada pela expressão:
124
V = Rcondutor * i

Portanto, a tensão nos terminais das resistências é menor que a


tensão da fonte. Quanto maior o número de resistências ligadas
em paralelo, maior a corrente total do circuito e maior a queda de
tensão no condutor. Assim, a queda de tensão pode ser desprezível
com apenas duas resistências ligadas (Ch1 e Ch2 fechadas), mas se
tornar significativa quando todas as resistências estiverem ligadas
(todas as chaves fechadas).

É comum, por exemplo, em residências,


principalmente as mais antigas, que a luminosidade
das lâmpadas diminua quando se liga o chuveiro.
Por que isso acontece?

Porque o chuveiro é um dispositivo de potência


elevada, ou seja, nele circula uma corrente elevada.
Esta corrente provoca um aumento na queda de
tensão nos condutores do circuito, diminuindo a
tensão nos terminais das lâmpadas.

RESERVADO
Capítulo 5. Noções de circuitos elétricos

Conseqüentemente, a corrente nas lâmpadas


também diminui. Como a potência da lâmpada
é dada por P = V * i, a potência consumida pela
lâmpada diminui, fazendo com que ela brilhe menos.
Esse efeito quase não é mais notado nas residências
mais modernas, por causa da melhoria dos projetos
elétricos. Atualmente, os dispositivos elétricos são
divididos em vários circuitos, para diminuir a corrente
total em cada circuito. Normalmente, existe um
circuito exclusivo para cada chuveiro, ou seja, para os
dispositivos de maior potência.

A corrente total consumida na residência circula


apenas no condutor de interligação entre o ponto
de chegada de energia, conhecido como padrão, e a 125
caixa de disjsuntores no interior da casa. Esse condutor
possui uma bitola maior do que os demais.

A queda de tensão é um problema comum também nas indústrias,


principalmente durante a partida de motores elétricos. Por causa
das suas características, os motores drenam uma corrente elevada da
rede durante a sua partida. Valores típicos de corrente de partida de
motores variam entre 5 e 10 vezes a corrente nominal, por alguns
segundos. Durante esse tempo, a corrente que circula nos condutores
torna-se elevada, aumentando a queda de tensão nos condutores.
Em uma situação limite, a queda de tensão fica tão grande que
não permite a partida do próprio motor. Tais fatores devem ser
considerados durante o projeto do sistema elétrico.

RESERVADO
Alta Competência

ATENÇÃO

Dispositivos de segurança

Os fusíveis e os disjuntores são dispositivos de


segurança dos sistemas elétricos utilizados e
conhecidos para evitar sobrecargas elétricas e
curtos-circuitos. São programados para interromper
o fluxo de corrente para o cabo, caso o circuito esteja
sobrecarregado. Quando um fusível queima ou um
disjuntor desarma é sinal de que há problemas em
algum ponto do circuito. Em geral, estão indicando
que há muitos aparelhos ligados no circuito. É preciso
localizar e eliminar a causa do problema antes de
substituir um fusível queimado ou de religar um
126 disjuntor desarmado. Os fusíveis e disjuntores só
podem ser substituídos por outros com o mesmo
tamanho e características eletromecânicas.

RESUMINDO...

Fórmulas e expressões:

Nas várias resistências ligadas em paralelo, a corrente


que circula por cada resistência é dada pela expressão:

i = VAB /R

Se por um motivo qualquer houver uma conexão


de resistência nula entre os pontos A e B, a corrente
elétrica que circula por esse trecho será:

i = VAB /R ⇒ i = VAB /0 ⇒ i ∞

A queda de tensão no condutor é dada pela expressão

V=Rcondutor * i

RESERVADO
Capítulo 5. Noções de circuitos elétricos

5.4. Exercícios

1) Relacione corretamente os tipos de tensões da primeira coluna


com os valores de tensão listados na segunda coluna:

( 1 ) Tensão usual de geração ( ) 138kV


( 2 ) Tensões usuais de transmissão ( ) 480V
( 3 ) Tensão usual de sub-transmissão ( ) 230kV, 345kV, 500kV
( 4 ) Tensão usual de distribuição ( ) 220/127V
em alta tensão
( 5 ) Tensão de distribuição em ( ) 69kV, 34,5kV e
baixa tensão 13,8kV
( 6 ) Tensão usual de motores de ( ) 220/127V
grande porte
( 7 ) Tensão usual de motores de ( ) 13,8kV, 4,16kV 127
pequeno e médio porte
( 8 ) Tensões usuais de instalações ( ) 13,8kV
de escritório e iluminação

2) Considere as afirmativas a seguir:

I) Os condutores devem, sempre que possível, percorrer o menor cami-


nho possível entre o ponto de energia e o equipamento consumidor.

II) Os melhores condutores são aqueles que possuem maior resistividade.

III) O melhor condutor de eletricidade é o ouro.

IV) Os condutores devem ter a menor bitola possível.

Analisando as afirmativas, podemos concluir que:

( ) Apenas a I está correta.


( ) Apenas a II está correta.
( ) Apenas a III está correta.
( ) Apenas a IV está correta.

RESERVADO
Alta Competência

3) Pilhas comerciais de 1,5V são comercializadas em tamanhos pe-


queno, médio e grande. O tamanho tem relação com a potência do
aparelho que a pilha deve alimentar.

Considerando-se as três pilhas e três lâmpadas idênticas de lanterna,


cada pilha alimentando uma lâmpada, após um tempo considerável
de desgaste, a pilha grande estará originando maior __________,
revelando possuir, internamente, __________do que as outras.

( ) força eletromotriz - menor resistência


( ) força eletromotriz - maior resistência
( ) corrente maior - força eletromotriz
( ) energia - menor força eletromotriz
( ) corrente - menor resistência

4) Relacione os problemas comuns dos circuitos elétricos apresentados


128 na primeira coluna com as características da segunda coluna:

(1) Curto-circuito ( ) Ocorre quando se ultrapassa a cor-


rente máxima para a qual um circui-
to tenha sido planejado.

(2) Sobrecarga ( ) Ocorre quando um condutor de resis-


tência relativamente pequena é ligado,
acidental ou propositadamente, entre
pontos de um circuito nos quais a resis-
tência é normalmente muito maior.

(3) Queda de ( ) Limite máximo de potência forne-


tensão cida, conhecido para cada gerador
elétrico como potência de curto-cir-
cuito. A corrente máxima fornecida
é limitada por essa potência.

(4) Capacidade ( ) Ocorre nos condutores quando há


da fonte um número grande de resistências
em paralelo, resultando num au-
mento da corrente total do circuito.

RESERVADO
Capítulo 5. Noções de circuitos elétricos

5) Marque as opções corretas:

( ) Corrente nominal é a corrente mínima suportada por


um circuito.
( ) Quanto maior o número de resistências ligadas em paralelo,
maior será a corrente total do circuito.
( ) Não ligar vários aparelhos numa mesma tomada é uma
medida para evitar sobrecarga.
( ) Fusíveis e disjuntores podem ser substituídos por qualquer
outro de igual tamanho.
( ) Uma medida eficiente para diminuir a corrente total em
cada circuito, evitando a queda de tensão, é dividir os dis-
positivos elétricos em vários circuitos.

129

RESERVADO
Alta Competência

5.5. Glossário
Bitola - dimensão correspondente à área da seção reta de um condutor elétrico.

Circuito elétrico - série ininterrupta de condutores da corrente elétrica.

Efeito Joule - consiste na transformação de energia elétrica em energia térmica


(calor) em uma resistência percorrida por uma corrente elétrica.

Isolante - material que não permite o fluxo de eletricidade.

Resistência - quociente de uma diferença de potencial aplicada às extremidades de


um condutor pela intensidade da corrente que ela produz, quando o condutor não
é dotado de força eletromotriz.

Resistividade - característica própria de cada material em se opor à passagem de


corrente elétrica.

130

RESERVADO
Capítulo 5. Noções de circuitos elétricos

5.6. Bibliografia

Catálogo de ferramentas Fluke -1997.

DINIZ, Helena. Noções Básicas de Eletricidade. Apostila 1 - Eletricidade Básica. Rio


de Janeiro: Petrobras, 2005.

LEE, R.H. The other electrical Hayard: Electric arc blast burns. IEEE T.I.A, vol IA-18,
n.º 3, 1982, pp. 246-251.

Safety Standard for Electrical and Electronic Test, Measuring, Controlling, and
Related Equipment - General Requirements - ANSI/ISA­S82.01-1994, Approved
June 1, 1994.

131

RESERVADO
Alta Competência

5.7. Gabarito
1) Relacione corretamente os tipos de tensões da primeira coluna com os valores de
tensão listados na segunda coluna:

(1) Tensão usual de geração (3) 138kV

(2) Tensões usuais de transmissão (7) 480V

(3) Tensão usual de sub-transmissão (2) 230kV, 345kV, 500kV


(4) Tensão usual de distribuição em alta tensão (5) 220/127V

(5) Tensão de distribuição em baixa tensão (4) 69kV, 34,5kV e 13,8kV

(6) Tensão usual de motores de grande porte (8) 220/127V


(7) Tensão usual de motores de pequeno e ( 6 ) 13,8kV, 4,16kV
médio porte
(8) Tensões usuais de instalações de escritório e ( 1 ) 13,8kV
iluminação

132 2) Considere as afirmativas a seguir:

I) Os condutores devem, sempre que possível, percorrer o menor caminho possível


entre o ponto de energia e o equipamento consumidor.

II) Os melhores condutores são aqueles que possuem maior resistividade.

III) O melhor condutor de eletricidade é o ouro.

IV) Os condutores devem ter a menor bitola possível.

Analisando as afirmativas, podemos concluir que:

(X) Apenas a I está correta.


( ) Apenas a II está correta.
( ) Apenas a III está correta.
( ) Apenas a IV está correta.

RESERVADO
Capítulo 5. Noções de circuitos elétricos

3) Pilhas comerciais de 1,5V são comercializadas em tamanhos pequeno, mé-


dio e grande. O tamanho tem relação com a potência do aparelho que a
pilha deve alimentar.

Considerando-se as três pilhas e três lâmpadas idênticas de lanterna, cada pilha


alimentando uma lâmpada, após um tempo considerável de desgaste, a pilha
grande estará originando maior __________, revelando possuir, internamente,
__________do que as outras.

( ) força eletromotriz - menor resistência


( ) força eletromotriz - maior resistência

( ) corrente maior - força eletromotriz

( ) energia - menor força eletromotriz

(X) corrente - menor resistência

4) Relacione os problemas comuns dos circuitos elétricos apresentados na primeira


coluna com as características da segunda coluna:

( 1 ) Curto-circuito (2) Ocorre quando se ultrapassa a corrente


máxima para a qual um circuito tenha 133
sido planejado.
( 2 ) Sobrecarga (1) Ocorre quando um condutor de resistência
relativamente pequena é ligado, acidental
ou propositadamente, entre pontos de um
circuito nos quais a resistência é normal-
mente muito maior.
( 3 ) Queda de tensão (4) Limite máximo de potência fornecida, co-
nhecido para cada gerador elétrico como
potência de curto-circuito. A corrente máxi-
ma fornecida é limitada por essa potência.

( 4 ) Capacidade da fonte ( 3 ) Ocorre nos condutores quando há um nú-


mero grande de resistências em paralelo,
resultando num aumento da corrente total
do circuito.

5) Marque as opções corretas:

( ) Corrente nominal é a corrente mínima suportada por um circuito.

(X) Quanto maior o número de resistências ligadas em paralelo, maior será a


corrente total do circuito.

(X) Não ligar vários aparelhos numa mesma tomada é uma medida para
evitar sobrecarga.

( ) Fusíveis e disjuntores podem ser substituídos por qualquer outro de


igual tamanho.
(X) Uma medida eficiente para diminuir a corrente total em cada circuito, evitan-
do a queda de tensão, é dividir os dispositivos elétricos em vários circuitos.

RESERVADO
RESERVADO
Capítulo 6
Instrumentos
elétricos de
medida

Ao final desse capítulo, o treinando poderá:

• Relacionar os equipamentos elétricos e o seu uso na


medição de grandezas;
• Identificar os métodos de segurança para utilização de
equipamentos elétricos de medida.

RESERVADO
Alta Competência

136

RESERVADO
Capítulo 6. Instrumentos elétricos de medida

6. Instrumentos elétricos de medida

A
lém de conhecer as grandezas elétricas envolvidas em um
circuito, tais como tensão (diferença de potencial elétrico
entre dois pontos), corrente (movimento ordenado de cargas
elétricas através de um condutor elétrico) ou potência (grandeza que
determina com que rapidez uma determinada quantidade de energia
é transformada), é importante conhecer os instrumentos de medidas
específicos para cada uma dessas grandezas.

A seguir, serão apresentadas as particularidades e as formas seguras


de utilização de alguns dos instrumentos de medidas específicos
mais utilizados.

6.1. Amperímetro
137
O amperímetro é o aparelho usado para medir a corrente elétrica.

Toda a corrente elétrica que passa pelo circuito analisado deve passar,
também, pelo amperímetro, ou seja, o amperímetro deve ser ligado
em série com o elemento do qual se deseja medir a corrente.

A ilustração a seguir apresenta um exemplo de ligação de amperímetro


e a forma de representá-lo no diagrama elétrico:

A A
i i

V i R V i R

i i

(a) (b)
Um amperímetro deve ser ligado em série com o elemento do
qual se deseja medir a corrente.

RESERVADO
Alta Competência

No interior do amperímetro existem fios condutores que devem


ser percorridos pela corrente elétrica para que o aparelho
indique o valor dessa corrente. Estes condutores apresentam
uma resistência elétrica, que é denominada resistência interna
do amperímetro. Assim, introduzindo-se um amperímetro em
um circuito, sua resistência interna é acrescentada à resistência
do circuito, provocando uma diminuição na corrente medida.
Para que a perturbação causada seja mínima, a resistência
interna do amperímetro deve ser a menor possível.

Para efeitos práticos, normalmente essa resistência é considerada


nula, por ser muito menor que as demais resistências envolvidas
no sistema.

IMPORTANTE!

138 É necessário ter cuidado ao se inserir um amperímetro


em um circuito, tendo-se sempre a certeza de que
ele está sendo ligado em série. Como o amperímetro
possui uma resistência interna praticamente nula, se
for ligado em paralelo, será visto pelo sistema como
um curto-circuito, podendo causar graves acidentes.

6.2. Voltímetro

O voltímetro é o aparelho usado para medir a tensão.

Toda a tensão aplicada ao circuito analisado deve ser aplicada ao


voltímetro, ou seja, este instrumento deve ser ligado em paralelo
com o elemento sobre o qual se deseja medir a tensão.

A ilustração a seguir apresenta um exemplo de ligação de voltímetro


e a forma de representá-lo no diagrama elétrico:

RESERVADO
Capítulo 6. Instrumentos elétricos de medida

i i

V i R V i R V

i i
(a) (b)
Um voltímetro deve ser ligado em paralelo com o elemento do
qual se deseja medir a tensão.

O voltímetro, do mesmo modo que o amperímetro, também possui


uma resistência interna. por ser ligado em paralelo com o elemento do
qual se quer medir a tensão, a resistência interna do voltímetro provoca
uma diminuição na resistência equivalente e, conseqüentemente, um
aumento da corrente total do circuito.

A resistência interna do voltímetro deve ser a maior possível, para


139
evitar que a perturbação causada seja um problema. Normalmente,
para efeitos práticos, essa resistência é considerada infinita, por ser
muito maior que as demais resistências envolvidas no sistema.

Por ter uma resistência quase infinita, se um voltímetro for ligado em


série em um circuito, será visto como uma chave aberta, de modo que
a corrente do circuito seja praticamente interrompida.

6.3. Ohmímetro

O ohmímetro é o aparelho utilizado para medir a resistência elétrica.

Deve ser ligado em paralelo com os terminais dos dispositivos dos


quais se deseja medir a resistência.

Os seguintes cuidados devem ser tomados:

• O dispositivo a ser medido não pode estar conectado a um


circuito. Pelo menos um de seus terminais deve estar livre,
caso contrário, a resistência dos demais elementos do circuito
interfere na medida encontrada;

RESERVADO
Alta Competência

• Nunca medir a resistência de um dispositivo conectado


a um circuito eletricamente alimentado. Esse é um fator
extremamente importante, que se não observado, pode causar
acidentes graves;

• Não segurar com as duas mãos ao mesmo tempo os terminais


do dispositivo (resistência) durante a medida, pois a resistência
do corpo humano pode induzir a erros significativos.

 

V R V R

ERRADO CERTO
140 (a)
OBJETIVO: MEDIR R1

V  R1 R2 V  R1 R2

R3 R3

(b) ERRADO CERTO


a) Um ohmímetro nunca deve ser ligado a um circuito energizado; b) Pelo
menos um dos terminais do elemento cuja resistência se deseja medir deve
estar desconectado do circuito; e c) Não segurar com as duas mãos ao
mesmo tempo os terminais do dispositivo.

6.4. Multímetro

O multímetro é um instrumento capaz de medir tensão, corrente


e resistência.

Alguns multímetros possuem outras funções, como teste de


diodos e de capacitores. Por sua versatilidade, os multímetros são
largamente empregados nas indústrias. Porém, caso não sejam usados
corretamente podem gerar acidentes graves.

RESERVADO
Capítulo 6. Instrumentos elétricos de medida

A foto a seguir mostra um multímetro bastante utilizado na Petrobras.


Existem vários modelos de multímetros disponíveis no mercado e até
mesmo na empresa, mas todos os multímetros possuem, basicamente,
estas mesmas características.

Visor

Seletor de
escalas

141

Pontas de Entrada de Ponto


prova corrente comum

Entrada de tensão,
resistência, teste de
diodo e de capacitor

Exemplo de multímetro.

Os multímetros possuem:

• Um visor (analógico ou digital);

• Um seletor de escalas;

• Entradas de corrente e de tensão;

• Pontas de prova (servem para fazer a ligação do multímetro


com o circuito a ser analisado).

RESERVADO
Alta Competência

Observe a tabela a seguir, onde apresentamos a simbologia mais


utilizada em multímetros:

Simbologia usada em multímetros

CA - Corrente alternada Terra

CC - Corrente contínua Fusível

Capacitância Diodo

Pilha. Quando este símbolo aparece, Teste de continuidade ou tom de aviso sonoro de
+
indica pilha fraca. continuidade.

Tensão perigosa Isolamento duplo.

A pilha não deve ser descartada com lixo sólido. O


Perigo. Informações importantes. descarte deve ser feito por meio de empresa ou
! Consulte o manual. agência especializada em coleta de lixo perigoso
ou para reciclagem.

Categoria de medição IEC: III Categoria de medição IEC: IV


Equipamento classificados com CAT III Equipamento classificados como CAT IV são
CAT são projetados para oferecer proteção contra CAT projetados para oferecer proteção contra
III transientes em instalações fixas, tais como IV transientes no nível de alimentação primário, como,
painéis de distribuição e sistema de por exemplo, em relógios de eletricidade ou serviço
iluminação em prédios ou edificios grandes. de fornecimento elétrico subterrâneo.

U Conformidade com as diretivas da União Conformidade com os padões pertinentes do


.L
Européia Underwriters Laboratories. Canadá e dos EUA.

142 GS Inspecionado e licenciado por TUV x Apresenta conformidade com a norma ATEX.

6.5. Wattímetro

O wattímetro é um instrumento capaz de medir potência ativa.

Como potência é o produto da tensão pela corrente, o wattímetro


possui uma bobina de tensão, que deve ser ligada em paralelo com o
circuito, e uma bobina de corrente, que deve ser ligada em série com
o circuito.

A ilustração a seguir apresenta um exemplo de ligação de wattímetro


e a forma de representá-lo no diagrama elétrico.

A
i W
i
V
W R R
V i V i

i i

(a) (b)
Ligação de wattímetro.

RESERVADO
Capítulo 6. Instrumentos elétricos de medida

Além dos instrumentos citados existem outros, como o


freqüencímetro, o varímetro (medidor de potência reativa) e o
cossímetro (medidor de fator de potência), por exemplo.

Instrumentos elétricos de medida Grandezas que medem


Amperímetro corrente elétrica
Voltímetro tensão
Ohmímetro resistência elétrica
Multímetro tensão, corrente e resistência
Wattímetro potência ativa
Varímetro potência reativa
Cossímetro fator de potência
Freqüencímetro freqüência

6.6. Cuidados essenciais na utilização de multímetros

O multímetro é um dos instrumentos elétricos de medida mais 143


utilizados e seu uso indevido pode provocar acidentes sérios.

Por esse motivo, apresentaremos, a seguir, os cuidados essenciais na


sua utilização:

a) Verificar a tensão de utilização:

Antes de fazer qualquer tipo de medição, verifique se a tensão do circuito


é menor que a tensão máxima especificada para o multímetro.

ATENÇÃO

Os multímetros não são apropriados para a utilização


em média tensão, tampouco devem ser usados em
níveis de tensão superiores aos de sua capacidade,
para evitar acidentes graves.

RESERVADO
Alta Competência

144 Verifique nas entradas do multímetro as tensões de utilização (a localização


das entradas varia de instrumento para instrumento).

b) Medição de tensão:

Para medir a tensão, o multímetro deve funcionar como voltímetro,


ou seja, ser ligado em paralelo com o circuito.

Deve-se selecionar o seletor para a escala de maior tensão, contínua


ou alternada, colocar uma ponta de prova na entrada de tensão e
outra no ponto comum. Após isto, ajusta-se o seletor de escalas para
obter a leitura com melhor precisão, caso exista essa possibilidade.

RESERVADO
Capítulo 6. Instrumentos elétricos de medida

145

Seletor de escalas de um multímetro: os seletores


variam de instrumento pra instrumento.

ATENÇÃO

Verifique se o seletor de escala e as pontas de prova


estão corretamente posicionados. Tentar medir a
tensão com a ponta de prova colocada por engano na
entrada de corrente é muito arriscado. Dessa forma, o
multímetro funciona como um amperímetro, ou seja,
com resistência interna praticamente nula e o usuário,
pensando estar medindo tensão, insere o multímetro
em paralelo com o circuito, provocando um curto-
circuito e podendo sofrer graves ferimentos.

Fique atento, pois isso ocorre mesmo se o seletor de


escala estiver na posição correta, ou seja, de tensão.
Portanto, é preciso ter cuidado antes de efetuar a
medição de tensão com um multímetro, certificando-
se de que o seletor de escala e as pontas de prova
estejam corretamente posicionados.

RESERVADO
Alta Competência

c) Medição de corrente:

Embora o multímetro permita a medição de corrente, deve-se evitar esta


aplicação, pois há riscos associados a esse procedimento, tais como:

• ­Para medir corrente é preciso abrir o circuito. Se o circuito a


ser medido for o ligado ao secundário de um transformador de
corrente (TC), a abertura do circuito irá provocar sobretensões
perigosas e até mesmo explosão do TC;

• ­Se durante a medição a ponteira do multímetro escapar ou


escorregar, surgirá um arco elétrico em função da interrupção
da corrente, que poderá causar um acidente.

A medição de corrente deverá ser feita, sempre, com um amperímetro


alicate, por ser mais seguro. Os multímetros só devem ser usados com
146 esta função caso haja a certeza de que a corrente é menor do que 1A.

Amperímetro alicate.

RESERVADO
Capítulo 6. Instrumentos elétricos de medida

d) Medição de resistência:

Para medir a resistência, o multímetro deverá funcionar como


um ohmímetro, ou seja, ser ligado em paralelo com o elemento
a ser medido.

Deve-se colocar o seletor na escala de resistência (Ω), uma ponta de


prova na entrada de resistência e outra no ponto comum.

Ao utilizar o multímetro para medir resistência, é importante tomar


os mesmos cuidados da utilização de um ohmímetro.

Uma utilização muito comum de um multímetro é verificar a


continuidade de cabos. Muitas vezes, é necessário identificar as duas
pontas de um cabo, mas essa tarefa nem sempre é fácil, em função da
quantidade de cabos em uma mesma canaleta do painel.
147
O multímetro possui uma opção de verificação de continuidade:
coloca-se o seletor na escala de resistência e ligam-se as pontas de
prova às duas supostas pontas do cabo. Se as duas pontas forem
realmente do mesmo cabo, a resistência será muito baixa (próxima
de zero) e o multímetro emitirá um sinal sonoro.

Por ser um método muito prático e útil, as pessoas costumam fazê-lo


sem se lembrar que o ohmímetro não pode ser conectado a circuitos
sob tensão. Portanto, antes de efetuar esse procedimento, tenha
certeza de que os cabos não estão energizados.

e) Categoria de sobretensão:

Os multímetros são especificados por categorias de I a IV, de


acordo com a sobretensão que podem suportar (norma IEC-1010-
1, da International Electrotechnical Commission – (IEC), responsável
por estabelecer normas internacionais referentes à segurança de
equipamentos elétricos para medição, controle e utilização em
laboratórios). Quanto maior for a categoria, mais confiável e robusto
será o multímetro. Na Petrobras, só podem ser usados multímetros
de, no mínimo, categoria III.

RESERVADO
Alta Competência

ATENÇÃO

Recomenda-se não utilizar nem permitir a


utilização de multímetros de categoria I ou II nas
instalações da Petrobras.

148

Categorias de utilização do multímetro: 600V – categoria IV; 1.000V


– categoria III. Correntes nominais e capacidades de interrupção
dos fusíveis: 440mA, 1.000V, interrupção 10.000A; 11A, 1.000V,
interrupção 17.000A.

f) Especificação mínima para multímetros:

Além de considerar as características elétricas como grandezas a serem


medidas, escalas e influência de harmônicos é preciso verificar o nível
de curto-circuito nos pontos onde serão realizadas as medições.

RESERVADO
Capítulo 6. Instrumentos elétricos de medida

Para o nosso caso, de trabalhos em painéis elétricos energizados,


especificaremos sempre categoria III, deverá ser exigido que o
fabricante apresente certificado de pelo menos um laboratório
independente, atestando que o instrumento atende às especificações
pertinentes à categoria III.

Devem ser especificados para aquisição somente multímetros da


categoria III. Esta orientação deverá ser revista se, a partir de algum
momento, estiverem disponíveis para aquisição instrumentos da
categoria IV.

6.6.1. Manutenção e conservação dos instrumentos

Parte fundamental da segurança do pessoal de manutenção e


das instalações está diretamente relacionada com a correta
manutenção dos multímetros. Faça uma inspeção visual antes de
utilizar um instrumento de medição, a fim de verificar seu estado 149
geral de conservação. Instrumentos que apresentem pontas
frouxas, isolamento danificado ou sinais de queda devem ser
encaminhados para a manutenção.

ATENÇÃO

Limpeza externa

Mantenha os instrumentos de medição limpos e


longe de água e de umidade, pois estes podem
conduzir a eletricidade, provocando acidentes.

6.6.2. Fusíveis

Nos multímetros, os fusíveis de proteção originais são de elevada


capacidade de interrupção, variando de 10 a 100kA rms. Usualmente
encontrados nas lojas de materiais eletroeletrônicos, os fusíveis de
vidro possuem baixa capacidade de interrupção (em torno de 10 vezes
a sua corrente nominal). Um fusível de vidro de 15A, por exemplo,
tem capacidade de interrupção de 150A, o que não garante uma
interrupção segura para correntes superiores a esta capacidade.

RESERVADO
Alta Competência

O fusível poderá explodir e abrir arco entre os terminais, caso as


correntes de curto-circuito sejam superiores à corrente de interrupção
do fusível. Quando o eletricista retirar a ponta de prova do ponto de
medição, novo arco será formado nas pontas de prova, que, nesse
caso, atingirá a pessoa causando graves queimaduras. O arco elétrico
pode atingir temperaturas de até 20.000ºK (20.237ºC).

ATENÇÃO

Sempre que o fusível de um multímetro queimar, só


poderá ser substituído por outro fusível com as mesmas
características, de preferência adquirido do próprio
fabricante. Respeitar esta regra significa não colocar
em risco a segurança das instalações e das pessoas.

6.6.3. Pontas de prova


150
As pontas de prova dos multímetros são especiais, pois já possuem
uma resistência interna específica que limita a corrente de curto-
circuito aos níveis de capacidade de interrupção do fusível apropriado.
Portanto, só devem ser utilizadas as pontas de prova originais ou
pontas de prova adequadas para multímetros.

ATENÇÃO

Recomenda-se que as pontas de prova sejam adquiridas


do próprio fabricante do multímetro e mantidas em
estoque para pronta substituição. É importante ainda que
as pontas de prova tenham pelo menos a mesma categoria
de sobretensão do multímetro (CAT III ou CAT IV)

RESERVADO
Capítulo 6. Instrumentos elétricos de medida

6.7. Exercícios

1) Relacione os equipamentos elétricos apresentados na primeira


coluna com as grandezas que podem medir, apresentadas na
segunda coluna:

( 1 ) Voltímetro ( ) resistência elétrica


( 2 ) Amperímetro ( ) tensão
( 3 ) Ohmímetro ( ) corrente elétrica
( 4 ) Multímetro ( ) potência ativa
( 5 ) Wattímetro ( ) tensão, corrente e resistência elétrica

2) Coloque verdadeiro (V) ou falso (F) para cada uma das afirmativas
a seguir:

( ) Para medir tensão, o multímetro deve ser ligado em paralelo 151


com o circuito.

( ) O multímetro é capaz de medir tensão, corrente e resistên-


cia elétrica, mas seu uso para medir resistência elétrica deve
ser evitado, por ser arriscado.
( ) O amperímetro precisa ser ligado em paralelo, caso con-
trário será entendido pelo sistema como um curto-circuito,
provocando um grave acidente.

( ) A medição em painéis elétricos energizados deve ser reali-


zada com multímetros especificados como de categoria III.

( ) Para medir a resistência, um ohmímetro pode ser ligado a


circuitos sob tensão.

( ) Certificar-se se o seletor de escala e as pontas de prova es-


tão posicionados corretamente é uma medida de segurança
na utilização do multímetro ao medir tensão.

RESERVADO
Alta Competência

3) A medição de corrente com um multímetro só será segura se


a corrente:

( ) For menor do que 1A.


( ) For menor do que 10A.
( ) For menor do que 1,5A.
( ) Está entre 1A e 10A.
( ) Está entre 5A e 10A.

152

RESERVADO
Capítulo 6. Instrumentos elétricos de medida

6.8. Glossário
Amperímetro alicate - instrumento destinado a medições instantâneas de corrente
alternada ou contínua, sem a necessidade de interrupção do fornecimento de
energia elétrica aos circuitos.

Arco elétrico - descarga elétrica produzida pela condução de corrente elétrica por
meio do ar ou outro gás, entre dois condutores separados.

Bobina de tensão / Bobina de corrente - bobinas componentes dos medidores de


potência ou de energia elétrica responsáveis por informar os valores instantâneos
da tensão e da corrente do circuito de medição.

Capacitor - componente que armazena energia num campo elétrico, acumulando


um desequilíbrio interno de carga elétrica.

Diodo - principal componente da eletrônica com características de condução de


eletricidade em apenas um sentido de corrente.

Resistência - quociente de uma diferença de potencial aplicada às extremidades de


um condutor pela intensidade da corrente que ela produz, quando o condutor não 153
é dotado de força eletromotriz.

Transformador de corrente (TC) - dispositivo que reproduz no seu circuito secundário


corrente proporcional à que circula em um enrolamento primário.

RESERVADO
Alta Competência

6.9. Bibliografia
Catálogo de ferramentas Fluke - 1997.

DINIZ, Helena. Noções Básicas de Eletricidade. Apostila 1 - Eletricidade Básica. Rio


de Janeiro: Petrobras, 2005.

154

RESERVADO
Capítulo 6. Instrumentos elétricos de medida

6.10. Gabarito
1) Relacione os equipamentos elétricos apresentados na primeira coluna com as
grandezas que podem medir, apresentadas na segunda coluna:

(1) Voltímetro (3) resistência elétrica


(2) Amperímetro (1) tensão
(3) Ohmímetro (2) corrente elétrica
(4) Multímetro (5) potência ativa
(5) Wattímetro (4) tensão, corrente e resistência elétrica

2) Coloque verdadeiro (V) ou falso (F) para cada uma das afirmativas a seguir:

( V ) Para medir tensão, o multímetro deve ser ligado em paralelo com o circuito.

(F) O multímetro é capaz de medir tensão, corrente e resistência elétrica, mas seu
uso para medir resistência elétrica deve ser evitado, por ser arriscado.
Justificativa: Deve-se evitar a medição de corrente elétrica. 155
(F) O amperímetro precisa ser ligado em paralelo, caso contrário será entendido
pelo sistema como um curto-circuito, provocando um grave acidente.
Justificativa: Para medir a corrente elétrica com segurança o amperímetro
deve ser ligado em série e não em paralelo.
( V ) A medição em painéis elétricos energizados deve ser realizada com multí-
metros especificados como de categoria III.
(F) Para medir a resistência, um ohmímetro pode ser ligado a circuitos sob tensão.
Justificativa: Um ohmímetro não pode ser ligado a circuitos sob tensão.
( V ) Certificar-se se o seletor de escala e as pontas de prova estão posicionados
corretamente é uma medida de segurança na utilização do multímetro ao
medir tensão.

3) A medição de corrente com um multímetro só será segura se a corrente:

( X ) For menor do que 1A.


( ) For menor do que 10A.
( ) For menor do que 1,5A.
( ) Está entre 1A e 10A.
( ) Está entre 5A e 10A.

RESERVADO
RESERVADO
Capítulo 7
Equipamentos
elétricos

Ao final desse capítulo, o treinando poderá:

• Identificar os diagramas mais utilizados para representar


as instalações elétricas;
• Listar os principais componentes de circuitos de comando;
• Distinguir as funções dos equipamentos elétricos.

RESERVADO
Alta Competência

158

RESERVADO
Capítulo 7. Equipamentos elétricos

7. Equipamentos elétricos

M
ateriais, dispositivos e equipamentos elétricos foram
desenvolvidos para aproveitar essa forma de energia,
que é a eletricidade. Este aproveitamento só é possível
graças ao desenvolvimento de sistemas elétricos, das instalações e,
principalmente, dos equipamentos elétricos.

Neste capítulo, iremos abordar alguns diagramas que representam


graficamente as instalações elétricas e apresentaremos os
componentes e equipamentos elétricos mais aplicados às unidades
de exploração e produção de petróleo.

7.1. Diagramas elétricos

Na descrição dos componentes de circuitos elétricos, são usados 159


diversos tipos de diagramas, tais como:

• Diagrama de blocos;

• Diagrama unifilar;

• Diagrama trifilar;

• Diagrama de montagem;

• Diagrama de interligação.

Os diagramas elétricos servem para orientar a montagem do circuito


elétrico. Cada um é utilizado de acordo com o grau de detalhamento
necessário à compreensão da idéia que se quer passar.

Para exemplificar, na ilustração a seguir, estão representados um


diagrama unifilar (a) e outro trifilar (b) para o comando de um motor
trifásico comandado por um contator C.

Os circuitos mostrados nestes diagramas são protegidos contra


curto-circuito por um disjuntor D e contra sobrecorrente por um relé
térmico SC.

RESERVADO
Alta Competência

a) b)
3 0, 440V, 60Hz Icc Assim = 25KA L1 440V
L2
L3 60Hz

D 30A
D 30A

SC C

SC

M
T1 T2 T3
XHP
M

a) Diagrama unifilar b) Diagrama trifilar.

No diagrama unifilar, estão as idéias básicas do circuito, informando


que se trata de uma rede trifásica, tensão de 440V, freqüência de
160 60Hz e corrente de curto-circuito de 25kA.

No diagrama trifilar, igualmente, constam as idéias básicas do circuito


e informa, por exemplo, que o relé térmico está aplicado em apenas
duas das três fases.

7.2. Componentes de circuitos de comando e proteção na indústria

Os principais componentes de um circuito de comando e suas


funções são:

a) Chave:

dispositivo destinado a abrir, fechar ou mudar a ligação de dispositivos


sem carga (sem corrente elétrica). A sua principal finalidade é
proporcionar um seccionamento visual do circuito.

RESERVADO
Capítulo 7. Equipamentos elétricos

Chave seccionadora de baixa tensão.

161

Chave seccionadora de alta tensão.

Exemplos: chaves seccionadoras, botoeiras, chaves de bóia etc.

Uma chave seccionadora manual de baixa tensão, por exemplo, tem


como principais componentes os terminais, os contatos elétricos
no interior das câmaras de extinção e manopla de acionamento.
Existem chaves seccionadoras para abrir circuitos em cargas e outras
que só podem abrir circuitos em vazio, pois não têm capacidade
de extinção de arcos voltaicos. Mesmo as secionadoras sob carga
são, em geral, projetadas para interromper pequenas correntes, tais
como correntes de magnetização (em vazio) de transformadores, e
não as correntes nominais dos circuitos.

RESERVADO
Alta Competência

b) Chave magnética simples (contator):

Dispositivo de abertura e fechamento de circuito, com ou sem


carga, em condições normais de operação, acionado por meios
eletromagnéticos, projetado para executar um grande número
de operações.

Na ilustração a seguir, vemos um contator de baixa tensão.


Em destaque, os terminais dos contatos principais e os
terminais de sua bobina de acionamento.

L1 L2 L3 L4
162 A1

A2
T4
T1 T2 T3
A1-A2 Bobina do contator / L-T Contatos principais.

c) Relé térmico:

Dispositivo destinado a proteger motores elétricos contra


sobrecargas, funcionando em conjunto com os contatores. Na
ilustração a seguir, apresentamos um relé térmico de baixa tensão.
Na parte superior, destacamos os terminais de entrada próprios para
o acoplamento elétrico ao contator, os terminais de saída na parte
inferior e o botão de ajuste de corrente do relé.

RESERVADO
Capítulo 7. Equipamentos elétricos

Terminais de entrada

Contatos
Auxiliares Contatos
Auxiliares

Contatos
Auxiliares

Ajuste de
Corrente

163

Terminais de saída

d) Fusível:

Dispositivo destinado a proteger circuitos elétricos contra curto-


circuito através da fusão de um elemento condutor descartável. Nas
imagens a seguir, podemos ver alguns tipos de fusíveis utilizados
em baixa tensão:

Fusível tipo Fusível tipo Fusível tipo NH.


cartucho. Diazed.
RESERVADO
Alta Competência

e) Disjuntor:

Dispositivo de abertura e fechamento de circuitos, com ou sem


carga, em condições normais ou anormais, para um número
limitado de operações. O disjuntor protege os circuitos contra
sobrecorrente e curto-circuito.

Na ilustração a seguir, podemos observar um disjuntor monopolar de baixa


tensão, com destaque para seus principais componentes construtivos.

164

1 Atuador Utilizado para ligar, desligar ou rearmar o disjuntor, indicando


seu estado.
2 Mecanismo atuador Responsável pela união e separação dos contatos.

3 Contatos Responsáveis pela condução e interrupção da corrente.


4 Terminais Onde são ligados os condutores do circuito.
5 Sensor bimetálico Identifica sobrecorrentes provenientes de sobrecarga.

6 Parafuso calibrador Permite que o fabricante ajuste, precisamente, a corrente de


trip do dispositivo após montagem.
7 Sensor magnético Solenóide que identifica sobrecorrentes elevadas, como as de
curto-circuito.
8 Câmara de extinção Elimina os arcos elétricos.
de arco

RESERVADO
Capítulo 7. Equipamentos elétricos

7.3. Equipamentos elétricos mais utilizados em instalações de


exploração e produção de petróleo

As aplicações da eletricidade nos ambientes industriais tornam-se,


a cada dia, maiores e mais importantes. Nas grandes indústrias, a
energia elétrica é fundamental para o funcionamento das instalações.
Nas atividades de exploração e produção de petróleo a energia
elétrica é produzida, geralmente, em centrais de geração por meio
de equipamentos chamados geradores elétricos. Esses equipamentos
são acionados por turbinas a vapor, turbinas a gás, turbinas hidráulicas
ou por motores de combustão interna.

Os equipamentos elétricos mais utilizados em instalações de


exploração e produção de petróleo são:

• Geradores elétricos;
165
• Transformadores (de potência e de medição/proteção);

• Motores de indução;

• Demarradores;

• Painéis elétricos;

• Disjuntores;

• Chaves seccionadoras;

• Fusíveis.

7.3.1. Geradores elétricos

O gerador elétrico é uma máquina que converte energia mecânica de


rotação em energia elétrica.

RESERVADO
Alta Competência

Os geradores de corrente alternada também são chamados de


alternadores. Na ilustração a seguir, podemos observar um alternador
simples, no qual o campo magnético é estático (representado pelo
ímã de pólos Norte e Sul). Os condutores se movem dentro das linhas
de campo magnético (representado por uma espiral simples) e por
um sistema de coleta que, de alguma forma, mantenha uma ligação
contínua dos condutores à medida que eles giram.

166
S

Alternador simples.

Os geradores de energia elétrica das nossas instalações utilizam o


mesmo princípio, ou seja: é possível manter um campo magnético
na parte girante do gerador (rotor) e as espiras fixas na parte
estática do gerador (estator), com o sistema coletor servindo apenas
para fornecer energia elétrica em corrente contínua ao eletroímã
localizado no rotor.

A energia mecânica pode ser fornecida por motores (diesel, gasolina,


gás ou elétricos), por turbinas (diesel, gás, vapor ou água) e até mesmo
pelo vento. No diagrama a seguir, a máquina motriz fornece a energia
mecânica de rotação através de um eixo mecânico acoplado ao rotor
do gerador elétrico e a excitatriz fornece a corrente contínua para o
eletroímã instalado no rotor. O gerador é o conjunto formado pela
excitatriz, o rotor e o induzido.

RESERVADO
Capítulo 7. Equipamentos elétricos

Gerador
Transforma a
energia mecânica em
energia elétrica
Máquina motriz
Induzido Indutor
Excitatriz Alimenta de energia
Alimenta de CC mecânica o gerador
o indutor

Energia elétrica (CC)


Energia mecânica

R S T

Energia elétrica (CA)

Gerador.

A energia elétrica é disponibilizada na caixa de terminais do gerador


e, a partir daí, distribuída na instalação através de cabos e painéis
elétricos de distribuição.
167

Nas ilustrações a seguir, veremos, de forma simplificada, o


aspecto construtivo dos enrolamentos do estator (induzido)
correspondentes às fases R-S-T do gerador. Veremos, também, que
esses enrolamentos estão ligados em formato estrela e o neutro
está aterrado por uma resistência. O indutor aparece sendo
alimentado por uma fonte externa de energia através dos anéis
coletores. Também está apresentado o comportamento senoidal
das três fases do gerador e quais seriam os seus valores eficazes
para uma tensão composta de 220V.

3 fases r/s/t

Anéis
Enrolamento coletores
do estator
Fechamento
neutro

Escovas

Terra

R
220V
S
OV 220V
127V 220V
T
127V 127V
N
Tensões trifásicas
0,02 SEC

Aspecto construtivo dos enrolamentos do estator.

RESERVADO
Alta Competência

Na ilustração a seguir, veremos um gerador trifásico com seus


principais componentes em destaque.

Aletas de refrigeração

Caixa de terminais de ligação

Regulador de tensão

Enrolamento do estator

Ventilador

Estator da excitariz

168

Rotor

Geradores trifásicos industriais.

Materiais ferromagnéticos, quando expostos a um campo magnético


inicial forte, também se magnetizam. Ao retirarmos esse campo
magnético inicial, um campo residual e de menor intensidade ali
permanece, sendo chamado de magnetismo residual.

Máquinas elétricas girantes, tais como os geradores, apresentam


essa característica particular e que deve ser tratada com bastante
cuidado. Um gerador elétrico que esteja sendo acionado por uma
máquina motriz, mesmo com a sua excitação desligada, será capaz
de gerar tensão elétrica nos terminais do estator. Estas tensões
podem ser fatais.

RESERVADO
Capítulo 7. Equipamentos elétricos

7.3.2. Transformadores

Transformadores são dispositivos que, por meio da indução


eletromagnética, transferem energia elétrica de um ou mais
circuitos (primário) para outro ou outros circuitos (secundário),
usando a mesma freqüência, mas, geralmente, com tensões e
intensidades de correntes diferentes.
(Fonte: ABNT)

Voltímetro

Gerador

Fluxo magnético

Vp Vs 169

Primário Secundário
NP NS

Indução eletromagnética.

Os transformadores são constituídos por dois enrolamentos de fio


(o primário e o secundário) que, geralmente, envolvem um núcleo
metálico. Uma corrente alternada aplicada ao enrolamento primário
produz um campo magnético proporcional à intensidade dessa
corrente e ao número de espiras do enrolamento (número de voltas
do fio em torno do braço metálico).

O fluxo magnético quase não encontra resistência através do metal,


concentrando-se, desse modo, em grande parte no núcleo, chegando
ao enrolamento secundário com um mínimo de perdas. Ocorre,
então, a indução eletromagnética: no secundário surge uma corrente
elétrica que varia de acordo com a corrente do primário e com a
razão entre os números de espiras dos dois enrolamentos.

RESERVADO
Alta Competência

A relação entre as tensões no secundário e no primário, bem como


entre as correntes nesses enrolamentos pode ser obtida com facilidade
da seguinte forma: se o primário tem Np espiras e o secundário Ns, a
tensão no primário (Vp) está relacionada à tensão no secundário (Vs)
por: Vp / Vs = Np / Ns.

Vp = tensão na bobina do primário

Vs = tensão na bobina do secundário

Np = número de espiras da bobina do primário

Ns = número de espiras da bobina do secundário

A razão Vp/Vs é chamada de razão ou relação de transformação (RT).

170 ip Fluxo is

Vp Np Ns Vs Carga

a) Transformadores de potência:

Gerada nas usinas hidrelétricas ou termoelétricas, a energia


elétrica é levada, mediante condutores de eletricidade, aos lugares
mais adequados para o seu aproveitamento. Iluminará cidades e
movimentará máquinas, proporcionando comodidade. Mas, para
o transporte da energia até os pontos de utilização, não bastam
fios e postes. A rede de distribuição depende estreitamente de
equipamentos que ora elevam a tensão, ora a rebaixam. Esta é a
função dos transformadores de potência, ou seja, adequar o nível de
tensão para os diversos consumidores.

Um transformador de potência tem como característica o fato de


funcionar sempre na mesma freqüência (60Hz) e seu desempenho
baseia-se nos seguintes aspectos:

RESERVADO
Capítulo 7. Equipamentos elétricos

• Confiabilidade de serviço, quando funcionando dentro de suas


características de potência;

• Economia global.

A transformação de potência está sempre associada com perdas, que


são inevitáveis: as perdas no núcleo do transformador e as perdas
no cobre, em seus enrolamentos. As perdas totais não devem
ultrapassar 1% ou pouco mais do que isso da potência nominal do
transformador.

Por trabalhar com níveis de tensão e energia elevados, é necessário


aplicar algum tipo de isolamento elétrico e, também, uma
maneira eficaz para dissipar a energia perdida nos condutores
(perdas no cobre) e no circuito magnético do núcleo (perdas no
ferro). Quanto ao tipo de isolamento usado nas suas bobinas, os
transformadores podem ser do tipo imerso em óleo isolante ou 171
moldado em epóxi (a seco).

Os transformadores a seco têm a parte ativa em contato direto com um


meio isolante gasoso, como o ar, ou um meio isolante sólido (resinas,
materiais plásticos). Este tipo é construído para potências até dezenas
de MVA e tensões inferiores a 36kV. Já os transformadores em óleo
possuem as partes ativas imersas em óleo mineral ou sintético, não
existindo limites em termos de potência e tensões.

Outra característica importante em transformadores de potência é


quanto à refrigeração, pois podem ser refrigerados, entre outras, das
seguintes maneiras:

• Natural a ar;

• Forçada a ar;

• Circulação natural do óleo e do ar;

• Circulação forçada do óleo resfriado pelo ar insuflado.

RESERVADO
Alta Competência

Nas ilustrações que serão apresentadas a seguir, estarão apresentados


alguns tipos de transformadores.

Na primeira ilustração que se segue, vemos um transformador de


potência do tipo imerso em óleo e com ventilação forçada, instalado
em uma subestação do tipo aberta (ao ar livre).

(E)

(A)

172 (D)
(B)

(C)

Transformador de potência imerso em óleo - instalação em subestação aberta.

Observe na parte superior esquerda (A) o reservatório de óleo e,


imediatamente abaixo, os radiadores (B) onde estão instalados
ventiladores (C) que forçarão o fluxo de ar, dissipando a energia
para o ambiente. Em primeiro plano, podemos observar as buchas do
lado de baixa tensão (D) e, mais atrás, as de alta tensão (E), que são
fisicamente maiores devido ao nível de tensão mais elevado.

Veja, na próxima ilustração, um típico arranjo de transformadores


de potência, na fase de distribuição de energia. Repare na sua
instalação aérea e nas aletas de refrigeração que liberam de forma
natural o calor para o ambiente (circulação natural do óleo e do ar).
Em destaque, observamos as buchas de alta e de baixa tensão e a
instalação de pára-raios de linha.

RESERVADO
Capítulo 7. Equipamentos elétricos

Para-raios

Bucha AT
Bucha BT

Transformadores de potência (distribuição) imersos em óleo.

173
A foto a seguir apresenta um transformador de potência do tipo seco
e com ventilação natural. É possível observar, também, as buchas
de alta tensão, onde estão instaladas as barras de interconexão. No
meio de cada bobina, vemos as pequenas barras de conexão para
ajuste/seleção dos tapes (servem para permitir pequenas alterações
na relação de transformação). Os terminais de baixa tensão estão em
destaque na parte superior.

Terminais BT

Terminais AT
Bobinas

Seleção de
tapes

Barras de ligação at com


fechamento em ∆

Núcleo metálico

Transformador de potência do tipo seco.

RESERVADO
Alta Competência

Na ilustração a seguir, apresenta-se um transformador do tipo seco,


montado dentro de um invólucro de proteção, em local abrigado.
Nesta ilustração, podemos verificar que os cabos dos enrolamentos
primário e secundário entram pela parte inferior do invólucro.
Na parte inferior esquerda, observa-se o cabo de aterramento de
segurança do conjunto.

174
Aterramento de
segurança

Cabo na parte
inferior do invólucro
Transformador de potência do tipo seco.

ATENÇÃO

Apesar de serem projetados e construídos para


cumprirem especificamente a função de elevar ou
abaixar o nível de tensão, um mesmo transformador
pode elevar ou reduzir a tensão, podendo trabalhar
com fluxo de energia nos dois sentidos.

No diagrama esquemático a seguir, vemos, do lado esquerdo, dois


transformadores de 13,800/220V operando em paralelo, cada um
ligado aos barramentos de rede e de carga através de disjuntores
(de alta e baixa tensão). As setas mostram o sentido do fluxo
de energia, ou seja, ambos trabalham como transformadores
abaixadores de tensão.

RESERVADO
Capítulo 7. Equipamentos elétricos

Fluxo de energia Fluxo de energia

13,8kV 220V 13,8kV 220V


13,8kV

13,8kV

220V
Rede TF - 13,8/0,22kV - 150 kVA Carga Rede TF - 13,8/0,22kV - 150kVA Rede

13,8kV 220V
Disjuntor aberto sugere
inexistência de tensão
Fluxo de energia
Fluxo de energia invertido

Transformador - diagrama esquemático.

Ao lado direito, podemos ver a situação em que o disjuntor de alta


tensão do segundo transformador está na posição aberto, o que sugere
ausência de tensão em seu enrolamento primário. Isto não é verdade,
pois ao desligarmos apenas a alimentação primária do segundo
transformador, e se mantivermos o seu secundário energizado, este
funcionará como um transformador elevador de tensão, pois recebe
a tensão de 220V do secundário do primeiro transformador. Sendo
assim, é condição mínima de segurança a garantia do desligamento de 175
ambos os enrolamentos (primário e secundário) do transformador.

b) Esquemas de ligação dos enrolamentos:

Os enrolamentos dos transformadores trifásicos podem ser ligados


em estrela Υ, em triângulo Δ ou em ziguezague Z. As possíveis
combinações que se podem efetuar resultam em defasagens entre a
baixa e a alta tensão.

Nas instalações de transformadores em indústrias com a existência de


geradores é usual a utilização de ligação delta-estrela, com o neutro
da estrela aterrado. Nestas instalações, os transformadores são usados
para abaixar a tensão. As tensões primárias podem ser em 13.800V
ou 4.160V e as tensões secundárias em 480V.

Nas plataformas da Petrobras, o sistema com neutro diretamente


aterrado não é comum. Em geral o neutro é isolado (suspenso da
terra) ou aterrado por impedância (resistência).

Na ilustração a seguir estão representados exemplos de ligações


dos transformadores trifásicos. Na esquerda, a simbologia
representativa das ligações e, à direita, a maneira correspondente

RESERVADO
Alta Competência

de como seriam interligados os enrolamentos primário e secundário


do transformador.

A B C a b c

A B C a b c

A B C a b c

A B C a b c
176

Exemplos de ligações dos transformadores trifásicos.

c) Transformadores de medição e proteção:

À medida que trabalhamos com níveis de tensão e corrente


elétrica elevados, torna-se impraticável medi-los de forma direta.
Não seria nada prático e muito menos seguro. Para isso, utilizamos
transformadores com relações de transformação específicas
para podermos estimar os valores das grandezas elétricas.
Transformadores de medição cumprem, então, esse papel. Da
mesma maneira, transformadores de proteção interpretam
as médias de corrente e de tensão de forma a passarem essas
informações aos relés de proteção.

Basicamente, existem dois tipos de transformadores de medição ou


proteção: o transformador de potencial (TP) e o transformador de
corrente (TC).

Os transformadores de potencial trabalham com uma tensão


secundária padronizada de 115V, enquanto os transformadores de

RESERVADO
Capítulo 7. Equipamentos elétricos

corrente têm uma corrente secundária padronizada de 5A. Existem


também TPs com tensão secundária de 220V e TCs com corrente
secundária de 1A. As tensões e correntes primárias também são
padronizadas e serão função da grandeza a ser medida.

Por exemplo, para medirmos tensões da ordem de 13.800V,


utilizaremos um TP de 15.000V para 115V, ou seja, mediremos uma
tensão de apenas 105,8V no secundário (o voltímetro lê 105,8V de
forma segura, mas a sua marcação de escala sinalizará 13.800V).

As ilustrações a seguir mostram, respectivamente, um TP e um TC.


Em ambos, os terminais primários ficam instalados na parte superior,
enquanto os terminais secundários ficam na parte inferior. Repare na
maior bitola dos terminais primários do TC devido ao elevado valor
de corrente elétrica que ele deverá conduzir.

177

Transformadores de potencial e de corrente.

A próxima ilustração mostra um TC de núcleo magnético toroidal,


também chamado de TC tipo janela. Tal montagem permite que o
condutor que terá sua corrente medida passe diretamente através
da janela, evitando sua interrupção e a necessidade de se colocar
conexões, que são pontos propensos à ocorrência de mau contato.

RESERVADO
Alta Competência

Transformador de corrente toroidal


(tipo janela).

Um cuidado básico de segurança em relação aos TCs é que, se


178
estiver circulando corrente no primário, os terminais secundários
nunca podem ficar abertos. Isso causa sobretensão no secundário e
aquecimento interno no TC, que podem levá-lo a explodir em poucos
segundos. Desta forma, caso seja necessário desconectar todos
os instrumentos ou relés do secundário do TC é preciso interligar
(“curto-circuitar”) seus terminais secundários.

7.3.3. Motores elétricos

Os motores elétricos são usados para transformar energia elétrica


em mecânica. Quanto ao tipo de tensão elétrica que os alimenta,
podem ser de corrente contínua ou de corrente alternada. São
formados por uma parte fixa chamada estator e por uma parte
móvel chamada rotor.

a) Motores de corrente contínua:

Os motores de corrente contínua são usados, basicamente, para


aplicações nas quais é preciso ter um fácil controle de velocidade. Para
sua utilização, precisam de sistema elétrico em corrente contínua, o
que torna o custo da instalação mais elevado. São muito utilizados
em sondas de perfuração e completação de poços de petróleo.

RESERVADO
Capítulo 7. Equipamentos elétricos

b) Motores de corrente alternada:

São os de maior utilização na indústria em geral. Dividem-se em


motores síncronos e assíncronos.

Rotor Indutor
Escovas Induzido

Comutador

Eixo

Estator

Corrente alternada Elemento de Corrente contínua


resfriamento

Detalhes construtivos dos motores.


179
Os motores síncronos funcionam com velocidade fixa. O rotor irá
acompanhar a velocidade do campo magnético do estator. Esse tipo
de motor é caracterizado pela alimentação externa do rotor para
formar o campo magnético (escovas e anéis coletores).

Os motores assíncronos funcionam com velocidade constante que


varia ligeiramente com a carga (a velocidade do rotor é menor
que a velocidade do campo girante). Nesse tipo de motor, o campo
magnético do rotor é induzido pelo campo magnético do estator. Por
ser o mais amplamente usado na indústria e nas nossas instalações,
daremos destaque ao motor de indução assíncrono.

Os motores de indução assíncronos ou motores de indução de


corrente alternada são os preferidos da indústria desde o começo
do uso da energia elétrica em corrente alternada. Estes motores
alcançaram e mantiveram sua posição em virtude da sua robustez,
simplicidade e do baixo custo.

Nestes motores, o rotor não tem uma rotação síncrona com


o campo girante do estator, motivo pelo qual é chamado de
motor assíncrono. Essa diferença de rotação entre o rotor e o
campo girante é chamada de escorregamento e sua diferença
é dada em porcentagem.

RESERVADO
Alta Competência

Na ilustração a seguir, podemos ver um exemplo de motor de indução


trifásico para uso em atmosferas explosivas:

Motor de indução trifásico à prova de explosão.

180
ATENÇÃO

Para evitar a absorção de umidade em seu interior, que


comprometeria o seu isolamento, provocando danos no
seu funcionamento, os motores de potência acima de
5CV em unidades marítimas de exploração e produção
costumam ter uma resistência de aquecimento.
Sua alimentação, em geral, é feita por um disjuntor
específico localizado dentro do painel de comando do
motor e só é feita quando o motor está parado.

Semelhante aos geradores, os motores de indução também


apresentam a característica do magnetismo residual ou remanente
em seus rotores. Um motor elétrico que esteja acionando uma carga
com bastante inércia apresentará tensões residuais em seus terminais,
imediatamente após ser desligado da alimentação elétrica e enquanto
houver rotação. Estas tensões podem ser fatais.

7.3.4. Demarradores

O conjunto de componentes eletromecânicos e eletrônicos


utilizados para comandar e proteger os motores elétricos chama-
se demarrador.

RESERVADO
Capítulo 7. Equipamentos elétricos

Os demarradores, na sua maioria, acionam motores elétricos de


corrente alternada e, dependendo da potência elétrica do motor,
podem ser acionados diretamente através da tensão plena nos
terminais do motor. Porém, existem situações em que devemos
controlar a partida do motor de forma a permitir que seja feita de
modo mais suave, tanto para a carga a ser acionada, como para não
introduzir perturbações no sistema elétrico da instalação.

Os demarradores têm a seguinte aplicação: acionamento de motores


de corrente alternada e contínua.

Um demarrador é constituído por um dispositivo de proteção


contra curto-circuito (fusível ou disjuntor), uma chave magnética
ou contator e um relé térmico para proteção contra sobrecarga do
motor elétrico.

ATENÇÃO
181

Os tipos mais usados de demarradores são os seguintes:

• Partida direta;

• Partida estrela-triângulo;

• Partida por chave compensadora;

• Partida por soft-starter.

Nas instalações de exploração e produção de petróleo, os demarradores


de partida direta e por soft-starter são os mais utilizados.

A seguir, veremos suas representações em diagramas trifilares e


de comando.

a) Partida direta:

Dá-se através da aplicação da tensão plena aos enrolamentos do motor,


sendo estes interconectados no formato triângulo ou delta. Isto permite
um maior torque de partida. Contudo, dependendo da potência do
motor, pode trazer perturbações ao sistema elétrico da instalação.

RESERVADO
Alta Competência

Partida direta
coordenada com disjuntor
Esquema de ligação
Q1 - Disjuntor Circuito de comando
Circuito de potência
F21 a F23 - Fusíveis de comando
95
L1 L2 L3 N (PE) T1 - Transformador de comando F1
98
1 3 5 K1 - Contador
1
Q1
F1 - Relé de sobrecarga S0
2
M1 - Motor
2 4 6 3 13
F21 T1 F23
Circuito S0 e S1 - Botões de comando S1 K1
F22 de 4 14
comando

1 3 5
K1
2 4 6 A1
K1
1 3 5 A2
F1
2 4 6

U V W
(1)(2) (3)

M
M1
M1 3-

182 b) Partida suave (soft-start):

Através de um circuito eletrônico de potência, consegue-se variar a


tensão que será aplicada aos enrolamentos do motor, permitindo
conjugar bom torque de partida e pouca perturbação ao sistema
elétrico pela redução da corrente de partida.

Partida Suave (soft-starter)


coordenada com disjuntos ou com disjuntor e fusível

Esquemas de Ligação

Circuito de potência e de comando (para 3RW30 24 a 3RW30 46)


(para 3RW30 03 a 3RW30 16)
N L1 L2 L3
N L1 L2 L3 1 3 6
Q1
Q1 - Disjuntor
1 3 6
Q1 F21 a F23 - Fusíveis de

2 4 5 comando
F21 T1

F21
2 4 5 F1, 2, 3 - Fusíveis
F23 T1 F21
F22 (alternativa Q2 - Seccionandor
F1, 2, 3 Q2
- fusíveis 3NP4)
F1, 2, 3 Q2 1

S0 T1 - Transformador de
2
comando
3
G1 G1
1L1 2L2 3L3 1N1 A1
S1
1 G1 - Dispositivo de partida
4 A2 A1 1
3
suave (soft-starter)
S2
1
4
M1 - Motor
2T1 A2
2 4 T2 T3
S0, S1, S2 - botões de comando

M M1 M
M1
3- 3-

RESERVADO
Capítulo 7. Equipamentos elétricos

7.3.5. Painéis elétricos

Os painéis elétricos são estruturas metálicas criadas para proteger os


circuitos elétricos da ação da atmosfera, proteger pessoas de contatos
acidentais com as partes energizadas e conter os arcos elétricos
durante os curtos-circuitos, evitando a exposição dos trabalhadores
aos seus efeitos térmicos.

A função básica desses componentes é unir, separar e proteger as


diferentes partes de uma instalação elétrica, abrigando todos os
dispositivos de comando, controle, medição, sinalização etc., de
forma que sejam montados mecanicamente em suportes apropriados,
permitindo a distribuição da energia elétrica para seus diversos pontos
e protegendo as partes sob tensão de estarem expostas a contatos
acidentais, seja por pessoas, animais ou objetos.

Nas ilustrações a seguir, podemos observar dois centros de controle 183


de motores (CCM): o primeiro de baixa tensão e o segundo de alta
tensão. Em seguida, os demarradores de soft-starter e de partida direta
do tipo extraível.

Centro de controle de motores de baixa tensão.

RESERVADO
Alta Competência

3
8

10

11

12

4 13
5 6 7

184 Coluna de um painel de alta tensão com disjuntor a vácuo do tipo extraível
1. Ventilação forçada do painel
2. Compartimento de baixa tensão
3. Conexão dos cabos de baixa tensão
4. Disjuntor a vácuo removível
5. Carro
6. Garras de contato
7. Divisória removível do compartimento
8. Aba de ventilação
9. Barramento principal
10. Veneziana metálica
11. Transformador de corrente tipo janela
12. Barra de conexão de saída
13. Chave de aterramento

Gaveta extraível
(com soft-starter)

Gaveta extraível
(partida direta)

RESERVADO
Capítulo 7. Equipamentos elétricos

a) Características especiais de painéis:

Motivo de preocupação crescente com a segurança das pessoas e


instalações, atualmente, os Centros de Distribuição de Cargas (CDC),
Conjuntos de Manobra e Controle (CMC) e Centro de Controle de
Motores (CCM) devem ser fornecidos com característica de resistência
a arcos elétricos internos. Esta característica garante, em caso de curto-
circuito interno:

• Que o arco elétrico formado fique confinado em seu interior;

• Que a energia proveniente deste arco seja dissipada para o


meio externo pela parte superior do equipamento, sem projetar
qualquer material em forma de projétil;

• Que a dissipação da energia térmica periférica não seja capaz


de provocar queimaduras aos trabalhadores posicionados em
185
sua proximidade.

De acordo com a Norma Petrobras N-2830 – Critérios de Segurança


para Ambientes e Serviços em Painéis e Equipamentos Elétricos com
Potencial de Arco Elétrico, os painéis elétricos de alta tensão devem
ter classificação conforme a norma N-317, também da Petrobras, e
devem ser certificados conforme Norma Brasileira ABNT IEC 62271-
200. Já os painéis elétricos de baixa tensão devem ter classificação
conforme a Norma N-316, da Petrobras, e certificados conforme
Norma Brasileira ABNT - IEC 61641.

7.3.6. Disjuntores

Os disjuntores são os dispositivos mais versáteis de uma instalação


elétrica. Cumprem as funções de manobrar os circuitos e de protegê-
los em caso de funcionamento anormal da instalação (sobrecargas e
curtos-circuitos). Podem ser do tipo mono, bi ou tripolar.

RESERVADO
Alta Competência

A composição básica de um disjuntor é:

• Caixa de acionamento por mola que armazena a energia para


a abertura dos seus contatos;

• Elementos de controle (relés de proteção contra sobrecorrentes


e curto-circuito e contatos auxiliares, principalmente);

• Pólos (1 a 3) onde se localizam as câmaras de extinção e os


contatos principais (conjunto isolador e espaço interior).

Na ilustração a seguir, podemos visualizar o interior da câmara de


extinção de arcos de um disjuntor (do tipo a vácuo).

186
Isolador

Contato fixo

Contato móvel

Câmara de extinção

Fole metálico

Braço de acionamento

O tipo do disjuntor depende do meio onde funcionarão os contatos


principais. Esse meio é escolhido em função da tensão de operação
e da corrente máxima de curto-circuito calculada para o local onde
será instalado.

RESERVADO
Capítulo 7. Equipamentos elétricos

Em linhas gerais, para baixa tensão, os disjuntores são do tipo a ar.


Já para alta tensão, são usados diversos meios de extinção como óleo
isolante (mineral ou sintético), vácuo ou hexafluoreto de enxofre
(SF6), que é um gás com excelentes características dielétricas.

Nas ilustrações a seguir, podemos visualizar o aspecto externo de


alguns tipos de disjuntores utilizados em instalações de perfuração e
produção de petróleo.

Vácuo 187

Óleo
SF6

Ar

RESERVADO
Alta Competência

7.3.7. Chaves seccionadoras

As chaves seccionadoras são dispositivos usados para manobrar, ou


seja, abrir ou fechar circuitos em condições normais de operação. São,
normalmente, definidas para manobras com carga ou sem carga.

Na ilustração a seguir, vemos uma chave seccionadora para manobra


em carga na posição aberta. Em destaque, observamos o contato
principal e os contatos de sacrifício que servem para interromper
a corrente de carga sem causar danos aos contatos principais pela
ocorrência normal de arco elétrico dentro da câmara de extinção.
Ao abrirmos a chave, os contatos principais se abrem, porém os
contatos de sacrifício continuam conduzindo a corrente, de forma
que o arco elétrico se estabelece dentro da câmara de extinção e
através deles, sem danificar os contatos principais da chave.

Câmara de
188 Extinção

Contatos
principais

Braço de
acionamento
Contatos de
sacrificio

Chave seccionadora sob carga.

Na ilustração a seguir, vemos uma chave seccionadora para manobra


sem carga na posição fechada. Repare a inexistência dos contatos de
sacrifício ou da câmara de extinção de arcos.

RESERVADO
Capítulo 7. Equipamentos elétricos

Chave seccionadora sem carga (em vazio).

Na próxima ilustração, apresenta-se um tipo especial de 189


chave seccionadora muito utilizada nas redes de distribuição
AT. São as chaves-fusíveis indicadoras que, normalmente,
protegem os transformadores de distribuição (também
chamadas de chave Matheus). Em destaque, observamos o
olhal para encaixe da vara de manobra (A) e o cartucho, que
funciona como câmara de extinção e onde fica instalado o elo
fusível (B). Em caso de ruptura do elo fusível, o mecanismo
(C) solta a parte superior do braço da chave, desarmando-a
e sinalizando que o fusível se rompeu.

(C)

(A)

(B)

Exemplo de chave-fusível.

RESERVADO
Alta Competência

7.3.8. Fusíveis

Os fusíveis são dispositivos de proteção dos circuitos elétricos


contra curto-circuito. Construídos de um material capaz de fundir
quando através dele circula uma corrente elétrica acima dos valores
estabelecidos, em geral, são feitos de ligas de chumbo, material com
baixo ponto de fusão.

As normas brasileiras estabelecem que, para a proteção dos


condutores, o fusível corretamente especificado deverá ter um valor,
no máximo, igual à capacidade de condução de corrente do condutor.
Existem fusíveis de ação rápida, limitadores e de ação retardada.

Na ilustração a seguir, vemos fusíveis do tipo cartucho de alta


capacidade de interrupção, usado em circuitos de baixa e de alta
tensão. São compostos por contatos metálicos (A) nas extremidades
190 e de um corpo isolante (B). Esse corpo é, geralmente, fabricado em
cerâmica ou resina sintética e no seu interior fica instalado o elemento
fusível. O corpo também serve como câmara de extinção de arcos.

Alguns fusíveis apresentam um tipo de espoleta mecânica (C) que


sinaliza quando o elo fusível se rompe no seu interior, servindo para
comandar a abertura de algum dispositivo de manobra (normalmente
um contator).

(A)

(B)

(A)

(C)

Fusíveis do tipo cartucho.

RESERVADO
Capítulo 7. Equipamentos elétricos

7.3.9. Contatores

Os contatores, também chamados de chave magnética, são dispositivos


de manobra mecânica, acionados eletromagneticamente para ligar
e desligar cargas elétricas. Exemplo: circuito de motores, circuitos
auxiliares, iluminação, banco de capacitores etc.

Os contatores são construídos para suportar uma freqüência alta de


operações, podendo ser acionados por corrente alternada ou contínua.
Os contatores são, de acordo com a potência (carga), dispositivos
de comando de motores e podem ser utilizados individualmente,
acoplados a fusíveis ou relés de sobrecorrente, na proteção contra
sobrecargas. Há alguns tipos de contatores capazes de estabelecer e
interromper correntes de curto-circuito.

Os contatores são usados em demarradores e outros tipos de


acionamento (comando). Na ilustração a seguir, podemos observar um 191
contator a vácuo, com os seus principais componentes em detalhe:

Terminal AT

Ampola de
vácuo
Seção
AT
Terminal AT

Mecanismo de
acionamento
Seção
BT Mecanismo de
operação

RESERVADO
Alta Competência

7.4. Exercícios

1) Liste os diagramas mais comuns utilizados para orientar a montagem


de um circuito elétrico:

_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________

2) Relacione corretamente os equipamentos elétricos na coluna da


esquerda com as funções apresentadas na coluna da direita:

(1) Contator ( ) Protege os circuitos contra


sobrecorrente e curto-circuito.
(2) Relé térmico ( ) Dispositivo de abertura e fechamento
de circuito, acionado por meios
192 eletromagnéticos.
(3) Fusível ( ) Dispositivo destinado a proteger motores
elétricos contra sobrecargas, funcionando
em conjunto com contatores.
(4) Disjuntor ( ) Dispositivo usado para manobrar, ou
seja, abrir ou fechar circuitos em con-
dições normais de operação.
(5) Chave ( ) Protege circuitos elétricos contra cur-
to-circuito através da fusão de um
elemento condutor descartável.

3) A estrutura metálica criada para unir, separar e proteger as dife-


rentes partes de uma instalação elétrica é chamada:

( ) Demarrador
( ) Contator
( ) Disjuntor
( ) Painel elétrico
( ) Chave seccionadora

RESERVADO
Capítulo 7. Equipamentos elétricos

4) Coloque verdadeiro (V) ou falso (F) nas afirmativas a seguir:

( ) Motores e geradores convertem energia mecânica em


energia elétrica.
( ) Um gerador de eletricidade é, basicamente, composto de
uma excitatriz, um rotor (indutor) e um estator (induzido).
( ) O fenômeno de formação de corrente elétrica a partir da
exposição de uma espira a um campo magnético variável
chama-se conversão eletromecânica.
( ) Quanto ao tipo de tensão usada, os motores elétricos de
indução se dividem em motores de corrente contínua e de
corrente alternada, sendo que esses últimos ainda se subdi-
videm em motores síncronos e assíncronos.
( ) O conjunto de componentes eletromecânicos e eletrônicos
formado por um dispositivo de proteção contra curto-circui-
to (fusível ou disjuntor), uma chave magnética ou contator
193
e um relé térmico, utilizado para comandar e proteger os
motores elétricos, chama-se demarrador.

5) Relacione os equipamentos apresentados na primeira coluna com


as funções listadas na segunda coluna:

( ) Protege pessoas de contatos acidentais


com as partes energizadas.
( 1 ) Gerador ( ) Comanda e protege os motores
elétrico elétricos.
( 2 ) Transformador ( ) Converte energia mecânica de rotação
em energia elétrica.
( 3 ) Motor elétrico ( ) Transfere energia elétrica de um ou mais
circuitos para outro ou outros circuitos.

( 4 ) Demarrador ( ) Protege os circuitos elétricos da ação


da atmosfera.
( 5 ) Painel elétrico ( ) Evita a exposição dos trabalhadores
aos seus efeitos térmicos.
( ) Aciona motores de corrente alternada
e contínua.
( ) Transforma energia elétrica em
mecânica.

RESERVADO
Alta Competência

6) Descreva, sucintamente, a função de cada um dos equipamentos


relacionados a seguir:

a) Disjuntor:

___________________________________________________________
___________________________________________________________
___________________________________________________________

b) Chave seccionadora:

___________________________________________________________
___________________________________________________________
___________________________________________________________

c) Fusível:

___________________________________________________________
___________________________________________________________
___________________________________________________________
194
d) Contator:

___________________________________________________________
___________________________________________________________
___________________________________________________________

RESERVADO
Capítulo 7. Equipamentos elétricos

7.5. Glossário
Aleta - aleta ou nervura é um artifício usado para aumentar a área de troca e,
portanto, melhorar o desempenho do conjunto sem grande variação no espaço
físico ocupado.

Arco elétrico - descarga elétrica produzida pela condução de corrente elétrica por
meio do ar ou outro gás, entre dois condutores separados.

Arco voltaico - o arco voltaico acontece quando a tensão entre dois pontos é maior
que a rigidez dielétrica (ou isolação) do meio que os separa. Aí forma-se um arco,
que é a corrente passando neste meio.

Bitola - dimensão correspondente à área da seção reta de um condutor elétrico.

Botoeira - botão eletrônico que substitui os mecânicos utilizados para


acionamentos de máquinas.

CCM - Centro de Controle de Motores.

CDC - Centros de Distribuição de Cargas 195

CMC - Conjuntos de Manobra e Controle

Capacitor - componente que armazena energia em um campo elétrico,


acumulando um desequilíbrio interno de carga elétrica.

Chave de bóia - instrumento para detectar o controle de nível de tanques ou


reservatórios onde são armazenados materiais líquidos.

Circuito elétrico - série ininterrupta de condutores da corrente elétrica.

Excitatriz - pequena máquina elétrica destinada a produzir a corrente necessária à


alimentação dos enrolamentos indutores de uma máquina principal.

Isolante - material que não permite o fluxo de eletricidade.

Manopla de acionamento - empunhadura.

Monopolar - um único pólo comanda um determinado material ou instrumento.

Motor de indução - máquina elétrica de conversão de energia elétrica em energia


mecânica de rotação que funciona através do fenômeno da indução eletromagnética.

Relé - dispositivo que controla a intensidade da corrente elétrica em um circuito.

RESERVADO
Alta Competência

Resistência - quociente de uma diferença de potencial aplicada às extremidades de


um condutor pela intensidade da corrente que ela produz, quando o condutor não
é dotado de força eletromotriz.

Senoidal - relativo a senóide; matemática curva plana que representa as variações


do seno quando o arco varia.

Toroidal - tipo de transformador de corrente, também conhecido como tipo janela.


Esse tipo tem a característica que o meio isolante entre o primário e o secundário
é o ar.

196

RESERVADO
Capítulo 7. Equipamentos elétricos

7.6. Bibliografia
COELHO FILHO, Roberto Ferreira. Riscos em Instalações e Serviços com Eletricidade:
Curso técnico de segurança do trabalho. Rio de Janeiro: Petrobras, 2005.

197

RESERVADO
Alta Competência

7.7. Gabarito
1) Liste os diagramas mais comuns utilizados para orientar a montagem de um
circuito elétrico:

• Diagrama de blocos;

• Diagrama unifilar;

• Diagrama trifilar;

• Diagrama de montagem;

• Diagrama de interligação.

2) Relacione corretamente os equipamentos elétricos na coluna da esquerda com


as funções apresentadas na coluna da direita:

(1) Contator (4) Protege os circuitos contra sobrecorrente e


curto-circuito.
(2) Relé térmico (1) Dispositivo de abertura e fechamento de circuito,
acionado por meios eletromagnéticos.
198
(3) Fusível (2) Dispositivo destinado a proteger motores elétri-
cos contra sobrecargas, funcionando em conjunto
com contatores.

(4) Disjuntor (5) Dispositivo usado para manobrar, ou seja, abrir ou


fechar circuitos em condições normais de operação.

(5) Chave (3) Protege circuitos elétricos contra curto-circuito atra-


vés da fusão de um elemento condutor descartável.

3) A estrutura metálica criada para unir, separar e proteger as diferentes partes de


uma instalação elétrica é chamada:

( ) Demarrador
( ) Contator
( ) Disjuntor
(X) Painel elétrico
( ) Chave seccionadora

RESERVADO
Capítulo 7. Equipamentos elétricos

4) Coloque verdadeiro (V) ou falso (F) nas afirmativas a seguir:

(F) Motores e geradores convertem energia mecânica em energia elétrica.


Justificativa: o gerador converte energia mecânica em energia elétrica e o
motor converte energia elétrica em energia mecânica.
( V ) Um gerador de eletricidade é, basicamente, composto de uma excitatriz,
um rotor (indutor) e um estator (induzido).

(F) O fenômeno de formação de corrente elétrica a partir da exposição de uma


espira a um campo magnético variável chama-se conversão eletromecânica.
Justificativa: chama-se indução eletromagnética. Conversão eletromecânica é o
fenômeno de conversão de energia elétrica em energia mecânica.
( V ) Quanto ao tipo de tensão usada, os motores elétricos de indução se divi-
dem em motores de corrente contínua e de corrente alternada, sendo que
esses últimos ainda se subdividem em motores síncronos e assíncronos.

( V ) O conjunto de componentes eletromecânicos e eletrônicos formado por


um dispositivo de proteção contra curto-circuito (fusível ou disjuntor), uma
chave magnética ou contator e um relé térmico, utilizado para comandar e
proteger os motores elétricos, chama-se demarrador.

5) Relacione os equipamentos apresentados na primeira coluna com as funções 199


listadas na segunda coluna:

(5) Protege pessoas de contatos acidentais com as


partes energizadas.
(1) Gerador elétrico (4) Comanda e protege os motores elétricos.

(2) Transformador (1) Converte energia mecânica de rotação em


energia elétrica.

(3) Motor elétrico (2) Transfere energia elétrica de um ou mais circuitos


para outro ou outros circuitos.

(4) Demarrador (5) Protege os circuitos elétricos da ação da atmosfera.

(5) Painel elétrico (5) Evita a exposição dos trabalhadores aos seus
efeitos térmicos.

(4) Aciona motores de corrente alternada e contínua.

(3) Transforma energia elétrica em mecânica.

RESERVADO
Alta Competência

6) Descreva, sucintamente, a função de cada um dos equipamentos


relacionados a seguir:

a) Disjuntor:

É o dispositivo mais versátil de uma instalação elétrica. Cumpre a função de


manobrar os circuitos e de protegê-los em caso de funcionamento anormal da
instalação (sobrecargas e curtos-circuitos). Pode ser do tipo mono, bi ou tripolar.

b) Chave seccionadora:

Este dispositivo é usado para manobrar, isto é, abrir ou fechar circuitos em


condições normais de operação. Normalmente, a chave seccionadora é definida
para manobras com carga ou sem carga.

c) Fusível:

Dispositivo de proteção dos circuitos elétricos contra curto-circuito. Deve ser


constituído por um material capaz de fundir quando uma corrente elétrica acima
dos valores estabelecidos circular por ele. Normalmente, são feitos de ligas de
chumbo, material com baixo ponto de fusão.

d) Contator:

Os contatores, também chamados de chave magnética, são dispositivos de


200 manobra mecânica, acionados eletromagneticamente para ligar e desligar
cargas elétricas.

RESERVADO
Capítulo 8
Choque elétrico

Ao final desse capítulo, o treinando poderá:

• Reconhecer os efeitos fisiológicos do choque elétrico no


corpo humano;
• Identificar as medidas de proteção contra os
choques elétricos.

RESERVADO
Alta Competência

202

RESERVADO
Capítulo 8. Choque elétrico

8. Choque elétrico

N
o dia-a-dia, nas nossas atitudes mais corriqueiras, tais como
acender uma lâmpada elétrica, abrir a porta da geladeira,
tomar banho ou ligar o computador, não prestamos atenção na
forma como fazemos isso, nem no perigo que a distração pode trazer.

Em casa ou no trabalho, o choque elétrico é um acidente que ocorre


com muita freqüência, seja ao trocar uma lâmpada ou com tomadas
desprotegidas, alvos freqüentes da curiosidade das crianças.

Os riscos de choque elétrico e de seus efeitos estão diretamente


ligados aos valores das tensões das instalações.

O choque provoca a estimulação repentina dos nervos ou uma


contração convulsiva dos músculos e pode causar dano físico e 203
até matar.

Os choques elétricos podem decorrer de dois tipos de contatos:

a) Contatos diretos - contatos de pessoas ou animais com partes


vivas sob tensão;

b) Contatos indiretos - contatos de pessoas ou animais com carcaças


de equipamentos que ficaram sob tensão devido a alguma falha
no seu isolamento elétrico.

RESERVADO
Alta Competência

IMPORTANTE!

Dicas de segurança:

• A pele molhada diminui a resistência de contato,


permitindo, assim, a passagem de maior intensidade
de corrente elétrica. A pele úmida aumenta a
possibilidade de choques elétricos em contato com
uma superfície que possibilite o fato;

• Assegure-se que aparelhos eletro eletrônicos não


estejam em locais onde possam se molhar. A água pode
danificar partes elétricas e fazer com que entrem em
curto-circuito, podendo provocar choques elétricos.

8.1. Proteção contra choques elétricos


204
Para as condições de perigo provocadas pelo choque elétrico, ou seja,
as pessoas em relação às instalações elétricas e os contatos diretos e
os indiretos, a Norma Técnica ABNT 5410 – Instalações elétricas de
baixa tensão prescreve rigorosas medidas de proteção, que podem
ser ativas ou passivas.

a) Medidas ativas:

São aquelas que utilizam dispositivos e métodos para produzir o


seccionamento automático do circuito quando ocorrerem situações
de perigo para os usuários.

Exemplo: o circuito é protegido por dispositivo DR de alta


sensibilidade. Este dispositivo desliga o circuito imediatamente
quando detecta uma fuga de corrente na instalação.

Um dispositivo DR, ou diferencial residual é como um interruptor que


protege contra choques elétricos e incêndios.

RESERVADO
Capítulo 8. Choque elétrico

b) Medidas passivas:

São aquelas que utilizam dispositivos e métodos para limitar a


corrente elétrica que pode atravessar o corpo humano ou impedir o
acesso às partes energizadas.

Exemplo: isolação das partes vivas, invólucros ou barreiras removíveis


apenas com chave ou ferramenta com intertravamento ou com uso
de barreira intermediária etc.

Os elementos fundamentais no estudo da proteção contra choques


elétricos são:

• Parte viva;

• Massa;
205
• Elemento condutor estranho à instalação.

8.2. Efeitos da passagem da corrente elétrica pelo corpo humano

O corpo humano, não só pela natureza de seus tecidos, como


pela grande quantidade de água e sais minerais que contém, tem
comportamento semelhante ao de um condutor elétrico, ou seja,
conduz eletricidade. Na presença de eletricidade, nosso corpo se
comporta como uma resistência, na realidade, uma bioimpedância.
A impedância do corpo varia de indivíduo para indivíduo.

A epiderme seca tem uma resistividade que depende do seu estado


de endurecimento (calosidade). É maior nas pontas dos dedos do
que na palma da mão e maior nesta do que no braço. Podemos
representar o corpo humano, em valores aproximados, como uma
associação de resistências, em que cada membro - superior ou inferior
- apresenta uma resistência equivalente da ordem de 500 Ohms,
enquanto o corpo - tórax + abdômen - apresenta uma resistência
equivalente da ordem de 250 Ohms.

RESERVADO
Alta Competência

500 500

250

500 500

Resistência equivalente
do corpo humano.

206 O valor da resistência ôhmica do corpo humano varia de indivíduo para


indivíduo. Além disso, os efeitos da passagem da corrente elétrica pelo
corpo humano irão depender, também, dos seguintes fatores:

a) Natureza da corrente (corrente contínua ou alternada):

Há maior sensibilidade do corpo humano à corrente alternada de


freqüência industrial (50/60Hz) do que à corrente contínua. O limiar
de sensação da corrente contínua é da ordem de 5mA, enquanto
que, na corrente alternada, é de 1mA.

ATENÇÃO

A corrente elétrica passa a ser perigosa para o


homem a partir de 9mA (corrente alternada) e 45mA
(corrente contínua).

RESERVADO
Capítulo 8. Choque elétrico

b) Intensidade da corrente (medida em ampères):

Quanto maior a tensão (V), maior será a intensidade da corrente (I)


que circula pelo corpo. Quanto menor a resistência (R) do corpo e
dos pontos de contato, maior será a intensidade da corrente (I) que
circula pelo corpo. Quanto mais intensa for a corrente elétrica (I) mais
graves serão os efeitos fisiológicos.

c) Reações fisiológicas habituais da passagem de corrente elétrica


no corpo:

Intensidade da corrente Efeito


Menor que 1mA Imperceptível
Entre 1 e 10mA Limiar de percepção
Entre 10 e 30mA Há perda do controle motor
Entre 30 e 75mA Há perda respiratória
Entre 75 e 250mA Fibrilação ventricular 207
Entre 250mA e 4A Há contração miocárdia sustentada
Maior que 5A Queimadura dos tecidos

Segundo critérios adotados na segurança e medicina do trabalho,


nenhum trabalhador pode ficar exposto a uma corrente elétrica
alternada (60Hz) superior a 9mA. Na possibilidade disso ocorrer,
medidas de proteção adequadas deverão ser utilizadas, como a
adoção de equipamentos de proteção coletiva e individual.

d) Duração do choque (em segundos):

Quanto maior o tempo de exposição à corrente elétrica, maior


será o efeito danoso no organismo. A energia dissipada no corpo
é diretamente proporcional ao tempo: f(t). Em outras palavras:
há uma relação diretamente proporcional entre a duração
do choque elétrico e a probabilidade de ocorrerem danos de
conseqüências irreversíveis.

RESERVADO
Alta Competência

e) Freqüência do sinal (em hertz):

As correntes elétricas de alta freqüência são menos perigosas para o


corpo humano do que as de baixa freqüência. Isto porque as correntes
de altas freqüências não penetram no interior do organismo,
circulando na periferia do condutor, no caso, a pele.

f) Densidade da corrente (em miliampères/mm2):

O efeito sobre os tecidos irá depender da densidade da corrente no


local de aplicação da corrente elétrica, como apresentado a seguir:

Densidade de corrente Efeito


Abaixo de 10mA/mm2 Em geral, não são observadas alterações na pele
Entre 10 e 20mA/mm2 Avermelhamento da pele na região de contato
Entre 20 e 50mA/mm2 Coloração marrom na pele na região de contato
208 Acima de 50mA/mm2 No caso de períodos maiores que 10s, são
observados inchamentos na região
Acima de 50mA/mm2 Possibilidade de carbonização dos tecidos

g) Caminho percorrido pela corrente elétrica no corpo humano:

O pior choque acontece quando a corrente elétrica entra por uma mão e
sai pelo tórax, ou seja, quando passa através do coração, pois apresenta
maior probabilidade de causar fibrilação ventricular. A corrente elétrica,
ao atravessar órgãos vitais, normalmente leva ao óbito.

A passagem da corrente elétrica pelo corpo provoca os seguintes


fenômenos críticos:

• Tetanização: paralisia muscular provocada pela circulação de


corrente através dos tecidos nervosos que controlam os músculos.
Superposta aos impulsos de comando da mente, a corrente os
anula, podendo bloquear um membro ou o corpo inteiro;

• Parada respiratória: se os músculos peitorais estiverem envolvidos


na tetanização, os pulmões são bloqueados e a função vital de
respiração pára. É uma situação de emergência;

RESERVADO
Capítulo 8. Choque elétrico

• Queimaduras: a passagem da corrente elétrica pelo corpo


humano pode produzir queimaduras graves causadas pela
transformação de energia elétrica em calor por efeito Joule
(pode chegar a mais de mil graus centígrados);

• Fibrilação ventricular: se a corrente elétrica atingir o coração,


poderá perturbar o seu funcionamento regular. A situação é
de extrema emergência, pois o coração pára de bombear o
sangue para o corpo. A fibrilação é um fenômeno irreversível,
que permanece mesmo quando a causa cessa e só pode ser
anulada com o uso de um desfibrilador.

h) Isolamento do corpo:

No momento do choque elétrico, a resistência total (R), ou seja,


aquela determinada pelas condições do contato, características da
pessoa e pelo trajeto da corrente pelo corpo, varia continuamente, 209
dificultando o cálculo mais preciso do seu valor.

8.3. Medidas de proteção contra choque elétrico

Independente do tipo de instalação ou sistema, os riscos elétricos estão


sempre presentes, sendo fundamental mantê-los sob controle. Como
vimos, um dos principais riscos associados à segurança do trabalhador
e comum em todas as instalações e serviços com eletricidade é o
choque elétrico.

Para manter os riscos de contato sob controle, são utilizadas diversas


técnicas de engenharia, conforme mostrado no diagrama a seguir:

RESERVADO
Alta Competência

Isolamento

Barreiras ou invólucros

Medidas de proteção
Obstáculos
contra contatos diretos

Colocação fora de alcance


Risco de
Contato Proteção por dispositivos DR

Aterramento
Medidas de proteção
contra contatos indiretos
Isolação dupla ou reforçada

A seguir, vamos apresentar, resumidamente, cada uma dessas técnicas.


210
8.3.1. Isolamento de partes energizadas

Isolantes são elementos construídos com materiais dielétricos (não


condutores de eletricidade) que têm por objetivo isolar condutores
ou outras partes da estrutura que estão energizadas, para que os
serviços possam ser executados com efetivo controle dos riscos pelo
trabalhador.

A maioria dos condutores de eletricidade utilizados em instalações,


exceto condutores aéreos, apresentam uma cobertura fabricada em
material isolante. Esse isolamento deve ser compatível com os níveis
de tensão do serviço.

RESERVADO
Capítulo 8. Choque elétrico

1. Condutor
• material: fio de cobre nu,
têmpera mole;

• forma: redonda nornal,


4 3 2 1 compacta ou setorial;

• encordoamento: classe 2.

2. Isolação
Composto termoplástico de PVC
em chumbo antichama.

Identificação
3. Enchimento
Composto termoplástico em
Cabo unipolar: cobertura preta.
PVC sem chumbo.
Cabos multipolares (2, 3 e 4 condutores): veias numerizadas
e cobertura preta.
4. Cobertura
Composto termoplástico de PVC
Temperaturas máximas do condutor: 70ºC em serviço
sem chumbo antichama.
confinado, 100ºC em sobrecarga e 160ºC em curto-circuito.

Os dispositivos de isolamento temporário, usados para a proteção


dos trabalhadores em intervenções no sistema elétrico, devem ser
bem acondicionados para evitar acúmulo de sujeira e umidade que 211
comprometam a isolação e possam torná-los condutivos. Também
devem ser inspecionados a cada uso e serem submetidos a testes
elétricos anualmente. Exemplos de dispositivos de isolamento:
cobertura, manta, tapete ou lençol isolante.

Cobertura sobre linha aérea.

RESERVADO
Alta Competência

212
Painel de alta tensão (esq.) com tapete isolante.

8.3.2. Barreiras e invólucros

As barreiras e invólucros são dispositivos que impedem qualquer


contato com partes energizadas das instalações elétricas. Estes
componentes visam impedir que pessoas ou animais toquem,
acidentalmente, as partes energizadas, garantindo, assim, que sejam
advertidas de que as partes accessíveis através das aberturas estão
energizadas e não devem ser tocadas.

a) Barreira:

Assegura proteção contra contatos diretos, em todas as direções


habituais de acesso. As barreiras terão que ser robustas, fixadas de
forma segura e devem ter durabilidade, tendo como fator de referência
o ambiente em que estão inseridas. Só poderão ser retiradas com
chaves ou ferramentas apropriadas e, também, como predisposição,
uma segunda barreira ou isolação que não possa ser retirada sem
ajuda de chaves ou ferramentas apropriadas.

RESERVADO
Capítulo 8. Choque elétrico

b) Invólucro:

O invólucro assegura proteção de um equipamento contra


determinadas influências externas e proteção contra contatos diretos
em qualquer direção.

Barramento terra/neutro
Moldura
Disjuntor Din

Base da caixa
Trabalho Din
Tampa Parafuso para
fixação trilho
Barramento

Quadro de distribuição de energia (invólucro). 213

O grau de proteção dos invólucros está especificado na Norma


Brasileira ABNT-NBR-IEC-60529 – Graus de Proteção para Invólucros
de Equipamentos Elétricos (código IP).

Primeiro digito Proteção de pessoas contra contato a partes vivas e móveis no


interior do Invólucro e proteção contra o ingresso de corpos sólidos

0 Não protegido

Protegido contra contato acidental do corpo (exemplo: mão)


1 DANGER
HIGH
e contra corpos com diametro > 50mm
VOLTAGE

Protegido contra contato por dedo padrão e corpos médios


2 DANGER
HIGH Diâmetro > 12mm; comprimento > 50mm
VOLTAGE

Protegido contra contato por ferramentas, fios, etc. Diâmetro > 2,5mm
3 DANGER
E corpos pequenos
HIGH
VOLTAGE

4 Protegido contra contato por ferramentas, fios, etc. Diâmetro > 1,0mm
DANGER
HIGH
VOLTAGE
E corpos pequenos

Completamente protegido contra contato; à prova de pó; não estanque a pó


5
DANGER
HIGH
VOLTAGE

6 Completamente protegido contra contato; estanque a pó; não a ingresso


De pó
DANGER
HIGH
VOLTAGE

Segundo digito Proteção contra o ingresso de água

0 Não protegido
RESERVADO
Protegido contra queda vertical de água
1 (água de condensação)
VOLTAGE

4 Protegido contra contato por ferramentas, fios, etc. Diâmetro > 1,0mm
DANGER
HIGH
VOLTAGE
E corpos pequenos

Alta Competência Completamente protegido contra contato; à prova de pó; não estanque a pó
5
DANGER
HIGH
VOLTAGE

6 Completamente protegido contra contato; estanque a pó; não a ingresso


De pó
DANGER
HIGH
VOLTAGE

Segundo digito Proteção contra o ingresso de água

0 Não protegido

Protegido contra queda vertical de água


1 (água de condensação)

Protegido contra água com inclinação de até 15º


2 em relação à vertical (à prova de pingos)

3 Protegido contra água de chuva com inclinação de até 60º


à prova de chuva

Protegido contra respingo em todas as direções;


4 à prova de respingo

Protegido contra jato d´agua; água projetada em todas as


5 direções não prejudica o equipamento

Protegido contra submersão; o equipamento é projetado


6 para operar continuamente submerso

Protegido contra imersão; o equipamento opera imerso em


7 água sob condições de tempo e pressão

214 Protegido contra submersão; o equipamento é projetado para


8 operar continuamente submerso

8.3.3. Obstáculos e anteparas

Os obstáculos devem impedir o contato involuntário com partes vivas:

• Uma aproximação física não intencional das partes energizadas;

• Contatos não intencionais com partes energizadas durante


atuações sobre o equipamento, estando o equipamento em
serviço normal.

RESERVADO
Capítulo 8. Choque elétrico

Obstáculo para a proteção de equipamento energizado.


215

8.3.4. Colocação fora de alcance

Esta técnica corresponde à zona de alcance normal.

Zona que se estende de qualquer ponto de uma superfície em que


pessoas podem permanecer ou se movimentar habitualmente até
os limites que uma pessoa pode alcançar com a mão, em qualquer
direção, sem recurso auxiliar.

8.3.5. Dispositivos DR (Diferencial Residual)

O dispositivo DR (Diferencial Residual) funciona como um interruptor.


Sua função é proteger contra choques elétricos e também contra
incêndios em instalações elétricas.

Este dispositivo também desliga a rede de fornecimento de energia


elétrica do equipamento ou instalação que está protegendo ao
detectar a ocorrência de uma fuga de corrente na instalação que
exceda um determinado valor. Sua atuação tem que ser rápida,
menor do que 0,2 segundos. É preciso que tanto o dispositivo quanto
o equipamento ou instalação elétrica estejam ligados a um sistema
de terra.

RESERVADO
Alta Competência

É constituído por um transformador de corrente, um disparador


e um mecanismo liga-desliga. Todos os condutores necessários
para levar a corrente ao equipamento passam pelo transformador
de corrente, que detecta o aparecimento da corrente de fuga,
como vemos na ilustração a seguir:

Fig. 01 + Fig. 02

_
0 Amp

Fig. 03
216 fonte
carga
amperímetro
sensor
= 0 Amp
Diagramas apenas para fins ilustrativos
Dispositivo DR (Diferencial Residual).

Na ilustração a seguir, podemos observar dispositivos (DR) Diferencial


Residual bi e tetrapolar.

Dispositivo DR (Diferencial Residual).

RESERVADO
Capítulo 8. Choque elétrico

8.3.6. Aterramento

O aterramento de uma instalação ou equipamento consiste em


uma maneira de promover uma ligação intencional à terra -
permanente ou temporária -, através da qual correntes elétricas
podem fluir com segurança.

Os principais objetivos do aterramento são:

• Proteger as pessoas contra os efeitos provocados por contatos


indiretos (choque elétrico);

• Oferecer um caminho seguro, controlado e de baixa impedância


em direção à terra para escoar descargas atmosféricas e as
correntes induzidas por estas (reduzir tensão de toque);

• Controlar tensões com relação à terra, protegendo 217


equipamentos e instalações contra sobretensões;

• Oferecer um caminho para a circulação de corrente que irá


permitir a detecção de uma ligação indesejada entre condutores
vivos e a terra, possibilitando a atuação rápida de dispositivos
de proteção;

• Minimizar possíveis fontes de ignição em equipamentos


e componentes da instalação localizados em atmosferas
potencialmente explosivas.

Os aterramentos podem ser divididos em três grupos (tipos):

a) Aterramento funcional do sistema elétrico:

O aterramento funcional do sistema elétrico determina a forma de


conexão entre o neutro da instalação e a terra. De maneira prática,
significa dizer se haverá ou não ligação intencional entre o neutro e
a terra.

RESERVADO
Alta Competência

O tipo de aterramento influencia diretamente o comportamento


do sistema elétrico numa situação de curto-circuito para a terra, em
especial o valor da corrente de curto fase-terra. Ou seja, a escolha
correta dos dispositivos de proteção contra faltas fase-terra depende
do tipo de aterramento escolhido.

Nas instalações marítimas da Petrobras são adotados três tipos básicos


de aterramento de sistema elétrico: sistema com neutro solidamente
aterrado, sistema com neutro aterrado por resistência (alta ou baixa)
e sistema isolado. Existem ainda sistemas com neutro aterrado por
reatância e sistemas com aterramento ressonante, que não serão
abordados neste trabalho por não serem usados nas plataformas da
Bacia de Campos.

• Sistema com neutro solidamente aterrado

218 Neste tipo de sistema, o neutro da instalação (gerador ou


transformador) é diretamente conectado à terra, sem nenhuma
resistência intencional. A resistência de aterramento deve-se apenas
à resistência das conexões, do cabo de ligação com a terra e à própria
resistência de terra.

Gerador Gerador
ou secundário ou secundário
Falta
A A

do transformador do transformador

B B

C C

N N

Sistema sadio Sistema com uma fase à terra

Sistema com neutro solidamente aterrado.

Se houver uma falta fase-terra, a corrente de falta dependerá da


tensão fase-terra e da resistência de aterramento, que em geral é
baixa. Em conseqüência, essa corrente de falta normalmente atinge
valores elevados, devendo ser rapidamente interrompida pelos
dispositivos de proteção do circuito (relés e disjuntores).

RESERVADO
Capítulo 8. Choque elétrico

Embora seja o tipo de aterramento mais usado nas instalações


elétricas em geral (industriais e residenciais), é o menos usado nas
plataformas marítimas da Bacia de Campos.

A principal vantagem desse tipo de aterramento é que os valores


elevados da corrente de curto-circuito fase-terra normalmente
são suficientes para sensibilizar os dispositivos de proteção por
sobrecorrente (relés e disjuntores). Por outro lado, essas correntes
provocam um arco elétrico de alta energia, trazendo riscos para os
operadores e para a instalação. De acordo com a literatura técnica cerca
de 85% das faltas em sistemas elétricos são faltas fase-terra, portanto
limitar o valor dessas correntes de falta reduz significativamente o
risco de acidentes por arco elétrico.

Nesse tipo de sistema, a falta ou deficiência de conexão do neutro


com a terra impossibilita ou limita a atuação dos dispositivos de
proteção, podendo gerar sérias conseqüências ao sistema elétrico 219
(descoordenação, perda de seletividade, incêndio causado por curto-
circuito).

• Sistema com neutro aterrado por resistência

Nesse tipo de sistema o neutro da instalação é conectado à terra


através de uma resistência, que pode ser de alto ou baixo valor. A
finalidade dessa resistência é limitar o valor da corrente de curto-
circuito fase-terra.

Gerador Gerador Falta

ou secundário
A
ou secundário
A

do transformador do transformador
B B

C C

Sistema sadio

Sistema com uma fase à terra

Sistema com neutro aterrado por resistência.

RESERVADO
Alta Competência

Nos sistemas aterrados por baixa resistência, o valor da resistência é


normalmente calculado para limitar a corrente de curto fase-terra
a valores entre 100A e 400A. Esses valores ainda são elevados, ou
seja, o sistema não pode operar continuamente com uma fase para a
terra, devendo ser rapidamente interrompido em caso de falta.

Nos sistemas de baixa tensão aterrados por alta resistência, a corrente


de curto é normalmente limitada a cerca de 2A. Isso permite que o
sistema continue operando com uma falta à terra, mas é mandatório
que essa falta seja prontamente identificada e eliminada pela equipe
de operação / manutenção, pois se uma segunda fase for à terra
haverá um curto circuito fase-fase, com elevada corrente de falta e
danos ao sistema elétrico.

Nos sistemas de média tensão aterrados por alta resistência os valores


da corrente de falta à terra são mais elevados, o que torna mandatório
220 o desligamento automático imediato do circuito quando da primeira
falta à terra.

É comum encontrar na literatura técnica que a principal vantagem do


sistema aterrado por alta resistência é a continuidade operacional,
já que o sistema pode continuar operando com uma falta à terra.
Porém, o principal fator motivador para alteração dos sistemas
elétricos das plataformas de solidamente aterrado para aterrado por
alta resistência foi a redução significativa do nível de energia de arco
no caso de uma falta fase-terra, proporcionando maior segurança
para o pessoal de operação e manutenção durante intervenções no
sistema elétrico.

É importante lembrar que nos sistemas aterrados por resistência, tão


graves quanto a falta de aterramento, ou seja, falta de conexão com
a terra, são os defeitos em que a resistência é curto-circuitada (fica
sob "by pass").

• Sistema isolado

Nesse tipo de sistema, não existe conexão intencional entre as partes


vivas do sistema e a terra.

RESERVADO
Capítulo 8. Choque elétrico

A A

Gerador Gerador
ou secundário B ou secundário B

do transformador do transformador
C C

(a)
(b)

Sistema isolado – (a) ligação estrela; (b) ligação triângulo.

A princípio, pode-se ficar tentado a imaginar que se houver uma


falta fase-terra não haverá caminho de retorno para a corrente de
falta. Porém, existe um acoplamento capacitivo entre os cabos de
fase e a terra, proporcionando tal caminho. Assim, no caso de uma
falta fase-terra, a corrente retornará através das capacitâncias das
outras duas fases.

Falta
A A
Gerador Gerador
221
B B

C C

c0 - c c0 - b c0 - a

Sistema sadio Sistema com uma fase à terra

Retorno da corrente de falta em um sistema isolado.

A corrente de retorno depende da capacitância do circuito,


principalmente da quantidade e características dos cabos de
distribuição. Nos circuitos de baixa tensão das plataformas marítimas,
tal corrente é normalmente menor que 1A. Nos circuitos de média
tensão os valores são mais elevados, podendo passar de 5A.

Esse tipo de aterramento é utilizado nos navios-tanque e FPSOs, por


força de norma, para evitar o retorno de correntes de fuga pelo casco.

Assim como no sistema aterrado por alta resistência, nos circuitos de


baixa tensão é possível continuar operando com uma primeira falta
à terra, mas é mandatório que essa falta seja prontamente localizada
e eliminada. Nos circuitos de média tensão deve haver desligamento
automático imediato.

RESERVADO
Alta Competência

b) Aterramento de proteção contra descargas atmosféricas:

Este tipo de aterramento busca proteger o sistema elétrico, os


equipamentos e as pessoas dos surtos de tensão provocados pelas
descargas atmosféricas, por meio de um caminho seguro, de modo que
a energia proveniente das descargas atmosféricas seja rapidamente
direcionada para a terra.

c) Aterramento de segurança:

O aterramento de segurança tem o objetivo de descarregar para a


terra as cargas elétricas acumuladas pela energização acidental das
carcaças metálicas das máquinas, equipamentos, painéis, leitos de
cabo, tubulações e outros dispositivos sujeitos ao acúmulo indevido
destas cargas elétricas.

222 Esse tipo de aterramento é feito através da conexão física das


partes metálicas que não trabalham energizadas com o potencial
de terra (através de material condutor metálico, popularmente
chamado de fio terra).

Vamos imaginar a seguinte situação: um motor elétrico está em


funcionamento e desenvolve uma falha no seu isolamento (baixa
isolação) de forma que a eletricidade que estava contida pelo material
isolante do qual o motor é feito começa a se transferir para a sua
carcaça metálica.

127 v
na carcaça
220 v

do motor

MotorMotor
não não
aterrado
aterrado.

Dependendo da intensidade dessa falha e da condição de contato


elétrico entre a carcaça do motor e o local onde está instalado (skid

RESERVADO
Capítulo 8. Choque elétrico

metálico, base de concreto etc.), o potencial elétrico deixará a carcaça


do motor energizada.

Uma pessoa, ao tocar a superfície do motor, estaria formando o


circuito elétrico apresentado na ilustração a seguir. Assim, é fácil
determinar a corrente elétrica que passaria pelo seu corpo:

127V
500 250 
i
220V

i 127V G 250 250

Req = 250 + 500 + 125 = 875


V = 127V
i = V / Req = 127 / 875 = 0,145A

Circuito elétrico formado quando o trabalhador toca o motor.

Observamos, também, que a corrente que fluirá da carcaça do motor 223


e passará pelo braço e o tórax da pessoa atingirá regiões importantes,
provocando a tetanização do diafragma e a fibrilação ventricular do
músculo cardíaco.

Outro fato que nos chama a atenção é que o acréscimo de corrente


elétrica provocado pelo choque é muito pequeno quando comparado
à corrente nominal do motor. Ou seja, não será grande o suficiente
para sensibilizar os dispositivos de proteção. Logo, não ocorrerá o
seccionamento automático do circuito elétrico.

Ao compararmos o valor encontrado (127mA) com a tabela de


efeitos fisiológicos da corrente elétrica mostrada anteriormente,
constataremos que será mais do que suficiente para provocar a morte
do trabalhador.

O aterramento das carcaças e das tubulações metálicas impede que


o fluxo de corrente percorra o corpo de pessoas que possam tocá-
las, caso estas superfícies estejam energizadas. Além disso, auxiliam
na sensibilização dos dispositivos de proteção, provocando o
seccionamento automático da fonte de energia, em caso de defeito.

RESERVADO
Alta Competência

Sem o aterramento de segurança: Com o aterramento de segurança:


1) O caminho de fuga da corrente para a terra é o corpo 1) O caminho de fuga da corrente para a terra é
do trabalhador; o cabo de aterramento (baixíssima resistência);
2) A corrente de fuga não é suficiente para provocar o 2) A corrente de fuga será grande (praticamente um
seccionamento automático do dispositivo de proteção. curto-circuito para a terra) e suficiente para sensibilizar
o dispositivo de seccionamento automático.

Fluxo de corrente com e sem aterramento.

224

Detalhe da conexão do aterramento da carcaça de um transformador.

Norma Petrobras N-2222

A Norma Petrobras N-2222 – Projeto de aterramento de segurança em


unidades marítimas – fixa as condições mínimas para a elaboração de
projeto de aterramento de segurança em unidades marítimas fixas ou
móveis de perfuração e produção de petróleo e gás, construídas em
estruturas ou casco metálico, ou seja, como será feita a interligação
elétrica intencional de qualquer parte metálica não condutora do
equipamento elétrico (carcaça) ou skid para a terra.

RESERVADO
Capítulo 8. Choque elétrico

ATENÇÃO

Nas unidades marítimas, a terra é definida como


a massa metálica da estrutura principal, casco da
unidade marítima, ou estrutura contínua de módulos
que são montados e soldados tendo uma conexão
permanente à estrutura principal (casco ou jaqueta).

8.3.7. Isolação dupla ou reforçada

Este tipo de proteção é normalmente aplicada a equipamentos


portáteis, tais como ferramentas elétricas manuais, por serem
empregadas nos mais variados locais e condições de trabalho e que, por
suas características, requerem outro sistema de proteção que permita
uma confiabilidade maior do que aquela oferecida exclusivamente
pelo aterramento elétrico. 225

a) Isolação básica:

É a isolação aplicada às partes vivas para oferecer proteção básica


contra choques elétricos.

b) Isolação suplementar:

É a isolação adicional e independente da isolação básica destinada


a assegurar proteção contra choques elétricos no caso de falha da
isolação básica.

c) Isolação reforçada:

É a isolação única, mas não necessariamente homogênea, aplicada


sobre partes vivas, que tem propriedades elétricas equivalentes às de
uma isolação dupla.

d) Isolação dupla:

É a isolação composta por isolação básica e isolação suplementar.

RESERVADO
Alta Competência

8.3.8. Desenergização

A desenergização dos circuitos elétricos é a principal medida de


segurança nas operações com eletricidade.

A desenergização é um conjunto de ações coordenadas, seqüenciadas


e controladas, destinadas a garantir a efetiva ausência de tensão
no circuito, trecho ou ponto de trabalho, durante todo o tempo de
intervenção e sob controle dos trabalhadores envolvidos.

Somente serão consideradas desenergizadas as instalações elétricas


liberadas para trabalho, mediante os procedimentos apropriados e
obedecida a seqüência determinada.

ATENÇÃO
226 Para memorizar o passo a passo do processo de
desenergização, faremos uso do mnemônico DICAS
a seguir:

D Desligue as fontes de energia normais.


Impeça as fontes de serem religadas, através de
I
dispositivos de bloqueio.
Constate a ausência de tensão no circuito que está
C
sendo desenergizado.
Aterre temporariamente o circuito que está sendo
A desenergizado e proteja os elementos que não
podem ser desenergizados na zona de trabalho.
Sinalize os dispositivos de bloqueio e a área onde o
S
serviço será realizado.

a) Desligar (seccionar) as fontes de energia normais:

É o ato de promover a descontinuidade elétrica total, com


afastamento adequado entre um circuito ou dispositivo e outro,
obtida mediante o acionamento de dispositivo apropriado (chave
seccionadora, interruptor, disjuntor), acionado por meios manuais
ou automáticos, ou ainda através de ferramental apropriado e
segundo procedimentos específicos.

RESERVADO
Capítulo 8. Choque elétrico

O conhecimento da documentação de engenharia, como o diagrama


unifilar da instalação, possibilita identificar as fontes de energia
(dinâmicas e estáticas) que deverão ser desligadas de forma que as
manobras sejam corretamente executadas.

IMPORTANTE!

A documentação da engenharia nos fornece


informações importantes, tais como:

• Localização das fontes de energia;

• Características dos dispositivos de proteção;

• Níveis de tensão de toda a instalação;

• Níveis de curto-circuito dos painéis;

• Tipo de aterramento funcional. 227

b) Impedimento de reenergização:

São as condições estabelecidas para impedir, com garantia, a


reenergização do circuito ou equipamento desligado, assegurando
ao trabalhador o controle do seccionamento. Trata-se, na prática, de
aplicar travamentos mecânicos, por meio de fechaduras, cadeados e
dispositivos auxiliares de travamento ou com sistemas informatizados
equivalentes, que possam garantir o efetivo impedimento de
reenergização, involuntária ou acidental, do circuito ou equipamento,
durante a execução da atividade que originou o seccionamento.

Em atividades que envolvam equipes diferentes, o risco de energizar


inadvertidamente o circuito onde mais de um empregado estiver
trabalhando é grande. Nesse caso, a eliminação do risco é alcançada
com o emprego de quantos bloqueios forem necessários para a
execução da atividade.

RESERVADO
Alta Competência

O circuito só poderá ser novamente energizado quando o último


empregado concluir o serviço e destravar os bloqueios. Após a
conclusão dos serviços, os procedimentos de liberação específicos
deverão ser adotados.

228

Bloqueio do disjuntor lock out & tag out – Bloqueio de plugue.

c) Constatação da ausência de tensão:

É a verificação da efetiva ausência de tensão nos condutores do circuito


elétrico. Deve ser realizada com detectores testados antes e depois
da verificação da ausência de tensão, sendo realizada por contato ou
por aproximação e de acordo com procedimentos específicos.

RESERVADO
Capítulo 8. Choque elétrico

ATENÇÃO

Para garantir a segurança do técnico de operação


envolvido, devem ser usados aparelhos capazes
de evitar:

• e rros de manobra;

• contato acidental com outros circuitos adjacentes;

• t ensões induzidas por linhas adjacentes;

• d escargas atmosféricas, mesmo que distantes do


local de trabalho;

• f ontes de alimentação de terceiros.

229

Testador de tensão Detector de tensão Detector de fases.


até 800 kV (por por contato.
aproximação).

Testador de fase. Testador de Detector de tensão.


ausência de tensão.

RESERVADO
Alta Competência

d) Instalação de aterramento temporário com eqüipotencialização


dos condutores dos circuitos e proteção de partes que não possam
ser desenergizadas:

Um condutor do conjunto de aterramento temporário deverá


ser ligado a uma haste conectada à terra, após a constatação da
inexistência de tensão. Na seqüência, as garras de aterramento aos
condutores fase, previamente desligados, deverão ser conectadas. As
demais partes do local onde se realizam os serviços e que não possam
ser desenergizadas deverão ser protegidas com materiais isolantes
para evitar toque acidental do trabalhador.

Eqüipotencializar é o mesmo que deixar tudo no mesmo potencial,


ou seja, fazer com que sejam eliminadas as tensões de contato,
toque e passo, através de uma interligação de baixa impedância.
Na prática, isso não é tão fácil assim. O que ocorre é que, com a
230 eqüipotencialização, se minimizam os potenciais entre duas ou mais
partes, reduzindo-se, assim, as tensões perigosas que podem causar
acidentes com choques elétricos.
(Fonte: http://www.abracopel.org.br)

e) Aterramento temporário:

O aterramento temporário deverá ser adotado a montante (antes) e


a jusante (depois) do ponto de intervenção do circuito e derivações,
se houver, salvo se a intervenção ocorrer no final do trecho. Deve ser
retirado ao final dos serviços.

RESERVADO
Capítulo 8. Choque elétrico

ATENÇÃO

A energização acidental pode ser causada por:

• Erros na manobra;

• Contato acidental com outros circuitos energizados,


situados ao longo do circuito;

• Tensões induzidas por linhas adjacentes ou que


cruzam a rede;

• Fontes de alimentação de terceiros (geradores);

• Descargas atmosféricas.

Na ilustração a seguir, podemos ver uma instalação de aterramento 231


temporário em rede aérea de distribuição, na qual se realiza
manutenção nos isoladores. Repare na existência de dois conjuntos
de aterramento (montante e jusante) do local da intervenção.

Aterramento temporário de rede aérea de distribuição.

RESERVADO
Alta Competência

Grampo de Torção,
em laga de bronze
1) Descarregue todos os capacitores;
Tarugo de
fiberglass 2) Curte-circuite e aterre todos os
Empunhadura
anti-derrapante
elementos de alta capacitância;
3) Curte-circuite e aterre todos
os elementos de alimentação do
equipamento em manutenção.

Alivie a energia residual antes de iniciar o trabalho.

f) Proteção dos elementos energizados existentes na zona controlada:

232 A zona controlada é definida como a área em torno da parte condutora


energizada, acessível, segregada, de dimensões estabelecidas de
acordo com o nível de tensão, cuja aproximação só é permitida a
profissionais autorizados, como disposto no anexo II da NR-10.

Esta proteção pode ser feita a partir do uso de anteparas, dupla


isolação, invólucros, coberturas etc. Veja a ilustração a seguir:

ZL
ZL

Rc ZC
Rc ZC
ZL
ZR
ZR

PE
PE
Rr
Rr

SI

PE Ponto Energizado
Rr Raio da Zona de Risco
ZR Zona de Risco
Rc Raio da Zona Controlada
ZC Zona Controlada
ZL Zona Lire
SI Superfície Isolante

RESERVADO
Capítulo 8. Choque elétrico

Faixa de tensão Rr - Raio de delimitação Rc - Raio de delimitação


nominal da instalação entre zona de risco e entre zona controlada e
elétrica em kV controlada em metros livre em metros
<1 0,20 0,70
≥1 e < 3 0,22 1,22
≥3 e <6 0,25 1,25
≥6 e <10 0,35 1,35
≥10 e <15 0,38 1,38
≥15 e <20 0,40 1,40
≥20 e <30 0,56 1,56
≥30 e <36 0,58 1,58
≥36 e <45 0,63 1,63
≥45 e <60 0,83 1,83
≥60 e <70 0,90 1,90
≥70 e < 110 1,00 2,00
≥110 e <132 1,10 3,10
≥132 e <150 1,20 3,20
233
≥150 e <220 1,60 3,60
≥220 e <275 1,80 3,80
≥275 e <380 2,50 4,50
≥380 e <480 3,20 5,20
≥480 e <700 5,20 7,20

g) Instalação da sinalização de impedimento de reenergização e da


área de trabalho:

Sinalização adequada de segurança deverá ser adotada, destinada


à advertência e à identificação da razão de desenergização e
informações do responsável. Esta sinalização deverá ser aplicada,
também, nas imediações onde o trabalho será desenvolvido.

RESERVADO
Alta Competência

Os avisos, placas, cartões ou etiquetas de sinalização do travamento


ou bloqueio devem ser claros, adequadamente fixados e devem
ser resistentes às intempéries e ao tempo. No caso de método
alternativo, procedimentos específicos deverão assegurar a
comunicação da condição impeditiva de energização a todos os
possíveis usuários do sistema.

234

RESERVADO
Capítulo 8. Choque elétrico

8.4. Exercícios

1) Coloque verdadeiro (V) ou falso (F) nas alternativas a seguir:

( ) Choque elétrico é o conjunto de perturbações de natureza e


efeitos diversos, que se manifesta no organismo humano ou
animal, quando este é percorrido por uma corrente elétrica.
( ) As correntes elétricas são incapazes de provocar contrações
musculares involuntárias.
( ) Os efeitos fisiológicos da corrente elétrica independem do
seu percurso pelo corpo humano.
( ) A corrente elétrica passa a ser perigosa para o homem a
partir de 9mA, em se tratando de corrente alternada.
( ) Fibrilação ventricular é o fenômeno de paralisação do mús-
culo cardíaco.
235
2) A respeito das medidas ativas de proteção contra choque elétrico,
marque a opção correta:

( ) Consistem na utilização de dispositivos e métodos que


façam a interrupção automática do circuito em situações
de perigo para os usuários.
( ) Consistem na utilização de dispositivos e métodos que limitem
a corrente elétrica que pode atravessar o corpo humano.

( ) Consistem na utilização de dispositivos e métodos que


impeçam o acesso às partes energizadas.
( ) Consistem na isolação das partes vivas como proteção contra
choque elétrico.

RESERVADO
Alta Competência

3) Complete as lacunas:

a) __________________ consiste na utilização de material dielétrico


para isolar condutores ou partes da estrutura que estiverem
energizadas.

b) Um dos objetivos do __________________ é minimizar possíveis


fontes de ignição em equipamentos e componentes da instalação
localizados em atmosferas potencialmente explosivas.

c) O __________________ é feito através de ligações do neutro


com a terra, com o objetivo de permitir o funcionamento dos
dispositivos de proteção.

236

RESERVADO
Capítulo 8. Choque elétrico

8.5. Glossário
Circuito elétrico - série ininterrupta de condutores da corrente elétrica.

Diagrama unifilar - representa o sistema elétrico de forma simplificada, indicando


o número de condutores e seu trajeto até o fim da única linha.

Disparador - dispositivo eletromecânico ou eletrônico usado para acionar o circuito


de abertura de disjuntores.

DR - Diferencial Residual.

Efeito Joule - transformação de energia elétrica em energia térmica (calor) em uma


resistência percorrida por uma corrente elétrica.

FPSO - Floating, Production, Storage and Offloading Unit.

Impedância - é o quociente entre a amplitude de uma tensão alternada e a


amplitude da corrente que ela provoca em um circuito.
237
Isolante - material que não permite o fluxo de eletricidade.

Relé - dispositivo que controla a intensidade da corrente elétrica em um circuito.

Resistência - quociente de uma diferença de potencial aplicada às extremidades de


um condutor pela intensidade da corrente que ela produz, quando o condutor não
é dotado de força eletromotriz.

Resistividade - característica própria de cada material em se opor à passagem de


corrente elétrica.

Skid - estrutura, suporte.

Transformador de corrente - dispositivo que reproduz no seu circuito secundário


corrente proporcional à que circula em um enrolamento primário.

RESERVADO
Alta Competência

8.6. Bibliografia
BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego - MTE. Norma Regulamentadora n° 10.
Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade. 2004.

COELHO FILHO, Roberto Ferreira. Riscos em Instalações e Serviços com Eletricidade:


Curso Técnico de Segurança do Trabalho. Rio de Janeiro: Petrobras, 2005.

Treinamentos Profissionais. Disponível em: <http://www.itebacamacari.com.


br/?pagina=link26>. Acesso em: 13 mai 2008.

238

RESERVADO
Capítulo 8. Choque elétrico

8.7. Gabarito
1) Coloque verdadeiro (V) ou falso (F) nas alternativas a seguir:

(V) Choque elétrico é o conjunto de perturbações de natureza e efeitos di-


versos, que se manifesta no organismo humano ou animal, quando este é
percorrido por uma corrente elétrica.
(F) As correntes elétricas são incapazes de provocar contrações
musculares involuntárias.
Justificativa: Correntes elétricas podem provocar contrações
musculares involuntárias.
(F) Os efeitos fisiológicos da corrente elétrica independem do seu percurso
pelo corpo humano.
Justificativa: Se a corrente elétrica entrar por uma mão e sair pelo tórax,
por exemplo, haverá maior probabilidade de fibrilação ventricular.
(V) A corrente elétrica passa a ser perigosa para o homem a partir de 9mA, em
se tratando de corrente alternada.
(F) Fibrilação ventricular é o fenômeno de paralisação do músculo cardíaco.
Justificativa: os ventrículos cardíacos sofrem contrações involuntárias,
tornando impossíveis as suas contrações coordenadas. Por isso a fibrila- 239
ção é um fenômeno que só pode ser revertido com um desfibrilador: se o
coração parasse uma massagem cardíaca poderia resolver o problema.

2) A respeito das medidas ativas de proteção contra choque elétrico, marque a


opção correta:

(X) Consistem na utilização de dispositivos e métodos que façam a interrupção


automática do circuito em situações de perigo para os usuários.

( ) Consistem na utilização de dispositivos e métodos que limitem a corrente


elétrica que pode atravessar o corpo humano.
( ) Consistem na utilização de dispositivos e métodos que impeçam o acesso
às partes energizadas.
( ) Consistem na isolação das partes vivas como proteção contra
choque elétrico.

3) Complete as lacunas:

a) Isolamento consiste na utilização de material dielétrico para isolar condutores


ou partes da estrutura que estiverem energizadas.

b) Um dos objetivos do aterramento é minimizar possíveis fontes de ignição


em equipamentos e componentes da instalação localizados em atmosferas
potencialmente explosivas.

c) O aterramento funcional é feito através de ligações do neutro com a terra, com


o objetivo de permitir o funcionamento dos dispositivos de proteção.

RESERVADO
Anotações

240
Anotações

Anotações

241
Anotações

242
Anotações

Anotações

243
Anotações

244
Anotações

Anotações

245
Anotações

246
Anotações

Anotações

247
Anotações

248
Anotações

Anotações

249

Вам также может понравиться